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RESENHA CASO ANNA O

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ESTUDO SOBRE HISTEIRA – CASO ANNA O.
Anna O. foi uma paciente Breuer que tem o caso estudado visando o entendimento da histeria, muito importante para psicanálise. Era uma menina de 21 anos que após o adoecimento do pai se doou completamente ao cuidar do mesmo, o que a fez também adoecer depois de certo período. Como sintomas iniciais ela apresentava uma tosse nervosa e a questão da sonolência de forma a inverter noites com tardes de sono. Com o passar do tempo outros sintomas a incomodavam, como problemas de visão (estrabismo convergente, por exemplo), dor de cabeça e contratura dos músculos e articulações rígidas nas regiões do braço e ombro.
A paciente apresentava dois tipos de consciência, que a faziam acreditar que a mesma apresentava uma espécie de dupla personalidade, uma normal e outra que a levava a ser uma má pessoa. Na primeira, considerada a normal, ela entendia o espaço em que vivia mas era frustrada, triste e angustiada. Já na segunda a situação era diferente, Anna alucinava e era agressiva com outros que não fossem o seu terapeuta (sinal inicial de apego da parte da paciente), além de vociferar e de apresentar queixas. Com o tempo essas consciências foram se dissociando e alterando a frequência com que apareciam e tendendo a uma maior ocorrência da segunda.
Dentre as alucinações de Anna, uma importante era a que ela via serpentes em seus cabelos e seus cordões. Quando isso ocorria a mesma tentava se convencer de que eram realmente seu cabelo e cordão, nos mostrando que haviam lapsos de lucidez. Entretanto, esses lapsos eram interferidos por mudanças de humor, angústias e alucinações, sinais da manifestação da segunda consciência.
Sobre o assunto da sonolência, ela apresentava um quadro de um sono demasiado durante a tarde, quando dormia por aproximadamente uma hora e quando acordava sempre fazia reclamações sobre algo que a atormentava, utilizando diversas vezes essa mesma palavra. Essa questão foi atrelada ao fato de que antes de adoecer, quando cuidava de seu pai, ela passava a noite agitada em função dele, deixando para tirar um cochilo na parte da tarde.
Já em relação à contratura muscular, nota-se que junto a ela apareceu uma dificuldade de comunicação da menina, que não conseguia falar de maneira gramaticalmente correta. Em função disso, ela chegou a ficar sem falar durante duas semanas, mesmo se esforçando para isso. Depois de um tempo ela recuperou a fala mas apenas em inglês, mostrando uma amnésia total.
Melhoras estavam se encaminhando nos sintomas até a morte de seu pai, que lhe criou um trauma. Após o óbito, Anna O. regrediu e apresentou novos sintomas como dificuldade em reconhecer as pessoas, compreender o alemão e se alimentar. Além disso, antigos sintomas como a sonolência persistiram ou até se agravaram. Foi possível notar também uma dependência muito grande da paciente com Breuer, como já mencionado, pois alguns de seus sintomas eram agravados quando ele se afastava, mesmo por um período breve. Dentre esses sintomas influenciados pode-se mencionar as alucinações, a angústia e a questão da alimentação. Anna começou, então, a apresentar impulsos suicidas.
Dado o contexto de problemas com a sonolência, Breuer substituiu o momento de sono noturno da paciente pelo estado hipnótico. Esse, por sua vez, fez-se extremamente importante no processo de observação, já que foi quando Anna expressou seus sentimentos, ideias e histórias vividas. A paciente nomeou esse momento de hipnose e relatos de “Talking cure”, ou seja, cura pela fala. Notou-se também que quando o terapeuta não a visitava o humor de Anna caminhava de volta ao estado no início do acompanhamento, de acordo com o tempo de ausência de hipnose.
Após um ano da morte de seu pai, a divisão da consciência de Anna O. estava cada vez mais segregada. Na parte do dia via-se majoritariamente a parte da consciência “normal” e para ela, era vivido no inverno de 1881.2, com algumas interrupções da outra consciência. Já na parte da noite via-se estritamente a segunda, vivida, por sua vez, no inverno de 1880.1. Breuer percebeu que essas mudanças eram espontâneas, porém, ao mostrar para a menina algo do momento ao que se queria estar, era possível manipulá-las.
Durante esse caso, Breuer percebeu que os sintomas podiam ser dissolvidos e eliminados através dos relatos, que traduzem os sentimentos e emoções da paciente. Sendo assim, ao analisar, percebeu que a maioria dos sintomas estavam ligados ao pai e ao período de cuidado que teve com ele. Dentre essas associações feitas, o terapeuta percebeu que Anna O. apresentava mais dificuldades ao relatar sobre lembranças do pai, já que tinha alucinações em que no lugar da imagem do pai ela via uma caveira. Ele chegou à conclusão, também, que a contração do braço era proveniente de uma alucinação em que a serpente tentava atacar o seu pai e ela tentava defendê-lo com o braço, que estava em formigamento.
Por meio do “talking cure”, Breuer conseguiu, então, associas os sintomas com os significados e assim, com o passar do tempo e através desse processo de falas, Anna O. se curou de seus problemas.
Nome: Letícia Martins
Resenha solicitada pela professora Eliane de Augustinis da matéria Teoria Psicanalítica do curso Psicologia da Universidade Veiga de Almeida.

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