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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS CURSO DE BACHAREL EM FARMÁCIA DANIELE CRISTINA AUGUSTO DA SILVA JEANE SOUSA DOS REIS UMA ANALISE DESCRITIVA DAS INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS ANTIBACTERIANAS MAIS PREVALENTES EM PACIENTES DE UTI ADULTO: REVISÃO BIBLIOGRAFICA. BELÉM/PA 2019 DANIELE CRISTINA AUGUSTO DA SILVA JEANE SOUSA DOS REIS UMA ANALISE DESCRITIVA DAS INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS ANTIBACTERIANAS MAIS PREVALENTES EM PACIENTES DE UTI ADULTO: REVISÃO BIBLIOGRAFICA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), da Universidade da Amazônia (UNAMA), como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em farmácia, orientado pela Prof.ª. Dra. Daniela Paternostro de Araújo Grisólia BELÉM/PA 2019 DANIELE CRISTINA AUGUSTO DA SILVA JEANE SOUSA DOS REIS Data da aprovação: de de . Banca Examinadora: Prof.ª. Dra. Daniela Paternostro de Araújo Grisólia ____________________________________________ Prof.ª. Dr. ____________________________________________ Prof.ª. MSc. BELÉM/PA 2019 AGRADECIMENTOS A Deus, por Ser Supremo, Maravilhoso, o Centro e Força. E sempre nos mostrar o caminho ao qual, em que muitas vezes, esquecemos que temos que seguir e nunca, por mais difícil que tenha sido, nos abandonar. Aos nossos Pais e familiares, que sempre estiveram ao nosso lado, nos incentivando, nos acolhendo, nos dando força, carinho e luz. Aos nossos professores, por passarem com dedicação e amizade seus conhecimentos. A nossa orientadora Daniella Paternostro, que nos ajudou até a chegada deste momento. E em especial ao Alexandre Lourenço ..., que foi nosso amigo onde até chegou a puxar nossas orelhas fazendo a nós mostrar que tudo seria possível, que se preocupou, que nos incentivou, que se dedicou, que deu de si até mais que nos mesmo e que hoje pôde ver o resultado de toda essa dedicação, foi nosso anjo enviado por Deus. "Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei Conhecer as manhas e as manhãs O sabor das massas e das maçãs É preciso amor pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir" (Canção de Almir Sater) RESUMO Este estudo busca a identificação de possíveis interações medicamentosas (IM’s), as quais são relevantes pela terapêutica usadas em UTI. Essas interações dependerão de alguns fatores do paciente como a idade, gênero, a quantidade e duração do tratamento, número de fármacos utilizados, característica dos medicamentos, fisiologia do paciente, tipos e estagio da enfermidade e duração do tratamento assim como a quantidade de fármacos administrados. Teve como objetivo avaliar as principais IM’s entre antimicrobianos em UTI, onde foram selecionados artigos publicados entre 2000 e 2019 escritos em português, espanhol e inglês. Após levantamento bibliográfico feito em 10 artigos, onde foram observados as IMs entre antibacterianos, quanto a severidade (grave, moderada e leve), demonstra-se que dentre 15 fármacos, 3 estão entre os principais mais prescritos aos pacientes de UTI (Amicacina, o Cefepime e a Piperacilina + tazobactam), tendo em vista que essas interações, podem levar a efeitos positivos ou negativos, os quais são observados na melhoria e até mesmo na toxicidade para os pacientes. Esse presente trabalho é essencial para que se possa compreender a realidade dos hospitais e do serviço farmacêutico quanto a IMs. Sugere-se a continuidade das pesquisas sobre a temática, sobretudo na busca de novas tecnologias de monitoramento das interações medicamentosas, como também, promovendo discussões a respeito do papel do farmacêutico clínico na promoção do uso correto e racional dos fármacos. Palavras chaves: Interações medicamentosas; Farmacoterapia; Tratamento; Uti; Antimicrobianos; Fármacos. ABSTRACT This study seeks to identify possible drug interactions (IM's), which are relevant for ICU therapy. These interactions will depend on some patient factors such as age, gender, amount and duration of treatment, number of drugs used, drug characteristics, patient physiology, types and stage of disease and duration of treatment as well as the amount of drugs administered. It aimed to evaluate the main IM's among antimicrobials in ICU, where articles published between 2000 and 2019 written in Portuguese, Spanish and English were selected. After a bibliographic survey in 10 articles, where the IMs were observed among antibacterials, regarding the severity (severe, moderate and mild), it is shown that among 15 drugs, 3 are among the main most prescribed to ICU patients (Amicacin, Cefepime and Piperacillin + tazobactam), as these interactions can lead to positive or negative effects, which are observed in improvement and even toxicity to patients. This present work is essential to understand the reality of hospitals and the pharmaceutical service regarding MI. Continued research on the subject is suggested, especially in the search for new technologies for monitoring drug interactions, as well as promoting discussions about the role of the clinical pharmacist in promoting the correct and rational use of drugs. Keywords: Drug interactions; Pharmacotherapy; Treatment; UTIs; Antimicrobials; Drugs. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9 2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 11 3 OBJETIVOS ................................................................................................................ 13 3.1 Objetivo geral 13 3.2 Objetivos específicos 13 4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 14 4.1. Critérios para seleção 14 4.1.1. Base de dados 14 4.2. Critérios de inclusão e exclusão 14 4.2.1. Inclusão 14 4.2.2. Exclusão 14 5 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 15 5.1 Interações Medicamentosas 15 5.1.1 Absorção 17 5.1.2 Distribuição 18 5.1.3 Biotransformação 19 5.1.4 Excreção 20 5.2 Interações medicamentosas em ambiente hospitalar 21 5.2.1 Antimicrobianos 21 5.2.2 β- lactâmicos 22 5.3 Unidade de Terapia Intensiva 27 6 RESULTADOS ............................................................................................................ 29 7 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 33 8 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 36 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 37 9 1 INTRODUÇÃO A grande disponibilidade do número de medicamentos que compõe o arsenal terapêutico recente é, sem dúvida, responsável pelo tratamento bem-sucedido de várias enfermidades, que antes não possuíam tratamento eficiente (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; OLIVEIRA-PAULA et al., 2014). Apesar dos benefícios, essa variedade levou à administração de fármacos em regime de poli farmácia, podendo levar a ocorrência de variadas interações medicamentosas (IM) entre fármaco-fármaco, fármaco-alimento, fármaco-álcool/bebidas, entreoutras (JANKEL & SPEEDIE, 1990; OLIVEIRA-PAULA et al., 2014). A ocorrência de IM fármaco-fármaco está relacionada principalmente ao número de medicamentos em uso, duração do tratamento, idade e gênero. Sempre que dois ou mais fármacos são administrados juntos existe a possibilidade de algum tipo de interação entre eles, ou seja, a ação de algum medicamento pode ser alterada. Isso pode gerar reações adversas fatais. No