Buscar

hipoglicemia no RN

Prévia do material em texto

HIPOGLICEMIA 
– O limite inferior da normalidade para glicemia fetal durante a gestação é de 54 
mg/dL. 
– Ao nascimento, após o clampeamento do cordão umbilical, o suprimento materno 
de glicose cessa de maneira abrupta e os níveis glicêmicos do recém-nascido caem 
rapidamente, diminuindo fisiologicamente. 
– Existe muita controvérsia sobre a definição numérica de hipoglicemia neonatal; 
– O manejo da hipoglicemia neonatal necessita ser cauteloso, levando-se em 
consideração o processo fisiológico de adaptação metabólica do recém-nascido, 
evitando a separação mãe – bebê e interferindo no processo da amamentação. 
 
HIPOGLICEMIA 
– Um razoável ponto de coorte, embora arbitrário, para tratar recém nascidos 
sintomáticos, é de 50 mg/dL (SBP); 
– Para o Ministério da Saúde a hipoglicemia é representada por valores glicêmicos inferior 
a 45mg/dL. 
– O objetivo é manter a glicemia maior que 45 mg/dL antes de cada dieta. 
– Níveis de glicemia (SBP) 
 1ª a 2ª hora de vida: 30 mg/dL 
 4ª a 6ª hora de vida: 45 mg/dL e 6ª a 12ª hora de vida: 45 mg/dL 
 3º dia de vida: acima de 60mg/dL 
-Cada hospital possui o seu protocolo. 
PRINCIPAIS AGRAVOS DO 
RN 
– Prematuridade; 
– Hiperbilirrubinemia neonatal; 
– Tocotraumatismos; 
– Distúrbios respiratórios do recém-nascido (Taquipneia Transitória do 
– RN, Síndrome da Aspiração de Mecônio e Síndrome da Angústia Respiratória do 
Recém-nascido); 
– Doenças de transmissão vertical. 
PREMATURIDADE 
PREMATURIDADE 
– Define-se como prematuridade, o nascimento de um feto antes de 37 semanas 
completas de idade gestacional; 
– Principal causa de morte neonatal e a segunda principal causa de morte em crianças 
menores de 5 anos, com sobrevida inversamente proporcional à idade gestacional no 
nascimento; 
– Epidemiologia: 
 Estima-se que 11,1% dos partos do planeta (cerca de 15 milhões de nascimentos) sejam 
prematuros, com taxas que variam de 5% na Europa a 18% na África. 
 A incidência destes recém-nascidos (RN) prematuros tem aumentado nas últimas 
décadas, principalmente nos grandes centros urbanos, onde o avanço do conhecimento 
científico e da tecnologia tem permitido intervenções em idades gestacionais cada vez 
mais precoces. 
FATORES DE RISCO 
Parto prematuro anterior; 
Colo curto (< 25 mm); 
Baixo nível sócio econômico; 
Ansiedade; 
Gestação múltipla; 
Polidramnia; 
Anomalias uterinas; 
Doenças sexualmente transmissíveis; 
Descolamento prematuro de placenta; 
Uso de drogas; 
Extremos de idade materna (< 20 ou > 35 
anos); 
Baixo peso materno; 
Anemias; 
Anomalias fetais.... 
CLASSIFICAÇÃO 
– Quanto ao fator desencadeante 
 Espontâneo - representa 70-80% dos partos prematuros, sendo que 40-50% 
destes resultam de trabalho de parto prematuro (TPP) espontâneo e 20-30%, de 
ruptura prematura de membranas (RPMO). No entanto, a etiologia geralmente 
é multifatorial, destacando-se a associação com infecções. 
 Iatrogênico – representa 20-30% do total de TPP, originando-se comumente de 
causa única e bem identificada, com a interrupção da gestação sendo motivada 
por patologias maternas ou fetais. 
PREMATURIDADE 
CLASSIFICAÇÃO 
– Quanto ao peso ao nascer 
 Baixo peso - < 2.500g 
 Muito baixo peso - < 1.500g 
 Extremo baixo peso - <1.000g 
 
