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DIDÁTICA TEMA 3 MÓDULO 1 2 3

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TEMA 3
MÓDULO 1
· Descrever as teorias da aprendizagem
A Escola da Ponte é um bom exemplo de instituição com uma nova visão de ensino e metodologia. Sua característica é levar em consideração a promoção da autonomia e da liberdade dos estudantes, pensando-os como protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.
Como podemos perceber, a visão de ensino semelhante a uma linha de montagem – na qual professor e aluno desempenham apenas um papel, tendo o mesmo tempo e a mesma forma de aprender – está sendo repensada; por conta disso, novas abordagens didáticas na área têm sido estudadas.
Com as mudanças nesses paradigmas da educação, o estudo das abordagens didáticas passa a analisar como a prática docente – compreendida pela dinâmica de ensino-aprendizagem – pode ser executada de maneira mais eficiente.
Para obter essa eficiência, no entanto, não existe uma única linha de abordagem. A maneira como os educandos aprendem é um assunto amplamente debatido, influenciando tais abordagens. Para compreendermos essas linhas, seguiremos os passos de um professor que se depara com o desafio de escolher um caminho para tornar a sua atuação mais eficiente.
Desse modo, como primeiro passo, serão apresentadas as principais teorias da aprendizagem: elas são muito utilizadas e conhecidas no campo da Educação, pois este espaço mostra-se necessariamente complexo, com um conjunto de teorias que sustenta o processo de ensino e de aprendizagem. Podemos, assim, dizer que o professor precisa conhecer as teorias que vão subsidiar sua abordagem didática.
Conhecer as principais teorias da aprendizagem deve representar um constante exercício de estudos, possibilitando que os professores se aprofundem e escolham aquelas com as quais mais se identifiquem. Portanto, estamos falando de escolhas.	
Essas escolhas têm se tornado cada vez mais difíceis quando levamos em consideração o mundo contemporâneo com os inúmeros desafios à vida cotidiana e ao exercício da docência. Afinal, tais mudanças têm impactado fortemente a prática do professor em sala de aula nos dias de hoje.
Neste momento, você deve estar se perguntando:
Como construir uma prática pedagógica competente para atuar na docência?
Como ajustar a prática pedagógica para alinhá-la a essas mudanças?
Essas (e outras) questões fazem parte da profissão docente, embora seu raio de influência dependa da prática desenvolvida por cada professor. Tais perguntas sempre lhe acompanharão em sua atividade profissional.
O foco sobre as teorias da aprendizagem se concentra em sua perspectiva de desenvolvimento, considerada por muitos como uma das mais emblemáticas do século passado por meio da intensa relação com a Psicologia da Educação. Vamos ver a seguir alguns de seus conceitos.
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA OU BEHAVIORISMO
Nossos estudos sobre as teorias da aprendizagem começam com o destaque a uma das correntes teóricas mais importantes da área: o behaviorismo. Originada em estudos feitos no campo da Psicologia, esta corrente de pensamento compreende e define o comportamento humano como o resultado de influências sociais. Segundo a teoria behavorista, o sujeito pode ser moldado de acordo com estímulos e respostas.
Podemos destacar John B. Watson como o principal criador dessa teoria e, logo em seguida, outros estudiosos também se juntaram ao behaviorismo, como Ivan Pavlov e B.F. Skinner .
Assim, podemos entender que o behaviorismo é parte de um sistema educacional tradicional, pois está amparado em estímulos, respostas e reforços. Talvez você ainda esteja se perguntando:
Mas ainda resta uma dúvida: quando uma criança recebe uma nota “baixa” na escola, o que é reforçado com isso?
Se já recebeu nota baixa alguma vez na vida, isso certamente reforçou alguma ideia em você. É isso que o behaviorismo analisa.
À medida que somos elogiados, o nosso comportamento muda.
Nesta abordagem, o principal instrumento da modelagem é o reforço. Este pode ser entendido como qualquer ocorrência que aumente a intensidade de um determinado comportamento. Pode ser positivo (recompensa) ou negativo (remoção de algo adverso).
