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METODOLOGIA 
DO ENSINO DE
GUILHERME GUIMARÃES BEVILACQUA
M
ETODOLOGIA DO EN
SIN
O DE VOLEIBOL 
GUILHERM
E GUIM
ARÃES BEVILACQUA
Esta obra tem o objetivo de apresentar o voleibol 
e discutir a sua inserção no ambiente escolar como 
conteúdo das aulas de Educação Física e como esporte 
de rendimento de caráter competitivo, além de orientar 
o leitor a respeito do ensino dessa modalidade de acordo 
com as características dos alunos e com o contexto no 
qual eles estão inseridos.
O intuito desta obra é, também, revelar as diversas 
possibilidades de iniciação no voleibol, inclusive 
como esporte inclusivo, proporcionando novas 
oportunidades de ensino da prática desse esporte, de 
modo que seja acessível a todos.
Código Logístico
59628
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6698-8
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 9 8 8
Metodologia do 
ensino de voleibol
Guilherme Guimarães Bevilacqua
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Sergey Novikov/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B392m
Bevilacqua, Guilherme Guimarães
Metodologia do ensino de voleibol / Guilherme Guimarães Bevilac-
qua. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
114 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6698-8
 1. Voleibol - Estudo e ensino. 2. Educação física - Estudo e ensino. I. 
Título.
20-65768 CDD: 796.325
CDU: 796.325
Guilherme Guimarães 
Bevilacqua
Vídeo
Doutorando e mestre em Ciências do Movimento 
Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina 
(Udesc). Bacharel em Educação Física pela mesma 
instituição. Atua como pesquisador pelo Laboratório 
de Psicologia do Esporte e do Exercício (Lape/Udesc) e 
como técnico principal das equipes de voleibol sub-16 e 
sub-18 que representam Florianópolis em competições 
regionais, estaduais, nacionais e internacionais. Além 
disso, atua como auxiliar técnico das categorias sub-14 
e adulto, também de Florianópolis. É técnico nível 3 da 
Confederação Brasileira de Voleibol, com habilitação 
para comandar equipes da Superliga Nacional e 
seleções brasileiras de base. É analista de desempenho 
de atletas e equipes nível 2.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
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para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
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1 História e características básicas do voleibol 9
1.1 A história do voleibol 9
1.2 Áreas de jogo e materiais 13
1.3 Regras básicas para o contexto escolar 17
1.4 Noções básicas de arbitragem 21
2 Iniciando o voleibol 31
2.1 Posições, rodízio e as funções dos jogadores 31
2.2 Deslocamentos e movimentações básicas 37
2.3 Técnicas básicas 40
2.4 Fundamentos do voleibol 41
3 Complexos e sistemas do voleibol 51
3.1 Complexos do jogo 52
3.2 Sistemas de recepção 53
3.3 Sistemas defensivos 57
3.4 Sistemas ofensivos 63
4 Voleibol na escola: Planejamento de aulas, jogos e competições 78
4.1 Características e objetivos do voleibol escolar 78
4.2 Metodologias de ensino 81
4.3 Ensinando o voleibol 88
4.4 Elaboração do plano de aula, jogos e competições 95
5 Possibilidades do voleibol 99
5.1 Voleibol sentado 100
5.2 Vôlei de praia 103
5.3 Vôlei na neve 108
5.4 Minivoleibol 110
Esta obra tem o objetivo de apresentar o voleibol e discutir a sua 
inserção no ambiente escolar como conteúdo das aulas de Educação Física 
e como esporte de rendimento de caráter competitivo. Outro tema central 
e fundamental deste livro são as metodologias de ensino, ou seja, como o 
professor de Educação Física pode ensinar essa modalidade de acordo com 
as características dos alunos e com o contexto no qual eles estão inseridos.
Desse modo, no primeiro capítulo, iremos tratar sobre assuntos teóricos 
e básicos do voleibol, como seu histórico, a área de jogo e os materiais 
necessários para a prática oficial, além das adaptações para o ambiente 
escolar. Também traremos como aspecto de estudo as regras básicas e as 
noções de arbitragem, que possibilitam ao professor conduzir uma aula e/ou 
jogo da maneira correta.
No segundo capítulo, apresentaremos alguns tópicos iniciais sobre 
aspectos técnicos e táticos do voleibol. Nesse capítulo, será possível conhecer 
as posições da quadra, o rodízio, as funções dos jogadores, os deslocamentos, 
as movimentações básicas, algumas técnicas mais utilizadas e os seis 
fundamentos que compõem o jogo: saque, passe, levantamento, ataque, 
bloqueio e defesa.
Já no terceiro capítulo, abordaremos aspectos teóricos do jogo, como os 
complexos e os sistemas, que são muito importantes no momento de planejar 
uma aula. Ao estudarmos os sistemas, apresentaremos a diferença entre os 
de recepção, de ataque e de defesa, bem como o papel de cada um dentro 
de uma equipe. Analisaremos também, de modo aprofundado, o papel dos 
fundamentos durante uma partida. 
No quarto capítulo, trataremos do ensino de voleibol especificamente 
na escola, como conteúdo das aulas de Educação Física ou em caráter de 
competição. Discutiremos diferentes metodologias de ensino, apresentando 
os pontos positivos e negativos de cada uma delas. Analisaremos, ainda, os 
processos de ensino de movimentos e fundamentos do jogo, assim como 
os processos pedagógicos e os erros comuns de execução. Explicaremos 
também como elaborar um plano de aula, seja para jogos ou competições, 
com o objetivo de guiar os profissionais da área.
APRESENTAÇÃO
 Por fim, apresentaremos no quinto e último capítulo as principais 
possibilidades do voleibol, criadas com base no vôlei tradicional. A mais 
conhecida é o vôlei de praia, no entanto apresentaremos também o vôlei 
sentado, praticado por pessoas com determinadas deficiências, e o vôlei na 
neve. Embora esse último não seja uma prática comum no Brasil, o sistema 
de jogo em trios poderá agregar contribuições ao ensino inicial. Por último, 
estudaremos como deve ocorrer a prática do minivoleibol. 
Nosso intuito é revelar as diversas possibilidades de iniciação no voleibol, 
proporcionando novas oportunidades de ensino da prática, tanto para 
ambientes escolares quanto competitivos. Além disso, trazemos como 
proposta o trabalho do esporte inclusivo, em que a prática é acessível a todos.
 Bons estudos!
História e características básicas do voleibol 9
1
História e características 
básicas do voleibol
Neste capítulo, vamos estudar a história do voleibol desde a 
sua origem. Compreender a origem, a difusão e a evolução desse 
esporte é de suma importância para entendermos como a moda-
lidade se tornou a segunda mais popular no Brasil, uma das mais 
praticadas no mundo e uma das mais trabalhadas nas aulas de 
Educação Física das escolas.
Também discutiremos outros temas importantes, como a área 
de jogo, as zonas da quadra, os materiais utilizados e as principais 
regras básicas para o desenvolvimento do jogo no contexto esco-
lar. Além disso, serão apresentadas as funções e obrigações dos 
árbitros, bemcomo as sinalizações elementares da arbitragem. 
Conhecer as regras fundamentais e ter uma noção básica dos as-
pectos da arbitragem são os primeiros passos para você, futuro pro-
fessor de Educação Física, ministrar aulas de voleibol com qualidade.
Sendo assim, o convidamos a estudar este capítulo com o mes-
mo entusiasmo com que foi escrito. Esperamos que, ao finalizar 
essa leitura, você seja capaz de contar a história do voleibol e que 
tenha todas as informações básicas necessárias para promover e 
conduzir um jogo de vôlei em suas aulas e competições escolares.
1.1 A história do voleibol 
Vídeo Vamos conhecer o surgimento do voleibol nos Estados Unidos e com-
preender como ocorreu sua evolução até os dias atuais. Além disso, co-
nheceremos um pouco da história do vôlei brasileiro, considerado por 
muitos o melhor voleibol do mundo.
10 Metodologia do ensino de voleibol
1.1.1 Origem e desenvolvimento do voleibol
Em 1895, o esporte da moda nos Estados Unidos era o basquete, 
que a cada dia conquistava mais e mais pessoas, aumentando rapida-
mente o número de praticantes. No entanto, era um jogo considera-
do violento e cansativo para determinados públicos, como pessoas de 
meia-idade e idosos (MARCHY JUNIOR, 2004).
Foi com base nesses fatores que William G. Morgan, diretor de Edu-
cação Física da Associação Cristã de Moços (ACM) da cidade de Holyoke, 
no estado de Massachusetts, idealizou um jogo que fosse mais apro-
priado a esse tipo de público. Então, Morgan estendeu uma rede e uti-
lizou a câmara de uma bola de basquete para que os associados mais 
antigos da ACM jogassem essa “bola” de um lado para o outro, de modo 
que ela passasse por cima da rede. Essa primeira prática deu origem ao 
primeiro jogo de voleibol que se tem registro (RIBEIRO, 2008).
No entanto, o voleibol (ou volleyball, em inglês) não foi o primeiro 
nome desse esporte. Quando essa modalidade foi criada, havia ou-
tra similar – e que existe até hoje – chamada Badminton, na qual os 
praticantes devem jogar uma peteca para o outro lado da rede utili-
zando uma raquete. Com base nisso, Morgan uniu o final da palavra 
Badminton com a palavra Net (que em inglês significa rede), dando 
origem ao nome Mintonette. Um ano depois, foi sugerida a mudança 
do nome do esporte para volleyball, devido aos princípios serem si-
milares aos dos voleios (ação de rebater uma bola antes de ela tocar 
o chão). Com o aval de Morgan, o nome volleyball foi oficializado e é 
utilizado até hoje.
Mas como ocorreu o desenvolvimento e o aperfeiçoamento desse 
esporte? A primeira bola utilizada foi a câmara de uma bola de basque-
te. No entanto, notou-se que ela era muito leve e lenta e não atendia 
ao objetivo do esporte. Morgan, então, decidiu mudar e usar a própria 
bola de basquete. Mas não foram necessárias muitas partidas de vôlei 
para perceber que aquela não era a bola ideal para ser batida com as 
mãos e antebraços devido ao seu peso e tamanho.
