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Linguística Aplicada à Língua Inglesa II-2020

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Prévia do material em texto

2017
Linguística apLicada à 
Língua ingLesa ii
Prof.a Deise Stolf Krieser
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof.a Deise Stolf Krieser
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
 469.81
 K89l Krieser, Deise Stolf
 Linguística aplicada à língua inglesa II / Deise Stolf
Krieser: UNIASSELVI, 2017.
 
 182 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0103-0
 
 1.Linguística Aplicada.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
III
apresentação
Caro acadêmico! É com muita satisfação que apresentamos o livro 
didático da disciplina Linguística Aplicada à Língua Inglesa II. Com este material, 
esperamos que você continue sua caminhada nos estudos da Linguística 
Aplicada, já iniciados na disciplina Linguística Aplicada à Língua Inglesa I.
Nossos estudos percorrerão os níveis de análise linguística, ou 
seja, as diversas perspectivas por meio das quais podemos refletir sobre o 
funcionamento e sobre o uso da língua. Ainda, nosso olhar estará sempre 
voltado para o ensino de língua inglesa e as contribuições da análise linguística 
para este campo. Pensando nisso, organizamos as unidades de acordo com 
os aspectos linguísticos analisados. Assim, partimos da premissa de que 
uma língua, dentre outras coisas, é composta por sons, estruturas, regras, 
sentidos, funções e intenções. Com base nessa composição, os conteúdos 
serão dispostos da seguinte maneira nas unidades:
Na primeira unidade estudaremos os sons da língua, ou seja, o nível 
de análise linguística aqui abordado será o nível de análise fonológica. Neste 
campo do conhecimento também estudaremos a consciência fonológica 
e os processos linguísticos que acontecem no aprendizado de inglês e no 
contato entre as línguas. A fonologia tem um importante papel no ensino 
e aprendizado de línguas estrangeiras, que será apresentado a você nesta 
unidade. Por fim, conheceremos os tipos de bilinguismo e as atitudes 
linguísticas a ele relacionadas.
A estrutura da língua e as suas variações serão o objeto de estudo 
da Unidade 2. Os níveis de análise linguística discutidos serão o nível 
morfológico e o nível sintático. Inicialmente, faremos uma retomada de 
alguns conteúdos morfológicos e sintáticos e exemplificaremos com algumas 
análises morfossintáticas em língua inglesa. Isso feito, refletiremos sobre o 
inglês padrão e não padrão, ou seja, o Standard English e o Non Standard 
English. Veremos que a língua inglesa, assim como todas as línguas, possui 
variações motivadas por diversos fatores e que algumas dessas variações são 
alvo de preconceito linguístico.
Na última unidade deste livro estudaremos os sentidos, as funções 
e as intenções envolvidas nos enunciados. Para isso, analisaremos a língua 
nos níveis semântico e pragmático. Nesta unidade serão estudados exemplos 
de sinônimos, antônimos e homônimos em língua inglesa, além de alguns 
recursos que utilizam linguagem conotativa. Conheceremos a teoria dos 
atos de fala e sua relação com a pragmática. Finalmente, refletiremos sobre 
a competência pragmática dos usuários da língua e a importância de se 
considerar o contexto comunicativo dos enunciados.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é 
veterano, há novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Buscamos, neste livro, discutir alguns conceitos relevantes na 
Linguística Aplicada que serão de grande valia para sua formação como 
professor de língua inglesa. Ao ler as unidades, responda também às 
autoatividades e acesse os materiais sugeridos. 
Bons estudos!
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA .. 1
TÓPICO 1 – ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA ....... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ....................................................................................................... 4
2.1 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA 
INGLESA ........................................................................................................................................... 5
2.2 NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA .............................................................................. 6
2.2.1 Nível silábico ........................................................................................................................... 6
2.2.2 Nível intrassilábico ................................................................................................................. 9
2.2.3 Nível fonêmico ........................................................................................................................ 14
3 PROCESSOS LINGUÍSTICOS NO APRENDIZADO DO INGLÊS E NO CONTATO 
 ENTRE AS LÍNGUAS .......................................................................................................................... 16
3.1 TRANSFERÊNCIAS E INTERFERÊNCIAS ................................................................................. 17
3.2 ALTERNÂNCIA DE CÓDIGOS .................................................................................................... 18
3.3 EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS .................................................................................................. 19
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 23
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 – A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ........................................... 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 CONTRIBUIÇÕES DA FONOLOGIA PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA ............... 27
3 QUESTÕES DE PRONÚNCIA RELACIONADAS AO PORTUGUÊS BRASILEIRO X 
 INGLÊS ................................................................................................................................................... 29
3.1 SONS DISTINTIVOS NA L1 E L2 ................................................................................................. 29
3.2 AS VOGAIS...................................................................................................................................... 30
3.3 OS DITONGOS ................................................................................................................................ 35
3.4 AS CONSOANTES ......................................................................................................................... 37
3.5 ENTONAÇÃO, RITMO E TONICIDADE.................................................................................... 42
3.6 CARACTERÍSTICAS DA FALA DO APRENDIZ BRASILEIRO .............................................. 43
4 OUTRAS QUESTÕES SOBRE A ORALIDADE PARA OS BRASILEIROS APRENDIZES
 DE INGLÊS ............................................................................................................................................ 45
5 A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE E O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES 
 A ELA RELACIONADAS NAS AULAS DE INGLÊS.................................................................... 47
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 48
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 51
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 53
TÓPICO 3 – O BILINGUISMO ............................................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 DIVERSIDADE LINGUÍSTICA BRASILEIRA E LÍNGUAS DE PRESTÍGIO E 
 MINORITÁRIAS .................................................................................................................................. 56
3 O QUE É BILINGUISMO? .................................................................................................................. 57
sumário
VIII
4 BILINGUISMO, IDENTIDADE E ATITUDES LINGUÍSTICAS ............................................... 64
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 70
UNIDADE 2 – A ESTRUTURA DA LÍNGUA E SUAS VARIAÇÕES ........................................... 73
TÓPICO 1 – ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA ................................................................................. 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 ALGUNS TÓPICOS EM MORFOLOGIA DA LÍNGUA INGLESA .......................................... 75
2.1 WORD FORMATION ...................................................................................................................... 78
2.1.1 Derivation ................................................................................................................................ 78
2.1.1.1 Prefixes .................................................................................................................................. 79
2.1.1.2 Suffixes .................................................................................................................................. 81
2.1.2 Compound words ................................................................................................................... 83
2.2 INFLECTION .................................................................................................................................... 84
3 ANÁLISE MORFOLÓGICA EM LÍNGUA INGLESA .................................................................. 86
4 SINTAXE DA LÍNGUA INGLESA .................................................................................................... 89
4.1 PHRASES .......................................................................................................................................... 89
4.2 CLAUSES .......................................................................................................................................... 92
4.3 SENTENCES ..................................................................................................................................... 92
4.4 CONSTITUENTS ............................................................................................................................. 93
5 ANÁLISE SINTÁTICA EM LÍNGUA INGLESA ........................................................................... 94
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 98
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 100
TÓPICO 2 – NORMA CULTA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO 
 LINGUÍSTICO .................................................................................................................. 103
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 103
2 INGLÊS PADRÃO E INGLÊS NÃO PADRÃO (STANDARD ENGLISH AND NON-