- Quanto a idade gestacional 
 RNPT limítrofe – entre 35 e 366/7 s. 
 RNPT moderado – entre 30 e 346/7 s 
 RNPT extremo – inferior a 30 semanas 
 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
NEONATAL - ICTERÍCIA 
NEONATAL 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
NEONATAL - ICTERÍCIA 
NEONATAL 
– Definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta maior do que 1,3-
1,5mg/dl ou de bilirrubina direta superior a 1,5mg/dl, desde que esta 
representa mais do que 10% do valor de bilirrubina total; 
– A icterícia corresponde à manifestação clínica da hiperbilirrubinemia, tem 
frequência elevada no período neonatal e etiologia multifatorial; 
– Icterícia: coloração amarelada da pele, escleróticas e membranas mucosas 
consequente à deposição de bilirrubina, o qual se encontra em níveis elevados 
no plasma (hiperbilirrubinemia). 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
NEONATAL - ICTERÍCIA 
NEONATAL 
– Hiperbilirrubinemia 
 Comum e benigna na maioria dos RN; 
 Hiperbilirrubinemia indireta severa não tratada é potencialmente neurotóxica e 
a direta frequentemente significa doença hepática ou sistêmica grave 
ETIOLOGIA 
– A hiperbilirrubinemia divide-se em dois grandes grupos: 
1. Por sobrecarga de bilirrubina aos hepatócitos (doenças hemolíticas 
hereditárias ou adquiridas, coleções sanguíneas extravasculares, policitemia, 
circulação entero-hepática aumentada) 
2. Por deficiência ou inibição da conjugação (hipotireoidismo, icterícia do leite 
materno, Síndrome de Gilbert, Síndrome de Crigler-Najjar). 
METABOLISMO DA 
BILIRRUBINA 
– Fontes de bilirrubina: 
 75%: Hemoglobina dos eritrócitos; 
 25%: eritropoiese ineficaz 
mioglobina; 
citocromo e catalases. 
 
METABOLISMO DA 
BILIRRUBINA 
METABOLISMO DA 
BILIRRUBINA 
METABOLISMO DA 
BILIRRUBINA 
METABOLISMO DA 
BILIRRUBINA 
ATENÇÃO 
 Bilirrubina não-conjugada: 
 – não solúvel em água 
 – capaz de atravessar a barreira hemato-encefálica 
 
 Bilirrubina conjugada: 
 – solúvel em água 
 – não atravessa membranas celulares 
 – excretada pela bile e rins 
ICTERÍCIA NEONATAL 
- Durante a primeira semana: 
 60% RNT 
 80% RNPT 
- O metabolismo da bilirrubina no RN está em TRANSIÇÃO: 
 Estágio fetal: a placenta é a principal via de eliminação da bilirrubina indireta 
 Estágio adulto: forma conjugada (hidrossolúvel) é excretada pelos hepatócitos 
no sistema biliar e depois no TGI. 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
NEONATAL 
– O pico da hiperbilirrubinemia indireta ocorre no recém-nascido (RN) termo entre o 
3º e 5º dia (com declínio em torno do 7 o dia) e no RN pré-termo entre o 5º e 7º 
dia (com declínio lento). 
– Concentração sérica: 
 Bilirrubina indireta (BI) > 1,5mg/dL 
 Bilirrubina direta (BD) >1,5 mg/dL 
Desde que a BD represente mais que 10-20% do valor de bilirrubina total (BT). 
Sua maior complicação é a encefalopatia bilirrubínica crônica (Kernicterus). 
 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
NEONATAL 
O surgimento da icterícia vai depender da causa 
 Patológica <24h de vida; 
 Fisiológica >24h de vida; 
A visualização da icterícia depende: 
 Experiência do profissional; 
 Pigmentação da pele do RN; Luminosidade; Subestimada em peles pigmetadas e 
ambientes claros; Prejudicada em ambientes com pouca luz; 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
NEONATAL 
– Zonas Dérmicas de progressão crânio caudal da icterícia, como descrito em 1929 
por Rolleston e McNee. 
– Em 1969, Kramer demonstrou uma relação entre a progressão da icterícia e o 
aumento dos valores séricos de bilirrubina. 
– Zonas de Kramer 
Zona 1: cabeça e pescoço 
Zona 2: tronco até umbigo 
Zona 3: hipogástrio e coxas 
Zona 4: joelhos e cotovelos até punhos 
Zona 5: mãos e pés incluindo palmas e plantas 
Icterícia mais grave é a que ultrapassa a zona 1 e 2, ou seja, a região 
umbilical. 
 
