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PROTEÇÃO PENAL AO PATRIMÔNIO

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Artigo 155, CP
“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Causa de aumento da pena
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
Furto privilegiado
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Furto equiparado
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 23.4.2018)
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.” (Incluído pela Lei nº 13.654, de 23.4.2018)
Nomen juris: Furto
Conceito 
É a subtração de coisa alheia móvel com o fim de assenhoramento definitivo.
Elementos do tipo
- subtrair: é o tirar coisa de alguém (o agente recebe a coisa em posso ou detenção, de forma vigiada, e leva a coisa mesmo assim - é o que difere da apropriação indébita, pois neste crime a posse é desvigiada).
 - para si ou para outrem: é o elemento subjetivo do tipo (elemento subjetivo do injusto), ou seja, a finalidade do agente de tomar posse da coisa com ânimo de assenhoramento definitivo (é o animus rem sibi habendi). Caso o agente não tenha a finalidade de assenhorar-se em definitivo da coisa, estaremos diante do furto de uso, e, como não há descrição típica neste caso, o fato será atípico.
- coisa alheia móvel: é o objeto material.
Coisa alheia é o que pertence a terceiro (a res nullius e a res derelicta não acarretam em furto, pois a coisa, nestes casos, não pertence a ninguém ou está abandonada - agora, quando se tratar de res desperdicta, em que a coisa está perdida, estaremos diante da apropriação de coisa achada e não furto, pois não há subtração. A coisa de uso comum não pode ser objeto de furto, salvo quando for destacada de seu ambiente natural e esteja sendo explorada por alguém (dois requisitos: ex.: água encanada - foi destacada do seu ambiente natural e está sendo explorada). O ser humano não pode ser objeto de furto, pois não é coisa, e muito menos alheia. Por outro lado, a subtração de cadáver é possível, mas não será furto por haver crime próprio (artigo 211), em que a objetividade jurídica tutelada é o respeito aos mortos - excepcionalmente, porém, o cadáver poderá ser objeto de furto quando pertencer a alguém Ex: cadáver pertencente à faculdade de medicina. Caso a subtração seja de órgão de pessoa viva para transplante ilícito, será aplicada a Lei 9434/97.
A palavra alheia é o elemento normativo do tipo (deve-se efetuar um juízo de valor para que haja tipicidade - assim, se a coisa não for de terceiro, mas do próprio agente, o fato será atípico, por ausência de tipicidade). Aquele que subtrai coisa própria que se encontra em poder de terceiro, em razão do contrato ex: mútuo pignoratício, cometerá o delito previsto no artigo 346. O credor que subtrai bem do devedor para se auto-ressarcir, em razão de dívida já vendida e não paga, cometerá o delito do artigo 345.
Obs: o furto é considerado um delito anormal por ter, em sua descrição típica, além dos elementos objetivos (objeto material, verbo, sujeito passivo e ativo), elementos subjetivos.
Por derradeiro, a coisa alheia dever ser móvel (é aquela que pode ser removida pela ação do homem ou que tem movimentos próprios). Ressalta-se que os bens considerados imóveis por ficção do direito civil, são móveis no direito penal ex// um navio, uma aeronave etc
Objetividade jurídica 
A posse e a propriedade da coisa.
Sujeito ativo 
Qualquer pessoa, salvo o proprietário. Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Quanto ao proprietário, a tipicidade se dará à luz do delito descrito no artigo 346, CP. Aquele que furta o ladrão cometerá furto, não em razão do 1º ladrão, mas sim em relação à vítima originária, pois a posse do 1º ladrão é ilegítima e para que haja furto há necessidade da posse ser legítima.
Sujeito passivo
Pessoa física ou jurídica, titular da posse, detenção ou propriedade.
Conduta 
O núcleo do tipo é subtrair, que significa tirar, retirar. Este apossamento poder ser feito de forma direta ou indireta. O apossamento direto é aquele em que o sujeito ativo subtrai pessoalmente o objeto material. Já no apossamento indireto, a subtração é efetuada, por exemplos, por animais adestrados.
Consumação
Trata-se de crime material, ou seja, a teor da conduta típica descrita exige-se o evento dano advindo somente através da subtração (“subtrair”). Assim, para consumação do crime de furto é necessário haver um desfalque ao patrimônio do sujeito passivo. Temos três teorias que fundamentam a consumação: 1. Teoria da concretatio: o furto se consuma no momento em que o agente toca o bem; 2. Teoria da apprehensio: o furto se consuma quando o agente segura o bem; 3. Teoria da amotio: o furto se consuma com o mero deslocamento do bem (é utilizada como sinônimo da apprehensio); 4. Teoria da ablatio: o furto se consuma quando o agente leva o bem para o local desejado. No Brasil, num passado não tão distante era adotada a teoria da posse mansa e pacífica, ou seja, o furto só se consumava quando o agente tem a posse tranquila, tinha saído da esfera de vigilância e alcance da vítima. Entretanto, atualmente, apesar de alguma divergência, não mais se exige a posse mansa e pacífica. Não basta o agente se apoderar do bem, mas também não se exige a posse mansa e pacífica. Assim, no momento em que o agente se apodera do bem, ocorre a inversão da posse e se a coisa é retirada, ainda que momentaneamente, da esfera de vigilância da vítima, está consumado o crime de furto. O Superior Tribunal de Justiça adota a teoria da amotio ou apprehencio (sinônimos), bastando que o sujeito se apodere da res, ainda que este não seja retirado da esfera de vigilância da vítima. Conclui-se que para consumação basta a posse da coisa ao delinquente, ou seja, quando retirou a coisa da esfera de disponibilidade física do sujeito passivo. Assim, ainda que não tenha se apoderado da coisa, a destruição ou arremesso em local onde não possa vir a ser recuperada consuma este crime.
Tentativa (conatus) 
É possível. Ocorrerá quando o agente não lograr consumar o crime por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Concurso de crimes 
O furto admite o concurso material, formal e a continuidade delitiva.
Pergunta: Como será a responsabilização do ladrão que, após o furto, vende a coisa à terceiro de boa fé como se a coisa fosse sua ? Responderá por furto e estelionato? Resp.: as regras do antefactum e postfactum impuníveis não poderão ser aplicadas, muito embora sejam crimes conexos (há relação de meio e fim entre dois fatos), pois constituem ofensas a bens diversos ou pertencentes a pessoas diversas. Não se pode dizer que o estelionado é um postfactum impunível, uma vez que nesta espécie de progressão criminosa exige-se menor gravidade da conduta subsequente em face da anterior, o que não ocorre. Da mesma forma, não há que se falar em antefactum impunível, uma vezque são diversos os sujeitos passivos (para que haja antefactum impunível há necessidade que se trate de um mesmo bem jurídico, pertencente a um mesmo sujeito). Assim, o agente será responsabilizado por furto e estelionato em concurso material
Furto de uso
Ocorre o furto de uso quando o agente subtrai a coisa sem o animus furandi e com a intenção de restituí-lo. O agente tem o propósito de somente fruir a coisa momentaneamente e devolvê-la ao seu dono. Não age com ânimo de assenhoramento definitivo, dolo específico necessário para a caracterização do furto simples (depreende-se da expressão: “para si ou para outrem”). Para que haja o furto de uso, acarretando com isso a atipicidade do fato (não há crime por ausência de disposição legal, mas haverá ilícito civil), há necessidade do preenchimento de dois requisitos: fim de uso momentâneo da coisa e pronta restituição da res. A restituição da coisa subtraída deve ser voluntária do agente (e não por ser apreendida pela autoridade, por ex.) e nas mesmas condições em que se encontrava.
Causa de aumento de pena - furto noturno (art. 155, § 1º)
É uma causa especial de aumento de pena (aumenta a pena em 1/3). A majorante aplica-se em razão da maior precariedade de vigilância do bem jurídico por parte do titular. Para que incida esta causa de aumento de pena, basta que a conduta típica ocorra durante o período em que a população costumeiramente vem a se recolher para o repouso noturno. Essa circunstância deverá ser aplicada diante do caso concreto, razão pela qual o magistrado deverá apreciar quais são os hábitos da região dos fatos. O furto noturno só aplicável à forma simples de furto e não à forma qualificada, pois neste há uma pena maior autônoma.
Furto privilegiado (art. 155, § 2º)
Requisitos:
- que o agente seja primário (não há um conceito de primariedade, mas pode se chegar a ela a contrário senso, ou seja, primário é aquele que não é reincidente). Os maus antecedentes não atingem a primariedade.
