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Didática: Conceitos e Aplicações

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DIDÁTICA
Tema 01: Conceito de Didática e Sua Origem
Módulo 01: 
· Fundamentação
um conjunto de conteúdos, métodos e técnicas para a instrução do ensino. Esse conjunto é fundamentalmente alinhado à aplicação do processo de ensino e aprendizagem.
Didática também pode ser entendida tanto como ciência quanto como arte do ensino (HAIDT, 2011).
A pedagoga Vera Candau conseguiu sintetizar muito bem a essência da didática: a didática, em uma perspectiva instrumental, é concebida como um conjunto de conhecimentos técnicos sobre o ‘como fazer’ pedagógico, conhecimentos estes apresentados de forma universal e, consequentemente, desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos específicos, assim como do contexto sociocultural concreto em que foram gerados.
· Processo de ensino e aprendizagem
Momento da reflexão teórica: Quais instrumentos e técnicas para ensinar?
Direção da prática: Como realizar um processo de aprendizagem com mais qualidade?
Estudamos que a didática é a articulação de conteúdos, métodos e técnicas. Esses elementos têm participação fundamental na construção de estratégias facilitadoras para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça de forma eficaz.
Didática: arte de ensinar
Módulo 02: Ofício pedagógico
· Papel do pedagogo:
Para atuar em sala de aula, o professor precisa, além de fazer a diferença na vida de seus alunos, utilizar fundamentos didáticos clássicos e alinhar às estratégias uma prática didático-pedagógica que considere os novos tempos e as tecnologias disponíveis.
O primeiro passo para a sua atuação, como vimos, é definir estratégias pensando em conteúdos, métodos e técnicas.
O passo seguinte é adaptar essas estratégias à realidade do aluno — e isso é um desafio que inclui considerar:
- Base filosóficas: É preciso estudar as novas tendências pedagógicas. Por exemplo, como o professor pode se posicionar diante das discussões sobre ensino militarizado e escolas que desejam abolir a sala de aula.
- Bases Histórico-sociais: É necessário que o profissional esteja atento às mudanças da sociedade. Por exemplo, pensando na evolução tecnológica, é necessário considerar os atributos específicos das gerações mais novas: os nativos digitais (pessoas que nasceram em meio às últimas tecnologias e não tiveram que passar pela mesma adaptação que gerações anteriores).
- Bases Políticas: É de extrema importância que se esteja atento às mudanças legislativas que envolvam a política da educação. Por exemplo, como implementar a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) em ambientes diversos de educação.
-Realidade do aluno: É importante observar o meio em que o aluno vive. Por exemplo, o mesmo professor pode atuar tanto em escolas de periferia quanto em escolas particulares localizadas em bairros nobres. É preciso formular estratégias personalizadas com base nas variáveis demográficas e geográficas.
· Importância da didática
A didática é fundamental .
A didática é uma ciência que é parte da pedagogia, é uma área da pedagogia que se dedica a estudar e a compreender os processos de ensino e aprendizagem. Ela busca aperfeiçoar esses processos, desenvolver métodos e técnicas para que o resultado de ensino e aprendizagem seja sempre melhor.
É possível aprender didática.
É preciso não só desenvolver competências adequadas e coerentes ao ensino, como prestar atenção nesses pontos — estudando, pesquisando e adaptando seus métodos à realidade na qual os educandos vivem.Ou seja, é essencial saber aprender para ensinar.
· Aplicação da didática
Para aplicar as estratégias é preciso que estejam alinhados: informações pertinentes ao ensino e a inteligência emocional do docente.
Assim, utilizando saberes didáticos-pedagógicos em sala de aula, o professor demonstra capacidade de adaptação necessária para lidar com as situações comuns e incomuns que podem ocorrer em sala de aula e no contexto escolar.
Para finalizarmos o módulo, ficaremos com uma afirmativa de Beda, o Venerável:
“Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina, e não perguntar o que se ignora. ” Beda, o Venerável
É possível ensinar sem aprender?
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· Vídeo papel do pedagogo:
Relação da Didática x Pedagogo (amor e ódio): Relação de intermediação. O pedagogo vai se preocupar em mediar as relações entre os docentes, alunos, pais, comunidade.
· Vídeo aplicação da didática:
Adaptabilidade x didática: usar a adaptabilidade na didática como instrumento que ajuda no ensino/aprendizagem.
 
Módulo 03: Fundamentos Comenianos
Origem da didática
Vejamos um pouco mais sobre cada personalidade citada acima.
Base teórica
Lembra-se de dois livros que o Rodrigo Rainha segurava no vídeo que inicia este módulo? Embora eles não possam resumir toda a história da didática, são materiais fundamentais na compreensão desse processo.
Comenius é considerado um grande inovador em relação aos processos de ensino e aprendizagem, porque já naquela época ele defendia a universalidade da educação, com o lema: “Ensinar tudo a todos”.
Assim, iniciou um método mais ativo e efetivo que partia dos conhecimentos mais simples aos mais complexos.
Os principais fundamentos do pensamento pedagógico de Comenius baseiam-se em quatro pilares que veremos no próximo tópico.
Pilares de Comenius (Ensinar tudo a todos - Universalidade do ensino)
Para agregar ao estudo do nosso conteúdo, sugerimos a leitura de uma parte importante do livro Didática magna. 
“Processo seguro e excelente de instituir, em todas as comunidades de qualquer reino cristão, cidades e aldeias, escolas tais que toda a juventude de um e de outro sexo, sem excetuar ninguém para que possa ser formada nos estudos, educada nos bons costumes, impregnada de piedade, e, desta maneira, possa ser, nos anos da puberdade, instruída em tudo o que diz respeito à vida presente e à futura, com economia de tempo e de fadiga, com agrado e com solidez.
Onde os fundamentos de todas as coisas que se aconselham são tirados da própria natureza das coisas; a sua verdade é demonstrada com exemplos paralelos das artes mecânicas; o curso dos estudos é distribuído por anos, meses, dias e horas; e, enfim, é indicado um caminho fácil e seguro de pôr estas coisas em prática com bom resultado.
A proa e a popa da nossa Didática será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais; nas escolas, haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário, haja mais recolhimento, mais atrativo e mais sólido progresso; na Cristandade, haja menos trevas, menos confusão, menos dissídios, e mais luz, mais ordem, mais paz e mais tranquilidade.
Que Deus tenha piedade de nós e nos abençoe! Faça brilhar sobre nós a luz da sua face e tenha piedade de nós! Para que sobre esta terra possamos conhecer o teu caminho, ó Senhor, e a tua ajuda salutar a todas as gentes (Salmo 66, 1-2).” (COMENIUS, 2001, p. 4)
Ou seja, um documento orientado para professores e alunos do século XXI (Educação: um tesouro a descobrir, de Jacques Delors) tem semelhanças com as ideias de Comenius, que viveu lá no século XVII. Com isso, vemos o quão inovador ele foi.
A seguir, sintetizamos as principais ideias publicadas em Didática magna:
· Realidade do Aluno:
Comenius entendia que a educação precisa utilizar a experiência pessoal do aprendente como parte do processo. Para isso, o aluno precisava observar sua realidade para depois agir sobre ela. Ele também instituiu o diálogo como forma de aproximação e afeição do aluno com o conteúdo estudado.
· Universalização da Educação:
Outro ponto muito importante é sobre a ideia de universalização da educação, porque ele determina que a educação deve ser para todos. É importante salientar que essa visão representava uma quebra de paradigma, pois até o século XVII poucos grupos sociais tinham acessoà educação formal.
· Ética e valores:
Para Comenius, o processo da educação não é apenas o conteúdo a ser estudado, mas a aprendizagem de valores e de atitudes que ajudarão a pessoa a ser melhor no presente e no futuro. Os propósitos educativos precisam estar baseados no raciocínio lógico, na investigação científica e na formação do conceito de ser humano enquanto um sujeito moral, social, político, racional e afetivo. Um objetivo fundamental da educação de Comenius era formar um sujeito bom e virtuoso, dotado de fé, a ponto de praticar boas ações mediante as capacidades subjetivas do aluno.
· Construção do saber:
A construção do saber não é um processo isolado, mas possui relação com outras ciências, conteúdos e significados. Afinal, aprender é estabelecer inter-relações entre os conteúdos e temas estudados.
Você comprovou ter plena consciência de que o conhecimento só será significativo para o estudante quando ele conseguir estabelecer relação entre o conteúdo acadêmico e o social, percebendo, assim, o sentido nos conceitos estudados. Embora não se possa negar a relevância de alguns dos itens apresentados nas demais opções, no contexto da aprendizagem significativa, inspirada em Comenius, a relação entre o aprendido e o contexto social se torna fundamental.
Você sabe que um dos pontos importantes da didática comeniana é a profunda integração: entre o sujeito que ensina e o aluno, entre assuntos teóricos e práticas sociais, entre técnicas e conteúdos. As demais alternativas apresentam propostas contrárias às ideias de Comenius.
Tema 02 Tendências pedagógicas
Este conteúdo tem como finalidade a compreensão e a análise da Educação a partir dos referenciais teóricos que a influenciam.
Módulo 01: Tendências pedagógicas: Liberal e Progressista
· Pedagogia Liberal versus Pedagogia Progressista
O contexto escolar é permeado por diferentes concepções de homem e de sociedade, ou seja, há diferentes formas de enxergar o papel do homem no âmbito social e essas visões influenciam a prática escolar. É nesse ponto que as tendências liberal e progressista se diferenciam: ambas possuem visões particulares sobre a relação Homem × Sociedade. Essa distinção acontece porque as tendências pedagógicas estão situadas historicamente e se desenvolveram como resposta ao contexto social no qual surgiram.
