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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense Câmpus Ji-Paraná GUILHERME MALINOWSKY, KAYKY FERREIRA, LUIZ FRANCISCO, PATRÍCIA REIS, VINÍCIOS ALBUQUERQUE, THAMIRIS MARIA ELEMENTOS DO DESEMPENHO ESPORTIVO E A PETECA Ji-Paraná 2019 ELEMENTOS DO DESEMPENHO ESPORTIVO E A PETECA Autor(es): Guilherme Malinowski, Kayky Ferreira, Luiz Francisco, Patrícia Reis, Vinícios Albuquerque e Thamiris Maria Professor Orientador: Fabrício Gurkewicz Ferreira RESUMO O presente artigo tem como objetivo mostrar os conceitos dos elementos do desempenho esportivo propostos por Fernando Jaime González e Valter Bracht. Para que se tenha uma maior compreensão destes elementos, iremos relaciona- los ao esporte peteca. Visa também, a participação de alunos que não possuem tanta afinidade com aulas de Educação Física, mostrando que a peteca pode ser uma boa opção ao dar exemplos de esportes com rede divisória ou parede de rebote por ser, além de um esporte, uma atividade recreativa que pode ser aprendida facilmente e jogada com boas doses de descontração. Palavras-Chave: Educação Física; Peteca; Esporte. INTRODUÇÃO A disciplina Educação Física é, por várias vezes, pouco valorizada no currículo escolar e muitos alunos acabam não atribuindo à esta disciplina, a importância que ela tem na formação do indivíduo não apenas em questões relacionadas à promoção de um estilo de vida mais saudável e equilibrado fisicamente, mas também relacionadas à formação moral do aluno. Segundo Araújo e Santos (2009), a Educação Física tem um papel de muita importância na formação de valores do aluno, devido a situações que acontecem na aula, mas se o professor não tiver autonomia e atitudes que possam trabalhar essas características a disciplina passa a perder seu significado. É de grande importância ressaltar nas aulas de Ed. Física os fatores essenciais para formação do educando, como socialização, respeito, caráter, dignidade, solidariedade, mantendo assim uma boa relação aluno professor, onde haja uma troca de conhecimento, podendo ser contextualizada, proporcionando a integração escolar. Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal, reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva, conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente o que a sociedade impõe, reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma. (SANTOS, et.al, 2016). No Ensino Fundamental, as aulas de Educação Física podem ser as mais esperadas da semana, porém no Ensino Médio os jovens já não têm mais a mesma empolgação de quando eram crianças. Deixá-los cientes da importância que carrega esta disciplina, trazê-los para este debate e tentar entender e adaptar as aulas de acordo com individualidades de cada um, é o caminho para torná-los mais participativos e conscientes. ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA OU PAREDE DE REBOTE A peteca é classificada como um dos esportes com rede divisória ou parede de rebote que, segundo González e Bracht, são aquelas modalidades nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca em direção à quadra adversária (sobre a rede ou contra uma parede) de tal forma que o rival não consiga devolvê-la, ou a devolva fora de nosso campo ou pelo menos tenha dificuldades para devolvê-la. Outros exemplos de esportes com rede divisória ou parede de rebote são: badminton, voleibol, vôlei de praia, tênis, pádel, sepaktakraw, ringo, ringtennis, pelota basca, raquetebol e squash (sendo os três últimos com parede de rebote e o restante com rede divisória). Uma característica comum desses esportes é que sempre se joga interceptando (defesa) a trajetória da bola ou da peteca ao mesmo tempo em que se tenta jogá-la para o lado do adversário (ataque). No caso do Capítulo 2: O que ensinar 25 tênis, badminton, peteca, pelota basca, raquetebol, o vaivém da bola ou da peteca é direto (alternado direto). Já no voleibol, punhobol, vôlei de praia e sepaktakraw tanto dá para devolver a bola direto quanto dá para fazer passes entre os companheiros de uma mesma equipe antes de mandar a bola para o outro lado de quadra (alternado indireto). Na defesa, a ideia é ocupar os espaços da melhor forma possível para receber bem a bola ou a peteca e devolvê-la de um jeito que dificulte a ação dos adversários. (González e Bracht, 2012, p.26) UM POUCO DE HISTÓRIA Podemos dizer que a peteca é uma criação estritamente brasileira. Antes mesmo dos portugueses virem para o Brasil, os indígenas já praticavam a peteca como uma forma de recreação, sem intuito competitivo, acompanhada por danças e canções e também para obter aquecimento corporal, principalmente durante o inverno. Consequentemente a peteca foi culturalmente passada de geração para geração, espalhando-se por todo o território brasileiro. Na V Olimpíada, realizada na Antuérpia, capital da Bélgica, no ano de 1920, o Brasil fez sua primeira participação e os atletas brasileiros jogavam peteca nos momentos de aquecimento, o que chamou a atenção de técnicos e atletas de outros países que ficaram curiosos a respeito da atividade nunca vista antes pelos mesmos, querendo saber sobre seu funcionamento e regras. Entretanto, como a peteca era vista e praticada apenas como uma recreação, ela ainda não possuía regras. Revela-nos o registro da época, que o Dr. José Maria Castelo Branco, chefe da Delegação Brasileira, viu-se, momentaneamente, embaraçado pelos insistentes pedidos de regras formulados por técnicos e atletas finlandeses que, evidentemente, demonstravam interesse pela nova atividade desportiva. Coube a Minas Gerais a primazia