Sem encontrar alternativa, Morgan viu a necessidade de solici-
tar à empresa A.G. Spalding & Brothers a confecção de uma bola 
específica para voleibol. Com isso, a empresa criou uma bola com 
dimensões e peso semelhantes às das bolas utilizadas nas partidas 
História e características básicas do voleibol 11
atuais, facilitando o desempenho dos praticantes nos jogos. Já em 
relação ao espaço de jogo, foi determinado que a quadra deveria 
medir 15,24 m de comprimento por 7,62 m de largura; e a rede de-
veria ser colocada a uma altura de 1,98 m do chão, dimensões bem 
diferentes das atuais.
Após ter a nova bola, mais adequada à prática, e as dimensões da 
quadra e rede serem definidas, era hora de difundir a modalidade en-
tre as pessoas. Para isso, uma conferência foi realizada, em 1896, na fa-
culdade da ACM, na cidade de Springfield, no estado de Massachusetts, 
e reuniu todos os conselheiros da associação. Para ilustrar melhor 
como o esporte deveria acontecer, Morgan formou duas equipes para 
um jogo de apresentação, que despertou grande interesse em todos os 
que estavam presentes no evento.
Com a aprovação dos conselheiros, Morgan trabalhou em um livro 
de regras e em um guia para uso e desenvolvimento do jogo e os distri-
buiu para toda a associação. A aceitação do voleibol pelas pessoas foi 
tão boa que rapidamente uma comissão foi organizada com o objetivo 
de estudar as regras e sugerir modificações que pudessem aperfeiçoar 
o jogo. Após essas organizações e aperfeiçoamentos, os conselheiros 
levaram o voleibol para seus clubes e cidades com o objetivo de di-
fundi-lo cada vez mais. Chicago foi o mais importante polo de desen-
volvimento, principalmente na Faculdade de Springfield e no George 
Williams College.
1.1.2 O vôlei no mundo
Não demorou muito para o voleibol ser conhecido e difundido para 
além dos Estados Unidos. Em 1900, cinco anos após sua criação, o Ca-
nadá se tornou o primeiro país estrangeiro a jogar vôlei. Uma década 
depois essa prática já estava nos seguintes países: China, Filipinas, Ja-
pão, Índia, México, Cuba, Europa e África. Na América do Sul, o primeiro 
país a ter contato com o esporte foi o Peru, em 1910 (RIBEIRO, 2008).
Com o avanço do vôlei pelo mundo as regras sofreram diversas mo-
dificações em decorrência de muitos países praticarem esse esporte 
seguindo diretrizes diferentes das originais. Por esse motivo, surgiu a 
Federação Internacional de Voleibol (FIVB – órgão que comanda o es-
porte até hoje) em 1946. No ano seguinte à sua fundação, o voleibol já 
estava padronizado praticamente em todo o mundo, com exceção da 
12 Metodologia do ensino de voleibol
Ásia, que ainda possuía algumas regras próprias. Em 1949, ocorreu o 
primeiro campeonato mundial masculino e, em 1952, o feminino, am-
bos com as regras da FIVB em vigência.
Vale ressaltar que, em 1924, jogou-se vôlei pela primeira vez em 
uma Olimpíada, mas apenas como parte de um evento especial de 
apresentação de esportes americanos, e não como esporte olímpico. 
No entanto, em 1957, foi organizado um torneio para exibição do vo-
leibol durante a 53ª sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), em 
Sófia, na Bulgária. Devido ao sucesso do evento, o esporte foi introdu-
zido oficialmente nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 e, um ano 
depois, foi realizada a primeira Copa do Mundo Masculina de voleibol, 
vencida pela União Soviética (hoje Rússia); e, em 1973, a primeira Copa 
do Mundo Feminina, também vencida pela União Soviética.
1.1.3 O vôlei no Brasil
O voleibol chegou ao Brasil em 1915 e foi trazido por professores 
da ACM que trabalhavam em unidades espalhadas pelo país. Nos anos 
1940 e início da década de 1950, o vôlei era um esporte jogado apenas 
pela elite, o que segregava o público e fazia com que o número de prati-
cantes fosse baixo. Essa segregação no esporte durou até 1954, ano em 
que foi fundada a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), responsá-
vel pela difusão do esporte pelo país, promovendo cursos para treina-
dores e a abertura de escolas profissionalizantes (TEIXEIRA, 1992).
Com essa ampla divulgação, o vôlei rapidamente se tornou popu-
lar no Brasil, resultando em milhares de praticantes e espectadores. 
No entanto, houve um marco na história do voleibol que fez com que 
o esporte ficasse ainda mais conhecido. No dia 26 de julho de 1983, 
ocorreu uma partida amistosa entre Brasil e União Soviética no estádio 
do Maracanã que resultou em um placar de 3 sets 1 a 1 para a seleção 
brasileira. Essa partida teve um público recorde de 100 mil pessoas, 
perdendo apenas para o futebol, e ficou conhecida como “o grande 
desafio de vôlei – Brasil x URSS”, tornando-se uma das partidas mais 
importantes para a história do voleibol.
A partir da década de 1980, o Brasil começou a obter resultados mais 
expressivos, como a conquista do segundo lugar da equipe masculina 
nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles, nos Estados Unidos. Os 
atletas brasileiros da seleção masculina ficaram conhecidos como a Ge-
Quem inventou o voleibol e por 
que ele foi criado?Atividade 1
Na primeira edição do voleibol 
nas Olimpíadas os campeões 
foram: União Soviética (masculi-
no) e Japão (feminino).
Curiosidade
Set é considerado uma etapa da 
partida e, para uma equipe ser 
vencedora, deve ganhar 3 etapas 
(sets) antes do seu adversário. 
Cada set é disputado até 25 
pontos.
1
História e características básicas do voleibol 13
ração de Prata e inspiraram milhares de novos jogadores da época. Nas 
Olimpíadas de 1992, em Barcelona, o Brasil finalmente conquistou o 
primeiro ouro olímpico; também se tornou bicampeão em 2004, em 
Atenas, e tricampeão em 2016, no Rio de Janeiro.
Na caminhada olímpica, a equipe feminina conquistou duas vezes o 
lugar mais alto do pódio. Após duas medalhas de bronze (Atlanta - 1996 
e Sidney - 2000), foi campeã nos Jogos de Pequim (2008) e bicampeã em 
Londres (2012).
Brasil, Japão e União Soviética 
são os únicos países a conquis-
tarem o ouro olímpico tanto com 
as seleções masculinas quanto 
com as femininas.
Curiosidade
1.2 Áreas de jogo e materiais
Vídeo Imagine que você é um professor de Educação Física em uma escola 
e o diretor lhe atribui a função de planejar como deve ser a quadra de 
esportes. Você seria capaz de montar uma quadra de vôlei que pudesse 
sediar tanto as aulas de Educação Física quanto competições escolares?
A menos que você tenha vivência com o voleibol, a resposta prova-
velmente é não. Portanto é fundamental, como professor de Educação 
Física, conhecer as áreas de jogo e os materiais necessários, para que 
seja possível realizar uma partida de voleibol de acordo com as regras.
1.2.1 A quadra
A quadra de voleibol tem, no total, 18 m de comprimento por 9 m de 
largura. Ela deve ser dividida em duas partes e no centro deve ficar a 
rede, guiada por uma linha central. Ou seja, a área de jogo de cada 
equipe é de 9 m x 9 m, sendo 81 m² no total.
Cada lado da quadra possui uma linha que fica três metros afasta-
da da rede, denominada linha dos 3 m. Essa linha serve para dividir a 
quadra em zona de ataque e zona de defesa. As linhas de demarcação 
da quadra devem ser feitas com 5 cm de largura e ter uma cor contras-
tante em relação à da quadra.
É obrigatório existir um espaço entre a linha de fundo e a parede/
limitante do espaço em que ocorrerá a partida. Ou seja, deve haver 
uma distância de 3 a 8 m entre a linha de fundo da quadra e a parede 
do local para que seja possível a realização do saque pelo jogador. Nas 
laterais, esse espaço deve ficar entre 3 e 5 m (Figura 1). É importante fri-
14 Metodologia do ensino de voleibol
sar que essas medidas devem ser respeitadas à risca, pois, no voleibol, 
é muito comum os jogadores buscarem a bola longe da quadra de jogo, 
e, se não houver espaço suficiente tanto no fundo quanto nas laterais 
da quadra, podem ocorrer graves lesões ou acidentes.
1.2.2 Zonas e áreas
Em uma quadra de vôlei, existem locais chamados zonas ou áreas 
(Figura 1), cada uma com funções específicas. Veja as especificações de 
cada uma a seguir.
 • A zona de ataque (ou zona da frente) é a região entre a linha dos 
3 m e a rede, espaço no qual o jogador pode atacar livremente.
 • A zona de defesa (ou zona de trás) é o espaço entre a linha dos 
3 m e a linha de fundo. Se um jogador está nessa zona, pode 
realizar um ataque, desde que, no momento do salto, não pise 
na linha dos 3 m ou dentro da zona de ataque – conhecida como 
ataque de fundo.
 • A zona de saque é a região da quadra onde o jogador pode efe-
tuar o saque. Lateralmente ela é delimitada por duas pequenas 
linhas de 15 cm, que devem ser traçadas a 20 cm do final das 
linhas laterais. A profundidade é limitada até o final da zona livre.
 • As zonas livres são os espaços existentes nas laterais e ao fundo 
da quadra. Esses espaços permitem que o atleta corra livremente 
e execute as ações do jogo sem riscos de sofrer lesões.
 • A zona de substituição é delimitada por linhas tracejadas ao fi-
nal da linha de ataque dos 3 m. Essa zona fica, obrigatoriamente, 
entre a rede e a linha de ataque.
 • A zona de troca do líbero é a mesma da zona de defesa.
 • A área de penalidade é demarcada por uma linha – geralmente 
vermelha – que deve formar um quadrado de aproximadamente 
1 m x 1 m. Dentro desse quadrado, devem ter duas cadeiras nas 
quais os atletas que receberem as penalidades devem permane-
cer. Essa área fica localizada próxima ao banco de reservas, na 
lateral da quadra, e próxima à linha de fundo.
Quais são as zonas e áreas em 
uma quadra de vôlei?
Atividade 2
História e características básicas do voleibol 15
Figura 1
Dimensões e zonas da quadra
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Zona de saque 
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Fonte: Elaborada pelo autor.