Zona I = Cabeça e pescoço 
Zona II = Tronco até umbigo 
Zona III = Hipogástrio e coxas 
Zona IV = Joelhos até tornozelos e 
cotovelos até punhos 
Zona V = Mãos e pés, inclusive 
palmas e plantas 
 
RN TERMO 
BILIRRUBINA (MG/100ML) 
RN BAIXO PESO 
BILIRRUBINA (MG/100ML) 
ZONA 
CUTÂNEA 
LIMITES MÉDIA LIMITES MÉDIA 
I 4,3 – 7,8 5,9 (+/- 0,3) 4,1 – 7,5 - 
II 5,4 – 12,2 8,9 (+/- 1,7) 5,6 – 12,1 9,4 (+/- 1,9) 
III 8,1 – 16,5 11,8 (+/- 1,8) 7,1 – 14,8 11,4 (+/- 2,3) 
IV 11,1 – 18,3 15,0 (+/- 1,7) 9,3 – 18,4 13,3 (+/- 2,1) 
V 15,0 - 10,5 - 
FATORES DE RISCO PARA 
HIPERBILIRRUBINEMIA INIDRETA 
SIGNIFICANTE 
CAUSAS MAIS COMUNS DE 
ICTERÍCIA NEONATAL 
1. Hiperbilirrubinemia fisiológica 
2. Icterícia por amamentação 
3. Icterícia por leite materno 
4. Hiperbilirrubinemia patológica por doença hemolítica 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
FISIOLÓGICA– Surge no 2° ou 3° dia de vida e desaparece entre o 5° e 8° dias. 
– Tardia (após 24hrs de vida); 
– É considerada normal um concentração sérica de bilirrubina até 1,5mg/dL. 
– Cerca de 25% da população de RN desenvolvem valores acima de 7mg/dL, 
desenvolvendo icterícia. 
– Podem desenvolver icterícia 25 a 50% dos bebês a termo e mais de 50% dos pré-termos. 
– No RN, a velocidade da produção de bilirrubina é duas vezes maior que na criança 
grande e adulto. 
– O RN à termo, saudável, sem antecedentes de anóxia e com icterícia tardia pode 
ultrapassar os 20mg/dL, sem risco apreciável, embora exija observação cuidadosa. 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
FISIOLÓGICA 
– Ocorre em quase todos os recém-nascidos; 
– A vida média mais curta da hemácia neonatal aumenta a produção de 
bilirrubina; 
– A conjugação deficiente devido à deficiência da enzima uridina difosfato 
glicuroniltransferase (UGT) diminui a depuração; 
– Aumento a circulação entero-hepática da bilirrubina. 
– Os níveis de bilirrubina se elevam para 18 mg/dL, até o 3o ou 4o dia de vida (7 
dias nos recém-nascidos asiáticos), e diminuem a seguir. 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
FISIOLÓGICA 
Icterícia 
Fisiológica 
Após 24 
horas de vida 
Limitação transitória 
da captação e 
conjugação 
hepáticas 
Maior produção de 
bilirrubina pela 
degradação das 
hemácias fetais 
(sobrevida mais 
curta) 
Exacerbação da 
circulação entero-
hepática 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
FISIOLÓGICA 
RNT 
• BI no cordão: 1-3m/dl 
• 2º - 4º dia: pico: 5-
6mg/dl (pode chegar até 
12m/dl) 
• 5º - 7º dia: cai para níveis 
inferiores a 2mg/dl 
RNPT 
• 4º - 7º dia: pico 
• Permanecem ictéricos 
até o meio da 2º semana 
ICTERÍCIA ASSOCIADA AO 
LEITE MATERNO 
– Forma precoce (do aleitamento) 
– Forma tardia (do leite materno) 
– FORMA PRECOCE (DO ALEITAMENTO) 
– RN amamentado exclusivamente com LM são fisiologicamente mais ictéricos do que os 
alimentados com fórmula nos primeiros dias de vida; 
– Ocorre uma aumento na circulação entero- hepática devido à ingestão de leite 
insuficiente, relacionada às dificuldades do inicio da amamentação, e 
consequentemente, menor eliminação de mecônio; 
– No final da 1ª semana, RN alimentado exclusivamente ao seio materno podem 
apresentar nível elevado de bilirrubina 
 