de dar-lhe sentido competitivo, realizando jogos internos nos clubes pioneiros de Belo Horizonte. (PEDROSA, 2015.). Foi só em 1973, que as regras de peteca foram surgir, dando margem para a criação da Federação Mineira de Peteca (FEMPE) em 1975. E mais tarde ainda, foi apenas em 1985 que a peteca foi oficialmente reconhecida como esporte pelo Conselho Nacional de Desporto – CND, no dia 17 de agosto, em Brasília. O primeiro campeonato de peteca foi realizado em 1987, um ano depois da Confederação Brasileira de Desportos Terrestres (CBDT) ter nomeado o desportista Walter José dos Santos, para dirigir seu Departamento de Peteca. Depois disso a Secretaria de Educação Física e Desporto do MEC fez uma ampla divulgação, trazendo ao esporte uma grande popularidade que o fez se espalhar para diversos cantos do Brasil, como Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rondônia. FUNCIONAMENTO DA PRÁTICA A peteca se assemelha ao vôlei e ao badminton pelo fato de ser jogada, assim como estes, em um campo com uma rede divisória. O nome peteca é de origem Tupi e significa “Tapear” (golpear com as mãos). Este é o nome dado tanto ao esporte quanto ao artefato utilizado em sua prática que, no início era feito de penas de pássaros com uma base de areia, mas hoje é feito com penas sintéticas (ou de pato) e com uma base de borracha. A peteca é o principal elemento do jogo e como o próprio nome já diz: é “golpeada com as mãos”. O jogo é iniciado quando o atleta da equipe que venceu o sorteio de quadra ou posse da peteca decide pela posse da mesma e executa o saque com a autorização do árbitro. O saque é executado comuma das mãos e consiste em enviar a peteca por cima da rede em direção ao campo adversário. A peteca deverá ser sempre batida com uma das mãos e cada equipe tocará na mesma somente uma vez, devolvendo-a para o campo adversário (CBP, 2006). A equipe fará o ponto quando de posse do saque, conseguir, sem cometer falta, dentro de 30 segundos (tempo de ataque), fazer com que a Peteca toque dentro do campo adversário, ou então, o adversário não conseguir devolver a peteca, ou cometer alguma falta. Importante: essa regra vale para os dois primeiros sets disputados. A equipe atacante perderá a vantagem, passando o ataque para o adversário quando: não conseguir, em 30 segundos, fazer o ponto ou cometer falta durante o rally ou não, que são as faltas disciplinares (CBP, 2006). As partidas de peteca são disputadas em melhor de dois sets vencedores sendo: dois sets de 12 pontos com vantagem, e um set no sistema tié-brek (sem vantagem) caso haja o empate em um set para cada equipe (CBP,2006). Nos dois primeiros sets, vence a equipe que em 16 minutos cronometrado, conseguir fazer 12 pontos e/ou uma vantagem de dois pontos, (Ex. 12 a 10; 8 a 6). Caso o empate aconteça em 11, a partida se definirá no ponto extra e quem consegui-lo, vencerá o set. (Exemplo 12 x 11). REGRAS DA PETECA Como já falado neste artigo, a peteca surgiu como uma prática recreativa e permaneceu durante um bom tempo, por isso não possuía regras. Porém, atualmente ela é considerada um esporte e são realizados até campeonatos nacionais de peteca no Brasil. E é claro que nessa modalidade, assim como em qualquer outra, existem regras para a sua prática e funcionamento. Segue abaixo a lista das regras oficiais de peteca conforme consta no site da Confederação Brasileira de Peteca – CBP: Regra nº 1.0 – Da quadra, suas dimensões e equipamentos 1.1 – A quadra tem a dimensão de 15 metros por 7,50 metros para o jogo de duplas e de 15 metros por 5 metros para o jogo individual. 1.2 – O piso da quadra, quando for de cimento, deve ter sua superfície uniforme e, de preferência, ligeiramente áspera, a fim de facilitar a movimentação segura dos atletas. 1.3 – A quadra deve ser delimitada por linhas com 5 cm de largura. 1.3.1 – As linhas demarcatórias fazem parte integrante da quadra. 1.4 – Linha central é aquela que divide a quadra ao meio e deve ter 5 cm de largura. 1.5 – A área de jogo da quadra deve ter, preferencialmente, a cor verde, e as linhas demarcatórias, a cor branca, podendo ser aceitas outras cores, desde que não prejudiquem a realização do jogo. 1.6 – Em toda e qualquer competição oficial, devem ser colocadas fitas sinalizadoras de limite da quadra nas linhas de fundo e também nas linhas laterais. 1.6.1 – Quando estiverem instaladas, as fitas sinalizadoras assumem os limites da quadra. Regra nº 2.0 – Da rede, suas dimensões, acessórios, cores, posição e postes 2.1 – A rede tem a dimensão de 7,80 metros de comprimento por 60 cm de largura e os quadrados da malha devem medir aproximadamente 4 cm por 4 cm, devendo ser tecida com nylon ou material similar, com debrum de 5 cm de largura como acabamento na parte superior. 2.2 – A rede deve ter, preferencialmente, a cor amarela, podendo ser aceitas outras cores, desde que não prejudiquem a realização do jogo. 2.3 – A rede deve ser instalada numa altura uniforme de 2,43 metros para jogos da categoria Masculino e 2,24 metros para o Feminino. 2.3.1 – Para jogos da faixa etária masculina até 12 anos, a rede deve ser instalada na altura uniforme de 2,24 metros. 2 2.4 – É permitida uma variação máxima de dois centímetros na altura da rede, entre seu ponto central e os pontos laterais, que coincidem com a projeção vertical nas linhas laterais. 2.5 – Os postes destinados à sustentação da rede devem estar fixados a, no mínimo, 50 cm de distância das linhas laterais. 