STANDARD ENGLISH) ........................................................................................................................ 103
3 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: A HETEROGENEIDADE DA LÍNGUA ..................................... 106
4 VARIAÇÃO E PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA LÍNGUA INGLESA ............................... 108
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 111
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 113
TÓPICO 3 – FATORES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ................................................................ 115
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 115
2 VARIAÇÕES DIACRÔNICAS ........................................................................................................... 115
3 VARIAÇÕES SINCRÔNICAS ........................................................................................................... 116
3.1 VARIAÇÕES DIATÓPICAS ........................................................................................................... 116
3.2 VARIAÇÕES DIASTRÁTICAS ...................................................................................................... 124
3.3 VARIAÇÕES DIAFÁSICAS ........................................................................................................... 125
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 127
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 134
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 135
UNIDADE 3 – A LÍNGUA EM USO: SENTIDOS E INTENCIONALIDADE ............................ 137
TÓPICO 1 – ANÁLISE SEMÂNTICA.................................................................................................. 139
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 139
2 SINONÍMIA E ANTONÍMIA ............................................................................................................140
3 HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS ....................................................................................................... 144
IX
4 LINGUAGEM CONOTATIVA .........................................................................................................146
4.1 IDIOMS (IDIOMATIC EXPRESSIONS) ......................................................................................147
4.2 METAPHOR ...................................................................................................................................148
4.3 METONYMY ..................................................................................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................151
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................153
TÓPICO 2 – TEORIA DOS ATOS DE FALA ....................................................................................155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................155
2 A LINGUAGEM EM AÇÃO: OS ATOS DE FALA .......................................................................155
3 OS TIPOS DE ATOS DE FALA ........................................................................................................156
3.1 ATO LOCUCIONÁRIO .................................................................................................................156
3.2 ATO ILOCUCIONÁRIO ...............................................................................................................157
3.3 ATO PERLOCUCIONÁRIO .........................................................................................................159
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 3 – ANÁLISE PRAGMÁTICA ............................................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 O ENUNCIADO E O CONTEXTO COMUNICACIONAL ........................................................163
3 A COMPETÊNCIA PRAGMÁTICA E O APRENDIZ DE LÍNGUA INGLESA .....................165
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................170
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................176
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................177
X
1
UNIDADE 1
ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA 
ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• identificar os processos fonológicos que ocorrem durante o aprendizado 
de línguas estrangeiras;
• relacionar os conhecimentos da fonologia com as práticas pedagógicas no 
ensino de línguas;
• reconhecer as dificuldades mais comuns para os brasileiros na 
aprendizagem do inglês;
• conceituar o termo bilinguismo e refletir sobre suas implicações nas aulas 
de língua inglesa.
Esta unidade de estudos está dividida em três tópicos de conteúdos. Ao longo 
de cada um deles, você encontrará sugestões e dicas que visam potencializar 
os temas abordados, e, ao final de cada um, estão disponíveis resumos e 
autoatividades para fixar os temas estudados.
TÓPICO 1 – ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA 
INGLESA
TÓPICO 2 – A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
TÓPICO 3 – BILINGUISMO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA 
INGLESA
1 INTRODUÇÃO
A análise fonológica é um dos níveis de análise linguística que estudaremos 
neste livro e está diretamente relacionada às produções orais do aprendiz, ou seja, à 
fala. Assim, abordaremos neste tópico questões como a consciência fonológica, em 
outras palavras, a percepção do que o aprendiz ouve e a consciência de suas próprias 
produções. Essa consciência é fundamental para que o aprendiz compreenda 
enunciados e se faça compreender pelos seus interlocutores, considerando e 
percebendo as diferenças entre sua língua materna e a língua que está aprendendo.
Outros processos que se relacionam à aprendizagem de uma segunda língua 
são as transferências, as interferências e a alternância de códigos. Estes processos 
estão relacionados ao conhecimento prévio do aprendiz, ou seja, ao conhecimento 
de sua língua materna, que por vezes poderá auxiliar em seu aprendizado da 
segunda língua, e por outras, interferir de maneira negativa nas suas produções na 
língua-alvo. Trataremos ainda dos empréstimos linguísticos, que se referem ao uso 
de palavras estrangeiras nas interações em língua portuguesa.
Para realizar uma análise fonológica precisamos inicialmente obter 
um corpus, ou seja, precisamos de dados linguísticos para serem o objeto de 
análise. Para tanto, neste livro utilizaremos dados fictícios (mas que representam 
produções fonológicas possíveis e, por vezes, recorrentes nos contextos de ensino e 
aprendizagem de língua inglesa), ou, em alguns casos, dados de outras pesquisas, 
devidamente referenciados. Nosso foco serão os processos fonológicos relacionados 
à aprendizagem de língua inglesa por falantes de português brasileiro. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
4
IMPORTANT
E
Neste livro utilizaremos diversas expressões para nos referir à língua inglesa, 
como língua-alvo, língua estrangeira (LE), segunda língua (L2), ou outras expressões. Da 
mesma forma, a língua portuguesa poderá ser denominada de língua materna, primeira 
língua (L1), ou outras. Já o falante também pode ser referido como aprendiz, aluno ou 
outros. De qualquer forma, pelo contexto, sempre será possível identificar de que língua 
estamos tratando ou a qual sujeito estamos nos referindo. Tenha em mente, contudo, que 
essas denominações consideram nosso objeto de estudos neste livro, que é o brasileiro 
falante de inglês como segunda língua. Em outros casos, para um americano que aprendeu 
inglês como primeira língua, por exemplo, sua língua materna será o inglês, e a língua que 
ele adquirir posteriormente será sua segunda língua ou língua-alvo de seus estudos. Tudo 
depende do contexto do qual estamos partindo!
2 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
A consciência fonológica é a capacidade do falante de refletir sobre os sons 
da língua, bem como manipulá-los. Envolve a percepção e o reconhecimento de 
sílabas e fonemas, das semelhanças e diferenças entre eles e a manipulação desses 
segmentos, como combinar sílabas para formar palavras, apagar, acrescentar ou 
substituir sílabas para formar outras, como apresentam Moojen et al. (2003, p. 11):
A consciência fonológica envolve o reconhecimento pelo indivíduo de que 
as palavras são formadas por diferentes sons que podem ser manipulados, 
abrangendo não só a capacidade de reflexão (constatar e comparar), mas 
também a de operação com fonemas, sílabas, rimas e aliterações (contar, 
segmentar, unir, adicionar, suprimir, substituir e transpor). 
O falante ou o aprendiz, por meio da consciência fonológica, percebe a 
estrutura sonora da palavra, é capaz de refletir sobre e manipular essas palavras, rimas, 
aliterações, sílabas e fonemas, independentemente do conteúdo da mensagem. Além 
disso, a consciência fonológica possibilita compreenderque a mudança na produção 
de alguns fonemas causa diferença semântica em alguns casos e em outros indica 
apenas uma variação de produção regional, por exemplo, como veremos adiante.
A consciência fonológica é necessária na aquisição da linguagem, tanto 
na língua materna quanto na aquisição de uma segunda língua. No caso da 
língua materna, a consciência fonológica auxilia, no momento da alfabetização, 
a correlacionar os fonemas aos grafemas. Com o letramento em língua materna, 
desenvolvem-se as habilidades de manipulação dos sons da língua (ALVES, 2012b). 
Capovilla e Capovilla (1997 apud LOPES, 2004, s.p.) ainda salientam que “[...] na 
ortografia da língua portuguesa, a consciência fonológica é um pré-requisito para a 
aquisição de leitura e escrita”. Desenvolver um trabalho que estimule a consciência 
dos sons da língua auxilia o aluno a perceber desde as diferenças entre o tamanho 
das palavras, até a identificação das sílabas, das rimas e dos fonemas.
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
5
Para os aprendizes de uma segunda língua, ter consciência dos sons da 
fala auxilia a identificar as diferenças e semelhanças entre os sons da língua-alvo 
e os de sua língua materna. Dessa forma, o falante pode perceber os sons que 
ainda não produz, que possivelmente sejam os que lhe causem mais dificuldade. 
2.1 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO ENSINO E 
APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
Conforme vimos anteriormente, a consciência fonológica em uma língua 
pressupõe reflexão e manipulação. No caso da consciência fonológica nos aprendizes 
de língua estrangeira (LE), para Aquino (2009), a reflexão consiste em reconhecer 
o inventário fonológico da LE e as diferenças entre a língua materna e a LE. A 
manipulação refere-se a usar conscientemente o sistema fonológico da língua-alvo.