entanto, as interações também podem ser exploradas a fim de aumentar a eficácia terapêutica de um fármaco (CRUCIOL-SOUZA & THOMSON, 2006; OLIVEIRA-PAULA et al., 2014). Nesse contexto, os fármacos podem agir de forma independente ou interagirem entre si (HOEFLER, 2008; JACOMINI et al., 2011). Essas interações entre fármacos podem ser classificadas em dois tipos sendo eles: ➢ Sinérgicas seu efeito da interação é maior que o resultado individual dos medicamentos; e ➢ Antagônicas, quando o efeito da interação é menor que o efeito individual dos medicamentos ou quando há alteração ou até mesmo anulação da resposta farmacológica desses medicamentos. O mecanismo de interação medicamentosa pode ser de caráter físico-químico, farmacodinâmico ou farmacocinético (RIECHELMANN et al., 2008; LEÃO et al., 2014). FARIA & CASSIANI (2011) e MARQUES et al., (2018), descreveram que, dentre os principais problemas quanto ao uso de medicamentos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estão as IMs, visto que podem ocorrer devido à grande quantidade de medicamentos administrados, utilização de fármacos com baixo índice terapêutico, pacientes idosos, entre outros. O desenvolvimento para o potencial das IM’s é diretamente ligado ao proporcional do número de fármacos administrados, quando a quantidade dos mesmos for igual ou superior a oito as chances de ocorrência de IM’s podem chegar a 100% (ROSSIGNOLI et al., 2006; ALMEIDA et al., 2007; MATOS et al., 2009; MARQUES et al. 2018). Diante disso, é possível 10 observar que as IM podem apresentar desvantagens ao paciente inserido no contexto da UTI, relacionado principalmente ao aumento da toxicidade dos fármacos. Um estudo farmacoepidemiológico realizado CRUCIOL-SOUZA & THOMPSON (2006) e JACOMINI et al., (2011) sobre IM’s feito em um hospital universitário brasileiro avaliou cerca de 1.785 prescrições médicas e encontrou que cada paciente recebeu em média sete medicamentos (com variações de 2 a 26); 49,7% das prescrições continham IM’s, sendo que dessas aproximadamente 23,6% foram consideradas moderadas e 5% graves. Estudo realizado por PAULA et al. (2014), na UTI que presta serviços de atenção terciária a pacientes conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), observou que entre janeiro e maio de 2010, dos 133 pacientes internados, 78 (59%) pertenciam ao sexo masculino e 55 (41%) do sexo feminino e o tempo médio de internação dos pacientes na UTI foi de 14,8 dias. FRAGA e MELO (2018) citam um outro estudo produzido por CUENTRO V et al., (2014) e compreendido entre os meses de dezembro de 2010 a maio de 2011, identificou em pacientes de terceira idade do Hospital da Universidade Federal do Pará, localizado no município de Belém/PA, com capacidade para cerca de 300 leitos, estimou-se que entre as classes terapêuticas mais envolvidas em IM’s destacam-se em números os medicamentos cardiovasculares com 35,0% e os anti-inflamatórios não esteroidais chegaram em 23,4%. Outra classe de medicamentos dispensados nas UTI estão os antibióticos, responsáveis entre 20% a 50% dos gastos com medicamentos, contudo seu uso inapropriado é estimado perto de 50% dos casos (LOURO et al., 2007; LEITE et al., 2017). Sendo a classe de medicamentos mais utilizada e prescrita tanto para o seu uso no ambiente hospitalar quanto para automedicação (MOTA et al., 2010; LEITE et al., 2017). Esta extensa utilização pode afetar de forma expressiva não somente a microbiota do sujeito que utiliza, como também a ecologia microbiana dos outros pacientes (MOTA et al., 2010; LEITE et al., 2017). Diante disso, a forma inadequada das prescrições dessa classe de medicamentos, tanto de âmbito hospitalar como domiciliar, passa a refletir, em parte, na morbidade de pessoas acometidos por algum tipo de infecção, sendo responsáveis por aproximadamente 25% das mortes no mundo e cerca de 45% nos países menos desenvolvidos (LOURO et al., 2007; LEITE et al., 2017). Apesar disso, os antimicrobianos são de extrema importância no tratamento de pacientes que apresentam quadros de infecções, mas por vezes seu uso indiscriminado tanto em infecções não-sensíveis e doenças não-infecciosas, especialmente em profilaxia, pode ocasionar 11 resistência microbiana decorrente da capacidade infinita de muitos microrganismos desenvol- verem mecanismos de defesa (FUCHS, 2004; NEVES & COLET, 2015). No ambiente hospitalar, principalmente na ala das UTIs, onde são locais críticos para a disseminação de cepas microbianas resistentes, os antimicrobianos são comumente empregados, necessitando de prescrição racional com o mínimo de erros, para aumentar a qualidade e segurança da farmacoterapia prestada aos pacientes o que consequentemente gera a diminuição das taxas de resistências e o aumento da eficácia no tratamento das infecções hospitalares (JHARNA et al., 2012; NEVES & COLET, 2015). Portanto, o presente estudo tem como finalidade fazer uma revisão da literatura sobre as principais interações medicamentosas envolvendo os antibióticos em pacientes internados em UTI. 2 JUSTIFICATIVA Um fármaco aceitável é aquele que alcança o efeito terapêutico esperado sem produzir efeitos adversos graves. Porém, isso não pode ser afirmado definitivamente quando mais de um fármaco é administrado de maneira concomitante, pois sempre há a possibilidade de interação entre eles. Fatores de risco são vistos em várias pesquisas como fundamentais para a ocorrência das IMs e estão diretamente relacionados ao paciente, ao medicamento e a prescrição médica. O aumento do uso irracional e de prescrições inadequadas de antimicrobianos são as principais causas de IM e resistência bacteriana. Portanto, fazer um levantamento dos principais antibióticos e associações é de extrema relevância para os profissionais de saúde e comunidade. Além disso, entre os medicamentos mais prescritos na UTI estão os desta classe, responsáveis por grande parte de reações adversas e interações com outros fármacos, causando problemas aos pacientes e custos ao sistema de saúde. Um estudo desenvolvido por LEITE et al., (2017) com pacientes de um Hospital Universitário em Campina Grande, analisou 60 prescrições e destas levantou-se um total de 770 medicamentos, onde as classes terapêuticas mais prevalentes foram antibióticas, analgésicos, antieméticos, anti-hipertensivos. Das 60 prescrições analisadas, foram prescritos 146 antibióticos, onde foram encontradas 187 ocorrências de IM entre eles. Dados encontrados na literatura revelaram que a incidência de internações hospitalares em decorrência de interações medicamentosas pode chegar a 2,8%. A maior parte das investigações sobre interações medicamentosas foi conduzida em ambiente hospitalar. Por 12 outro lado, no Brasil, há lacunas de conhecimento sobre a ocorrência de interações na atenção primária à saúde. De fato, devido às particularidades desse nível de atenção, onde é habitual que os pacientes manifestem sinais e sintomas precoces das enfermidades, que muitas vezes implicam em condutas e tratamentos empíricos, torna-se relevante a realização de estudos acerca desse tema. Nesse contexto, este trabalho é de extrema importância, pois visa listar os principais antibióticos empregados em UTI e avaliar possíveis IM’s e seus riscos contribuindo assim para o acervo literário. 