16 Metodologia do ensino de voleibol
1.2.3 Materiais
Para que um jogo de voleibol ocorra, são necessários pelo menos 
quatro materiais básicos: bola, rede, poste de fixação da rede e antenas. 
A bola oficial é revestida de couro, ou de couro sintético, e tem uma cir-
cunferência que pode variar entre 65 e 67 cm. O peso padrão está entre 
260 e 280 g e a pressão interna que varia entre 0,30 e 0,325 kg/cm².
Já a rede possui 1 m de altura e seu comprimento pode variar entre 
9,5 e 10 m; ela também é constituída de malhas quadradas que têm 
10 cm. Tanto na parte de cima quanto na de baixo da rede há duas 
faixas brancas fixadas, chamadas bordo (ou fita) superior e inferior, res-
pectivamente. Por dentro dessas faixas, passam cordas que devem ser 
amarradas aos postes para manter a rede tensionada (bem esticada). 
Em relação à altura da rede, devemos levar em consideração o gênero 
e a categoria, conforme ilustrado no quadro a seguir.
Quadro 1
Altura da rede de acordo com gênero e categoria
Fonte: Elaborado pelo autor.
Categoria Masculino Feminino
Iniciante 2,24 m 2,05 m
Pré-mirim 2,30 m 2,10 m
Mirim 2,38 m 2,15 m
Infantil 2,40 m 2,20 m
Infanto-juvenil 2,43 m 2,24 m
Juvenil 2,43 m 2,24 m
Adulto 2,43 m 2,24 m
Para a fixação da rede, os postes são colocados a uma distância de 
0,5 a 1 m de cada linha lateral e têm aproximadamente 2,55 m de altu-
ra. Eles devem ser encaixados diretamente em buracos existentes no 
chão e não deve haver neles qualquer tipo de objeto que possa lesionar 
os jogadores durante a partida.
Outro elemento importante que deve existir na partida são as ante-
nas. Elas são hastes flexíveis com 1,8 m de comprimento e 10 mm de 
diâmetro. Essas antenas são colocadas na rede de modo que 80 cm de 
cada uma delas fique acima do bordo superior da rede, exatamente so-
bre as linhas laterais, para delimitar o espaço aéreo. As antenas devem 
ser pintadas, ao longo de sua extensão, com faixas de 10 cm de largura 
que tenham cores contrastantes, preferencialmente branco e vermelho.
História e características básicas do voleibol 17
1.3 Regras básicas para o contexto escolar 
Vídeo O livro atual de regras da FIVB possui 76 páginas e é bem detalhado 
quanto às regras e ao que precisa ser cumprido em 
uma partida de voleibol. No entanto, um professor de 
Educação Física não precisa conhecer todas as regras 
em seus mínimos detalhes. Desse modo, nesta seção, 
vamos falar apenas das regras principais e fundamen-
tais para o ensino do vôlei na escola e para os jogos 
escolares.
1.3.1 Equipes
Uma equipe de vôlei pode ser composta, no total, 
por 12 atletas sem a presença de um líbero ou com um/
dois líberos. No entanto, 13 ou 14 atletassão permitidos 
somente se a equipe tiver dois líberos relacionados na 
súmula 2 .O número máximo de atletas não pode exce-
der a 14 por equipe, e, em quadra, o número de jogado-
res deve ser exatamente igual a seis.
Um dos jogadores, exceto o líbero, é designado pelo 
técnico como o capitão da equipe e deve ser identifica-
do com uma tarja colocada na camisa de jogo, logo 
abaixo do número frontal. Outro ponto importante é 
que, no voleibol, somente o capitão é autorizado a falar 
com os árbitros. Desse modo, caso algum outro joga-
dor, que não seja o capitão, vá falar com a arbitragem, 
pode ser punido. A comissão técnica pode ser compos-
ta de até cinco integrantes: um técnico, dois assistentes 
técnicos, um médico e um fisioterapeuta.
O uniforme de todos os jogadores deve ser exata-
mente igual, com exceção do líbero, que deve usar um 
uniforme de cor contrastante em relação aos demais. 
As camisetas devem ser numeradas somente de 1 a 20.
Site
Para ter acesso ao livro 
completo de regras e a 
outras informações so-
bre o voleibol, acesse os 
sites da Confederação 
Brasileira de Vôlei e da 
Fundação Internacional 
de Voleibol.
Disponível em: https://cbv.com.
br/. Acesso em 24 jul. 2020.
Disponível em: https://www.fivb.
com/en. Acesso em 24 jul. 2020.
2
A súmula é um documento 
oficial em que são registrados 
todos os acontecimentos do 
jogo, como placar, substitui-
ções, relação de atletas de cada 
equipe, penalidades etc. 
Quem preenche a súmula é um 
árbitro chamado de apontador.
Saiba mais
Em outros esportes, quando um 
atleta é expulso, a equipe fica 
com um jogador a menos. Já no 
voleibol isso não é permitido, ou 
seja, caso um atleta seja expulso, 
outro deve entrar em seu lugar. 
Se alguma das equipes não tiver 
um mínimo de seis jogadores, 
será declarada como perdedora 
da partida.
https://cbv.com.br/
https://cbv.com.br/
https://www.fivb.com/en
https://www.fivb.com/en
18 Metodologia do ensino de voleibol
1.3.2 Formato do jogo
O voleibol oficial é jogado no sistema de 3 sets vencedores, também 
conhecido como melhor de 5. Isso quer dizer que uma equipe precisa 
vencer 3 sets para ganhar o jogo. Cada set é disputado com um placar 
de até 25 pontos, mas, caso haja empate de 24 a 24, uma das equipes 
deve chegar a 26; caso empate em 25 a 25, precisa chegar a 27; e assim 
sucessivamente. Para finalizar um set, é necessário ter uma vantagem 
de, pelo menos, dois pontos sobre a equipe adversária.
Caso uma partida esteja empatada em 2 a 2 nos sets, é disputado 
o quinto set, conhecido como tie-break. Esse set de desempate é mais 
curto e é disputado em até 15 pontos. Caso haja empate em 14 a 14, 
vale a mesma regra dos outros sets. É comum, em campeonatos de 
categorias de base com muitos jogos e em competições escolares, as 
partidas serem disputadas em 2 sets vencedores, ou melhor de 3.
São considerados pontos de uma equipe: quando a bola toca o chão 
na quadra adversária; quando a bola sai de jogo e o último toque for o 
de um jogador adversário; e quando a equipe adversária comete uma 
falta – exemplo: toque na rede.
1.3.3 Formação inicial das equipes
Cada equipe sempre estará com 6 jogadores em quadra. Antes do 
início de cada set os técnicos devem entregar ao apontador a ordem de 
saque da sua equipe na papeleta de formação.
A formação inicial de uma equipe indica qual deverá ser a ordem de 
rotação dos jogadores em quadra, que deve ser mantida durante todo 
o set. Um ponto importante é que a formação pode ser modificada 
somente para os sets seguintes, ou seja, caso um jogador erre seu po-
sicionamento em quadra, de modo que modifique a estrutura da for-
mação inicial antes da troca de set, será considerado como falta (erro 
de rodízio) e um ponto será marcado para o adversário. Os jogadores 
que não constarem na papeleta de formação automaticamente serão 
considerados os reservas da equipe, com exceção dos líberos.
História e características básicas do voleibol 19
1.3.4 Situações de jogo
Quando falamos a expressão bola em jogo, estamos nos referindo 
ao momento em que o sacador golpeia a bola e a disputa se inicia a 
partir de seu saque. Já o termo bola fora de jogo é quando algum dos 
jogadores comete uma falta ou quando o apito do árbitro soa.
Bola dentro é quando qualquer parte da bola toca em alguma das 
linhas de delimitação da quadra ou dentro dela. Já a bola fora é quando 
todas as partes da bola entram em contato com o chão ou com qual-
quer outra parte que esteja completamente fora das linhas de delimi-
tação da quadra, ou seja, quando toca o teto ou algum objeto fora da 
área de jogo – antena, cordas de sustentação da rede, postes, a parte 
da rede entre o poste e as antenas, ou passa para a quadra adversária 
por fora das antenas.
1.3.5 Jogando a bola
Cada equipe tem o direito de realizar até três toques na bola para 
passá-la a outra quadra, com exceção do bloqueio. Caso ocorra mais 
de três toques, o árbitro marca a falta de quatro toques com ponto 
para o adversário. Além disso, esses três toques devem ser feitos por 
jogadores diferentes.
Outra ocorrência é quando o mesmo jogador faz dois contatos com 
a bola, resultando na falta de dois toques e marcando ponto para o 
adversário. No entanto, vale ressaltar que, no primeiro toque de cada 
equipe, é permitido que a bola toque várias partes do corpo de um 
jogador simultaneamente e em uma mesma ação, ou seja, a bola pode 
ser tocada por qualquer parte do corpo, nesse momento.
Um fator importante é que a bola não pode ser retida ou lançada. 
Caso isso ocorra, é marcada uma falta chamada condução e o ponto vai 
para o adversário. Caso a bola toque na rede, ela pode ser recuperada, 
desde que respeite o limite dos três toques. Por fim, para cruzar a rede, 
a bola deve passar pelo espaço de jogo, ou seja, pela área delimitada 
pelas antenas.
20 Metodologia do ensino de voleibol
1.3.6 O jogador
Um jogador não pode tocar na rede ou nas antenas, em hipótese 
alguma, durante a disputa por um ponto. Caso isso ocorra, é marcada 
a falta conhecida como toque na rede, e o adversário ganha um ponto. 
Entretanto o toque na rede fora das antenas, nas cordas de sustenta-
ção e nos postes, é permitido.
O jogador também não pode ter contato com a rede quando a bola 
ainda estiver na quadra adversária. Se isso ocorrer, é marcada a falta 
invasão por cima, e o adversário ganha um ponto. Caso um atleta ul-
trapasse completamente um de seus pés pela linha central e pise na 
quadra adversária, são marcados a falta invasão por baixo e um ponto 
para o adversário. É importante ressaltar que essa regra da invasão 
por baixo vale somente para os pés. No entanto, se o atleta ultrapassar 
o corpo para a quadra adversária, mas os pés ainda estiverem na sua 
área da quadra, não será considerado falta; isso desde que não interfi-
ra na jogada do adversário.