- que o bem subtraído seja de pequeno valor.  Coisa de pequeno valor é aquela que não excede a um salário mínimo. Havendo várias coisas, os valores são somados. O valor da coisa é aferido no momento da subtração. Por isto não se deve confundir valor da coisa com prejuízo, pois mesmo que a coisa seja devolvida para a vítima, não havendo, então, qualquer prejuízo, se o valor da mesma for superior a um salário mínimo, não há que se falar em privilégio.
É possível a aplicação do privilégio ao furto qualificado. A matéria é sumulada - Súmula 511 – STJ: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva
Pergunta: Reconhecido o privilégio, quais as suas consequências? Resp: o juiz poderá:
- substituir a pena de reclusão pela de detenção;
- diminuir a pena de 1/3 a 2/3;
- desprezar a pena privativa de liberdade e aplicar somente pena de multa. (esta hipótese será mais benéfica ao réu, pois se houver uma condenação posterior, a pena de multa não impedirá a concessão de sursis).
Presentes os requisitos legais, o privilégio é aplicação obrigatória, pois se trata de um direito público subjetivo do réu.
Furto de energia (artigo 155, § 3º)
Trata-se de uma norma penal explicativa, pois define que a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico equipara-se a coisa móvel. Se houver simples alteração no medidor de luz estaremos diante de estelionato, pois o agente teve por escopo enganar a companhia de luz. Se a conduta é adulterar o aparelho medidor de energia (v.g, relógio de luz, hodômetro), de modo a fazê-lo acusar um fluxo menos que o ocorrido, haverá o crime de estelionato (artigo 171 CP) uma vez que há uma fraude concretizada para enganar a companhia fornecedora, ensejando uma vantagem em prejuízo para vítima. Sinal de TV a cabo não é equiparado a energia, inviabilizando a equiparação a furto de energia. A transmissão clandestina de sinal de internet por meio de radiofrequência (venda de internet pirata) é enquadrada no crime descrito no artigo 183, da Lei 9.472/1997, que regula os serviços de telecomunicações. Recente julgamento do STF firmou entendimento de ausência de tipicidade dessa conduta (HC 127978), não obstante esta mesma corte indeferir aplicação do Princípio da Insignificância. A matéria foi recentemente sumulada, através do enunciado na Súmula 606 - STJ: “Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no artigo 183 da lei 9.472/97” 
Pergunta: Pode o furto ser considerado um crime permanente? Resp: Sim, quando a subtração for de energia e por meio de extensão clandestina.
Furto qualificado (art. 155, § 4º)
I - se o crime é praticado mediante destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa. (há necessidade do rompimento ou destruição do obstáculo. A simples remoção do obstáculo poderá caracterizar a qualificadora da escalada, mas não esta). Diferença entre rompimento e destruição: recai na gravidade do dano, pois na destruição ela é total (ex: destruição de vidro); já no rompimento é parcial (ex: rompimento de um cadeado). Abrange obstáculos ativos (alarmes) e passivos (portas e cadeados); porém, o simples desligamento do sistema de alarme não qualifica o crime. O dano praticado não configura crime autônomo, pois será absorvido pelo furto que será praticado, afinal foi o meio para a realização do delito fim, sendo por este absorvido. (agora, se o agente entrar na casa, furtar os objetos e ainda destruir uma série de objetos para o seu deleite; neste caso responderá por furto em concurso material com dano) - o dano deve ser praticado antes ou durante, para ser absorvido. O entendimento majoritário posicionou-se no sentido de que esta qualificadora só se aplica se o obstáculo não integra o bem que se pretende subtrair. Ex: arrombamento da porta da garagem para subtrair o automóvel que lá está. Em sentido contrário, quando o arrombamento / destruição ocorre para subtrair a coisa em que se praticou o dano, não incidirá a qualificadora Ex: destruição do vidro um automóvel para furtá-lo. (assim, se for destruído o vidro de um automóvel para subtraí-lo, o agente será responsabilizado por furto simples; agora, se a destruição tiver sido efetuada para subtrair o toca-fitas, o agente responderá por furto qualificado).
II - Furto cometido mediante fraude, abuso de confiança, escalada ou destreza.
- Abuso de confiança:
Requisitos: 
1. Subjetivo: que a vítima deposite especial confiança no agente. Ex: amizade (obs: na relação de emprego não há, necessariamente; especial confiança - dependerá do caso concreto - Com relação aos empregados domésticos, a jurisprudência se divide, pois parte entende que incidirá esta qualificadora, pois haveria relação de confiança, mas outra parte entende que não, pois a confiança depositada seria somente uma necessidade para o cumprimento dos afazeres. Assim, no famulato (furto de emprega doméstica) há necessidade de que se deposite especial confiança, pois se a confiança for normal, somente incidira a circunstância agravante prevista no artigo 61, II, f, CP.
2. Objetivo: que o agente pratique o furto aproveitando-se de alguma facilidade decorrente desta relação de confiança.
- Fraude:
Haverá a incidência desta qualificadora quando o agente utilizar qualquer artimanha para ludibriar a vítima e facilitar a subtração. Ex: uso de um crachá da empresa para facilitar o ingresso na mesma; ‘A’ diz a ‘B’ que o pneu do seu carro está furado - quando ela sai do carro é efetuada a subtração; test-drive com posterior subtração.
- Escalada:
É a utilização de via anormal para ingressar no local do furto. (Ex: telhado, túnel, pular o muro, utilização de cordas etc). Há necessidade que o agente empregue esforço razoável para transpor o obstáculo.
- Destreza:
É a habilidade física ou manual que permite que o agente pratique a subtraçãosem que a vítima perceba. Não se aplica esta qualificadora se a vítima estiver dormindo ou em estado avançado de embriaguez. Há necessidade de que a vítima não perceba que está sendo subtraída, pois se ela perceber, o furto tentado será simples. Para que haja furto tentado qualificado, terceira pessoa é que deverá perceber a subtração e alertar a vítima.
III - Furto cometido com o emprego de chave falsa.
Considera-se chave, todo o instrumento capaz de abrir uma fechadura sem arrobamento (ex: chave mixa, grampo etc). Quando ao emprego da chave verdadeira furtada, obtida mediante fraude ou copiada, duas posições:
- (Magalhães Noronha) qualifica o crime, pois a lei veda a abertura ilícita - é a posição a ser adotada, pois é, inclusive, a posição do STF;
- (Damásio e Nelson Hungria) não qualifica o crime, pois a chave falsa é uma condição objetiva, e o que é falso não pode ser verdadeiro.
IV - Furto cometido em concurso de agentes
Concurso de duas ou mais pessoas. Quando o legislador empregar a expressão “concurso”, estará englobada a co-autoria e a participação. Esta qualificadora é empregada mesmo que um do coautores não seja identificado ou mesmo que seja inimputável.
Furto qualificado (art. 155, § 4º-A)
Este parágrafo foi incluído pela Lei nº 13.654, de 23.4.2018 e pretendeu dar maior pena aos crimes de furto praticados com emprego de explosivo ou artefatos semelhantes que causam perigo comum. A implementação dessas alterações se deu em razão do considerável aumento dos crimes contra o patrimônio mediante utilização de arfetatos explosivos, em especial por organizações criminosas. Essa prática é muito comum em crimes contra empresas de segurança patrimonial e caixas eletrônicos. Ademais, esta lei ainda acrescentou às instituições financeiras a exigência de instalação de tecnologias e equipamentos que inutilizem as cédulas de moeda corrente depositadas no interior das máquinas em caso de arrombamento, movimento brusco ou alta temperatura (art. 2º-A, Lei nº 13.654, de 23.4.2018). A essência da qualificadora é punir mais gravemente o sujeito que implementa um maior risco à sua conduta de furtar. A só posse de explosivo configura crime previsto no art. 16, inc. III da L.10.826/03 (Estatuto do Desarmamento). Porém, não se aplica o concurso de crimes em razão do especial aumento de pena advindo com a previsão da qualificadora, sob pena de bis in idem. Explosivo é a substância ou conjunto de substâncias que podem sofrer o processo de explosão, liberando grandes quantidades de gases e calor em curto espaço de tempo cuja pressão exercida se dá até sua ruptura de armazenamento gerando grande onda de choque, causando danos. São diversos os tipos e as formas de explosivos. Os Heterogêneos, são os constituídos por matérias que, separadas, não têm características explosivas como a pólvora. Os Homogêneos, são aqueles constituídos por um composto químico com fórmula definida e auto-suficiente do ponto de vista da reação como o TNT, nitro-celulose, nitroglicerina e os Mistos, que são explosivos químicos com adição de outros compostos que melhoram ou alteram as suas propriedades, como a dinamite. Artefato explosivo é um objeto, aparelho ou instrumento que é construído para fins de explosão, por exemplo, uma bomba. Artefato análogo é aquele que tem função semelhante mas origem diversa, assim, um artefato incendiário faria as vezes de análogo a explosivo, por exemplo, coquetel molotov. 