ICTERÍCIA ASSOCIADA AO 
LEITE MATERNO 
– FORMA TARDIA (DO LEITE MATERNO) 
– Tem um início mais demorado, e afeta 2-4% dos RNT; 
– Ao redor do 4º dia, quando deveria haver uma queda nos níveis de bilirrubina, sua 
concentração continua a subir até o 14º dia de vida, podendo chegar a 20-30mg/dl. 
– Mecanismo patogênico: fatores no LM que interferem com o metabolismo da 
bilirrubina. 
 LM contem β-glicuronidase (BD BI) 
 Menor colonização bacteriana intestinal (diminui BI: estercobilina); 
 Excretam menos fezes; 
 
ICTERÍCIA ASSOCIADA AO 
LEITE MATERNO 
– FORMA TARDIA (DO LEITE MATERNO) 
– Se houver dúvida diagnóstica: 
– Suspende-se o aleitamento por 24h, deixando o RN com complemento. 
– A bilirrubina cai rapidamente!! 
– Pode haver discreto aumento à reintrodução; 
– Se o aleitamento é mantido, os níveis de bilirrubina estabilizam e caem lentamente, 
atingindo níveis normais em 4-12 semanas; 
– Se for suspenso, caem rapidamente em 48h. 
 
• 2º ou 3º dia de vida 
• Baixo aporte calórico 
• Baixa frequência de mamadas 
• Menor frequência de dejeções 
Icterícia 
associada à 
amamentação 
• 1ª semana, com pico em 2 semanas 
• Persistência por 2 semanas a 3 meses 
• Suspensa amamentação por no 
máximo 48hrs 
• Fisiopatologia não esclarecida 
Icterícia do 
leite materno 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
PATOLÓGICA 
– Surge nas primeiras 24 horas de vida; 
– O nível de bilirrubina subindo a uma taxa superior a 5m/dL/dia ou 0,5mg/dL/h 
– Possui valores >12mg/dL em RNT e >15 em RNPT 
– Associada a alterações clínicas diversas: hepatoesplenomegalia, palidez, etc. 
– Persiste mais de 1 semana em RNT e mais 
– Icterícia Patológica 20mg/Dl 
– Alerta 15mg/dL (à termo) 
 10mg/dL (pré termo) 
FISIOPATOLOGIA 
– Quatro sinais clássicos: icterícia, anemia, edema e hepatoesplenomegalia 
(aumento do tamanho do fígado e baço). 
– O processo fundamental é a destruição anormal e rápida das hemácias fetais e 
sua principal consequência é uma anemia fetal. 
– Ocorre uma hipóxia que afeta o miocárdio, o endotélio capilar, o fígado e os 
núcleos cerebrais. 
– Aparece insuficiência cardíaca provocando lesões capilares e gerando tendência 
a edema generalizado. 
– Na hepatoesplenomegalia serão encontradas hemácias imaturas no sangue 
circulante e concomitantemente há um consumo exagerado de proteínas, com 
diminuição de sua utilização por outros tecidos. 
 EFEITOS NOCIVOS DA 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
– Depressão transitória dos reflexos primários, sucção débil, apatia, sonolência, 
diminuição do tônus muscular. 
– Essas alterações são geralmente reversíveis, desaparecendo quando baixa os 
níveis de bilirrubina plasmática. 
– No entanto o grande risco que correm os RNs ictéricos é o da encefalopatia 
bilirrubínica (Kernicteus) que pode levar à morte ou determinar sequelas 
neurológicas permanentes, principalmente retardo mental, déficit motor e 
surdez 
ENCEFALOPATIA 
BILIRRUBÍNICA (KERNICTERUS) 
– Síndrome neurológica resultante da deposição de bilirrubina não-conjugada nos 
gânglios basais e núcleos da base; 
– Níveis séricos elevados de bilirrubina (>25mg/dL) resultam em uma maior 
fração livre lipossolúvel, as quais tem a capacidade de atravessar e impregnar as 
células nervosas do SNC. 
– O risco de lesão no SNC aumenta com: prematuridade, sexo masculino, anóxia 
(diminuem as hemácias), taxa de proteínas baixas (falta de albumina), drogas 
(soluções hipertônicas, sulfas, benzoato de sódio, cafalotina e oxacilina), 
septicemia, jejum e frio. 
 
