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PSICANÁLISE PSICANÁLISE • Teoria científica • Método de investigação • Prática profissional – análise SIGMUND FREUD • Nasceu na Morávia, em 1856, e morreu em Londres, em 1939 • Médico • Judeu • Parcerias: • Jean Charcot • Josef Breuer • Obras completas: 24 volumes • Seguidores: • Carl Gustav Jung, Karl Abraham, Alfred Adler entre outros SURGIMENTO DA PSICANÁLISE • Origem • Tratamento das histerias com hipnose – Charcot • Método catártico – Breuer • Psicanálise • Descoberta do inconsciente • Qual seria a causa de os pacientes esquecerem tantos fatos de sua vida? • Resistência: força psíquica que se opõe a tornar consciente um pensamento • Repressão ou recalque: processo psíquico que visa encobrir uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes conteúdos localizam-se no inconsciente ALGUNS CONCEITOS • Realidade psíquica • O funcionamento psíquico é concebido a partir de três perspectivas: • Econômico • Tópico • Dinâmico • Pulsão: estado de tensão que busca, por meio de um objeto, a supressão desse estado • Eros: pulsão de vida (pulsões sexuais e de as de autoconservação) • Tânatos: pulsão de morte (autodestrutiva, agressiva ou destrutiva) • Sintoma: produção resultante de um conflito psíquico entre os desejos e os mecanismos de defesa 1ª TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO (1900) • Três sistemas ou instâncias psíquicas • Inconsciente • Pré-consciente • Consciente 2ª TEORIA DO APARELHO PSÍQUICO (1920- 1923) • Três sistemas da personalidade ▪ ID ➢ Reservatório de energia onde se localizam as pulsões determinantes de desejos e necessidades que não reconhecem normas sociais e que buscam a satisfação ➢ Regido pelo princípio do prazer ▪ EGO ➢ Estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as “ordens” do superego ➢ Regido pelo princípio da realidade ➢ Funções básicas: percepção, memória sentimentos, pensamentos ▪ SUPEREGO ➢ Origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites, da autoridade ➢ Função: moral, ideais ➢ Conteúdos: exigências sociais e culturais ➢ Sentimento de culpa APARELHO PSÍQUICO DINÂMICA DA PERSONALIDADE • Pulsões determinantes de desejos, originárias do Id, devem chegar ao nível do Ego para que este possa buscar ações para satisfazer às necessidades impostas • Entretanto, há muitos desejos que são impedidos de chegar ao nível do Ego devido à censura imposta pelo Superego, que atua como um protetor do Ego • Sem a ação do Superego as pulsões tornariam insuportável a vida do indivíduo em sociedade – mal-estar • Dessa forma se constitui uma região da personalidade habitada por pulsões reprimidas (recalcadas), o INCONSCIENTE FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE • Os conteúdos reprimidos não ficam definitivamente soterrados • As pulsões continuam a pressionar o superego para chegar ao nível consciente • Nesse processo emergem fenômenos psíquicos (formações do inconsciente) como os sonhos, os atos falhos, o lapso, o chiste e os sintomas • As formações do inconsciente são o resultado da luta entre o id e o superego • Por ex.: sonhar é a realização de um desejo inconsciente, realização imperfeita e incompleta pois a ação do superego impede que as imagens oníricas explicitem com clareza o desejo inconsciente ESTRUTURAS CLÍNICAS • NEUROSE • Aceita a lei e busca viver em conformidade com ela • Sentimento de culpa • Fantasia • PSICOSE • Recusa ao simbólico • Cria mundo particular • Delírio, alucinação • PERVERSÃO • Recusa a lei e a contesta • Não sente culpa ORIGEM DAS NEUROSES • O sintoma neurótico, assim como as demais formações do inconsciente, é o resultado visível de desejos que, recalcados pelo superego, tornam-se inconscientes e procuram uma “válvula de escape” para ascenderem ao plano consciente • O neurótico percebe que há algo errado com ele - angústia indefinida, pensamento ou ato recorrente - mas não sabe a causa dos sintomas, pois esta encontra-se no inconsciente • Segundo Freud, a neurose teria uma etiologia sexual • Na vida infantil estariam as experiências de caráter traumático, reprimidas, que se configurariam como origem dos sintomas SEXUALIDADE • A função sexual existe desde o princípio da vida • O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar a fase adulta, quando as funções de reprodução e de obtenção de prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher • A libido é a energia dos “instintos sexuais” AS FASES DE ORGANIZAÇÃO DA LIBIDO OU DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL • A libido se organiza em fases pré-genitais (autoeróticas) e genital • Fase Oral • Fase Anal • Fase Fálica • Fase Genital • Entre as fases fálica e genital a libido entra em período de latência FASE ORAL • Duração: aproximadamente o primeiro ano de vida ou 1 ano e meio • Zona erógena: boca e sua extensão • Objeto: seios ou seus substitutos • Objetivo: incorporação do objeto FASE ANAL • Duração: aproximadamente 1 ano e meio • Zona erógena: ânus • Prazer e desprazer está associado à expulsão ou retenção das fezes • Educação esfincteriana (desfralde) • Ao conseguir controlar seus esfíncteres a criança tem a sensação de poder controlar seus impulsos/pulsões FASE FÁLICA • Inicia-se por volta dos 