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Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I 2. OS GURUS DA QUALIDADE A seguir tem-se um quadro que representa de forma geral as Eras da Qualidade e suas características. Tais eras foram definidas por algumas correntes de pensamento oriundas dos chamados “Gurus da Qualidade”. Identificação das Características Inspeção Controle Estatístico da Qualidade Garantia da Qualidade Gerenciamento Estratégico da Qualidade Preocupação Básica Verificação Controle Coordenação Impacto Estratégico Visão da Qualidade Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido mas que seja enfrentado coletivamente Uma oportunidade de concorrência Ênfase Uniformidade do produto Uniformidade do produto com menos inspeção Toda cadeia de produção desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais, especialmente um projetista para impedir falhas de qualidade As necessidades de mercado e do consumidor Métodos Instrumento de medição Instrumentos e técnicas de estatísticas Programas e sistemas Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e a mobilização da organização Papel dos Profissionais Inspeção, classificação, contagem e avaliação Solução de problemas e ampliação de métodos de solução Mensuração da qualidade, planejamento da qualidade e projeto de programas Estabelecimento de objetivos, educação e treinamento, trabalho consultivo, com outros departamentos e delineamento de programas Responsáveis Departamento de inspeção Os departamentos de produção e engenharia Todos os departamentos, embora a alta gerência só se envolva perifericamente com o projeto e execução das políticas de qualidade Todos na empresa, com a alta gerência exercendo forte liderança Orientação Inspeciona a qualidade Controla a qualidade Constrói a qualidade Gerencia a qualidade 2.1. OS GRANDES “GURUS” DA QUALIDADE 2.1.1. Walter Andrew Shewhart Foi um físico, engenheiro e estatístico norte-americano, conhecido como o pai do “Controle Estatístico de Qualidade” (CEP). Foi consultor de várias organizações entre elas o departamento de guerra norte- americano, as nações unidas e o governo indiano. Ele também lecionou nas universidades de Harvard, Rutgers e Princeton. A contribuição mais importante de Shewhart tanto para a Estatística quanto para a indústria foi o desenvolvimento do Controle Estatístico de Qualidade. A ideia era incorporar o uso de variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas. Observação: O Ciclo PDCA foi criado por Shewhart, mas foi difundido por Deming. Shewhart também leva na bagagem o título de “pai do Controle Estatístico de Processos.” Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I O Controle Estatístico de Processos O controle estatístico do processo é um sistema de inspeção por amostragem, operando ao longo do processo, com o objetivo de verificar a presença de causas especiais, ou seja, causas que não são naturais ao processo e que podem prejudicar a qualidade do produto manufaturado. Uma vez identificadas as causas especiais, pode-se atuar sobre elas, melhorando continuamente os processos de produção e, por conseguinte, a qualidade do produto final. Uma das principais ferramentas do Controle Estatístico de Processos é o Gráfico de Controle. Figura 1 - Exemplo de Gráfico de Controle X_bar Observação: o gráfico ou carta de controle torna mais visual e simples o monitoramento de processos por meio de inspeções amostrais. Figura 2 - Monitoramento da Média e da Dispersão de Processos por Amostragem 2.1.2. William Edwards Deming (1900-1993) Nasceu nos EUA em 1900, formou-se em engenharia elétrica com doutorado em matemática e física Segundo ele, o aprimoramento dos processos se dá através da melhoria contínua, cujo principal instrumento é o ciclo PDCA. Deming através de sua experiência obtida junto as empresas com as quais trabalhou percebeu que a melhoria continua que procurava (também chamada de kaizen) poderia ser obtida através do ciclo PDCA. O Ciclo PDCA O Ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade que facilita a tomada de decisões visando garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência dos sobrevivência dos estabelecimentos e, embora simples, representa