Vejamos, com base em Libâneo (1989), como essas tendências descrevem a relação Homem × Sociedade e qual foi o contexto histórico em que elas se desenvolveram.
Séculos XVIII / XIX
Tendência Liberal
Na concepção liberal, os papéis que os indivíduos devem desempenhar são voltados para a sociedade. Nesse sentido, cabe à escola preparar o indivíduo, de acordo com as suas aptidões, para atender às demandas sociais.
Marco do período Industrialização / Iluminismo / Revolução científica
As ideias liberais são influenciadas por John Locke e Adam Smith. No período entre os séculos XVIII e XIX, a sociedade vive uma série de transformações: crescimento urbano, processo de industrialização e aumento das relações de troca (pessoas, tecnologias e econômicas). Foi nesse período, também, que notamos o desenvolvimento de uma Revolução Científica.
Século XX
Tendência Progressista
Na concepção progressista, o homem é pensado como um protagonista. A escola, nesse sentido, deve fornecer os instrumentos necessários para que o indivíduo possa discutir a sua atuação em sociedade.
Marco do período Guerra Fria / Desenvolvimento tecnológico
Após a Segunda Guerra Mundial o mundo se dividiu em um conflito conhecido como Guerra Fria. As tensões provocadas pela disputa entre Estados Unidos e União Soviética geraram críticas e movimentos, que contestavam a ordem social estabelecida. A disseminação do rádio e da televisão associada à velocidade da tecnologia e dos transportes transformaram as relações sociais.
Como vimos, as tendências Liberal e Progressista surgiram em diferentes momentos históricos. No entanto, não podemos entendê-las como se uma fosse sucessora da outra. Cada tendência trouxe contribuições significativas para a Educação, que são aplicadas no contexto escolar até os dias de hoje.
· Tendência Liberal 
Uma das técnicas de aprendizagem utilizadas por essa tendência é a memorização, bastante comum no ensino de tarefas operacionais ou de Matemática nas séries iniciais, para decorar tabuada, por exemplo. 
· Tendência Progressista 
Uma das técnicas utilizadas nessa tendência é a discussão em grupo, muito empregada em diferentes áreas de conhecimento. Podemos citar, como exemplo, uma atividade em sala de aula em que um grupo de alunos de Publicidade se reúne para elaborar uma estratégia de marketing. 
Perceba que a implementação dessas tendências no processo de ensino-aprendizagem está condicionado ao tipo de conhecimento que será aprendido e ao contexto no qual essa aprendizagem será construída. Nos próximos módulos, vamos conhecer as principais características das tendências liberal e progressista e entenderemos como elas se subdividem.
A Tendência Pedagógica Liberal dá ênfase ao ensino e ao conteúdo que o aluno deve aprender a fim de responder plenamente às expectativas da sociedade em que está inserido. Assim, o professor é responsável pelo processo de ensino-aprendizagem, enquanto o aluno deve aproveitar ao máximo o conhecimento transmitido. As demais opções contrariam essas características.
A Pedagogia Progressista faz uma análise crítica da realidade social e do papel da Educação, propondo que o aluno seja responsável pela sua aprendizagem e construtor de seu papel social. As demais opções contrariam essas características.
Módulo 02: Pedagogia Liberal
Muitos conhecem o liberalismo somente como uma tendência econômica, mas esse movimento deve ser compreendido, também, em seu caráter filosófico. Algumas demandas sociais e acontecimentos históricos marcaram o momento de ascensão do liberalismo. Vamos conferi-los!
· Direito individual 
· Direito à propriedade privada 
· Urbanização da sociedade 
· Pensamento iluminista 
· Reorganização social 
Diversas revoluções foram influenciadas pelo pensamento liberal, como as Revoluções Inglesa e Francesa e a Primavera dos Povos. O liberalismo também ganhou força especial com a nova dinâmica social experimentada no século XIX, que trouxe o modelo econômico baseado na liberdade de produção e na propriedade privada, chamado de capitalismo. 
A pintura A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, retrata bem o espírito da população nesse período e a motivação para a mudança.
A obra foi feita por Eugène Delacroix, artista francês do Romantismo. Interessado também nos temas políticos, Delacroix pintou esse quadro para retratar os acontecimentos do seu país.
A mulher, denominada Marianne, foi representada usando um gorro, com uma arma na mão esquerda e a bandeira da França na mão direita. Essa pintura virou símbolo da Revolução Francesa, pois o gorro era um adereço utilizado pelos escravizados libertos na Grécia e na Roma. Marianne, então, representava o grito de resistência frente ao sistema da época.
E como esse pensamento liberal se refletiu no Brasil?
Em 1889, o Brasil tornou-se uma República, tendo como principal influência intelectual o positivismo. Essa filosofia era defendida por Benjamin Constant (1833 – 1891), militar e político brasileiro. Tinha um sonho revolucionário para aquele período: alfabetizar 20% dos brasileiros até 1920, índice que foi considerado impossível de ser alcançado. O desafio dele nos mostra a situação em que a educação brasileira se encontrava à época. Criou o slogan da bandeira brasileira: Ordem e Progresso. 
A influência do liberalismo na República também pode ser observada na composição da nossa bandeira, obra geométrica formada por quadriláteros e medianizes, que leva os dizeres “Ordem e Progresso” e que marca a tentativa de se organizar a educação brasileira.
Perceba que, em meio às transformações, a Educação não fica imune, ela assume a função de preparar o indivíduo para esse novo mundo, criando possibilidades para que ele desenvolva o seu potencial.A escola, nesse sentido, aperfeiçoa o homem, fornecendo instrumentos para que ele cumpra o seu papel no progresso social.
Nesse contexto de mudanças, a Pedagogia Liberal ramifica-se em três linhas de pensamento:
O que se percebe durante o século XVIII, com o avanço do liberalismo, é a multiplicação desse pensamento com a motivação para a mudança social. Novas funções passaram a existir. A sociedade precisava crescer e a preparação do indivíduo tornou-se fundamental para a construção de uma sociedade melhor.
Como já entendemos, a preparação do indivíduo para exercer o seu papel social é função da Educação. Vejamos as principais características da Tendência Tradicional que mostram como ela organiza o sistema educacional para atender à demanda que lhe é atribuída.
Escola Prepara o aluno intelectualmente e desenha o caminho que todos devem percorrer para chegar ao conhecimento.
Relação professor-aluno O professor é a autoridade em sala de aula, pois é ele quem domina o conhecimento científico. Ele deve valorizar a disciplina e estabelecer uma relação de respeito perante os alunos.
Conteúdos São os conhecimentos enciclopédicos, aqueles acumulados pela sociedade, que possuem valor intelectual.
Métodos São expositivos, focam na comunicação oral do conteúdo e na demonstração feita pelo professor. Os exercícios de repetição são valorizados, pois permitem que o aluno memorize os conceitos e as fórmulas.
Aprendizagem É receptiva e mecânica, o aluno deve seguir todos os passos estabelecidos pelo professor para assimilar o conteúdo. Por isso, são usados exercícios de repetição para garantir que o aluno aprendeu a matéria.
Avaliação É feita por meio de provas orais e escritas, testes e exercícios para casa, com o objetivo de metrificar o conhecimento.
Observe que, nessa tendência, o professor possui uma atuação primordial, pois ele é quem define qual conteúdo será estudado e elabora o planejamento do processo de ensino-aprendizagem. Por ter um papel central, cabe ao professor não só repassar os conhecimentos, mas também observar os alunos, aconselhar e corrigir possíveis erros.
Como a Tendência Tradicional se reflete nos âmbitos individual e social?
Ao longo do tempo, a Tendência Tradicional sofreu várias críticas. Dentre elas, podemos destacar a falta de relação dos conteúdos estudados com a vida dos alunos. No entanto, essa tendência trouxe significativas contribuições para a Educação, pois os seus métodos de ensino são utilizados até hoje em diferentes áreas de conhecimento.
O período entre os anos de 1910 e 1940 foram marcantes para a história da humanidade. As grandes potências econômicas europeias (Alemanha, Itália, Inglaterra e França) lutavam para dominar o mundo, seja pelo monopólio de mercados, de matéria-prima, de território ou pelo poder militar. Nesse mesmo período, os Estados Unidos se consolidam como uma potência econômica, acentuando essa luta por supremacia. Foi esse cenário de tensão que motivou as duas Grandes Guerras Mundiais, que transformaram a humanidade nos campos: político, econômico e social.
Nesse contexto, a Educação também começa a mudar e a tendência renovadora traz a reflexão de que a Educação deveria ser ampliada para todos os indivíduos, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa e equilibrada.
A ideia era dar melhores condições de formação educacional aos homens para que eles pudessem atuar de forma mais efetiva na sociedade.
No Brasil, a Tendência Renovadora começou a surgir entre as décadas de 1920 e 1930, quando o pensamento liberal chega com mais força e encontra as discussões em torno da ideia da Escola Nova. Há uma disputa pelo reconhecimento dos diferentes saberes, mas ainda fazendo distinção entre o que é conhecimento geral e experiência cotidiana.
Vejamos as principais características da Tendência Renovadora!
Escola Procura adequar os alunos, considerando suas individualidades, às necessidades da sociedade. Essa adaptação integra, na medida do possível, as exigências do meio social aos interesses e às experiências dos alunos.
Relação professor-aluno O professor deve estabelecer uma relação harmônica com os alunos, pois isso contribuirá para que lidere as experiências de aprendizagem.