2.6 – Por medida de segurança, é obrigatória a instalação de proteção nos postes laterais de sustentação da rede durante a realização de partidas de competições oficiais. Regra nº 3.0 – Da peteca, suas dimensões, peso e material 3.1 – O diâmetro da base da peteca deve ter entre 5 cm a 5,2 cm e sua altura total deve ser de 20 cm, incluindo as penas. 3.2 – O peso da peteca deve ser de 40 a 42 gramas, aproximadamente. 3.3 – As penas devem ser brancas, em número de quatro, montadas paralelamente duas a duas, de modo que o quadrado formado caiba num círculo ideal com diâmetro de aproximadamente 5 cm. 3.4 – As penas podem ter outra coloração nas situações em que a cor branca prejudicar a visibilidade dos jogadores ou de meios de gravação em vídeo. 3.5 – A base deve ser construída com discos de borracha, montados em camadas sobrepostas. Regra nº 4.0 – Da arbitragem, do árbitro e seu auxiliar 4.1 – A equipe de arbitragem é composta, para cada jogo, de um árbitro principal e um árbitro auxiliar, responsáveis pelas anotações na súmula e marcação do tempo do jogo. 4.1.1 – A súmula de um jogo não pode ser rasurada e, em casos de equívoco e necessidade de alteração de anotação, o árbitro principal deve dirigir-se à Mesa da Comissão Organizadora, nos intervalos ou no final do jogo, para obter a homologação das anotações corretas. 4.1.2 – O árbitro principal e seu auxiliar devem estar uniformizados para o exercício de suas funções. 4.2 – O árbitro principal dirige o jogo e suas decisões são soberanas. 4.3 – Compete ao árbitro principal conduzir o jogo com precisão, registrando as ocorrências em cada set e fazendo, em conjunto com o auxiliar, a contagem dos pontos em voz alta, quando não houver placar para o público. 4.4 – Para os jogos oficiais, caberá à Confederação Brasileira de Peteca ou às entidades regionais de administração do desporto a indicação dos árbitros e seus auxiliares, com as mesmas atribuições definidas no item 4.3 supra. 4.5 – Para os jogos amistosos, os árbitros serão escolhidos pelos organizadores, preferencialmente entre aqueles homologados pela CBP ou pelas entidades regionais de administração do desporto. 4.6 – Os árbitros devem sinalizar os eventos de um jogo de acordo com a convenção adotada pela CBP. 4.7 – O árbitro principal e seu auxiliar escalados oficialmente não podem ser recusados por atletas, seus clubes ou entidades regionais de administração do desporto a que pertencem. 4.7.1 – A critério exclusivo da Comissão Organizadora de uma competição, integrantes da equipe de arbitragem podem ser substituídos no decorrer de uma partida. 4.8 – Somente o capitão ou o técnico da equipe tem direito de dirigir-se, sempre de forma educada, ao árbitro principal para pedido de tempo ou qualquer explicação a respeito do jogo. Regra nº 5.0 – Da divisão das categorias por faixas etárias 5.1 – As equipes, de acordo com a faixa etária dos jogadores, agrupam-se nas seguintes categorias: 5.1.1 – Feminino Mirim Até 12 anos Infantil De 13 a 16 anos Juvenil/Adulto De 17 a 29 anos Sênior De 30 a 39 anos Máster Acima de 40 anos Profissional Idade livre 5.1.2 – Masculino Mirim Até 12 anos Infantil De 13 a 16 anos Juvenil/Adulto De 17 a 29 anos Sênior De 30 a 39 anos Máster I De 40 a 49 anos Máster II De 50 a 59 anos Máster III Acima de 60 anos Profissional Idade livre 5.2 – Para efeito de agrupamento nas categorias é considerada a idade em anos inteiros que o atleta completar no ano do evento, não sendo levados em conta nem o dia, nem o mês de nascimento. 5.2.1 – É livre a formação das equipes, respeitados os princípios estabelecidos no item 5.3 e seus subitens. 5.3 – Os atletas podem competir em categorias diferentes daquelas determinadas pela sua idade, nas seguintes condições: 5.3.1 – Os atletas pertencentes às categorias Mirim e Infantil podem inscrever-se livremente em qualquer uma das categorias acimadaquela a que pertencem, limitados à Categoria Adulto. 5.3.2 – Os atletas pertencentes à categoria Sênior, Máster Feminina, Máster I, II e III Masculina podem inscrever-se livremente em qualquer uma das categorias abaixo daquela a que pertencem, limitados à Categoria Adulto. 5.3.3 – Os atletas da categoria Adulto podem competir somente na categoria a que pertencem pelo critério de idade. Regra nº 6.0 – Da formação das duplas, dos atletas e limites de inscrição 6.1 – O desporto da peteca é um jogo para ser disputado por duplas ou por equipes compostas por um único atleta (simples). 6.1.1 – O jogo de duplas não pode ser realizado com apenas um atleta. 6.1.2 – Para as categorias Máster Feminina e Máster II e III Masculinas é permitida a inscrição de até 3 atletas. 6.1.3 – Os atletas que optarem pela disputa da Categoria Profissional no Campeonato Brasileiro não poderão competir em qualquer uma das demais categorias nesta mesma competição. 6.2 – O Regulamento de cada competição deve definir a forma de composição das equipes, se duplas ou simples. 6.3 – Os atletas devem comparecer aos jogos trajando uniforme composto de camisa ou camiseta, calção para o masculino, bermuda ou short para o feminino, meias e tênis. 6.4 – As camisas ou camisetas e os calções, bermudas ou shorts devem ser iguais para os integrantes da equipe e as meias devem ser da mesma cor, podendo ser desprezados os detalhes. 6.5 – Os atletas devem se apresentar para o jogo com seus uniformes limpos e bem cuidados. 6.6 – As equipes devem se apresentar à Mesa da Comissão Organizadora, para a identificação, assinatura de súmula e indicação de seu capitão, com no mínimo quinze minutos de antecedência em relação ao horário estipulado para o início da partida. 6.7 – Nas equipes compostas por três atletas, conforme definido no item 6.1.2, o jogo poderá ser iniciado com dois deles presentes no horário estipulado, podendo o terceiro habilitar-se na Mesa após o início da partida. 