A consciência fonológica em L2 engloba as mesmas habilidades que 
aquela na L1 do indivíduo. Entretanto, há uma diferença importante 
entre essas habilidades. Quando o aluno está aprendendo uma LE, 
especialmente no ambiente em questão – o de inglês como língua 
estrangeira ensinada a sujeitos já alfabetizados em sua língua materna 
– ele traz consigo uma bagagem advinda de seus conhecimentos na 
L1. Esses abrangem a consciência em diversos níveis e, nesse caso, o 
aprendiz deve reorganizar e adaptar seus conhecimentos a uma nova 
língua (AQUINO; LAMPRECHT, 2009, p. 1052).
O fato de o indivíduo que está aprendendo uma língua estrangeira já 
ser alfabetizado em sua língua materna, portanto, constitui uma vantagem 
para seu aprendizado na LE, visto que poderá se utilizar de seu conhecimento 
metalinguístico da língua materna e fazer comparações e associações com o 
conhecimento que está adquirindo na língua estrangeira. Tomar a língua como 
objeto de análise é algo que o aprendiz já havia feito na sua língua materna, 
quando, em seu processo de alfabetização e/ou escolarização, refletiu sobre os 
sons, as estruturas e os usos da língua. Este conhecimento é uma ferramenta que 
o auxiliará no estudo e aprendizado da língua-alvo.
É preciso levar em conta, no entanto, que, ao adquirir a língua materna, 
o falante estava imerso em um ambiente com outros falantes, em contato 
constante com a língua que estava aprendendo. Já no caso de um aprendiz de 
língua estrangeira em educação formal, como no ambiente escolar, o contato com 
a língua se dá em momentos específicos, predeterminados, não em situação de 
imersão no idioma. Assim, não podemos considerar as situações de aquisição das 
duas línguas como semelhantes, mas cada uma com suas peculiaridades.
Para Alves (2012b), é preciso que o aprendiz de língua inglesa como língua 
estrangeira reconheça diferenças entre o inventário fonológico do inglês e do 
português. Por exemplo, é necessário reconhecer que o fonema inicial da palavra 
thanks não existe na língua portuguesa, e que é diferente de seu correspondente 
sonoro, como em this, que também não pertence aos fonemas da língua portuguesa. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
6
IMPORTANT
E
Fonemas sonoros são aqueles que, para sua produção, precisam de vibração 
das pregas vocais, como em bata. Fonemas surdos são os que não vibram as pregas vocais ao 
serem produzidos, como em pata. Note que no exemplo apresentado, o ponto de articulação 
fonético é o mesmo, a diferença está apenas na vibração das pregas vocais. Em inglês, 
denominamos os fonemas sonoros de voiced sounds e os surdos de voiceless sounds.
É possível que, inicialmente, o aprendiz tenha dificuldade em produzir 
esses fonemas, que são novidade para ele. Os aprendizes de língua estrangeira, 
no processo de assimilação da língua-alvo, criam uma interlíngua, ou seja, uma 
língua de transição, que oscila entra a língua materna e a língua-alvo. Nesse 
processo, é importante que o aprendiz perceba os sons que está produzindo, se 
são condizentes ou não com os sons requeridos na língua-alvo. Essa percepção 
auxilia a identificar os aspectos que precisam ser desenvolvidos. No entanto, 
o fato de o falante ter consciência fonológica em sua L1 não garante que terá 
consciência fonológica em L2, especialmente com relação aos sons que não fazem 
parte de sua língua.
A seguir veremos os níveis de consciência fonológica e sua relação com o 
aprendizado de língua inglesa como língua estrangeira.
2.2 NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
A consciência fonológica, segundo Alves (2012a), apresenta-se em níveis 
linguísticos e habilidades ou capacidade de manipulação. Ao refletir sobre as 
unidades que compõem a língua, o falante compreende melhor o funcionamento, 
os significados e as intenções envolvidas na comunicação, bem como reúne 
condições para criar estratégias de produção linguística e comunicação. Vejamos, 
a seguir, os níveis de consciência fonológica.
2.2.1 Nível silábico
Para Alves (2012a), o nível silábico refere-se à capacidade de perceber, 
refletir e manipular os sons da fala no nível da sílaba, ou seja, o falante possui esse 
nível de consciência fonológica quando é capaz de distinguir e segmentar os sons 
da fala por sílabas. Por exemplo, o falante percebe que as palavras “bala” e “cola” 
diferem na primeira sílaba, e que essa diferença sonora produz também uma 
diferença na significação das palavras. Consciente disso, o falante ainda percebe 
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
7
que pode substituir sílabas, suprimir, acrescentar, resultando na formação de 
novas palavras, com novas significações. Neste nível de consciência fonológica, o 
aprendiz em processo de alfabetização, ou antes mesmo da alfabetização, é capaz 
de separar as sílabas de uma palavra batendo palmas ao pronunciar as sílabas.
A estrutura silábica varia de língua para língua, e reconhecer essa estrutura 
é um dos requisitos para identificar as possibilidades de combinações fonológicas 
em uma língua. Aquino (2009) atenta ainda para o fato de que a acentuação tônica 
também se origina no nível da sílaba. 
Yavas (2006 apud AQUINO, 2009) propõe a seguinte estrutura para a sílaba 
na língua inglesa: (C)(C)(C) V (C)(C)(C){C}. Nesta representação, C corresponde 
às consoantes e V às vogais. Exemplo: na palavra monossilábica black temos a 
estrutura: (C)(C) V (C)(C). O único elemento obrigatório na sílaba, conforme 
a estrutura apresentada por Yavas (2006 apud AQUINO, 2009), é a vogal. As 
consoantes, que estão entre parênteses, são opcionais. A última consoante, que 
está entre chaves, só é possível se ela pertencer a um sufixo. Dessa forma, podem 
ser formadas diversas combinações, tanto em posição de ataque como de coda. 
Essas combinações, contudo, apresentam restrições em cada posição.
IMPORTANT
E
O ataque (ou onset) corresponde às consoantes que antecedem a vogal da 
sílaba: car, brother (a posição de ataque pode também estar vazia, como na palavra apple).
A coda refere-se às consoantes que sucedem a vogal da sílaba. Alguns exemplos de 
consoantes em coda: paper, black, eat.
Estudar a estrutura silábicanão é atividade comum nas aulas de língua 
inglesa como língua estrangeira. Apesar disso, este nível de consciência auxilia na 
pronúncia de algumas palavras. Um dos aspectos observados por Aquino (2009) 
nesse sentido é a epêntese vocálica na produção de palavras na língua inglesa 
por falantes brasileiros. 
IMPORTANT
E
Epêntese: “adição de letra ou sílaba no meio de uma palavra”.
FONTE: DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA. Epêntese. 2008-2013. 
Disponível em: <https://www.priberam.pt/dlpo/ep%C3%AAntese>. Acesso em: 8 abr. 2017.
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
8
A epêntese vocálica ocorre neste caso devido a diferenças estruturais 
entre as sílabas das duas línguas. As sílabas na língua portuguesa têm a tendência 
de terminar em vogal (AQUINO, 2009), apenas algumas consoantes têm a 
possibilidade de estarem no final da sílaba. Assim, ao se deparar, na língua inglesa, 
com consoantes em final de sílaba que não são permitidas na língua portuguesa, 
o aprendiz tende a acrescentar uma vogal, mais precisamente a vogal “i”. Ao 
fazer essa epêntese, o falante acrescenta uma sílaba à palavra. Por exemplo, a 
palavra “stop” é monossílaba. Essa palavra apresenta duas situações que não são 
admitidas na sílaba da língua portuguesa: início de sílaba com “st” e final de 
sílaba com “p”. A provável estratégia do aprendiz, neste caso, seria fazer duas 
epênteses vocálicas: uma no início da palavra e outra no final. Assim, a pronúncia 
da palavra ficaria da seguinte forma: “istópi”. Note que, no lugar de uma sílaba 
apenas, a palavra passou a ter três: “is-tó-pi”. Ocorre, portanto, a ressilabação da 
palavra, que passa a ser trissílaba. Veja os exemplos a seguir:
FIGURA 1 – EXEMPLO DE EPÊNTESE VOCÁLICA
FONTE: Adaptado de Freitas e Neiva (2006)
No exemplo, na palavra drink, houve epêntese no final da sílaba. Em 
português, a sílaba não termina com a letra “k”, portanto, o falante adaptou 
a estrutura silábica para o português, acrescentando o “i”, o que também 
acrescentou uma sílaba à palavra. Já na palavra stand, além da epêntese no final 
da palavra, houve também uma epêntese no início, visto que em português não se 
inicia palavra com “st”. Da mesma forma, como estratégia, o falante acrescentou 
um “i” no início da sílaba.
Veja, na figura a seguir, a epêntese vocálica na palavra book, ilustrando 
as diferenças de pronúncia entre o falante brasileiro e o falante nativo de inglês. 
Repare que também há diferença na pronúncia do “u”. Na fala do brasileiro, a 
palavra tem duas sílabas, enquanto para o falante nativo há apenas uma. Conforme 
já estudado, a epêntese vocálica não só acrescenta uma vogal à palavra, mas, com 
isso, há uma reestruturação silábica, ou seja, o número de sílabas é alterado.
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
9
FIGURA 2 – EPÊNTESE VOCÁLICA: APRENDIZ BRASILEIRO E FALANTE NATIVO 
FONTE: Disponível em: <http://www.nilc.icmc.usp.br/listener/images/intro_esqcomunicacao.
jpg>. Acesso em: 18 maio 2017.
As epênteses vocálicas destes exemplos foram empregadas para suprir 
uma dificuldade do aprendiz em produzir uma estrutura silábica que não existe 
em sua língua materna. Portanto, ter consciência de que essas diferenças existem e 
da produção que está realizando auxiliará este aprendiz a ter uma pronúncia mais 
adequada da língua-alvo, diminuindo as marcas de sotaque e desenvolvendo os 
aspectos que mais precisam de atenção, conforme cada caso.
2.2.2 Nível intrassilábico
O nível intrassilábico refere-se à capacidade de reconhecer e refletir sobre 
elementos menores que uma sílaba, mas maiores que um fonema. Nesse nível 
de consciência, o falante é capaz de distinguir elementos dentro de uma sílaba, 
reconhecendo aliterações ou rimas. Aliterações se referem a sílabas que têm o mesmo 
ataque, como em black e blind. Já as rimas se referem à repetição da vogal da sílaba 
tônica mais as possíveis consoantes que possam estar em posição de coda, como: sky 
e eye, summer e drummer. Na língua inglesa, as rimas não necessariamente possuem 
a mesma grafia, visto que diferentes grafemas podem representar o mesmo fonema. 
O poema a seguir, intitulado “The Chaos”, de Gerard Nolst Trenité, foi 
publicado em 1922 e apresenta várias irregularidades de pronúncia da língua 
inglesa, ou seja, palavras que são grafadas de forma muito semelhante, mas que 
diferem na pronúncia, ou palavras que são grafadas de forma diferente mas que 
têm a mesma pronúncia. Leia o poema (trata-se de um fragmento do poema 
original) e repare também nas rimas e aliterações:
The Chaos
Dearest creature in creation, 
Studying English pronunciation.
 
