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Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPESA 
 
 
Análise de textos, para reconhecer, dentre outros aspectos, o tema ou a ideia central, ou, ainda, o 
tópico de um parágrafo; os argumentos defendidos pelo autor; o propósito ou a finalidade pretendidos; a 
síntese do seu conteúdo global ................................................................................................................ 1 
As características do tipo ou do gênero textual em que se realizam .................................................. 28 
A função (referencial, expressiva, apelativa, poética, fática, metalinguística) que desempenham ..... 54 
Relações de intertextualidade, como, por exemplo, a fidelidade de paráfrases a seus segmentos de 
origem e/ou o efeito argumentativo da citação ....................................................................................... 61 
Informações explícitas e implícitas veiculadas; o nível (formal ou informal) da linguagem ................. 83 
As relações lógico-discursivas (causalidade, temporalidade, conclusão, comparação, finalidade, 
oposição, condição, explicação, adição, entre outras) estabelecidas entre parágrafos, períodos ou 
orações; elementos sequenciadores que asseguram a continuidade do texto; relações de referenciação 
e substituição ......................................................................................................................................... 99 
Relações de sentido entre as palavras (sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia e paronímia); 
efeitos de sentido pretendidos pelo uso de certos recursos lexicais e gramaticais; usos metafóricos e 
metonímicos das palavras e expressões .............................................................................................. 125 
Marcas linguísticas com base nas quais é possível identificar o autor, o destinatário do texto e o tipo 
de relações sociais entre eles .............................................................................................................. 133 
Morfossintaxe: processos de formação de palavras; radicais, prefixos e sufixos; colocação, regência e 
concordância nominal e verbal ............................................................................................................ 150 
Padrão escrito no nível culto: ortografia, acentuação gráfica, pontuação ......................................... 239 
Figuras de linguagem (pensamento, sintaxe e palavra) ................................................................... 270 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Interpretação 
 
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer 
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de 
entender um texto? 
Quando se fala em texto, pensamos naqueles longos, com introdução, desenvolvimento e conclusão, 
onde depois temos que responder uma ou várias questões sobre ele. Na verdade, texto pode ser a 
questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E como é possível cometer um erro 
numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se imagina. Se na hora da leitura, 
deixamos de prestar atenção numa só palavra, como uma “não”, já muda a interpretação. Veja a 
diferença: 
 
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
 
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 
 
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que 
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais 
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. Partindo desse 
princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os erros que podemos 
cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso que é preciso 
melhorar a capacidade de leitura e compreensão. 
 
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros 
textuais, formas de escrita. Mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de 
textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura, 
consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de 
interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente 
quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, 
muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo 
que eu penso”. Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamentos com os 
pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, 
formar ideias e escrever quando puder e quiser. 
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite, 
valerá a pena para sua vida futura. Mesmo que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a 
todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, 
interpretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer 
“Vamos agora interpretar esse texto” para que as pessoas se calem. Ninguém sabe o que calado quer, 
pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo 
de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário e verá que antes que pense, o medo terá ido 
embora. 
 
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo 
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
 
Análise de textos, para reconhecer, dentre outros aspectos, o tema ou 
a ideia central, ou, ainda, o tópico de um parágrafo; os argumentos 
defendidos pelo autor; o propósito ou a finalidade pretendidos; a 
síntese do seu conteúdo global 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 2 
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que 
a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a 
ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as 
frases é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, 
poderá ter um significado diferente daquele inicial. 
 
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através 
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. 
 
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretação deum texto é a identificação de 
sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as 
argumentações ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: 
 
Identificar - reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma 
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 
 
Comparar - descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 
 
Comentar - relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
 
Resumir - concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
 
Parafrasear - reescrever o texto com outras palavras. 
 
Exemplo 
 
Título do Texto Paráfrases 
 
“O Homem Unido” 
A integração do mundo. 
A integração da humanidade. 
A união do homem. 
Homem + Homem = Mundo. 
A macacada se uniu. (sátira) 
 
Condições Básicas para Interpretar 
 
Faz-se necessário: 
- Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado 
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
- Capacidade de observação e de síntese. 
- Capacidade de raciocínio. 
 
Interpretar X Compreender 
 
Interpretar Significa Compreender Significa 
Explicar, comentar, julgar, tirar 
conclusões, deduzir. 
 Tipos de enunciados: 
- através do texto, infere-se que... 
- é possível deduzir que... 
- o autor permite concluir que... 
- qual é a intenção do autor ao afirmar 
que... 
Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente 
está escrito. 
Tipos de enunciados: 
- o texto diz que... 
- é sugerido pelo autor que... 
- de acordo com o texto, é correta ou errada a 
afirmação... 
- o narrador afirma... 
 
 
 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 3 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes 
são: 
- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um 
texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema 
desenvolvido. 
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar 
conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. 
 
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. 
 
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou 
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma 
conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o 
que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome 
relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. 
Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm cada um valor semântico, por isso a 
necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na 
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em 
consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: 
 
Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase. 
Qual (neutro) idem ao anterior. 
Quem (pessoa). 
Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto possuído. 
Como (modo). 
Onde (lugar). 
Quando (tempo). 
Quanto (montante). 
 
Exemplo: 
Falou tudo quanto queria (correto). 
Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer o demonstrativo o). 
 
Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no 
dia a dia, porém, existem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se 
erros graves como: 
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. 
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. 
- “No bar: Me vê um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso. 
 
Algumas dicas para interpretar um texto: 
 
1. Leia bastante. Textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de 
pensar. 
 
2. Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza 
que estamos prestando atenção na leitura. 
 
3. Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e 
nem lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura 
num ponto que estávamos prestando atenção, e reler. 
 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 4 
4. Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, 
nos ajuda a compreender melhor o assunto do texto. 
 
5. Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar 
hipóteses e saber sobre o que se fala. 
 
6. Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza 
tempo se no meio da leitura identificar uma possível resposta. 
 
7. Preste atenção nas informações não-verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser 
usado ao seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. 
 
8. Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois 
cada um tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. 
 
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado 
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, 
mas também um aprendizado. 
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, 
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria 
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de 
memória. Então, foco na leitura, que tudo fica mais fácil! 
 
Organização do Texto e Ideia Central 
 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos 
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas: 
 
- Declaração inicial; 
- Definição; 
- Divisão; 
- Alusão histórica. 
 
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída 
de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um 
caminho que nos levará à compreensão do texto. 
 
Os Tipos de Texto 
 
Basicamente, existem três tipos de texto: 
- Texto narrativo; 
- Texto descritivo; 
- Texto dissertativo. 
 
Cada um desses textos possui características próprias de construção, que pode ser estudado mais 
profundamente na tipologia textual. 
 
É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios 
nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio 
entendimentodo texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literário, essa ideia tem algum 
fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não literário isso 
é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e 
interpretar com mais proficiência. 
 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 5 
- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos 
melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe 
levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Leia tudo que tenha vontade, com o tempo você 
se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. 
Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe 
tempo para cada momento de nossas vidas. 
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio. 
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é 
fazer palavras cruzadas. 
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos. 
- Leia verdadeiramente. 
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler 
outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. 
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você 
deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral 
do texto. 
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas 
extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso: 
 
Texto: 
 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos 
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da 
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos 
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. 
 