6.8 – Atletas não inscritos não podem participar do jogo. Regra nº 7.0 – Da definição do ponto e tomada do saque 7.1 – O jogo de peteca é disputado no sistema de ponto direto com tie-break. 7.1.1 – A equipe que saca tem o tempo oficializado em vinte segundos para a conquista do ponto em disputa. 7.1.2 – Se a equipe que sacou não concretizar o ponto no tempo oficial de 20 segundos, será contado ponto para a equipe adversária. 7.1.3 – A equipe vencedora do ponto continua sacando até que essa situação mude ou que o jogo termine. 7.1.4 – A contagem do tempo oficial da posse da peteca será sempre reiniciada depois de cada ponto conquistado ou do término desse tempo, situação em que o direito do saque passa para a equipe adversária. 7.1.5 – O ponto em disputa somente se define por decurso do tempo oficial da vantagem ou quando a peteca tiver caído no chão, independendo se ela vier a cair fora dos limites da quadra ou na própria quadra de quem a tocou. 7.1.6 – Comete falta o atleta que, nessa circunstância, tocá-la antes dessa definição. 7.1.7 – Se a peteca tocada passar por baixo da rede e, de forma inequívoca, não restar dúvida sobre a definição do ponto, o árbitro deve encerrar a disputa do ponto assim que ela cruzar o plano vertical ideal projetado pela rede, mesmo que toque em qualquer atleta ou por ele seja tocada. Regra nº 8.0 – Do jogo, dos sets, pontuação, tempo, desempate e troca de lado 8.1 – O atleta deve conhecer as regras do desporto da peteca e cumpri-las com rigor. 8.2 – A partida é definida em melhor de três sets, consagrando-se vencedora a equipe que ganhar dois sets. 8.3 – Os dois primeiros sets se resolvem quando uma das equipes atingir a marca de 25 (vinte e cinco) pontos, com uma diferença obrigatória de dois pontos. 8.4 – É considerada vencedora do set a equipe que: 8.4.1 – Nos dois primeiros sets, completar a marca de 25 (vinte e cinco) pontos, sempre com uma diferença obrigatória de dois pontos. 8.5 – O terceiro set, quando houver, se resolve quando uma das equipes atingir a marca de 15 (quinze) pontos, sendo sempre necessários dois pontos de diferença para essa definição. 8.6 – Em caso de força maior ou de necessidade justificada, a critério da CBP ou das entidades regionais de administração do desporto, o número de pontos, o tempo oficial do saque e o número de sets podem ser modificados antes do início das competições ou no decorrer de suas fases, não implicando, dessa forma, desrespeito ao regulamento. 8.7 – A escolha da quadra deve obedecer à seguinte ordem: 8.7.1 – No primeiro set os capitães tiram a sorte para opção de escolha da quadra ou do saque, sendo que quem escolhe uma alternativa cede a outra. 8.7.2 – No segundo set não deve haver troca de posições e as equipes permanecem na quadra como terminaram o primeiro set, mas o saque passa à equipe que não iniciou sacando. 8.7.3 – No terceiro set, quando houver, o árbitro principal procede a novo sorteio para escolha da quadra ou do saque. 8.8 – Nos dois primeiros sets, as equipes trocam automaticamente de lado na quadra assim que uma delas atingir a contagem de 12 (doze) pontos. 8.8.1 – No terceiro set, quando houver, as equipes trocam de lado na quadra assim que uma delas atingir 8 (oito) pontos. 8.8.2 – Na troca de lado da quadra pelas equipes é obrigatório um tempo técnico de um minuto. 8.9 – Os pontos são assinalados pelo árbitro principal ou seu auxiliar. 8.10 – O árbitro principal anunciará o placar após a definição de cada ponto, preservando-se, dessa maneira, a ordem e a segurança na contagem dos pontos, ficando proibidas quaisquer anotações de pontos na súmula sem seu pleno conhecimento. 8.10.1 – A responsabilidade pelo anúncio de cada ponto do placar pode ser transferida pelo árbitro principal a seu auxiliar, ficando dispensada quando houver placar para o público. 8.11 – Cada equipe pode pedir, por set disputado, no máximo dois tempos de um minuto cada. 8.12 – No pedido de tempo por uma equipe, o árbitro principal concede uma interrupção na partida, com a duração máxima de um minuto, desde que a peteca esteja fora de jogo. 8.13 – Durante a partida, se a equipe for composta por um trio, é permitido o rodízio ilimitado entre os seus três atletas, desde que a peteca esteja fora de jogo. 8.13.1 – O rodízio dos atletas independe de autorização do árbitro. 8.14 – Durante a partida, quando for o caso, o terceiro atleta e o treinador devem permanecer sentados no banco de reserva, ou de pé na área previamente determinada pelo árbitro principal, e não podem dar instruções aos atletas de sua equipe, salvo quando houver pedido de tempo. 8.15 – É de três minutos o tempo de intervalo entre os sets de uma partida. 8.16 – As equipes têm direito a, no máximo, cinco minutos para aquecimento na quadra antes do início da partida. Regra nº 9.0 – Das interrupções do jogo e da lesão de jogadores 9.1 – Nas situações imprevistas, a critério do árbitro, o jogo pode ser interrompido e, quando for reiniciada a disputa do ponto, o saque pertencerá à equipe que detinha a vantagem, com direito ao restante do tempo oficial da vantagem e do tempo oficial do set. 9.1.1 – Se a paralisação for inferior a trinta minutos, o jogo tem sequência normal, mantendo-se os resultados até ali registrados. 9.1.2 – Se o jogo não puder ser reiniciado dentro do tempo de trinta minutos, contado a partir do início da paralisação, a Comissão Organizadora deve marcar novo horário e data, dentro do evento, para sua complementação, prevalecendo o resultado do set ou sets concluídos até o momento da interrupção, e recomeçando a partida com o resultado e tempos até então anotados. 