Conteúdos São definidos a partir das experiências que os alunos vivenciam na construção da aprendizagem. Valoriza-se mais o processo de apreensão do conhecimento do que o saber acumulado.
Métodos Estimulam o aprender-fazendo, com atividades de pesquisa e experimentação. As atividades também são elaboradas considerando a etapa de desenvolvimento do aluno.
Aprendizagem É uma atividade de descoberta. O aluno é estimulado a experimentar o conhecimento.
Avaliação É contínua e busca identificar os êxitos dos alunos durante o processo ensino-aprendizagem.
“ Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador. Só é retido aquilo que se incorpora à atividade do aluno, através da descoberta pessoal; o que é incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situações. É a tomada de consciência, segundo Piaget.”
Perceba que essa tendência começa a valorizar os interesses do aluno, permitindo que ele manifeste a sua curiosidade e criatividade, cabendo ao professor estimular e facilitar o processo de construção do conhecimento. No entanto, assim como a Tendência Tradicional, a Renovadora também sofreu algumas críticas, principalmente na condução da experiência de aprendizagem, pois, por ser uma tendência que valoriza a ação do aluno, os educadores poderiam pensar que não haveria a necessidade de planejar as situações-problema que o aluno deveria vivenciar, gerando um não direcionamento das atividades.
Nas situações de aprendizagem, é essencial que o aluno consiga perceber a relação do conhecimento a ser aprendido com a sua vida prática. Esse é um desafio, não é mesmo? No entanto, assim como o professor Rainha fez, o primeiro passo para realizar essa contextualização é ouvir o que os alunos têm a dizer.
Se olharmos para a história, seremos levados a entender que a educação liberal começou com a Tendência Tradicional e depois evoluiu para a Pedagogia Renovadora. Porém, esse não foi um processo de substituição de uma pela outra, pois ambas possuem a mesma concepção: formam o sujeito para a sociedade.
O tecnicismo é fruto da melhoria dos processos industriais e de uma sociedade urbana. Nesse sentido, a sistematização passa a ser central para melhorar os produtos e aumentar a produtividade. Essas concepções, ao chegarem à Educação, trouxeram inegáveis avanços, como a implementação do planejamento para organizar o trabalho docente. Foram concebidas, pela primeira vez, visões de que a Educação deveria ser observada como um sistema dinâmico, uma fábrica e, para que fosse eficiente, todos os processos envolvidos precisavam ser controlados.
Para entender essa ideia de controle na Educação, observe a relação que a gestão escolar exerce no ensino:
Vamos conhecer as principais características da Tendência Tecnicista:
Escola Organiza o ensino, articulando-o ao sistema produtivo. Dessa forma, a escola pode formar os alunos, tornando-os competentes para o mercado de trabalho.
Relação professor-aluno O professor é um técnico responsável por executar o programa educacional e ao aluno cabe reproduzir aquilo que foi instruído a fazer.
Conteúdos São baseados em leis científicas e organizados de maneira lógica e sequencial. Tudo o que é ensinado precisa ser mensurado.
Métodos Utilizam técnicas de repetição, cópia, treino e correção para que o aluno possa executar as experiências de aprendizagem de maneira eficiente.
Aprendizagem O aprendizado se dá quando o aluno é capaz de executar eficientemente aquilo que foi direcionado a fazer. Nesse sentido, a aprendizagem ocorre quando o aluno apresenta comportamentos diferentes daqueles que manifestava quando iniciou o processo de ensino-aprendizagem.
Avaliação Usa recursos para medir a aprendizagem dos alunos,como provas e testes.
Para a Tendência Tecnicista, o aluno é o recebedor e é parte da esteira de execução do processo de ensino-aprendizagem.
É claro que essa ênfase na execução do processo de aprendizagem pode gerar um conhecimento fragmentado, pois o aluno foca excessivamente na técnica e deixa de compreender os motivos pelos quais ele executa aquela ação.
Pedagogia Liberal ramifica-se em três linhas de pensamento:
	
	Tendência Tradicional
	Tendência Renovadora
	Tendência Tecnicista
	Escola
	Prepara o aluno intelectualmente e desenha o caminho que todos devem percorrer para chegar ao conhecimento.
	Procura adequar os alunos, considerando suas individualidades, às necessidades da sociedade. Essa adaptação integra, na medida do possível, as exigências do meio social aos interesses e às experiências dos alunos.
	Organiza o ensino, articulando-o ao sistema produtivo. Dessa forma, a escola pode formar os alunos, tornando-os competentes para o mercado de trabalho.
	Relação professor-aluno
	O professor é a autoridade em sala de aula, pois é ele quem domina o conhecimento científico. Ele deve valorizar a disciplina e estabelecer uma relação de respeito perante os alunos.
	O professor deve estabelecer uma relação harmônica com os alunos, pois isso contribuirá para que lidere as experiências de aprendizagem.
	O professor é um técnico responsável por executar o programa educacional e ao aluno cabe reproduzir aquilo que foi instruído a fazer.
	Conteúdos
	São os conhecimentos enciclopédicos, aqueles acumulados pela sociedade, que possuem valor intelectual.
	São definidos a partir das experiências que os alunos vivenciam na construção da aprendizagem. Valoriza-se mais o processo de apreensão do conhecimento do que o saber acumulado.
	São baseados em leis científicas e organizados de maneira lógica e sequencial. Tudo o que é ensinado precisa ser mensurado.
	Métodos
	São expositivos, focam na comunicação oral do conteúdo e na demonstração feita pelo professor. Os exercícios de repetição são valorizados, pois permitem que o aluno memorize os conceitos e as fórmulas.
	Estimulam o aprender-fazendo, com atividades de pesquisa e experimentação. As atividades também são elaboradas considerando a etapa de desenvolvimento do aluno.
	Utilizam técnicas de repetição, cópia, treino e correção para que o aluno possa executar as experiências de aprendizagem de maneira eficiente.
	Aprendizagem
	É receptiva e mecânica, o aluno deve seguir todos os passos estabelecidos pelo professor para assimilar o conteúdo. Por isso, são usados exercícios de repetição para garantir que o aluno aprendeu a matéria.
	É uma atividade de descoberta. O aluno é estimulado a experimentar o conhecimento.
	O aprendizado se dá quando o aluno é capaz de executar eficientemente aquilo que foi direcionado a fazer. Nesse sentido, a aprendizagem ocorre quando o aluno apresenta comportamentos diferentes daqueles que manifestava quando iniciou o processo de ensino-aprendizagem.
	Avaliação
	É feita por meio de provas orais e escritas, testes e exercícios para casa, com o objetivo de metrificar o conhecimento.
	É contínua e busca identificar os êxitos dos alunos durante o processo ensino-aprendizagem.
	Usa recursos para medir a aprendizagem dos alunos, como provas e testes.
Na Tendência Tradicional, a função da escola é formar o sujeito intelectualmente. O professor é a autoridade máxima em sala de aula e responsável por definir o conteúdo que será apreendido pelos alunos. Como ilustrado, a professora molda os pensamentos dos alunos ao seu padrão, acreditando (por conta de sua formação e experiência docente) que os está formando para melhor exercer seu papel social. As demais opções ou apresentam Tendência que não se alinhe à imagem do enunciado, ou informação equivocada acerca daquele Tendência.
O curta, ao mesmo tempo em que mostra o professor determinando o padrão de escrita que o menino deve seguir, exibe o pai em seu ambiente de trabalho digitando documentos, de acordo com o padrão determinado pela empresa. Essa cena se alinha à característica da tendência tecnicista, que forma o aluno para o mercado de trabalho, para atender aos padrões exigidos pela sociedade. As demais opções ou apresentam informação equivocada acerca da tendência proposta.
Módulo 03: Tendências pedagógicas progressistas
Pedagogia Progressista
Estamos diante de um novo contexto mundial:
· A Guerra Fria está no auge de suas críticas e efeitos.
· Na França, estudantes levantam-se por uma nova educação.
· Nos Estados Unidos, os movimentos civis exigem mudanças e lutam por direitos.
· No Brasil, após a empolgação com o governo de Juscelino, passamos para um quadro de crise que leva à ascensão da ditadura civil-militar.
Nesse cenário, grupos que não eram ouvidos até então começaram a se manifestar e lutar por seus direitos, como o direito à Educação. Assim, mulheres, negros e emergentes passaram a anunciar que se sentiam inadequados diante das práticas que eles reconheceram como Velha Pedagogia. A escola, mais uma vez, precisou repensar o fazer docente e reavaliar suas práticas para criar uma nova dinâmica educacional. A Pedagogia Progressista, então, passou a fazer uma análise crítica sobre a Educação, buscando identificar os fatores que interferem diretamente no campo educacional e explicam o sucesso e o fracasso do aluno.
Vista por muitos estudiosos como uma concepção resultante da tendência renovadora, a Pedagogia Progressista defende uma Educação mais integradora, que contemple a realidade social do aluno no processo de ensino-aprendizagem. O seu principal representante é Carl Rogers (1902-1987), que desenvolveu técnicas aplicadas à Educação que estimulavam o desenvolvimento da autonomia do indivíduo.
Como é estabelecida a relação entre o professor e o aluno?