Nessa perspectiva, a educação está fortemente ligada à transmissão cultural, devendo imprimir no sujeito conhecimentos e padrões de comportamentos éticos e sociais, além de competências consideradas fundamentais para o controle do ambiente e da realidade. O processo de ensino-aprendizagem é uma mudança comportamental do sujeito resultante das práticas vividas e reforçadas pelo professor. Por isso:
O ambiente de aprendizagem deve ser previamente planejado pelo professor.
A metodologia do ensino precisa aplicar o processo do reforço na relação professor-aluno.
O docente estabelece a proposta de aprendizagem a partir da estruturação dos elementos.
Tais elementos proporcionam experiências curriculares para a consecução dos objetivos previamente propostos.
Você conhece o teste dos macacos?
Em um experimento, foram colocados eletrodos na cabeça de dez macacos e um cacho de bananas no alto de uma estante. Cada vez que um deles tentava subir e pegar uma fruta, os outros tomavam um choque. Após um tempo – primeiramente, em ações individuais; depois, coletivamente –, os demais passaram a punir aquele que subia. A partir daí, uma patrulha foi estabelecida: mesmo com fome, os macacos não subiam mais para pegar a banana.
Em determinado momento, todos os eletrodos foram tirados, mas o comportamento deles não mudou. Qualquer macaco que tentasse subir para comer uma banana era evitado e apanhava dos outros. Em seguida, pouco a pouco, os animais foram sendo substituídos; ainda assim, mesmo com todos eles trocados, a regra ainda valia.
ABORDAGEM COGNITIVISTA
Nesta abordagem, o conhecimento é considerado uma construção contínua do sujeito no meio em que transita. O cognitivismo realça aquilo que é ignorado pela abordagem comportamentalista: o ato de conhecer. O interesse da teoria cognitivista é saber como o ser humano conhece o mundo, investigando a percepção, o processamento de informação e a compreensão dele.
Vamos entender como a teoria cognitivista funciona:
Ela ajuda o sujeito a compreender e atribuir significado para sua realidade.
Dessa forma, esta teoria tem como foco específico a compreensão de como o sujeito guarda e organiza os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso escolar.
Sua ênfase está no papel humano frente ao processo de construção do conhecimento, pois ela se concentra no desenvolvimento da personalidade do sujeito e na sua capacidade de atuar de forma integrada.
A figura do professor não é a de um transmissor do conhecimento, mas o de um facilitador da aprendizagem.
O conteúdo, por sua vez, é proveniente de experiências próprias realizadas pelo estudante na sala de aula. Elas são orientadas pelo professor, que atua como um articulador entre o conhecimento e o aluno. O docente, portanto, possibilita a criação de condições para que os discentes aprendam.
O cognitivismo não concebe modelos prontos de mundo, aluno ou sala de aula. Tudo está em um contínuo processo de vir a ser, pois seu objetivo didático é a autorrealização e o uso pleno das potencialidades do sujeito. Desse modo, de acordo com a abordagem cognitivista, o mundo e o homem não estão prontos e acabados (como ocorre no behaviorismo).
A educação centra-se no aluno. Devem emanar dele os motivos para a aprendizagem, pois a sua finalidade é a criação de condições que facilitem o aprendizado integral do sujeito. Por isso, a autodescoberta e a autodeterminação constituem atributos da abordagem cognitivista
O processo de ensino cognitivista ocorre a partir de uma metodologia criada pelo professor na qual a aprendizagem do aluno se desenvolve em um contexto que privilegia a liberdade para aprender. Notemos que várias correntes e diversos representantes desta teoria podem ser agrupados da seguinte maneira:	
Cognitivista
Construtivista
Investiga como são construídas pelo sujeito as estruturas cognitivas para a elaboração do conhecimento. Também se ocupa dos processos do pensamento humano desde a infância.
SociointeracionistaPreocupa-se com a importância da experiência e da cultura do meio para o processo de construção de conhecimento e de constituição do indivíduo.
Significativa
Realça a importância do significado na aprendizagem e investiga o processo cognitivo a partir do entendimento de que a nova informação se relaciona com várias outras já conhecidas pelo sujeito e presentes na estrutura cognitiva.