9.2 – No caso de contusão ou problema de saúde de um atleta, é concedido até um minuto de interrupçãopara sua substituição, quando a equipe contar com o terceiro atleta, e até cinco minutos, se a equipe for uma dupla, para que o atleta com problema possa recuperar a condição de jogo. 9.2.1 – Se a equipe for composta de três atletas e um deles não puder continuar jogando, o jogo terá prosseguimento normal com a entrada do terceiro atleta. 9.2.2 – Se a equipe for composta de três atletas e um deles não puder continuar jogando ao final do tempo de interrupção de 5 minutos, o set e a partida são encerrados, devendo ser consideradas as condições estabelecidas nos três seguintes subitens: 9.2.2.1 – O set ou os sets já disputados são considerados válidos e têm sua pontuação confirmada. 9.2.2.2 – O set em disputa é encerrado e atribuído o placar de 25×0 para a equipe adversária. 9.2.2.3 – Ao set ainda não disputado é atribuído o placar de 25×0 para a equipe adversária. Regra nº 10.0 – Do saque, infrações, repetição, pontos para o adversário, disposições gerais 10.1 – O saque é a colocação da peteca em jogo, imediatamente após a autorização do árbitro para início da partida ou da disputa de um ponto. 10.1.1 – No saque, a peteca deve ser batida com uma das mãos e arremessada por cima da rede para o campo do adversário. 10.2 – Para o saque, o atleta deve se colocar fora da quadra, atrás da linha de fundo e dentro da projeção das linhas laterais, podendo escolher a posição que lhe convier dentro desses limites. 10.3 – Se, no ato de sacar, a peteca cair da mão do atleta sem ter sido tocada, o saque deve ser repetido. 10.4 – O saque pode ser dado, indiferentemente, por qualquer um dos atletas participantes do jogo. 10.5 – O saque pertence sempre à equipe que: 10.5.1 – Vencer o ponto em disputa. 10.5.2 – Recuperar o direito ao saque quando a equipe detentora do mesmo não concretizar o ponto em disputa no tempo oficial da vantagem. 10.5.3 – Tiver a reversão da posse do saque determinada pelo árbitro em razão de falta ou infração disciplinar da equipe adversária. Regra nº 11.0 – Das infrações do saque 11.1 – O saque é revertido à equipe adversária: 11.1.1 – Quando a peteca não chegar ao campo do adversário. 11.1.2 – Quando a peteca passar por baixo da rede. 11.1.3 – Quando a peteca passar por cima da rede, mas fora da projeção vertical das linhas demarcatórias laterais. 11.1.4 – Quando a peteca cair fora dos limites da quadra. 11.1.5 – Quando a peteca for carregada ou conduzida. 11.1.6 – Quando o atleta sacar de dentro dos limites da quadra, incluindo-se neles as linhas demarcatórias. 11.1.7 – Quando o atleta sacar de fora da área delimitada pelo prolongamento das linhas demarcatórias laterais, ainda que com parte de seu corpo. 11.1.8 – Quando a peteca tocar no atleta da mesma equipe antes de passar para o campo do adversário. 11.1.9 – Quando a peteca, em seu trajeto aéreo, tocar em qualquer objeto fixo antes de poder ser defendida pelo adversário, como, por exemplo, teto de quadras cobertas, etc. Regra 12.0 – Dos toques, consequências e interpretações diversas 12.1 – No decorrer do jogo, em qualquer circunstância, a peteca só pode ser batida com uma das mãos, uma única vez e por um único atleta. 12.2 – A peteca que, durante o jogo, toca na fita superior da rede ultrapassando-a, inclusive no saque, é considerada em jogo. 12.3 – Se numa jogada, inclusive no saque, a peteca tocar a fita superior, ultrapassar a rede e nela ficar dependurada, sem cair no chão, o saque volta para a equipe detentora do mesmo e o árbitro principal considera os segundos até então decorridos. 12.3.1 – Se numa jogada, inclusive no saque, a peteca tocar a rede na sua parte superior e, sem cair no chão, nela ficar dependurada do lado da equipe que fez o toque, o saque é revertido para a outra equipe, com a contagem de ponto, se for o caso. Regra 13.0 – Das faltas 13.1 – São as seguintes as faltas registradas que contam ponto ou reversão do saque a favor da equipe adversária: 13.1.1 – A invasão superior, que consiste na passagem de uma ou das duas mãos por cima da rede. 13.1.2 – O toque na peteca por um atleta com as duas mãos ou pelos dois atletas, ao mesmo tempo, com qualquer uma de suas as mãos. 13.1.3 – A carregada ou a condução da peteca. 13.1.4 – A ultrapassagem da linha central da quadra e de sua projeção vertical por qualquer parte do corpo, inclusive os pés. 13.1.4.1 – Não será considerada falta quando o atleta pisa na linha divisória da quadra, desde que ela não seja ultrapassada. 13.1.5 – O toque na rede, por qualquer um dos atletas, em qualquer circunstância. Regra 14.0 – Das infrações disciplinares e da expulsão do jogador 14.1 – São as seguintes as infrações disciplinares registradas que contam ponto ou reversão do saque a favor da equipe adversária: 14.1.1 – Quando o atleta chutar a peteca. 14.1.2 – Quando o atleta praticar ato de desrespeito ao árbitro e seu auxiliar, adversários, membros da organização e público presente. 14.1.3 – Quando o atleta não aceitar a decisão do árbitro. 14.1.4 – Quando o atleta tiver conduta antiesportiva, a critério do árbitro. 14.1.5 – Quando o atleta abandonar o local do jogo, sem autorização do árbitro. 14.1.6 – Quando o atleta praticar ato ofensivo caracterizado como preconceito racial, econômico, religioso, ideológico, de gênero, etc. 14.2 – Em todas as infrações disciplinares, o infrator é passível das seguintes punições: 14.2.1 – Advertência (cartão amarelo). 14.2.2 – Expulsão do jogo (cartão vermelho). 