Mantendo sempre o objetivo de valorizar a experiência do aluno e desenvolver a sua autonomia, a Pedagogia Progressista ramifica-se em outras três linhas de pensamento:
Esta é uma das linhas mais famosas no Brasil por sua busca de romper com o autoritarismo. De acordo com essa tendência, o homem deve ser libertado de tudo aquilo que lhe impossibilita de exercer todo o seu potencial. Assim, as mulheres não precisam aceitar o machismo; os trabalhadores do campo não devem se submeter à vontade dos grandes proprietários; e os negros não devem aceitar o racismo como algo natural. Para que isso ocorra, é necessário que o homem tome consciência do seu estado atual e das suas possibilidades de mudar a sua realidade.
É nesse processo de conscientização que a Educação começa a exercer o seu papel, trazendo para o contexto escolar temas sociais e políticos e incluindo no processo ensino-aprendizagem a realidade concreta dos alunos. Assim, autores como Paulo Freire (principal representante dessa tendência) e Dermeval Saviani se empenham em questionar o sistema tradicional de ensino e a função da escola como propagadora das desigualdades sociais.
A principal questão da Tendência Libertadora é:
Como construir um projeto de transformação social a partir de uma nova Pedagogia?
Um dos caminhos utilizados pela Tendência Libertadora para se alcançar esse objetivo é a problematização da realidade social, na qual o aluno, por meio de discussões, começa a analisar o seu contexto e a identificar necessidades de melhoria da sua realidade.
Vejamos as principais características da Tendência Libertadora:
Escola Tem o papel de estimular a conscientização da realidade social para transformá-la.
Relação professor-aluno É construída com base no diálogo, no qual professor e aluno são livres para expressarem as suas contribuições ao processo de ensino-aprendizagem.
Conteúdos São estabelecidos a partir de temas geradores, que partem da vida prática dos alunos.
Métodos Possuem como base o diálogo, com o objetivo de garantir a participação do aluno. Para isso, são organizados grupos de discussão.
Aprendizagem É uma atividade de problematização de uma situação, com o objetivo de tornar o aluno mais crítico.
Avaliação É feitauma avaliação mútua, entre professor e aluno, além de se permitir a autoavaliação.
Propõe como método a dialogicidade: trabalho em grupo de discussão e conscientização.
Tem caráter político, incorporando a realidade vivencial do aluno ao ensino.
Após a Segunda Guerra e a Queda do Muro de Berlim, o discurso que se ouvia era de que o mundo estava à beira de um colapso. No entanto, nos anos 1980, finalmente, parecia que o fantasma da morte por bombas nucleares tinha chegado ao fim, dando lugar a um ambiente de liberdade representado pelos movimentos hippies e pelo movimento punk-rock. Conheça a seguir esses movimentos tão importantes:
No Brasil, essa tendência se manifesta nos anos de 1980 nos movimentos pós-regime civil-militar, com o retorno dos exilados e a conquista gradual da liberdade de expressão. Os meios de comunicação em massa e os ambientes acadêmicos, políticos e culturais contribuíram de forma significativa para a expansão desse discurso de liberdade.
Nesse clima, a Tendência Libertária traz a ideia de que, para construir uma sociedade mais livre, a Educação precisa rejeitar todo tipo de repressão. Assim, no processo educacional, somente têm relevância os conteúdos que permitem o seu uso prático. Essa tendência enfatiza, também, a aprendizagem informal, via grupo. Um dos seus principais autores é Maurício Tragtenberg (1929-1998), que defendia que devemos superar os limites da burocracia e criar processos mais livres de construção do conhecimento e de uma sociedade mais horizontal.
Vejamos as principais características da Tendência Libertária:
Escola Busca construir indivíduos livres e autogestores.
Relação professor-aluno O professor está a serviço do aluno, atuando com um conselheiro.
Conteúdos Resultam das necessidades do aluno e não são impostos.
Métodos Contemplam a liberdade de expressão e valorizam a vivência em grupo.
Aprendizagem Enfatiza a aprendizagem informal e coletiva.
Avaliação Não é punitiva e o aluno é estimulado a se autoavaliar.
O conteúdo emerge dos interesses dos alunos e não é pré-determinado.
A relação conteúdo versus realidade social é a base da Tendência Crítico-social dos Conteúdos, pois ela prioriza os conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. Nesse sentido, a Educação deve assegurar que todos tenham acesso aos conhecimentos científicos para que possam desenvolver a sua consciência crítica frente à sociedade.
E como é a atuação da escola?
A escola deve dar ao aluno todos os instrumentos necessários para que ele seja capaz de transformar a sua realidade a partir da reflexão de sua prática social.
Para que o processo de construção da aprendizagem seja eficaz, a Tendência Crítico-Social dos Conteúdos faz uso do princípio da aprendizagem significativa, que considera o que o aluno já sabe como ponto de partida para a aquisição do conhecimento. Nesse sentido, a aprendizagem só ocorre quando o aluno é capaz de sintetizar o novo conhecimento, relacionando-o com o que ele já sabe. Esse processo permite que o aluno tenha uma visão mais ampla daquilo que está sendo aprendido.
Escola É valorizada como local de aquisição dos saberes.
Relação professor-aluno Professor e aluno são colaboradores e trocam conhecimentos.
Conteúdos São os conhecimentos universais, acumulados pela sociedade, que são constantemente reavaliados frente às realidades sociais.
Métodos Devem favorecer a relação dos conteúdos com os interesses dos alunos.
Aprendizagem Compreende a capacidade do aluno de processar as informações, ligando os conceitos específicos aos mais gerais.
Avaliação Não é um julgamento, mas busca evidenciar o progresso do aluno e a sua aquisição de conhecimentos mais sistematizados.
Propõe o método participativo e fundamentado no saber universal: vínculo entre teoria e prática.
Há interação diretiva: troca entre professores e alunos. O professor é mediador.
As ideias de Paulo Freire se voltam para a compreensão da Educação como ferramenta de mudança do mundo, pois, ao oferecer autoria ao aluno no processo de sua aprendizagem, permite que perceba as desigualdades sociais e possa confrontar esta realidade se assim o desejar. As relações interpessoais ganham destaque à medida que favorecem o reconhecimento do outro como sujeito, também participante da mesma realidade social. As demais opções ou apresentam tendência que não se alinhe à imagem do enunciado, ou informação equivocada acerca daquela tendência.
A Tendência Progressista vê o aluno como sujeito do processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, o objetivo da Educação é construir alunos críticos, capazes de refletir sobre sua realidade social e transformá-la. A diferenciação entre Libertadora, Libertária e Crítico-Social dos Conteúdos está, a partir do pensamento dos autores que as defendem, especificamente ligada ao papel do ensino, ao método adotado e à relação professor-aluno.
Pedagogia Progressista ramifica-se em outras três linhas de pensamento:
	
	Tendência Libertadora
Paulo Freire
	Tendência Libertária
Mauricio Tragtenberg
	Tendência Crítico-Social
José Carlos Libâneo
	Escola
	Tem o papel de estimular a conscientização da realidade social para transformá-la.
	Busca construir indivíduos livres e autogestores.
	É valorizada como local de aquisição dos saberes
	Relação professor-aluno
	É construída com base no diálogo, no qual professor e aluno são livres para expressarem as suas contribuições ao processo de ensino-aprendizagem.
	O professor está a serviço do aluno, atuando com um conselheiro.
	Professor e aluno são colaboradores e trocam conhecimentos.
	Conteúdos
	São estabelecidos a partir de temas geradores, que partem da vida prática dos alunos.
	Resultam das necessidades do aluno e não são impostos.
	São os conhecimentos universais, acumulados pela sociedade, que são constantemente reavaliados frente às realidades sociais.
	Métodos
	Possuem como base o diálogo, com o objetivo de garantir a participação do aluno. Para isso, são organizados grupos de discussão.
	Contemplam a liberdade de expressão e valorizam a vivência em grupo.
	Devem favorecer a relação dos conteúdos com os interesses dos alunos.
	Aprendizagem
	É uma atividade de problematização de uma situação, com o objetivo de tornar o aluno mais crítico.
	Enfatiza a aprendizagem informal e coletiva.
	Compreende a capacidade do aluno de processar as informações, ligando os conceitos específicos aos mais gerais.
	Avaliação
	É feita uma avaliação mútua, entre professor e aluno, além de se permitir a autoavaliação.
	Não é punitiva e o aluno é estimulado a se autoavaliar.
	Não é um julgamento, mas busca evidenciar o progresso do aluno e a sua aquisição de conhecimentos mais sistematizados.
Tema 03: Abordagens didáticas na prática docente
Módulo 01: Teorias de aprendizagem
Processo ensino-aprendizagem 
Como podemos perceber, a visão de ensino como uma linha de montagem — na qual professor e aluno desempenham apenas um papel, tendo o mesmo tempo e a mesma forma de aprender — está sendo repensada; por conta disso, novas abordagens didáticas na área têm sido estudadas.
Com as mudanças nos paradigmas da educação, o estudo das abordagens didáticas passa a analisar como a prática docente — compreendida pela dinâmica de ensino-aprendizagem — pode ser executada de maneira mais eficiente.
Para obter essa eficiência, no entanto, não existe uma única linha de abordagem. A maneira como os educandos aprendem é um assunto amplamente debatido, influenciando tais abordagens. A fim de compreendermos essas linhas, seguiremos os passos de um professor que se depara com o desafio de escolher um caminho para tornar a sua atuação mais eficiente.
Desse modo, como primeiro passo, serão apresentadas as principais teorias da aprendizagem: elas são muito utilizadas e conhecidas no campo da Educação, pois este espaço se mostra necessariamente complexo, com um conjunto de teorias que sustenta o processo de ensino e de aprendizagem. Podemos, assim, dizer que o professor precisa conhecer as teorias que vão subsidiar sua abordagem didática.Atenção! 