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
 
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
(A) os portugueses. 
(B) os negros. 
(C) os índios. 
(D) tanto os índios quanto aos negros. 
(E) a miscigenação de portugueses e índios. 
 
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) 
 
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas 
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 
 
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: 
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. 
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. 
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
 
Explicações: 
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 
(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. 
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que 
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. 
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. 
(5) Marcão é chamado para cantar. 
(6) Marcão pratica a ação de cantar. 
 
Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 6 
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e 
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação 
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor”. 
 
Frase para análise. 
 
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande 
desafio do professor moderno. 
 
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 
- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra 
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há 
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 
 
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). 
- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por 
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa 
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano 
= portugueses). 
 
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: 
- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. 
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores. 
 
Explicações: 
- Certos alunos = qualquer aluno. 
- Alunos certos = aluno correto. 
- Alunos determinados = alunos decididos. 
- Determinados alunos = qualquer aluno. 
 
Tema e Título 
 
Tecer um bom texto é uma tarefa que requer competência por parte de quem a pratica, pois o mesmo 
não pode ser visto como um emaranhado de frases soltas e ideias desconexas. Pelo contrário, elas devem 
estar organizadas e justapostas entre si, denotando clareza de sentido quanto à mensagem que ora se 
deseja transmitir. 
Geralmente, a proposta é acompanhada de uma coletânea de textos, a qual devemos fazer uma leitura 
atenta de modo a percebermos qual é o tema abordado em questão. 
Diante disso, é essencial que entendamos a diferença existente entre estes dois elementos: Tema e 
Título. 
 
Tema: O crescente dinamismo que permeia a sociedade, aliado à inovação tecnológica, requer um 
aperfeiçoamento profissional constante. 
 
Título: A importância da capacitação profissional no mundo contemporâneo. 
 
Como podemos perceber, o tema é algo mais abrangente e consiste na tese a ser defendida no próprio 
texto. 
Já o título é algo mais sintético, é como se fosse afunilando o assunto que será posteriormente 
discutido. 
O importante é sabermos que: do tema é que se extrai o título, haja vista que o mesmo é um elemento-
base, fonte norteadora para os demais passos. 
Existem certos temas que não revelam uma nítida objetividade, como, o exposto anteriormente. É o 
caso de fragmentos literários, trechos musicais, frases de efeito, entre outros. 
Nesse caso, exige-se mais do leitor quanto à questão da interpretação, para daí chegar à ideia central. 
Como podemos identificar através deste excerto: 
 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 7 
“As ideias são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que 
possamos chegar à outra margem, a outra margem é o que importa”. 
(José Saramago) 
 
Essa linguagem, quando analisada, leva-nos a inferir sobre o seguinte, e que este poderia ser o título: 
A importância da coerência e da coesão para o sentido do texto. Fazendo parte também desta 
composição estão os temas apoiados em imagens, como é o caso de gráficos, histórias em quadrinhos, 
charges e pinturas. 
Tal ocorrência requer o mesmo procedimento por parte do leitor, ou seja, que ele desenvolva seu 
conhecimento de mundo e sua capacidade de interpretação para desenvolver um bom texto. 
Comumente surgem questionamentos sobre a semelhança entre o título e o tema em uma produção 
textual. Mas será que são palavras sinônimas? 
A boa qualidade de um texto depende de uma série de fatores que colaboram para a clarezadas ideias 
transmitidas. Todos os elementos precisam estar em sintonia entre si, principalmente o tema e o título, 
pois ambos mantêm uma relação de dependência, representando o assunto abordado. É preciso tomar 
muito cuidado para não confundir título com tema. Um é a extensão do outro, mas para que fique clara 
esta distinção, os conheceremos passo a passo: 
 
O Tema é o assunto proposto para a discussão, possui uma característica mais abrangente, pois é 
visto de uma maneira global. Para melhor exemplificarmos, tomemos como exemplo a questão da 
violência. Este tema engloba vários tipos de violência, como a física, verbal, violência racial, infantil e 
outras. 
Ao delimitarmos este assunto, falando da violência em um bairro específico da cidade, estamos nos 
restringindo somente àquele lugar. Este, portanto, caracteriza o Título. 
A seguir, veremos um texto no qual fica evidente a marca dos itens acima relacionados: Bomba na 
meia-idade. 
 
“Em julho, a bomba atômica fez cinquenta anos. A primeira arma nuclear da história foi testada às 
5h29min45s do dia 16 de julho de 1945, em Alamogordo, Novo México, Estados Unidos. 
Libertou energia equivalente a 18 toneladas de TNT e encheu de alegria cientistas e engenheiros que 
haviam trabalhado duro durante três anos para construir a bomba. 
Menos de um mês depois, quando uma explosão semelhante dizimou as cidades de Hiroshima e 
Nagasaki no Japão, a alegria deu lugar à vergonha.” 
Superinteressante, São Paulo, fev.2003. 
 
Destacamos como título, Bomba na meia-idade. Tema, Os cinquenta anos de criação da bomba 
atômica. A leitura do texto deixa clara a diferença entre título e tema: 
 
Dieta Liberada 
 
“Não é verdade que se lactantes obesas fizerem dieta comprometerão os bebês. Nutricionistas da 
Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, acompanharam quarenta mulheres que consumiam 
uma dieta de baixa caloria. Após dez semanas, elas perderam 5 quilos em média, mas os bebês 
cresceram bem. Atenção: só especialistas podem preparar a dieta.” 
Superinteressante, março, 2000. 
 
O título é: Dieta Liberada. O tema é: A dieta em mulheres obesas durante a amamentação. O título 
tem a função de chamar a atenção sobre o texto. Por isso é bom que seja curto, chamativo e tenha tudo 
a ver com o que é falado. 
 
Reforçando: 
 
Tema: É o assunto sobre o qual se escreve, ou seja, a ideia que será defendida ao longo da 
dissertação. Deve-se ter o tema como um elemento abstrato. Nunca se refira a ele como parte da 
dissertação 
Título: É uma expressão, geralmente curta e sem verbo, colocada antes da dissertação. Se não houver 
verbo no título, não se usa ponto final. Não se deve pular linha depois do título. A colocação de letras 
maiúsculas em todas as palavras, menos artigos, preposições e conjunções, é facultativa. 
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. 8 
Apesar de o título ser importante para uma dissertação, julgo ser também perigoso, pois, como o 
estudante não está acostumado a dissertar, pode equivocar-se e dar um título que não corresponda ao 
âmago da redação. Portanto acredito que o ideal seria colocar título apenas quando a prova o exigir. 
 
Estruturação dos Textos e Parágrafos 
 
Os elementos essenciais para a composição de um texto são: introdução, desenvolvimento e 
conclusão1. 
Analisemos cada uma das partes separadamente: 
 
Introdução 
 
Apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. 
Caracteriza-se por ser o parágrafo inicial. 
 
Desenvolvimento 
 
Estruturalmente, é a maior parte contida no texto. 
O desenvolvimento estabelece uma relação entre a introdução e a conclusão, pois é nesta etapa que 
as ideias, argumentos e posicionamento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com o intuito de 
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. 
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e capazes de fazer com que o leitor anteceda 
a conclusão. 
 