Segundo as teorias cognitivistas, o processo do conhecimento é construído pela relação entre sujeito e sujeito ou sujeito e objeto, ou seja, cada sujeito constrói o seu conhecimento a partir do contato com o meio e da relação que ele faz.
O sujeito constrói o seu conhecimento não a partir de uma estrutura fixa, mas sempre em uma relação de troca. Por isso, tais teorias designam a existência de uma variedade de elementos responsável por possibilitar o aprendizado.
Vamos conhecê-las mais profundamente a partir de agora.
Teoria cognitivista construtivista
O Construtivismo é uma linha de pensamento que gerou um grande impacto na Pedagogia, principalmente pelas ideias de Jean Piaget.
Sua principal indagação diz respeito à forma como o sujeito conhece o mundo. Uma das principais preocupações de Piaget era compreender como e quais são os mecanismos utilizados pelo homem para o conhecer e se adaptar a ele.
Para Piaget, as interações sociais são muito importantes, pois elas transmitem as informações características do meio e contribuem, de uma maneira ativa, para a assimilação do conhecimento pelo sujeito.
Se você quiser aprofundar ainda mais os seus conhecimentos sobre este autor e sua teoria, leia esta obra que aborda o trabalho de Jean Piaget.
Cada informação do meio social é processada na mente do sujeito a partir dos elementos que lhe são oferecidos. Assim, cada um reestrutura de maneira única esse conhecimento e o integra ao corpo de um saber já construído. Dessa maneira, Piaget avalia o contato social como o principal meio de aprendizado.
Para Jean Piaget, a interação social não está relacionada apenas a uma transferência verbal, e sim ao uso do pensamento e da cooperação.
Interação
Ao interagir com pessoas e objetos, há o progresso do pensamento do sujeito e, consequentemente, de sua ação.
Cooperação
Neste processo interacional, o sujeito entende que sua ação deve contribuir para a cooperação do grupo, desenvolvendo, com isso, uma vida afetiva.
Essa afirmação propicia a compreensão de que a abordagem construtivista estabelece diferenças entre ensino e aprendizagem. Afinal, o que cada estudante aprende não constitui exatamente aquilo que o docente explica em sala de aula, tampouco o que era planejado previamente por ele. A aprendizagem, portanto, depende diretamente de conhecimentos anteriores àqueles evocados por nossas experiências.
Então, talvez apareça a seguinte questão:
Se cada um deles aprende e percebe o mundo de uma maneira diferente, como alcançar todos os alunos?
O professor precisa estabelecer situações que desestabilizem os conhecimentos anteriores de seus alunos. No entanto, é fundamental haver a compreensão de que isso, concomitantemente, requer a presença de:
Situações-problema
O professor deve propor situações-problema que os instiguem a investigar, discutir, refletir, levantar questões e formular hipóteses.
Motivação
É necessário estar motivado para fazer um esforço cognitivo a fim de alcançar um novo conhecimento; por isso, é importante motivar constantemente os alunos a prosseguirem, não desistindo dele.
Postura ativa
O professor deve instigar o aluno a adotar uma postura ativa em seu processo de construção do conhecimento.
Planejamento
O planejamento didático tem de ser abrangente para atingir todos os alunos em suas diversidades, integrando-os.
Teoria cognitivista sociointeracionista
Lev Vygotsky é seu maior representante. Para este autor, a mediação é um fato fundamental para o processo cognitivo do sujeito, sendo realizada por meio da relação interpessoal e dos sistemas de signos(linguagem, escrita, símbolos e objetos).
A linguagem é um instrumento de mediação da aprendizagem para criar situações concretas de produção, reflexão, colaboração e construção de conhecimento. Ela abandona, dessa forma, o esquema linear de reprodução ou consumo.
A teoria sociointeracionista impeliu os docentes a uma reflexão sobre a prática pedagógica devido aos apontamentos feitos por Vygotsky sobre as relações existentes entre a aprendizagem, o desenvolvimento e a interação nos processos educativos.
Se você quiser aprofundar ainda mais os seus conhecimentos sobre este autor e sua teoria, acesse este artigo: Lev Semionovich Vygotsky.