14.3 – O atleta recebe obrigatoriamente o cartão vermelho, com a consequente expulsão, quando, já tendo na partida recebido cartão amarelo, comete nova infração disciplinar passível de punição. 14.3.1 – A pena de aplicação de cartão amarelo ao atleta numa partida não é transferida para outras partidas. 14.4 – Numa equipe composta por três atletas, o atleta expulso pode ser substituído e a partida tem curso normal. 14.5 – Se a equipe for composta por somente dois atletas e um deles for expulso, o set e a partida são encerrados, devendo ser consideradas as condições estabelecidas nos três seguintes subitens. 14.5.1 – O set ou os sets já disputados são considerados válidos e têm sua pontuação confirmada. 14.5.2 – O set em disputa é encerrado e é atribuído o placar de 25×0 para a equipe adversária. 14.5.3 – Ao set ainda não disputado é atribuído o placar de 25×0 para a equipe adversária. 14.6 – O atleta expulso numa partida pode jogar a partida ou partidas seguintes da tabela de uma competição. 14.6.1 – Em razão dos fatos e atos que motivaram a sua expulsão ou de representação da Procuradoria da Justiça Desportiva, o atleta expulso fica sujeito ao julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no caso de eventos organizados pela CBP, ou pelos Tribunais de Justiça Desportiva, no caso de eventos organizados no âmbito das entidades regionais de administração do desporto. 14.6.2 – O atleta que tiver uma segunda expulsão num mesmo campeonato fica automaticamente excluído da competição. 14.6.2.1 – Se a equipe for composta por dois atletas e um deles for expulso pela segunda vez, essa equipe será penalizada com WO no caso de ter mais jogos na competição. 14.6.2.2 – Se a equipe for composta por três atletas e um deles for expulso pela segunda vez e excluído da competição, essa equipe pode continuar na disputa com os dois atletas remanescentes 14.7 – A equipe penalizada com WO em qualquer fase da competição não pode continuar na disputa, independentemente dos motivos da pena ou de sua ausência, inclusive os casos fortuitos ou de força maior. 14.7.1 – Quando uma equipe for eliminada da competição, seja qual for a circunstância, os resultados dos jogos por ela realizadosdevem ser desprezados, e o placar desses jogos deve ser de dois sets a zero, com placar de doze a zero em cada set, com vantagem para o adversário ou adversários. 14.8 – O atleta inscrito que não comparecer à competição deve apresentar justificativa formal de sua ausência e pode sujeitar-se às sanções previstas no Regimento Interno da Confederação Brasileira de Peteca. 14.8.1 – É passível de multa, conforme disposições do Regimento Interno da CBP, a entidade representada pelo atleta que faltar à competição em que foi inscrito. (Disponível em: <http://www.cbpeteca.org.br/regras-oficiais/>) ELEMENTOS DO DESENVOLVIMENTO ESPORTIVO González e Bracht (2012) apresentam sete elementos para os jogos coletivos com interação entre os adversários, sendo: quatro individuais (técnica, tática individual, capacidade física, capacidade volitiva), dois em grupo (tática de grupo - combinações táticas - e tática coletiva - sistemas de jogo) e uma individual e coletiva simultaneamente (estratégia de jogo). A peteca, no entanto, pode ser jogada de forma coletiva e individual, mas todos com interação entre os adversários. Nesse sentido, na modalidade individual, os elementos de desempenho são: técnica, tática individual, capacidade física, capacidade volitiva e estratégia de jogo. Já na modalidade disputadas em duplas, a tática de grupo e a estratégia de jogo são os elementos presentes. ➢ Tática Individual A tática individual pode ser definida como: Normas básicas do conhecimento tático do jogo, que definem as condições e os elementos a serem considerados para que a ação seja eficaz. (González e Bracht, 2012) http://www.cbpeteca.org.br/regras-oficiais/ O aluno deve possuir discernimento para adaptar-se de forma consciente diante de situações nas quais os sujeitos têm que escolher entre as diferentes alternativas, em função de seus adversários. (González e Bracht, 2012, p.35) Na peteca, o jogador deve estar sempre procurando atirar no lugar em que seja mais difícil de ser recebida, isto é, procurando deslocar um dos jogadores adversários ou aproveitar uma posição adotada pelo grupo adversário; ou ainda, descobrir o ponto fraco ou pontos fracos (jogadores menos hábeis) e arremessar, especialmente, contra eles, a peteca. É importante não errar, preparar o ponto sem precipitação criando a oportunidade adequada, antecipar a jogada, explorar o lado fraco do adversário, tomar a iniciativa do jogo, usar seus pontos fortes (aquelas jogadas que executa bem), dosar o esforço físico e não jogar a peteca na mão dos adversários (peteca a meia altura). ➢ Técnica A técnica está articulada com a tática individual, ou seja, cada intenção tática desenvolvida demanda um tipo de movimento, que por sua vez são desenvolvidos concomitantemente a esse processo. O aluno deve possuir Competência motora para resolver um problema esportivo específico de forma eficiente e econômica, com a finalidade de alcançar um objetivo preciso. (González e Bracht, 2012, p.35) Técnicas de Ataque Na Peteca Uma equipe está disposta a atacar sempre que vence o sorteio e escolhe o ataque (posse da Peteca no saque); durante o jogo, a equipe adversária erra seu ataque ou comete falta, conseguindo o ponto, ganhando assim, um novo ataque (CBP, 2006). Diante disso, os atletas durante 30 segundos de vantagem, terão que tocar a peteca de modo tal que os adversários não consigam rebater e/ou a mesma, atingir a quadra adversária. Para tal, a equipe atacante usará de