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119 - Sobre a Insensatez do Mundo

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Sobre a Insensatez do Mundo
John Wesley
Pregado em Balham, 19 de Fevereiro de 1790.
'Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? (Lucas 12:20)
Mas um desses tolos é comumente mais sábio aos seus próprios olhos 'do que sete homens de razão'. Se fosse possível para um cristão; para alguém que tem a mente que estava em Cristo, menosprezar alguém, ele cordialmente menosprezaria aqueles que supõem que 'são homens em quem a sabedoria se encerra neles'. Você pode ver um desses, descritos para a vida, nos versos que precedem o texto. 'A herdade de um homem rico', diz o Senhor, 'tinha produzido com abundância; E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tu tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga' (Lucas 12:16-19).
Assim sendo, eu proponho, com a ajuda de Deus:
I. Discutir e explicar a abrangência dessas poucas palavras; e
II. Aplicá-las à sua consciência. 
I
1. Para discuti-las e explicá-las: -- Um pouco antes, nosso Senhor deu um aviso solene àquele que falava a Ale sobre dividir sua herança. 'Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer homem', ou seja, a felicidade dela, 'não consiste na abundância do que possui'. Para provar e ilustrar essa verdade importante, nosso Senhor relata esta notável história. Não é improvável, que foi algo que ocorrera recentemente, e que estava fresca na memória daqueles que estavam presentes. 'A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância'. Os ricos e os patriarcas dependiam principalmente dos frutos da terra. 'E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos'. A mesma linguagem da necessidade e angústia! A voz de alguém que está aflito, e gemendo debaixo de seu fardo. 
O que tu deves fazer? Por que? Não estão à tua porta aqueles a quem Deus tem determinado receber o que tu podes poupar? O que tu deves fazer? Por que? Distribui. Dá ao pobre. Alimenta o faminto. Veste o nu. Sê tu um pai para o órfão, e um marido para a viúva. Livremente tu tens recebido; livremente dá. Oh! Não! Ele é mais sábio do que isto; ele sabe fazer melhor do que isto!
2. "E ele diz: 'Isto eu irei fazer'", -- sem pedir a permissão de Deus, ou pensar Nele, algo mais do que se não existisse Deus no céu ou na terra; -- 'Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens'. Meus bens! Eles são tão teus, quanto as nuvens que voam sobre a tua cabeça! Tanto quanto os ventos que sopram em volta de ti; que, sem dúvida, tu seguras firme em teus punhos! 'E direi a minha alma: Alma, tu tens em depósito muitos bens!'. Por acaso o milho, o vinho, e o óleo são bens para o espírito imortal? 'Descansa por muitos anos!'. Quem disse isto a ti? Não acredites nele! Ele é um mentiroso, desde o princípio. Ele não poderia prolongar tua vida, se pudesse; mas arrastaria a ti, imediatamente para sua própria e triste morada. 'Alma, descansa, come, bebe e folga'. Quão repleto de insensatez e loucura está cada parte deste maravilhoso solilóquio! 'Coma e beba?'. Teu espírito, então, irá comer e beber? Sim, mas não o alimento terreno. Tu irás logo comer da chama lívida, e beber do lago de fogo ardente com enxofre. Mas, tu irás, então, folgar com isto? Absolutamente. Não haverá alegria nessas sombras horríveis; essas cavernas irão ressoar com nenhuma música, 'mas com choro, lamento e ranger de dentes!'. 
3. Mas, enquanto ele estava aplaudindo a sua própria sabedoria, 'Deus disse a ele: Tu tolo! Esta noite, tua alma será requerida de ti. E, então, o que será feito de todas essas coisas que tu tens preparado?'. 
4. Vamos considerar suas palavras um pouco mais atentamente. Ele perguntou a si mesmo: 'O que devo fazer?'. E a resposta já não estava pronta? Faze o bem. Faze todo o bem que tu puderes. Permite que tua abundância supra as necessidades de teu próximo; e tu não terás mais necessidade do que fazer. Tu não podes encontrar alguém que precise do necessário para a vida; que não esteja encolhido de frio e fome; ninguém que não precise de uma vestimenta, ou de um lugar onde deitar sua cabeça; ninguém que não esteja devastado por uma grave enfermidade; ninguém que esteja abatido na prisão? Se tu considerares devidamente as palavras de nosso Senhor, 'Os pobres havereis de ter sempre convosco'; será que tu ainda perguntarás, 'O que devo fazer?'.
5. Quão diferente foi o propósito deste pobre louco! 'Eu derrubarei meus celeiros, e construirei outros maiores, e lá recolherei todos os meus bens'. Você pode, desta forma, enterrá-los, ou atirá-los ao mar. Isto irá, também responder à finalidade para a qual Deus os confiou a ti.