Podemos reconhecer a interação entre os alunos como uma estratégia pedagógica. Para que haja um conhecimento, o sujeito deve ser entendido como um ser social que constrói sua individualidade a partir das interações mediadas pela cultura. Dessa maneira, a relação que a pessoa estabelece com o meio social é condição fundamental para ela se constituir como indivíduo.
Teoria cognitivista significativa
Os estudos sobre esta teoria têm como base o autor David Paul Ausubel, responsável pela elaboração do conceito de aprendizagem significativa. Na abordagem cognitiva, ele observa o que ocorre dentro da mente humana durante a construção do conhecimento.
Para Ausubel, a estrutura cognitiva refere-se ao conteúdo total das informações, aos fatos, aos conceitos e aos princípios organizados pela pessoa. A aprendizagem é vista como o processo em que o novo conteúdo se organiza e se integra à estrutura cognitiva já existente. Dessa maneira, o professor precisa fazer a relação significativa entre o conteúdo acadêmico e o social para que o aluno perceba o significado do que aprende.
As ideias de Ausubel também se caracterizam por uma reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino em vez de tentar somente generalizar e transferir-lhes conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou contextos de aprendizagem.
Aprofunde ainda mais os seus conhecimentos sobre este autor e sua teoria com a leitura do artigo Teorias de ensino: a contribuição de David Ausubel.
Para haver aprendizagem significativa, são necessárias duas condições:
Primeira condição:
O aluno precisa ter uma disposição para aprender. Se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, a aprendizagem será mecânica.
Segunda condição:
O conteúdo escolar a ser aprendido deve ser potencialmente significativo, ou seja, ele precisa se mostrar lógica e psicologicamente significativo.
O significado lógico depende somente da natureza do conteúdo; o psicológico, por sua vez, significa a experiência de cada indivíduo. Todo aprendiz faz uma filtragem própria do significado dos conteúdos.
Com esse duplo marco de referência, as proposições de Ausubel partem da consideração de que os indivíduos apresentam uma organização cognitiva interna baseada em conhecimentos de caráter conceitual, sendo que a sua complexidade depende muito mais das relações que eles estabelecem entre si que do número de conceitos presentes.
Essas relações têm um caráter hierárquico; dessa forma, a estrutura cognitiva é compreendida fundamentalmente como uma rede de conceitos organizados hierarquicamente de acordo com o grau de abstração e de generalização.
Agora que você já foi apresentado às teorias contempladas na abordagem cognitivista, demonstraremos como elas influenciam na atuação do professor e na sua prática em espaços escolares.
1. A abordagem cognitivista se baseia nas teorias de Piaget, Vygotsky e Ausebel, cujos elementos comuns acerca da aprendizagem podem contribuir efetivamente para uma prática docente mais eficiente.
Das opções abaixo, pode ser identificada como um elemento comum:
a) A aprendizagem se dá a partir de experiências próprias realizadas pelo estudante na sala de aula e orientadas pelo professor, que atua como articulador entre o conhecimento e o aluno.
2. A importância das abordagens didáticas está no fato de elas oferecerem à prática docente uma possibilidade mais eficiente de ação no processo de ensino e aprendizagem.Por não haver uma única linha de abordagem, é fundamental compreender as características que marcam cada uma a fim de identificar quais se adequam mais à realidade em que se dá a educação.
Sobre as características dessas abordagens, podemos afirmar:
I – O conhecimento é compreendido como um processo de: percepção, processamento de informação e compreensão.
II – O docente é gerador de condições para que os alunos aprendam.
III – O aluno, como qualquer sujeito, é constituído como resultado das influências sociais do meio em que vive.
IV – A aprendizagem é o conjunto de comportamentos padronizados e objetivos anteriormente fixados.
Das características acima:
c) III e IV pertencem à abordagem comportamental.
MÓDULO 2
· IDENTIFICAR O PROCESSO DA ABORDAGEM DIDÁTICA NA PRÁTICA DOCENTE
Afinal, o que seria a didática? Por que professores precisam dela?
A didática serve para indicar os processos de ensino-aprendizagem. Com eles, você vai poder pensar tecnicamente e acompanhar a evolução dos alunos.