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
10
I will teach you in my verse 
Sounds like corpse, corps, horse, and worse. 
I will keep you, Suzy, busy, 
Make your head with heat grow dizzy.
 
Tear in eye, your dress will tear. 
So shall I! Oh hear my prayer. 
Just compare heart, beard, and heard, 
Dies and diet, lord and word, 
Sword and sward, retain and Britain. 
(Mind the latter, how it’s written.)
 
Now I surely will not plague you 
With such words as plaque and ague. 
But be careful how you speak: 
Say break and steak, but bleak and streak;
 
Cloven, oven, how and low, 
Script, receipt, show, poem, and toe. 
Hear me say, devoid of trickery, 
Daughter, laughter, and Terpsichore, 
Typhoid, measles, topsails, aisles, 
Exiles, similes, and reviles; 
Scholar, vicar, and cigar, 
Solar, mica, war and far;
 
One, anemone, Balmoral, 
Kitchen, lichen, laundry, laurel; 
Gertrude, German, wind and mind, 
Scene, Melpomene, mankind.
 
Billet does not rhyme with ballet, 
Bouquet, wallet, mallet, chalet. 
Blood and flood are not like food, 
Nor is mould like should and would.
 
Viscous, viscount, load and broad, 
Toward, to forward, to reward. 
And your pronunciation’s OK 
When you correctly say croquet,
 
Rounded, wounded, grieve and sieve, 
Friend and fiend, alive and live. 
Ivy, privy, famous; clamour 
Andenamour rhyme with hammer.
 
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
11
River, rival, tomb, bomb, comb, 
Doll and roll and some and home. 
Stranger does not rhyme with anger, 
Neither does devour with clangour.
 
Souls but foul, haunt but aunt, 
Font, front, wont, want, grand, and grant, 
Shoes, goes, does. Now first say finger, 
And then singer, ginger, linger,
 
Real, zeal, mauve, gauze, gouge and gauge, 
Marriage, foliage, mirage, and age. 
Query does not rhyme with very, 
Nor does fury sound like bury.
 
Dost, lost, post and doth, cloth, loth. 
Job, nob, bosom, transom, oath. 
Though the differences seem little, 
We say actual but victual.
 
Refer does not rhyme with deafer. 
Foeffer does, and zephyr, heifer. 
Mint, pint, senate and sedate; 
Dull, bull, and George ate late.
 
Scenic, Arabic, Pacific, 
Science, conscience, scientific. 
Liberty, library, heave and heaven, 
Rachel, ache, moustache, eleven.
 
We say hallowed, but allowed, 
People, leopard, towed, but vowed. 
Mark the differences, moreover, 
Between mover, cover, clover;
 
Leeches, breeches, wise, precise, 
Chalice, but police and lice; 
Camel, constable, unstable, 
Principle, disciple, label.
 
Petal, panel, and canal, 
Wait, surprise, plait, promise, pal. 
Worm and storm, chaise, chaos, chair, 
Senator, spectator, mayor.
 
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
12
Tour, but our and succour, four. 
Gas, alas, and Arkansas. 
Sea, idea, Korea, area, 
Psalm, Maria, but malaria.
 
Youth, south, southern, cleanse and clean. 
Doctrine, turpentine, marine. 
Compare alien with Italian, 
Dandelion and battalion.
 
Sally with ally, yea, ye, 
Eye, I, ay, aye, whey, and key. 
Say aver, but ever, fever, 
Neither, leisure, skein, deceiver.
 
Heron, granary, canary. 
Crevice and device and aerie. 
Face, but preface, not efface. 
Phlegm, phlegmatic, ass, glass, bass.
 
Large, but target, gin, give, verging, 
Ought, out, joust and scour, scourging. 
Ear, but earn and wear andtear 
Do not rhyme with here but ere.
 
Seven is right, but so is even, 
Hyphen, roughen, nephew Stephen, 
Monkey, donkey, Turk and jerk, 
Ask, grasp, wasp, and cork and work.
 
Pronunciation (think of Psyche!) 
Is a paling stout and spikey? 
Won’t it make you lose your wits, 
Writing groats and saying grits?
 
It’s a dark abyss or tunnel: 
Strewn with stones, stowed, solace, gunwale, 
Islington and Isle of Wight, 
Housewife, verdict and indict.
 
Finally, which rhymes with enough, 
Though, through, plough, or dough, or cough? 
Hiccough has the sound of cup. 
My advice is to give up!
FONTE: Disponível em: <https://www.hep.wisc.edu/~jnb/charivarius.html>. Acesso em: 9 abr. 2017.
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
13
DICAS
Acesse o link <http://busyteacher.org/18146-the-chaos-the-pronunciation-
poem-ready-to-be.html>. Nele é possível assistir a um vídeo em que o apresentador declama 
este poema, então você pode ouvir a pronúncia. Aproveite para explorar o restante do site 
BusyTeacher, que disponibiliza diversos materiais, atividades e dicas para professores de 
inglês. Enjoy it! 
Neste poema podemos observar como é difícil definir regularidades na 
pronúncia da língua inglesa. É claro que em muitos casos a língua segue um 
padrão, em determinados contextos serão produzidos determinados sons. No 
entanto, o autor do poema buscou propositadamente exemplos de sílabas com 
rimas grafadas iguais mas pronunciadas diferentemente, ou grafadas de forma 
diferente mas com a mesma pronúncia. Por exemplo, repare no verso a seguir e 
na sua transcrição fonética:
Tear in eye, your dress you'll tear
A palavra tear é grafada da mesma maneira no início e no final do verso, 
mas a pronúncia das duas é diferente. A primeira refere-se a um substantivo 
(lágrima), e a segunda a um verbo (rasgar). Já as palavras tear (o verbo) e prayer 
são grafadas diferentemente mas a pronúncia das vogais na sílaba é a mesma:
tear – [‘tɜə]
prayer – [‘prɜə]
 