Pergunta: essa hipótese pode ser aplicada à fatos anteriores à sua vigência? Resp.: Não. Trata-se de lei nova que reconhece nova qualificadora, por isso novatio legis in pejus. Dessa forma, obedece ao regime da irretroatividade da lei penal.
Artigo 155, § 5º - Lei 9426/96
Furto de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou País. A qualificadora só é aplicável se for transposta a fronteira, caso contrário, não. Esta qualificadora é a única em que a subtração ocorre antes; já nos demais casos, as qualificadoras são meios para a execução da subtração.
Art. 155, § 6º
Essa qualificadora foi incluída pela Lei nº 13.330, de 2.8.2016 que pretendeu uma maior punição para o abigeato (furto de animais) cuja justificativa repousa no argumento de que o comércio de alimentos oriundos de animais furtados é, pois, uma atividade econômica clandestina que tem impactos negativos tanto do ponto de vista da sonegação de impostos, como em relação à saúde da população. Os elevados índices de ocorrência destes furtos nas zonas rurais, mantém a mens legis também na maior proteção dos pecuaristas, em especial num país como Brasil, cuja economia depende da pecuária. Daí que o patrimônio é a objetividade jurídica do tipo, sem descartar a secundária proteção da saúde pública e evitar a sonegação fiscal. Dessa forma, o tratamento mais rígido acrescentou essa qualificadora além de endurecer a pena ao receptador destes animais, acrescentando o artigo 180-A ao Código Penal.
a) semovente: trata-se do objeto material do delito. Semovente é o bem móvel suscetível de movimentação própria. Não há restrição somente ao gado bovino, a qualificadora abarca bovinos, bubalinos, equídeos, suídeos, ovinos, caprinos, aves domésticas e logomorfos e de animais exóticos, animais silvestres e pescado (artigo 84, Decreto 9013/2017). Os peixes também estão englobados, conforme se extrai da redação do Projeto de Lei 6.999/13, que deu origem a Lei 13.330/16, que foi bem claro em sua ementa no sentido de que dispõe sobre o abigeato e comércio de carne e outros alimentos. Ou seja, o propósito é a proteção de quaisquer animais criados para alimentação humana.
b) domesticável de produção: a qualificadora não abrange animal silvestre que não possa ser domesticado, aquele domesticado que não é de produção, ou seja, criado para abate, comercialização e alimento humano (cão, gato etc.). Nestas hipóteses haverá o crime de furto na forma simples (caput), agravado (§1º) ou qualificado por outro motivo (§4º) ou crime ambiental (artigos 29 a 32 da Lei 9.605/98). Também não configura o crime a hipótese de animais abandonados ou que não tenham dono (retirados da natureza), uma vez que o crime atenta contra o patrimônio, tutelando a posse e a propriedade, exigindo necessariamente para sua configuração prejuízo para a vítima. No caso de animal fugitivo, considerado coisa perdida (res desperdicta), existe delito especial, incidindo o princípio da especialidade para solucionar o conflito aparente de leis penais. Aquele que acha o animal e dele se apropria, deixando de restituir ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-lo à autoridade competente no prazo de 15 dias, comete o crime de apropriação de coisa achada (artigo 169, II do CP).
c) ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração: o animal não precisa ser subtraído ou mantido vivo. A lei expressamente insere como objeto material o animal abatido ou dividido em partes. Porém essa previsão não abrange o animal já transformado em produto industrializado mediante cortes comerciais, transformado em produto comercial, como ocorre com o furto de carne previamente cortada para venda ou já processada (carne moída, linguiça). Da mesma forma, não incidirá a qualificadora quando furto se dá em restaurantes, açougues e supermercados. Ainda, não é objeto material deste delito o fruto do animal, ou seja, a utilidade que nasce da coisa, como o leite ou queijo de vaca, cabra etc. Nesses casos, o crime é o de furto simples ou qualificado por outro motivo. Agora, se o fruto for uma cria, haverá um animal autônomo suscetível dessa qualificadora.
d) concurso com outras qualificadoras: há viabilidade da coexistência dessa qualificadora com outras previstas § 4º (concurso de pessoas, rompimento de obstáculos etc). A questão mais tormentosa diz respeito à coexistência de qualificadora do § 4º (ex: concurso de pessoas — pena de 2 a 8 anos) com a nova qualificadora autônoma do § 6º (abigeato — pena de 2 a 5 anos) do artigo 155 do CP. A maior celeuma não é a possibilidade de cumulação de qualificadoras, questão já respondida afirmativamentepela jurisprudência: uma delas deve ser utilizada para qualificar o crime e a outra ser considerada circunstância agravante genérica, se encontrar correspondência (artigos 61 e 62 do CP), ou fazer o papel de circunstância judicial (artigo 59 do CP). A questão, em verdade, é qual funcionará como qualificadora e qual servirá como agravante ou circunstância judicial? A resposta é que deve o § 4º servir como qualificadora e o § 6º atuar como circunstância judicial. Em outras palavras: o abigeato é uma qualificadora residual, só prevalecendo quando da ocorrência de um furto simples ou majorado pelo repouso noturno. O Projeto de Lei 6.999/13 (que resultou na Lei 13.330/16) deixou claro em seu artigo inaugural a intenção de agravar o abigeato. Caso preponderasse o §6º como qualificadora e servisse o § 4º como agravante ou circunstância judicial, essa solução proporcionaria uma punição menor do que a que já incidiria, antes da Lei 13.330/16, com a mera aplicação do § 4º do artigo 155 do CP. Ou seja, a nova lei teria trazido à baila um benefício para aquele que praticasse o furto de semoventes, o que não foi a intenção do legislador (mens legislatoris) e da própria lei (mens legis). A mesma conclusão se chega pelo cotejo com outro concurso de qualificadoras no Código Penal, relativo ao crime de lesão corporal. Havendo lesão corporal grave (§ 1º), gravíssima (§ 2º) ou seguida de morte (§ 3º) praticada com violência doméstica e familiar (§ 9º, todos do artigo 129 do CP), o próprio legislador forneceu a resposta. O § 10 do artigo 129 pontua que a especificidade do objeto material (situação particular da vítima, no caso) é subsidiária, resultando na incidência da sanção cominada à qualificadoras do §§ 1º, 2º ou 3º, mas com pena aumentada em um terço. Essa mesma lógica deve prevalecer na análise do crime de abigeato qualificado pelas circunstâncias do § 4º, ou seja, preponderar as referidas qualificadoras fático-modais frente à particularidade do objeto material (animal).
Art. 155, § 7º:
A Lei 13.654, de 23.4.2018 incluiu essa hipótese qualificadora em razão do aumento da utilização de substância explosivas por organizações criminosas para prática de diversos crimes, em especial contra patrimônio. Dessa forma, trata-se de da punição específica da preparação para crimes mais graves, visando exatamente impedir a utilização destas substâncias para prática de crimes. Vimos anteriormente que explosivo é a substância ou conjunto de substâncias que podem sofrer o processo de explosão, liberando grandes quantidades de gases e calor em curto espaço de tempo e cuja pressão exercida se dá até sua ruptura de armazenamento gerando grande onda de choque, causando danos. Qualifica-se tanto o furto da substância explosiva (nitroglicerina) quanto dos acessórios que venham a permitir a fabricação, montagem ou emprego do artefato explosivo.
Crime hediondo
A Lei 13.964/2019 acrescentou o inciso IX ao artigo 1º da Lei dos crimes hediondos (Lei 8.972/1990), reconhecendo como hediondo o furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). Evidenciando o interesse no maior recrudescimento dessa modalidade de furto, muito provavelmente pelo implemento das ações de organizações criminosas nestes tipos de crime em todo território nacional, em especial praticados contra bancos e empresas privadas que mantém dinheiro em depósito.