Conhecer as principais teorias da aprendizagem deve representar um constante exercício de estudos, possibilitando que os professores se aprofundem e escolham aquelas com as quais mais se identifiquem. Portanto, estamos falando de escolhas. 
Essas escolhas têm se tornado cada vez mais difíceis quando levamos em consideração o mundo contemporâneo com os inúmeros desafios à vida cotidiana e ao exercício da docência. Afinal, tais mudanças têm impactado fortemente a prática do professor em sala de aula nos dias de hoje.
Neste momento, você deve estar se perguntando:
Como construir uma prática pedagógica competente para atuar na docência? Como ajustar a prática pedagógica para alinhá-la a essas mudanças?
Essas e outras questões fazem parte da profissão docente, embora seu raio de influência dependa da prática desenvolvida por cada professor. Tais perguntas sempre o acompanharão em sua atividade profissional.
O foco sobre as teorias da aprendizagem se concentra em sua perspectiva de desenvolvimento, considerada por muitos como uma das mais emblemáticas do século passado por meio da intensa relação com a Psicologia da Educação. Vamos ver a seguir alguns de seus conceitos. 
· Abordagem comportamentalista ou behaviorismo
Nossos estudos sobre as teorias da aprendizagem começam com o destaque a uma das correntes teóricas mais importantes da área: o behaviorismo. 
Originada em estudos feitos no campo da Psicologia, essa corrente de pensamento compreende e define o comportamento humano como o resultado de influências sociais. 
Segundo a teoria behavorista, o sujeito pode ser moldado de acordo com estímulos e respostas.
Podemos destacar John B. Watson como o principal criador dessa teoria e, logo em seguida, outros estudiosos também se juntaram ao behaviorismo, como Ivan Pavlov e B. F. Skinner.
Assim, podemos entender que o behaviorismo é parte de um sistema educacional tradicional, pois está amparado em: 
Talvez você ainda esteja se perguntando: 
Quando uma criança recebe uma nota “baixa” na escola, o que é reforçado com isso?
Se já recebeu nota baixa alguma vez na vida, isso certamente reforçou alguma ideia em você. É isso que o behaviorismo analisa.
À medida que somos elogiados, o nosso comportamento muda.
Nessa abordagem, o principal instrumento da modelagem é o reforço. Este pode ser entendido como qualquer ocorrência que aumente a intensidade de um determinado comportamento. Pode ser positivo (recompensa) ou negativo (remoção de algo adverso).
Por outro lado, a educação está fortemente ligada à transmissão cultural, devendo imprimir no sujeito conhecimentos e padrões de comportamentos éticos e sociais, além de competências consideradas fundamentais para o controle do ambiente e da realidade.
O processo de ensino-aprendizagem é uma mudança comportamental do sujeito resultante das práticas vividas e reforçadas pelo professor.
	Ambiente de aprendizagem
	Deve ser previamente planejado pelo professor
	A metodologia de ensino
	Precisa aplicar o reforço na relação professor-aluno
	O docente
	Estabelece a proposta de aprendizagem a partir da estruturação dos elementos
	Os elementos citados
	Proporcionam experiências curriculares para execução dos objetivos previamente propostos
Por isso, algumas práticas precisam ser contempladas. São elas:
Experimentações científicas foram feitas para testar o funcionamento de certos paradigmas e suas quebras. Veja o seguinte caso:
Saiba mais 
Você conhece o teste dos macacos? 
Em um experimento, foram colocados eletrodos na cabeça de dez macacos e um cacho de bananas no alto de uma estante. Cada vez que um deles tentava subir e pegar uma fruta, os outros tomavam um choque. Após um tempo — primeiramente, em ações individuais; depois, coletivamente —, os demais passaram a punir aquele que subia. A partir daí, uma patrulha foi estabelecida: mesmo com fome, os macacos não subiam mais para pegar a banana.
Em determinado momento, todos os eletrodos foram tirados, mas o comportamento deles não mudou. Qualquer macaco que tentasse subir para comer uma banana era evitado e apanhava dos outros. Em seguida, pouco a pouco, os animais foram sendo substituídos; ainda assim, mesmo com todos eles trocados, a regra ainda valia. 
· Abordagem cognitivista
· Conceito e propriedades
Nesta abordagem, o conhecimento é considerado uma construção contínua do sujeito no meio em que transita. O cognitivismo realça aquilo que é ignorado pela abordagem comportamentalista: o ato de conhecer. 
O interesse da teoria cognitivista é saber como o ser humano conhece o mundo, investigando a percepção, o processamento de informação e a compreensão dele.
Vamos entender como a teoria cognitivista funciona:
	Compreensão e atribuição da realidade
	Ela ajuda o sujeito a compreender e atribuir significado para sua realidade.
	Armazenamento e organização dos conhecimentos
	Essa teoria tem como foco específico a compreensão de como o sujeito guarda e organiza os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso escolar.
	Percepção do processo de construção do conhecimento
	Sua ênfase está no papel humano diante do processo de construção do conhecimento, pois ela se concentra no desenvolvimento da personalidade do sujeito e na sua capacidade de atuar de forma integrada.
	Facilitador da aprendizagem
	A figura do professor não é a de um transmissor do conhecimento, mas o de um facilitador da aprendizagem
	Experiências do aluno na sala de aula
	O conteúdo, por sua vez, é proveniente de experiências próprias realizadas pelo estudante na sala de aula. Elas são orientadas pelo professor, que atua como um articulador entre o conhecimento e o aluno. O docente, portanto, possibilita a criação de condições para que os discentes aprendam.
O cognitivismo não concebe modelos prontos de mundo, aluno ou sala de aula. Tudo está em um contínuo processo de vir a ser, pois seu objetivo didático é a autorrealização e o uso pleno das potencialidades do sujeito. Desse modo, de acordo com a abordagem cognitivista, o mundo e o homem não estão prontos e acabados (como ocorre no behaviorismo).
A educação centra-se no aluno. Devem emanar dele os motivos para a aprendizagem, pois a sua finalidade é a criação de condições que facilitem o aprendizado integral do sujeito. Por isso, a autodescoberta e a autodeterminação constituem atributos da abordagem cognitivista.
A abordagem cognitivista leva em consideração o cotidiano, a vivência, a realidade e as experiências do aluno. No entanto, muitas vezes, é difícil estabelecer a relação entre a teoria ensinada e a prática.
O processo de ensino cognitivista ocorre a partir de uma metodologia criada pelo professor na qual a aprendizagem do aluno se desenvolve em um contexto que privilegia a liberdade para aprender. Notemos que várias correntes e diversos representantes dessa teoria podem ser agrupados da seguinte maneira:
Construção do conhecimento
	Construtivista
Jean Piaget
O aluno aprende através do meio
	
Investiga como são construídas pelo sujeito as estruturas cognitivas para a elaboração do conhecimento. Também se ocupa dos processos do pensamento humano desde a infância.
	
Sociointeracionista
Lev Vygotsky 
O processo de conhecimento se dá através da interação com o social, com o outro
	
Preocupa-se com a importância da experiência e da cultura do meio para o processo de construção de conhecimento e de constituição do indivíduo.
	Significativa
David Paul Ausubel
É preciso ter conhecimento prévio, 
quando se tem um significado
	
Realça a importância do significado na aprendizagem e investiga o processo cognitivo a partir do entendimento de que a nova informação se relaciona com várias outras já conhecidas pelo sujeito e presentes na estrutura cognitiva.
Segundo as teorias cognitivistas, o processo do conhecimento é construído pela relação entre sujeito e sujeito ou sujeito e objeto, ou seja, cada sujeito constrói o seu conhecimento a partir do contato com o meio e da relação que ele faz.
O sujeito constrói o seu conhecimento não a partir de umaestrutura fixa, mas sempre em uma relação de troca. Por isso, tais teorias designam a existência de uma variedade de elementos responsável por possibilitar o aprendizado.
Vamos conhecê-la mais profundamente a partir de agora:
· Teoria cognitivista Construtivista
 O construtivismo é uma linha de pensamento que gerou um grande impacto na Pedagogia, principalmente pelas ideias de Jean Piaget.
Sua principal indagação diz respeito à forma como o sujeito conhece o mundo. Uma das principais preocupações de Piaget era compreender como e quais são os mecanismos utilizados pelo homem para o conhecer e se adaptar a ele.
Para Piaget, as interações sociais são muito importantes, pois elas transmitem as informações características do meio e contribuem, de uma maneira ativa, para a assimilação do conhecimento pelo sujeito.
Cada informação do meio social é processada na mente do sujeito a partir dos elementos que lhe são oferecidos. Assim, cada um reestrutura de maneira única esse conhecimento e o integra ao corpo de um saber já construído. Dessa maneira, Piaget avalia o contato social como o principal meio de aprendizado.
Para Jean Piaget, a interação social não está relacionada apenas a uma transferência verbal, e sim ao uso do pensamento e da cooperação. Veja a seguir as implicações de cada um dos conceitos: 
Essa afirmação propicia a compreensão de que a abordagem construtivista estabelece diferenças entre ensino e aprendizagem. Afinal, o que cada estudante aprende não constitui exatamente aquilo que o docente explica em sala de aula, tampouco o que era planejado previamente por ele. A aprendizagem, portanto, depende diretamente de conhecimentos anteriores àqueles evocados por nossas experiências.
Então, talvez apareça a seguinte questão:
Se cada um deles aprende e percebe o mundo de uma maneira diferente, como alcançar todos os alunos?
