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AULA 6 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING Profª Bárbara Regina Lopes da Costa 02 CONVERSA INICIAL A logística adquiriu maior importância no contexto empresarial a partir da década de 1950, quando a expansão dos mercados consumidores promoveu maior preocupação com a distribuição física de bens – antes, as atividades inerentes à logística estavam fragmentadas sob a responsabilidade de diversos departamentos dentro das empresas (Ballou, 1993). Dentre as diversas atividades inerentes à área de logística, o foco deste estudo será nos canais de marketing. Para Kotler e Keller (2012), as decisões referentes aos canais de marketing estão entre as mais críticas com que as gerências precisam lidar, pois os canais não devem apenas servir aos mercados, mas também criar mercados. Dos 4 Ps do mix de marketing, o P de praça/distribuição, normalmente, tem vida longa, enquanto os outros Ps podem sofrer ajustes e ser reorientados mais facilmente. Por isso, conhecer bem os canais é imprescindível para obter sucesso nas estratégias de marketing. É preciso conhecer: Todos os canais de marketing existentes e suas devidas amplitudes geográficas; Todos os intermediários atuantes no mercado; Os intermediários envolvidos/utilizados; Os canais de distribuição utilizados e a dimensão geográfica atingida; As margens praticadas por cada canal; Todos os pontos de venda existentes; A gama de serviços oferecidos em cada canal; Os pontos de venda utilizados. CONTEXTUALIZANDO Segundo o IDEC (2016), comprar pela internet tem suas vantagens, mas também envolve riscos. Um deles é o atraso na entrega do produto. Normalmente, as lojas enviam um e-mail com os principais dados da compra, inclusive o prazo de entrega (em geral, o período indicado nos sites trata- se de dias úteis), mas o consumidor pode tomar cuidado redobrado e tirar um print screen da página, salvando o arquivo em seu computador ou celular, por exemplo, http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/vai-fazer-compras-pela-internet-veja-dicas-para-fugir-do-mau-negocio 03 ou imprimi-la. Outra dica é checar se há muitas reclamações contra a loja nos órgãos de proteção ao consumidor e sites de reclamação sobre atraso na entrega. Se, apesar de todos os cuidados, o produto não for entregue no prazo estipulado, é recomendável que o consumidor entre em contato com a loja o quanto antes para comunicar o problema e cobrar providências. O atraso na entrega caracteriza descumprimento de oferta, de acordo com o art. 35 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Nesse caso: I. O consumidor pode exigir o cumprimento forçado da entrega. II. O cliente que não receber o produto comprado no site tem direito à devolução do valor pago, inclusive o frete. III. O consumidor pode exigir outro produto equivalente. IV. A empresa vendedora não pode ser responsabilizada por atrasos originados pela transportadora na entrega (Idec, 2011). TEMA 1 – DA LOCALIZAÇÃO À LOGÍSTICA Quando uma empresa decide se estabelecer em um determinado local ou mudar para outra localidade, o ideal é pesquisar a localização, ou seja, a sua posição geográfica com base na cadeia de suprimentos e mensurar os aspectos presentes na figura a seguir: Figura 1 – Elementos a serem analisados para a localização de um negócio 04 Após considerar todos esses dados e as estratégias empresariais, descritas no planejamento estratégico, a decisão da localização da empresa ou de parte (administrativo, produção, armazenagem e central de distribuição ou filiais) terá mais probabilidade de acertos, podendo mitigar custos e elevar o nível de serviços aos clientes. A análise logística da localização também deve considerar, além de todos os itens já descritos, o modo mais ágil, eficiente e seguro do recebimento de insumos e da distribuição de produtos/serviços, a fim de promover confiança aos clientes e valorização da empresa, das marcas, dos produtos e/ou serviços. Saiba mais Observe que a localização de uma empresa pode promover maior visibilidade e fixação da marca. O complexo da multinacional Mahle, às margens das rodovias dos Bandeirantes e da Anhanguera, em Jundiaí, SP, abriga o Centro