Coexistência de qualificadoras
Havendo a incidência de duas ou mais qualificadoras, somente uma será utilizada para qualificar o delito, sendo as demais utilizadas como circunstância para o agravamento da pena-base.
Pena
- furto simples (caput): reclusão, de 01 a 04 anos, e multa;
- furto qualificado (§4°): reclusão, de 02 a 08 anos, e multa;
- furto qualificado (§4°-A): reclusão, de 04 a 10 anos, e multa;
- furto qualificado (§5º): reclusão, de 03 a 08 anos;
- furto qualificado (§6º): reclusão, de 02 a 05 anos;
- furto qualificado (§7º): reclusão, de 04 a 10 anos, e multa;
Ação Penal: Pública Incondicionada
Artigo 156, CP
“Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente”.
Nomen Iuris: furto de coisa comum. É a subtração de coisa que pertence também a outrem
Ojetividade jurídica 
Posse e propriedade legítima
Sujeito ativo 
O sócio, coerdeiro ou condômino. Trata-se de crime próprio que só pode ser praticado pelas pessoas indicadas na figura típica fundamental. Obs: se a sociedade se constitui como pessoa jurídica, o furto será simples (artigo 155), pois a subtração será de coisa alheia (da pessoa jurídica) - (o furto cometido por sócio em face do patrimônio da sociedade que tenha personalidade jurídica não é realizado em detrimento dos sócios, mas da sociedade, pois o patrimônio da sociedade não constitui patrimônio dos sócios). Agora, quando a sociedade não se constitui em pessoa jurídica, o furto será de coisa comum – Ex: ‘A’ compra um livro com ‘B’ em sociedade. Depois, ‘A’ subtraiu o livro.
Sujeito passivo 
Aquele que detém legitimamente a coisa comum, ou seja, o sócio, o condômino, o coerdeiro ou terceira pessoa. Obs: se a detenção era ilegítima, haverá furto comum por ausência de tipicidade. - se a coisa se encontrava na posse daquele que subtraiu, haverá apropriação indébita. Há necessidade de que a coisa seja comum, ou seja, o agente deverá ter parte ideal da coisa, não importando o montante.
Elemento subjetivo 
Dolo. A expressão para si ou para outrem configura o animus rem sibi habendi, ou seja, o ânimo de assenhoramento definitivo necessário para a configuração do crime.
Consumação 
Aplicam-se as regras do furto simples, ou seja, o furto é um crime material, instantâneo e plurissubsistente, razão pela qual há necessidade da ocorrência do resultado para que o crime venha a se consumar, ocorrendo em momento certo e determinado. A consumação ocorrerá quando da inversão de posse ao agente. A tentativa é admissível.
Causa de exclusão da ilicitude (artigo 156, § 2º)
Muito embora conste no tipo a expressão: “não é punível”, não se trata de uma causa extintiva da punibilidade, mas de exclusão da antijuridicidade. Isto se dá em razão do fato de que o legislador empregou a expressão: não é punível a subtração, e não a expressão não é punível o agente. Assim, o fato não punível é fato lícito, sendo, então, uma causa excludente da antijuridicidade.
Requisitos
- que a coisa seja fungível (coisas móveis que podem ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade).
- que o valor da coisa não exceda a cota parte a que tem direito o sujeito.
Havendo dúvida sobre o montante da cota parte, suspende-se o processo, pois se trata de uma questão prejudicial (não correndo o prazo prescricional) até que se resolva o problema.
Pena
Detenção, de 06 meses a 02 anos, ou multa
Ação penal (artigo 156, § 1º)
Ação penal pública condicionada à representação
 
Exercício 1:
Como se dará a responsabilização penal daquele que tenta subtrair a carteira da vítima, colocando a mão no bolso desta, mas não consegue em virtude do fato de que a “res furtiva” havia sido esquecida em casa.
A)
não haverá responsabilização penal, por se tratar de crime impossível por absoluta impropriedade do objeto material;
B)
não haveria responsabilização penal, por se tratar de crime impossível por absoluta ineficácia do meio;
 
C)
 haverá responsabilização por furto tentado, tendo em vista que estamos diante de uma relativa impropriedade do objeto material;
 
D)
haverá responsabilização por furto tentado, tendo em vista que estamos diante de uma relativa ineficácia do meio.
E)
haverá responsabilização por furto consumado, tendo em vista que a intenção do agente será considerada.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) o fato será atípico, por ausência de tipicidade).
Exercício 2:
Comose dará a responsabilização do ladrão que, após o furto, vende a coisa a terceiro de boa-fé como se a coisa fosse sua ?
A)
responderá por estelionato, somente, tendo em vista que o furto será absorvido, segundo a regra do antefactum impunível;
B)
responderá por furto, somente, tendo em vista que o estelionato será absorvido, respeitando a regra do post factum impunível;
C)
responderá por furto e estelionato em concurso formal de crimes;
D)
responderá por furto e estelionato em concurso material de crimes;
E)
não haverá responsabilização penal.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) Trata-se de crime material, ou seja, a teor da conduta típica descrita exige-se o evento dano advindo somente através da subtração (“subtrair”). Assim, para consumação do crime de furto é necessário haver um desfalque ao patrimônio do sujeito passivo
Exercício 3:
3-Considere as afirmações:
I- o furto não pode ser considerado crime permanente;
II- a qualificadora da escalada, prevista no artigo 155 do CP, incidirá na hipótese em que o agente utilizar somente escadas para realizar a subtração;
III- a qualificadora do rompimento ou destruição de obstáculo, prevista no artigo 155 do CP, só será aplicada se o obstáculo não integrar o bem que se pretende subtrair, segundo entendimento majoritário;
IV- a subtração levada a cabo por 4 pessoas acarretará na responsabilização por furto qualificado pelo concurso de agentes em concurso formal com associação criminosa.
 
Diante das assertivas, é certo afirmar:
 
Para consulta:
“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
                      
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior”. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
A)
somente uma delas é correta;
B)
somente duas delas são corretas;
C)
somente três delas são corretas;
D)
todas são corretas;
E)
todas são incorretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
B) , num passado não tão distante era adotada a teoria da posse mansa e pacífica, ou seja, o furto só se consumava quando o agente tem a posse tranquila, tinha saído da esfera de vigilância e alcance da vítima. Entretanto, atualmente, apesar de alguma divergência, não mais
C) , num passado não tão distante era adotada a teoria da posse mansa e pacífica, ou seja, o furto só se consumava quando o agente tem a posse tranquila, tinha saído da esfera de vigilância e alcance da vítima. Entretanto, atualmente, apesar de alguma divergência, não mais
A) , num passado não tão distante era adotada a teoria da posse mansa e pacífica, ou seja, o furto só se consumava quando o agente tem a posse tranquila, tinha saído da esfera de vigilância e alcance da vítima. Entretanto, atualmente, apesar de alguma divergência, não mais
Exercício 4:
Mara, empregada doméstica, subtraiu joias de sua empregadora Dora, colocando-as numa caixa que enterrou no quintal da residência. No dia seguinte, porém, Dora deu pela falta das joias e chamou a polícia que realizou busca no imóvel e encontrou o esconderijo onde Mara as havia guardado. Nesse caso, Mara responderá por:
A)
apropriação indébita
B)
furto tentado
C)
furto consumado
D)
roubo
E)
estelionato
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) Ocorre o furto de uso quando o agente subtrai a coisa sem o animus furandi e com a intenção de restituí-lo. O agente tem o propósito de somente fruir a coisa momentaneamente e devolvê-la ao seu dono. Não age com ânimo de assenhoramento definitivo, dolo específico
Exercício 5:
O crime de furto, do art. 155 do Código Penal,
I. tem pena aumentada se praticado por funcionário público;
II. tem pena aumentada se praticado durante o repouso noturno;
III. é qualificado se praticado mediante o concurso de duas ou mais pessoas.
É correto o que se afirma em:
A)
 II, apenas;
B)
 III, apenas;
C)
 I e II, apenas;
D)
 II e III, apenas;
E)
 I, II e III.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
D) É uma causa especial de aumento de pena (aumenta a pena em 1/3). A majorante aplica-se em razão da maior precariedade de vigilância do bem jurídico por parte do titular. Para que incida esta causa de aumento de pena,
Exercício 6:
Túlio furtou determinado veículo. Quando chegou em casa, constatou que no banco de trás encontrava-se uma criança dormindo. Por esse motivo, Túlio resolveu devolver o carro no local da subtração.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
A)
Túlio cometeu furto, sendo irrelevante a devolução do veículo na medida que houve a consumação do crime
B)
Túlio praticou furto, mas deverá ter sua pena reduzida em face do arrependimento posterior
C)
 Túlio cometeu furto e sequestro culposo, ficando isento de pena em face do arrependimento eficaz
D)
Túlio deverá responder por roubo, pois o constrangimento à liberdade da vítima caracteriza ameaça
E)
Túlio não praticou crime, posto que, ao devolver voluntariamente o veículo, tornou a conduta atípica em face da desistência voluntária
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) A qualificadora só é aplicável se for transposta a fronteira, caso contrário, não. Esta qualificadora é a única em que a subtração ocorre antes; já nos demais casos, as qualificadoras são meios para a execução da subtração
Exercício 7:
Se duas ou mais pessoas, agindo em conjunto e previamente ajustadas, subtraem, sem emprego de violência ou grave ameaça, uma televisão de terceira pessoa, elas praticam o crime de:
A)
 furto qualificado
B)
 furto simples
C)
estelionato
D)
apropriação indébita
E)
 roubo qualificado
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) 
Exercício 8:
Pedro ingressou numa joalheria e afirmou que pretendia adquirir um anel de ouro para sua esposa. A vendedora colocou sobre a mesa diversos anéis. Após examiná-los, Pedro disse que lhe agradou mais uma peça que estava exposta no canto da vitrine e que queria vê-la. A vendedora voltou-lhe as costas, abriu a vitrine e retirou o anel. Valendo-se desse momento de descuido da vendedora, Pedro apanhou um dos anéis que estava sobre a mesa e colocou-o no bolso. Em seguida, examinou o anel que estava na vitrine, disse que era bonito, mas muito caro, agradeceu e foi embora, levando no bolso a joia que havia apanhado. Nesse caso, Pedro responderá por:
A)
furto simples
B)
 estelionato
C)
furto qualificado pela fraude
D)
apropriação indébita
E)
roubo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 9:
Qual é a ação penal cabível no furto ?
Para consulta:
"art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel"
A)
Pública Condicionada à Representação
B)
Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça
C)
Pública Incondicionada
D)
Privada Personalíssima
E)
Privada Propriamente Dita
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 10:
Qual é a ação penal cabível no furto de coisa comum ?
Para consulta:
“Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quotaa que tem direito o agente.
A)
Pública Condicionada à Representação
B)
Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça
C)
Pública Incondicionada
D)
Privada Personalíssima
E)
Privada Propriamente Dita
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) 
Exercício 11:
Qual é a pena do furto qualificado do §4° ?
Para consulta:
“§ 4º - A pena é de ___________________, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.”
A)
Reclusão, de 01 a 04 anos, e multa
B)
Reclusão, de 01 a 04 anos
C)
Reclusão, de 02 a 08 anos, e multa
D)
Reclusão, de 03 a 08 anos, e multa
E)
Reclusão, de 03 a 08 anos.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 12:
Qual é a pena do furto de coisa comum ?
Para consulta:
““Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:”
A)
Reclusão, de 01 a 04 anos, e multa
B)
Detenção, de 01 a 04 anos
C)
Detenção, de 06 meses a 02 anos, e multa
D)
Detenção, de 06 meses a 02 anos, ou multa
E)
Detenção, de 06 meses a 01, e multa.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
E) 
C) 
A) 
D) 
Artigo 157, CP
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo equiparado (impróprio):
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Roubo qualificado (causa de aumento de pena):
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I –(revogado pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego (acrescido pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca emprego (acrescido pela Lei 13.964, de 24.12.2019)
§ 2º-A -A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (acrescido pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
§ 2º-B - Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo (acrescido pela Lei 13.964, de 24.12.2019).
§ 3º - Se da violência resulta: (alterado pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; 
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.”
Nomen juris: roubo
Objetividade jurídica 
Posse, propriedade, incolumidade física e psíquica.
Formas típicas
- roubo próprio: artigo 157, caput: é a subtração efetuada com o emprego de violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que impossibilite a capacidade de resistência da vítima (a violência, a grave ameaça ou qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência da vítima constituem os meios para que o agente se apodere dos bens da vítima).
- roubo impróprio: artigo 157, § 1º: quando o agente empregar violência ou grave ameaça contra pessoa logo após o cometimento da subtração, com o fim de assegurar a impunidade ou a detenção da coisa. Ex: ‘A’ entrou na casa de ‘B’ para furtar a TV. Ocorre, porém, que ‘B’ chegou antes do previsto por ‘A’, surpreendendo-o, razão pela qual este empregou violência contra ‘B’ para com isso assegurar a detenção da coisa subtraída.
Sujeito ativo 
Qualquer pessoa. Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo 
O proprietário e o possuidor da coisa, bem como a pessoa atingida pela violência ou grave ameaça.
Violência
Em todos os casos, a violência é necessária à consecução da almejada tirada da coisa no crime de roubo, sob pena de deslocar a conduta para o crime de furto. A violência pode ser:
1. própria: pode ser
a) física: praticada contra a pessoa (vis corporalis), com emprego de força sobre o corpo da vítima, mas que não danifiquem a integridade corporal, sob pena de qualificar o crime (§§ 2º e 3º).
b) moral (vis compulsiva): é a grave ameaça, aquela capaz de criar no espírito da vítima fundado temor de grave e iminente mal, físico ou moral contra sua pessoa ou a terceiro com vínculos afetivos ou próximos com a vítima. Ex.: ameaça com armas (de fogo, facas, canivetes etc.), ameaça de espancamento ou morte, ameaça de entregar uma carta manuscrita onde a vítima (do roubo) confessa um crime praticado no passado etc.
2. imprópria: advém da expressão “por qualquer meio” (caput). Diz respeito às práticas que neutralizam a capacidade de reagir da vítima, sem utilizar-se de violência própria, mas uma violência presumida (equiparada). Ex.: embriagar a vítima, narcotizar, hipnose etc. Tais meios devem ser empregados de forma subrepticia (ardil, ocultos), pois, se houver emprego violência (força) ou ameaça para fazer ingerir a substância ou álcool, v.g., haverá, óbvio, violência própria. 
Consumação:
- roubo próprio: duas correntes (em ambas a tentativa é admissível)
* Minoritária - o roubo se consuma quando o bem sai da esfera de vigilância da vítima e entra na posse tranquila do agente, ainda que por pouco tempo.
* Majoritária - o roubo se consuma com o arrebatamento da coisa logo após a violência ou grave ameaça.
- roubo impróprio: consuma-se no momento em que o agente emprega a violência com o escopo de garantir a posse do bem, pouco importando se consiga ou não. A jurisprudência majoritária entende que não é possível a tentativa, pois, ou o agente emprega a violência, e neste caso estaremos diante do roubo impróprio, ou não emprega e estaremos diante do furto.
Causas de aumento de pena (artigo 157, §2º)
I – Revogado pela Lei 13.654, de 23.04.2018
A redação antes da revogação era a seguinte: “se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma”. A revogação se deu pois a mesma Lei 13.654/2018 acrescentou o emprego de arma de fogo no §2º-A, inciso I, ensejando maior aumento de pena (vide abaixo). Porém, se por um lado aumentou a exasperação pelo emprego de arma de fogo, por outro retirou a viabilidade de aumento na hipótese de emprego de outros instrumentos vulnerantes taxados como armas brancas, tais como facas, canivetes, facões, martelos, barras de ferro, canos, tacos etc., causando séria crítica da doutrina. De fato, a Lei 13.654/2018 tratou de verdadeira abolitio criminis afastando o aumento para emprego de outras armas diversas de arma de fogo, evidenciando a necessidade de afastamento dessa causa de aumento também aos casos anteriores (art. 5º, inciso XL CF). Porém, há precedente autorizando a utilização de arma branca como circunstância judicial do artigo 59 do Código Penal, autorizando a exasperação da pena base.  Exatamente por isso, a Lei 13.964/2019, acabou incluindo neste parágrafo 2º o inciso VII (vide abaixo), implementando a hipótese de aumento para o caso de utilização de outras armas.