um a estabelecimentos e, embora simples, representa um avanço sem limite, embora simples, representa um avanço sem limite avanço sem limites para o s para o planejamento eficaz. A sigla é formada pelas iniciais: Figura 3 - O Ciclo PDCA para a Melhoria Contínua Plan – Planejar – estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os requisitos e políticas pré-determinados. Do – Fazer, executar – implementar as ações necessárias. Check – Checar, verificar – monitorar e medir os processos e produtos em relação às políticas, aos objetivos e aos requisitos estabelecidos e relatar os resultados. Act – Agir – executar ações para promover continuamente a melhoria dos processos. Os 14 Princípios de Deming 1º princípio: Estabeleça constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego; 2º princípio: Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica. A administração ocidental deve acordar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança no processo de transformação; 3º princípio: Deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio; http://lucapilolli.files.wordpress.com/2009/10/deming.jpg Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I 4º princípio: Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Ao invés disto, minimize o custo total. Desenvolva um único fornecedor para cada item, num relacionamento de longo prazo fundamentado na lealdade e na confiança; 5º princípio: Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, conseqüentemente, reduzir de forma sistemática os custos; 6º princípio: Institua treinamento no local de trabalho; 7º princípio: Institua liderança. O objetivo da chefia deve ser o de ajudar as pessoas e as máquinas e dispositivos a executarem um trabalho melhor. A chefia administrativa está necessitando de uma revisão geral, tanto quanto a chefia dos trabalhadores de produção; 8º princípio: Elimine o medo, de tal forma que todos trabalhem de modo eficaz para a empresa; 9º princípio: Elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em pesquisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo a preverem problemas de produção e de utilização do produto ou serviço; 10º princípio: Elimine lemas, exortações e metas para a mão-de-obra que exijam nível zero de falhas e estabeleçam novos níveis produtividade. Tais exortações apenas geram inimizades, visto que o grosso das causas da baixa qualidade e da baixa produtividade encontram-se no sistema, estando, portanto, fora do alcance dos trabalhadores; 11º princípio: Elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-os pela liderança; elimine o processo de administração por objetivos. Elimine o processo de administração por cifras, por objetivos numéricos. Substitua-os pela administração por processos através do exemplo de líderes; 12º princípio: Remova as barreiras que privam o operário horista de seu direito de orgulhar-se de seu desempenho. A responsabilidade dos chefes deve ser mudadade números absolutos para a qualidade; remova as barreiras que privam as pessoas da administração e da engenharia de seu direito de orgulharem-se de seu desempenho. Isto significa a abolição da avaliação anual de desempenho ou de mérito, bem como da administração por objetivos 13º princípio: Institua um forte programa de educação e auto-aprimoramento. 14º princípio: Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. A transformação é da competência de todo mundo. 2.1.3. Joseph Moses Juran (1904-2008) Nasceu na Romênia em 1904, formado em Engenharia e Direito, considerava o envolvimento da alta administração e dos funcionários fundamental para a qualidade. Implementou a Administração Estratégica da Qualidade. A Trilogia de Juran Segundo Juran, o gerenciamento para a qualidade é feito pelo uso de 3 processos: Planejamento da qualidade, Controle da qualidade e Melhoramento da qualidade. Figura 4 - A Trilogia de Juran As 11 ações de Juran Defendia o uso 11 ações para a qualidade: 1. Criar um comitê da Qualidade 2. Estabelecer a Política da Qualidade 3. Estabelecer objetivos da Qualidade 4. Prover os recursos, a motivação e o treinamento para: diagnosticar as causas 5. Estimular o estabelecimento de ações corretivas Planejamento da Quaiidade Controle da