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O Segredo dos Seus Olhos atual

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INTRODUÇÃO E TEORIA DO DIREITO
DOCENTE: ANDRÉ VITORINO ALENCAR BRAYNER
DISCENTE: DANIELLY DOS SANTOS SALDANHA DIÓGENES
RESENHA CRÍTICA: O SEGREDO DOS SEUS OLHOS
O PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇAO DA PENA E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
A LEI DE CRIMES HEDIONDOS VIOLA O PRINCIPIO DA INDIVIDUALIZAÇAO DA PENA?
 RESUMO
O filme ora comentado para a produção da resenha crítica foi O segredo dos seus olhos, narra um caso muito comum em nossa sociedade, que é o caso da impunidade, o sentimento de impotência diante dos fatos e da máquina estatal que trata de forma encontramos nas mais diversas camadas do nosso sistema político e judiciário. Podemos afirmar sem medo, que nossa ordem jurídica possui brechas claras, escancaradas que permitem que a impunidade ocorra a olhos nus. Em conversas, ouvimos histórias e mais histórias de absurdos produzidos todos os dias pela arbitrariedade de juízes, pela aplicação distorcida de leis cujo o texto é sofrível as injustiças, as impunidades de que somos testemunhas todos os dias trazem a tona os mais primitivos sentimentos, quer seja o ódio, o desejo de vingança, de matar. No filme, vemos no final uma tentativa de se fazer justiça com as próprias mãos, sendo pautada, na medida do possível, pelas regras que a sociedade impõe. Ao analisar ocaso em tela, percebo que não consigo achar a atitude do personagem incorreta, não consigo condená-la. Mesmo conhecendo o ordenamento e a letra fria da lei, não vejo como um juiz conseguiria condenar um homem vítima da maldade humana e que de forma espetacular conseguiu controlar o ímpeto natural de qualquer ser humano (que seria o de matar) para tentar fazer o que a Máquina estatal deveria ter feito. Sabemos que compactuar, aceitar a justiça sendo feita por cada um, admitir o direito de vingança seria retornarmos a era pré-histórica, seria jogarmos fora todo esforço até hoje empreendido pela sociedade para a criação de uma sociedade mais justa, para a civilização. Porém temos consciência que nenhum ordenamento é perfeito, que injustiças sempre ocorrerão, que por mais que se busque oferecer aos indivíduos a melhor prestação jurisdicional possível, tal desejo é apenas um desejo, pois sempre haverá aqueles que não receberão o que lhe era devido.
CONTEXTUALIZAÇÃO DO FILME
Esse é um filme sobre justiça. Os personagens são investigadores, promotores, juízes, assassinos e vítimas. Há varias justiças retratadas nele: a justiça da promotora formal e correta que exerce sua carreira dentro dos rigores da legalidade; a justiça dos investigador impetuoso que passa por cima das formalidades para alcançar resultados práticos, mas que no geral permanece fiel aos princípios do direito e a “justiça” sumaria dos caçadores de subversivos da ditadura Argentina. No final do filme somos apresentados a uma quarta “justiça”: aquela que é feita pelo cidadão com as próprias mãos. Além disso, o filme consegue ser uma história de amor frustrado que resiste ao tempo.
ANÁLISE DOS PRINCÍPIO.
 O processo de individualização da pena, conforme reconhece a doutrina, desenvolve-se em três momentos que se interligam e se complementam. O primeiro momento é o legislativo, também chamado de individualização legislativa: o legislador ao eleger uma conduta como crime deve observar a gravidade da mesma, de modo a estabelecer os patamares mínimo e máximo da sanção penal (pena abstrata).
 Sobre o assunto, explica Silva (2012, p. 144):
“[...] O legislador deve cominar aos delitos penas proporcionais, que sejam coerentes com a gravidade do injusto penal”.
 Ainda sobre a individualização legislativa, faz-se necessário esclarecer que, de início, o legislador faz uma seleção dos bens a serem tutelados e protegidos. Após, ocorre o processo de valoração, ou seja, de acordo com a importância dos bens protegidos, o legislador irá fixar uma pena correspondente. Quanto maior a importância do bem jurídico lesado, mais grave será a consequência penal. A vida humana merece uma proteção maior do que o patrimônio. Consequentemente, a sanção para quem pratica um homicídio será muito mais grave do que para aquele que comete um furto.
 Na individualização legislativa também se fixam regras para serem seguidas nas posteriores individualizações da pena. Assim, a lei estabelece o caminho que deve ser trilhado pelo juiz no momento da aplicação da pena ao caso concreto. A execução penal também encontra suas diretrizes na lei.
 O segundo momento é o da individualização judiciária. Segundo Luisi (1997, p. 37):
“[…] tendo presente as nuanças da espécie concreta e uma variedade de fatores que são especificamente previstos na lei penal, o juiz vai fixar qual das penas é aplicável, se previstas alternativamente, e acertar seu quantitativo entre o máximo e o mínimo fixado para cada tipo realizado, e inclusive determinar o modo de sua execução”.
 No momento em que o juiz cumpre o que consta no artigo 59 do Código Penal, individualizando a pena, ele fixa a exata proporção entre o crime e a sanção penal correspondente. Trata-se não só de um dever do Estado, no exercício de punir quem violar o ordenamento penal, mas também um direito do condenado, de saber com exatidão as razões porque lhe foi aplicada determinada pena.
 A motivação da sentença exerce, então, uma dupla função. Em primeiro lugar, protege o cidadão contra o arbítrio do juiz. Em segundo lugar, representa uma garantia para o Estado que deseja que sua vontade seja cumprida nos exatos termos em que foi determinada, propiciando, destarte, a correta administração da justiça.