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas
A razão de ser dessa majorante encontra-se no potencial intimidativo resultante do maior número de meliantes na prática delituosa. Como já estudamos no furto, basta a participação, não havendo necessidade que todos agentes executem o crime (coautoria). Ingressa no cômputo numéricos eventuaisinimputáveis. É desnecessária a prisão de todos os membros, bastando a palavra da vítima para comprovar o concurso de agentes. Se há associação criminosa para prática de roubo, não incidirá essa causa de aumento, mas concurso material (art. 69 CP) entre o roubo simples (caput) e o crime de associação criminosa (art. 288 CP), pois, caso contrário geraria bis in idem.
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância
Tal adveio do modelo norte americano onde os gangsters alarmavam com estes tipos de crime, apesar de, posteriormente, no Brasil, também tornar-se prática rotineira. 
a) transporte: representa que a vítima está a serviço de outrem, não pertencem à vítima os valores transportados. Uma experimenta desfalque patrimonial (proprietário) e outra experimenta a violência (transportador). Caso a vítima esteja a transporte de valores para si própria, não incide a majorante. Daí a maior proteção do legislador: resguardar aqueles que tem a perigosa incumbência de transportar valores. Ainda no tocante a transporte, o veículo é necessário, pois, caso os valores sejam levados “a pé”, tal não se subsume a conduta de transportar.
b) valores: representa não só o dinheiro, mas metais e pedras preciosas, jóias, títulos, vales (refeição, transporte) etc.
c) agente conhece tal circunstância: o sujeito deve saber que a vítima está a serviço de transporte de valores, mesmo que eventual ou episódico o transporte. Ou seja, o dolo deve integrar a conduta, caso contrário não incidirá esta qualificadora.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior
Cabíveis as mesmas considerações feitas ao crime de furto (art. 155, § 5º CP), salvo com a ressalva que a subtração agora se deu com violência contra pessoa ou grave ameaça, ou após ter levado à vítima à impossibilidade de resistência.
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
Essa causa de aumento foi introduzida através da L. 9.426/96, onde antes dessa lei essa situação levava a aplicação do concurso material entre roubo e sequestro e cárcere privado (art. 148 CP) ou absorção deste último crime pelo roubo.
a) vítima em seu poder: implica em manter a vítima direta e imediatamente sobre atuação física presente do roubador. Assim, se a vítima é deixada amarrada em uma árvore não incide a majorante. Da mesma forma que roubar um banco de madrugada e deixar o vigia do período noturno trancado no banheiro até os funcionários o encontrarem pela manhã.
b) restringindo sua liberdade: restringir significa tornar menor, diminuir, limitar, reduzir. Estará configurada a majorante quando a vítima ficar algum tempo em poder do rapinador. A restrição de liberdade instantânea, de curtíssima duração, v.g., para se apoderar dos objetos da vítima, para retirar o aparelho toca CD do veículo, revistar a vítima etc., não deve fazer incidir essa majorante. Afinal, todo roubo exige uma certa restrição da liberdade da vítima, por mais curta que seja, logo, a finalidade do legislador foi apenar mais gravemente a conduta do agente que atuou mais do que o necessário.
c) “sequestro relâmpago”: popularmente diz-se sequestro relâmpago aqueles roubos onde a vítima é levada para saques em bancos e é mantida em poder dos agentes para consumação do roubo. Estas condutas, apesar do nome, se amoldam ao crime de roubo agravado pela restrição da liberdade da vítima. A L. 11.923, de 17.04.2009 entrou em vigor prevendo a figura autônoma do “sequestro relâmpago”. Daí que, a partir dessa data (17.04.09) tal conduta se amoldará ao novo tipo penal acrescentado ao art. 158 CP (Extorsão), em seu parágrafo terceiro. Quando do estudo deste crime verificaremos sua redação.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego
Essa causa de aumento foi acrescida pela Lei 13.654, de 23.4.2018. Isso se deu em razão da utilização de substâncias explosivas para fins da prática de outros crimes, em especial por organizações criminosas. Abordamos o tema no crime de furto, ao qual se aplicam as mesmas considerações.
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca
Essa causa de aumento foi acrescida pela Lei 13.964, de 24.12.2019. Como visto acima, a Lei 13.654/2018 acabou implementando causa de aumento específica para emprego de arma de fogo (§2º-A), omitindo-se quanto a demais armas. Com a nova Lei, o legislador acabou regulando (novamente) o emprego de armas brancas diante da maior vulnerabilidade da vítima, o que justifica o aumento da pena. A respeito de arma branca, o Decreto 3.665, de 20.11.2000, que tratava da fiscalização de produtos controlados, assim definia arma braça em seu artigo 3º, inciso XI: artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por peça em lâmina ou oblonga. Ocorre que este decreto foi revogado pelo Decreto 9.493, de 05.09.2018, que nada previa a respeito de arma branca, e que também foi revogado pelo Decreto 10.030, de 30.09.2019 que, apesar de ainda vigente, nada manifesta a respeito de arma branca. Atualmente, armas brancas tem mesmo significado de armas impróprias, ou seja, são instrumentos vulnerantes diversos de arma de fogo, tenham ou não natureza de armas de defesa. Assim, são armas brancas facas, espadas, canivetes, facões, navalha, gilete, machados, foice, pé de cabra, chave de fenda, soco inglês, porretes, tacos, pedras etc. Anote-se que a vigência dessa lei 13.964/2019 se deu apenas a partir de 23.01.2020, sendo inaplicável a retroatividade para fatos anteriores à vigência desta Lei. Dessa forma, agentes presos por roubo portando armas brancas antes dessa data não poderão receber o aumento de pena previsto neste parágrafo segundo, tratando-se de lei nova prejudicial aos réus ou condenados, por isso irretroativa (art. 5º, inciso XL, CF).
Arma de fogo - causas de aumento (§ 2º-A, inc. I e §2º-B)
Como vimos, o parágrafo §2º-A, inc. I foi acrescido pela Lei 13.654/2018, enquanto que o §2º-B através da Lei 13.964/2019. Em ambos os casos a essência da maior exasperação da pena reside na maior gravidade na conduta do agente ensejando um maior desvalor. Apesar de anteriormente estar incluída como causa de aumento do inciso I do parágrafo 2º deste artigo 157, revogado pela Lei 13.654/18, essa maior exasperação denota um maior interesse punitivo estatal. Tratando-se de Lei que prevê maior rigor punitivo, não retroagirá aos crimes de roubo praticados antes de sua vigência (art. 5º, XL, CF). 
Arma de fogo de uso permitido, restrito ou proibido
A diferença entre ao parágrafos 2º-A, inc. I e 2º-B reside no potencial ofensivo da arma. Enquanto a arma de uso permitido permite ao agente a fixação de aumento de 2/3 previsto no §2º-A, inc. I, na hipótese de emprego de arma de uso restrito ou proibido o fará receber aumento do dobro (§2º-B). O assunto é regulado pelo Decreto 9.847, de 25.06.2019. A classificação se dá de acordo com o calibre (dimensão da munição) e energia cinética (energia associada ao movimento do projétil). Dessa forma, de acordo com essa classificação temos:
- Arma de uso permitido (art. 2º, inciso I, Decreto 9.847, de 25.06.2019): as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; b) portáteis de alma lisa; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules. Ex.: 380 Automatic, 45 Colt, 22 Hornet, 38-40 Winchester, 9x19mm Parabellum etc.
- Arma de uso restrito (art. 2º, inciso II, Decreto 9.847, de 25.06.2019): “as armas de fogo automáticas e as semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) não portáteis; b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização demunição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;” Exemplo: 41 Remington Magnum; 44 Remington Magnum; 500 Special; 8mm Mauser (8x57); 300 Winchester Short Magnum etc.
- Arma de uso proibido (art. 2º, inciso III, Decreto 9.847, de 25.06.2019): “a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;” Ex.: armas nucleares (Decreto 2.864, de 07.12.1998)
Emprego 
A expressão utilizada pelo legislador – empregar – demanda a prova de efetiva utilização da arma, seja para atacar fisicamente (mirando), como também simplesmente portá-la ameaçadoramente (na cintura) visando incutir temor capaz de anular ou diminuir a resistência da vítima. O simples trazer consigo a arma (por exemplo, no bolso), não significa utilizá-la, mister valer-se o agente dela para consecução do crime.