cortadas (estilo vôlei), pingad0as (peteca rente à rede) e passadas (alta no fundo, rasantes, no meio e laterais da quadra). Técnicas de Defesa Na Peteca Uma equipe está disposta a defender quando perde a posse da Peteca no sorteio inicial da partida ou terceiro set, erra por cometer alguma falta, comete erro e/ou esgota-se o tempo de 30 segundos no seu ataque (CBP, 2006). Nesse sentido, os atletas que realizam a defesa terão que dificultar ao máximo o ataque da equipe adversária, seja levantando a Peteca mais alta possível, gastando o tempo de ataque do adversário; jogando no fundo da quadra; deslocando o adversário; quebrando uma sequência de ataque com devoluções curtas, constituindo estratégias que induzem ao erro por parte do oponente. ➢ Capacidades Físicas São demandas orgânicas geradas pela prática esportiva (resistência e força, velocidade, flexibilidade etc.). O aluno deve possuir aptidão física: disposição funcional do indivíduo no desempenho da tarefa motora (confronto esportivo). (González e Bracht, 2012) Na peteca, uma das capacidades físicas mais importantes que o jogador deve ter é velocidade e uma boa “base” (posição básica e de expectativa) possibilita a movimentação rápida, de forma mais natural e eficiente possível ao ataque ou defesa para qualquer lado, inclusive corridas, saltos e deslocamentos. O jogador deverá estar com o corpo um pouco inclinado à frente, olhar firme no objetivo, pernas afastadas uma à frente da outra, na largura dos ombros e, conforme a posição no campo; posição esquerda, com o pé esquerdo à frente ou, posição direita, com o pé direito à frente. Os braços deverão estar na altura do abdome, soltos à frente possibilitando movimentos mais rápidos e de curta distância nos toques por baixo (defesa e ataque) e nos toques por cima (ataque e defesa). A própria prática da peteca já proporciona ao atleta as capacidades físicas que o mesmo necessita para os jogos, pois por ser um esporte predominantemente aeróbico, proporciona a flexibilidade das articulações, agilidade dos movimentos, amplia a capacidade respiratória, aumenta os reflexos e desenvolve a destreza. Não é a toa que mesmo antes de ela ser considerada um esporte, os atletas brasileiros já utilizavam de sua pratica para se aquecer durante as olímpiadas. À medida que cada jogador pratica o esporte, a sua aptidão física vai melhorando. O seu condicionamento físico aumenta e ele consegue realizar maior esforço sem cansar-se. A sua musculatura se desenvolve de modo que ele passa a ser capaz de realizar facilmente e em maior velocidade movimentos que antes não conseguia. Os seus músculos vão, também, ficando mais flexíveis e ele consegue manter o equilíbrio mesmo nos movimentos mais difíceis. Desta forma, a capacidade física do jogador aumenta cada vez mais, sendo capaz de executar movimentos mais difíceis e de maneira mais rápida. ➢ Capacidade Volitiva O conjunto dos traços psicológicos particulares demandados a um indivíduo ou grupo para atuar de forma adequada durante um jogo. (González e Bracht, 2012) É verdade não apenas na peteca como também em todos os outros esportes que a vitória ou a derrota em uma competição dependem fundamentalmente do estado psicológico momentâneo (motivação, nível de ansiedade, regulação do stress) dos jogadores, portanto é importante também lembrar que o jogo é um aspecto físico, mas ganhar é aspecto mental. Então, se deve entrar na quadra de peteca com um cérebro lúcido em seu estado de alerta máximo, aplicando a resistência mental e esperando analisar a fraqueza do oponente para capitalizá- la empregando adequadamente e sutilmente suas táticas de peteca. ➢ Combinações Táticas (Tática de Grupo) Coordenação de ações individuais entre dois ou mais jogadores para conseguir os objetivos do ataque e da defesa. Os alunos precisam ter noção das possibilidades de atuação coordenada com um ou dois colegas para dar continuidade a uma ação ofensiva ou defensiva. (González e Bracht, 2012) Na peteca, assim como no vôlei, no tênis, entre outros esportes coletivos, a tática de grupo possue um valor muito forte e é ela que mostra quais são os jogadores que estão e os que não estão preparados para jogar em grupo. É fundamental conectar-se com seu time, determinar e estabelecer meios e planos de ação (jogadas programadas), para influenciar,controlar ou desviar o adversário do seu plano original. ➢ Estratégia de Jogo Programa de princípios planejados ou concepções de desenvolvimento de jogo que precedem o confronto desportivo contra o oponente. Orientações estratégicas, diretrizes que indicam o modo como o jogo será conduzido pela equipe e a adequação da atuação individual aos princípios de jogo. (González e Bracht, 2012) Uma boa estratégia na peteca é sempre estar de olho no adversário e usar suas táticas de acordo com os movimentos do mesmo: Se o oponente estiver lento em seus movimentos, você deve jogar agressivamente, sempre o enviando para os cantos da quadra para buscar a peteca, evitando “dar a peteca na mão”, o que facilitaria um contra-ataque mortal do adversário. Por outro lado, se o adversário for rápido, então suas táticas de peteca devem ser diferentes. Além de mantê-lo em movimento, você deve analisar suas jogadas, aprender a antecipar a jogada do oponente em uma determinada situação e moldar o seu jogo de acordo com isso. Em alguns momentos, dar ao oponente a oportunidade para fazer jogada favorita dele, poderá lhe dar alguma vantagem, porque você pode se antecipar e ganhar milissegundos adicionais para chegar à peteca. Isso atuará de duas maneiras principais em seu oponente. Primeiro, ele