3 ou 4 anos de idade • Zonas erógenas: órgãos genitais • Ponto culminante e declínio do complexo de Édipo • Menino: interesse narcísico pelo próprio pênis • Menina: descoberta da ausência de pênis COMPLEXO DE ÉDIPO • Relação triangular amorosa entre pai, mãe e filho • Objeto: o progenitor do sexo oposto • Impulsos de rivalidade e ciúme do progenitor do mesmo sexo • O nome dado ao complexo inspira-se na tragédia grega Édipo – rei, escrita por Sófocles COMPLEXO DE ÉDIPO - MENINO • Forte ligação afetiva com a mãe, fantasia retribuir o afeto que ela lhe dedica usando o instrumento pelo qual ele próprio obtém prazer - seu pênis (superego ainda não internalizou os escrúpulos do incesto) • Pai: obstáculo entre o menino e a mãe • Desenvolve sentimento de ódio em relação ao pai, mas também não deixa de amá- lo • Teme o pai ao sentir que este poderá castigá-lo como retribuição pelos sentimentos negativos que lhe são dirigidos • O castigo fantasiado viria sob a forma da castração • Angústia de castração e ambiguidade de sentimentos (ama e odeia o pai) COMPLEXO DE ÉDIPO - MENINO • Superação do complexo de Édipo • Intensificação do amor que se dá com a identificação do menino com o pai • Livra-se da angústia de castração e da insuportável ambiguidade de sentimentos - amor e ódio - relacionados ao pai • O temor à castração é denominado de complexo de castração • Sistema inconsciente de emoções relacionadas ao valor simbólico do falo COMPLEXO DE ÉDIPO - MENINA • A menina descobre no decorrer de seu desenvolvimento que o menino possui pênis e ela não, o qual não lhe foi dado pela mãe • A inveja do pênis na menina corresponde ao complexo de castração no menino • A menina sente-se prejudicada por não possuir um pênis, buscando compensar essa falta no desejo pelo pênis paterno FASE FÁLICA – COMPLEXO DE ÉDIPO • Menina e menino identificam-se com pessoas de seu mesmo sexo, abrindo a possibilidade de desempenharem papéis sexuais propostos pela sociedade • São reprimidos todos os sentimentos desconfortáveis experienciados e todas as vivências libidinais infantis - recalcados no inconsciente • Momento decisivo de constituição do superego • Para a Psicanálise, a estrutura básica de personalidade forma-se no fim da fase fálica PERÍODO DE LATÊNCIA • Libido dirigida a atividades que vinculam o corpo e a mente da criança ao ambiente que a cerca • Mecanismo da sublimação: deslocamento da libido para fins socialmente aceitos FASE GENITAL • Primado da zona genital na obtenção do prazer • Objeto sexual não está mais no próprio corpo, mas num objeto externo ao indivíduo • Objetivo: descarga dos produtossexuais • O adolescente estabelece uma relação de amor mais altruísta, que tem como objetivo a felicidade do objeto amado e, simultaneamente, a sua própria MECANISMOS DE DEFESA • Mecanismos usados pelo sujeito para deformar a realidade, evitando o “desprazer” • São realizados pelo ego e são inconscientes • Recalque • Formação reativa • Regressão • Projeção • Racionalização PSCIANÁLISE: APLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS • Característica do trabalho psicanalítico: o deciframento do inconsciente e a integração de seus conteúdos na consciência • Finalidade: autoconhecimento • Possibilita lidar com o sofrimento, criar mecanismos de superação das dificuldade e dos conflitos em direção a uma produção humana mais autônoma, criativa e gratificante de indivíduos, grupos, instituições, coletividades • Contribuições da Psicanálise • Área da saúde mental • Área da educação • Área social IMPLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A EDUCAÇÃO • Sob a perspectiva da Psicanálise, uma das tarefas atribuídas à educação - contribuir para a formação da personalidade do aluno - deve ser relativizada pois essa constituição se dá na primeira infância • Psicanálise fornece ao professor um quadro de referências sobre a vida psíquica da criança e do adolescente • Importância do mestre como modelo e possibilitador de diálogo • Todas as relações pessoais são permeadas por emanações pulsionais, inclusive a relação entre professor e aluno • O conhecimento está sempre permeado pelo desejo • Se os fenômenos relativos ao processo ensino-aprendizagem tem componentes inscritos no plano intelectual, possuem também uma carga emocional, em grande parte inconsciente. E isso tem a ver tanto com o universo psíquico do professor, detentor e transmissor dos saberes formalizados, quanto com o do aluno, para quem esses saberes são destinados • Os fenômenos educativos são muito mais humanos do que técnicos • Perspectiva abre um caminho diferente e frutífero para os professores, o caminho da vivência humanizadora, da compreensão do outro e de si próprio • Conceito de sublimação – canalização da energia sexual para atividades socialmente aceitas • Todavia a teoria psicanalítica não explica como controlar este processo, o que segundo alguns críticos seria o que interessaria à escola CRÍTICA À PSICANÁLISE • A transposição da psicanálise para a educação pode abrir caminho para a irracionalidade, para conteúdos não escolares, para psicologizar a escola, isto é, para relegar a segundo plano o papel político e social do educador
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