ENCEFALOPATIA 
BILIRRUBÍNICA (KERNICTERUS) 
– A bilirrubina interfere na utilização do oxigênio pelo tecido cerebral, 
possivelmente afetando a membrana celular, gerando uma lesão hipóxica que 
leva a perda neurônios, glicose reativa e atrofia dos sistemas de fibras em uma 
fase tardia. 
 
ENCEFALOPATIA 
BILIRRUBÍNICA (KERNICTERUS) 
– Manifestações clínicas: 
Sinais e sintomas geralmente surgem 1-5 dias após o nascimento em RNT e até o 7° 
dia em RNPT, mas a hiperbilirrubinemia pode levar à síndrome em qualquer 
momento no período neonatal. 
– Forma aguda 
 Fase 1: hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo durante algumas horas; 
 Fase 2: hipertonia da musculatura extensora (opistótono), convulsões e febre; 
 Fase 3: de aparente melhora, a hipertonia diminui ou cede (1ª semana, se 
prolonga por 2-3 meses) 
 
ENCEFALOPATIA 
BILIRRUBÍNICA (KERNICTERUS) 
– Muitas crianças que progridem com sinais neurológicos morrem e os 
sobreviventes geralmente estão seriamente lesados. 
– Forma Crônica 
 Primeiro ano: hipotonia, hiperreflexia profunda, persistência do reflexo tônico 
cervical assimétrico e atraso motor 
 Após o primeiro ano: síndrome extrapiramidal (tremores, coreoatetose, 
balismo), surdez sensório-neural Kernicterus 
 
TRATAMENTO DA 
ICTERÍCIA 
– O objetivo principal e o tratamento consistem na prevenção do Kernicterus, 
existem 3 tratamentos: 
1. remoção mecânica da bilirrubina indireta, através da exsanguineotransfusão. 
2. uso de vias metabólicas alternativas (fototerapia). 
3. aceleração do metabolismo normal de excreção da BI, por meios 
farmacológicos (fenobarbital). Fármacos que induzem o sistema de captação e 
excreção de bilirrubina indireta ao nível do hepatócito. 
TRATAMENTO DA 
ICTERÍCIA 
– Fototerapia: Metabolismo alternativo da bilirrubina. 
 
– Exsanguineotransfusão: Remoção da bilirrubina intravascular. 
FOTOTERAPIA 
– A Fototerapia é o uso da irradiação luminosa, com o intuito de evitar a 
impregnação cerebral por bilirrubina. 
– O grau de icterícia a se desenvolver dependeráda taxa de rompimento das 
hemácias (carga de bilirrubina), taxa de conjugação, de excreção e da 
quantidade de bilirrubina absorvida no intestino. 
– A iluminação especial desencadeia uma alteração na estrutura da bilirrubina, 
ajudando a diluir o pigmento, que assim é mais facilmente eliminado pelo 
intestino. 
FOTOTERAPIA 
– O processo não muda a rotina de amamentação e de cuidados com o bebê. 
– É um processo difícil, mas necessário porque, apesar de ser uma circunstância 
muito simples, se não for bem cuidada, a icterícia pode se agravar e causar 
sérios danos, como impregnar o sistema nervoso central e causar uma 
encefalopatia. 
– Além disso, no futuro a criança pode vir a sofrer de algumas complicações, 
como anemia falciforme. Por isso, é fundamental que o bebê continue a ter o 
acompanhamento médico mesmo depois de ir para casa. 
 