Os três principais erros cometidos durante a elaboração do desenvolvimento são: 
1. Distanciamento do texto em relação à discussão inicial. 
2. Concentrar-se em apenas um tópico do tema e esquecer os demais. 
3. Tecer muitas ideias ou informações e não conseguir organizá-las ou relacioná-las, dificultando, 
assim, a linha de entendimento do leitor. 
 
Conclusão 
 
É o ponto de chegada de todas as argumentações elencadas no desenvolvimento, ou seja, é o 
fechamento do texto e dos questionamentos propostos pelo autor. 
Na elaboração da conclusão deve-se evitar as construções padrões como: “Portanto, como já 
dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”. 
 
Parágrafo 
 
Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da 
folha; conceitualmente, o parágrafo completo deve dispor de introdução, desenvolvimento e conclusão. 
* Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal, 
feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor... 
* Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, 
com vistas a reforçar e conferir credibilidade na discussão. 
* Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos 
mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los. 
 
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e conclusão): 
 
(Ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente nas capitais do país é um problema relevante, 
para cuja solução é necessária uma ação conjunta de toda a sociedade. 
 
(Ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua legislação de proteção ao meio ambiente, 
ou fazer valer as leis em vigor; o empresário pode dar sua contribuição, instalando filtro de controle dos 
gases e líquidos expelidos, e a população, utilizando menos o transporte individual e aderindo aos 
programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já ocorre em São Paulo. 
 
1 Fonte: https://www.algosobre.com.br/redacao/a-unidade-basica-do-texto-estrutura-do-paragrafo.html 
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. 9 
(Conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um desses três setores da sociedade tendem a 
ser inócuas no combate à poluição e apenas onerar as contas públicas. 
 
Ponto de Vista do Autor 
 
O Ponto de Vista na literatura é o ângulo sob o qual o autor irá narrar sua trama. Existem três formas 
básicas de mostrar uma narração: primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa. 
 
1. Primeira pessoa 
 
Quando um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto de vista, o escritor está usando 
a primeira pessoa. Nesse caso, lemos o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo 
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma leitura mais íntima. Da mesma maneira 
que acontece nas nossas vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e só 
descobrimos ao decorrer da história. 
 
2. Segunda pessoa 
 
Na segunda pessoa, o autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diálogo. É um caso mais 
raro e faz com que o leitor se sinta quase como outro personagem que participa da história. 
 
3. Terceira pessoa 
 
Esse ponto de vista coloca o leitor numa posição externa, como se apenas observasse a ação 
acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata 
as frases como alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. 
 
Técnica de Resumo de Frases e Textos 
 
Os resumos são instrumentos obrigatórios de trabalho através dos quais se podem selecionar obras 
que merecem a leitura do texto completo. Entretanto, os resumos só são válidos quando incluírem, de 
forma sintética e clara, tanto a natureza da pesquisa realizada quanto os resultados e as conclusões mais 
importantes, em ambos os casos destacando-se o valor dos achados ou de sua originalidade. 
 
 Conceito,Finalidade e Caráter 
 
O resumo é uma apresentação seletiva do texto, destacando-se os elementos de maior interesse e 
importância, isto é, as principais ideias do autor da obra. 
A finalidade do resumo consiste na difusão das informações contidas em livros, artigos, teses etc., 
permitindo a quem o lê resolver sobre a conveniência ou não de consultar o texto completo. O caráter de 
um resumo depende de seus objetivos: apresentar um sumário narrativo das partes mais significativas, 
não dispensando a leitura do texto; condensação do conteúdo, expondo ao mesmo tempo tanto as 
finalidades e metodologia quanto os resultados obtidos e as conclusões da autoria, permitindo a utilização 
em trabalhos científicos e dispensando, portanto, a leitura posterior do texto original; análise interpretativa 
de um documento, criticando os diferentes aspectos inerentes ao texto. 
 
Como Resumir 
 
Levando-se em consideração que quem escreve obedece a um plano lógico através do qual 
desenvolve as ideias em uma ordem hierárquica, ou seja, proposição, explicação, discussão e 
demonstração, é aconselhável, em uma primeira leitura, fazer um esboço do texto, tentando captar o 
plano geral da obra e seu desenvolvimento. 
A seguir, volta-se a ler o trabalho para responder a duas questões principais: de que trata este texto? 
O que pretende demonstrar? Com isso, identifica-se a ideia central e o propósito que nortearam o autor. 
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. 10 
 Em uma terceira leitura, a preocupação é com a questão: como o disse? Em outras palavras, trata-
se de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto. Esse passo significa a compreensão das 
ideias, provas, exemplos etc. que se servem como explicação, discussão e demonstração da proposição 
original (ideia principal). É importante distinguir a ordem em que aparecem as diferentes partes do texto. 
Geralmente quando o autor passa de uma ideia para outra, inicia novo parágrafo; entretanto, a ligação 
entre os parágrafos permite identificar: 
- consequências (quando se empregam palavras tais como: em consequência, por conseguinte, 
portanto, por isso, em decorrência disso etc.); 
- justaposição ou adição (identificada com expressões de tipo: da mesma forma, da mesma maneira 
etc.); 
- oposição (com a utilização das palavras: porém, entretanto, por outra parte, sem embargo etc.); 
- incorporação de novas ideias; 
- complementação do raciocínio; 
- repetição ou reforço de ideias ou argumentos; 
- justificação de proposições (por intermédio de um exemplo, comprovação etc.); 
- digressão (desenvolvimento de ideias até certo ponto alheias ao tema central do trabalho). 
 
Os três últimos casos devem ser totalmente excluídos do resumo. 
A última leitura deve ser feita com a finalidade de: 
- compreensão do sentido de cada parte importante; 
- anotação das palavras-chave; 
- verificação do tipo de relação entre as partes (consequência, oposição, complementação etc.). 
 
Uma vez compreendido o texto, selecionadas as palavras-chave e entendida a relação entre as partes 
essenciais, pode-se passar à elaboração do resumo. 
 
Tipos de Resumos 
 
Dependendo do caráter do trabalho científico que se pretende realizar, o resumo pode ser: indicativo 
ou descritivo; informativo ou analítico; crítico. 
 
- indicativo ou descritivo - quando faz referência às partes mais importantes, componentes do texto. 
Utiliza frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra. Não é simples 
enumeração do sumário ou índice do trabalho. Não dispensa a leitura do texto completo, pois apenas 
descreve sua natureza, forma e propósito; 
 
- informativo ou analítico - quando contém todas as informações principais apresentadas no texto e 
permite dispensar a leitura desse último; portanto, é mais-amplo do que o indicativo ou descritivo. Tem a 
finalidade de informar o conteúdo e as principais ideias do autor, salientando: os objetivos e o assunto (a 
menos que se encontre explicitado no título). 
Os métodos e as técnicas (descritas de forma concisa, exceto quando um dos objetivos do trabalho é 
a apresentação de nova técnica); os resultados e as conclusões. 
Sendo uma apresentação condensada do texto, esse tipo de resumo não deve conter comentários 
pessoais ou julgamentos de valor, da mesma maneira que não deve formular críticas. Deve ser seletivo 
e não mera repetição sintetizada de todas as ideias do autor. Utilizam-se, de preferência, as próprias 
palavras de quem fez o resumo; quando cita as do autor, apresenta-as entre aspas. Não sendo uma 
enumeração de tópicos, o resumo informativo ou analítico deve ser composto de uma sequência corrente 
de frases concisas. Ao final do resumo, indicam-se as palavras-chave do texto. Da mesma forma que na 
redação de fichas, procura-se evitar expressões tais como: o autor disse, o autor falou, segundo o autor 
ou segundo ele, a seguir, este livro (ou artigo, ou documento) e outras do gênero, ou seja, todas as 
palavras supérfluas. Deve-se dar preferência à forma impessoal. 
 