Não basta, porém, compreender um conteúdo do ponto de vista técnico. O processo de compreensão é do aluno, e não do professor, pois será o estudante que vai descobrir os seus caminhos e construir as pontes necessárias para seu desenvolvimento. Ser didático, além de se preparar, é estar disposto a compreender que seu aluno precisa de acompanhamento no processo de aprendizado.
A didática não deve ser entendida como uma prática, mas como um processo no qual cada aluno desenvolve seus aspectos cognitivos. O professor, por sua vez, acompanha esse processo e fomenta novas descobertas, possibilitando a ampliação desses conhecimentos.
Todo aquele que se coloca na condição de educando espera que quem o conduzirá esteja preparado. Independentemente de nosso tempo de convivência, nós, enquanto professores, devemos estar dispostos e sermos capaz de acompanhá-lo para provocar e permitir processos de aprendizagem, cada um com seu ritmo e dentro de suas necessidades. Desse modo, atuar didaticamente é:
Preparar-se para estabelecer a ação pedagógica.
Perceber o desenvolvimento do sujeito conforme se desenvolve a educação.
Ter o aprendizado como foco do resultado, mesmo entendendo que nem sempre ele ocorrerá da forma esperada e planejada.
O uso da didática, aliás, possui uma funcionalidade muito mais ampla: fundamental para todo sujeito no ato de educar, ela impacta diretamente o processo de ensino-aprendizagem.
CONCEITUANDO A DIDÁTICA
A didática deve ser entendida como uma ferramenta pedagógica que impulsiona o professor a refletir sobre as formas de abordagem do conhecimento, das metodologias, da necessidade de planejamento e de tudo que envolve o processo de ensino-aprendizagem. Como não se limita à técnica, ela se dedica ao estudo do processo de ensino-aprendizagem, oferecendo uma reflexão constante que orienta as abordagens didáticas a fim de fortalecer tal processo.
A abordagem didática deve ser entendida como um “fazer reflexivo” que leva o professor a ampliar sua visão sobre as formas de ensinar e de aprender, facilitando a escolha das metodologias que dão sentido à sua prática.
Ela provoca reflexões sobre a forma de atuação dela no processo de aprendizagem dos alunos e a maneira de melhorar sua prática a partir do seu cotidiano.
A abordagem didática também ultrapassa a dimensão técnica, pois exige compromisso do mestre com o aprendiz, fazendo com que o professor adote uma postura reflexiva, na qual a construção de conhecimentos ganha nova dimensão, provocando a entrada de aprendizagens significativas que façam sentido para o público a que se destina.
O papel da abordagem didática é fazer a diferença em qualquer campo com demanda educativa (instituições públicas, privadas ou do terceiro setor), pois ela auxilia na construção de cenários de ambientação para que a aprendizagem aconteça e se consolide.
Na abordagem didática, o professor deve:
Dar sentido ao que é apresentado
Podemos dizer que ela é a proposta de reflexão sobre a prática. O professor utiliza variadas teorias da aprendizagem para observar o andamento do processo de ensino.
Ter o cuidado de buscar novos caminhos
O professor deve desenvolver e adaptar métodos e técnicas que possam ser utilizados na construção de determinados conhecimentos, sabendo contextualizá-los a cada realidade e respeitando os procedimentos mentais desenvolvidos nessa construção.
Quem é didático, atua como um mediador que considera e respeita a cultura e a história do seu aluno, associando, a partir dessas singularidades, os saberes da vida aos que precisam ser construídos. Portanto, no universo da abordagem didática, diversas teorias podem ser utilizadas para a obtenção da melhor proposta com o objetivo de atender à necessidade dos alunos. Ou seja, você precisa compreender que todo professor tem uma abordagem didática para pensar, fazer sua aula e instruir seu aluno.
ABORDAGEM DIDÁTICA PARA AS FUTURAS GERAÇÕES
Você sabia que a nossa sociedade passa por grandes transformações e que cada geração é classificada de uma maneira diferente? Para a reflexão apropriada de uma abordagem didática atual, o professor deve ter algum conhecimento sobre as gerações e seus processos históricos.