EFEITOS COLATERAIS DA 
FOTOTERAPIA 
– aumento da perda hídrica pela pele; 
– erupção cutânea (exantema maculo-papular); 
– aumento do numero de evacuações (fezes amolecidas e esverdeadas); 
– urina pode ficar mais escura; 
– hipertermia; 
– irritabilidade; 
– bronzeamento. 
COMPLICAÇÕES DA 
FOTOTERAPIA 
– Síndrome do bebe bronze; 
– queimaduras; 
– desidratação; 
– degeneração da retina; 
– reconhecimento tardio dos sintomas de doença grave (cianose); 
– hiperpirexia iatrogênica (aumento da temperatura por erro do cuidador). 
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM FOTOTERAPIA 
– Relacionados com o equipamento 
Cuidados: 
- supervisionar o aparelho quanto a segurança mecânica elétrica e térmica; 
- verificar condições de adequação do fio conector, tomada fio terra, amperagem; 
- manter a lâmpada fluorescente a uma distancia de 40 a 60cm da superfície a ser 
irradiada; 
- manter a temperatura do berço para diminuir a perda de calor;- anotar o tempo de 
uso da lâmpada e substituí-la após 200hs de uso. 
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM FOTOTERAPIA 
– Relacionadas à criança 
- retirar toda roupa da criança, exceto a fralda, que protege as gônadas; 
- posicionar a criança a aproximadamente 40 a 60cm da fonte luminosa fluorescente;- 
utilizar panos brancos nas laterais do berço convencional para aumentar a reflexão 
da luz e proteger correntes de ar; 
- proteger os olhos do RN com mascara de cor negra, faixa de crepe ou gaze, trocar a 
faixa diariamente;- mudança de decúbito de 2/2hs DD, DV, DLD, DLE; 
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM FOTOTERAPIA 
– observar o estado de hidratação da criança: 
– turgor da pele, prega abdominal frouxa, pele seca; 
– hidratar a cada 30min ou a cada hora; 
– realizar balanço hídrico rigoroso de 6/6hs; 
– controlar o peso diariamente ou 2 vezes ao dia, se a criança for pré-termo ou de baixo peso;- 
verificar a temperatura a cada 4hs; 
– desligar as lâmpadas enquanto fazem a coleta e proteger com papel escuro o frasco que recebe 
a amostra coletada, para evitar falsos resultados;- observar a coloração das escleróticas 
diariamente, principalmente em RN negro; 
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM FOTOTERAPIA 
– observar as condições da pele: cor, presença de erupções e queimaduras; 
– observar as características das fezes: cor, consistência, volume, frequência; 
– observar as características da urina, em geral escuras, devido aos produtos de foto degradação; 
– interromper a fototerapia durante procedimentos como/; banho, técnicas de enfermagem, 
visita da mãe (sempre que a mãe for ver a criança retirar a proteção dos olhos para permitir a 
interação natural e movimentação ocular). 
– Porem não afastar a criança por mais de 30min, respeitando a continuidade do tratamento. 
– não usar óleo na higiene da criança, pois favorece queimaduras; 
– estimular o aleitamento materno, quando não houver indicação de interrupção do mesmo; 
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM FOTOTERAPIA 
– Aplicar a fototerapia conforme os períodos e intervalos indicados, já que em geral não é 
aplicada continuamente (12h ligada, 12h desligada). 
– A duração da fototerapia é determinada pela resposta da bilirrubina; 
– Observar atentamente o estado geral da criança, comunicar imediatamente: aumento da 
letargia, alteração na sucção ou na quantidade do vômito; 
– Controlar fluidoterapia, caso a criança esteja recebendo líquidos por via EV. 
– Estimular a alimentação, já que é uma das formas de prevenção da hiperbilirrubinemia 
– Orientar os pais sobre a indicação da fototerapia e procedimentos efetuados, orientá-los em 
caso de duvidas. 
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO 
– Remove parcialmente hemácias hemolisadas; anticorpos ligados ou não às hemácias; 
bilirrubina plasmática. 
– Diminui rapidamente os níveis séricos de bilirrubina. 
– Indicação precoce nos casos em que ocorre aumento da hemólise. 
– A exsanguineotransfusão pode ser imediata, após a adaptação cardiorrespiratória, precoce 
no 10° dia de vida ou tardia após o 10° dia de vida. 
– Deverá ser usada fototerapia após qualquer exsanguineotransfusão. 
 