Arma de brinquedo, simulacros, armas de pressão, armas quebradas e armas desmuniciadas
A grande celeuma dessa causa de aumento de pena reside na hipótese de emprego arma de brinquedo, simulacros ou armas desmuniciadas. Segundo a teoria objetiva para o agravamento da pena é necessário que a arma utilizada tenha uma potencialidade objetiva de lesionar a integridade física da vítima (potencialidade lesiva), sendo mister demonstrar o perigo real proporcionado pela utilização da arma, que é um instrumento hábil a vulnerar a integridade física de alguém. Já, para os adeptos da teoria subjetiva, a causa de aumento de pena deveria ser aplicada em função do aumento do temor da vítima em relação ao objeto utilizado e que em virtude do desconhecimento da natureza falsa, seria apta a ensejar a aplicação da causa de aumento da sanção. Esta era a redação da Súmula 174: “No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena”. Porém, através do julgamento do Recurso Especial nº 213.054-SP (sessão de 24.10.2001), foi deliberado o cancelamento dessa súmula. Segundo a teoria objetiva, armas nestas condições (brinquedo, desmuniciada ou quebrada) não servem à aplicação do aumento por ausência de potencialidade lesiva. É teoria mais sensata. Afinal, armas sem potencialidade lesiva alguma servem meramente para “grave ameaça”, que já é prevista no caput. Nessas hipóteses, acrescentar a causa de aumento é, sem dúvida, gritante interpretação extensiva diante da ausência da essência da causa de aumento pelo emprego de arma de fogo, que reside na prova da potencialidade lesiva inerente a arma de fogo. Claro que, para comprovar essa condição deverá haver perícia na arma, logo, sua apreensão. E se a arma não for apreendida? Pensamos que, mesmo tendo a vítima indicado utilização, não comprovado que efetivamente era arma de fogo, e que fosse apta ao uso (em condições de disparar e municiada) deve-se utilizar o princípio in dubio pro reo e não aplicar a majorante. Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal formalizou entendimento sobre a desnecessidade de apreensão de arma para incidência dessa causa de aumento de pena (HC 96099). Da mesma forma, há diversos julgados no STJ autorizando aplicação dessa majorante ainda que não tenha sido apreendida. Assim, se não houve disparo, e a arma não foi apreendida, não se tem condição alguma de saber sobre potencialidade lesiva. Dessa forma, inviável aplicar-se o aumento. No tocante ao simulacro, é vedada sua fabricação no Brasil (Art. 2º, § 1 do Decreto 9.847, de 25.06.2019).
Causa de aumento (§2º-A, inc. II) - se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
Essa hipótese de aumento não era prevista anteriormente, tratando-se de novidade acrescida pela Lei 13.654, de 23.4.2018. Visa maior apenamento (aumento em 2/3) quando há utilização de explosivos ou artefatos similar em razão do maior perigo comum advindo destes objetos, daí ensejando maior gravidade ao crime de roubo. Exige-se efetiva destruição ou rompimento do obstáculo. Destruição significa demolir, desfazer ou desintegrar algo, enquanto que rompimento significa partir, rasgar, abrir uma brecha ou fenda no objeto sem sua destruição. Na hipótese de não utilização do artefato ou sua falha, não incidirá essa causa de aumento. Como dito anteriormente, a só posse do artefato explosivo ou análogo configura crime previsto no artigo 16, inciso III da L. 10.826/03. Porém, a configuração da causa de aumento pelo emprego de explosivo impede o concurso com este crime, sob pena de bis in idem. Finalmente, exige-se a demonstração de perigo efetivo advindo da expressão “que cause perigo”, sendo exigível a demonstração de perigo concreto para aplicação dessa majorante. Na hipótese do fato criminoso ser praticado em local isolado de civilização, por exemplo, numa estrada ou local ermo, não deve incidir a majorante.
Roubo qualificado (art. 157, § 3º)
O roubo será qualificado quando resultar lesão grave ou morte da vítima, pouco importando se o resultado agravador adveio de dolo ou culpa. Caso o resultado agravador seja doloso, essa situação deverá ser observada no momento de aplicação da pena – art. 59, CP (fixação da pena-base). A qualificadora é aplicável tanto ao roubo próprio como impróprio, mas não será aplicada as causas de aumento de pena a esta figura, tendo em vista que há uma pena em abstrato para esta última.
Objetividade jurídica 
Patrimônio, vida, incolumidade física. Estamos diante de um crime contra o patrimônio, pois o escopo do agente é o patrimônio, sendo o crime contra a pessoa praticado como modo de execução da subtração. Trata-se, pois, de um crime pluriofensivo, pois há mais de um bem jurídico sendo tutelado. Quando resultar lesão leve, estas serão absorvidas pelo roubo. 
Sujeito ativo 
Qualquer pessoa. Crime comum
Sujeito passivo 
Qualquer pessoa.
Crime hediondo
Anteriormente a Lei 13.964/2019 era considerado hediondo apenas o roubo qualificado morte (art. 1º, inc. II da L. 8.072/90)). A nova Lei acrescentou ouras modalidades de roubo no rol de crimes hediondos, evidenciando um maior recrudescimento a este crime. Sempre observando que o acréscimo de outras modalidades de roubo à Lei dos Crimes Hediondos deve obedecer ao Princípio da irretroatividade da Lei Penal. Assim, atualmente, considera-se crime hediondo o roubo:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
No tocante as armas de uso proibido ou restrito, tais definições constam no artigo 2º do Decreto 9.847, de 25.06.2019 que regulamenta o Estatuto do Desarmamento, tratando-se de norma penal em branco.
Consumação
Com a morte da vítima (latrocínio) e com a lesão, na hipótese de lesão grave. Deve-se observar que haverá latrocínio somente quando a morte resulta de violência empregada, não admitindo a grave ameaça, pois o § 3º expressamente determina esta figura qualificada indicando a forma de execução como sendo a violência. Assim, se a vítima morre em razão de grave ameaça, o agente responderá por roubo simples em concurso formal com homicídio (doloso ou culposo, conforme o caso). Ex: vítima morre de parada cardíaca em virtude do fato de ter-lhe sido apontada uma arma quando o roubo. Situações de consumação e tentativa:
- quando há subtração e morte tentados = latrocínio tentado;
- quando há e morte consumadas = latrocínio consumado;
- quando há subtração consumada e morte tentada = latrocínio tentado;
- quando há subtração tentada e morte consumada = latrocínio consumado.
Atentativa é possível, também, na hipótese de lesão grave, quando o sujeito ativo, tendo ferido gravemente a vítima, não consegue consumar a subtração patrimonial. Súmula 610 STF: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração dos bens da vítima”.
Pena
Roubo simples (caput): reclusão de 4 a 10 anos, e multa
Roubo agravado (causa de aumento - §§ 2º, 2º-A, 2º-B e especial da L. 8.072/90): aumento de 1/3 até ½ (§ 2º), 2/3 (§2º-A), dobro (§2º-B) ou aumento de ½ (L. 8.072/90, art. 9º).
Roubo qualificado (§ 3º): lesão grave – reclusão de 7 a 18 anos, e multa; latrocínio – reclusão de 20 a 30 anos, e multa.
Ação penal
Pública Incondicionada
 
Exercício 1:
Para subtrair o veículo da vítima, o agente aproximou-se dela e pediu uma informação. A vítima, procurando ser prestativa, desceu de seu auto e ficou ofertando detalhes ao agente. Enquanto isso, um segundo agente empurrou a vítima, a qual caiu no chão. Os agentes entraram no veículo e fugiram na posse do referido bem. O crime praticado foi:
A)
  Roubo próprio.
B)
  Roubo impróprio.
C)
Furto com abuso de confiança.
D)
  Furto mediante fraude.
E)
 Furto mediante destreza.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la,
Exercício 2:
Como se dará a responsabilização penal do agente que, ao entrar na casa da vítima, com o escopo de subtrair um aparelho de televisão, percebe que o morador ainda lá se encontrava, pois este o surpreendeu, o que fez com que o agente viesse a empregar violência contra o morador para assegurar a detenção da coisa.