Tecnológico de Pesquisas e Desenvolvimento de peças e equipamentos para a área automotiva. O terreno foi escolhido para garantir boa visibilidade à Mahle. “O conceito de ocupação mínima guiou a implantação do complexo no terreno, que segue a topografia da montanha, e desce escalonado na forma de três anéis concêntricos”. Apesar da mínima interferência no terreno, os objetivos da empresa foram atingidos: “o conjunto da Mahle pode ser avistado de longe, como um volume branco único que abraça a montanha em um movimento preciso” (Sayegh, 2009). Costa, Jensen, Schneider (2010), ao estudarem a localização de estabelecimentos varejistas, apontam que é preciso conhecer muito bem a movimentação local; o horário de funcionamento/movimento; o perfil dos frequentadores; os motivos que trazem as pessoas até o local; quem somente passa pelo local e não frequenta; quem serão os vizinhos (pessoa física e pessoa jurídica – são concorrentes? Quem são seus clientes?). O histórico do local é bastante relevante, pois podemos nos deparar com um lugar que parece ser adequado, mas, quando conhecemos seu histórico, descobrimos alta rotatividade de estabelecimentos comerciais, o que é um indício de que o local possui algum problema que em uma análise preliminar não foi identificado. As autoras ainda dizem que, de modo geral, vias movimentadas adaptam- se a compras por impulso, e as mais calmas, à venda de produtos especializados. Elas explicam algumas lógicas mercadológicas de localização: 05 As padarias estão normalmente em avenidas de acesso centro-bairro e possuem estacionamentos, para que seus clientes possam dar uma paradinha na volta para casa; Lojas que oferecem o sistema drive-thru normalmente estão em avenidas centrais para que seus clientes não saiam da rota empresarial; Pizzarias que realizam entrega em domicílio estão dentro dos bairros próximas às residências, para entregar rapidamente pizzas quentes. Por fim, elas destacam que é fundamental conhecer as expectativas do público-alvo, pois ele pode desejar ter acesso ao produto/serviço pelo sistema drive-thru ou pelo sistema de entrega ou ainda estacionando e buscando pessoalmente dentro da loja. É preciso também estar atento a mudanças no “centro gravitacional” urbano, como a abertura um shopping center ou a construção de uma estação de transporte público, que pode mudar toda a região e as áreas de influência ao redor do negócio. TEMA 2 – 4 Cs DOS CANAIS Se os emblemáticos 4 Ps – produto, preço, praça e promoção – propostos de McCarthy, em seu livro Marketing básico, de 1960, apresentam uma visão empresarial, os 4 Cs, criados por Robert Lauterbom, em 1990, propõem a visão do cliente diante da oferta. Embora os 4 Cs tenham um ângulo diferente, a proposta também é orientar as tomadas de decisões empresariais, pois “Marketing é a atividade, promovida por instituições, e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral”1 (AMA, 2013). 1 “Marketing is the activity, set of institutions, and processes for creating, communicating, delivering, and exchanging offerings that have value for customers, clients, partners, and society at large”. 06 Figura 2 – 4 Ps e 4 Cs 2.1 Cliente Se no passado ter produtos com qualidade era suficiente para garantir as vendas, hoje há muitas outras exigências que suplantam a qualidade, por isso, mais do que nunca, é preciso conhecer as demandasdos clientes. Sendo assim, o primeiro C trata-se do cliente. Em muitos momentos, falamos os termos cliente e consumidor como sinônimos, mas, para ter maior foco nas estratégias empresariais, eles devem ser distintos: Clientes – é quem compra ou decide a compra, podendo ser ou não o usuário. Exemplo: roupas, utensilios e materais de saúde e higiene para recém-nascidos. Um adulto será o cliente, mas o consumidor será o bebê. Consumidor – é quem obtém o benefício principal, quem consome ou utiliza. Por isso, a empresa deve classificá-los e criar estratégias diferenciadas para os clientes e para os consumidores. O cliente recorre ao mercado em busca de produtos e/ou serviços que atendam suas necessidades e desejos. Assim, é, sem sombra de dúvida, o agende mercadológico mais importante da cadeia, o iniciador do processo de compra, e sem ele não haveria o mercado, as ofertas, as vendas, os estudos e as pesquisas, as ações de marketing. Diante desta constatação, as empresas que as fazem posicionam o cliente com o centro de suas operações, pois mais importante do que ter um produto e/ou serviço para ofertar é ter um cliente para satisfazer. 