13 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Avaliar as principais interações medicamentosasenvolvendo os antimicrobianos em UTI. 3.2 Objetivos específicos ➢ Listar os principais antimicrobianos prescritos para pacientes adultos internados em Unidade de Terapia Intensiva e classificá-los quanto a classe farmacológica; ➢ Determinar os principais riscos dos antimicrobianos e suas possíveis interações medicamentosas; ➢ Determinar a intensidade ou gravidade medicamentosas ocorridas em pacientes na UTI. 14 4 METODOLOGIA Este tipo de análise tem como objetivo colocar o pesquisador em contato direto com assuntos que já foram abordados a fim de proporcionar uma nova discussão ou enfoque, podendo a chegar a uma nova conclusão. 4.1. Critérios para seleção 4.1.1. Base de dados Esta pesquisa bibliográfica foi desenvolvida seguindo os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica que será realizada nas bases de dados SCIELO e PUBMED, onde foram selecionados artigos publicados entre 2000 e 2019 escritos em português, espanhol e inglês. 4.2. Critérios de inclusão e exclusão 4.2.1. Inclusão Artigos com levantamentos aprimorados; Trabalhos que apresentem qualidade na sua argumentação; 4.2.2. Exclusão Artigos mal elaborados; De sites sem recomendações seguras; Com poucas descrições bibliográficas. 15 5 REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 Interações Medicamentosas O termo “interações medicamentosas”, vastamente utilizado no ambiente hospitalar, se refere à influência de um fármaco na ação de outro ou de um alimento ou nutriente na ação de medicamentos. Ao longo do processo de desenvolvimento de fármacos, é preciso se prever de alguns efeitos adversos oriundos do uso de medicamentoso de certas substância, no entanto, além de algumas adversidades serem incapazes de se prever, na prática clínica, o conhecimento prévio pode não ser suficiente, uma vez que os pacientes fazem uso de diversos medicamentos, dificultando a previsão da extensão e profundidade de ação de qualquer fármaco (LISBOA, 2000; SEHN et al., 2003; CARNEIRO & COMARELLA, 2015; SANTOS et al., 2017). Atualmente as IM’s tem se estabelecido um importante objeto de estudos, tendo em vista o grande número de medicamentos disponibilizados no mercado e a utilização de vários fármacos tem sido um método muito utilizado no tratamento de alguns pacientes, e que elevam as chances de ocorrência de interações. Diante disso, as IM’s são vistas como um importante tema de saúde, tendo em vista que podem acarretar o insucesso terapêutico mesmo que muitas vezes não mostrar nenhum dano aparente no paciente. Apesar disso, a combinação de fármacos pode ser benéfica, apropriada e suportada por evidência, em diversas situações clínicas (TIRKKONEN & LAINE, 2004; BROEIRO; MAIO; RAMOS, 2008). Apesar de todos os entes submetidos à intervenção farmacológica com a utilização de dois ou mais medicamentos encontrarem-se expostos aos efeitos das interações medicamentosas, um certo grupo são seguramente mais propensos as suas consequências. Dentre estes podem ser apontados os portadores de doenças crônicas como cardiopatias, nefropatias e hepatopatias, pois apresentam alterações no sistema imune ou até mesmo os que são submetidos à terapia com imunossupressores e os idosos, no qual vê-se uma degradação dos sistemas orgânicos, poli medicação, tratamento com tempo prolongado e prática da automedicação (SECOLI, 2001; PIVATTO JUNIOR et al., 2009; MOREIRA et al., 2017). As IM’s podem ter resultados benéficos ou desejáveis, isso quando objetivam tratar doenças simultaneamente, assim reduzindo seus efeitos adversos, ampliar a duração do efeito, impedindo ou retardando o surgimento de resistência bacteriana, como também aumentar a adesão ao tratamento, assim como incrementar a eficácia ou permitir a redução da dose. Em compensação, são as interações indesejáveis que determinam redução do efeito ou resultado contrário ao esperado, aumento na incidência e gama de efeitos adversos e no custo da terapia, 16 sem incrementar o benefício terapêutico (DITADI & COLET, 2010; BALEN et al., 2017). Durante a prática clínica é bastante comum a prescrição de vários medicamentos adjuntos, tendo como objetivo obter resultados favoráveis na farmacoterapia do paciente. Quando este procedimento decorre em uma interação benéfica entre os medicamentos é possível tratar doenças simultaneamente, reduzindo seus efeitos adversos de outros fármacos e otimizar a eficiência terapêutica ou até mesmo reduzir a dosagem administrada (GOMES & REIS, 2011; SILVA, 2012; PEREIRA, 2014). No entanto, podem ocorrer interações entre esses medicamentos que não são desejáveis, pois o seu resultado pode oferecer risco à saúde do paciente, colaborando para o aparecimento de efeitos adversos ou até mesmo causar a perda parcial ou em totalidade do seu efeito terapêutico, em decorrência do antagonismo gerado (GOMES & REIS, 2011; STORPIRTIS et al., 2011; PEREIRA, 2014). As IM’s podem ser: Interações reais, onde e possível ser comprovadas a partir de sinais e sintomas do paciente ou por testes laboratoriais que evidenciem a redução ou aumento do fármaco A devido ao fármaco B. Ou também IM’s potenciais: que representam a possibilidade de um medicamento modificar as consequências farmacológicos de outro medicamento administrado ao mesmo tempo, assim a interação pode ocorrer ou não e dependerá de um conjunto de fatores para que aconteça. Dessa forma, a maioria dos estudos sobre o tema investiga o potencial para uma IM (LIMA, 2007; PEREIRA, 2014). As IM’s podem ser classificadas de acordo com o seu mecanismo de ação: Interações físicas e químicas quando ocorrem no trato digestório posteriormente a administração simultânea de dois fármacos ou entre um fármaco e nutrientes. Quando há o encontro entre estas substâncias pode ocasionar uma interação física, como, o acréscimo de moléculas na estrutura do princípio ativo, ou química, onde normalmente se origina compostos diferentes, ao reagirem entre eles (STORPIRTIS et al., 2011; PEREIRA, 2014). Já as interações farmacodinâmicas estão ligadas a alteração provocada no efeito final do fármaco. Essas interações podem ocorrer tanto por sinergismo quanto por antagonismo, podendo ou não ter como alvo o mesmo sítio de ação. O sinergismo acontece quando um medicamento aumenta o efeito de outro, por consequência de provocar uma maior atração do receptor pela droga ou impedindo que ela seja degradada por enzimas específicas. Já o antagonismo resulta na diminuição do efeito farmacológico, pois o antagonista compete com a droga pelo mesmo receptor e acaba ligando-se a ele, mas sem possuir atividade intrínseca (FUCHS & WANNAMACHER, 2012; PEREIRA, 2014). 17 Interações farmacocinéticas acontecem quando um dos medicamentos é capaz de modificar os processos envolvidos na cinética de outro administrado concomitantemente. Geralmente como resultado desse tipo de interação não se tem o efeito terapêutico esperado, pois pode ocorrer a diminuição do efeito farmacológico no organismo. Este tipo de interação pode ocorrer a nível de absorção, distribuição, biotransformação e excreção, como exemplificado a seguir (STORPIRTIS et al., 2011; PEREIRA, 2014). 