Outro ponto importante em relação às regras para os jogadores é 
que o saque deve ser executado em, no máximo, oito segundos após o 
apito do árbitro. Depois de lançar a bola para efetuar o saque, o joga-
dor não pode mais segurá-la, sendo obrigatória a execução do saque. A 
técnica de saque não pode ser bloqueada por um jogador adversário.
1.3.7 Interrupções, retardos e intervalos
As únicas interrupções regulares em uma partida são os tempos 
de descanso e as substituições, ambos solicitados pelo técnico da 
equipe ou pelo capitão. Cada equipe tem direito a dois pedidos de 
tempo de descanso e seis substituições por set, as quais são zeradas 
para o set seguinte. Os tempos de descanso devem ser solicitados 
ao segundo árbitro e têm duração de 30 segundos. Nesse tempo, os 
atletas devem se direcionar para a zona livre da sua quadra, próxima 
ao banco de reservas.
As substituições devem ser realizadas dentro da zona de substituições 
e ser controladas pelo apontador que está fazendo a súmula. Um joga-
dor da formação inicial pode ser substituído e posteriormente retornar, 
mas somente uma vez no set e para sua posição original na formação.
História e característicasbásicas do voleibol 21
Um jogador reserva também pode entrar durante a partida no lugar 
de um jogador da formação inicial, mas somente uma vez por set e só 
pode ser substituído pelo mesmo jogador titular. Por exemplo, se o 
jogador A entrou no lugar do jogador B, o jogador B só pode voltar ao 
jogo no mesmo set se entrar no lugar do jogador A.
Já os retardos são quaisquer ações que atrasem o reinício do jogo. 
Dentre essas ações estão: prolongar uma interrupção ou requisitar 
uma substituição ilegal. A primeira sanção para retardamento é uma 
advertência; a segunda é uma penalidade com um ponto e um direito 
ao saque para o adversário.
1.4 Noções básicas de arbitragem 
Vídeo Assim como conhecer as áreas de jogo, os materiais e as regras 
básicas, é de suma importância o profissional de Educação Física en-
tender e saber aplicar as noções básicas de arbitragem. Essas noções 
básicas englobam, principalmente, as funções dos árbitros e as princi-
pais sinalizações.
Mas antes de entrarmos nos aspectos técnicos da arbitragem, você 
sabe o que é necessário para se tornar um árbitro de voleibol? Essa 
não é uma pergunta muito frequente, mas é interessante sabermos a 
resposta.
Primeiramente, não é necessário ser formado em Educação Física. 
Muitos árbitros, inclusive, são de áreas bem distintas, mas têm em co-
mum a paixão pelo esporte. As Federações Estaduais de Voleibol são as 
responsáveis pela formação de árbitros, oferecendo cursos de capaci-
tação com a exigência de notas mínimas tanto na prova teórica quanto 
na prática. Após ser aprovado, o novo árbitro é incluído no quadro de 
arbitragem da respectiva federação na categoria iniciante. Com o pas-
sar do tempo e com o aumento de sua experiência, torna-se um árbitro 
regional, aspirante a nacional e internacional, 
respectivamente.
A equipe de arbitragem é constituída pelo 
1º árbitro, 2º árbitro, apontador e quatro juízes de 
linha. Em competições de categorias de base, mui-
tas vezes são utilizados apenas dois juízes de linha, 
podendo também não ter juiz (BOJIKIAN, 1999). Já 
Curiosidade
Caso você queira se tornar um 
árbitro de voleibol basta entrar em 
contato com a federação do seu 
estado. Além de ganhar experiên-
cia na profissão, pode ser uma boa 
fonte de renda extra.
22 Metodologia do ensino de voleibol
em competições internacionais é obrigatória a presença de um apon-
tador assistente.
O 1º árbitro deve estar posicionado em cima de uma cadeira espe-
cífica para arbitrar, de modo que fique com a visão acima do poste de 
sustentação da rede. O 2º árbitro deve estar de frente para o 1º árbitro, 
logo atrás do outro poste. A mesa de controle, em que deve estar o 
apontador, fica logo atrás do 2º árbitro, e os juízes de linha ficam ao 
final de cada linha de demarcação da quadra. No entanto, quando há 
apenas dois juízes de linha cada um fica responsável por duas linhas, 
sendo uma lateral e uma de fundo.
Podemos observar todas essas posições de modo mais claro na Fi-
gura 2. Observe atentamente em quais locais cada árbitro deve ficar 
durante uma partida oficial de vôlei.
Figura 2
Posicionamento da equipe de arbitragem
2
1
1JL
JL
JL
JL
2A 1A
4
3
2
Fonte: Elaborado pelo autor.
História e características básicas do voleibol 23
O 1º árbitro é a autoridade máxima de uma partida de voleibol e 
pode anular a decisão do 2º árbitro ou dos juízes de linha. Com base 
nisso, vamos entender qual é a atribuição de cada uma dessas funções 
durante uma partida de voleibol.
O 1º árbitro tem como principais funções: autorizar o saque; adver-
tir e penalizar as equipes durante o jogo; decidir a respeito das faltas 
do sacador e de posição da equipe sacadora; atribuir faltas no toque de 
bola, faltas no bordo superior e acima da rede, faltas nos ataques do 
líbero e dos jogadores da linha de trás.
Já o 2ª árbitro é assistente do 1º, mas também tem suas próprias 
competências. Algumas delas são: controlar o trabalho dos apontado-
res; supervisionar os membros das equipes no banco de reservas; rela-
tar ao primeiro árbitro condutas incorretas; autorizar as interrupções; 
controlar o tempo de 30 segundos para os tempos de descanso. O 2º 
árbitro também é responsável por: apitar quando ocorre invasão na 
quadra do adversário no espaço sob a rede; faltas de posição da equipe 
receptora do saque; contato do jogador com a rede; além de sinalizar 
(sem apitar) faltas que são de competência do árbitro principal (citadas 
anteriormente), que decidirá se vai acatar ou não a sinalização.
O apontador é quem preenche a súmula do jogo e utiliza uma cam-
painha ou outro aparelho sonoro para comunicar irregularidades, 
como, por exemplo, um jogador que efetuou o saque fora da ordem 
correta. Esse cargo tem as seguintes funções: registrar os pontos das 
equipes; controlar a ordem de saque dos jogadores; anunciar solicita-
ções de substituições dos jogadores pelo uso da campainha; controlar 
o intervalo de 1 minuto entre os sets; anunciar aos árbitros o fim de 
cada set; indicar aos árbitros as solicitações de interrupções irregulares 
e finalizar todos os detalhes da súmula ao final do jogo.
Os juízes de linha desempenham suas funções utilizando bandeiras 
de 40 x 40 cm. Suas principais atribuições são: sinalizar bola dentro ou 
bola fora quando tocar o chão; quando a bola tocar a antena; se houve 
toque em um jogador antes de a bola tocar o chão fora de quadra; se 
a bola cruzar a rede por fora das antenas. Outro ponto importante é o 
de que os juízes de linha não têm autoridade para paralisar o jogo, ou 
seja, eles apenas fazem as sinalizações e cabe ao 1º árbitro acatar ou 
não essas sinalizações.
Cite quais são as principais 
funções do 1º árbitro e do 2º 
árbitro.
Atividade 3
24 Metodologia do ensino de voleibol
A seguir, iremos compreender como devem ser efetuadas algumas 
das principais sinalizações feitas pelos árbitros durante um jogo de 
voleibol. Enquanto estiver estudando, tente fazer os gestos que serão 
apresentados nas figuras. É importante que você, futuro professor de 
Educação Física, saiba aplicá-los corretamente em suas aulas.
• Autorização do saque:
Mover o braço indicando a direção do saque. Movimento executado 
somente pelo 1º árbitro.
Figura 3
Sinal de autorização do saque
Fonte: FIVB, 2016
• Equipe que fez o ponto e irá sacar:
Estender o braço direcionando para o lado da equipe que irá sacar. 
Movimento executado pelo 1º e 2º árbitros.
Figura 4
Sinal de ponto e saque
Fonte: FIVB, 2016
• Tempo de descanso:
Colocar a palma de uma das mãos sobre os dedos da outra em po-
sição vertical, de modo que forme um T e, em seguida, indicar qual é a 
equipe solicitante. Movimento executado pelo 1º e 2º árbitros.
História e características básicas do voleibol 25
Figura 5
Sinal de tempo de descanso
Fonte: FIVB, 2016
• Retardo no saque:
Erguer oito dedos. Movimento executado somente pelo 1º árbitro 
quando um jogador leva mais de oito segundos para executar o saque 
após o apito de autorização.
Figura 6
Sinal de retardo no saque
Fonte: FIVB, 2016
• Bola dentro:
Apontar o braço e os dedos em direção ao chão. Movimento execu-
tado pelo 1º e 2º árbitros.
Figura 7
Sinal de bola dentro
Fonte: FIVB, 2016
26 Metodologia do ensino de voleibol
• Bola fora:
Erguer os antebraços verticalmente, com as mãos abertas e as pal-
mas voltadas para o corpo. Movimento executado pelo 1º e 2º árbitros.
Figura 8
Sinal de bola dentro
Fonte: FIVB, 2016
• Condução:
Levantar o antebraço lentamente com a palma da mão voltada para 
cima. Movimento executado pelo 1º árbitro.
Figura 9
Sinal de condução
Fonte: FIVB, 2016
• Dois toques:
Erguer dois dedos, de modo que fiquem levemente separados. Mo-
vimento executado pelo 1º árbitro.
Figura 10
Sinal de dois toques
Fonte: FIVB, 2016
História e características básicas do voleibol 27
• Quatro toques:
Erguer quatro dedos, de modo que fiquem levemente separados. 
Movimento executado pelo 1º árbitro.
Figura 11
Sinal de quatro toques
Fonte: FIVB, 2016
• Toque na rede:Esticar o braço para frente, de modo que fique próximo a rede, in-
dicando o lado em que houve a falta. Movimento executado pelo 1º e 
2º árbitros.
Figura 12
Sinal de toque na rede
Fonte: FIVB, 2016
• Bola tocada para fora (quando a bola toca em algum jogador 
antes de ir para fora):
Passar a palma de uma das mãos sobre os dedos da outra, que de-
verá estar em posição vertical. Movimento executado pelo 1º árbitro.
Figura 13
Sinal de bola tocada para fora
Fonte: FIVB, 2016
28 Metodologia do ensino de voleibol
Agora vamos ver alguns movimentos que são exclusivos dos juízes 
de linha.