ficará frustrado por ter falhado em uma jogada que sempre o garante pontos e, em segundo lugar, isso criará dúvidas nas táticas usadas por ele, podendo afetar habilidades do oponente, pois você mostrou que consegue neutralizar e devolver sua jogada favorita, pela qual ele geralmente garante um ponto. Da mesma forma, quando você está enfrentando um adversário que tem tremenda paciência e resistência, você tem que jogar rápido, de forma a causa incômodo. Alternativamente, se ele não tem resistência, você deve deliberadamente prolongar a duração do jogo e forçá-lo a cometer erros ao deixa-lo cansado. AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM PETECA Agora que já conhecemos melhor o esporte da peteca e identificamos sua relação com os elementos do desempenho esportivo, podemos falar sobre a inclusão deste esporte nas aulas de Educação Física. Apesar de a peteca ter sido inventada no Brasil, é comum que os alunos não tenham um conhecimento prévio de sua história, portanto é interessante fazer a apresentação por meio de um texto (leitura coletiva) da história da peteca e no decorrer da leitura fazer explicações a partir das dúvidas levantadas pelos alunos com o objetivo de discutir com os alunos algumas características da peteca que a tornam uma prática mais acessível em relação à outras modalidades esportivas. Para manter o interesse dos alunos é importante evidenciar o aspecto lúdico do jogo e mostrar que além de ser um esporte a peteca também é uma prática recreativa e que pode trazer imensos benefícios por ser uma atividade aeróbica como o aumento da aptidão física e aprimoramento dos reflexos. No inicio da atividade prática é importante realizar um alongamento (de 5 a 10 minutos). Em seguida, reproduzir atividades utilizando materiais alternativos (de preferencia mais leves) como jornais, bolas de meia, trazidos pelos próprios alunos: • Individual e coletivamente (duplas, trios, quartetos, em círculos), executar toques aleatoriamente, por baixo, por cima, parado em deslocamento; • Rebater em uma parede, exercitando com a mão e direita e esquerda (Brincadeira do Ordem); • Dividir o espaço da quadra, no sentido longitudinal, utilizando uma corda, ou elástico, presa nas traves de gol; • A turma se divide dos dois lados da corda, em duplas, executando o toque, alternando ora por baixo, ora por cima, ao comando do(a) professor(a); • Introduzir movimentos de pulso para mudar a direção da bolinha; • Realizar deslocamentos para rebater a peteca (para frente e para trás, direita e esquerda) de acordo com o comando do(a) professor(a). Determinar um lado para iniciar a atividade, jogando a bola para o colega rebater. Iniciar o trabalho com a peteca: É preciso apresentar a peteca aos alunos, explicando as suas partes (base e penas), material do qual é feito, cuidados com o uso da peteca e demonstrar a parte da mão que deverá tocar na peteca durante o jogo e também orientá-los a, em quadra, manusear o material a ser utilizado, procurando reconhecer seu peso, textura, formato, tentando tocar com parte da mão indicada. Ensinar as técnicas de toque: • Em duplas, de frente, um colega dá um toque e o outro segura a peteca, simulando o movimento do toque (variar o toque por baixo e por cima); • Toque por baixo em deslocamento (individualmente); • Toque por baixo, procurando rebater o maior tempo possível sem deixar a peteca cair; • Na quadra, com a rede instalada, executar o toque por baixo, em duplas, passando a peteca a sobre a rede. Ensinar as técnicas de saque: • Começar a sacar por baixo em distâncias menores e ir aumentando gradativamente; • Sacar em alvos relativamente grandes, buscando direcionar o saque para um alvo específico; • Sacar em alvos pequenos (círculos desenhados no chão); • Sacar alternando a direção: paralela e diagonal. Ensinando o toque por cima: • Lançar a peteca acima da cabeça e realizar movimento de encaixe segurando-a com a mão com é usada para rebater; • Mesmo exercício, com deslocamentos; • Em duplas, de frente, rebater a peteca o maior tempo possível realizando o toque por cima; • Repetir o exercício utilizando a mão com a qual tem maior dificuldade; • Em duplas, rebater a peteca por cima da rede, utilizando apenas o toque por cima; • Desenhar pequenas quadras no espaço e realizar mini-jogos utilizando um número maior de jogadores: 4x4, 3x3, até chegar em 2x2. Depois é só dar uma explicada geral sobre as regras mais importantes do jogo e realizar jogos entre a turma para treinamento das técnicas aprendidas. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Larissa Cardozo, SANTOS, Victor Carneiro dos. A importância da Educação Física Escolar na Formação Social dos Alunos da Educação Infantil. Universidade Estácio de Sá – Rio de Janeiro. SANTOS, T. L; CARRAZONI, G. S; BERGMANN, M. L. A; A Influência das aulas de Educação Física para a formação dos alunos do Ensino Médio de uma Escola Pública de Uruguaiana. Universidade Federal do Pampa – Rio Grande do Sul. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PETECA. História da Peteca, 2015. Disponível em: <http://www.cbpeteca.org.br/historia-da-peteca/>. Acesso em: 24 de ago. de 2019. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PETECA. Regras Oficiais do Desporto da Peteca, 2015. Disponível em: < http://www.cbpeteca.org.br/regras-oficiais/>. Acesso em: 24 de ago. de 2019. GONZÁLEZ, Fernando Jaime; BRACHT, Valter. Metodologia do ensino dos esportes coletivos. Vitória: Ed. da UFES, 2012. http://www.cbpeteca.org.br/historia-da-peteca/ http://www.cbpeteca.org.br/regras-oficiais/
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