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FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO II Desenvolvimento Embrionário Conceitos relacionados ao desenvolvimento embrionário: A clivagem é uma mitose com redução do tamanho da célula. Isso ocorre no início, resultando no aumento do número de células sem aumentar o tamanho do embrião. Os blastômeros jovens são totipotentes, ou seja, tem capacidade de se transformar em qualquer tecido embrionário. Se cortar um blastômero com 8 células ao meio, pode originar dois blastômeros, sendo este o primeiro mecanismo da clonagem. A especialização celular forma o embrioblasto que dará origem ao embrião ou disco embrionário. O trofoblasto também é formado, que dará origem à placenta. O embrião propriamente dito, será formado a partir da massa celular interna ou disco embrionário. Embrião com massa celular interna e trofoblasto. Não desenvolveu muito, provavelmente não tornaria prenhez. O trofoblasto produz interferon-tau, quanto mais o trofoblasto é alongado, mais sinalização pra mãe ocorre e terá mais estímulos para manutenção do corpo lúteo, bloqueando a luteolise. Neste embrião, o trofoblasto não está muito alongado, portanto as chances de luteólise são grandes. Embrião com trofoblasto mais alongado, provavelmente teria prenhez. A partir de 32 células já é considerado mórula e consegue diferenciar as células. Começam a compactar formando a mórula compacta, sendo difícil de contar as células. A partir de mórula compacta pode iniciar o processo de inovulação. Na mórula acontece a ativação do genoma embrionário. Aumenta muito o metabolismo e começa a utilizar nutrientes do histotrofo ou leite uterino. Isso é importante na FIV, pois se em uma placa estiver os embriões estacionados na mórula, o meio de cultivo está com problema. Se o meio estivesse bom, as mórulas continuariam se desenvolvendo e se tornariam blastocisto. Até o estágio de mórula, o desenvolvimento independe do meio de cultivo. Após o estágio de mórula, o desenvolvimento depende do meio. Blastocisto em eclosão ou eclodido já são fases um pouco tardias. As taxas de prenhez caem bastante utilizando esse tipo de estágio embrionário. No verão, as inovulações usando blastocisto inicial e blastocisto foram boas, porém mórula e outros estágios deram resultados ruins. No inverno, não houve diferença de taxa de prenhez utilizando qualquer estágio de desenvolvimento. Quanto mais novo o embrião for, pior serão as taxas de prenhez. Isso ocorre, pois quanto mais novo, mais susceptível o embrião é. As alterações ocorridas no calor do verão demonstraram que os estágios mais iniciais não deram bons resultados. A fertilização ocorre na ampola uterina. A implantação ocorre no útero, e sua chegada como mórula até o útero demora alguns dias. Isso ocorre por volta do 4° ou 5° dia, na fase de mórula, e então ativa o genoma embrionário e o embrião captura os nutrientes via histotrofo. O trânsito da ampola até o útero é lento, pois o estrógeno está em baixas concentrações, portanto não há contratilidade uterina. Gráfico que demonstra que até o estágio de mórula, o embrião é dependente totalmente do oócito, logo se for um oócito de qualidade, as fases iniciais de desenvolvimento ocorrem muito bem. Mas a partir de mórula, a qualidade do oócito deixa de ser tão importante e as condições de cultivo começam a ser extremamente importantes. Se a condição estiver boa, vai desenvolver bem. Mas se a condição estiver ruim, o desenvolvimento é ruim. Fatores que interferem a CIV: íons orgânicos (caso o embrião cresça em um ambiente que esteja liberando íons, pode atrapalhar o desenvolvimento), tampões (o pH deve ser constante), composição da atmosfera gasosa, nutrientes (aminoácidos, vitaminas e macromoléculas), luminosidade (se abrir a estufa várias vezes, o embrião receberá luz e não é o ideal, já que no ambiente uterino não há luz). Sistemas de cultivo: 5% de oxigênio ou 20% (oxigênio do ar atmosférico). É feito com baixo oxigênio (low oxygen), pois oxida e matará as células embrionárias. Existem estufas no mercado que controlam os níveis de oxigênio, independente se a estufa é aberta várias vezes, no entanto são estufas mais caras. No meio de cultivo deve ficar 7 dias para que alcance o estágio de blastocisto. Existem também estufas portáteis ou de placas individuais, otimizando o uso de embriões pelo Brasil. Blastocisto = melhor fase para inovular. Inovulação de embriões: é idêntica à transferência de embriões. A receptora deve estar sincronizada (embrião de 7 dias deve ser inovulado em uma receptora de 7 dias após ovulação). A receptora deve ter um corpo lúteo e a inovulação deve ser feita no lado em que o corpo lúteo se encontra. Pode fazer a TETF, sincroniza todas as vacas. Coletam os embriões e inovulam em todas as vacas ao mesmo tempo.