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO 
– Realizada se a fototerapia intensiva falhar em reduzir os níveis de bilirrubina para uma faixa 
segura, se a criança tem alto risco de kernicterus ou se já apresenta sinais de kernicterus 
(independente do BTF). 
– Complicações: acidose, alterações eletrolíticas, hipoglicemia, trombocitopenia, sobrecarga 
hídrica, arritmias, enterocolite necrosante, infecção, reação enxerto-hospedeiro e morte. 
Esse tratamento pode ser repetido até que se alcance um nível seguro de BTF. 
 
TOCOTRAUMATISMOS 
TOCOTRAUMATISMOS 
– Deficiência da função ou estrutura corporal do recém nascido devida influências 
adversas que ocorreram ao nascimento; 
– Fatores de risco: Primiparidade, estatura materna pequena, anomalias pélvicas 
maternas, TPP, oligodrâmnio, mal-apresentação do feto, uso de fórceps, peso ao 
nascer muito baixo, macrossomia, anomalias fetais. 
– Tipos de tocotraumatismo - Hemorragia extracraniana: 
1) bossa serossanguinolenta; 
2) cefalo-hematoma; 
BOSSA SEROSSANGUINOLENTA 
– É uma massa mole, mal limitada, edemaciada e equimótica 
(Nódoa formada na pele por extravasamento de sangue resultante 
de contusão, e cuja cor passa do vermelho ao azulado), localizada 
ao nível da apresentação que desaparece nos primeiros dias de 
vida. 
– Deformidades transitórias dependentes da apresentação da 
apresentação e do parto. 
 