5.1.1 Absorção TOZER & ROWLAND (2009) e HIRANO (2011), descrevem a absorção como o procedimento de transferência de um fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea, e seu caminho da substância pelo trato digestório pode acarretar perda, sobretudo pelo efeito de primeira passagem, pois envolve diversos fatores como a decomposição e metabolização enzimática do medicamento no lúmen gastrointestinal ou mesmo pelo metabolismo hepático, antes de sua absorção e ação farmacológica sistêmica. Nos casos em que essa perda é muito extensa observa-se que o medicamento necessita de doses orais bastante superiores às intravenosas paraalcançar o mesmo efeito. Alguns fatores de variabilidade acentuam-se os aspectos fisiológicos como o tempo de esvaziamento gástrico e de trânsito intestinal, pois a presença de alimentos no estômago contribui para o retardo do esvaziamento gástrico, devido aos sinais de retroalimentação duodenal, incluindo principalmente o reflexo enterogástrico e a retroalimentação hormonal atrasando assim a taxa de passagem e ainda pode alterar a biodisponibilidade (B) pela ocorrência de ligações entre o fármaco e os compostos alimentares (AULTON, 1996; MACHERAS & ARGYRAKIS, 1997; HIRANO, 2011). Outras fontes de variações são a extensão da área da superfície de contato, a atividade enzimática e a microbiota presente (ROUGE et al., 1996; HIRANO, 2011). BALIMANE et al., (2000) e HIRANO (2011), afirmam que os medicamentos são transportados para o interior da membrana intestinal por mecanismos ativos, através de transportadores, tanto na forma passiva pelos enterócitos transecular, quanto em suas junções paracelular. Existem diversas famílias de transportadores que levam esses fármacos e que promovem a absorção, entre eles podemos destacar alguns como: os transportadores ABC, compostos pelos grupos MDR, cujos substratos típicos são os compostos hidrofóbicos, agentes antitumorais, digoxina e imunossupressores, e também os responsáveis pelo transporte de ácido 18 monocarboxílico onde agem na permeação de ácido lático e ácido salicílico, os transportadores dos antibióticos β- lactâmicos e os de di e tripeptídeos, assim como também os transportadores de ânions e íons orgânicos que são os que promovem o transporte de nucleosídeos purínicos e pirimidínicos (KATSURA & INUI, 2003; HIRANO, 2011). A passagem feita de forma passiva de substâncias pelas membranas e está diretamente relacionada ao pH, a área superficial onde ocorre o contato, a atividade enzimática, e a microflora presente também e à capacidade de dissociação do fármaco (FERNANDES,1994; HIRANO, 2011). DESESSO & JACOBSON, (2001) e HIRANO (2011), dizem que a extensão e a velocidade de absorção de um medicamento dependem do tamanho das partículas, sendo que esse tipo de transporte e sempre feito passivamente. Quanto aos tipos de formas farmacêuticas sólidas, que são administradas por via oral, as mesmas estão relacionadas diretamente sob a influência da velocidade e extensão de desintegração e dissolução dos compostos para que em seguida possam ser transportadas (AULTON, 1996; HIRANO, 2011). 5.1.2 Distribuição Logo após a absorção, ocorre a distribuição do fármaco, por via da corrente sanguínea em direção a outros tecidos, que são chamados de acordo com a farmacocinética de compartimentos. A rapidez no transporte das substâncias para os demais tecidos varia de acordo com a constante de velocidade de distribuição (Kd) e sofrem interferência de alguns aspectos fisiológicos como a perfusão sanguínea e propriedades da membrana, como também das propriedades físico-químicas do medicamento. Dependendo do grau de afinidade e extensão da ligação de um fármaco com as proteínas plasmáticas o seu acesso a outros locais do organismo será menor (WINTER, 2009; HIRANO, 2011). WINTER (2009) E HIRANO (2011), afirmam que para determinar o método preciso de distribuição de um fármaco deve-se calcular o seu volume aparente de distribuição (Vd) onde é estabelecido como a relação entre a concentração plasmática inicial (C) de uma substância, posteriormente sua distribuição e sua dose total (DOSE) administrada. Se o Vd apresentar alta concentração sanguínea significa que está diluída em função da distribuição do fármaco, possivelmente muito lipossolúvel, para os outros compartimentos. Mas se a substância estiver com Vd baixo a sua quantidade no sangue permanece alta, o fármaco está hidrossolúvel (FERNANDES, 1994; HIRANO, 2011). O valor de Vd, geralmente expresso em litros (L), pode ser calculado a partir da seguinte equação (TOZER & ROWLAND, 2009; 19 HIRANO, 2011): Vd = Dose C De acordo com FERNANDES (1994) e HIRANO (2011), o Vd influencia na determinação do número de compartimentos para o perfil farmacocinético das substâncias. O compartimento central é constituído por órgãos de alta perfusão sanguínea como o coração e os pulmões. De acordo com a disposição de dispersão dos fármacos, onde dependem de certos tipos de fatores, como a lipossolubulidade, tamanho da molécula pKa, assim como também a ligação às proteínas plasmáticas, pois, esses penetrarão nos órgãos de menor perfusão sanguínea como a gordura e os músculos. 5.1.3 Biotransformação A biotransformação de medicamentos ocorre após uma série de transformações bioquímicas, onde tem-se a um conjunto de sequências enzimáticas altamente ordenadas. O destino final de um fármaco quando instalados no organismo depende de diversos fatores, tais como: interação com receptores e organelas celulares, transferência através de membranas plasmáticas, biotransformação e excreção, taxa de absorção, proporção de ligação a proteínas séricas, distribuição para órgãos (THOMPSON E THOMPSON, 1990; TOLEDO FILHO & VIEIRA, 1990; AUDI & PUSSI, 2000). Em cada etapa desses procedimentos ocorrem reações específicas que são catalisadas por enzimas, ao qual sua produção é determinada geneticamente (NORA et al., 1985; KOROLKOVAS E BURCKHALTER, 1988; LEHNINGER et al., 1995; AUDI & PUSSI, 2000). Se houver alguma anomalia genética sobre os genes que são responsáveis pelo controle e produção de enzimas que realizam a biotransformação de medicamentos pode provocar alterações na resposta dos compostos, com isso fazendo que a administração de uma medicação produza respostas inesperadas, determinadas por uma concentração plasmática anormal do fármaco (BEÇAK & FROTA-PESSOA, 1973; BEIGUELMAN, 1983; DE LÚCIA et al., 1988; AUDI & PUSSI, 2000). FROTA-PESSOA E OTTO (1984), MAES et al., (1997), e AUDI & PUSSI (2000), dizem que mudanças genotípicas possibilitam reações que podem ir desde ausência de resposta terapêutica até a toxicidade, e a genética é a base para que se possa analisar as extremas variações observadas na prática clínica do tratamento medicamentoso 20 5.1.4 Excreção É o caminho de um fármaco da circulação sanguínea para o meio externo, sendo então removidos de nosso organismo. Em grande parte das espécies, substâncias com peso molecular (PM) menor que 300 mg/mol são eliminadas através dos rins, geralmente por via filtração glomerular, já para maiores de 600 mg/mol são tipicamente excretadas pela bile. Para fármacos com PM entre 300 e 600 mg/mol, a maneira de eliminação varia entre as espécies, onde são classificadas em três grupos de acordo com a eficiência na excreção biliar (TOUTAIN et al., 2010; HIRANO, 2011). O fármaco deve ser polar para haver a depuração pela bile, ou seja, apresentar secreção ativa e