Como você pôde observar, cada uma dessas gerações (X, Y, Z e Alpha) apresenta características diferentes. A definição de uma abordagem didática que não leve em conta tais elementos pode interferir profundamente no processo de ensino e aprendizagem. As diferenças geracionais direcionam a construção do seu processo docente, mas sem haver a criação de uma “camisa de força”. Portanto, sempre deve existir espaço para a criatividade.
Precisamos, enquanto professores, reconhecer as diferenças geracionais e nos comportar como um orientador de caminhos. Nosso objetivo é propor desafios e, principalmente, direcionar os alunos para o trabalho cooperativo e colaborativo mediante a potencialização do diálogo, da troca de conhecimentos e da produção coletiva dos discentes.
Atualmente, o professor na sala de aula da educação básica trabalha principalmente com crianças das gerações Z e Alpha. Dessa forma, ele terá de repensar sua prática pedagógica e seus caminhos didáticos, pois precisará lidar com perfis geracionais diferentes do seu.
Essas medidas são importantes. Nossos alunos têm um perfil geracional diferente, já que cresceram utilizando ambientes colaborativos, como Instagram, Facebook, Pinterest e Snapchat. Além disso, eles estão acostumados aos games, que são jogados em grupos, embora seus jogadores estejam distantes geograficamente.
Por essa razão, a abordagem didática atual deve enfatizar o enfoque social em detrimento do individual, privilegiando atividades e trabalhos realizados em mesas agrupadas fisicamente nas quais sejam utilizadas ações de pesquisa, análise de situações e resolução de problemas.
O melhor procedimento didático é aquele acompanhado de uma significação para cada geração. A didática está presente de forma imperativa em todos os espaços de aprendizagem: na construção de instrumentos de apoio ao ensino, como conteúdos digitais, assim como em materiais, livros e projetos didáticos. Afinal, ela mesma é um instrumento qualificador do trabalho educativo.
1. Podemos resumir a abordagem didática como algo responsável por levar o professor a ampliar sua visão sobre as formas de ensinar e aprender, facilitando a escolha das metodologias que dão sentido à sua prática. Mas, ampliado sua compreensão, também podemos afirmar que:
I - O papel da abordagem didática é fazer a diferença em qualquer campo no qual haja demanda educativa, desde que ela esteja presente apenas nas instituições públicas, cuja área apresenta uma maior carência.
II - Podemos afirmar que a abordagem didática do professor tem a incumbência de dar sentido à sua prática, ou seja, ela é a proposta de reflexão permanente sobre a relação de ensino e aprendizagem.
III – Quando o professor utiliza várias teorias da aprendizagem para observar o andamento do processo de ensino, ele está se afastando da abordagem didática, o que exige a opção demetodologias claras e definitivas.
Sobre essas afirmativas, podemos dizer que:
b) Somente a II é verdadeira.
2. Com a internet, estamos começando a ter que modificar a forma de ensinar e de aprender tanto nos cursos presenciais como nos de educação continuada, a distância [...]. Tanto professores como alunos, temos a clara sensação de que, em muitas aulas convencionais, perdemos muito tempo...” (MORAN, J. Revista Interações. São Paulo, 2000. vol. V. p. 57-72).
O trecho acima nos traz um desafio que deve tornar-se permanente em todo ato de educar: modificar a forma de ensinar e de aprender. Tal desafio também pode ser exemplificado nas afirmações abaixo, exceto:
d) Apesar das mudanças sociais pelas quais passamos, nossos alunos atualmente ainda têm um perfil geracional muito semelhante ao nosso e possuem dificuldades na utilização de ambientes colaborativos.
MÓDULO 3
· DEFINIR COMO SE ELABORA UM PLANO DE AULA NA PERSPECTIVA DAS TEORIAS DA APRENDIZAGEN
RECAPITULANDO
Como vimos no módulo anterior, a abordagem didática se separa em dois grandes blocos. Amparada por uma teoria e concepção de mundo, de sujeito e de sociedade, ela propõe um:
Fazer reflexivo
O professor deve pensar sua prática de forma contextualizada a partir de uma teoria da aprendizagem. Assim, cabe ao docente refletir sobre as relações, reações e ações que vão influenciar a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos.