CEFALO-HEMATOMA 
– Deformidades transitórias dependentes da apresentação da 
apresentação e do parto. 
– Derrame sanguíneo subperióstico, que aparece como uma coleção 
de consistência cística, de volume variável, limitando-se ao osso 
atingido. 
– Pode calcificar e a regressão é espontânea, podendo demorar 
semanas ou meses para ser reabsorvido. Pode ser causa de 
hiperbilirrubinemia. 
ACHADOS HABITUAIS NA 
PELE DO RN 
– Pele rósea avermelhada, 
– Vérnix, lanugem, 
– Mancha mongólica, 
– Millium sebáceo, 
– Exantema transitório, 
– Eritema tóxico, 
– Pele de arlequim 
– Acrocianose 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Pele de arlequim - raro distúrbio genético de pele 
– Acrocianose - distúrbio circulatório no qual as mãos, e 
mais raramente os pés, apresentam-se frios, azulados 
e suados . 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Vérnix caseoso: material gorduroso e esbranquiçado comum em RN 
prematuros entre 34 e 36 semanas, cujas funções primordiais são a proteção da 
pele e o isolamento térmico. 
– Nos RN a termo a quantidade costuma ser menor, podendo ser observado em 
locais protegidos como nas dobras dos membros e na genitália feminina, entre 
os pequenos e grandes lábios. 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Milium sebáceo: são pequenos pontos brancos (menor que 1mm), localizados 
na base do nariz, queixo e fronte, devido à distensão e obstrução das glândulas 
sebáceas, decorrentes da ação do estrógeno materno; desaparecem em poucas 
semanas. 
– Lanugo: é a denominação dada aos pelos finos que costumam recobrir a região 
do ombro e da escápula, encontrados de forma mais abundantenos RN 
prematuros; desaparecem em alguns dias. 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Manchas mongólicas: são manchas azul-acinzentadas localizadas 
preferencialmente no dorso e nas regiões glútea e lombossacra, podendo ser 
disseminada; São mais comuns nas raças negra e oriental e regridem nos 
primeiros 4 anos de idade. 
– Eritema tóxico: são lesões eritematosas multiformes (pápulas, máculas e até 
algumas vesículas), esparsas ou confluentes. Possui causa desconhecida e pode 
ser desencadeado por estímulos mecânicos de atrito ou pressão na pele. 
Regride espontaneamente, muitas vezes em poucas horas 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Máculas vasculares: são manchas de cor salmão que desaparecem à pressão, e 
estão presentes principalmente na nuca, pálpebra superior e fronte. Não 
possuem importância clínica ou estética. 
– Hemangiomas: são formas vasculares mais extensas e elevadas que podem ter 
significado patológico e devem ser acompanhados. 
 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Equimoses: são manchas comuns nos RN, sobretudo nos RN prematuros que 
sofrem tocotraumatismo. Equimose situada na face tem aspecto de cianose 
localizada e é chamada de máscara cianótica ou equimótica, geralmente sem 
relevância clínica. 
– Petéquias: localizadas, especialmente se restritas ao rosto, não são motivo de 
preocupação, mas quando generalizadas devem ser investigadas. 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Cutismarmorata - Quando exposta ao frio, a pele do RN pode adquirir aspecto 
reticulado, marmóreo-azulado. Esse fenômeno é resultante da imaturidade do 
sistema nervoso em controlar a vasoconstrição e vasodilatação de capilares e 
vênulas 
ALTERAÇÕES NA PELE DO 
RN 
– Cutismarmorata - Quando exposta ao frio, a pele do RN pode adquirir aspecto 
reticulado, marmóreo-azulado. Esse fenômeno é resultante da imaturidade do 
sistema nervoso em controlar a vasoconstrição e vasodilatação de capilares e 
vênulas 
ALTERAÇÕES NA FACE DO 
RN 
– Implantação baixa da orelha, 
– Microftalmia - pequenez exagerada de todas as dimensões de 
um ou dos dois olhos, que pode ou não provocar defeito de 
visão, 
– Hipotelorismo - aproximação demasiada das órbitas oculares – 
má formação no crânio, 
– Hipertelorismo - caracteriza pelo afastamento dos olhos – má 
formação no crânio, 
 
ALTERAÇÕES NA FACE DO 
RN 
– Imperfuração de coanas: também denominada atresia coanal 
congênita ou oclusão coanal congênita, é uma má formação 
congênita, que se traduz pela falta de permeabilidade ou 
obliteração da coana nasal; 
– Labio-leporino e/ou fenda palatina 
 
ACHADOS ANORMAIS DO 
CRÂNIO 
– Pode ocorrer micro, macro, hidrocefalia; 
– Alterações ósseas: o craniotabes é uma zona de tábua 
óssea depressível, com consistência diminuída, 
comparada à uma bola de pingue-pongue, encontrada 
em RN normal, principalmente, no prematuro. 
 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
– Menina – lábios edemaciados, clitóris predominante, 
secreção mucóide. 
 
– Menino – prepúcio sobre a glande, escroto rugoso, 
palpação a procura de testículos. 
 
– Reto – imperfuração retal. 
 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
– Menina 
o Imperfuração himenal: pode levar à retenção de secreções 
uterinas e vaginais e causar abaulamento himenal e às vezes 
retenção urinária por compressão extrínseca. 
o Sinéquia: é a aderência de tecidos. A sinéquia de pequenos 
lábios é a fusão das bordas internas dos pequenos lábios. 
(acomete crianças até ou 10 anos, sendo a principal fase até os 
dois anos) 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
Imperfuração himenal 
Sinéquia 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
– Genitália – alteração: 
– Menino – 
– Fimose: é comum no RN a aderência do prepúcio à glande; 
– Hidrocele: aumento dos testículos com transiluminação positiva e 
não redução com as manobras habituais; 
– Hérnias; 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
– Criptorquidia: testículos não completam a descida normal até o 
escroto; 
– Hipospádia: condição congênita rara que apresenta a abertura do 
pênis encontra-se na parte inferior do órgão. 
 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
Criptorquidia 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN 
ALTERAÇÕES EM 
GENITÁLIA DO RN

Continue navegando