ter peso molecular (PM) superior a 350 g/mol. O medicamento e a bile, são transferidos via ducto biliar para o intestino delgado onde pode ser reabsorvido e concluir o ciclo entero- hepático, porém, se permanecer no ambiente intestinal, será eliminado juntamente com as fezes (TOZER & ROWLAND, 2009; HIRANO, 2011). Os rins representam a principal via de excreção dos fármacos no organismo e os mecanismos envolvidos na eliminação renal são a difusão passiva, a filtração glomerular, assim como a secreção tubular ativa (WINTER, 2009; HIRANO, 2011). As IMs são qualificadas também quanto ao seu significado clínico. Para que uma IM apresente significado clínico relevante é necessário que os resultados de sua ação tenham início rápido, representem risco à vida do paciente, estejam bem documentadas na literatura científica e apresentem alta probabilidade de ocorrerem na prática clínica (TATRO, 2006 apud LIMA, 2007; NOBREGA, 2013). O início de uma determinada IM pode ser: • Rápido: onde o efeito será evidenciado em até 24horas após administração dos fármacos, sendo necessárias ações imediatas para evitar os seus efeitos nocivos. • Retardado: o inicio ocorre após dias ou semanas após a administração dos fármacos e não sendo necessária uma ação corretiva instantaneamente. O tempo de início dos efeitos salutares de uma IM pode ajudar diversos profissionais a motivar a urgência do atendimento e introduzir, quando necessário, medidas preventivas para as consequências dessa IM mantendo a segurança do paciente (OGA; BASILE; CARVALHO, 2002; GUASTALDI, 2006; NOBREGA, 2013). A classificação das interações é de acordo com a gravidade: 21 ➢ Maior: e aquela que poderá causar danos irreversíveis a saúde do paciente, podendo levar até mesmo ao óbito, logo, o risco se tornará maior que o benefício; ➢ Moderada: podendo levar ao agravamento ou não das IMs resultando na variação da clínica do paciente onde será necessária alguma alteração em sua terapia; ➢ Menor: essa já e mais branda, pois, não causa dano algum ao estado clínico do paciente (OLIVEIRA, 2009; DRUGS.COM, 2012; NOBREGA, 2013). As IMs tanto as leves quanto as moderadas podem ser controladas com a redução das doses dos componentes ou seu distanciamento de intervalos em suas administrações. Enquanto que as consideradas graves devem ser evitadas para não colocarem em risco a segurança do paciente (OLIVEIRA, 2009; DRUGS.COM, 2012; NOBREGA, 2013). A maioria das IMs são consideradas em graus de moderados à leve, seguidas pelas interações de maior grau, ademais, elas dependem das condições clinicas do paciente, isto é, uma mesma IM em sujeitos diferentes poderá resultar em níveis de gravidade desiguais (OLIVEIRA, 2009; NOBREGA, 2013). 5.2 Interações medicamentosas em ambiente hospitalar As IMs na área hospitalar e bastante crítica, pois, é onde ocorre uma avalanche de situações, onde geralmente os pacientes recebem uma vasta dosagem de medicamentos e muitas outras que vão interferir na melhoria deste usuário, tendo com isso a duração do mesmo no âmbito hospitalar, dificultando as avaliações médicas. As probabilidades de interações ao nível sistêmico são diversas, felizmente, poucas dessas tem amplitude que venha comprometer a clínica no tratamento. Contudo, uma parte dessas interações que apresentam riscos e ocorrem em circunstâncias clínicas normais devendo ser rigorosamente rastreadas e controladas de forma com o objetivo de evitar danos ao paciente (MOURA; RIBEIRO; MAGALHÃES, 2007; NOBREGA, 2013). A intensidade das IMs em ambientes hospitalares agrava-se mais quando incluímos algumas populações de pacientes, os quais são considerados como grupos de riscos, tais como: idosos, pacientes imunodeprimidos, pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) e os submetidos a procedimentos cirúrgicos, são os mais afetados (LIMA, 2007; NOBREGA, 2013). 5.2.1 Antimicrobianos Esses fármacos estão entre os maiores exemplos dos avanços da medicina moderna. Muitas doenças infecciosas que já foram taxadas como incuráveis e letais são, atualmente, passíveis de tratamento com apenas administração de alguns comprimidos. A atividade 22 específica dos fármacos antimicrobianos decorre de sua seletividade para certos alvos que são exclusivamente dos microrganismos. Dentre esses alvos vale destacar as enzimas que estão envolvidas na síntese das paredes celulares de bactérias e fungos, como nas enzimas que são necessárias para a síntese de nucleotídeos e a replicação do DNA assim como nos mecanismos de replicação dos vírus e os ribossomos bacterianos (KATZUNG, 2006; NOBREGA, 2013). 5.2.2 β- lactâmicos As penicilinas constituem, junto das cefalosporinas, dos monobactâmicos e das carbapenemas, o grupo dos antibióticos b-lactâmicos que estão caracterizado por três aspectos estruturais em comum: estrutura b-lactâmica condensada, carboxila livre e um ou mais grupos amino convenientemente alterados na cadeia lateral (KOROLKOVAS A & BURCKHALTER, 2008; MOURAD, 2012). ALTERTHUM F & TRABULSI (2008) e MOURAD (2012), dizem que as penicilinas são sintetizadas pelos fungos do gênero Penicillium, como as penicilinas G e V, já outras são sintetizadas pelo ácido 6- amino-penicilânico, que primeiramente é produzido pelo fungo e logo depois é modificado. As penicilinas semissintéticas apresentam vantagens sobre os naturais e imediatamente são absorvidas e mais estáveis. Os antibióticos b-lactâmicos agem no nível da parede celular, intervindo na síntese da camada de peptídeoglicanos, na etapa que se passa externamente à membrana citoplasmática na qual estão presentes proteínas fixadoras de penicilinas. Cada uma dessas proteínas tem uma função, que podem funcionar como transglicosidases, transpeptidases e carboxipeptidases. ALTERTHUM F &TRABULSI, (2008) e MOURAD, (2012) afirmam que, os antibióticos b-lactâmicos interferem na síntese do peptídeoglicano através de alguns mecanismos, mas que não são iguais, porém, a existência de vários mecanismos de ação, todos os antibióticos b-lactâmicos impedem a etapa final da síntese da camada de peptídeoglicano, o que quase sempre resulta na morte da bactéria, ainda na fase de divisão. 23 Figura1 - Estrutura dos antibióticos beta-lactâmicos Fonte: Williams, 1999. As antimicrobianas mais comumente prescritas podem ser classificadas como apresentado a seguir: ➢ Penicilinas: São um grupo de mais de cinquenta antibióticos quimicamente relacionados. Todas as penicilinas possuem em comum uma estrutura central contendo um anel β-lactâmico (núcleo), que se diferenciam entre si pelas cadeias laterais ligadas a este. Esta classe de antimicrobianos impede a ligação transversal dos peptidoglicanos, intervindo, nos estágios finais da formação da parede bacteriana (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; NOBREGA, 2013). As Penicilinas podem interagir com alguns medicamentos como: ➢ Anticoagulantes orais – Aumento da metabolização dos anticoagulantes orais, com redução do efeito do anticoagulante; ➢ Antibióticos bacteriostáticos – Inibe a ação bactericida das penicilinas; ➢ Alimentos – Prejudicam a absorção das penicilinas, exceto a amoxicilina; ➢ Antibióticos macrolídeos – Os macrolídeos inibem a ação bactericida das penicilinas; ➢ Tetraciclinas – O efeito bacteriostático próprio das tetraciclinas inibe a lise bacteriana provocada pelas penicilinas. 