• Bola dentro:
Apontar a bandeira para baixo.
Figura 14
Sinal de bola dentro
Fonte: FIVB, 2016
• Bola fora:
Erguer a bandeira verticalmente.
Figura 15
Sinal de bola fora
Fonte: FIVB, 2016
• Bola tocada para fora:
Erguer a bandeira e tocá-la no topo com a palma da mão que estiver livre.
Figura 16
Sinal de bola tocada para fora
Fonte: FIVB, 2016
História e características básicas do voleibol 29
• Quando a bola toca em um objeto fora da área de jogo ou uma 
falta com o pé é cometida por um sacador na linha de fundo:
Balançar a bandeira acima da cabeça e apontar para a antena ou 
para a respectiva linha que foi tocada.
Figura 17
Sinal de bola fora da área de jogo ou falta cometida com o pé
Fonte: FIVB, 2016
• Julgamento impossível (quando o juiz de linha não tem certeza 
do lance):
Erguer e cruzar os braços e as mãos em frente ao peito.
Figura 18
Sinal de julgamento impossível
Fonte: FIVB, 2016
Até aqui foi possível nos aprofundarmos nos conteúdos que trouxe-
ram os principais conceitos e as mais importantes e frequentes sinaliza-
ções feitas pela equipe de arbitragem durante um jogo de voleibol. No 
contexto desse esporte como conteúdo das aulas de Educação Física, 
conhecer essas regras e sinalizações são o suficiente. Entretanto, quan-
do pensamos no voleibol competitivo, o professor deve compreender 
as regras com propriedade, além de estar preparado para as diversas 
situações que podem ocorrer durante um jogo oficial.
Recomendamos que você 
assista à final masculina 
dos Jogos Olímpicos de 
2016, em que jogam 
Brasil e Itália. Muito do 
que falamos e estudamos 
nesse capítulo é ilustrado 
nesse jogo. Observe a 
quadra e seus elemen-
tos, os árbitros e suas 
sinalizações.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=KLIa2UaE2KE. Acesso em: 
27 jul. 2020.
Importante
30 Metodologia do ensino de voleibol
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dest e capítulo foi contar um pouco a história do voleibol, a 
origem, a difusão pelo mundo, a chegada ao Brasil e os fatos relevantes do 
voleibol brasileiro, bem como ilustrar as principais regras e algumas das 
noções de arbitragem para a prática do vôlei na escola.
Geralmente, esses são os temas que os alunos (tanto escolares quan-
to universitários) menos gostam (principalmente o histórico). Portanto, é 
nossa funçãom como professores, transmitir nosso conhecimento de ma-
neira lúdica, divertida e atraente para despertar o interesse deles no vo-
leibol. Mas, para isso que isso aconteça, devemos dominar esses tópicos 
e termos propriedade sobre o que estamos ensinando.
Ou seja, se você não se dedicou a aprender esses conteúdos, quando for 
ministrar sua aula na escola, dificilmente irá despertar o interesse dos alunos. 
Não se esqueça de que você irá trabalhar, provavelmente, com crianças e 
jovens, e que uma história bem contada pode ser fundamental para con-
quistá-los. Portanto, é de extrema importância que o essencial tenha sido 
absorvido por você!
REFERÊNCIAS
BOJIKIAN, J. C. M. Ensinando voleibol. Guarulhos, SP: Phorte Editora, 1999.
FIVB. Regras oficiais de voleibol 2017/2020. 2016. Disponível em: https://cbv.com.br/pdf/
regulamento/quadra/REGRAS-DE-QUADRA-2017-2020.pdf. Acesso em: 27 jul. 2020.
MARCHY JUNIOR, W. Sacando o voleibol. São Paulo: Hucitec; Ijuí, RS: Unijuí, 2004.
RIBEIRO, J. L. S. Conhecendo o voleibol. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.
TEIXEIRA, H. V. Aprenda a jogar voleibol. São Paulo: Ícone, 1992.
GABARITO
1. O criador do voleibol foi William G. Morgan. O basquete era considerado um esporte muito 
cansativo e violento para pessoas de meia-idade e idosos. Com base nisso, William idealizou 
um jogo sem contato físico (inspirado no tênis) para que essas pessoas pudessem praticá-lo.
2. As zonas de uma quadra de vôlei são: zona de ataque, zona de defesa, zona de saque, zona 
livre, zona de substituição, zona de troca do líbero e área de penalidade.
3. As principais funções do primeiro árbitro são: autorizar o saque; advertir e penalizar as equi-
pes durante o jogo; decidir sobre as faltas do sacador e de posição da equipe sacadora; as 
faltas no toque de bola; as faltas no bordo superior e acima da rede; as faltas no ataque do 
líbero e dos jogadores da linha de trás. Já o segundo árbitro tem como funções: controlar 
o trabalho dos apontadores; supervisionar os membros das equipes no banco de reservas; 
relatar ao primeiro árbitro condutas incorretas; autorizar as interrupções; controlar o tempo 
de 30 segundos para os tempos de descanso; apitar penetração na quadra do adversário 
no espaço sob a rede; faltas de posição da equipe receptora do saque; contato do jogador 
com a rede; além de sinalizar (sem apitar) faltas que são de competência do árbitro principal.
Iniciando o voleibol 31
2
Iniciando o voleibol
Neste capítulo iremos estudar aspectos táticos do voleibol, 
como a organização e a estrutura de uma equipe, e os aspectos 
técnicos, como os gestos básicos realizados pelos jogadores duran-
te uma partida. Esses aspectos são fundamentais para entender o 
jogo e a estrutura de uma equipe. Assim, quando for ministrar suas 
aulas, se não souber com propriedade esses conteúdos, pode co-
meter erros e prejudicar a aprendizagem dos alunos.
Além disso, também abordaremos os movimentos mais utiliza-
dos em um jogo de voleibol, dos mais simples para os mais com-
plexos. Conheceremos um pouco mais a respeito dos principais 
deslocamentos, das passadas e dos saltos realizados pelos joga-
dores, assim como as técnicas básicas – toque e manchete – e, por 
fim, os fundamentos do voleibol. Entender isso é fundamental para 
uma boa elaboração de suas aulas.
Bom estudo!
2.1 Posições, rodízio e as funções dos jogadores 
Vídeo Nesta seção conheceremos as posições da quadra, o funcionamen-
to do rodízio dos jogadores, bem como as funções e características de 
cada jogador.
2.1.1 Posições
É importante salientarmos que, sempre antes de uma partida co-
meçar, cada equipe deve entregar para a arbitragem a formação inicial, 
a qual representa a ordem de saque, indicando em qual posição cada 
jogador deve ficar ao início do jogo. Ou seja, as posições da quadra são 
de suma importância, pois orientam o rodízio das equipes.
32 Metodologia do ensino de voleibol
A quadra de vôlei é dividida em seis quadrantes, chamados de po-
sição 1, 2, 3, 4, 5 e 6, sendo três na zona de ataque e três na zona de 
defesa (Figura 1).
As posições da zona de defesa são:
 • Posição 1 – fica ao lado direito da quadra, também chamada de 
defesa direita; é a posição do saque. Após o rodízio, o atleta que 
chegar nessa posição deve efetuar o saque.
 • Posição 6 – fica ao centro da quadra, também chamada de defesa 
central.
 • Posição 5 – fica ao lado esquer-
do da quadra, chamada de defesa 
esquerda.
Já as posições da zona de ataque são:
 • Posição 4 – fica ao lado esquerdo 
da quadra, chamada de entrada de 
rede. Isso se deve ao fato de essa 
posição ser a primeira do atleta na 
rede após sair do fundo da quadra.
 • Posição 3 – fica no centro da qua-
dra, também chamada de meio de 
rede.
 • Posição 2 – fica ao lado direito da 
quadra, chamada de saída de rede, 
pois essa é a última posição do 
atleta na rede antes de ir para o 
fundo da quadra.
Figura 1
Organização das posições em uma quadra de voleibol
5 4
3
2
6
1
Fonte: Elaborada pelo autor.
2.1.2 Rodízio
No voleibol, toda situação em que a equipe receptora do saquefaz um ponto e ganha o direito de sacar é realizado um movimen-
to de mudança de posição entre todos os atletas, chamado rodízio. 
O rodízio é feito no sentido horário, isto é, o jogador que está na 
posição 1 vai para a posição 6, o da posição 6 vai para a 5, e assim 
sucessivamente (BOJIKAN, 2012). Independentemente dos sistemas 
utilizados pela equipe, o funcionamento do rodízio deve seguir essa 
mesma ordem sempre.
Iniciando o voleibol 33
Mas se as posições não são demarcadas com linhas, se não há 
indicações no chão, como saber se o atleta está na posição certa? 
Para isso, existe uma regra que se chama posição relativa entre 
os jogadores. Essa é uma regra básica e muito importante para 
auxiliar você a entender o posicionamento correto dos jogadores 
dentro de quadra.
Os jogadores devem obedecer a essa regra até o momento do sa-
que. Assim, logo que o sacador fizer contato com a bola, os jogadores 
de ambas as equipes podem ir para qualquer lugar da quadra. Veja a 
seguir qual é a lógica a ser praticada na posição relativa.
 • O jogador da posição 1 deve estar atrás do jogador da posição 2 
e logo à direita do jogador da 6.
 • O jogador da posição 6 deve estar logo atrás do jogador da po-
sição 3, à esquerda do jogador da 1 e à direita do jogador da 5.
 • O jogador da posição 5 deve estar logo à esquerda 
do jogador da 6 e atrás do jogador da posição 4.
 • O jogador da posição 4 deve estar logo à frente 
do jogador da 5 e à esquerda do jogador da 
posição 3.
 • O jogador da posição 3 deve estar à frente do 
jogador da 6, à direita do jogador da posição 4 
e à esquerda do jogador da 2.
 • O jogador da posição 2 deve estar à frente do 
jogador da 1 e à direita do jogador da 3.
A Figura 2 ilustra a regra da posição relativa entre 
os jogadores. Observe que aqueles que estão nas 
posições 6 e 3 possuem três jogadores correspon-
dentes, enquanto os demais possuem somente dois 
correspondentes.