 No Estado Democrático de Direito, a sanção penal tem finalidade, essencialmente, pública. Pela primeira vez em nosso ordenamento jurídico, foi enunciado, no artigo 59 do Código Penal, que a finalidade da sanção seria não só retribuir o mal causado, como também prevenir novas práticas criminosas.
 As regras básicas, que orientam a individualização judiciária, estão previstas no artigo 59 do Código Penal. Inicialmente, deve o juiz escolher a pena aplicável dentre as cominadas; após, deve determinar a quantidade da pena aplicável, dentro dos limites previstos; o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; a substituição da pena privativa de liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível
 A terceira fase de individualização da pena é a da execução, também chamada individualização executória. 
Segundo os ensinamentos de Nogueira (1993, p. 3):
“A execução é a mais importante fase do direito punitivo, pois de nada adianta a condenação sem que haja a execução da pena imposta. Daí o objetivo da execução penal, que é justamente tornar exequível ou efetiva a sentença criminal, que impôs ao condenado determinada sanção pelo crime praticado”.
 Existe na Constituição de 1988 uma série de preceitos que dispõe sobre a execução da pena. O inciso XLIX do artigo 5°, por exemplo, dispõe: “é assegurado aos presos o respeito à sua integridade física e mental”. O inciso XLVIII do mesmo artigo, por sua vez, prevê que “a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, da idade e o sexo do apenado”. No inciso L, do mesmo dispositivo legal, vem estabelecido que “às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.”
 O artigo 37 do Código Penal vem disposto da seguinte forma: “As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes a sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste capítulo.” E o artigo 38 do Código Penal reza: “O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.”
 Vê-se, assim, que o preso conserva todos os direitos não alcançados pela condenação. Convém, todavia, lembrar que, pelo artigo 15, inciso III da CF/88, o condenado tem suspensos os seusdireitos políticos, enquanto durar os efeitos da condenação criminal irrecorrível.
A Lei de Execução Penal estabelece, em seu artigo 41, alguns Direitos do preso:
“Constituem Direitos do preso: I- alimentação suficiente e vestuário; II- atribuição de trabalho e sua remuneração; III- previdência social; IV- constituição de pecúlio; V- proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI- exercício de atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII- assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII- proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX- entrevista pessoal e reservada com o advogado; X- visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI- chamamento nominal; XII- igualdade de tratamento salvo exigências da individualização da pena; XIII- audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV- representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV- contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.”
Apresentados alguns dos vários benefícios concedidos ao preso, quando do cumprimento da sanção penal, imperioso se faz trazer à lume a questão do regime inicial para cumprimento de pena pela prática de crimes hediondos e equiparados. 
Inicialmente, os condenados pela prática de crimes hediondos e equiparados tinham de cumprir a pena em regime integralmente fechado, não sendo permitida a progressão. Porém, depois do julgamento do HC 82959/06, tal situação mudou: a imposição de regime integralmente fechado, para autores de crimes hediondos e equiparados, foi considerada inconstitucional, o que motivou a criação e promulgação da Lei 11.464/07.
Com tal lei, a progressão de regime para quem comete crimes hediondos e equiparados passou a ser permitida. Persistindo, ainda, no entanto, divergências quanto à constitucionalidade do dispositivo que prevê o cumprimento de pena em regime inicialmente fechado: questiona-se se o princípio da individualização da pena não estaria sendo violado, posto que se estaria determinando o regime inicial fechado, impossibilitando valoração e escolha de outro regime.
RESULTADOS
Como visto, o princípio da individualização da pena se desdobra em três momentos distintos, todavia, interligados. O primeiro diz respeito à individualização legislativa, o segundo à individualização judiciária, o terceiro, e último, à individualização da execução da pena.
Na individualização legislativa, o legislador escolhe as condutas mais gravosas para tipificar como crime, estabelecendo, ainda, a pena abstrata do mesmo.
Na individualização judiciária, o juiz aplica a pena abstrata ao caso concreto, perpassando, no sistema atual, por três fases.
Na individualização executória, o juiz da execução penal observa os benefícios a que os presos têm direito, concedendo-os quando devidos.
Importa observar que, independentemente da etapa da individualização que se estiver a realizar, o princípio da individualização da pena consagra a isonomia material, isso porque ele atribui tratamento diverso a indivíduos que se encontram em situações distintas, primando, assim, pela efetivação da Justiça e pelo respeito às garantias constitucionais.
CONCLUSÃO
A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. O constituinte expressamente elencou três infrações penais como hediondas: tráfico, tortura e terrorismo, determinando que outros crimes fossem considerados hediondos pela lei, dando a todos esses crimes tratamento jurídico rigoroso. A própria Constituição se encarregou de vedar alguns benefícios penais e processuais penais: a fiança, a graça e a anistia, cabendo ao legislador infraconstitucional estabelecer outras hipóteses de rigidez e recrudescimento em matéria penal e processual penal, aos crimes considerados hediondos. Todavia, nos últimos anos, a interpretação judicial, sobretudo dos Tribunais Superiores, vem glosando – algumas vezes de forma acerta, outras não - inúmeros dos artigos da Lei dos Crimes Hediondo s, sob a pecha da inconstitucionalidade, retalhando sua aplicação e inviabilizando seu emprego, que tem como fim, a severidade de tratamento jurídico aos crimes mais graves do ordenamento jurídico brasileiro. É disso que se tratará adiante.

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