24 ➢ Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) – Competição dos AINEs e das penicilinas por sítios de união em proteínas plasmáticas, acarretando possivelmente os efeitos tóxicos de ambos os medicamentos (WANNMACHER & FERREIRA, 1999; YAGIELA; NEIDLE; DOWD, 2000; DINIZ et al., 2009). ➢ Cefalosporinas: São mais resistentes que as penicilinas em relação à inativação pelas β-lactamases que são produzidas por algumas bactérias, tanto em estrutura como em função, com as penicilinas, proporcionando, o mesmo mecanismo de ação destas. (HARVEY; CHAMPE; FISHER, 2008; NOBREGA, 2013). Figura 2 - Mecanismo de ação dos ß-Lactâmicos Fonte: Google Já as Cefalosporinas interagindo com alguns medicamentos provocam diferentes tipos de interações, como: ➢ Álcool – Tem reação do tipo dissulfiram; ➢ Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) – Possui efeito inibitório aditivo sobre a coagulação (as cefalosporinas produzem hipoprotrombinemia); ➢ Aminoglicosídeos – Aumenta a probabilidade de acontecer uma neurotoxicidade (VADE MÉCUM 2008/2009; ZANINI, OGA, 1994; ZANINI, OGA, 2002; DINIZ et al., 2009). De acordo com literatura as Cefalospoprinas são descritas por ordem de classificação segundo a sua geração: Cefalosporinas de primeira geração: Composto pelos fármacos cefadroxil, a Cefatrizina e a Cefradina. Desempenham ação contra cocos Gram+ compreendendo estafilococos produtores de ß-lactamases. Já na atividade contra Gram- é restrita, embora muitas estirpes de E. coli, Klebsiellapneumoniae e Proteus spp. sejam propensos. Não proporcionam efeito terapêutico contra Enterococos, Estafilococos resistentes à meticilina e P. aeruginosa. A cefatrizina não é degradada pela penicilase, uma vantagem em relação á restante das subclasses. 25 São indicados para o tratamento de infeções urinárias, faringites, sinusites, infeções respiratórias, amigdalites e infecções da pele, provocadas por estas bactérias (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). Cefalosporinas de segunda geração: Possuem um espectro de ação mais dilatado que as cefalosporinas de 1ª geração em relação as bactérias Gram-, com exceção do cefaclor, são ativas contra a maioria das estirpes de Haemophilus influenzae incluindo as estirpes resistentes à ampicilina, Bacteroides fragilis e Neisseria gonorrhoeae (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). Segundo INFARMED (2012) e CASTANHEIRA (2013), as cefalosporinas de 2ª geração, também não apresentam cobertura sobre P. aeruginosa, Enterococos e Estafilococos resistentes à meticilina. Estão representados pelos fármacos Cefaclor, Cefeprozil, Cefonicida, Cefoxitina, Cefuroxima estão indicados para infecções do trato respiratório, urinário e infecções da pele. Cefalosporinas de terceira geração: São constituídos pelas Citrobacter, Enterobacter, E. coli, Klebsiella, Proteus, Morganella e Serratia, e são eficazes contra estirpes Gram- e também são multirresistentes, além de cobrir todo o espectro bacteriano das primeiras gerações. Porém, como as gerações de antes não é ativa em Enterococos e Estafilococos que são resistentes à meticilina (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). Fazem parte desta subclasse, as Cefditoreno, Cefetamet, Cefodizima sódica, Cefotaxima, Ceftazidima, Ceftriaxona, Cefixima, sendo esta última com a vantagem de não ser degradada pelas enzimas ß-lactamases (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). Geralmente utilizadas no tratamento de infecções graves nosocomiais, meningites bacterianas por Gram-, infecções respiratórias e urinárias. (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). Cefalosporinas de quarta geração: A última desenvolvida e representado por um único tipo a cefepime, caracterizando um espectro sobre Gram- mais alargado que as demais subclasses atuando ainda sobre P. aeruginosa e algumas Enterobactereaceae que são na maioria das vezes resistentes às cefalosporinas de 3ª geração. Contudo, também não é ativa contra Enterococos e Estafilococos resistentes à meticilina (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). O principal benefício sobre toda classe é oferecer alta resistência à maioria das ß- lactamases (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). Sua orientação terapêutica é indicada para o tratamento de infecções nosocomiais graves (INFARMED, 2012; CASTANHEIRA, 2013). 26 As cefalosporinas de terceira geração, conseguem atravessar as meninges quando inflamadas, esse fármaco faz parte do esquema empírico usado em pacientes neutropênicos febris, recomendada o seu uso em dose máxima com três vezes ao dia. ➢ Carbapenêmicos: são as classes de β-lactâmicos que trocam um átomo de carbono por um enxofre e adicionam uma ligação dupla ao núcleo da penicilina. Esses antimicrobianos possuem amplo espectro de ação e agem inibindo a síntese da parede celular bacteriana (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; LIMA, 2015). ➢ Tetraciclinas: São um grupo de antibióticos produzidos por Streptomycesspp. Estreitamente relacionados e de amplo espectro de atividade que impedem a síntese proteica ao inibir os ribossomos bacterianos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; HARVEY; CHAMPE; FISHER, 2008; NOBREGA, 2013). ➢ Aminoglicosídeos: Bactericidas que bloqueiam a síntese proteica, apresentando provavelmente o mecanismo de ação entre todos os antimicrobianos anti-ribossômicos mais complexo (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; SCHAECHTER et al., 2002; NOBREGA, 2013). ➢ Macrolídeos: Apresentam estrutura de lactonamacrocíclica e sua ação é feita via inibição da síntese proteica através da ligação irreversível ao ribossomo da bactéria. São considerados bacteriostáticos, podendo ser bactericidas em doses mais altas (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; HARVEY; CHAMPE; FISHER, 2008; NOBREGA, 2013). ➢ Fluoroquinolonas: Todas são fluoroquinolonas e inibem a replicação do DNA bacteriano por influência com a atividade da DNA-girase durante os desenvolvimentos e a reprodução bacteriana (HARVEY; CHAMPE; FISHER, 2008; NOBREGA, 2013). ➢ Glicopeptídeos: Seu principal representante é a vancomicina que bloqueia a síntese da parede celular bacteriana, como também a polimerização do peptidoglicanos em um sítio antecedente àquele que foi inibido pelos antimicrobianos β-lactâmicos. É usualmente reservado para usuários hospitalizados, pois, muitos deles apresentam infecções adquiridas no próprio ambiente hospitalar e pelo fato desse antibiótico ser administrado por via intravenosa (HARVEY; CHAMPE; FISHER, 2008; SCHAECHTER et al., 2002; NOBREGA, 2013). ➢ Oxazolidinonas: Classe desenvolvida em decorrência à resistência à vancomicina. Agindo no ribossomo bacteriano, onde inibe a síntese proteica e são inteiramente sintéticos, o que pode tornar o desenvolvimento de resistência mais lento (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; NOBREGA, 2013). 