O professor precisa estabelecer situações que desestabilizem os conhecimentos anteriores de seus alunos. No entanto, é fundamental haver a compreensão de que isso, concomitantemente, requer a presença dos seguintes fatores:
· Teoria cognitivista Sociointeracionista 
Lev Vygotsky é seu maior representante. Para esse autor, a mediação é um fato fundamental para o processo cognitivo do sujeito, sendo realizada por meio da relação interpessoal e dos sistemas de signos (linguagem, escrita, símbolos e objetos).
A linguagem é um instrumento de mediação da aprendizagem para criar situações concretas de produção, reflexão, colaboração e construção de conhecimento. Ela abandona, dessa forma, o esquema linear de reprodução ou consumo.
A teoria sociointeracionista impeliu os docentes a uma reflexão sobre a prática pedagógica devido aos apontamentos feitos por Vygotsky sobre as relações existentes entre a aprendizagem, o desenvolvimento e a interação nos processos educativos.
Podemos reconhecer a interação entre os alunos como uma estratégia pedagógica. Para que haja um conhecimento, o sujeito deve ser entendido como um ser social que constrói sua individualidade a partir das interações mediadas pela cultura. Dessa maneira, a relação que a pessoa estabelece com o meio social é condição fundamental para ela se constituir como indivíduo.
· Teoria cognitivista Significativa 
Os estudos sobre esta teoria têm como base o autor David Paul Ausubel, responsável pela elaboração do conceito de aprendizagem significativa. Na abordagem cognitiva, ele observa o que ocorre dentro da mente humana durante a construção do conhecimento.
Para Ausubel, a estrutura cognitiva refere-se ao conteúdo total das informações, aos fatos, aos conceitos e aos princípios organizados pela pessoa. A aprendizagem é vista como o processo em que o novo conteúdo se organiza e se integra à estrutura cognitiva já existente. Dessa maneira, o professor precisa fazer a relação significativa entre o conteúdo acadêmico e o social para que o aluno perceba o significado do que aprende.
As ideias de Ausubel também se caracterizam por uma reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino em vez de tentar somente generalizar e transferir-lhes conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou contextos de aprendizagem.
Para haver aprendizagem significativa, são necessárias duas condições:
Com esse duplo marco de referência, as proposições de Ausubel partem da consideração de que os indivíduos apresentam uma organização cognitiva interna baseada em conhecimentos de caráter conceitual, sendo que a sua complexidade depende muito mais das relações que eles estabelecem entre si do que do número de conceitos presentes.
Essas relações têm um caráter hierárquico; dessa forma, a estrutura cognitiva é compreendida fundamentalmente como uma rede de conceitos organizados hierarquicamente de acordo com o grau de abstração e de generalização.
O destaque à participação ativa do aluno no processo de aprendizagem apresenta uma visão geral da abordagem cognitivista, enquanto as demais apresentam características específicas dos autores que a defendem: Piaget com sua valorização na infância, incluive com o processo de formação do raciocínio, Vygotsky com seu destaque à interação entre os sujeitos e Ausebel com a preocupação com a aprendizagem significativa.
A abordagem comportamental/behaviorista compreende o comportamento humano como o resultado de influências sociais, podendo, portanto, ser modificado se tais influências forem alteradas. Por isso, as afirmativas III e IV a identificam. Na abordagem cognitivista, o conhecimento é definido como uma construção contínua do sujeito no meio em que ele se encontra. Por isso, ela tem interesse em investigar os processos internos em que se dá o conhecimento, valorizando a características de cada aluno.
Módulo 02: Abordagem didática na prática docente
· O papel do professor e a didática
Anteriormente, buscamos perceber como os sujeitos aprendem e como esse aprendizado pode ser visto de formas diferentes. Diante desse desafio, passamos a refletir sobre o professor e seu papel na construção dessa abordagem didática. 
Quanto à investigação de seus processos na prática docente, talvez você esteja com os seguintes questionamentos:
· Por que eu, apesar de conhecer as teorias, ainda possuo uma turma tão disciplinada?
· Por que minhas práticas pedagógicas não funcionam se eu faço exatamente igual aos meus antigos professores?
· Eu possuo uma grande bagagem técnica e acadêmica, suficiente para que eles aprendam, mas o aprendizado não acontece. O que acontece?
A didática vai além de técnica, é um processo sobre o aprendizado do aluno, e o seu papel não é reproduzir atitudes, mas sim pensar estratégias para que o discente amplie seus conhecimentos. 
Muitas vezes o comportamento da turma reflete a prática do professor. A dificuldade ou falta de interesse dos alunos pode estar associada à falta de didática do professor, que talvez reproduza práticas como se fossem uma receita de sucesso em todos os contextos.
É fundamental que entendamos que reproduzir as práticas, conceitos e atitudes não significa que estamos sendo didáticos, e que possuir um grande saber sobre um determinado assunto não garantirá que as práticas didáticas sejam estabelecidas. 
Dessa maneira, cabe ao professor acompanhar o processo de ensino-aprendizagem ao fomentar novas descobertas, possibilitar a ampliação desses conhecimentos e adaptar as suas práticas de acordo com a turma.
· Afinal, o que seria a didática? Por que professores precisam dela?
A didática serve para indicar os processos de ensino-aprendizagem. Com eles, você vai poder pensar tecnicamente e acompanhar a evolução dos alunos.
Não basta, porém, compreender um conteúdo do ponto de vista técnico. O processo de compreensão é do aluno, e não do professor, pois o estudante que vai descobrir os seus caminhos e construir as pontes necessárias para seu desenvolvimento. Ser didático, além de se preparar, é estar disposto a compreender que seu aluno precisa de acompanhamento no processo de aprendizado.
A didática não deve ser entendida como uma prática,mas como um processo no qual cada aluno desenvolve seus aspectos cognitivos. O professor, por sua vez, acompanha esse processo e fomenta novas descobertas, possibilitando a ampliação desses conhecimentos.
Todo aquele que se coloca na condição de educando espera que quem o conduzirá esteja preparado. Independentemente de nosso tempo de convivência, nós, enquanto professores, devemos estar dispostos e sermos capaz de acompanhá-lo para provocar e permitir processos de aprendizagem, cada um com seu ritmo e dentro de suas necessidades. Desse modo, atuar didaticamente é:
O uso da didática, aliás, possui uma funcionalidade muito mais ampla: fundamental para todo sujeito no ato de educar, ela impacta diretamente o processo de ensino-aprendizagem.
· Conceituando a didática
A didática deve ser entendida como uma ferramenta pedagógica que impulsiona o professor a refletir sobre as formas de abordagem do conhecimento, das metodologias, da necessidade de planejamento e de tudo que envolve o processo de ensino-aprendizagem. Como não se limita à técnica, ela se dedica ao estudo do processo de ensino-aprendizagem, oferecendo uma reflexão constante que orienta as abordagens didáticas a fim de fortalecer tal processo.
A abordagem didática deve ser entendida como um “fazer reflexivo” que leva o professor a ampliar sua visão sobre as formas de ensinar e de aprender, facilitando a escolha das metodologias que dão sentido à sua prática.
Ela provoca reflexões sobre a forma de atuação dela no processo de aprendizagem dos alunos e a maneira de melhorar sua prática a partir do seu cotidiano. 
A abordagem didática também ultrapassa a dimensão técnica, pois exige compromisso do mestre com o aprendiz, fazendo com que o professor adote uma postura reflexiva, na qual a construção de conhecimentos ganha nova dimensão, provocando a entrada de aprendizagens significativas que façam sentido para o público a que se destina.
O papel da abordagem didática é fazer a diferença em qualquer campo com demanda educativa (instituições públicas, privadas ou do terceiro setor), pois ela auxilia na construção de cenários de ambientação para que a aprendizagem aconteça e se consolide.
Na abordagem didática, o professor deve:
Dar sentido ao que é apresentado: podemos dizer que ela é a proposta de reflexão sobre a prática. O professor utiliza variadas teorias da aprendizagem pata observar o andamento do processo de ensino.
Ter o cuidado de buscar novos caminhos: o professor deve desenvolver e adaptar métodos e técnicas que possam ser utilizados na construção de determinados conhecimentos, sabendo contextualizá-los a cada realidade e respeitando os procedimentos mentais desenvolvidos nessa construção.
Quem é didático, atua como um mediador que considera e respeita a cultura e a história do seu aluno, associando, a partir dessas singularidades, os saberes da vida aos que precisam ser construídos. Portanto, no universo da abordagem didática, diversas teorias podem ser utilizadas para a obtenção da melhor proposta com o objetivo de atender à necessidade dos alunos. Ou seja, você precisa compreender que todo professor tem uma abordagem didática para pensar, fazer sua aula e instruir seu aluno.
· Abordagem didática para as futuras gerações
Você sabia que a nossa sociedade passa por grandes transformações e que cada geração é classificada de uma maneira diferente? Para a reflexão apropriada de uma abordagem didática atual, o professor deve ter algum conhecimento sobre as gerações e seus processos históricos.
Pensar a abordagem didática atualmente é compreendê-la de uma forma diferente, pois é preciso considerar os avanços tecnológicos, a popularização da internet e a mistura geracional.
Cada gerações (X, Y, Z e alpha) apresenta características diferentes. A definição de uma abordagem didática que não leve em conta tais elementos pode interferir profundamente no processo de ensino e aprendizagem. As diferenças geracionais direcionam a construção do seu processo docente, mas sem haver a criação de uma “camisa de força”. Portanto, sempre deve existir espaço para a criatividade.