07 Figura 3 – Estruturas organizacionais – visão circular – o cliente no centro das decisões Fonte: Santos, 2016. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/FlavioNoronhaSantos/aplicao- melhores-prticas-em-resposta-a-licitaes-pmi-gyn-short-version>. Figura 4 – Estruturas organizacionais – visão circular – o cliente no centro das decisões Fonte: Tailabsi, 2010. Disponível em: <http://tailabsi.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html>. 08 2.2 Custo Como já vimos, as estratégias de precificação devem ser baseadas na percepção de valor, não somente nos custos monetários. O cliente somente realizará a compra se considerar que o preço está de acordo com sua percepção de valor. Para o cliente, os custos vão além do dinheiro gasto no ato da compra, pois contabiliza também: O envolvimento emocional/psicológico: quando se trata de compras rotineiras, o envolvimento é baixo; em contrapartida, quando se trata de produtos/serviços de custos altos e/ou que necessitam de planejamento em longo prazo, marcas novas ou desconhecidas e/ou compras não frequentes ou, ainda, quando há riscos com o resultado da compra, a decisão de compra se torna mais complexa, e tais custos são minuciosamente considerados. O tempo: seja o tempo gasto para localizar o produto/serviço que atenda sua demanda, o tempo para realizar a negociação ou ainda o tempo para receber a compra. O desgate físico: andando pelo comércio de rua ou nos corredores de shopping ou o desgate para realizar a negociação ou para transportar o produto. Por isso, os preços precisam ser definidos pela perpectiva dos custos e benefícios e não podem estar acima das expectativas do comprador. 2.3 Comunicação O cliente deve estar ciente da existência da oferta, conhecer os benefícios utilitários e emocionais, saber onde adquirir e as facilidades de acesso, conhecer as vantagens do produto e/ou serviço e ser lembrado constantemente. Além dessas funções operacionais, a comunicação deve seduzir, envolver e diferenciar os clientes. Também é por meio de canais de comunicação que a empresa poderá estabelecer relacionamento e obter informações estratégicas para desenvolver e/ou adaptar a oferta. Ouvir, essa é a estratégia vencedora no mercado competitivo e no mundo de escolhas! 09 Case: Reclamação de menina de cinco anos fez a Gap mudar a empresa inteira Leia o artigo “Reclamação de menina de cinco anos fez a Gap mudar a empresa inteira”, publicado pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Administracao-de- empresas/noticia/2017/04/reclamacao-de-menina-de-cinco-anos-fez-gap-mudar- empresa- inteira.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post>. 2.4 Conveniência É preciso proporcionar diversas conveniências para atrair os clientes e se diferenciar diante das inúmeras possibilidades de escolha. Ao recorrer ao dicionário para compreender ainda mais o que o termo conveniência abrange, encontramos: “O que pode saciar o gosto, o conforto ou o bem-estar de uma pessoa. O que pode ser utilizado para descomplicar uma rotina; aquilo que tem utilidade” (Dicio, 2017). Vale destacar que o cliente não pensa em sistema de distribuição da mesma forma que as empresas, ele somente busca solução para satisfazer sua necessidade e/ou seu desejo. Por isso, a logística se torna de suma importância, para proporcionar o conforto e bem-estar aos clientes, caso contrário eles recorreram à concorrência a fim de saciar suas demandas. É preciso saber onde, como e quando distribuir os produtos e/ou serviços. Como falamos anteriormente, a localização é fundamental, o PDV precisa estar em uma boa localização na perspectiva do cliente, o produto precisa estar nas vitrines para chamar a atenção e nas prateleiras sendo apresentado na altura das mãos para poder ser vendido. Produtos indisponíveis ou com difícil acesso são rapidamente substituídos por outras ofertas. Case: Amazon lança serviço de encomenda de alimentos Leia a reportagem “Amazon lança serviço de encomenda de alimentos”, publicada pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, disponível em <http://revistapegn.globo.com/Tecnologia/noticia/2017/03/amazon-lanca-servico- de-encomenda-de-alimentos.html>. Assista também ao vídeo de divulgação do serviço: <https://youtu.be/3Qge56XV2_A>. http://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2017/04/reclamacao-de-menina-de-cinco-anos-fez-gap-mudar-empresa-inteira.