-crítico - quando se formula um julgamento sobre o trabalho. É a crítica da forma, no que se refere aos 
aspectos metodológicos; do conteúdo; do desenvolvimento da lógica da demonstração; da técnica de 
apresentação das ideias principais. No resumo crítico não pode haver citações. 
 
Os resumos devem ser utilizados em: 
- Documentação primária especifica (artigos e outras partes de revistas, relatórios, teses, monografias, 
atas de congressos e patentes). 
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. 11 
- documentação secundária (publicações de indexação e análise, prospectos e catálogos de editoras 
e livrarias). 
- bases de dados bibliográficos. 
 
Localização: 
 
O resumo deve ser colocado: 
- precedendo o texto na língua original; 
- após o texto na língua da tradução; 
- independente do texto, em revistas de análise, em seções especiais de periódico, precedidos da 
respectiva referência bibliográfica. 
 
Redação e Estilo 
 
Redação: O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho. A 
ordem e a extensão destes itens dependem do tipo do resumo (informativo ou indicativo) e do tratamento 
que cada item recebe no trabalho original. 
Os métodos e técnicas de abordagem devem ser descritos de forma concisa: convém, entretanto, 
identificar novas técnicas, o princípio metodológico fundamental e a ordem das operações. Para trabalhos 
não experimentais, descrever as fontes e tratamento dos dados. 
Nos resultados, deve-se ressaltar o surgimento de fatos novos, descobertas significativas, 
contradições e teorias anteriores, relações e efeitos novos verificados. 
Deve-se precisar os valores numéricos brutos ou derivados, os resultados de uma ou várias 
observações repetidas e indicar os limites de precisão e graus de validade. 
Deve-se descrever as conclusões, isto é, as consequências dos resultados e o modo como eles se 
relacionam aos objetivos propostos no documento, em termos de recomendações, aplicações, sugestões, 
novas relações e hipóteses aceitas ou rejeitadas. 
Modificações e métodos aplicados. Constantes físicas determinadas de modo novo, novos compostos, 
documentos e fontes de dados descobertos devem ser indicados mesmo sem relação direta com o 
assunto tratado. 
 
Recomenda-se que os resumos tenham as seguintes extensões: 
- para notas e comunicações breves, os resumos devem ter até 100 palavras; 
- para monografias e artigos, até 250 palavras; 
- para relatórios e teses, até 500 palavras. 
 
 Estilo: O resumo deve ser composto de uma seqüência corrente de frases concisas e não de uma 
enumeração de tópicos. A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. 
A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (isto é, memória científica, estudo 
de casos, análise da situação, etc). 
Deve-se dar preferência ao uso da terceira pessoado singular e do verbo na voz ativa. As palavras-
chave e descritores, quando empregados no resumo, devem ter destaque especial. 
 
Deve-se evitar: 
- O uso de parágrafos; 
- O uso de frases negativas, símbolos e contrações que não sejam de uso corrente; 
- Fórmulas, equações, diagramas, etc., que não sejam absolutamente necessárias; quando seu 
emprego for imprescindível, defini-las na primeira vez que aparecerem. 
 
Fichamentos: é uma parte importante na organização para a efetivação da pesquisa de documentos. 
Ele permite um fácil acesso aos dados fundamentais para a conclusão do trabalho. Os registros e a 
organização das fichas dependerá da capacidade de organização de cada um. Os registros não são feitos 
necessariamente nas tradicionais folhas pequenas de cartolina pautada. Pode ser feita em folhas de papel 
comum ou, mais modernamente, em qualquer programa de banco de dados de um computador. O 
importante é que elas estejam bem organizadas e de acesso fácil para que os dados não se percam. 
Existem três tipos básicos de fichamentos: o fichamento bibliográfico, o fichamento de resumo ou 
conteúdo e o fichamento de citações. 
 
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. 12 
 Ficha Bibliográfica: É a descrição, com comentários, dos tópicos abordados em uma obra inteira ou 
parte dela. Exemplo: 
 
Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça (1) 
Histórico do Papel da 
Mulher na Sociedade (2) 
........................
.............................
................. (3) 
2. (4) 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo 
no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. 
(Tudo é História, 145) 
 
Insere-se no campo do estudo da História e da Antropologia 
Social. A autora se utiliza fontes secundárias, colhidas através de 
livros, revistas e depoimentos. A abordagem é descritiva e 
analítica. Aborda os aspectos históricos da condição feminina no 
Brasil a partir do ano 1500 de nossa era. Além da evolução histórica 
da condição feminina, a autora desenvolve alguns tópicos 
específicos da luta das mulheres pela condição cidadã. Conclui 
fazendo uma análise de cada etapa da evolução histórica feminina, 
deixando expressa sua contradição ao movimento pós-feminista, 
principalmente às idéias de Camile Paglia. No final da obra faz 
algumas indicações de leituras sobre o tema Mulher. (5) 
 
Observação: Neste e nos outros exemplos de Fichas os números entre parênteses representam o que 
está explicado abaixo: 
 
(1) - Título do trabalho. 
(2) - Seção primária do trabalho. 
(3) - Seção secundária e terciária do trabalho (se houver). 
(4) - Numeração do item a que se refere o fichamento. 
(5) - Comentários ou anotações do pesquisador sobre a obra registrada. 
 
Ficha de Resumo ou Conteúdo: É uma síntese das principais ideias contidas na obra. O pesquisador 
elabora esta síntese com suas próprias palavras, não sendo necessário seguir a estrutura da obra. 
Exemplo: 
 
Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça (1) 
Histórico do Papel 
da Mulher na 
Sociedade (2) 
...........................
................................
...............(3) 
2. (4) 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do 
feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. 
(Tudo é História, 145) 
 
O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na sua 
própria vivência nos movimentos feministas, como um relato de 
uma prática. 
A autora divide seu texto em fases históricas compreendidas 
entre Brasil Colônia (1500-1822), Império (1822-1889), 
República (1889-1930), Segunda República (1930-1964), 
Terceira República e o Golpe (1964-1985), o ano de 1968, Ano 
Internacional da Mulher (1975), além de analisar a influência 
externa nos movimentos feministas no Brasil. Em cada um 
desses períodos são lembrados os nomes das mulheres que 
mais se sobressaíram e suas atuações nas lutas pela libertação 
da mulher. 
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. 13 
A autora trabalha ainda assuntos como as mulheres da 
periferia de São Paulo, a participação das mulheres na luta 
armada, a luta por creches, violência, participação das mulheres 
na vida sindical e greves, o trabalho rural, saúde, sexualidade e 
encontros feministas. 
Depois de suas conclusões onde, entre outros assuntos 
tratados, faz uma crítica ao pós-feminismo defendido por Camile 
Paglia, indica alguns livros para leitura. (5) 
 