27 ➢ Sulfonamidas: Também conhecidas como sulfas, estes fármacos estão entre as primeiras drogas antimicrobianas sintéticas usadas para tratar doenças de origem microbiana. Devido a evolução dos antimicrobianos, mesmo com sua importância sendo diminuída, as sulfonamidas ainda hoje continuam sendo utilizadas no tratamento de algumas infecções do trato urinário e além de possuirem outros usos especializados (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005; NOBREGA, 2013). Figura 3 - Locais de ação dos antimicrobianos. Os mecanismos de ação envolvem cinco diferentes modos: inibição de síntese de parede celular; dano à membrana plasmática; modificação do ácido nucléico/síntese de DNA; modificação da síntese ribossômica de proteínas; modificação do metabolismo de energia no ciclo dos folatos. Fonte: Brody et al., 2006. 5.3 Unidade de Terapia Intensiva CHAVAGLIA et al., (2011) e CORTES (2016), descrevem que as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), em conjunto com o Centro de Terapia intensiva (CTI), constituem setores complexos que tem a finalidade para o atendimento de pacientes graves, com espaço físico peculiar e instrumentos tecnológicos avançados. É um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes graves ou de risco que precisam tanto de uma assistência médica quanto de enfermagem ininterruptas, além de equipamento e recursos humanos particularizados (BRASIL, 1998; CORTES 2016). Pacientes em UTI, a infusão contínua de fármacos vasoativos e a administração interrupta de outros como: antimicrobianos, analgésicos, ansiolíticos e antieméticos, são comuns e imprescindíveis. Em compensação, são fatores para potenciais ocorrências de IM, sobretudo quando se tratar de cuidados em relação à compatibilidade entre os medicamentos e os intervalos entre eles não são considerados. Muitas vezes os casos, de interações são inevitáveis, 28 devendo ser avaliadas à luz da classe terapêutica, até mesmo para a escolha apropriada de agentes que venham interfir menos um com o outro e da relação risco/benefício (ROCHA, 2011; NOBREGA, 2013). As admissões em UTI variam, e geralmente são pacientes que apresentam comprometimento parcial ou falência de um ou mais sistemas do organismo, ocasionado por doenças, intoxicações ou traumatismos (ORLANDO, 2002; LUCE, 2005; PEREIRA, 2014). Os pacientes recebidos na UTI, podem ter sido trazidos de outros setores mesmo de dentro do próprio hospital, como do centro cirúrgico e atendimento de clínica e até mesmo provenientes de serviços de emergência (LUCE, 2005; PEREIRA, 2014). Dessa forma, a realização de estudos e avaliações quanto as IM em ambiente hospitalar devem ter aatenção concentrada nas interações de importância clínica, sendo, capazes de desencadear toxicidade ou perda do efeito terapêutico. De acordo com a literatura estes casos apresentam cerca de 10% a 15% do total de interações (MOURA; RIBEIRO; MAGALHÃES, 2007; NOBREGA, 2013). 29 6 RESULTADOS Após o levantamento bibliográfico realizado em 10 artigos sobre a principais interações medicamentosas envolvendo os antibacterianos em UTI, constatou-se que os medicamentos mais utilizados são: Amicacina (AMI) e o Cefepime (CPM) citadas em sete artigos, Piperacilina + tazobactam (PIT) em seis artigos , ciprofloxacina (CIP) e gentamicina (GEN) citada em cinco artigos, vancomicina (VAN), meropenem (MPM), ampicilina (AMP), ceftriaxona (CRO), linezolida e a sulfametoxazol + trimetoprima ( SUT) em quatro artigos, Imipenem (IPM) em três artigos, levofloxacina (LEV) em dois artigos e polimixina B (POL) e azitromicina (AZI) em um artigo. Na figura 1, estão representados os principais medicamentos encontrados nesta pesquisa bibliográfica. Figura 4 – Principais medicamentos prescritos em UTI encontrados nos artigos analisados. Fonte: O autor Além da identificação dos antibacterianos mais utilizados em UTI, seguimos na pesquisa e classificamos os antibacterianos quanto a sua classe farmacológica. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 ci ta çõ es 30 Quadro 1: Classificação farmacológica dos antibacterianos encontrados nos 10 artigos estudados. Classe Medicamentos Mecanismo de ação Sulfonamidas Sulfametoxazol+trimetr opima Síntese ou ação do folato bacteriano β – lactâmicos Ampicilina Piperacilina Cefalosporinas – ceftriaxona Carbapenemos – impenem, meropenem Síntese da parede bacteriana do peptidoglicano Glicopeptídeos Vancomicina Síntese da parede bacteriana do peptidoglicano Polimixinas Polimoxina B Estrutura da membrana externa bacteriana Aminoglicoside os Amicacina, gentamicina Síntese proteica bacteriana (inibição de muitos mecanismos, incluindo iniciação, transpeptidação e translocação Macrolideos Azitromicina Síntese proteica bacteriana (inibição de muitos mecanismos, incluindo iniciação, transpeptidação e translocação) Oxazolidinonas Linezolida Síntese proteica bacteriana (inibição de muitos mecanismos, incluindo iniciação, transpeptidação e translocação) Quinolonas Ciprofloxacina, Levofloxacina Síntese proteica bacteriana (inibição de muitos mecanismos, incluindo iniciação, transpeptidação e translocação) 31 Dentre as principais interações antibacterianas avaliadas nesta analise bibliográfica estão as classes de: Vancomicina x Cefepima; Amicacina x Cefazolina; Gentamicina x Ampicilina; Ampicilina x Amicacina; Polimixina B x Amicacina; Vancomicina x Amicacina. Sendo Amicacina a mais recorrente perante as demais, com frequência de uma interação encontrada entre antibacterianos por artigo, sendo o efeito nefrotóxico o mais recorrente e o tipo de interação farmacocinética a mais ocasionada por promover influencias significativas sobre a terapêutica. Tabela 1 - Principais interações antibacterianas encontradas nos artigos em pesquisa. Fármacos Frequência Efeito Vancomicina x Cefepima 1 Risco de nefrotoxicidade Amicacina x Cefazolina 1 Risco de nefrotoxicidade Gentamicina x ampicilina 1 Diminuição da eficácia da gentamicina Ampicilina x Amicacina 1 Efeito ototóxico Polimixina B x Amicacina 1 ↑ risco de parada respiratória e disfunção renal Vancomicina x Amicacina 1 Risco de nefrotoxicidade ↑ efeitos adversos da vancomicina Fonte: O autor Também avaliamos neste estudo a severidade das interações medicamentosas quanto a gravidade entre fármacos prescritos em UTI, onde 57% das interações foram moderadas, 29% foram de gravidade maior e 14% de gravidade menor. Quadro - 2 Analise medicamentosa com relação a gravidade das interações ocorrida em pacientes na UTI. IM GRAVIDADE ARTIGOS ENCONTRADOS GRAVIDADE Vancomicina x Cefepime 1 Menor Amicacina x Ceftriaxona 1 Moderada 32 Gentamicina x Ampicilina 1 Moderada Ampicilina x Amicacina 1 Maior Polimixina B x Amicacina 1 Maior Vancomicina x Amicacina 1 Moderado Polimixina x Vacomicina 1 Moderado Fonte: o autor Figura 5 - Gravidade das IMs Fonte: o autor 33 7 DISCUSSÃO Segundo SCRIGNOLI et al., (2016) interação medicamentosa (IM) é definida como a combinação de dois ou mais medicamentos de forma que a segurança ou a eficácia de um fármaco é significativamente alterada pela presença de outro. Nas UTIs, a grande maioria dos pacientes é submetida a múltiplos medicamentos, o que aumenta o risco de interações medicamentosas, de consequências graves para o paciente. Assim, se faz necessário escolher agentes antibacterianos, que maximizem a atividade antibacteriana e minimize o risco potencial de interações e seus efeitos colaterais (NEVES & COLET, 2016). Após o levantamento dos fármacos utilizados em UTI, demonstrou-se que dentro de quinze fármacos identificados, três fármacos estão entre os principais prescritos aos pacientes em UTI, que são: Amicacina, Cefepime e