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PROTEÇÃO COMPLEXO DENTINO PULPAR Thais Stefane de Ávila pereira Thais Stefane de Ávila Pereira Thaisavila.ts94@gmail.com Resumo Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane Proteção do complexo dentino pulpar: sempre durante um procedimento restaurador devemos pensar na proteção complexo dentino pulpar em relação a profundidade biológica da cavidade. Sempre que haver exposição de dentina, independente da profundidade, sempre tem que haver essa proteção. Relembrando: - Dentina: tecido mineralizado produzido pelos odontoblastos e é denominada PRIMARIA a dentina produzida durante a ontogênese até a erupção na cavidade bucal e completa a formação do ápice radicular. A DENTINA SECUNDARIA é aquela produzida após a erupção dentaria e ocorre passível e lentamente por toda a vida acompanhada de migração dos odontoblastos em direção a polpa, reduzindo o volume da polpa. Tanto a dentina primaria, como a secundaria , são tecidos são indistinguíveis produzidos fisiologicamente. Já a DENTINA TERCIARIA corresponde a dentina reacional que é formada em respostas ás agressões sofridas. A dentina superficial que localiza-se próximo a junção amelodentinaria, terço mais externo da dentina, apresenta-se mas mineralizada, com mais dentinas intertubular e Peritubular com túbulos de pequenos diâmetro. Já a DENTINA PROFUNDA, terço interno, observa-se menor quantidade de dentina intertubular e peritubular, além de maior diâmetro dos túbulos dentinários.. Quanto maior a profundidade da cavidade, maior a umidade e permeabilidade , fator importante para a escolha do material restaurador e protetor que será utilizado. - O esmalte/dentina é a estrutura responsável pela proteção biológica da polpa, e ao mesmo tempo, estes tecidos se protegem multualmente. Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane - esmalte : tecido duro( resistente ao desgaste, impermeável, bom isolante térmico), 12% de agua + compostos orgânicos, e 88% de hidroxiapatita(extremamente friável) - dentina é um tecido pouco resistente ao desgaste, permeável , possui resiliência, e boa condutora de eletricidade., sendo 25% de agua , 30% fibras e 45% hidroxiapatita. Mecanismos inerentes para limitar os danos causados por agentes agressores: - esclerosamento dos túbulos dentinários - formação de dentina terciária - sensibilidade dolorosa Fatores relacionados a idade: - menor diâmetro dos túbulos - redução da permeabilidade - individuo mais de 50 anos de idade apresenta menor quantidade de água na dentina, menor espessura da dentina e menor densidade de odontoblastos Fatores capazes de promover injurias: - carie - preparo cavitário - Desidratação - interferência oclusal - espessura da dentina remanescente Objetivos da proteção: - bloquear agressão via lesão cariosa - inativar as bactérias - remineralizar dentina descalcificada - hipermineralizar dentina sadia - estimular formação de dentina reparadora Materiais protetores: Os materiais protetores acessíveis atualmente apresentam composição bastante variada, responsável pelo seu comportamento físico, químico e biológico. Para facilidade de compreensão, podem ser resumidos de acordo com sua composição básica e características da apresentação: - Vernizes Cavitários; - Produtos à Base de Hidróxido de Cálcio; - Cimentos Dentários; - Adesivos Dentinários. Verniz cavitários são compostos à base de resina copal natural ou sintética, dissolvida em clorofôrmio, éter ou acetona. Quando aplicado em uma cavidade, o solvente evapora-se rapidamente, deixando uma película forradora semi-perméavel que veda com certa eficiência os túbulos dentinários. Indicação- restauração em amalgama Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane Produtos a base de hidróxido de cálcio: Os produtos à base de hidróxido de cálcio são atualmente bastante difundidos e grandemente utilizados, graças à sua comprovada propriedade de estimular a formação de dentina esclerosada, reparadora e proteger a polpa contra os estímulos termoelétricos e a ação dos agentes tóxicos de alguns materiais restauradores. A indução de neoformação