Ainda no poema, observe as palavras shoes, goes, does. Essas palavras 
diferem apenas no ataque da sílaba, aparentemente tratam-se de rimas, pois 
são grafadas da mesma maneira a partir da vogal da sílaba. No entanto, veja a 
transcrição fonética delas:
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
14
Neste caso os fonemas não correspondem aos grafemas. Ainda que as três 
palavras sejam escritas da mesma forma a partir da vogal da sílaba, a pronúncia 
de cada uma delas é diferente. Esta análise poderia se estender por todo o poema, 
visto que toda sua construção foi pensada com base nessas particularidades 
da língua. Textos com este tipo de abordagem constituem uma ferramenta 
interessante para auxiliar a desenvolver a consciência fonológica do aprendiz, e 
não somente no nível silábico, visto que para analisá-lo é preciso extrapolar uma 
classificação em níveis.
2.2.3 Nível fonêmico
O nível fonêmico de consciência é o mais complexo entre os níveis aqui 
citados. Ele se refere à capacidade de identificar os fonemas, a menor unidade 
sonora da língua, que distingue significados. Em alguns casos, a diferença de 
pronúncia não caracteriza um fonema, como é o caso, em português, da pronúncia 
“d” na palavra dia, que pode ser de duas formas:
Neste caso a diferença é apenas na pronúncia, não há mudança no 
significado da palavra. Já em “cola” e “gola”, a diferença do som caracteriza 
distinção de fonemas, pois o significado da palavra também sofreu alteração. 
IMPORTANT
E
A alteração de sons que não implica alteração de significado constitui alofones. 
Quando a mudança na pronúncia resulta em alteração de significado, constitui-se um fonema.
Na língua inglesa, um exemplo de alofonia é a aspiração das plosivas surdas 
(p, t, k) quando elas estiverem no início da sílaba tônica ou no início da palavra 
(ALVES, 2012b). Assim, a palavra pie deve ser pronunciada da seguinte forma:
[‘phaɪ]
Quando um falante nativo de inglês fala essa palavra, ele produz aspiração 
na pronúncia do p, o suficiente para fazer tremer um pedaço de papel que 
fosse colocado próximo à boca dele (ALVES, 2012b). Essa aspiração, como dito 
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
15
anteriormente, só acontece nos contextos fonológicos citados (início de palavra 
ou de sílaba tônica). Na palavra stop, por exemplo, esse contexto não é observado, 
visto que o t não é o primeiro elemento da sílaba. Assim, não há aspiração na 
plosiva t. A pronúncia de stop, portanto, é a seguinte:
[‘stɔp]
Essa distinção, como já dissemos, constitui um alofone, pois a aspiração ou 
não das plosivas surdas nessa posição silábica não altera o significado da palavra; 
dizemos, assim, que é um som não distintivo. Contudo, ainda que a diferença 
de pronúncia nesses casos não interfira no significado da palavra, não produzir 
o som adequadamente significa deixar marcas de sotaque, distanciando-se da 
pronúncia de um nativo.
Alguns sons não são distintivos na língua portuguesa, mas são na língua 
inglesa. Por exemplo, na língua portuguesa, existem as variações para a pronúncia 
da palavra tio:
Repare que a pronúncia da letra t antes da vogal i pode variar, de acordo 
com a região do falante, por exemplo, ou ainda devido a outros fatores de 
variação. No caso dessa variação na língua portuguesa, trata-se de um alofone 
(essa variação só é possível diante do i na língua portuguesa), porque não há 
alteração no significado da palavra, nem comprometimento na compreensão pelo 
interlocutor. Diferentemente, na língua inglesa, essa variação implica alteração 
no significado da palavra. Tomemos como exemplo as palavras cat e catch. Veja a 
transcrição fonética delas:
[‘kæt]
[‘kæʧ]
Essa variação no inglês constitui um fonema, pois houve alteração no 
significado da palavra. É importante que o aprendiz tenha consciência de que 
alguns sons são alofones na língua portuguesa, mas fonemas na língua inglesa, 
pois disso também dependerá a adequação de sua pronúncia e a garantia de que 
será bem compreendido na comunicação oral.
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
16
A percepção está relacionada com a produção e a produção com a 
consciência fonológica do aprendiz. Isso significa que, para produzir um som da 
língua-alvo que não exista na sua língua materna, o falante precisa primeiramente 
perceber essa situação, para depois desenvolver a produção desse som, tendo 
assim a consciência fonológica de sua produção necessária para a aquisição da 
segunda língua.
Dessa forma, há uma relação entre produzir bem um som e a consciência 
fonológica: quanto melhor o aprendiz percebe um som, melhor ele consegue 
produzir esse som. Os sons menos percebidos são os que apresentam maior 
dificuldade na produção (RAUBER, 2008). 
ESTUDOS FU
TUROS
Trataremos das diferenças sonoras entre a língua portuguesa e a língua inglesa 
no Tópico 2 dessa unidade.
3 PROCESSOS LINGUÍSTICOS NO APRENDIZADO DO INGLÊS 
E NO CONTATO ENTRE AS LÍNGUAS
Na língua inglesa os fonemas não correspondem tão fielmente aos 
grafemas como na língua portuguesa. O aprendiz de língua inglesa, falante de 
português como língua materna, busca a correspondência entre o grafema e 
o fonema, tomando como base os sons de sua língua materna, e por isso pode 
apresentar dificuldades na pronúncia.
A consciência fonológica auxilia o aprendiz a identificar os fonemas da 
língua-alvo que não existem na sua língua materna, bem como as construções 
silábicas, entre outros aspectos. Este é um passo importante para aprender a 
produzir esses fonemas, como vimos no tópico anterior.
Em seu processo de aprendizagem da segunda língua, o falante 
eventualmente encontra algumas dificuldades, especialmente devido às diferenças 
entre a língua materna e a língua-alvo. Para lidar com essas dificuldades, ele 
utiliza algumas estratégias. Vejamos alguns desses processos.
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
17
3.1 TRANSFERÊNCIAS E INTERFERÊNCIAS
Como estratégiade adaptação, quando se depara com estruturas não 
possíveis em sua língua materna, o aprendiz de língua estrangeira adapta regras 
de sua língua materna para a língua-alvo, o que contribui para a formação de seu 
sotaque (FREITAS; NEIVA, 2006).
Quando o falante utiliza padrões de sua língua materna para as produções 
na língua-alvo, com vistas a produzir, por exemplo, sons que não fazem parte 
do repertório sonoro de sua primeira língua, dizemos que está realizando uma 
transferência. Esta é uma estratégia de aprendizagem inicial na aquisição de uma 
segunda língua e que tende a desaparecer quanto maior for a consciência fonológica 
do aprendiz. A respeito da transferência, Mota (2008, p. 20) afirma o seguinte: 
Uma parte do conhecimento da nossa L1 é transferida para a 
segunda língua, embora não saibamos com exatidão que aspectos 
são transferidos e em que grau, porque essa definição depende da 
proximidade entre nossa L1 e a segunda língua e as circunstâncias 
de aprendizagem, entre outros fatores. Quando os parâmetros da L1 
e da segunda língua são os mesmos para o mesmo princípio, temos 
transferência positiva. Quando são diferentes, uma transferência 
negativa ou interferência pode ocorrer.
A transferência, portanto, pode auxiliar na aprendizagem da segunda 
língua (transferência positiva) ou tornar mais difícil esse processo (transferência 
negativa ou interferência). Nesse mesmo sentido, para Lado (1957 apud 
BATTISTELA, 2010, p. 22):
Se duas línguas forem de uma mesma família linguística (como o 
português e o espanhol), ocorrerá mais transferência positiva dos 
elementos que são semelhantes; se forem de famílias linguísticas 
diferentes (como o português e o inglês), haverá mais transferência 
negativa de elementos não semelhantes, ou interferência, e, com isso, 
mais chances de surgirem erros.
IMPORTANT
E
A transferência pode ocorrer não apenas no nível fonológico, mas também em 
outros níveis linguísticos, como nos níveis sintático e lexical.
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
18
No caso de um brasileiro (falante de português como língua materna) que 
estiver aprendendo espanhol, a transferência de seus conhecimentos da primeira 
língua para a segunda terá grandes chance de ser positiva, visto as similaridades 
entre as duas línguas. Evidentemente, essa similaridade também pode gerar 
confusão, no caso de falsos cognatos, por exemplo, mas os casos de correspondência 
entre uma língua e outra são mais frequentes do que os de não correspondência. 
Isso acontece devido ao fato de as duas línguas serem da mesma família linguística, 
como afirma Battistella (2010) na citação anteriormente apresentada.
Já no caso de um brasileiro aprendendo inglês, as transferências tendem 
a ser negativas, pelo fato de as duas línguas serem muito diferentes. Dizemos, 
assim, que a segunda língua sofre interferência da primeira.
Alguns dos casos de interferência nas produções de brasileiros aprendizes 
de inglês dizem respeito à epêntese vocálica (da qual já tratamos neste tópico), à 
assimilação de vogais e a questões de pronúncia de alguns fonemas consonantais 
da língua inglesa que não existem na língua portuguesa. Trataremos desses casos 
no Tópico 2 dessa unidade.
3.2 ALTERNÂNCIA DE CÓDIGOS
A alternância de códigos, ou code switching, consiste em transitar de um 
código a outro, e é usada como estratégia de comunicação por um aprendiz de 
língua estrangeira ou segunda língua.
Quando um indivíduo se confronta com duas línguas que ele utiliza 
vez ou outra, pode ocorrer que elas se misturem em seu discurso e 
que ele produza enunciados “bilíngues”. Aqui não se trata mais de 
interferência, mas, podemos dizer, de colagem, de passagem em 
um ponto do discurso de uma língua a outra, chamada de mistura 
de línguas (a partir do inglês code mixing) ou de alternância de código 
(com base no inglês code switching), segundo a mudança de língua se 
produza durante uma mesma frase ou se dê na passagem de uma frase 
a outra (CALVET, 2002, p. 34-35, grifos do original).
Esse processo consiste, mais especificamente, em passar de uma língua 
a outra, ou seja, produzir, alternadamente, enunciados ora na língua A, ora 
na língua B. Essa alternância também é comumente produzida por falantes de 
comunidades bilíngues. 
Veja um exemplo de alternância de códigos:
“I felt so much saudade after he left” (OLIVEIRA, 2006 apud PORTO, 2007, p. 5).
Neste exemplo houve alternância de código motivada pela necessidade 
de preenchimento lexical, ou seja, o falante não conhecia uma palavra na língua 
inglesa que tivesse o mesmo significado que “saudade” e produziu a frase 
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
19
utilizando a palavra em português. Neste caso, a alternância de código ocorreu 
com vistas a suprir uma necessidade linguística, mas essa não é a única situação 
em que esse processo ocorre. 
 