 Ficha de Citações: É a reprodução fiel das frases que se pretende usar como citação na redação do 
trabalho. Exemplo: 
 
Educação da Mulher: a Perpetuação da Injustiça (1) 
Histórico do Papel 
da Mulher na 
Sociedade (2) 
...........................
................................
........(3) 
2. (4) 
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do 
feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1993. 181 p. 
(Tudo é História, 145) 
 
"Uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta 
Brasileira Augusta, defendeu a abolição da escravatura, ao lado 
de propostas como a educação e a emancipação da mulher e a 
instauração da República." (p. 30) 
“Sou neta, sobrinha e irmã de general” (...) “Aqui nesta casa 
foi fundada a Camde. Meu irmão, Antônio Mendonça Molina, 
vinha trabalhando há muito tempo no Serviço Secreto do 
Exército contra os comunistas. Nesse dia, 12 de junho de 1962, 
eu tinha reunido aqui alguns vizinhos, 22 famílias ao todo. Era 
parte de um trabalho meu para a paróquia Nossa Senhora da 
Paz. Nesse dia o vigário disse assim: ‘Mas a coisa está preta. 
Isso tudo não adianta nada porque a coisa está muito ruim e eu 
acho que se as mulheres não se meterem, nós estaremos 
perdidos. A mulher deve ser obediente. Ela é intuitiva, enquanto 
o homem é objetivo’.” (Amélia Molina Bastos apud Teles, p. 54) 
"Na Justiça brasileira, é comum os assassinos de mulheres 
serem absolvidos sob a alegação de defesa de honra.” (p. 132) 
(5)”. 
 
Resumo é uma forma de registro que apresenta, de maneira concisa e seletiva, as ideias mais 
importantes do texto, sem hierarquizá-las. No resumo, mais do que no esquema, somos levados a 
reproduzir, com nossas palavras, o que lemos. 
O resumo difere das outras técnicas de redução, sobretudo, quanto à forma de apresentação do 
conteúdo, já que é formado por parágrafos de sentido completo. Ele é especialmente útil, quando se 
necessita, numa rápida leitura, para recordar o essencial do que se estudou e a conclusão a que se 
chegou, pois, num resumo, também cabe, desde que claramente identificada, a interpretação do 
estudante. 
Atenção: Não se deve tentar resumir antes de entender o assunto. O resumo deve apresentar as 
seguintes características para ser eficiente: 
- ser fiel às ideias do texto original; 
- apresentar frases breves, diretas e objetivas; 
- apresentar referências bibliográficas; 
- ser inteligível por si mesmo. 
 
Para Platão e Fiorin, resumir um texto significa condensá-lo a sua estrutura essencial sem perder de 
vista três elementos: 
- as partes essenciais do texto; 
- a progressão em que elas aparecem no texto; 
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. 14 
- a correlação entre cada uma das partes. 
 
Se o texto que estamos resumindo for do tipo narrativo, devemos prestar atenção aos elementos de 
causa e sequências de tempo; se for descritivo, nos aspectos visuais e espaciais; caso o texto for 
dissertativo, é bom cuidar da organização e construção das ideias. 
Existem, segundo van Dijk & Kintsch, basicamente 3 técnicas que podem ser úteis ao escrevermos 
um resumo. São elas o apagamento, a generalização e a construção. 
 
Apagamento: Como o nome já diz, o apagamento consiste em apagar, em cortar as partes que são 
desnecessárias. Geralmente essas partes são os adjetivos e os advérbios, ou frases equivalentes a eles. 
Vamos ver um exemplo: 
 
O velho jardineiro trabalhava muito bem. Ele arrumava muitos jardins diariamente. 
 
Sendo essa a frase a ser resumida através do apagamento,poderia ficar assim: O jardineiro trabalhava 
bem. Cortamos os adjetivo “velho” e o advérbio “muito” na primeira frase e eliminamos a segunda. Ora, 
se o jardineiro trabalhava bem, é porque arrumava jardins; a segunda informação é redundante. 
 
Generalização: A generalização é uma estratégia que consiste em reduzir os elementos da frase 
através do critério semântico, ou seja, do significado. Exemplo: Pedro comeu picanha, costela, alcatra e 
coração no almoço. 
As palavras em destaque são carnes. Então, o resumo da frase fica: Pedro comeu carne no almoço. 
 
Construção: A técnica da construção consiste em substituir uma sequência de fatos ou proposições 
por uma única, que possa ser presumida a partir delas, baseando-se no significado. Exemplo: Maria 
comprou farinha, ovos e leite. Foi para casa, ligou a batedeira, misturou os ingredientes e colocou-os no 
forno. 
Todas essas ações praticadas por Maria nos remetem a um resumo: Maria fez um bolo. 
 
Além dessas três, ainda existe uma quarta dica que pode ajudar muito a resumir um texto. É a técnica 
de sublinhar. 
Enquanto você estiver lendo o texto, sublinhe as palavras ou frases que fazem mais sentido, que 
expressam ideias que tenham mais importância. Depois, junte seus sublinhados, formando um texto a 
partir deles e aplique as três primeiras técnicas. 
 
Reconhecimento do propósito comunicativo dominante 
 
Todo aquele que se comunica -falando, pintando, escrevendo, dançando etc. - tem uma intenção 
comunicativa. Ele, locutor, não está apenas querendo transmitir uma mensagem, passar uma informação, 
mas interagir com outra pessoa que se vai tornar o locutário. Ou seja, o locutor tem um objetivo em mente 
ao construir o seu texto e, normalmente, esse objetivo se relaciona com alguma ação. Toda palavra faz 
parte de um movimento maior em torno de uma ação social. 
 
Por exemplo, uma bula de remédios. Ela pode ser lida a qualquer momento e pelos mais variados 
motivos. Ainda que a maioria considerasse absurdo, eu poderia ler uma bula de remédios antes de dormir, 
para relaxar um pouco. Mas, a intenção comunicativa de uma bula de remédios é outra. Ela existe na 
sociedade para que o leitor conheça adequadamente o remédio e saiba como usá-lo. O conhecimento e 
a aplicação das informações da bula de remédios pode significar o restabelecimento da saúde. 
 
Assim, uma pessoa pode até ler uma bula de remédio para se distrair porque não tem outra coisa que 
fazer, contudo passar o tempo não é a intenção comunicativa da bula de remédios. É um uso para a bula, 
mas não atende à intenção comunicativa desse gênero discursivo. Quem escreve esse texto não o faz 
para que os outros passem um momento agradável de diversão. 
 
É justamente o caso contrário do que ocorre com o filme de aventuras que alguém se assiste no 
cinema, domingo à tarde, com os seus amigos. Voltados para essa necessidade, existem muitos filmes 
de aventuras cuja intenção comunicativa é apenas fazer os locutários se distraírem e passar um bom 
momento. Mas não existem apenas filmes de aventuras em circulação na sociedade. Outros filmes 
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. 15 
ultrapassam esse objetivo e procuram, também, discutir valores ou criticar aspectos da identidade 
humana, por exemplo. 
 