6. Mas vamos examinar um pouco mais além a parte restante de sua resolução: "Eu direi a minha alma: 'Alma, tu tens muitos bens guardados, por muitos anos; descansa, coma, beba, e folga'". Por acaso estes são os bens de um espírito eterno? Tanto quanto teu corpo pode alimentar-se da brisa passageira, tua alma pode alimentar-se dos frutos terrestres! Conselho excelente, então, para tal espírito: coma e beba! Para um espírito feito igual aos dos anjos; feito da imagem incorruptível do Deus da glória; para alimentar-s não das coisas corruptíveis, mas do fruto da árvore da vida, que cresce no paraíso de Deus. 
7. Não é de se admirar, então, que Deus pudesse dizer a ele: 'Tu, tolo!'. Por esta razão terrível, não houvesse outra: 'Esta noite tua alma será requerida de ti!'.
E o tu não nasceste para morrer e enterrar este corpo? E teu espírito trêmulo não deve voar para terras desconhecidas? A terra das sombras mais profundas; não penetradas, pelo pensamento humano; as regiões desérticas dos mortos, onde todas as coisas são esquecidas?
'E para quem, então, deverá ser todas as coisas que tu tens armazenado?'.
II
1. A segunda coisa que eu propus foi aplicar essas considerações; que, é certo, são algumas das mais importantes que podem entrar no coração do homem. Em um sentido, de fato, elas já foram aplicadas; porque o que foi dito tem todas as aplicações. Mas eu gostaria que cada um que lesse ou ouvisse essas palavras, aplicassem-nas diretamente à sua alma. 
2. Não concerne a cada um que ouve, -- 'O solo de um certo homem rico produziu abundantemente', -- inquirir: 'Este foi alguma vez o caso comigo? Eu tenho agora, ou alguma vez tive, mais bens terrenos do que eu desejei? E quais foram meus pensamentos nesta ocasião?Eu disse ao meu coração, O que deverei fazer? Eu me afligi pela minha abundância? Eu pensei que eu juntei bens por muitos anos?'. Muitos anos! Ai de mim! O que é tua vida, mesmo que a prolongues ao extremo? Ela não é um vapor que apenas aparece e desaparece? Não digas, então, eu irei derrubar meus celeiros; mas digas a Deus, no secreto de teu coração: 'Senhor, salva-me, ou perecerei!'. Vê, minhas riquezas crescem; permite-me não colocar meu coração sobre elas! Tu vês que eu me situo em chão escorregadio; cuida de mim!
Segura-me, Salvador, ou cairei!
Estende tua graciosa mão!
Apenas por ajuda, a Ti eu chamo.
Apenas pela fé, em ti me coloco.
Vê, Senhor, quão grandemente meus bens crescem! Nada menos do que teu poder soberano pode impedir de eu colocar meu coração sobre eles, e ser esmagado mais abaixo do que a sepultura!
3. Eu pergunto a Ti, ó Senhor: 'O que devo fazer?'. Primeiro de tudo, que te esforces para estares profundamente consciência do perigo que corres; e faze disto, motivo de oração sincera e constante, para que nunca percas a consciência dele. Ores para que tu possas te sentir sempre à beira de um precipício. Entretanto, que a linguagem de teu coração seja: "Tendo mais meios, eu irei fazer mais ainda o bem, pela graça de Deus; do que alguma vez já fiz. Todos os bens adicionais que Deus tem se agradado de colocar em minhas mãos, eu estou resolvidoa dispor, com toda diligência, em obras adicionais de misericórdia. E, por meio disto, eu 'edificarei para mim, um alicerce seguro, para que eu possa alcançar a vida eterna'".
4. Tu não mais falarás de teus bens; ou de teus frutos, sabendo que eles não são teus, mas de Deus. A terra é do Senhor, e a plenitude dela: Ele é o Proprietário do céu e terra. Ele não pode precipitar-se de sua glória; Ele deve ser o Senhor, o possuidor, de tudo que existe. Ele apenas deixou parte dos bens Dele, em tuas mãos; para tais usos, como Ele tem especificado. Por quanto tempo, Ele se agradará de deixá-los contigo, tu ainda não sabes; talvez, apenas até amanhã, ou até à noite. Portanto, não fale, nem pense, a respeito de seus muitos anos. Tu não sabes que tu és uma criatura de um dia, que é esmagada antes da traça; que o ar que está em tuas narinas pode ser tirado, sem aviso; que ele pode ser recuperado por Ele que o deu; quando tu menos esperares? Como tu sabes, a não ser que no momento seguinte em que te deitares em tua cama, tu poderás ouvir: 'Esta noite tua alma deverá ser requerida de ti?'. 