Piperaciclina + Tazobactam. Esses dados estão de acordo com Nobrega e colaboradores (2012), onde descreveram um perfil de utilização dos antibacterianos similar ao nosso estudo, e apontou entre os fármacos mais consumidos os aminoglicosídeos (amicacina), cefalosporinas (cefepime) e penicilinas (associações), vale ressaltar que, os antibacterianos representam a classe de medicamento mais prescrita nos hospitais devido à sua ação de destruição das bactérias sendo a principal finalidade do uso desses fármacos o de prevenir ou tratar uma infecção, diminuindo ou eliminando os organismos patógenos, imunizando os germes da microbiota normal, sendo necessário conhecer os germes responsáveis pelo tipo de infecção a ser tratada (PEREIRA et al., 2018). Os aminoglicosídeos mostram-se efetivos contra muitos microrganismos Gram- negativos e alguns Gram-positivos. São amplamente utilizados contra microrganismos entéricos Gram-negativos e septicemia. A amicacina tem um espectro antimicrobiano mais amplo e pode ser eficaz em infecções por microrganismos resistentes à gentamicina e à tobramicina (RANG & DALE, 2016). Amicacina exercendo seu efeito bactericida ao se ligarem ao ribossomo bacteriano. Desta forma, é necessário que penetrem no interior da célula bacteriana para que possam agir. Isto ocorre por meio da interação do aminoglicosídeo com a superfície celular, o seu transporte por meio da membrana e, finalmente, o acoplamento com o ribossomo (OLIVEIRA et al., 2006). Com relação aos aspectos farmacocinéticos os aminoglicosídeos são de natureza polar, são pouco absorvidos pelo trato gastrintestinal, sendo que menos de1% da dose é absorvida após administração oral ou retal. A principal via de administração é, portanto, parenteral, com a droga atingindo concentração plasmática máxima depois de 30-90 minutos após aplicação 34 intramuscular e 30 minutos após administração intravenosa (OLIVEIRA et al., 2006). As concentrações séricas dos aminoglicosídeos devem ser monitorados em UTI pois as doses terapêuticas estão próximas das doses tóxicas, apresentam baixo índice terapêutico, podendo causar reações adversas graves como: nefrotoxicidade, ototoxicidade e bloqueio neuromuscular (OLIVEIRA et al., 2006). Outro antibiótico prescrito em UTI é a cefepime, uma cefalosporina de quarta geração, com amplo espectro de ação e largamente utilizado no tratamento de infecções graves em ambientes hospitalares. O registro de segurança deste fármaco é considerado favorável. Porém seu uso deve ser com cautela devido a encefalopatia grave induzida pelo medicamento (BRAGATTI et al., 2004). Esse medicamentomostra-se eficaz contra microrganismos hospitalares isolados das espécies Enterobacter, Citrobactere Serratia, em comparação com a ceftazidima e a piperacilina. As reações de hipersensibilidade às cefalosporinas são os efeitos colaterais mais comuns e não há evidências de que qualquer cefalosporina em particular tenha mais ou menos tendência a causar esse tipo de sensibilização, tais como: anafilaxia, broncoespasmo e urticária. (GOODMAN & GILMAN, 2014). Já a piperacilina+tazobactam é indicada principalmente nas infecções hospitalares respiratórias, urinárias, intra-abdominais cirúrgicas, celulites e abcessos causadas por espécies resistentes aos antibióticos betalactâmicos, como P.aeruginosa, Acinetobacter, Proteus, E. coli, outros Gram-negativos e anaeróbios; possui, portanto, bom potencial como monoterapia no tratamento de infecções polimicrobianas (NEVES & COLET, 2015). A associação dos antibióticos Piperacilina (é uma penicilina semissintética) e tazobactam (é um potente inibidor de muitas β-lactamases), apresenta um amplo espectro de atividade antibacteriana incluindo bactérias gram-positivas e negativas, tanto aeróbica quanto anaeróbicas. A piperacilina + tazobactam tem um excelente nível de segurança e tolerabilidade e, devido ao seu amplo espectro, é uma opção confiável para o tratamento empírico de infecções moderadas a grave em pacientes hospitalizados em Unidade Tratamento Intensivo (UTI). Seus eventos adversos mais frequentes são sintomas gastrointestinais (mais comumente diarreia) e reações cutâneas (NEVES & COLET, 2015). PEREIRA e colaboradores (2018) relatam que as potenciais interações medicamentosas podem causar resultados positivos (aumento da efetividade), entretanto, na maioria das vezes, os efeitos obtidos são negativos (diminuição da efetividade e toxicidade). Observamos neste trabalho que as interações medicamentosas ocorridas em UTI, entre: vancomicina + cefepime, amicacina + cefazolina e vancomicina + amicacina pode causar como efeito colateral a 35 nefrotoxicidade, que pode ocorrer em até 20% dos pacientes. Vale ressaltar que em pacientes internados em UTI, a incidência pode chegar até 76%, dependendo do critério utilizado para diagnóstico de nefrotoxicidade pelo aminoglicosídeo (OLIVEIRA et al., 2006). Essa toxicidade consiste em lesões nos túbulos renais e pode ser necessária a realização de diálise, embora a função renal seja recuperada depois de cessar sua administração. É mais provável que ocorra em pacientes com doenças renais preexistentes ou em condições em que o volume de urina esteja diminuído e o uso concomitante de outros agentes nefrotóxicos aumente o risco (p. ex., vancomicina). Uma vez que a eliminação se dá praticamente por via renal, essa ação nefrotóxica pode comprometer a própria excreção e, assim, desenvolver um ciclo vicioso. Outro efeito negativo é ototoxicidade de aminoglicosídeo que segundo SPINOSA (2006), é o dano causado pela atuação química dos antibióticos aminoglicosídeos sobre o VIII par de nervos cranianos (nervo vestibulococlear ou estatoacústico), causando alterações no equilíbrio (ramo vestibular) ou de audição (ramo coclear). Além demonstrar as principais interações e seus riscos, avaliamos também a gravidade causada pelos potenciais IMs e a gravidade moderada apresentou 50% das interações observadas. A gravidade moderada é considerada uma interação que pode piorar o quadro clínico do paciente, sendo necessária a alteração da terapia (NETO et al., 2017). Diante disso, quando indispensável associação medicamentosa de antibióticos que possam interagir, deve-se analisar possíveis efeitos da IM e monitorar o paciente submetido a terapia. 36 8 CONCLUSÃO Após análise dos dados obteve-se os seguintes resultados ● Os principais antibacterianos mais prescritas em UTI e encontradas na análise bibliográfica são Amicacina (AMI) , Cefepime (CPM) , Piperacilina + tazobactam(PIT) , ciprofloxacina (CIP) , gentamicina (GEN) , vancomicina (VAN), meropenem (MPM), ampicilina (AMP), ceftriaxona (CRO), linezolida , sulfametoxazol + trimetoprima ( SUT) , Imipenem (IPM) , levofloxacina (LEV) , polimixina B (POL) e azitromicina (AZI). ● O fármaco mais prescrito foi a amicacina da classe dos aminoglicosídeos e a Cefepima da classe dos β - lactâmicos. ● Quanto a severidade das interações a de gravidade moderada teve 50% de prevalência em relação a de gravidade maior e menor. ● A associação de fármacos pode produzir efeitos tantos positivos, como a melhora do paciente, assim como efeitos negativos como nefrotoxicidade e ototoxicidade. 37 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA SM, GAMA CS, AKAMINE N. 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