O primeiro e, sem dúvidas, um dos maiores desafios de quem produz um texto é fazer o locutário 
cooperar com a intenção comunicativa do texto produzido. Em outras palavras, fazer com que o locutário 
esteja disposto a interpretar o texto de acordo com a intenção comunicativa do locutor. 
 
Ou seja, de má vontade, sem querer participar, sem se envolver, o locutário não vai fazer o seu papel 
no processo de interação comunicativa. O locutário poderá então não compreender o texto ou fazer uma 
interpretação que foge aos objetivos desse texto. Ele vai ler, mas não vai interpretar adequadamente, 
nem agir de acordo. 
 
Mas por que o locutário não atenderia à intenção comunicativa do texto que lê? Isso pode acontecer 
porque aquele que assume o papel de locutário não sabe (ou não deseja) realizar o trabalho de 
envolvimento com o texto necessário para interpretá-lo. Assim, é muito importante ao interpretarmos um 
texto, identificarmos a intenção comunicativa. 
 
Algumas perguntas podem nos ajudar: 
 
- Para que serve esse texto na sociedade? 
- O que esse texto revela sobre o locutor? 
- O que se espera que eu faça depois de ler esse texto? 
 
Compreendendo a intenção comunicativa do texto, podemos também escolher até que ponto 
desejamos participar no processo comunicativo. Isto é, podemos envolvermo-nos mais ou menos, de 
acordo com nossas necessidades, possibilidades, desejos etc. 
A escola, como instituição, no entanto, tem sido muito eficiente em 'matar' as intenções comunicativas 
dos textos. Em todas os componentes curriculares. Seja por reduzir os textos a intenções distorcidas 
daquelas para as que foram produzidos; seja por simplesmente ignorar o processo social que deu origem 
a tais textos. 
 
Assim surgem enunciados que vão ficando famosos - em todas as disciplinas -: "Sublinhe os adjetivos 
no texto a seguir" e "No texto aparece o termo 'reação bioquímica'. Defina-o". 
 
Intenção comunicativa: 
 
O objetivo maior da Literatura é o ato da comunicação, ou seja, a troca de informações, mensagens. 
Isto se dá através de uma conversa, leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos definir como intenção 
comunicativa todo e qualquer ato ou pensamento que leve a uma comunicação. 
Para que haja uma comunicação são necessários os elementos básicos: emissor, receptor, canal e 
código, assim classificados: 
 
Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela escrita ou falada, ponto de partida da comunicação. 
Ex.: Escritor de um livro, falante de uma conversa, autor de uma redação. 
 
Receptor :Ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita ou falada. 
Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa. 
 
 
Canal: Modo pelo qual à mensagem é enviada. 
EX.: Livro, carta, e-mail, voz. 
 
Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou falada. 
EX.: Assunto de uma conversa, livro ou carta. 
 
Função comunicativa: 
Sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um modo para tal, a isso damos o nome de 
função comunicativa, a escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou falada. Existem as seguintes 
maneiras ou funções: 
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. 16 
Função emotiva: 
 
Toda comunicação elaborada com uso opinativo, linguagem lírica. 
Ex.: redações, poesias, biografias, tudo que envolve uma linguagem onde afloram opiniões ou 
sentimentos. 
 
Função conotativa: 
 
Essa talvez a mais usada diariamente. Definida pela adaptação da mensagem pelo emissor ao 
receptor, receptores. 
 
Ex.: Um médico dialogando com seu paciente e com outros médicos, mesmo que o assunto seja o 
mesmo, a maneira as palavras serão diferentes devido à capacidade do paciente em entender termos 
médicos; um advogado em júri ou falando com seu cliente; político em plenária e falando ao povo em 
comício. 
 
Função metalinguística: 
 
Função que estuda à gramática ou aspectos ligados a uma Língua. 
Ex.: Gramática, dicionário, questões de interpretação textuais. 
 
Função fática: 
 
Função que apresenta uma comunicação. 
Ex.: Introdução de uma redação, prefácio de uma obra literária, início de um diálogo. 
 
Fonte: http://landeira-educablog.blogspot.com.br/2009/07/intencao-comunicativa.html 
http://professorvallim.blogspot.com.br/2010/05/comunicacao-intencao-comunicativa.html 
 
 
Questões 
 
01. (MPE-SC – Promotor de Justiça – MPE-SC/2016) 
 
“A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao ponto mais distante da Expedição 
Oriente, a cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é a primeira vez 
que os Schürmann aportam em solo chinês. A negociação para ter a autorização do país começou há 
mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também éa primeira vez 
que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades 
do país.” 
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pela-primeira-vez-na-antartica.html) 
 
Para ficar caracterizada a ideia de passado distante, a expressão “há mais de três anos” deve ser 
reescrita: “há mais de três anos atrás”. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Leia o texto e responda as questões 02, 03 e 04. 
 
Crônica 
 
Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as 
recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma 
das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família 
nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme, 
mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja 
alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não 
compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no 
supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre, 
deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o 
nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes 
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. 17 
grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora 
modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as 
crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não 
sabem selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete, 
todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do 
Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros 
e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne 
constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha, 
peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E 
dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer 
mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no 
Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à 
Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal 
seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente. 
CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42. 
 
02. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro 
– RJ/2016) 
O gênero crônica, em que se enquadra o texto, é frequentemente escrito em primeira pessoa e reflete, 
muitas vezes, o posicionamento pessoal de seu autor. Pode-se afirmar que, na crônica de Paulo Mendes 
Campos, o “eu” que fala: 
(A) confunde-se com o autor, tecendo críticas ao dr. Maynard 
(B) distingue-se do autor, mostrando-se crítico e perspicaz 
(C) distingue-se do autor, mostrando-se ingênuo e alienado 
(D) confunde-se com o autor, valorizando a divulgação científica pelos jornais 
 
03. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro 
– RJ/2016) 
Pode-se afirmar que o texto de Paulo Mendes Campos é argumentativo, uma vez que se caracteriza 
por: 
(A) encadear fatos que envolvem personagens 
(B) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia 
(C) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos 
(D) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação 
 
04. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro 
– RJ/2016) 
Em “Doutrina ainda o nutricionista americano...”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem 
prejuízo do sentido, por: 
(A) adestra, amestra, amansa 
(B) educa, corrige, repreende 
(C) catequiza, converte 
(D) formula, ensina 
 
05. (Prefeitura de Chapecó – SC – Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016) 
 
Por Jonas Valente*, especial para este blog. 
 