dentinária parece ser decorrente do pH altamente alcalino do hidróxido de cálcio, embora o seu mecanismo de ação seja desconhecido. Desde que o hidróxido de cálcio é particularmente efetivo em estimular a formação de dentina reacional e reparadora, é o material de escolha para ser empregado em cavidades profundas, particularmente naquelas situações onde existe a possibilidade de microexposições não detectáveis clinicamente. - solução hidróxido de cálcio: A quantidade de 10 a 20 gramas de hidróxido de cálcio P. A. em 200ml de água destilada. Esta mistura deverá ser mantida em repouso, para que o excesso de hidróxido de cálcio fique sedimentado no fundo do recipiente. Esta solução alcalina ou água de hidróxido de cálcio é útil para todos os tipos de cavidades, qualquer que seja a sua profundidade, devendo-se lavá-las com esta solução antes que a proteção pulpar e restauração sejam colocadas. Por outro lado, o hidróxido de cálcio depositado no fundo do recipiente constitui uma ótima pasta para proteções diretas que o profissional poderá utilizar com freqüência.. -Suspensões de Hidróxido de Cálcio: Consiste numa suspensão de hidróxido de cálcio em solução aquosa de metilcelulose a qual deve ser agitado antes do uso. Este produto vem munido de dispositivo apropriado com uma cânula que permite gotejar a suspensão dentro da cavidade. Geralmente uma ou duas gotas de suspensão é suficiente para um forramento adequado, após a colocação da gota, esta deve ser seca com leve jato de ar até que se forme uma película forradora branca e fosca em toda superfície preparada. - Pasta de Hidróxido de Cálcio Diferem dos cimentos na composição e consistência e constitui-se basicamente de hidróxido de cálcio pró-análise dissolvido em água destilada ( não endurecem após a sua colocação na cavidade). Possuem outros constituintes como o cloreto de sódio, potássio, cálcio e carbonato de cálcio ou então com a adição de sulfato de bário que torna a pasta radiopaca. Devido à capacidade de estimular a formação de dentina reparadora quando colocadas sobre a polpa, estas pastas são principalmente indicados nos casos de proteção direta, quando ocorre uma exposição acidental. - Cimentos de Hidróxido de Cálcio Apresenta-se sob a forma de duas pastas, uma base e outra catalisadora. A pasta base é constituída por dióxido de titânio (56,7%) em glicol salicilato, com um pigmento (pH 8,6). A catalisadora é composta de hidróxido de cálcio (53,5%), óxido de zinco (9,7%) em etiltolueno sulfonamida, cujo pH é 11,3. Sua manipulação é bastante simples, bastando proporcionar pastas iguais das duas pastas, espatulá-las convenientemente e levar a mistura á cavidade com o auxílio de um instrumento próprio. Sob o ponto de vista biológico, quando aplicado sobre a dentina possibilita a formação de dentina reacional e evidências de reparo pulpar e parece conduzir a resultados satisfatórios quando aplicado sobre pequenas exposições pulpares acidentais Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane Adesivos dentinarios Os sistemas adesivos mais recentes para serem usados como selantes cavitários são aqueles que possuem uma demonstrada capacidade de união a múltiplos substratos para poder unir o material restaurador ao dente. Cimentos dentinarios: Os mais utilizados em forramento e proteção são : - oxido de zinco e eugenol: apresenta efeito terapêutico sobre a polpa, baixa resistência mecânica, péssima adesividade na estrutura dental, inibe a polimerização dasresinas e adesivos dentinarios. - ionômero de vidro: promove remineralizaçao pela liberação de flúor, coeficiente de expansão térmica linear próximo ao da dentina, biocompativel, excelente resistência como forrador e/ou forrador Tipos de proteção: - proteção direta: Caracteriza-se pela aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto para manter sua vitalidade e promover o restabelecimento da polpa, estimular o desenvolvimento de nova dentina e proteger a polpa de irritação adicional posterior. *Capeamento direto: Quando tenho uma exposição pulpar. O primeiro passo é avaliar o tecido pulpar, a qualidade do tecido see estiver normal (sangramento