A)
 artigo 155 ‘caput’ c.c. artigo 129, ambos do CP, em concurso material de crimes;
B)
 artigo 157, § 1º do CP;
C)
 artigo 155, ‘caput’ c.c. 129, ambos do CP, em concurso formal de crimes;
 
D)
 artigo 157, ‘caput’ c.c artigo 129, ambos do CP, em concurso formal de crimes;
E)
 artigo 158, CP.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
B) , reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Roubo equiparado (impróprio
Exercício 3:
 Consuma-se o roubo próprio, segundo a posição majoritária dos Tribunais (STF e STJ) e do Ministério Público:
A)
 com o arrebatamento da coisa;
B)
quando o bem sai da esfera de vigilância da vítima;
C)
 quando o bem entra na posse tranqüila do agente, ainda que por pouco tempo;
 
D)
 quando o bem sai da esfera de vigilância da vítima e entra na posse tranqüila do agente, ainda que por pouco tempo;
E)
 quando o agente entrega a terceiro o produto do crime.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) é a subtração efetuada com o emprego de violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que impossibilite a capacidade de resistência da vítima
Exercício 4:
Como se dará a responsabilização penal do agente que, ao apontar uma arma de fogo para a vítima, buscando com isso facilitar a subtração de bens que esta trazia consigo, provoca a morte da mesma, decorrente de uma parada cardíaca?
A)
artigo 157 c.c. 121, ambos do CP;
B)
artigo 157, § 3º, 2ª parte, CP;
C)
 artigo 157, § 3º c.c. 121, ambos do CP;
D)
artigo 121, CP;
E)
o fato é atípico.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) A redação antes da revogação era a seguinte: “se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma”. A revogação se deu pois a mesma Lei 13.654/2018 acrescentou o emprego de arma de fogo
Exercício 5:
Jeremias aproximou-se de um veículo parado no semáforo e, embora não portasse qualquer arma, mas fazendo gestos de que estaria armado, subtraiu a carteira do motorista, contendo dinheiro e documentos. Jeremias responderá por crime de:
A)
roubo qualificado pelo emprego de arma;
B)
 furto simples;
C)
 furto qualificado;
D)
roubo simples;
E)
apropriação indébita
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
B) 
D) 
Exercício 6:
Qual é a ação penal cabível no roubo ?
Para consulta:
“Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro."
A)
Pública Condicionada à Representação
B)
Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça
C)
Pública Incondicionada
D)
Privada Personalíssima
E)
Privada Propriamente Dita
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 7:
Qual é a pena do latrocício (roubo qualificado pela morte) ?
Para consulta:
“§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de ________________; se resulta morte, a pena é de ___________________. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
A)
Reclusão, de 20 a 30 anos, e multa
B)
Reclusão, de 07 a 15 anos
C)
Reclusão, de 07 a 15 anos, e multa
D)
Reclusão, de 12 a 20 anos, e multa
E)
Reclusão, de 12 a 20 anos.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) 
Exercício 8:
No que tange ao núcleo do tipo, o artigo 157, CP é classificado:
Para consulta:
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:”
A)
Crime de ação única
B)
Crime de mera conduta
C)
Crime formal
D)
Crime de ação múltipla
E)
Crime vago
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
D) 
B) 
C) 
A) 
Exercício 9:
O nomem iuris do artigo 157, CP é:
Para consulta:
“Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
A)
Furto
B)
Furto de coisa comum
C)
Roubo
D)
Extorsão
E)
Extorsão indireta
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) 
Exercício 10:
Considere as afirmações abaixo:
I - impossibilitar a resistência da vítima para a subtração de um bem móvel, para si ou para outrem, caracteriza roubo impróprio.  
II - a violência ou grave ameaça exercida contra a pessoa logo depois de subtraído o bem móvel, com o fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro, caracteriza o roubo próprio.
III - o roubo próprio se consuma com o exercício da violência ou da grave ameaça, mesmo que o agente não consiga ter a posse   do bem.  
IV - se a vítima está transportando valores próprios e o agente conhece tal circunstância,  não incidirá a causa de aumento previsto no inciso III do § 2º do artigo 157.  
Pode-se afirmar, portanto:
Para consulta:
"Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo equiparado (impróprio):
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Roubo qualificado (causa de aumento de pena):
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I –(revogado pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjuntaou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego (acrescido pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca emprego (acrescido pela Lei 13.964, de 24.12.2019)
§ 2º-A -A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (acrescido pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
§ 2º-B - Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo (acrescido pela Lei 13.964, de 24.12.2019).
§ 3º - Se da violência resulta: (alterado pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.”
A)
 somente uma afirmação é correta.
B)
  somente duas afirmações são corretas.
C)
 somente três afirmações são corretas.
D)
  todas as afirmações são corretas.
E)
  todas as afirmações são erradas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
D) se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância Tal adveio do modelo norte americano onde os gangsters alarmavam com estes tipos de crime, apesar de, posteriormente, no Brasil, também tornar-se prática rotineira
C) se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância Tal adveio do modelo norte americano onde os gangsters alarmavam com estes tipos de crime, apesar de, posteriormente, no Brasil, também tornar-se prática rotineira
B) se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância Tal adveio do modelo norte americano onde os gangsters alarmavam com estes tipos de crime, apesar de, posteriormente, no Brasil, também tornar-se prática rotineira
A) se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância Tal adveio do modelo norte americano onde os gangsters alarmavam com estes tipos de crime, apesar de, posteriormente, no Brasil, também tornar-se prática rotineira
Exercício 11:
Considere as afirmações com relação ao crime de roubo:
I –  segundo posição minoritária, o roubo próprio se consuma com o arrebatamento da coisa logo após a violência ou grave ameaça
II – o parágrafo segundo do artigo 157 constitui uma qualificadora
III – todas as modalidades de roubo qualificado são hediondas
 
Diante das as assertivas, é certo afirmar:
Para consulta:
"Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo equiparado (impróprio):
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Roubo qualificado (causa de aumento de pena):
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I –(revogado pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI - se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego (acrescido pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca emprego (acrescido pela Lei 13.964, de 24.12.2019)
§ 2º-A -A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (acrescido pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
§ 2º-B - Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo (acrescido pela Lei 13.964, de 24.12.2019).
§ 3º - Se da violência resulta: (alterado pela Lei 13.654, de 23.4.2018);
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.”
A)
  somente a I é correta;
B)
somente a II é correta;
C)
  somente a III é correta;
D)
 todas são corretas;
E)
todas são incorretas.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
D) Caso o resultado agravador seja doloso, essa situação deverá ser observada no momento de aplicação da pena – art. 59, CP (fixação da pena-base). A qualificadora é aplicável tanto ao roubo próprio como impróprio, mas não será aplicada as causas de aumento de pena a esta figura, tendo em vista que há uma pena em abstrato para esta última
C) Caso o resultado agravador seja doloso, essa situação deverá ser observada no momento de aplicação da pena – art. 59, CP (fixação da pena-base). A qualificadora é aplicável tanto ao roubo próprio como impróprio, mas não será aplicada as causas de aumento de pena a esta figura, tendo em vista que há uma pena em abstrato para esta última
B) Caso o resultado agravador seja doloso, essa situação deverá ser observada no momento de aplicação da pena – art. 59, CP (fixação da pena-base). A qualificadora é aplicável tanto ao roubo próprio como impróprio, mas não será aplicada as causas de aumento de pena a esta figura, tendo em vista que há uma pena em abstrato para esta última
A) Caso o resultado agravador seja doloso, essa situação deverá ser observada no momento de aplicação da pena – art. 59, CP (fixação da pena-base). A qualificadora é aplicável tanto ao roubo próprio como impróprio, mas não será aplicada as causas de aumento de pena a esta figura, tendo em vista que há uma pena em abstrato para esta última
E) Caso o resultado agravador seja doloso, essa situação deverá ser observada no momento de aplicação da pena – art. 59, CP (fixação da pena-base). A qualificadora é aplicável tanto ao roubo próprio como impróprio, mas não será aplicada as causas de aumento de pena a esta figura, tendo em vista que há uma pena em abstrato para esta última
Artigo 158, CP
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 3º- Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente”. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
Nomen juris: extorsão
Objetividade jurídica 
Incolumidade física, vida, patrimônio e liberdade pessoal.
Elementos do tipo
- constranger: é o obrigar, forçar, coagir – ex: entregar o dinheiro, realizar uma obra etc.
- alguém: deverá ser pessoa certa e determinada;- violência ou grave ameaça: são os meios pelos quais o agente se vale para coagir a vítima a fazer ou deixar de fazer algo. Caso se pratique violência imprópria (hipnotização, narcotização etc.) o delito será deslocado para o constrangimento ilegal (art. 146 CP) vez que lá o legislador consentiu com outro meio: “...ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio,

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