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post http://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2017/04/reclamacao-de-menina-de-cinco-anos-fez-gap-mudar-empresa-inteira.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post http://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2017/04/reclamacao-de-menina-de-cinco-anos-fez-gap-mudar-empresa-inteira.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post http://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2017/04/reclamacao-de-menina-de-cinco-anos-fez-gap-mudar-empresa-inteira.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post https://youtu.be/3Qge56XV2_A 010 TEMA 3 – CONFLITOS E CANAIS Na conversa inicial, falamos da importância de conhecer bem os canais de distribuição conforme as estratégias delineadas pelo planejamento estratégico de marketing, pois todos os canais possuem seus prós e contras. Conforme Kotler (2000, p.529): “Independentemente da qualidade do projeto e do gerenciamento dos canais, sempre haverá algum conflito, porque nem sempre os interesses das empresas participantes coincidem”. Por isso, antes da escolha final, é preciso conhecer os principais e possíveis conflitos de cada sistema. 3.1 Canal de distribuição tradicional Formado por fabricante, atacadista e/ou varejista. Figura 5 – Canal de distribuição tradicional Fonte: SGM, S. d. Nesse sistema, normalmente, o fabricante escolhe os atacadistas e/ou varejistas com base em sua localização, na carteira de clientes, no conhecimento e na atuação do intermediário no mercado local. Esse sistema é recomendado quando o produto é de compra rotineira, como alimentos, produtos de higiene, de limpeza e eletrodomésticos. Como cada canal atua de forma independente buscando maximizar seu próprio lucro, essa prática normalmente reduzir o lucro do sistema como um todo. 3.2 Sistema exclusivo de distribuição Trata-se de um sistema de distribuição unificado. O próprio fabricante escolhe seus revendedores e geralmente é também dono do ponto de venda ou franqueador da marca. Esse sistema permite a distribuição de forma exclusiva dos produtos/serviços e um grande controle dos processos derevenda, podendo reduzir custos e satisfazer melhor o cliente. 011 Ao optar pelo sistema exclusivo, o fabricante passa a ter maior controle sobre a oferta do produto no mercado e também melhor relacionamento com os revendedores, o que é recomendado para produtos de compra comparada, com maior valor agregado, como móveis, carros e eletrônicos. No sistema exclusivo, o revendedor terá pouca ou nenhuma autonomia e deverá obedecer as imposições do distribuidor, sob pena de sanções contratuais, o que para muitos empreendedores é desconfortável. 3.3 Sistema complementar de distribuição Acontecem quando duas ou mais empresas não relacionadas se unem para explorar uma nova oportunidade de mercado, união que pode ser permanente, temporária ou criadora de uma joint-venture2. Muitas vezes, são uniões de empresas que ofertam produtos e empresas que ofertam serviços, que se unem para agregar benefícios a ambas as ofertas. A união de empresas para realizar a distribuição é uma estratégia para diminuir os custos, além de proporcionar troca de informações e melhoria dos processos. O risco é ofertar produtos/serviços substitutos, ou seja, ambas as ofertas atenderem a mesma necessidade e/ou desejo do cliente, valorizando uma oferta em detrimento da outra. Case: Lanches do Burger King terão ketchup Heinz Leia a notícia “Lanches do Burger King terão ketchup Heinz”, publicada na revista Exame, disponível em <http://exame.abril.com.br/negocios/lanches-do- burger-king-terao-ketchup-heinz/>. 