Ensino-aprendizagem
Todo professor precisa saber que o processo de aprendizagem não está desvinculado do ensino: ambos estão juntos.
O professor ensina e o aluno aprende, mas ele também acaba aprendendo nesse processo. Todos nós, enfim, aprendemos e ensinamos no ato educativo.
Você, enquanto professor, deve refletir sobre qual abordagem irá auxiliar no seu processo como educador. Seu objetivo é facilitar o aprendizado do aluno, levando em consideração seu cotidiano, sua vivência e seu saber. Para isso, é importante, antes de tudo, planejar suas aulas tendo em vista os blocos da abordagem didática e os currículos que atuam dentro dos espaços educacionais.
PLANO DE AULA
Durante a elaboração do plano de aula, o professor deve articular as competências e habilidades solicitadas pelo seu demandante com as estratégias que serão utilizadas. Portanto, ele corresponde ao nível de maior detalhamento e objetividade do processo de planejamento didático, tendo como finalidade a previsão dos conteúdos e atividades de cada aula.
Todo plano de aula deve ser composto por conteúdo e tema, competências, estratégias didático-metodológicas e avaliação (com possíveis intervenções didáticas). Durante a elaboração do planejamento e deste plano, é preciso ter em mente as seguintes perguntas:
1. O QUE ENSINAR? - OBJETIVOS
Indicam os propósitos de nossa ação didática, devendo estar expressos por verbos no infinitivo que contemplem comportamentos, habilidades, atitudes e competências esperados dos alunos. Dividem-se em geral (amplo e de longo prazo) e específicos (ações observadas mais rapidamente pelo professor).
2. 
PARA QUE ENSINAR? - FINALIDADE
Representa o propósito de nossa ação didática, abrangendo os conceitos e temas que serão trabalhados durante a disciplina. Recomenda-se que a finalidade esteja articulada com os objetivos para atingi-los de maneira interdisciplinar.
3. COMO ENSINAR? - ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-METODOLÓGICAS
Correspondem aos processos subjacentes à prática e aos objetos concretos, como as abordagens psicológicas da aprendizagem que utilizaremos, as atividades e os exercícios empregados para a consecução dos dois primeiros itens do planejamento.
4. COM O QUE ENSINAR? - RECURSOS
Os recursos didáticos podem ser classificados em:
4.1. Naturais - elementos da natureza: água, plantas etc.;
4.2. Pedagógicos: quadro, slide, maquetes etc.;
4.3. Tecnológicos: computador, internet, rádio etc.;
4.4. Culturais: biblioteca pública, museus, exposições, visitas técnicas etc.
O planejamento didático deve ser uma ferramenta teórico-metodológica usada pelo professor para intervir na realidade. Celso Vasconcelos (2000) define que o planejamento,
enquanto construção-transformação de representações, é uma mediação teórico-metodológica para a ação, que, em função de tal mediação, passa a ser consciente e intencional.
Nessa discussão, são estabelecidas três dimensões: a realidade (onde estamos), os fins (aonde queremos chegar ou o que desejamos alcançar) e a mediação (como alcançar o que planejamos).
Quando planejamos e aplicamos nosso plano em sala de aula, temos uma intenção subjacente à ação didática. Para que as competências se concretizem mais facilmente, é necessário que este plano tenha as seguintes características:
Agora que você já possui uma ideia sobre o plano de aula, que tal elaborarmos um utilizando as duas teorias aprendidas (cognitivista sociointeracionista e behaviorismo)? Para isso, lembre-se de que todo plano deve conter:
1
Conteúdo: assunto central sobre o qual será tratado o plano.
2
Tema da aula: tópicos relacionados ao conteúdo da aula.
3
Segmento: para o qual ano este plano foi pensado.
4
Duração: tempo estimado da aula.
5
Objetivos: aquilo que se pretende alcançar com ela.
6
Metodologia: que caminhos são realizados nela e o que é feito.
7
Recursos: que materiais são necessários para que haja a aula.
8
Avaliação: como ocorre a mensuração da aprendizagem.