A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Cibernéticos da Câmara dos Deputados divulgou 
seu relatório final. Nele, apresenta proposta de diversos projetos de lei com a justificativa de combater 
delitos na rede. Mas o conteúdo dessas proposições é explosivo e pode mudar a Internet como a 
conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de censura na web, ampliando a repressão ao acesso 
a filmes, séries e outros conteúdos não oficiais, retirando direitos dos internautas e transformando redes 
sociais e outros aplicativos em máquinas de vigilância. 
Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é usado para tentar atacar o caráter livre, plural 
e diverso da Internet. Como há dificuldades de se apurar crimes na rede, as soluções buscam criminalizar 
o máximo possível e transformar a navegação em algo controlado, violando o princípio da presunção da 
inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos crimes contra a honra, a solução adotada pode 
ter um impacto trágico para o debate democrático nas redes sociais – atualmente tão importante quanto 
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. 18 
aquele realizado nas ruas e outros locais da vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco Civil 
da Internet, lei aprovada depois de amplo debate na sociedade e que é referência internacional. 
(*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016) 
 
Após a leitura atenta do texto, analise as afirmações feitas: 
I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão equilibrada e vanguardista da Comissão 
Parlamentar que legisla sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputados. 
II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em todos os sentidos, e a referida Comissão 
Parlamentar está querendo cercear o direito à plena execução deste marco. 
III. Há o temor que o acesso a filmes, séries, informações em geral e o livre modo de se expressar 
venham a sofrer censura com a nova lei que pode ser aprovada na Câmara dos Deputados. 
IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão do jornalista, está longe de se concretizar 
através das leis a serem votadas no Congresso Nacional. 
V. Combater os crimes da internet com a censura, para o jornalista, está longe de ser uma estratégia 
correta, sendo mesmo perversa e manipuladora. 
 
Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas. 
(A) I, II, III. 
(B) II, III, IV. 
(C) II, III, V. 
(D) II, IV, V. 
 
06. (Prefeitura de Ilhéus - BA – Auditor Fiscal – CONSULTEC/2016) 
 
Como a sociedade moderna se organiza diante da felicidade 
 
Por Ronaldo Barbosa Lima em 26/06/2012 na edição 700 
Presencia-se na atualidade uma concepção difundida de que a lógica capitalista, com o auxílio da 
publicidade, especula a felicidade como dependente da satisfação dos desejos materiais do homem. 
Tal fato contraria a ótica do início do século 20, como observa o sociólogo Max Weber no livro A ética 
protestante e o espírito do capitalismo, onde eram as leis suntuárias que mostravam ao ser humano o 
que deveria ser consumido e o que era preciso fazer para ser feliz. Isso mostra como a sociedade 
moderna, por influência ou não da publicidade comercial, pode se organizar diante da felicidade. Nisto 
não parece haver implícita ideia religiosa que prometa o paraíso na vida eterna. Pelo contrário, como 
evidencia o pai da psicanálise, Sigmund Freud, talvez a felicidadeconsista em poder do narcisismo. 
Nesse contexto, podemos deduzir que o discurso publicitário leva muitas vezes o indivíduo a acreditar 
naquilo que é dito e a lutarem e buscarem todo o prazer proporcionado pelo consumo daquilo que é 
anunciado. O significado das mercadorias associadas como valor de uso, passa a ser disseminado como 
dizendo respeito a características que representam o ideal de felicidade da sociedade, por exemplo. Para 
a publicitária e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lívia Valença 
da Silva, “esta felicidade abrange uma realização pessoal e profissional que envolve boa aparência e 
desenvoltura, aprovação social, conforto e bem-estar, estabilidade econômica, status, sucesso no amor 
e no mercado de trabalho, entre tantos outros elementos”. 
 
Bens descartáveis 
Seguindo essa linha de raciocínio, o psicanalista Jurandir Freire Costa, na obra A ética e o espelho da 
cultura, enfatiza que o homem tem muitas vezes a tendência de acompanhar as metamorfoses sociais, e 
com todas as mudanças no cotidiano, acaba moldando-se as mesmas, sem muitas vezes se 
questionarem. Mas, segundo o psicanalista, quando o sujeito se apercebe num emaranhado de 
atribuições disseminados pela publicidade que nem sempre foram pensadas e analisadas, é que chegam 
os conflitos e desamparos, porque perdem muitas vezes a noção de singularidade para serem mais um 
na multidão. 
Com efeito, o sociólogo Jean Baudrillard frisa que na cultura do consumo, na qual o homem 
contemporâneo se encontra inserido: “Como a ‘criança-lobo’ se torna lobo à força de com ele viver, 
também nós, pouco a pouco nos tornamos funcionais. Vivemos o tempo dos objetos; quero dizer que 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 19 
existimos segundo seu ritmo e em conformidade com sua sucessão permanente” (trecho extraído do 
livro A sociedade do consumo). 
Por conseguinte, e com todas as mudanças ocorridas no contexto social vigente, bem como a 
produção de bens materiais em larga escala, muitas vezes se sofre a influência dos bens produzidos. 
Contudo, esses bens propagandeados afiguram-se cada vez mais descartáveis, pois já não se tem mais 
quem herde o sentido moral e emocional que eles no início do século 20 materializavam. Isso fez o 
jornalista Arnaldo Jabor carecer que “o futuro virou uma promessa de aperfeiçoamento de produtos com 
uma velocidade que fez do presente um arcaísmo em processo, uma espécie de passado ao vivo em 
decomposição”. 
 
Sistema publicitário é um código 
Ademais, atualmente o pensamento mais comumente evocado parece com um gozo excessivo 
proporcionado pela conquista do desejo de consumo aspirado pelo indivíduo. Isso tem tornado os homens 
vivenciadores de crises de referências, como bem atestam alguns psicanalistas, à medida que percebem 
que não só a mídia (publicidade), mas, o meio que o cerca tem muitas vezes a capacidade de artificializar 
as relações humanas, fazendo com que não tenha vontade própria, realizando o desejo e a vontade dos 
outros e não as suas. 
(...) 
Nesse contexto, Freud se refere aos “mal-estares” da nossa civilização, como nada mais que uma 
economia libidinal baseada no gozar. Enquanto, por exemplo, a mais-valia sustenta a economia capitalista 
em Karl Marx, o gozo sustenta a economia libidinal no sujeito em Freud. Argumenta que o indivíduo 
enquanto goza, não só no concernente a sexualidade, mas também na aquisição de bens de consumo, 
considera-se feliz. 
Tendo em vista o anúncio cobiçoso como disseminador da felicidade e, levando em consideração o 
desenvolvimento tecnocientífico que promete a felicidade através do Prozac, do apartamento à beira-mar, 
entre outras possibilidades, o psicólogo Martin Seligman, no livro Felicidade Autêntica, expressa algo 
muito interessante. Diz que o homem, aceitando suas limitações diante da felicidade, esta pode estruturar-
se, entre outras possibilidades, na interface entre o prazer, o engajamento e o significado. 
 
A história e as escolhas 
Prazer, em se tratando da situação agradável de quando se ouve uma boa música ou se faz sexo. Já 
o engajamento é a profundidade de envolvimento da pessoa com sua vida. Finalmente o significado, 
como a sensação de que a vida faz parte de algo maior. Salienta também em suas pesquisas, que um 
dos maiores erros das sociedades contemporâneas é concentrar a busca da felicidade em apenas um 
dos três pilares, esquecendo os outros. Sendo que as pessoas escolhem justo o mais fraco deles; o 
prazer. Enfatiza que o engajamento e o significado são elos indispensáveis na vida do ser humano frente 
à felicidade. 
 
Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed700_como_a_sociedade_moderna_se_organiza_diante_da_felicidade/ 
 
Felicidade 
Marcelo Jeneci 
 
Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz 
Sentirá o ar sem se mexer 
Sem desejar como antes sempre quis 
Você vai rir, sem perceber 
Felicidade é só questão de ser 
Quando chover, deixar molhar 
Pra receber o sol quando voltar 
 
Lembrará os dias 
que você deixou passar sem ver a luz 
Se chorar, chorar é vão 
porque os dias vão pra nunca mais 
 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 20 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e depois dançar 
Na chuva quando a chuva vem 
 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e dançar 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
 
Tem vez que as coisas pesam mais 
Do que a gente acha que pode aguentar 
Nessa hora fique firme 
Pois tudo isso logo vai passar 
 
Você vai rir, sem perceber 
Felicidade é só questão de ser 
Quando chover, deixar molhar 
Pra receber o sol quando voltar 
 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e depois dançar 
Na chuva quando a chuva vem 
 
Melhor viver, meu bem 
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você 
Chorar, sorrir também e dançar 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
Dançar na chuva quando a chuva 
Dançar na chuva quando a chuva vem 
 
Fonte: https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1524699/ 
 
 
SINGER. O bem-sucedido. O fracassado. Disponível 
em:<https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+carro+como+símbolo+de+felicidade&esp> . Acesso em: 
1° mar. 2016 
Analisando-se a figura destacada, pode-se afirmar: 
(A) A mensagem transmitida pelas imagens e seus títulos contradizem o conceito de felicidade 
abordado pelos textos de Ronaldo Barbosa e de Marcelo Jeneci. 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 21 
(B) Os elementos que compõem a primeira imagem descontroem o sentido de narcisismo abordado 
no texto de Ronaldo Barbosa. 
(C) O título “O fracassado”, considerando-se os valores cultivados na pós-modernidade, constitui 
uma verdade configurada socialmente. 
(D) A palavra “bem-sucedido” está em desrespeito às normas da Nova Ortografia da Língua 
Portuguesa, pois o uso do hífen caiu em desuso. 
(E) A palavra “fracassado”, em relação ao processo de formação das palavras, é uma derivação 
prefixal e sufixal, simultaneamente. 
 
07. (Prefeitura de São Gonçalo – RJ – Analista de Contabilidade – BIO-RIO/2016) 
TEXTO 
 ÉDIPO-REI 
 
Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um 
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus. 
 
 (Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013) 
 
O texto é a parte introdutória de uma das maiores peças trágicas do teatro grego e exemplifica o modo 
descritivo de organização discursiva. O elemento abaixo que NÃO está presente nessa descrição é: 
(A) a localização da cena descrita. 
(B) a identificação dos personagens presentes. 
(C) a distribuição espacial dos personagens.(D) o processo descritivo das partes para o todo. 
(E) a descrição de base visual. 
 
08. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016) 
 
Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos 
 
 Brasil escola 
 
 Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da 
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção 
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o 
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa 
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil 
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por 
moradias em regiões ainda mais distantes. 
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais 
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse 
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte 
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento 
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência. 
 A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes, 
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais 
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de 
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma 
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto, 
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue. 
 
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em 
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-decorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 
2016. 
 
A estruturação do texto 1 é feita do seguinte modo: 
(A) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento com destaque de 
alguns problemas; 
(B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e explicação de um deles, visto como o mais 
importante; 
1459282 E-book gerado especialmente para RODRIGO AURELIO NUNES MELO
 
. 22 
(C) uma apresentação de caráter histórico seguida da explicitação de alguns problemas ligados às 
grandes cidades; 
(D) uma referência imediata a um dos problemas sociais urbanos, sua explicitação, seguida da citação 
de um segundo problema; 
(E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua explicação histórica, motivo de crítica 
às atuais autoridades. 
 
09. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016) 
 
Sobre a charge acima, pode-se dizer que sua temática básica é: 
(A) a inadequação dos turistas no Rio de Janeiro; 
(B) o excesso de eventos na capital carioca; 
(C) a falta de segurança nas praias do Rio; 
(D) a crítica ao calor excessivo no verão do Rio; 
(E) a crítica à poluição das águas no Rio. 
 
10. (MPE-RJ – Técnico do Ministério Público - Administrativa – FGV/2016) 
 
TEXTO 1 – O futuro da medicina 
 
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas 
e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até 
aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo 
agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos 
para os pacientes. 
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já 
disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por 
exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais 
precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige 
medidas adicionais. 
Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de 
análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível, 
adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite 
fazer diagnósticos ainda mais sofisticados. 
Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem 
mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via 
eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o 
paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina. 
Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas acho que, como todo entusiasta da 
tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para 
uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura 
para os interessados nas transformações da medicina. 
 
Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman – 17/01/2016. 
 
Segundo o autor citado no texto 1, o futuro da medicina: 
(A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia; 
(B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia; 
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. 23 
(C) levará à extinção da profissão de médico; 
(D) independerá completamente dos médicos; 
(E) estará limitado aos meios eletrônicos. 
 
Respostas 
 
01. Errado 
O verbo haver já contém a ideia de passado. A adição do termo "atrás" caracteriza pleonasmo. 
 
02. (C) 
Dentro da crônica existe o " o Eu" introduzido pelo Autor Paulo Mendes 
Diferença: 
1-"o Eu" se mostra ingênuo (Aquele que é inocente, sincero, simples.) e alienado (1-Cedido a 
outro dono, ou o que enlouqueceu, 2-vendido.) 
Um exemplo é quando ele diz: "É o que exclamo depois de ler as recomendações de um nutricionista 
americano, o dr. Maynard" 
2- O autor não se mostra ingênuo e nem alienado, uma vez que, ele mesmo é quem escreve a Crônica. 
 
03. (B) 
São características de textos: 
a) encadear fatos que envolvem personagens - NARRATIVO 
b) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia - DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO 
c) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos - DESCRITIVO 
d) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação - INJUNÇÃO/ INSTRUCIONAL 
 
04. (D) 
Doutrina = conjunto coerente de ideias fundamentais a serem transmitidas, ensinadas. 
 
05. (C) 
 
06. (C) 
 
07. (D) 
"a) a localização da cena descrita." 
"Diante do palácio de Édipo; nos degraus da entrada." 
"b) a identificação dos personagens presentes." 
"Um grupo de crianças; De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus." 
c) a distribuição espacial dos personagens. 
"Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. De pé, no meio delas," 
d) o processo descritivo das partes para o todo. 
Nesse item, resposta da questão, o que acontece é justamente o contrário, do todo para as parte, 
senão, vejamos: 
"Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um 
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus." 
Palácio de Édipo (todo) > degraus da escada > ramo de oliveira na mão das crianças 
e) a descrição de base visual. 
O texto nos passa uma descrição a qual se torna possível visualizar "mentalmente" a situação descrita. 
 
08. (B) 
FGV costuma usar paralelismo entre as alternativas e a geralmente a alternativa que sobra é o 
gabarito. Não são todas as questões que possuem paralelismo. 
a) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento 
com destaque de alguns problemas; >>> d) uma referência imediata a um dos problemas sociais 
urbanos,

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