Qualidade Melhoria da Qualidade http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.oficinadanet.com.br/imagens/conteudos/167/pessoas/juran.gif&imgrefurl=http://www.oficinadanet.com.br/artigo/944/os_gurus_da_qualidade&usg=__MDvFZCiVZOv9rPoqRETL5r6850c=&h=111&w=111&sz=4&hl=pt-BR&start=1&um=1&itbs=1&tbnid=nVOKNkK157WzZM:&tbnh=86&tbnw=86&prev=/images?q=Juran&um=1&hl=pt-BR&tbs=isch:1 Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I 6. Estabelecer controles para manter as melhorias alcançadas; 7. Fornecer treinamento orientado à resolução de problemas; 8. Estabelecer um sistema de informações que mantenha todos atualizados sobre o andamento da Qualidade; 9.Definir um coordenador da Qualidade; 10.Qualificar ou contratar pessoal para assessorar e apoiar o programa de Qualidade; 11.Fazer uso de auditorias para verificar os resultados do sistema. “Qualidade é a adequação ao uso.” J. M. Juran 2.1.4. Philip Bayard Crosby (1926-2001) Nasceu nos EUA em 1926, formou- se em Engenharia e tornou-se consultor. Entre suas principais ideias, destacam-se (4 Absolutos da Qualidade): A prevenção deve ser a linha de conduta generalizada. Os custos de qualidade servem como ferramenta de gestão para avaliar e atribuir recursos. O padrão “zero defeitos” deve ser a filosofia de trabalho. A conformidade com as especificações deve ser a linguagem padronizada em relação ao nível de qualidade que se pretende obter. Os 14 Princípios de Crosby Considera 14 pontos prioritários para a qualidade 1. Comprometimento da alta direção através da elaboração da política de Qualidade e dos objetivos da empresa 2. Criação de equipes de melhoria tendo os gerentes como coordenadores 3. Medição dos resultados 4. Avaliação dos custos da Qualidade 5. Comunicação dos resultados a todos na empresa 6. Identificação dos problemas em conjunto 7. Divulgação do programa através de um comitê informal 8. Treinamento da gerência e dos supervisores 9. “Dia do Zero Defeito” – divulgação de resultados 10. Estabelecimento de objetivos a serem seguidos 11. Consulta aos empregados sobre a origem dos problemas 12. Recompensa pelos objetivos obtidos 13. Criação de conselhos de Qualidade; e 14. Ciclo completo, começar tudo de novo. Os 6C de Crosby Os 6C são respectivamente: Compreensão Competência Compromisso Comunicação Correção Continuidade “Qualidade significa conformidade com as especificações.” Phillip B. Crosby 2.1.5. Armand Vallin Feigenbaum (1922) Nasceu nos EUA em 1922, e foi um Expert em Qualidade da GE (General Eletric) de Nova York; Primeiro a tratar a qualidade sistemicamente formulando o sistema de Controle Total da Qualidade (TQC-1951). O conceito de TQC criado por ele prevê um processo multidepartamental centrado no gerenciamento de: 1. políticas de Qualidade; 2. padrões; 3. avaliação e conformidade dos padrões; 4. ação corretiva; e 5. planejamento de melhorias baseadas em ações e decisões O Controle da Qualidade Total O próprio Feigenbaum define o TQC como: “Um sistema eficaz para integrar os esforços de desenvolvimento, manutenção e de melhoria da qualidade dos vários grupos em uma organização, de modo a permitir produtos e serviços com níveis mais econômicos que permitam a plena satisfação do cliente.” Desta maneira, pode-se perceber que o TQC une características das Eras anteriores e aumenta o nível de comprometimento não só das equipes como também e principalmente da alta administração. http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/images/stories/Imagens/Philip Crosby 2.jpg http://www.ameinfo.com/images/news/4/37444-ArmandValFeigenbaum.jpg Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I “Qualidade é um conjunto de características do produto – tanto de engenharia, como de fabricação – que determinam o grau de satisfação que proporcionam ao consumidor durante o seu uso.” A. V. Feigenbaum 2.1.6. Kaoru Ishikawa (1915-1989) Nasceu no Japão em 1913, formou-se em química, doutorando-se posteriormente. Muito conhecido pela criação de uma ferramenta que entre vários nomes recebe o nome de “Diagrama de Ishikawa” em homenagem ao seu idealizador. Trata-se de uma ferramenta de simples implementação e entendimento capaz de relacionar as possíveis causas para um efeito (problema) encontrado. Círculo de Controle da Qualidade (CCQ) O conceito de Círculos de Controle de Qualidade (CCQ) teve origem no Japão, em 1962, no período pós-guerra e costuma ser relacionado à má qualidade dos produtos japoneses daquela época. Em 1963 expandiu-se no Japão e em outros países, chegando ao Brasil em 1971, pelas organizações Johnson & Johnson, Volkswagen e Embraer. Mas somente em 1990, com a chegada do conceito de Controle Total de Qualidade, o CCQ foi se tornando uma prática nas empresas brasileiras. Figura 5 - Os CCQs são Imprescindíveis para a Implantação da Qualidade em Nível Operacional O CCQ é formado por um grupo de pessoas que pertencem ao nível operacional, com o objetivo de propor modificações naquilo que precisa ser melhorado ou solucionado. É uma atividade de grupos voluntários, composta de preferencialmente, no mínimo três participantes e no máximo sete, que fazem parte de um mesmo setor. As 7 Ferramentas Clássicas da Qualidade Difundiu as sete ferramentas da qualidade em utilização até hoje nas organizações: Lista de Verificação Estratificação Gráfico de Pareto Diagrama de Causa e Efeito Gráfico de Dispersão Histograma Gráficos/Cartas de Controle Figura 6 - As 7 Ferramentas Clássicas da Qualidade Aplicadas de Forma Sistêmica Qualidade como um Sistema Ishikawa compila vários trabalhos sobre qualidade dando a ela uma abordagem mais humanística, através dos seguintes pontos: 1. Participação de todos os empregados da empresa; 2. Ênfase no ensino e no treinamento; 3. Atividades realizadas em pequenos grupos 4. Auditorias permanentes; 5. Aplicação de métodos estatísticos; e 6. Filosofia de respeito aos valores humanos e participação gerencial plena. “Qualidade é igual à qualidade do serviço, do trabalho, da informação, do processo, do operário, do engenheiro, do administrador, das pessoas, do sistema, da própria empresa, da sua diretriz, de preços...” Kaoru Ishikawa Lista de Verificação Estratificação Gráfico de Pareto Diagrama de Causa e Efeito Gráfico deDispersão Histograma Gráfico de Controle Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I 2.1.7. Genichi Taguchi (1924) Nasceu no Japão em 1924, formou-se em Engenharia e estatística, doutorando-se 1962. Focou no projeto e não na produção, área que batizou de qualidade off-line. A única forma de satisfazer um cliente era criar um produto de qualidade robusta Função de Perda de Taguchi Genichi Taguchi, recentemente popularizou sua metodologia da qualidade com o conceito da função perda, focalizando o impacto da variação da qualidade. Ele tem retratado a ideia de que a variação do alvo desejado acarreta perdas para a sociedade. Apesar de ser uma ferramenta passiva, na medida que ela sozinha não proporciona melhorias no processo, está começando a promover mais efeitos nos produtos do que qualquer outro conceito ou método individual apresentado. Figura 7 - Função de Perda de Taguchi “Qualidade é a diminuição das perdas geradas por um produto, desde a produção até seu uso pelos clientes.” Genichi Taguchi 2.1.8. Shigeo Shingo (1909-1990) Juntamente com Taiichi Ohno, teve papel importante no desenvolvimento do STP (Sistema Toyota de Produção. O principal enfoque era a eliminação de desperdícios oriundas dos processos. Os 8 Desperdícios do Lean Manufacturing Espera Defeito Transporte Movimentação Estoque Superprodução Processamento Desnecessário Desperdício Intelectual SMED (Single Minute Exchange of Die) A Troca Rápida de Ferramentas (traduzindo para o português), reduz o tempo de setups em máquinas. Figura 8 - Pit-Stop é um Exemplo de como o SMED Gera Ganhos Quando Aplicado Corretamente Poka Yoke Sistema “A Prova de Erros”. Figura 9 - Cada Plugue Tem seu Cabo e cada Cabo Tem seu Plugue. “Há quatro propósitos para melhoria: mais fácil, melhor, mais rápido e mais barato. Estes quatro objetivos aparecem por ordem de prioridade.” Shigeo Shingo Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I 2.1.9. David Alan Garvin (1952-2017) David A. Garvin é um dos mais recentes gurus da Qualidade. Ph.D. em economia pelo M.I.T., foi professor de Administração Empresarial em Harvard, inspetor do Prêmio de Qualidade Malcolm Baldrige e serviu na Comissão de Estudos Industriais do Conselho de Pesquisa Nacional (EUA). Além disso, tudo, também foi consultor de grandes empresas no mundo. As 4 Eras da Qualidade Foi o primeiro a definir de forma clara a evolução da qualidade, separando-a em “Eras da Qualidade”: 1. Inspeção 2. Controle Estatístico 3. Garantia da Qualidade 4. Gestão Estratégica da Qualidade As 5 Abordagens da Qualidade Apresentou os pontos de vista pelos quais a qualidade pode ser entendida. 