vermelho vivo e fácil hemostasia) posso fazer o capeamento pulpar direto, caso o sangue esteja arroxeado, é o que chamamos de tecido cianótico, ele é contra o capeamento direto. Curetagem (se sangrou fora do consultório) rigação abundante com soro fisiológico visita do paciente preservação de 6 em 6 meses - Quando ocorre pequena exposição pulpar durante acabamento do preparo (não há contaminação da polpa por cárie)Proteção pulpar direta Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane Técnica: bolinha de algodão esterilizada embebida em solução de soro fisiológico sobre a exposição para hemostasia; solução de Ca (OH)2 sobre a exposição; Ca (OH)2 P.A. sobre a exposição; segue técnica de proteção pulpar convencional. - Quando ocorre exposição pulpar quando ainda existe tecido cariado na cavidade (há contaminação por cárie) Curetagem pulpar A polpa apresenta pulpite reversível e a polpa exposta por cárie. A superfície da polpa encontra-se contaminada. A porção contaminada deve ser removida e o remanescente protegido por material biocompatível e estimulador da formação de tecido duro. 1- remoção de todo o tecido cariado; 2- lavagem cavidade com soro fisiológico; 3- curetagem da porção exposta da polpa com cureta afiada; 4- bolinha de algodão esterilizada embebida em solução de soro fisiológico sobre a exposição para hemostasia; 5- solução de Ca (OH)2 sobre a exposição; 6- Ca (OH)2 P.A. sobre a exposição; 7- segue técnica de proteção pulpar 8- convencional. Pulpotomia - proteção indireta: existe ainda uma dentina remanescente. *capeamento pulpar indireto: Nesse caso não houve exposição , vou evitar a exposição . Neste processo são estimulados os mecanismos naturais de reparo dentinário pela polpa. Aplica-se o cemento hidróxido de cálcio sobre o local da lesão para induzir o reparo dentinário seguido pela restauração final, recompondo a estética dental. *tratamento expectante: não há remoção do tecido cariado por completo devido a chance de exposição pulpar-paciente jovem 1. Remoção da dentina cariada com brocas em baixa rotação e curetas, principalmente nas paredes circundantes; 2. Lavar a cavidade com solução de hidróxido de cálcio; 3. Aplicar camada de cimento de hidróxido de cálcio; 4. Restaurar a cavidade com cimento de ionômero de vidro restaurador ou cimento de óxido de zinco e eugenol; 5. Aguardar 45 a 90 dias; 6. Radiografia periapical (verificar periápice e formação de barreira dentinária mineralizada) 7. Teste de vitalidade pulpar (frio) 8. Dentro da normalidade remove-se o material provisório e o remanescente cariado e faz-se a restauração definitiva indicada. Curetagem Pulpotomia Remoção Parcial da polpa coronária Remoção total da polpa coronária Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane Idade do paciente: Volume da polpa diminui com o aumento da idade. Profundidade das Cavidade : Rasa e media Limpeza – clorexidina Proteção – sistema adesivo Profunda Limpeza – solução hidróxido de cálcio ou clorexidina Proteção – CIV+ sistema adesivo Limpeza – solução hidróxido de cálcio ou clorexidina Proteção –Cimento Hidroxido de cálcio+ CIV+ sistema adesivo Com exposição Limpeza – solução hidróxido de cálcio ou clorexidina Proteção –pasta + Cimento Hidroxido de cálcio+ CIV+ sistema adesivo Muito profunda Proteção complexo dentino pulpar- Odontologia – Thais Stefane 1- Superficial 2- Rasa 3- Media 4- Profunda 5- Muito profunda Cavidade rasa- em esmalte ou ultrapassa 0,5 a 1,0 mm da junção amelodentinária Cavidade média- 1 mm ou mais de dentina remanescente Cavidade profunda- com até 0,5 mm de dentina remanescente Cavidade muito profunda- com 0,5 mm ou menos de dentina remanescente Casos clínicos Paciente com 15 anos compareceu a clínica odontológica apresentando lesão de carie cativada muito profunda do dente 37. Descreva a sequência de tratamento para cada situação: A)Após a remoção completa do tecido cariado sem a exposição pulpar B)Se após a remoção de carie houver exposição acidental da polpa C)Se a lesão for muito profunda e tiver risco de exposição durante a remoção do tecido cariado
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