5. Não é a tua alma instável como uma nuvem; flutuando como uma bolha sobra a água? Ela foge como se fosse uma sombra, e nunca mais volta. 'Muitos anos!'. Quem está certo de um dia? E isto não é uma instância, tanto da sabedoria, quanto da bondade de Deus, que ele tenha teu fôlego em Suas própria mãos, e o dispense de um momento para outro; para que tu possas te lembrar sempre de 'viveres cada dia, como se fosse o último?'. E depois de alguns dias, de tu teres vivido, sob o sol, quão breve Ele irá dizer: um amontoado de pó é tudo que restará de ti; isto é tudo que tu és; e tudo que teu orgulho pode se tornar!
6. Considere, novamente, a extraordinária tolice em se dizer: 'Alma, tu tens muitos bens'. Os produtos da terra são, então, alimento para o espírito nascido no céu? Existe alguma composição na terra e água; sim, embora ar e fogo sejam acrescidos a elas, que possa alimentar essas existências de uma ordem superior? Que similitude existe entre esses espíritos eternos, e esses nascidos do barro da terra? Examine o restante deste sábio solilóquio, e veja como aplicá-lo para si mesmo. 'Alma, descansa!'. Ó esperança vã! Pode um espírito brotar facilmente do solo? Suponha que o solo fosse sempre tão aperfeiçoado; ele poderia produzir tal colheita? 'Come, bebe e folga!'. O que? Tua alma pode comer e beber? Sim. Maná tal como os anjos comem. Deleite puro para os espíritos proverem. Mas esses não crescem em solo terreno; eles são encontrados no Paraíso de Deus. 
7. Mas suponha que a voz que comanda a vida e a morte diga: 'Esta noite, tua alma será requerida de ti; então, para quem são todas essas coisas que tu tens armazenado?'. Meu Deus! Elas não são tuas! Você não tem mais parte alguma, ou porção, em quaisquer das coisas que estão debaixo do sol. Tu tens, então, não mais fração em alguma dessas coisas da terra, do que se a terra e as obras sobre ela fossem destruídas. Nu, tu vieste de tua mãe, e nu, retornarás. Tu tens amontoado muitas coisas; mas para que finalidade. Para deixá-las todas atrás de ti! Pobre sombra! Tu estás agora despida de tudo: não restou, nem mesmo a esperança. 
8. Observe o que nosso Senhor deixou sobre toda a ocorrência: 'Assim é todo aquele que juntou tesouros para si mesmo, e não é rico em direção a Deus', -- tal tolo, tal louco notório, como está além do poder da linguagem expressar! Embora ele possa ser sábio aos seus próprios olhos, e, talvez, aos olhos de seu próximo, ele é, na realidade, o maior tolo que existe debaixo do céu; que ajunta coisas das quais ele logo irá se separar para sempre: E quem quer que esteja buscando felicidade nas coisas que perecem, está juntando tesouros para si mesmo. Isto é absolutamente inconsistente com ser 'rico' (ou melhor, crescer) 'em direção a Deus', em obediência àquela ordem Bíblica: -- 'Meu filho, dá-me teu coração". Ele que é um filho de Deus pode verdadeiramente dizer: 
Todas as minhas riquezas estão acima;
Todos os meus tesouros são teu amor:
Ele pode testemunhar: 'Todos os meus desejos são para ti, e na lembrança do teu nome!'.
9. Que cada um que leu essas palavras, busque em seu coração minuciosamente: Onde tu tens deitado teus tesouros, até então? Onde tu os estás deitando agora? Tu estás trabalhando para seres rico em direção a Deus, ou para juntares tesouros na terra? O que toma a maior parte de teus pensamentos? Tu és cuidadoso com as coisas exteriores; diligente em fazeres o bem, e exato em tuas obrigações exteriores. – cuidado com a cobiça; com o apropriado, e ilustre amor ao dinheiro; e com o desejo de juntares tesouros na terra. Junta tesouros no céu! Alguns dias mais, e tu irás pisar na terra da escuridão; onde os frutos terrestres não terão proveito algum; onde tu não serás capaz de comer e beber; ou gratificar quaisquer dos sentidos. Que benefício tu terás, então, recebido de tudo que tu juntaste no mundo? Que satisfação, tu terás em tudo que preservaste, -- tudo que deixaste para trás? Deixado para trás de ti! O que? Tu não podes levar coisa alguma contigo para as habitações eternas? Então, antes que tu vás, junta tesouros, os quais não desaparecem. 
[Editado por Anita Maendl, estudante da Northwest Nazarene College (Nampa, ID), com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]

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