As motivações para a alternância de códigos não são somente para 
preenchimento lexical, ou seja, não se tratam apenas de uma estratégia do 
aprendiz para preencher uma lacuna, alguma palavra que ele não conheça na 
língua que está sendo usada. Mais que isso, Grosjean (1982 apud PORTO, 2007) 
afirma que a alternância de códigos pode ser motivada por diversos fatores em 
sujeitos bilíngues, entre eles, por marcação de identidade de um grupo. Por 
exemplo, um grupo de imigrantes em um país conversa em sua língua materna 
para manter suas tradições, para se sentirem “em casa”, ou utilizam algumas 
expressões ou sentenças em sua língua materna que tenham um sentido “mais 
forte”, mais característico se ditas na sua língua de origem.
Outra motivação apontada pelo autor consiste em manter a 
confidencialidade da conversa, excluindo um terceiro interlocutor, como no caso 
de duas pessoas que estejam conversando em português na presença de outras e 
queiram comentar algo que não desejam compartilhar com as demais, optam por 
transitar para outra língua que apenas ambas compreendam. 
A alternância de código pode ainda servir para indicar status do falante. 
Assim, um sujeito que utilize palavras ou expressões de outra língua no decorrer 
de sua fala pode ser considerado, por algumas pessoas ou por ele mesmo, mais 
culto, ou seja, com a alternância de códigos o sujeito pode ter a intenção de 
demonstrar seu conhecimento, sua cultura.
Esta é, portanto, uma estratégia de comunicação que não apenas possui 
função de suprir uma necessidade de um aprendiz que não conhece alguma 
palavra da língua que está sendo usada, mas possui intencionalidade, motivações 
para sua produção que vão além do desconhecimento de uma segunda língua.
3.3 EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS
Você já reparou em quantas palavras de origem inglesa utilizamos no 
nosso dia a dia? Muitas dessas palavras são utilizadas com tanta frequência nas 
interações em português que já não as vemos como palavras estrangeiras. Pense, 
por exemplo, nas palavras mouse, shopping, playground. Em alguns casos, nem 
conseguimos pensar em seus correspondentes em português. A esse processo 
de utilização de palavras de outra língua no nosso cotidiano denominamos 
empréstimo linguístico. Este processo, ao contrário dos processos apresentados 
anteriormente, não se trata de uma estratégia linguística de um aprendiz, mas de 
um fenômeno que ocorre nas interações sociais e que relaciona duas línguas.
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
20
Uma das motivações para o uso de empréstimos pode ser a seguinte:
[...] quando se constata, no tempo presente, o desenvolvimento cada 
vez mais vertiginoso da ciência e da tecnologia, da economia, da 
moda e dos esportes, originados, quase sempre, nos países do assim 
chamado Primeiro Mundo, percebe-se que a utilização do termo 
estrangeiro constitui, muitas vezes, a única possibilidade viável para 
aqueles que importam esses frutos do progresso, já que produtos, 
serviços, técnicas e novidades em geral surgem muito velozmente, 
tornando difícil a substituiçãode suas designações internacionais 
(MANZOLILLO, 2014, p. 49).
Segundo o autor, os empréstimos se justificam, em alguns casos, pelo contato 
entre as diferentes culturas e surgimento de novos termos em alguns campos do 
conhecimento que ainda não possuem correspondente na língua receptora. No 
entanto, essa não é a única motivação para os empréstimos. Eles podem ocorrer, 
por exemplo, por admiração de uma cultura à outra (bem como pode acontecer 
o contrário: serem rejeitados por uma afirmação de identidade da comunidade 
receptora), por questões ideológicas e de valores e por muitos outros motivos. 
Os termos emprestados também podem sofrer adaptações para a língua 
portuguesa. Por exemplo, a pronúncia do termo pode ser aportuguesada. Tomemos 
como exemplo a palavra outdoor: em muitos casos ela é pronunciada no Brasil com 
epêntese vocálica logo após a letra t, bem como o r, em algumas regiões do Brasil, 
não será o retroflexo. Outra adaptação pode ocorrer na escrita da palavra shampoo, 
por exemplo, já existe em português como xampu; football tornou-se futebol; beef 
tornou-se bife; surf tornou-se o substantivo surfe e também o verbo surfar.
Outro processo, o estrangeirismo, condenado por alguns autores, refere-se 
ao uso de vocábulos estrangeiros, ainda que já existam correspondentes na língua 
vernácula. Um grupo de linguistas critica esse processo, por defender que se utilize 
e valorize a língua portuguesa, utilizando os termos que já são parte do léxico da 
língua. Outros, no entanto, posicionam-se de maneira mais aberta ao estrangeirismo, 
defendendo o crescente contato entre as culturas, entre as línguas e afirmando que o 
uso de expressões estrangeiras não diminui o valor da língua portuguesa.
TÓPICO 1 | ANÁLISE FONOLÓGICA NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA
21
FIGURA 3 – EMPRÉSTIMOS E ESTRANGEIRISMOS DE DIVERSAS ORIGENS NA LÍNGUA 
PORTUGUESA
FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/o-
estrangeirismo-emprego-palavras-expressoes-construcoes-alheias-ao-idioma-tomadas-por-
emprestimos-outra-lingua-556f5dccee095.jpg>. Acesso em: 31 maio 2017.
Questão única: Questão 10 (ENADE, 2014)
AUTOATIVIDADE
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
22
O empréstimo linguístico é um recurso que integra uma língua à outra 
por meio de relações interculturais. Ao ler a tirinha apresentada, percebe-se 
que a personagem Mafalda:
a) Perguntou à mãe, falante bilíngue das línguas inglesa e portuguesa, a 
tradução de um termo que não conhecia.
b) Mostrou desinteresse em terminar de ler o livro, pois este apresentava 
termos de outras línguas e outras culturas.
c) Percebeu a incoerência entre as duas línguas, na modalidade escrita, já que 
só estava acostumada com a modalidade falada. 
d) Questionou o fato de o texto ter um estilo requintado, pois nele foram 
utilizados termos de uma língua diferente da sua língua materna.
e) Incorporou um termo da língua inglesa de tal forma que a referência deste 
na língua materna causou-lhe estranhamento.
ESTUDOS FU
TUROS
No próximo tópico estudaremos como os conhecimentos da fonologia 
contribuem para o aprendizado de uma língua estrangeira e quais são as principais 
dificuldades na fala dos brasileiros aprendizes de inglês.
23
Nesse tópico, você viu que:
• A consciência fonológica é a capacidade do falante de refletir sobre os sons da 
língua, bem como manipulá-los. Envolve a percepção e o reconhecimento de 
sílabas e fonemas, das semelhanças e diferenças entre eles e a manipulação 
desses segmentos, como combinar sílabas para formar palavras, apagar, 
acrescentar ou substituir sílabas para formar outras.
• Para os aprendizes de uma segunda língua, ter consciência dos sons da fala 
auxilia a identificar as diferenças e semelhanças entre os sons da língua-alvo e os 
de sua língua materna. Dessa forma, o falante pode perceber os sons que ainda 
não produz, que possivelmente sejam os que lhe causem mais dificuldade. 
• É importante que o aprendiz perceba os sons que está produzindo, se são 
condizentes ou não com os sons requeridos na língua-alvo. Essa percepção 
auxilia a identificar os aspectos que precisam ser desenvolvidos.
• Ao refletir sobre as unidades que compõem a língua, o falante compreende 
melhor o funcionamento, os significados e as intenções envolvidas na 
comunicação, bem como reúne condições para criar estratégias de produção 
linguística e comunicação.
• O nível silábico de consciência fonológica refere-se à capacidade de perceber, 
refletir e manipular os sons da fala no nível da sílaba, ou seja, o falante possui 
esse nível de consciência fonológica quando é capaz de distinguir e segmentar 
os sons da fala por sílabas.
• O nível intrassilábico de consciência fonológica refere-se à capacidade de 
reconhecer e refletir sobre elementos menores que uma sílaba, mas maiores 
que um fonema. Nesse nível de consciência o falante é capaz de distinguir 
elementos dentro de uma sílaba, reconhecendo aliterações ou rimas.
• O nível fonêmico de consciência refere-se à capacidade de identificar os 
fonemas, a menor unidade sonora da língua, que distingue significados.
• A alteração de sons que não implica alteração de significado constitui alofones. 
Quando a mudança na pronúncia resulta em alteração de significado, constitui-
se um fonema.
• O aprendiz de língua inglesa, falante de português como língua materna, 
busca a correspondência entre o grafema e o fonema e por isso pode apresentar 
dificuldades na pronúncia.
RESUMO DO TÓPICO 1
24
• Quando o falante utiliza padrões de sua língua materna para as produções na 
língua-alvo, com vistas a produzir, por exemplo, sons que não fazem parte do 
repertório sonoro de sua primeira língua, dizemos que está realizando uma 
transferência.
• A transferência, portanto, pode auxiliar na aprendizagem da segunda língua 
(transferência positiva) ou tornar mais difícil esse processo (transferência 
negativa ou interferência).
• A alternância de códigos, ou code switching, consiste em transitar de um código 
a outro, e é usada como estratégia de comunicação por um aprendiz de língua 
estrangeira ou segunda língua. Consiste em passar de uma língua a outra, ou 
seja, produzir, alternadamente, enunciados ora na língua A, ora na língua B. 
Essa alternância também é comumente produzida por falantes de comunidades 
bilíngues. 
• Empréstimo linguístico é o processo de utilização de palavras de outra língua 
no nosso cotidiano.
25
1 Na língua materna, a consciência fonológica é um importante recurso 
do aprendiz na alfabetização, pois auxilia a correlacionar os fonemas aos 
grafemas. Diz-se, até mesmo, que a consciência fonológica é um pré-requisito 
para a aquisição da leitura e escrita. E quanto ao aprendizado de uma segunda 
língua, como a consciência fonológica pode auxiliar o aprendiz?
2 Alguns sons podem apresentar variação em sua produção, decorrentes 
de variação regional, dificuldades em produzir determinado som ou 
outras possibilidades. Contudo, variações de alguns sons podem alterar o 
significado da palavra. Quando há variação na produção do som sem que 
haja alteração de significado, denominamos essa variação de alofone. Ao 
contrário, quando essa variação implica mudança de significado, dizemos 
que se tratam de fonemas. Na língua portuguesa e na língua inglesa as 
variações podem se referir a alofones em uma língua e fonemas em outra. 
Dê exemplos de variações em língua inglesa que representam alofones e 
exemplos que representam fonemas.
3 As rimas são elementos perceptíveis no nível intrassilábico de consciência 
fonológica. Elas se referem à repetição da vogal da sílaba tônica mais as 
possíveis consoantes que possam estar em posição de coda. Na língua 
inglesa, contudo, diferentes grafemas podem representar o mesmo fonema, 
portanto, as rimas podem ter representações gráficas diferentes entre si. 
Observe a seguir alguns pares de palavras encontrados no poema “The 
Chaos”, de Gerard Nolst Trenité. Assinale a alternativaCORRETA em que 
os pares de palavras constituem rimas:
FONTE DO POEMA: Disponível em: <https://www.hep.wisc.edu/~jnb/charivarius.html>. 
Acesso em: 9 abr. 2017.
 