2.1.3 Funções dos jogadores
Existem cinco funções que os atletas podem exercer no voleibol – 
também chamadas de posição do jogador – e cada uma delas requer 
habilidades distintas. É importante destacar que, a depender do siste-
ma ofensivo que a equipe utiliza, algumas dessas funções podem não 
existir. Por exemplo, no sistema 4x2 não existe o oposto, pois há ape-
nas dois levantadores.
A compreensão plena a respeito 
das posições da quadra e do 
rodízio é de extrema importância 
para que a estruturação das 
equipes seja aplicada nas aulas 
de maneira correta.
Importante
Figura 2
Posição relativa entre os jogadores
5 4
3
2
6
1
Fonte: Elaborada pelo autor.
34 Metodologia do ensino de voleibol
Ainda a respeito das habilidades distintas, são requeridas para atle-
tas de alto nível algumas características físicas específicas, as quais 
devem seguir o padrão internacional estabelecido. É importante co-
nhecermos essas características para detectar um possível talento 
na escola, porém não devemos usá-las como regra em aulas ou jogos 
escolares. Todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades de 
vivenciar as diversas posições em um jogo ou em uma aula. São elas: 
levantador, oposto, central, ponta e líbero.
Levantador
O levantador é o jogador responsável pela armação das 
jogadas ofensivas, é considerado o “cérebro” da equipe e 
é aquele que mais tem contato com a bola durante todo 
o jogo. O objetivo do levantador é colocar a bola nas me-
lhores condições para os atacantes e com o menor núme-
ro possível de bloqueadores adversários, aumentando as 
chances de pontuar. Uma frase muito utilizada por técnicos 
e autores ressalta a importância do levantador: “uma equipe 
com excelentes atacantes e um levantador mediano é um 
time mediano. Uma equipe com atacantes medianos e um 
excelente levantador é um time excelente”. Em relação às 
características gerais, os levantadores geralmente não são 
muito altos (em comparação aos atletas de outras posições), 
mas devem ser muito ágeis e com excelente visão de jogo.
Oposto
O oposto tem esse nome por jogar na diagonal do levanta-
dor, ou seja, oposto ao levantador. Pode ser chamado tam-
bém de saída, uma vez que é o atleta que joga na posição 
2 (saída de rede) quando está na rede. O oposto tem como 
principal função o ataque e geralmente é o mais procurado 
pelos levantadores. Para isso, esse jogador não participa da 
recepção do saque, isto é, ele deve ficar livre dessa respon-
sabilidade e se concentrar principalmente no ataque. No que 
diz respeito às características, os opostos são atletas altos e 
com muita potência no ataque.
Não confunda posições de 
jogador com as posições da 
quadra.
Atenção
Iniciando o voleibol 35
Ponta
Também chamado de ponteiro passador ou somente pon-
teiro, tem como características principais muita técnica e 
habilidade. O ponteiro participa da recepção do saque e ge-
ralmente ataca pela posição 4, na entrada de rede. Não são 
tão altos quanto os opostos, mas devem ter uma boa estatu-
ra para passarem do bloqueio com maior facilidade.
Central
Os centrais são conhecidos por quase sempre serem os mais 
altos da equipe. Eles têm como característica marcante os 
ataques com bolas extremamente velozes e são excelentes 
bloqueadores, atuando sempre no centro da quadra, inde-
pendentemente da posição em que estão. Também são vis-
tos por muitos como atletas menos técnicos na defesa e na 
recepção. Por isso, quando a equipe utiliza o líbero, é o cen-
tral que sai de quadra após efetuar o saque e só retorna para 
o jogo quando chegar nas três posições da rede.
Líbero
O líbero é a posição mais recente no vôlei. Essa função foi 
implementada pela FIVB somente em 1998 e possui algumas 
regras e características específicas.
a. É um jogador especialista em recepção e defesa, atuando 
somente no lugar de um dos jogadores que estão no 
fundo de quadra. O mais comum é o líbero entrar no 
lugar do central, que vai para o fundo após o saque.
b. O líbero não pode atuar nas três posições da rede. Ou 
seja, quando ele vai para a posição 4, o central (ou outro 
jogador que o técnico tenha escolhido) que estava fora de 
quadra retorna para o jogo em seu lugar. Essas trocas são 
ilimitadas e não contam como substituições.
Explique a regra da posição 
relativa quanto ao jogador 
da posição 3 e quem é o seu 
diagonal.
Atividade 1
(Continua)
36 Metodologia do ensino de voleibol
c. O líbero não pode sacar, por isso entra em quadra apenas 
após o saque do central (quando o ponto for finalizado).
d. Como a troca entre o líbero e um jogador de fundo não 
conta como uma substituição, ele usa um uniforme de cor 
diferente dos demais jogadores para facilitar o controle 
dessas trocas por parte da arbitragem.
e. Não é permitido executar um ataque de nenhuma parte 
da quadra se a bola estiver a uma altura acima da fita 
superior da rede. Caso a bola esteja abaixo da fita, o líbero 
pode atacar.
f. O líbero pode levantar uma bola de segundo toque 
somente na zona de defesa. Caso levante uma bola de 
toque dentro da zona de ataque, o atacante não pode 
concluir a jogada com uma ação acima da fita superior da 
rede. Se isso ocorrer, será ponto do adversário. Para que 
ocorra um ataque a partir de um levantamento do líbero 
dentro da zona de ataque, a bola deve ser levantada de 
manchete.
Agora que já conhecemos as posições 
dos jogadores, precisamos entender como 
elas são organizadas na equipe. Para que 
essa organização ocorra de maneira ade-
quada utilizamos a regra das diagonais. 
Observe a Figura 3:
O jogador da posição 1 está em diago-
nal com o da 4; o da posição 6 com o da 3; 
e o da posição 5 com o da 2, correto? Isso 
quer dizer que quando o jogador da posi-
ção 2 sair da rede, o da 5 entrará na rede; 
quando o jogador da posição 1 for para a 6, 
o da 4 vai para a 3 e assim por diante. Ou 
seja, em toda situação em que houver uma 
rotação na equipe as diagonais devem ser 
mantidas. Mas por que isso é importante?
É importante compreender que sempre será necessário ter um pon-
teiro na rede e um no fundo, umcentral na rede e um no fundo (ou o 
líbero) e um levantador na rede e outro no fundo (no caso do sistema 
Figura 3
Diagonais
5 4
3
2
6
1
Fonte: Elaborada pelo autor.
Iniciando o voleibol 37
5x1, em que há somente um levantador, quem estará na diagonal é o 
oposto). Isto é, os jogadores em diagonal exercem a mesma função, 
com exceção do levantador e do oposto no sistema 5x1.
Com base no que vimos a respeito das diagonais, vamos fazer uma 
simulação para compreender melhor esse sistema. Substitua o núme-
ro pela posição dos jogadores do seguinte modo: 1= Levantador; 2= 
Ponteiro; 3= Central; 4= Oposto (ou outro levantador, dependendo do 
sistema ofensivo utilizado); 5= Ponteiro e 6= Central. Após isso, faça os 
seis rodízios até os jogadores retornarem às posições iniciais e você 
observará que, em todos os rodízios, quando um jogador entra na rede 
o outro da mesma função sai.
Essa regra das diagonais é importante para auxiliar no momento de 
posicionar os alunos em quadra. No contexto escolar é recomendado 
que, ao formar as diagonais para organizar uma equipe equilibrada, é 
importante colocar atletas com características semelhantes. Por exem-
plo: em uma turma há dois alunos que são mais habilidosos no ataque 
do que os demais. Se esses dois alunos forem colocados um ao lado do 
outro na formação inicial e ambos estiverem na rede, sua equipe estará 
muito forte no ataque, no entanto, quando os dois saírem da rede, seu 
ataque ficará mais fraco. Desse modo, ao colocar esses dois alunos em 
diagonal, sempre existirá um na rede e outro ao fundo, formando uma 
equipe mais equilibrada.
Você tem os seguintes atletas 
para montar sua equipe: leão, 
tucano, tigre, águia, lobo e 
raposa. Qual seria a formação 
ideal para essa equipe? Indique 
como você organizaria o time 
e qual a razão para tomar essa 
decisão.
Atividade 2
2.2 Deslocamentos e movimentações básicas 
Vídeo Para realizar os deslocamentos e movimentos do voleibol que vere-
mos nesta seção, precisamos compreender as três posições básicas do 
corpo adotadas na execução dessas movimentações: alta, média e baixa.
A posição alta é quando o jogador permanece em pé com o corpo 
ereto. Por ser uma posição menos cansativa do que as outras, pode ser 
considerada uma posição que antecede todas as ações, ou seja, é uma 
posição de espera para executar outra tarefa.
Na posição média as pernas devem ser afastadas lateralmente, 
alinhando-se ao ombro. Os pés devem estar totalmente apoiados no 
chão, com as pernas e coxas flexionadas entre 110º e 130º; já os joelhos 
devem estar na mesma linha dos pés, o tronco ligeiramente inclinado 
para frente, os ombros na linha dos joelhos e os membros superiores 
naturalmente relaxados à frente do tronco.
38 Metodologia do ensino de voleibol
Já na posição básica baixa, as pernas devem ficar afastadas do mes-
mo modo que na posição média. Os pés devem estar apoiados com o 
calcanhar fora do chão, a flexão entre as pernas e coxas deve ser entre 
90º e 100º; já os joelhos devem ser projetados à frente dos pés, com o 
tronco inclinado para frente formando um ângulo de 90º com as coxas. 
É importante que os membros superiores fiquem semiflexionados à 
frente do tronco, entre os joelhos e ombros.
É possível perceber que para manter o corpo na posição baixa 
são exigidos mais energia e esforço do que na posição alta. Desse 
modo, para alunos iniciantes não há a necessidade de orientá-los 
a ficarem na posição baixa durante toda a disputa do ponto, pois 
pode causar fadiga e abandono da posição correta, além de dimi-
nuir a atenção e a concentração. Portanto, é importante dar aten-
ção aos detalhes para que seja possível tornar suas práticas muito 
mais efetivas.
Mas quando usar cada uma dessas posições na prática? Imagine 
a seguinte situação de jogo: uma equipe executou o saque e a bola 
está viajando para a outra quadra. Nesse momento os atletas po-
dem estar na posição alta e mais relaxados, porém atentos caso a 
bola volte para a quadra de primeira. No momento em que é feita 
a recepção do saque até a bola chegar no levantador, os atletas da 
equipe sacadora podem adotar a posição média para observar a 
sequência da jogada. Após o levantamento da equipe adversária, 
o time sacador se organiza para defender a bola e os jogadores da 
rede deverão ir para o bloqueio e os do fundo para a defesa. São 
esses jogadores de defesa que, no momento do ataque, devem es-
tar na posição básica baixa.