3.4 Sistema multicanal de distribuição Ter mais de um canal pode gerar conflitos e problemas de controle, como os canais concorrerem pelo mesmo cliente e a guerra de preço desvalorizar o produto/serviço. Outras situações serão apresentadas no próprio tópico. 2 Uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica. 012 TEMA 4 – GESTÃO ESTRATÉGICA MULTICANAL Sistema multicanal de distribuição é também denominado de distribuição intensiva ou de pulverização – ocorre quando uma empresa utiliza dois ou mais canais de distribuição tendo maior cobertura do mercado e podendo atingir um ou mais segmentos de clientes. Alguns fabricantes distribuem seus produtos/serviços em todos os PDV possíveis, pois cada perfil de cliente opta por um canal em específico: há quem prefira ir a uma loja na rua e tocar no produto, há também aqueles querem tocar no produto, mas preferem a climatização e a segurança de um shopping center; internautas são adeptos às compras pelo e-commerce, sem sair do conforto do lar e/ou escritório, e outros compram tanto em lojas de ruas como em shopping e também pelo e-commerce, conforme disponibilidade e interesse. A estratégia de distribuição multicanal é recomendada, principalmente, às empresas que possuem: Estoques e/ou fabricação de grandes quantidades de produto; Produtos de alto consumo/compra rotineira; Produtos com pouco valor agregado/preço baixo. No entanto, vale considerar que o consumidor do século 21, de posse das tecnologias, está multiconectado, utilizando todos os recursos disponíveis para fazer suas pesquisas, analisar as opções e tomar decisões. Por isso, mesmo não possuindo tais atributos, para muitos negócios a opção de multicanal se torna uma exigência do mercado. Principais canais de vendas: Loja física: no Brasil, ainda é o principal canal de venda do varejo. Porta a porta: muito comum em regiões com menor poder econômico, os vendedores passam de porta em porta oferecendo diversos produtos e possibilitam a aquisição por meio de um crediário, assim mensalmente o vendedor retorna à casa do cliente para receber a parcela e também para oferecer novos produtos. Televendas: as vendas são realizadas por uma central de atendimento telefônica. Catálogos: revistas periódicas que apresentam portfólios de produtos. As vendas obedecem a calendários para realização do pedido e para recebimento da mercadoria. 013 Consultores: realizam o atendimento personalizado de cada cliente. Também é uma opção para atingir localidades mais distantes dos grandes centros comerciais. E-Commerce: as vendas são realizadas a partir de plataformas eletrônicas disponíveis na internet. É o canal com maior expansão e ainda deve crescer muito nos próximos anos. Quando a empresa atua no sistema multicanal de distribuição, precisa ter amplos conhecimentos de cada critério de abastecimento, pois cada canal possui regras e procedimentos específicos. Nunca um canal pode ficar desabastecido, por isso há cuidados com os estoques, pois o sistema deve realizar entregas periódicas conforme calendário e também ter plano de contingência para entregas rápidas, diante de uma demanda inesperada. Outra preocupação que a estratégia de multicanal impõe aos planejamentos de marketing é que cada canal/estabelecimento comercial transmite muitas informações aos clientes. Dependendo da cidade, do bairro, da rua, se pertence a um centro comercial, se está dentro de um shopping, se está em uma rua de comércio ou em um bairro residencial, a localização já permite ao cliente uma imagem previa de como deve ser PDV e como devem se apresentar os demais Ps de marketing, o preço, o produto e a comunicação. O canal de distribuição deve refletir o posicionamento da empresa, da marca, do produto e/ou serviço. Case: Multicanais de vendas: o que aprendemos com a estratégia de Natura e Boticário Leia o artigo “Multicanais de vendas: o que aprendemos com a estratégia de Natura e Boticário”, publicado pela revista Pequenas Empresas & Pequenos Negócios para entender a forma com que o mercado influenciou nas estratégias de expansão da Natura e Boticário. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/10/multicanais- de-vendas-o-que-aprendemos-com-estrategia-de-natura-e-boticario.html>. TEMA 5 – CANAIS VIRTUAIS O e-commerce é um modelo de negócios com amplo potencial de expansão e que oferece várias facilidades aos empreendedores e consumidores. É na http://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/10/multicanais-de-vendas-o-que-aprendemos-com-estrategia-de-natura-e-boticario.html http://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/10/multicanais-de-vendas-o-que-aprendemos-com-estrategia-de-natura-e-boticario.html 014 internet que uma boa parcela da população mundial se encontra, e, diante das estratégias mercadológicas do e-commerce, os internautas tornam-se potenciais consumidores. Vale destacar que, por meio da internet, os consumidores internautas mudaram alguns comportamentos, realizando buscas por informações mercadológicas, aumentando seu poder de barganha e se tornando mais eficientes no ato da compra. O comércio eletrônico utiliza-se dos mesmos valores do comércio tradicional, no qual o comprador se interessa por um bem e negocia com o fornecedor. A diferença é a finalização da compra, já que não seria viável o método mais tradicional de pagamento em espécie (dinheiro) e a retirada imediata da compra. Portanto, nas realizações de comércios eletrônicos existe pelo menos um intermediário, podendo ser um banco, uma operadora de cartão e/ou uma empresa de entrega. Há diversas formas de comercializar qualquer produto pela internet, sendo que os principais canais virtuais hoje são os que veremos a seguir. 5.1 Comparadores de preço São sites que pesquisam entre as empresas cadastradas e mostram aos internautas os preços ofertados por diferentes lojas online. Os comparadores de preço são vitrines no mundo virtual onde os internautas consultam os preços de forma rápida e simplificada para nortear a tomada de decisão. Para se destacar nos comparadores, o preço precisaestar entre os mais baixos da concorrência. Os principais comparadores são: Google Shopping, Buscapé e Bondfaro. 5.2 Marketplace É um site que intermedia a oferta de diversas lojas virtuais. Fazendo uma analogia ilustrativa do marketplace com o mundo físico, seria como um supermercado, onde há a oferta muitos produtos, com marcas diversificadas, possibilitando ao cliente colocar tudo que deseja em um único carrinho e realizar o processo de pagamento de todos os itens juntos no caixa. Ao optar por um marketplace, normalmente o internauta não faz essa associação no ato da compra, mas, quando ele observa a nota fiscal e/ou o embrulho do produto, alguns percebem que a empresa X somente intermediou o processo de compra. 015 Empresas menores ou com marcas com menor evidência optam pelo marketplace, pois esses sites, além de serem uma vitrine em destaque, transferem ao comprador a segurança de sua marca, sendo que no mundo virtual a maior preocupação é quanto a segurança dos dados (cartão de crédito) e garantia de entrega. Outra vantagem do marketplace é que os consumidores encontram uma imensa gama de opções, podem optar por diversos produtos e finalizar a compra de uma única vez. Para obter vendas pelo marketplace, é essencial possuir um preço e uma taxa de frete competitivos, além de rapidez na entrega. Os marketplaces em destaque atualmente são: Americanas, Submarino, Pontofrio, Ricardoeletro e MercadoLivre. 5.3 e-C2C (e-commerce consumer-to-consumer) Este é o tipo de negócio entre pessoas físicas, ou seja, entre consumidores, que vem ganhando espaço na esfera virtual: pessoas compram e vendem produtos/serviços umas para as outras, sejam usados ou novos. Às vezes, utilizam uma empresa para intermediar a negociação, no caso sites especializados para esse fim, como o eBay e o MercadoLivre. Se optarem pelo uso de uma empresa como intermediária, existe a vantagem de obter muito mais visibilidade para o produto, e a chance de vender se torna maior, mas a empresa cobra uma porcentagem em cima do valor da venda. Entre as plataformas virtuais, o e-C2C estão ganhando dimensão em redes sociais, como grupos no WhatsApp de mães de alunos de certa escola ou de moradores de determinado condomínio e também em grupos de uma cidade ou região geográfica pelo Facebook. Mesmo com maior informalidade, no e-C2C é preciso estar atento à proposta do grupo e direcionar ofertas específicas conforme o interesse do grupo. Ao