a) Wind, mind. 
b) Billet, ballet. 
c) Blood, food. 
d) Should, would.
4 Na língua portuguesa é comum que as sílabas terminem em vogal ou 
em algumas consoantes restritas. Já na língua inglesa, a possibilidade 
de consoantes em posição de coda é maior. Devido a essa diferença, os 
aprendizes de língua inglesa como segunda língua, que têm a língua 
portuguesa como língua materna, costumam realizar um processo chamado 
epêntese vocálica, que consiste em acrescentar uma vogal, neste caso a vogal 
AUTOATIVIDADE
26
“i”, no final de sílabas em que a consoante em coda não seja possível em 
português. A epêntese vocálica pode ocorrer ainda no início da sílaba, caso 
a configuração desta também não seja possível em português. Com base 
nessas informações, analise as seguintes opções sobre em qual (ou quais) 
seria provável que ocorresse epêntese vocálica:
I - Whale.
II - Bread.
III - Strange.
IV - Cake.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) As opções II e III estão corretas.
b) As opções I e II estão corretas.
c) As opções III e IV estão corretas.
d) As opções II e IV estão corretas.
5 A alternância de códigos é motivada por diversos fatores, entre 
eles, preenchimento lexical, marcação de identidade de um grupo, 
confidencialidade, indicação de status ou busca de demonstrar mais 
conhecimento do falante, entre outros. Observe as frases a seguir e indique 
qual a possível motivação do falante ao alternar os códigos em cada uma 
delas. Para isso, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I - Preenchimento lexical.
II - Confidencialidade.
III - Busca por demonstrar conhecimento na língua.
( ) Ele teve um imprevisto, por isso não foi à festa. He told me that he wasn´t 
in the mood.
( ) Billy and Joe always watch this terrible TV show about pegadinhas.
( ) Precisamos redefinir nosso workflow para incluir essas atividades. Let´s do 
it today!
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) I – II – III.
b) II – I – III.
c) III – I – II.
d) II – III – I.
27
TÓPICO 2
A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como a fonologia pode auxiliar no ensino e aprendizagem de uma língua 
estrangeira? Em que estratégias ela pode auxiliar o professor na sala de aula, e os 
alunos? Neste tópico, vamos relacionar os conhecimentos dessa área de estudos com 
o nosso campo de trabalho, o ensino de língua inglesa. Veremos como as discussões 
desta unidade podem auxiliar o professor em sua prática na sala de aula.
Trataremos ainda de questões fonológicas comuns para brasileiros aprendizes 
de inglês, como quais sons costumam representar maior dificuldade, quais alofones 
em uma língua são fonemas na outra, quais são as diferenças entre as vogais, os 
ditongos e as consoantes no inglês e no português, a entonação, o ritmo e a tonicidade 
na língua inglesa e os fatores que caracterizam um sotaque brasileiro. 
Além dessas questões fonológicas relacionadas à pronúncia, também é 
importante mencionar outros aspectos na fala que devem ser considerados e que 
representam dúvidas para brasileiros aprendizes de inglês, como a diferença na 
estrutura da frase (a sequência dos substantivos e adjetivos, por exemplo, ou a 
formação da interrogativa), as expressões idiomáticas da língua inglesa e os false 
friends, ou falsos cognatos. Vamos lá?
2 CONTRIBUIÇÕES DA FONOLOGIA PARA O ENSINO DE 
LÍNGUA INGLESA
A fonologia é uma disciplina importante na formação do professor, pois o 
conhecimento do sistema oral da língua é indispensável para ensinar a pronúncia 
correta das palavras e no que implica pronunciar errado, como palavras com 
diferentes significados ou a incapacidade de se fazer compreender. Além disso, 
conhecendo com mais profundidade os sons da língua inglesa, o aprendiz terá 
mais facilidade para compreender a mensagem que está recebendo. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
28
É importante ainda estudar fonologia para compreender como os sons 
são formados, onde são articulados, como é sua produção, quais as principais 
diferenças entre o sistema fonológico de uma língua e de outra, quais as principais 
dificuldades do aprendiz de uma segunda língua em decorrência das diferenças 
entre os sons da língua materna e da segunda língua.
Observando os sistemas fonológicos das línguas envolvidas, o professor 
de língua estrangeira pode resolver os problemas de interferência, 
desenvolvendo estratégias que auxiliem o estudante a superar a 
tendência de transpor o sistema fônico de sua língua materna para a 
língua estrangeira. Se o professor desconhece os sistemas fonológicos 
da língua estrangeira e daquela do estudante, então o ensino desse 
professor será pouco proveitoso (MUSSALIM; BENTES, 2001, p. 151).
Segundo Ur (1991), a pronúncia de uma língua abrange os sons dessa 
língua, a tonicidade, o ritmo e a entonação. Ensinar pronúncia nas aulas de língua 
inglesa é muito importante, mas não somente por meio de repetições. É preciso 
ensinar aos alunos os padrões orais da língua inglesa, desenvolver sua consciência 
fonológica, e não apenas solicitar que repitam mecanicamente sem refletir sobre 
sua produção. Além dos fonemas da língua-alvo, também merecem destaque o 
ritmo, a tonicidade e a entonação. Orientar o aluno de forma que ele desenvolva 
sua consciência fonológica auxiliará esse aluno a regular-se, monitorar-se, e trará 
autonomia para o seu aprendizado, ou seja, não precisará de alguém para corrigi-
lo, saberá fazer isso por si só.
Pennington (1996) afirma que ignorar a fonologia significa ignorar um 
aspecto da linguagem central para a produção, percepção e interpretação de 
diferentes tipos de significados linguísticos e sociais. A fonologia, portanto, tem 
um papel significativo também na produção de sentidos nas interações orais.
Na maior parte do tempo, o inglês é usado na modalidade oral, ou seja, 
falando e ouvindo. Ler e escrever são utilizados com muito menos frequência. 
Para Bollela (2002), levando em consideração essas informações, é preciso que no 
ensino de inglês também se considere essa realidade e se ensine mais aspectos 
relacionados à fala e à compreensão oral.
Dessa forma, considerando os pontos aqui apresentados, a fonologia é 
uma importante ferramenta para auxiliar o professor a desenvolver as habilidades 
do aluno ligadas à oralidade. O uso de uma língua, afinal, não se resume aos 
aspectos gramaticais e lexicais; a oralidade é uma modalidade muito presente nas 
interações em diversos contextos.
TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
29
3 QUESTÕES DE PRONÚNCIA RELACIONADAS AO 
PORTUGUÊS BRASILEIRO X INGLÊS
Alguns processos fonológicos característicos de brasileiros que aprendem 
inglês foram vistos no tópico 1 desta unidade, como a epêntese vocálica e a 
reestruturação de sílabas. Vejamos mais alguns fenômenos que podem ser 
observados comumente nas produções desses aprendizes: os sons que são 
distintivos em uma das duas línguas e não o são na outra; as diferenças das vogais 
e das consoantes de uma língua e as de outra; as questões de ritmo, entonação e 
tonicidade e o sotaque do brasileiro falando inglês. 
Veja um quadro com as principais marcas fonológicas de um falante 
brasileiro aprendiz de inglês:
QUADRO 1 – OCORRÊNCIAS COMUNS NA FALA DE BRASILEIROS APRENDIZES DE INGLÊS
FONTE: Disponível em: <http://www.nilc.icmc.usp.br/listener/images/intro_erros.jpg>. Acesso 
em: 18 maio 2017.
3.1 SONS DISTINTIVOS NA L1 E L2
Conforme também vimos no tópico 1, alguns sons são fonemas em uma 
língua e alofones na outra. Como já tratamos deste assunto no tópico citado, não 
nos alongaremos muito neste assunto aqui. É importante o falante ter esse nível de 
consciência fonológica das duas línguas, para que produza os sons adequadamente, 
tornando possível que seja compreendido por quem o ouve. Um exemplo é a 
palavrateacher. A pronúncia adequada dessa palavra seria a seguinte:
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
30
No entanto, muitos brasileiros estudantes de inglês pronunciam da 