1. Transcedental 2. Centrada no Produto 3. Centrada no Valor 4. Centrada na Fabricação 5. Centrada no Cliente As 8 Dimensões da Qualidade Por fim, concluiu que os produtos/serviços em geral possuem dimensões (ou variáveis) que são levadas em conta para que se possa aferir sua qualidade. 1. Desempenho 2. Características 3. Confiabilidade 4. Conformidade 5. Durabilidade 6. Atendimento 7. Estética 8. Qualidade Percebida 2.2. DESENVOLVEDORES DA QUALIDADE NO BRASIL 2.2.1. Edson Pacheco Paladini É, hoje, no Brasil, um dos grandes pensadores da Qualidade. Identifica um novo modelo de Gestão da Qualidade, o TQM (Total Quality Management) através dos pontos seguintes: 1. A missão de cada área da empresa é contribuir decisivamente para o alcance dos objetivos da organização em sua totalidade 2. A estrutura de operações é interativa; 3. A missão de cada recurso humano da empresa é contribuir decisivamente para o alcance dos objetivos de toda a organização 4. O projeto de produto e serviços é estruturado com base em necessidades de clientes e consumidores 5. A estratégia da organização prioriza oportunidades para atuação no mercado. 6. O planejamento estratégico deve priorizar a eliminação de fontes de inadequação do processo ao uso 7. A qualidade é construída pela prevenção dos defeitos, em ações de resultados consistentes 8. Os controles são fixados em função do planejamento. 9. Quem determina a qualidade são os clientes 2.2.2. Vicente Falconi Campos O único brasileiro escolhido como uma das "21 vozes do século XXI" pela American Society for Quality (ASQ). É autor do livro TQC no estilo japonês. Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I 11 princípios para a qualidade total 1. Orientação pelo cliente 2. Qualidade em primeiro lugar 3. Ação orientada por prioridades 4. Ação orientada por fatos e dados: 5. Controle de processos 6. Controle de dispersão 7. Próximo processo é seu cliente 8. Controle a montante 9. Ação de bloqueio 10. Respeito pelo empregado como ser humano 11. Comprometimento da alta direção Segundo Campos (1999) “Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo ás necessidades do cliente.. Qualidade é projeto perfeito, sem defeitos, baixo custo, segurança do cliente, entrega no prazo certo no local certo e na quantidade certa.” 2.3. VISÃO ORIENTAL vs VISÃO OCIDENTAL 2.3.1. Características Gerais Para fins de comparação, é importante observar as diferenças físicas, políticas, econômicas e culturais entre o Japão e os Estados Unidos, os principais desenvolvedores da qualidade ao longo da história. Quadro 1 - Comparação Ente Japão e E.U.A. Japão E.U.A. L o c a li z a ç ã o Costa oriental do continente asiático. Região de grande atividade vulcânica e tectônica. A primeira resulta em fontes termais próprias para banhos medicinais, enquanto a segunda é responsável pelos terremotos. O Mar do Japão separa o arquipélago do continente asiático. O território dos Estados Unidos limita-se ao norte, com o Canadá; ao sul, com o México; a oeste, com o oceano Pacífico; e a leste, com o oceano Atlântico. Á re a É formado por quatro ilhas principais (Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu) e cerca de 3.000 ilhas menores. O território total consiste em 378.000 km 2 , sendo que mais da metade é coberto por florestas e montanhas. O ponto mais alto é o monte Fuji e, o mais baixo está ao nível do mar. Possui uma área de 9.363.488 km 2 , constituídos por 50 Estados. Destes 50 Estados, 2 são respectivamente o Hawaii e o Alaska, que foram anexados posteriormente. C li m a As quatro estações são bem definidas, mas o clima tem suas variações. Nas cidades principais, o inverno costuma ser moderado e o verão quente e úmido. Tempestades de neve costumam atacar as ilhas do norte durante o inverno, enquanto, nas proximidades de