participar de um grupo, contribua com informações relevantes, pois a proposta é criar um relacionamento baseado em ajuda e confiança. Quando falamos das tecnologias de comunicação e informação que possibilitam o e-commerce, não estamos falando somente de computadores, pois existem também os smartphones, tablets e até mesmo televisores que já contam com acesso a esse tipo de atividade, denominadas smart TV. Segundo a E-bit (2015), no Brasil, o número de pessoas que já realizaram alguma compra online chega a 61,6 milhões, e a média é de duas compras por ano. 016 Enquanto vários setores da economia sofrem quedas nos números, o e- commerce vem crescendo e tem previsão de continuidade desse crescimento. Segundo Borer (2015, citado por Lomadee, 2016) “Esse ritmo não vai parar, porque os brasileiros já entendem que a internet é o lugar para encontrar os melhores produtos e com preços que geralmente são bem menores que nas lojas físicas”. De acordo com a pesquisa da Webshoppers realizada por E-bit e Buscape Company (2015), estima-se que somente na América Latina será atingido o número de 110 milhões de consumidores digitais em 2015, e até 2019, cerca de 151 milhões, crescimento interessante para todos que desejam atuar no meio. Já que o comércio eletrônico não se restringe apenas ao computador, tem- se cada vez mais presente no dia a dia dos consumidores o mobile commerce ou m-commerce, com pouco tempo de vida, mas já bem difundido no meio social: trata-se de consumir fazendo uso de um smartphone e/ou tablet conectado à internet. A mesma pesquisa do Webshoppers (2015) aponta que no ano de 2014 o percentual de pessoas que utilizavam tal modelo para fazer compras online era de 9,7%, e o perfil desse consumidor traz as classes A e B como as que mais consomem com a plataforma (62%), ante as classes C e D (27%). Esse consumidor tem, inclusive, a renda média maior, se comparada com os consumidores do e-commerce, sendo R$ 6.128 contra R$ 4.378. Outro fato interessante é quanto ao sexo e à idade: as mulheres são quem mais compra por smartphones ou tablets, representando 56% desse público. A média de idade desse consumidor é de 40 anos, sendo a faixa etária que mais realiza compras a que está entre 35 e 49 anos (39% delas e 38% deles) – contrariando alguns pensamentos que colocam os adolescentes como principais consumidores. FINALIZANDO Segundo o IDEC (2016), o atraso na entrega caracteriza descumprimento de oferta, de acordo com o artigo 35 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Nesse caso, o consumidor pode exigir entre: o cumprimento forçado da entrega; outro produto equivalente; ou desistir da compra e restituir integralmente o dinheiro já pago, incluindo o frete, e também eventuais perdas e danos decorrentes da demora. 017 O instituto ainda diz que, seja qual for a opção escolhida, é recomendável enviar a solicitação por escrito à loja, como e-mail ou carta com aviso de recebimento (AR), a fim de ter um comprovante. O cliente pode fixar um prazo razoável para que o fornecedor resolva o problema (cinco dias, por exemplo). Caso a questão não seja solucionada amigavelmente, entre em contato com o Procon de sua cidade ou procure o Juizado Especial Cível (JEC). 018 REFERÊNCIAS A ESTRUTURA organizacional facilitadora. Tailabsi, 6 out. 2010. Disponível em: <http://tailabsi.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html>. Acesso em: 7 mar. 2018. AMA – American Marketing Association. Definition of Marketing. 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IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Atrasos na entrega: direitos dos consumidores devem ser assegurados, 29 nov. 2011. Disponível em: <http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/atrasos-na-entrega-de- compras-online-direitos-dos-consumidores-devem-ser-assegurados>. Acesso em: 7 mar. 2018. KANTER, R. Multicanais de vendas: o que aprendemos com a estratégia de Natura e Boticário. Pequenas Empresas & Grandes Negócios, 28 abr. 2016. Disponível em: <https://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/ 10/multicanais-de-vendas-o-que-aprendemos-com-estrategia-de-natura-e- boticario.html>. 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