seguinte forma:
Perceba a diferença na produção do primeiro fonema, correspondente à 
letra t. No caso da língua portuguesa, quando o t está diante da letra i, em algumas 
regiões do país é comum produzi-lo como no segundo exemplo, e isto não implica 
alteração no significado, nem dificuldade por parte do ouvinte em compreender 
a palavra. No entanto, na língua inglesa, essa diferença na produção constitui um 
fonema, e talvez, no caso da palavra teacher, se produzido da segunda forma nem 
fosse compreendido por um falante nativo. Daí a importância de se conhecer os 
fonemas da língua inglesa. 
3.2 AS VOGAIS 
As vogais da língua inglesa diferem um pouco das vogais da língua 
portuguesa. Na língua inglesa temos mais vogais do que na língua portuguesa. 
Além disso, a duração de algumas vogais também é diferente no inglês, o que 
pode implicar alteração de significado. Observe o quadro a seguir que apresenta 
e exemplifica as vogais da língua inglesa. Nele, é apresentada a vogal, uma 
descrição da produção fonológica dessa vogal e exemplos de palavras em que 
ela é encontrada. Note que um mesmo som pode ser representado por vogais 
diferentes na escrita:
QUADRO 2 – VOGAIS DA LÍNGUA INGLESA
Símbolos 
fonéticos Tabela comparativa com sons do português Exemplos
aː Tem o som do a da palavra caro, mas um pouco mais prolongado.
barbie [ˈbaːrbɪ]
barman [baːrmən]
æ Tem som intermediário entre o á, como em já, e o é, como em fé.
backhand [ˈbækhænd]
basketball [ˈbæskɪtbɔːl]
ʌ Semelhante ao a semiaberto e sempre tônico, como em cama.
budget [ˈbʌʤɪt]
country [ˈkʌntrɪ]
cover [ˈkʌvər]
TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
31
ə Semelhante ao a semiaberto e sempre átono, como em mesa.
approach [əˈproʊʧ]
bacon [ˈbeɪkǝn]
bunker [ˈbʌnkər]
ɜː Semelhante ao a semiaberto e sempre tônico e seguido de r.
firmware [ˈfзːrmweər]
first base [ˈfɜːrst beɪs]
nurse [nɜːrs]
personal chef [pɜːrsənəl ʃef]
e Tem o som aberto do é, como em fé.
best-seller [ˈbest ˈselər]
help-desk [ˈhelp ˈdesk]
ɪ Após uma sílaba tônica, semelhante ao e, como em tome, alegre e ele.
chips [ʧɪps]
clipboard [ˈklɪpbɔːrd]
chutney [ˈʧʌnɪ]
iː Tem o som do i, como em aqui, mas mais prolongado.
cheesecake [ˈʧiːzkeɪk]
peeling [ˈpiːlɪŋ]
ɔ Vogal curta, semelhante ao ó, como em avó e só.
closet [ˈklɔzɪt]
fog [fɔg]
hostel [ˈhɔstl]
squash [skwɔʃ]
ɔː Semelhante ao ó, como em nó, mas mais prolongado.
broadside [ˈbrɔːdsaɪd]
horse-power [ˈhɔːrs ˌpaʊər]
mall [mɔːl]
ʊ Tem som curto, intermediário entre o ô, como em ovo, e o u, como em buquê.
full time [ˈfʊl ˈtaɪm]
input [ˈɪnpʊt]
uː Tem um som equivalente ao do u da palavra uva.
loop [luːp]
nude [nuːd]
FONTE: Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/como-consultar/
transcricao-fonetica/>. Acesso em: 23 maio 2017.
Algumas vogais do inglês são iguais às do português, como você pôde 
observar no quadro. Outras, não existem na língua portuguesa. Naturalmente, há 
maior dificuldade de o aprendiz produzir sons que não façam parte de sua língua 
materna. No caso das vogais na língua inglesa que não fazem parte do repertório 
da língua portuguesa, há mais dificuldade de percepção e produção por parte dos 
aprendizes do que as consoantes nessa mesma situação (NOBRE-OLIVEIRA, 2003).
Rauber (2008) apresenta as vogais no português e no inglês. Veja:
FIGURA 4 – VOGAIS NO PORTUGUÊS
FONTE: Adaptado de Rauber (2008)
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
32
FIGURA 5 – VOGAIS NO INGLÊS
FONTE: Adaptado de Rauber (2008)
Confira exemplos apresentados por Rauber (2008) para cada uma dessas 
vogais, todas no mesmo contexto silábico (b + vogal + t):
QUADRO 3 – VOGAIS DA LÍNGUA INGLESA NO MESMO 
CONTEXTO SILÁBICO
FONTE: Adaptado de Rauber (2008, p. 4)
Segundo a autora, para os brasileiros aprendizes de inglês as maiores 
dificuldades estão na percepção e produção das vogais que não existem na 
língua portuguesa.
Por não conhecer essas vogais, ou não estar habituado a ouvi-las e produzi-
las, o que acaba acontecendo é que o aprendiz substitui uma vogal do inglês por 
outra parecida no português. Dessa forma, ele faz uma assimilação das vogais.
TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
33
IMPORTANT
E
Assimilação é um tipo de transferência em que um fonema tem influência 
sobre outro fonema, modificando-o e tornando os dois semelhantes ou iguais. Por exemplo, 
quando um falante, em vez de pronunciar uma vogal longa do inglês, pronuncia uma curta, 
como faria na pronúncia em português.
No caso da língua inglesa [...], os aprendizes no início da aprendizagem 
possuem uma dificuldade maior de distinguir entre as vogais longas e 
breves, generalizando todas as vogais para a forma curta. Isso significa 
que, por ainda não conhecerem a diferença entre as vogais longas e 
breves do inglês, os alunos utilizam as vogais do português no lugar 
das do inglês, caracterizando uma transferência no contexto fonológico 
da L1 para o inglês (BATTISTELLA, 2010, p. 27).
Battistella (2010) apresenta os pares mínimos que representam as vogais 
longas e breves na língua inglesa. As vogais de que trataremos a seguir são muito 
parecidas para falantes não nativos, e para os brasileiros, como não existem essas 
diferenças na língua portuguesa, é difícil perceber essa distinção. 
Brasileiros aprendizes de inglês tendem a fazer assimilação das vogais 
conforme a figura a seguir. Essa assimilação, no entanto, às vezes acarreta alteração 
no sentido da palavra. Portanto, podemos dizer que entre duas vogais com sons 
tão parecidos para ouvidos não acostumados a determinado som, é natural que 
se produza aquele com o qual já convivemos, eliminando o não conhecido.
Veja quais são as vogais que geralmente sofrem assimilação pelos 
aprendizes de inglês:
FIGURA 6 – ASSIMILAÇÃO DE VOGAIS DO INGLÊS
FONTE: Adaptado de Rauber (2008)
UNIDADE 1 | ASPECTOS FONOLÓGICOS E DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA
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A vogal schwa, representada pelo símbolo ə, pode representar uma dificuldade 
para os brasileiros que estão iniciando na língua inglesa. Esse som também existe em 
português, mas não nos mesmos contextos em que ocorre no inglês. Trata-se de um 
som vocálico pronunciado em sílabas não tônicas, como em bacon:
Em português, esse som pode ser encontrado no final de palavras, quando 
a última sílaba é átona, como na palavra mesa. Note que, na língua inglesa, nem 
sempre o schwa é representado graficamente pela letra a, outras vogais também 
podem representar esse papel.
Veja este trocadilho que circulou na internet sobre a vogal schwa:
FIGURA 7 – A VOGAL SCHWA
FONTE: Disponível em: <http://languagelog.ldc.upenn.edu/myl/
LlamaSchwa.png>. Acesso em: 24 maio 2017.
Trocadilhos como este podem parecer apenas uma brincadeira, mas 
são recursos divertidos e significativos para auxiliarmos nossos alunos a 
compreenderem e refletirem sobre o que estamos ensinando. Procure materiais 
para seus alunos que contenham humor e incentive-os a produzirem materiais 
como este em algum momento oportuno de sua aula! 
TÓPICO 2 | A FONOLOGIA E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
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DICAS
Para mais informações sobre o schwa, acesse o link: <http://www.inglesonline.
com.br/2013/01/20/como-voce-tem-pronunciado-o-som-schwa-do-ingles/>.
Nele você encontrará explicações sobre esse som e exemplos de palavras e frases em que 
ele é utilizado. No link a seguir, você tem acesso ao áudio de todo o conteúdo da matéria:
<http://www.inglesonline.com.br/mp3/pronuncia-schwa.mp3>.
DICAS
Assista aos vídeos a seguir, produzidos por Carina Fragozo, a respeito das 
vogais do inglês. Neles você verá as diferenças entre as vogais do inglês e do português, 
com atenção especial àquelas que não existem na língua portuguesa. Há também um vídeo 
específico sobre a vogal schwa, muito recorrente no inglês.

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