Precisamos, enquanto professores, reconhecer as diferenças geracionais e nos comportar como um orientador de caminhos. Nosso objetivo é propor desafios e, principalmente, direcionar os alunos para o trabalho cooperativo e colaborativo mediante a potencialização do diálogo, da troca de conhecimentos e da produção coletiva dos discentes.
O professor na sala de aula da educação básica trabalha principalmente com crianças das gerações Z e alpha. Dessa forma, ele terá de repensar sua prática pedagógica e seus caminhos didáticos, pois lidará com perfis geracionais diferentes do seu.
Nossos alunos têm um perfil geracional diferente, já que cresceram utilizando ambientes colaborativos, como Instagram, Facebook e Twitter. Além disso, eles estão acostumados aos games, que são jogados em grupos, embora seus jogadores estejam distantes geograficamente.
Por essa razão, a abordagem didática atual deve enfatizar o social em detrimento do individual, privilegiando atividades e trabalhos realizados em mesas agrupadas fisicamente nas quais sejam utilizadas ações de pesquisa, análise de situações e resolução de problemas.
O melhor procedimento didático é aquele acompanhado de uma significação para cada geração. A didática está presente de forma imperativa em todos os espaços de aprendizagem: na construção de instrumentos de apoio ao ensino, como conteúdos digitais, assim como em materiais, livros e projetos didáticos. Afinal, ela mesma é um instrumento qualificador do trabalho educativo.
A opção I está incorreta, pois ela se refere apenas às instituições públicas de ensino, porém a didática deve estar presente em qualquer prática de ensino-aprendizagem, seja ela pública, privada ou filantrópica. A opção III está incorreta, já que, quando um professor faz uso das teorias de aprendizagem, refletindo e planejando seu processo, sua postura se entrelaçará com a abordagem didática para compreender o processo de evolução de seus alunos.
Estarmos recebendo alunos, especialmente na educação básica, das gerações Z e alpha. Isso indica que eles têm um perfil geracional diferenciado do nosso, crescendo e utilizando — na maioria das vezes, melhor que nós — ambientes colaborativos. Daí a importância de o professor estar atento a esse desafio.
Módulo 03: Plano de aula sob viés das teorias de aprendizagem
Recapitulando
Como vimos anteriormente, a abordagem didática se separa em dois grandes blocos. Amparada por uma teoria e concepção de mundo, de sujeito e de sociedade, ela propõe:
Você, na qualidade de professor, deve refletir sobre qual abordagem irá auxiliar no seu processo como educador. Seu objetivo é facilitar o aprendizado do aluno, levando em consideração seu cotidiano, sua vivência e seu saber. Para isso, é importante, antes de tudo, planejar suas aulas tendo em vista os blocos da abordagem didática e os currículos que atuam dentro dos espaços educacionais.
· Plano de aula
Durante a elaboração do plano de aula, o professor deve articular as competências e habilidades solicitadas pelo seu demandante com as estratégias que serão utilizadas. Portanto, ele corresponde ao nível de maior detalhamento e objetividade do processo de planejamento didático, tendo como finalidade a previsão dos conteúdos e atividades de cada aula. 
Todo plano de aula deve ser composto por conteúdo e tema, competências, estratégias didático-metodológicas e avaliação (com possíveis intervenções didáticas). Durante a elaboração do planejamento e desse plano, é preciso ter em mente as seguintes perguntas:
O planejamento didático deve ser uma ferramenta teórico-metodológica usada pelo professor para intervir na realidade. Celso Vasconcelos define que o planejamento:
Enquanto construção-transformação de representações, é uma mediação teórico-metodológica para a ação, que, em função de tal mediação, passa a ser consciente e intencional. (VASCONCELOS, 2000, p. 79)
Nessa discussão, são estabelecidas três dimensões:a realidade (onde estamos), 
os fins (aonde queremos chegar ou o que desejamos alcançar) e a 
mediação (como alcançar o que planejamos).
Quando planejamos e aplicamos nosso plano em sala de aula, temos uma intenção subjacente à ação didática. Para que as competências se concretizem mais facilmente, é necessário que esse plano tenha as seguintes características:
Agora que você já possui uma ideia sobre o plano de aula, que tal elaborarmos um utilizando as duas teorias aprendidas (cognitivista sociointeracionista e behaviorismo)? Para isso, lembre-se de que todo plano deve conter: 
· Conteúdo: assunto central sobre o qual será tratado o plano.
· Tema de aula: tópicos relacionados ao conteúdo da aula.
· Segmento: para o qual ano esse plano foi pensado.
· Duração: tempo estimado de aula.
· Objetivos: aquilo que se pretende alcançar com ela.
· Metodologia: que caminhos são realizados nela e o que é feito.
· Recursos: que materiais são necessários para que haja a aula.
· Avaliação: como ocorre a mensuração da aprendizagem.
Atividade discursiva 1
Imagine que você precisa ministrar uma aula para uma turma do 4º ano do ensino fundamental sobre a superfície terrestre brasileira. Levando em consideração a abordagem behaviorista, monte um plano de aula com características behavioristas, indicando:
Conteúdo: Formas de relevo
Tema da aula: Conhecendo a superfície terrestre brasileira
Segmento: 4º ano do Ensino Fundamental
Duração: 50 minutos
Objetivos: Conhecer as principais formas de relevo; Entender as relações entre as formas de relevo; Identificar os relevos das paisagens conhecidas pelos alunos.
Metodologia: Apresentar as formas de relevo a serem trabalhadas. Expor os relevos de: Planalto; Planície; Depressão; Montanha; Vale. Comparar os seguintes relevos: Planalto x Planície; Depressão x Montanha. azer um questionário para fixação.
Recursos:
• Datashow;
• Lousa;
• Giz.
Avaliação: O processo de avaliação será feito por meio de um teste. Alunos com aproveitamento igual ou superior a 80% serão premiados com reforço positivo no caderno.
Como você pode perceber, o processo educativo no plano de aula behaviorista tem como característica o estímulo e a resposta do que é pedido ao aluno: à medida que ele consegue desenvolver o conhecimento sobre determinado assunto, obtém um melhor aproveitamento e é recompensado. Tal recompensa varia desde a valorização do aluno até outras premiações, enquanto sua avaliação ocorre por meio de provas e testes somativos. 
Atividade discursiva 2
Imagine-se agora ministrando, para a mesma turma, uma aula sobre produção e interpretação de texto. Levando em consideração a abordagem comportamentalista sociointeracionista, monte um plano de aula que possua as características do sociointeracionismo, indicando:
Conteúdo: Gramática
Tema da aula: Produção e interpretação de texto
Segmento: 4º ano do Ensino Fundamental
Duração: 50 minutos
Objetivos: 
• Conhecer como se estabelece a organização de um texto;
• Entender as relações entre sujeito, verbo e predicado;
• Identificar os diferentes tipos de gêneros textuais antigos e modernos.
Metodologia: Apresentar aos alunos formas e tipos de gêneros textuais; Fazer uma sondagem para saber o que cada aluno sabe sobre o tema, o que ele costumar ler no seu dia a dia;
Entender o que o processo educacional tem produzido de leitura na vida de cada aluno.
Recursos: 
• Data Show;
• Livros didáticos e literários;
• Cartas;
• Poesias; 
• Outros suportes de leitura.
Avaliação: O processo de avaliação será pela relação horizontal entre professor e aluno. Cada um deles compartilhará sua experiência com a leitura e o desenvolvimento no período da atividade. O resultado da avaliação é a partir da relação social e do compartilhamento dos significados de cada aluno.
No plano de aula sociointeracionista, o professor tem o papel de promover avanços e diálogos entre os alunos. Cada aluno tem um tempo de aprendizagem, sempre se desenvolvendo em conjunto com os outros colegas. Por isso, no plano de aula de gramática, encontramos na metodologia e no processo avaliativo características que corroboram a ideia defendida pela teoria em questão, como escutar e dar voz aos alunos, percebendo que o processo da avaliação é uma construção social e coletiva. 
A intenção de nossa ação didática compreende os conceitos e temas que serão trabalhados durante a disciplina. É plenamente recomendável que a finalidade esteja articulada como os objetivos a fim de atingi-los de maneira interdisciplinar.
As principais competências apresentadas no contexto desta questão foram: coerência e unidade — conexão entre tema, conteúdo e meios; continuidade e sequência — integração entre atividades; flexibilidade — ajuste e adaptação; objetividade e funcionalidade — análise das condições da realidade; precisão e clareza — redação de forma clara, sem dupla interpretação. Portanto, não se busca uniformidade (fazer tudo da mesma forma o tempo todo), e sim unidade.
· Considerações finais
Como vimos, ao longo dos anos, o processo educativo foi se tornando o foco de investigação e criação de diferentes teorias. Entender como ocorre o aprendizado e a melhor forma de potencializá-lo possibilitou que os professores aprofundassem suas escolhas e suas ações dentro dos diversos espaços educacionais. Nesse âmbito, aprendemos sobre duas importantes teorias: a abordagem comportamentalista ou behaviorismo, que busca compreender e definir o comportamento humano como o resultado de influências sociais de acordo com estímulos e respostas; e as abordagens cognitivistas, cujo objetivo é saber como o ser humano conhece o mundo. O propósito deste estudo é instrumentalizar o professor para que ele seja capaz de perceber a importância do direcionamento de sua abordagem.