Após estudarmos algumas das posições básicas do corpo du-
rante uma partida de vôlei, é o momento de conhecer os principais 
deslocamentos e movimentações utilizadas pelos jogadores, com o 
objetivo de executar os fundamentos.
Esses deslocamentos são movimentos específicos que levam o 
jogador ao local em que o fundamento deverá ser executado. Eles 
devem estar associados à velocidade e à amplitude, dar o equilí-
brio ideal para executar um fundamento e permitir que o jogador 
se posicione para efetuar a ação da maneira mais correta possível 
Iniciando o voleibol 39
(BIZZOCHI, 2018). Costumamos chamar esse tipo de deslocamento 
de passadas, que podem ser classificadas da seguinte maneira:
 • Normal – como o próprio nome diz, é uma passada normal, 
como andar ou correr. Esse movimento pode ser feito em di-
ferentes velocidades, dependendo da necessidade, para fren-
te ou para trás e para curtas ou longas distâncias.
 • Galope – diferentemente da passada normal, nesse movi-
mento os pés não se cruzam. Existe um movimento durante 
essa passada no qual os pés se tocam no ar, rente ao chão, 
para impulsionar o corpo. É utilizado em deslocamentos em 
que são necessários ajustes corporais e para manter o equi-
líbrio em situações que requerem um afastamento maior, e 
imediato, de pernas.
 • Saltito – são pequenos saltos, geralmente laterais, utilizados 
para chegar rapidamente ao local de realização do funda-
mento. Esse movimento é muito usado para ajustar o corpo 
para um ataque ou para a fase final de um bloqueio.
 • Lateral simples – é um tipo de passada mais lenta, utilizada 
em trajetos curtos, médios ou de ajuste. Não há cruzamento 
dos pés e não possui fase aérea como no galope. É muito usa-
da para defesa, recepção e bloqueio.
 • Cruzada – é uma passada lateral em que há o cruzamento das 
pernas. A perna que cruza à frente é sempre a contrária à di-
reção do deslocamento, e o contato com a bola não deve ser 
feito no momento do cruzamento, mas no afastamento pos-
terior ao deslocamento, que posiciona o atleta atrás da bola.
 • Mista – é uma passada que associa o deslocamento da passada 
normal e a de galope, já citadas anteriormente. É utilizada, geral-
mente, quando se faz necessário ganhar velocidade ou distância 
e, na sequência, um ajuste do corpo e um equilíbrio ideal.
Essas posições do corpo e os deslocamentos servem como base 
para a execução das técnicas utilizadas em um jogo de vôlei. Quan-
do você for ministrar suas aulas de voleibol, planeje atividades lú-
dicas e divertidas para exercitar essas posições e deslocamentos. 
Sem o pleno domínio deles a aprendizagem das técnicas e, poste-
riormente, a dos fundamentos será prejudicada.
40 Metodologia do ensino de voleibol
2.3 Técnicas básicas 
Vídeo Nesta seção vamos estudar duas principais técnicas do voleibol: to-
que e manchete. Não confunda essas técnicas com fundamentos. As 
técnicas são utilizadas para executar um dos fundamentos (que serão 
apresentados na próxima seção). Portanto, é fundamental entender 
essas duas ações, pois ambas são a base de quase todos os fundamen-
tos de jogo e as primeiras que devem ser ensinadas aos alunos.
A primeira técnica de que falaremos é o toque. O toque pode ser 
usado nos fundamentos de recepção, levantamento, defesa ou como 
ataque. Independentemente do tipo de toque, para uma boa execução, 
não devemos considerar apenas o momento do contato das mãos com 
a bola. A preparação, a movimentação correta, o equilíbrio, o posicio-
namento do corpo e a finalização são tão importantes quanto à fasede 
contato. Os principais tipos de toque são: para frente, para trás, lateral 
e em suspensão.
 • Toque para frente: é uma das técnicas mais comuns do voleibol. 
É comumente utilizada em levantamentos para atletas que estão 
à frente do levantador. Recentemente também tem sido muito 
utilizada na recepção de saques mais lentos.
 • Toque para trás: é um tipo de toque usado pelos levantadores 
(ou outros jogadores que irão fazer essa ação) com o objetivo de 
levantar a bola para um jogador posicionado atrás. É uma técnica 
mais complexa e difícil de ser executada do que o toque para 
frente, pois trata-se de um toque que, quando bem executado, 
pode fintar o bloqueio adversário.
 • Toque lateral: esse toque também pode ser feito pelos levanta-
dores como um recurso para levantar uma bola que veio de um 
passe ruim. Por exemplo: uma bola que está fora da linha dos 3 
metros, que não permite que o levantador posicione o corpo de 
frente para a entrada de rede em tempo, ou uma bola passada 
próximo à rede.
 • Toque em suspensão: o toque em suspensão é extremamente 
utilizado por jogadores de alto nível, principalmente pelos levan-
tadores. O objetivo desse tipo de toque é fazer contato com a 
bola no ponto mais alto possível para aumentar a velocidade do 
jogo e dificultar o sistema defensivo do adversário.
Iniciando o voleibol 41
Outra técnica muito usada é a manchete, principalmente na 
recepção do saque, da defesa e do levantamento (nesse último caso 
apenas quando não for possível executar o toque). Assim como para o 
toque, a preparação, a movimentação correta, o equilíbrio, o posicio-
namento do corpo e a finalização são fundamentais para executar uma 
boa manchete. Os principais tipos são: manchete normal, de costas, 
lateral e alta.
 • Manchete normal: assim como o toque para frente, a manchete 
normal é uma técnica comum no voleibol. É executada geralmen-
te na posição média ou baixa e na recepção de um saque em que 
a bola deve ser rebatida na altura do quadril ou abaixo dele.
 • Manchete de costas: é usada para salvar uma bola que passou 
por cima da cabeça do jogador, o impedindo de executar um to-
que. O atleta, então, faz um giro de aproximadamente 180º para 
efetuar o contato com a bola.
 • Manchete lateral: é uma técnica menos utilizada, mas não me-
nos importante. Quando uma recepção passa rente à rede, de for-
ma muito baixa, ou muito veloz em direção ao levantador, e não 
é possível posicionar-se atrás da bola, usa-se a manchete lateral.
 • Manchete alta: é uma técnica em que o jogador retira o corpo 
da trajetória da bola e se apoia em um dos pés (o pé contrário ao 
lado que posicionou os braços). No entanto, para que seja bem 
executada, o jogador deve dominar primeiramente a manchete 
normal. No momento do contato com a bola o corpo deve estar 
na posição média. Essa técnica é muito utilizada para recepcionar 
um saque em que a bola está na altura dos ombros, fazendo com 
que não seja possível executar um toque para a frente ou uma 
manchete normal.
Quais são as principais técnicas 
utilizadas no voleibol e por 
que são consideradas técnicas 
básicas?
Atividade 3
2.4 Fundamentos do voleibol 
Vídeo Esta é uma seção muito importante e você deverá ter total domínio 
sobre esse assunto futuramente. Quando alguém lhe perguntar quais 
são os fundamentos do voleibol é importante responder sem hesitar.
De acordo com a FIVB, os seis fundamentos são: saque, recepção, 
levantamento, ataque, bloqueio e defesa. É comum observarmos algu-
mas pessoas falando que toque e manchete são fundamentos, mas, 
conforme citado anteriormente, são apenas as técnicas usadas para 
42 Metodologia do ensino de voleibol
executá-los. Portanto, volto a frisar: não confunda! Esses aspectos de-
vem estar bem claros para você.
Mas como não esquecer esses fundamentos? É muito comum ten-
tarmos decorar e, em um curto prazo, pode até funcionar. Mas ao 
pensarmos em um aprendizado permanente, devemos entender os 
conceitos com propriedade para, depois, ensinar.
Provavelmente você já assistiu a algum jogo de vôlei pessoalmente 
ou pela televisão, correto? Agora, pense no que acontece logo depois 
do árbitro autorizar o saque e imagine uma continuidade da jogada 
até a bola voltar para a equipe sacadora. Por exemplo: após o apito, o 
saque é executado. A outra equipe faz a recepção, o levantador levanta 
a bola para um dos atacantes e ele ataca para a outra quadra. Nesse 
momento, a equipe que tinha o saque vai tentar bloquear o ataque 
e, caso a bola ultrapasse, os jogadores de trás, ou da zona de defesa, 
tentarão defendê-la .
Perceba as ações mencionadas na descrição da jogada acima e em 
como elas têm uma sequência. Portanto, ao pensar na sequência lógica 
do jogo será possível lembrar com facilidade dos fundamentos: saque, 
recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa.
Agora que você sabe quais são esses fundamentos, vamos ver deta-
lhadamente cada um deles.
Saque
É com esse fundamento que se inicia o jogo e a disputa de todos 
os pontos durante uma partida. Antigamente o saque era visto apenas 
como um meio de colocar a bola em jogo, mas com o passar dos anos 
tem se tornado cada vez mais potente e agressivo, visando à concre-
tização do ponto, ou pelo menos o ato de dificultar a armação ofensi-
va adversária. O saque pode ser executado por todos os atletas, com 
exceção do líbero.
Existem quatro tipos de saque: por baixo, flutuante, flutuante em 
suspensão e saque viagem.
 • Saque por baixo: é um tipo de saque usado principalmente 
em aulas de iniciantes por ser de fácil execução. O sacador deve 
golpear a bola com o braço dominante em um movimento reali-
zado de baixo para cima, atingindo a bola na parte inferior. Exis-
te outro tipo de saque por baixo chamado jornada nas estrelas, 
Para sempre lembrar dos fun-
damentos pense na sequência 
lógica de um jogo de voleibol: 
saque, recepção, levantamento, 
ataque, bloqueio e defesa.
Importante
Iniciando o voleibol 43
em que o sacador executa a técnica com muita força, fazendo a 
bola ganhar muita altura. No entanto, é um tipo de saque antigo 
e que não é utilizado em jogos e competições atuais.
 • Saque flutuante: é o segundo tipo de saque a ser ensinado. 