Okinawa (bem ao norte), a temperatura varia em torno dos 16ºC. O início do verão é propício a chuvas. O seu tamanho faz com que o país apresente uma grande variedade de climas, entre os principais: subtropical, polar, mediterrâneo e temperado. P o lí ti c a A atual capital japonesa é Tokyo e se encontra na ilha de Honshu. Sua estrutura política consiste em 8 regiões e 47 Estados. A forma de governo nos dias atuais é a Monarquia Parlamentarista. A capital norte- americana é Washington e seu modelo de política é o democrático. Os E.U.A. são a federação mais antiga do mundo. P o p u la ç ã o 127 milhões de habitantes. Onde 70% da população habita regiões urbanas. O país é o terceiro mais populoso do mundo, superado somente pela China (1,3 bilhão) e Índia (1,1 bilhão). A população estadunidense é de aproximadamente 314,6 milhões de habitantes. E d u c a ç ã o Índice de analfabetismode 0,2%. Escola pública de qualidade, onde os materiais são gratuitos e o aluno estuda na escola mais próxima de sua residência Índice de analfabetismo de 1,0%. O sistema de ensino está baseado em três níveis: Elementary School Middle School High School Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I Usa tanto de recursos públicos quanto privados. S a ú d e Possui a maior expectativa de vida do mundo: mulheres (85,3 anos) homens (78,4 anos) Está entre as maiores expectativas de vida do mundo: mulheres (81,2 anos) homens (76,3 anos) Pelo comparativo, pode-se observar as diferenças entre os países e o porque desses possuírem diferentes correntes de pensamento. 2.3.2. Visão de Gestão Figura 10 - Diferença de Foco no Planejamento (Coelho VS Tartaruga) Visão Ocidental de Equipe O resultado final é igual à soma dos desempenhos individuais. Figura 11 - Equipe Jamaicana de Atletismo no Revezamento 4x100 Alguns questionamentos: Como são feitos os treinamentos? Como o desempenho individual pode impactar no resultado final? Quanto ao planejamento para a competição é feito em curto, médio ou longo prazo? Figura 12 - A Passagem do Bastão Observação: cada um faz a sua parte (individualmente) e depois “passa o bastão” para o próximo. Visão Oriental de Equipe O resultado final é melhor que a soma dos desempenhos individuais. (Sinergia) Figura 13 - Um Time de Futebol Precisa Ter Entrosamento e Senso de Coletividade. Alguns questionamentos: Como são feitos os treinamentos? Como o desempenho individual pode impactar no resultado final? Quanto ao planejamento para a competição é feito em curto, médio ou longo prazo? Profº Túlio de Almeida Controle de Qualidade I Figura 14 - O Planejamento, a Tática Também é Importante. Observação: a interação entre a equipe faz com que as qualidades individuais sejam potencializadas. Logo, se houver uma queda no rendimento de um indivíduo, o grupo é capaz de compensar. Figura 15 - Suponha que a Equipe tenha que Funcionar com um Membro a Menos . Com isso surge uma pergunta: COMO A QUALIDADE PODE SER ENXERGADA EM CADA PERSPECTIVA? 2.4. BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS [1] RIBEIRO, José Luís Duarte & TEN CATEN, Carla Schwengber. Controle Estatístico do Processo. Série Monográfica Qualidade. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Engenharia. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2012. [2] DEMING, William Edwards. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. [3] JURAN, Joseph Moses & GODFRAY, A. Blanton. Juran’s Quality Handbook. 5th Edition. New York: McGraw Hill, 2008. [4] FEIGENBAUM, Armand Vallin. Total Quality Control. New York: McGraw-Hill, 1991. [5] CROSBY, Phillip Bayard. Quality is Free – The Art of Making Quality Certain. New York: New American Library, 1980. [6] ISHIKAWA, Kaoru. Introduction to Quality Control. [7] GARVIN, David. Gerenciando a Qualidade. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992 [8] CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualidade Total no Estilo Japonês, INDG TECS. Belo Horizonte, 1999. [9] PALADINI, Edson Pacheco, Gestão da Qualidade, 2º ed. Ed. Atlas, São Paulo, 2009. [10] OLIVEIRA, Otávio José. Curso Básico de Gestão da Qualidade. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
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