A abordagem didática é um processo que busca dar significado ao trabalho do professor, já que lhe permite perceber o fim de sua ação, construindo propostas fundamentadas. Por isso, a didática docente deve ser atrelada ao fazer reflexivo e ao ensino-aprendizagem, levando em consideração as multiplicidades de cotidianos que permeiam a escola. Já seu planejamento, seja ele behaviorista ou cognitivista, deve conter os seguintes itens: objetivo, finalidade do conteúdo, estratégias didático-metodológicas e recursos. Além disso, é fundamental que a construção do plano de aula possua coerência, unidade, continuidade, sequência, objetividade, funcionalidade, precisão e clareza nas informações detalhadas.
Tema 04: Ação Pedagógica e Transposição Didática
Descrição
A relação entre o conhecimento científico e o conhecimento escolar a partir da compreensão do conceito de transposição didática e da ação pedagógica como atuação consciente do professor em sua prática cotidiana. 
Propósito
Os conceitos de transposição didática e de ação pedagógica são fundamentais para compreender como conseguimos trabalhar com conhecimentos historicamente constituídos no contexto acadêmico. A compreensão desses conceitos torna-se, portanto, fundamental para refletir acerca da atuação do docente em sua prática cotidiana. 
Introdução
Quando falamos em aprendizagem, logo pensamos na sala de aula. A figura do aprender ficou marcada por muito tempo em um modelo tradicional de ensino, no qual o professor era o centro e o detentor do conhecimento, tendo como objetivo do processo apenas o ato de instruir. Posteriormente, por meio de estudos e reflexões sobre este tema, a ação, as práticas do professor e a concepção de ensino e de educar tiveram novas perspectivas e abordagens. 
Módulo 1: Ação pedagógica
Conceito da ação pedagógica
· Ação pedagógica
Teorias mais antigas pensavam no aluno como um papel em branco, prestes a ser preenchido; por isso, sua voz e seus saberes eram invisibilizados, ou seja, descartados pelos desejos e saberes daqueles que tinham o saber científico. 
O processo de ensino-aprendizagem focava na memorização e uniformidade de currículos e métodos. Assim, os professores se detinham em trabalhar todos os saberes que vinham dos livros e da academiautilizando as mesmas práticas para todas as turmas e todos os alunos. 
Com o passar do tempo, as concepções de ensino e do ensinar passaram por mudanças, e a ação pedagógica começou a ser repensada, tendo o aluno como centro do processo de ensino-aprendizagem.
Para falarmos de ação pedagógica, precisamos antes entender alguns pontos:
A partir desses pontos, passamos a entender que a educação não acontece somente na escola. Embora essa afirmação possa ser considerada óbvia, é necessário que percebamos o quanto ela está relacionada à educação escolar e, consequentemente, com a prática docente. 
Se por um lado a educação é um processo que não abrange apenas a escola, mas também a sociedade, por outro a escola é um espaço privilegiado de ensino-aprendizagem legitimamente estabelecido. Quando a escola se constitui enquanto espaço social de ensino, aquilo que será ensinado passa a ter mais legitimidade que outros tipos de saber que não passam por esse mesmo lugar. 
E, se precisamos selecionar, também indicamos que tipo de saberes receberá ou não tal legitimidade. Estamos entrando no espaço da intencionalidade e da relação de poder, portanto, começamos a falar de ação pedagógica.
Saber X Poder
O espaço escolar é um local historicamente marcado pela relação entre saber e poder.
Como vimos no vídeo, a Esfinge devorou todos aqueles que não conseguiam decifrar seu enigma. Considerando sua própria atitude, após ter o enigma decifrado por Édipo, chegamos à conclusão de que toda a sua identidade, a condição de sua existência, estava centrada no fato de apenas ela possuir o saber, o que lhe garantia determinado poder. Essa relação também está presente no cotidiano escolar.
As nossas relações sociais são marcadas por disputas, e essa teia de relações de poder toca e modifica constantemente o cotidiano.
O professor se encontra em uma conjuntura complexa e necessita traçar estratégias, construir práticas que permitam que o processo de ensino-aprendizagem seja efetivo, apesar das disputas.
As pressões das relações escolares podem tornar a dinâmica da escola um espaço de tensão e enfrentamento. Por isso, o professor deve ultrapassar o modelo tradicional de ensino e propor um processo de ensino-aprendizagem repleto de intencionalidade. 
Diante dos enfrentamentos escolares, o aluno tende a tomar uma posição de resistência. Ele questiona o significado do aprendizado, o valor do conhecimento curricular e o motivo dos seus saberes de vida serem depreciados em relação aos saberes escolares. Por isso, as ações que ocorrem na escola devem estar alinhadas às dinâmicas sociais e de pensamento. O sujeito que atua na educação precisa se preparar, desenhar estratégias, perceber objetivos, entender as forças que influem em seu trabalho. 
Considerando todos esses aspectos, a ação pedagógica pode ser pensada em três passos fundamentais: 
· Perceber o professor como um agente educador
É fundamental que aquele que ensina se reconheça como agente educador, devendo entender que há a necessidade de uma série de procedimentos, escolhas, preparo e posturas. Esse elemento fundamental da ação docente é, muitas vezes, mal compreendido, pois o docente é apresentado como detentor absoluto do conhecimento e, portanto, não permitiria interferência ou contribuição no ato de ensinar. Vamos entender na prática: 
Em meu primeiro emprego como professor, meus alunos, além de não prestarem atenção na aula, debochavam e até pareciam ter raiva de mim. Tentando mudar aquele cenário, levei um encarte de jornal de um mercado do bairro e propus que eles simulassem uma ida às compras. Ao destacar a importância de se fazer contas corretamente para não faltar dinheiro, demonstrei a importância da matemática. Percebi que, para alcançar os meus objetivos com a turma, seria necessário assumir meu papel de agente educador, planejando a aula antecipadamente, analisando os interesses dos meus alunos e aproximando minha realidade da deles.
· Identificar as necessidades do educando
Como terceiro passo, é preciso planejar. Talvez esse pareça ser um elemento menos importante que os anteriores pelo aparente caráter meramente técnico. Se por um lado o planejamento e a escolha do processo de ensino-aprendizagem exigem determinados conhecimentos didáticos, por outro, o professor não pode acreditar que essa opção técnica seja totalmente independente das percepções anteriores. 
Se o professor não tiver plena consciência das necessidades de seu educando, poderá estipular que determinado encadeamento de conteúdo será apreendido pela turma toda, ao mesmo tempo, sem se preocupar, assim, com as dificuldades (ou habilidades) específicas de grupos ou alunos. Por isso, cabe ao docente identificar quais saberes são fundamentais e farão diferença na vida e no cotidiano deles, escolhendo estratégias de ensino que tenham significado para as suas vidas. Vamos entender na prática:
Fui convidado para ministrar um treinamento em uma empresa sobre um assunto que eu dominava bastante. No primeiro dia, falei por horas e horas. Tinha a certeza de ter me saído muito bem. Pedi para a turma fazer uma prova e me assustei com o resultado: ninguém tinha entendido nada. Ao refletir sobre tal processo, decidi mudar minha abordagem. 
No dia seguinte, perguntei se sabiam por que estavam ali e o que gostariam de aprender. Eles relataram seus medos e expectativas quanto à formação. Em seguida, eu disse como poderia ajudá-los – e todo o processo mudou. Tentando despertar sua curiosidade, trouxe para a realidade deles o conhecimento abordado. Ali eu aprendi uma lição: minha ação como docente não deve estar centrada no que eu preciso passar, mas na relação entre o meu conhecimento e o que o aluno precisa aprender.
· Definir o processo de ensino-aprendizagem
Para que a proposta educacional faça sentido e tenha utilidade, devemos adequar as escolhas metodológicas à contextualização da realidade do aluno. Para isso, precisamos introduzir o aluno no processo educativo e permitir que ele traga elementos conhecidos e corriqueiros para a sala de aula, alcançando, a partir desses elementos, novos saberes e sentidos para conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos entender na prática:
· Definir o processo de ensino-aprendizagem
Para que a proposta educacional faça sentido e tenha utilidade, devemos adequar as escolhas metodológicas à contextualização da realidade do aluno. Para isso, precisamos introduzir o aluno no processo educativo e permitir que ele traga elementos conhecidos e corriqueiros para a sala de aula, alcançando, a partir desses elementos, novos saberes e sentidos para conhecimentos anteriormente adquiridos. Vamos entender na prática:
Oriundo de uma ótima faculdade e com muitas especializações, entrei na escola desejando revolucionar o ensino; assim, preparei uma aula que me agradaria se eu fosse aluno. Para minha surpresa, as crianças mostravam desinteresse e questionavam a necessidade de aprender aquilo. Ao observar o trabalho de uma colega extremamente tradicional, vi uma turma participativa e interessada. Foi uma grande decepção, pois eu estava preparado, conhecendo as teorias mais modernas. Quando lhe pedi o seu segredo, ela me questionou se eu conhecia os interesses e a realidade dos alunos. Entendi que eu deveria levar em consideração o cotidiano deles, mostrando que me importava com as suas opiniões e buscando estratégias adequadas à realidade deles – e não à minha.
Atenção! 
As demandas do educando ultrapassam as meramente cognitivas ou intelectuais. Ele também possui necessidades afetivas, econômicas, sociais, entre outras. Um docente que é incapaz de perceber a real situação em que vive seu aluno muito provavelmente não conseguirá que sua atuação seja efetiva. 
Acredito que você já percebeu que não é tão fácil ser professor. Esse profissional deve pensar no cotidiano, no dia após dia da função e, ao mesmo tempo, não perder o ímpeto e o ânimo de criar e recriar. Para que isso seja possível, é importante que o professor nunca se esqueça de que é um agente educador, que deve sempre