Behaviorismo
Imagine que você precisa ministrar uma aula para uma turma do quarto ano do Ensino Fundamental sobre a superfície terrestre brasileira. Levando em consideração a abordagem behaviorista, monte um plano de aula com características behavoristas.
Agora que você já montou o seu planejamento, veja um modelo já preenchido para fazer a comparação.
	Conteúdo
	Formas de relevo
	Tema da aula
	Conhecendo a superfície terrestre brasileira
	Segmento
	4º ano do Ensino Fundamental
	Duração
	50 minutos
	Objetivos
	• Conhecer as principais formas de relevo;
• Entender as relações entre as formas de relevo;
• Identificar os relevos das paisagens conhecidas pelos alunos.
	Metodologia
	Apresentar as formas de relevo a serem trabalhadas.
Expor os relevos de:
• Planalto;
• Planície;
• Depressão;
• Montanha;
• Vale.
Comparar os seguintes relevos:
• Planalto x Planície;
• Depressão x Montanha.
Fazer um questionário para fixação.
	Recursos
	• Datashow;
• Lousa;
• Giz.
	Avaliação
	O processo de avaliação será feito por meio de um teste. Alunos com aproveitamento igual ou superior a 80% serão premiados com reforço positivo no caderno.
Comentário
Como você pode perceber, o processo educativo no plano de aula behaviorista tem como característica o estímulo e a resposta do que é pedido ao aluno: à medida que ele consegue desenvolver o conhecimento sobre determinado assunto, obtém um melhor aproveitamento e é recompensado. Tal recompensa varia desde a valorização do aluno até outras premiações, enquanto sua avaliação ocorre por meio de provas e testes somativos.
Sociointeracionista
Imagine-se agora ministrando, para a mesma turma, uma aula sobre produção e interpretação de texto. Levando em consideração a abordagem comportamentalista sociointeracionista, monte um plano de aula que possua as características do sociointeracionismo.
	Conteúdo
	Gramática
	Tema da aula
	Produção e interpretação de texto
	Segmento
	4º ano do Ensino Fundamental
	Duração
	50 minutos
	Objetivos
	• Conhecer como se estabelece a organização de um texto;
• Entender as relações entre sujeito, verbo e predicado;
• Identificar os diferentes tipos de gêneros textuais antigos e modernos.
	Metodologia
	Apresentar aos alunos formas e tipos de gêneros textuais; Fazer uma sondagem para saber o que cada aluno sabe sobre o tema, o que ele costumar ler no seu dia a dia;
Entender o que o processo educacional tem produzido de leitura na vida de cada aluno.
	Recursos
	• Data Show;
• Livros didáticos e literários;
• Cartas;
• Poesias;
• Outros suportes de leitura.
	Avaliação
	O processo de avaliação será pela relação horizontal entre professor e aluno. Cada um deles compartilhará sua experiência com a leiturae o desenvolvimento no período da atividade. O resultado da avaliação é a partir da relação social e do compartilhamento dos significados de cada aluno.
No plano de aula sociointeracionista, o professor tem o papel de promover avanços e diálogos entre os alunos. Cada aluno tem um tempo de aprendizagem, sempre desenvolvendo-se em conjunto com os outros colegas. Por isso, no plano de aula de gramática, encontramos na metodologia e no processo valiativo características que corroboram a ideia defendida pela teoria em questão, como escutar e dar voz aos alunos, percebendo que o processo da avaliação é uma construção social e coletiva.
1. Ao elaborarmos um planejamento, devemos, no contexto de uma ação pedagógica consciente, manter nossa atenção em algumas perguntas que nos direcionem para essa ação. Entre elas, destacamos a que abrange os conceitos e temas trabalhados nesta disciplina.
Estamos nos referindo à/ao:
a) Intenção de nossa ação didática.
A intenção de nossa ação didática compreende os conceitos e temas que serão trabalhados durante a disciplina. É plenamente recomendável que a finalidade esteja articulada como os objetivos a fim de atingi-los de maneira interdisciplinar.
2. Uma questão que não pode ser ignorada em relação ao planejamento de uma aula é a atenção que deve ser dada às competências que dão suporte à nossa ação didática. Elas são compreendidas por estes itens, à exceção de:
d) Coerência e uniformidade

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