É caracterizado por ser feito acima da cabeça, semelhante a 
um saque de tenista, e deve ser feito sem deslocamento ou 
salto do atleta; ou seja, ele apenas lança a bola para cima e a 
golpeia. Esse saque pode ser ensinado desde a iniciação até o 
alto nível e tem esse nome por não sofrer grandes variações 
em sua trajetória.
 • Saque flutuante em suspensão: o movimento desse saque é 
semelhante ao anterior, mas seguido de uma corrida de apro-
ximação e salto. Pode ser utilizado desde a iniciação (após ter 
o domínio dos outros dois tipos de saque) até o alto nível. É 
uma das técnicas mais difíceis de recepcionar devido às pe-
quenas mudanças que podem ocorrer na trajetória da bola. 
Além disso, é a mais utilizada nas equipes femininas, porém 
recentemente tem ganhado espaço nas equipes masculinas.
 • Saque viagem: é o saque mais difícil de ser executado e que 
tem alto risco de erro (SHONDELL, 2005); além de ser 
o tipo mais agressivo e mais usado no vôlei masculino 
adulto. No alto nível, esse saque pode ultrapassar os 
100km/h, e o movimento é semelhante ao movimento de 
ataque, no qual o sacador golpeia a bola de cima para 
baixo, ao atingir o ponto mais alto do seu salto. No entan-
to, não é muito usado no vôlei feminino, embora muitas 
mulheres estejam aplicando essa técnica atualmente. É 
importante ter em mente que não é aconselhável o ensi-
no dessa técnica a alunos que não tenham domínio dos 
outros tipos de saque.
Recepção
Também chamado de passe, é o fundamento que uma equipe 
faz ao receber o saque adversário. O domínio da recepção é im-
portante pois proporciona uma base eficaz para uma boa armação 
ofensiva desde os primeiros anos da iniciação até o alto nível. Uma 
equipe com falhas no desenvolvimento da recepção dificilmente conse-
guirá bons resultados,uma vez que o seu ataque estará prejudicado.
Figura 4
Saque flutuante em 
suspensão
Stuart Monk/Shutterstock
A qualidade da recepção pode ser classificada em passe A, B, C, D 
ou E. De modo geral, o passe A é o perfeito, aquele que vai direto para 
a mão do levantador na posição 3 da quadra. O B é um passe bom, no 
qual o levantador deve se deslocar em curtas distâncias para levantar 
a bola. O C é um passe em que a bola vai fora da linha dos 3 metros 
e o levantador corre para executar o levantamento. Já o D é quando o 
passe não permite um levantamento e a bola é devolvida para a outra 
equipe “de graça” (geralmente por meio de toque ou manchete). E o 
passe E é aquele considerado errado, gerando ponto para o adversário.
O passe pode ser executado por qualquer jogador, podendo variar 
de acordo com o sistema ofensivo utilizado por cada equipe. Por exem-
plo: equipes escolares geralmente utilizam vários jogadores para passar 
o saque. Já no alto nível, em que as equipes jogam no sistema ofensivo 
5x1, geralmente os passadores são apenas os dois ponteiros e o líbero. 
A recepção é feita sempre de duas formas: de toque ou manchete.
 • Recepção de toque: é utilizada para receber os saques mais lon-
gos, em que a bola viaja até o fundo da quadra, e saques lentos. 
Além disso, deve ser executada com o corpo na posição alta ou 
média. Os pontos positivos de utilizar essa técnica no passe são: 
permitir maior controle da bola e, segundo a regra, não existir a 
falta de dois toques (como existe no segundo ou terceiro toque 
da equipe).
 • Recepção de manchete: é utilizada, comumente, para passar sa-
ques mais curtos e médios. Contudo, por ser difícil amortecer e con-
trolar de toque um saque muito forte e rápido, nesse caso é possível 
utilizar esse tipo de recepção. Deve ser executada na posição 
média ou baixa do corpo, de acordo com a profundidade do 
saque. A manchete alta – mencionada anteriormente – tam-
bém é muito utilizada nesse fundamento, principalmente no 
alto nível.
Levantamento
É o fundamento responsável pela criação e pela ar-
mação das jogadas ofensivas de uma equipe. 
Um levantamento de qualidade aumenta as 
chances de sucesso dos atacantes (BIZZOCHI, 
2018). O objetivo do levantador é colocar a 
Figura 1
Levantamento de toque 
em suspensão
sportoakimirka/Shutterstock
44 Metodologia do ensino de voleibol
Iniciando o voleibol 45
bola na melhor condição de ataque para cada jogador, com o mínimo 
de bloqueadores possíveis.
Assim como os outros fundamentos, todos os alunos devem apren-
der a levantar. Na iniciação, os levantamentos devem ser feitos basica-
mente com bolas altas, isto é, para trás e para frente, mas é importante 
saber que existem variações nos levantamentos à medida que aumen-
ta o nível de jogo. É muito comum em equipes com jogadores em que 
a idade seja acima de 15 anos o uso de bolas rápidas para frente, para 
trás, para o meio e bolas de fundo.
É comumente realizado pelo levantador da equipe, porém, caso ele 
tenha defendido a bola ou esteja impossibilitado por qualquer outra 
razão, todos os outros podem executar esse fundamento. Entretanto, 
os técnicos costumam deixar previamente definidos alguns jogadores 
que podem executar esse fundamento além do levantador, sendo, na 
maioria das vezes, os líberos ou centrais de rede.
As técnicas utilizadas são o toque e a manchete.
 • Levantamento de toque: é o mais usado, por proporcionar maior 
precisão e eficiência. Todavia, não é recomendado quando a bola 
chega ao levantador a uma altura muito baixa. De acordo com a 
qualidade do passe e as necessidades do momento do jogo, pode 
ser um toque para frente, para trás, para a lateral ou em suspensão.
 • Levantamento de manchete: por ser menos preciso e veloz que 
o levantamento de toque é menos utilizado nas estratégias de 
jogo. Utiliza-se esse recurso somente quando o levantamento 
de toque não é possível, quando a bola chega muito baixa para 
o levantador ou muito distante dele. Pode ser executado com a 
manchete lateral, para frente e para trás.
Ataque
Antes de tudo, é importante destacar que este é o fundamento que 
as crianças, os adolescentes e adultos mais gostam de treinar e execu-
tar. Um ponto curioso é o de que nós, brasileiros, temos uma visão de 
que esse é o fundamento mais “divertido” e importante, fazendo com 
seja priorizado desde a iniciação.
Mas vamos refletir juntos: será que ter um ataque forte e eficiente é 
o suficiente? Não! Pois sem uma boa recepção dificilmente ocorrerá um 
bom levantamento, e sem um bom levantamento, dificilmente ocorre-
rá um bom ataque. Desse modo, quando você for professor, seu papel 
é o de ajudar a mudar essa mentalidade e fazer com que os alunos se 
apaixonem pelos outros fundamentos também, combinado?
O ataque é o fundamento que visa a finalização de um pon-
to, procurando vencer o bloqueio e a defesa adversária (PESSOA, 
BERTOLO, CARLAN, 2009). Pode ser executado por qualquer joga-
dor – inclusive pelo líbero –, desde que a bola esteja abaixo da fita 
superior da rede. Contudo, quando um levantador passa uma bola 
de segundo toque para a outra quadra, tentando o ponto, também 
é considerado um ataque, mesmo a bola sendo passada de toque.
Um fator relevante é que esse fundamento pode ser executado 
de todas as posições da quadra, contanto que os jogadores das 
posições 1, 5 e 6 respeitem as regras de ataque para jogadores 
do fundo da quadra. Quanto à direção, o ataque pode ser feito 
na paralela ou na diagonal. Por exemplo: quando um jogador da 
posição 4 ataca para a posição 1 adversária, consideramos 
paralela. Quando esse mesmo jogador direciona para as 
posições 6, 5 ou 4, consideramos diagonal. Usualmente, 
os três tipos de ataque mais usados são: cortada, largada 
de ponta de dedos e largada encaixada.
 • Cortada: é o tipo de ataque mais usado nos jogos e o 
movimento que gera maior potência e velocidade na bola, 
dificultando o sistema defensivo. Nessa técnica a bola é gol-
peada de cima para baixo, no ponto mais alto do salto do 
jogador.
 • Largada de ponta de dedos: 
é o movimento em que o atacante 
empurra a bola, sem conduzi-la, 
com a ponta dos dedos. É muito 
utilizada para colocar a bola, com 
precisão, em locais muito específi-
cos da quadra adversária. O movi-
mento inicial é muito semelhante 
ao da cortada, o que realmente vai 
mudar é a finalização, na qual o 
atleta para o braço no ponto mais 
alto e empurra a bola, ao invés de 
girar o braço com velocidade para 
golpeá-la.
Assim como no Brasil prefere-se 
utilizar os fundamentos de 
ataque (um dos pontos 
fortes das equipes brasileiras), 
outros países também têm suas 
preferências.
O Japão é conhecido pela 
ótima defesa; a Rússia pelo 
bloqueio feito com eficiência; e a 
Argentina pela recepção.
Curiosidade
Figura 6
Ataque do tipo 
cortada
Joe
SA
Pho
tos
/Sh
utt
ers
toc
k
46 Metodologia do ensino de voleibol
Iniciando o voleibol 47
 • Largada encaixada: tem como nome popular entre técnicos e 
jogadores o de caixinha ou penteada. É uma técnica usada para 
tentar enganar a defesa adversária, em que o atacante faz um 
movimento muito semelhante ao da cortada. Porém, ao final da 
execução, reduz a velocidade do braço e bate na bola com a pal-
ma da mão e com pouca força, fazendo-a girar no mesmo sentido 
de sua trajetória. Esse movimento tem esse nome porque a bola 
deve estar encaixada na palma das mãos e nos dedos no momen-
to do seu contato.
Bloqueio
Possivelmente é o fundamento que os jogadores menos gostam e 
um dos mais complexos, mas muito importante para o sistema defen-
sivo. No entanto, para o voleibol escolar, o bloqueio – assim como os 
outros fundamentos – não necessita ser trabalhado em todas as suas 
complexidades. Já para o alto nível é importante saber que esse fun-
damento exige muita técnica, coordenação e sincronia de movimento 
com os companheiros de time e com o atacante adversário.
O bloqueio é a primeira linha de defesa de uma equipe e tem 
como objetivo impedir o sucesso do ataque

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