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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II Semestre 6 Prof. Rubens de Souza UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II� UNIMES VIRTUAL L782c LOBO, Maurício Nunes Curso de Pedagogia: Atividades Curriculares Acadêmicas Adicionais (por) Prof. Maurício Nunes Lobo. Semestre 2. Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2006. 22p. 1. Pedagogia 2. Atividades Curriculares Acadêmicas Adicionais. CDD 371 Universidade Metropolitana de Santos Campus II – UNIMES VIRTUAL Av. Conselheiro Nébias, 536 - Bairro Encruzilhada, Santos - São Paulo Tel: (13) 3228-3400 Fax: (13) 3228-3410 www.unimesvirtual.com.br Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. www.unimesvirtual.com.br FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II � UNIMES VIRTUAL UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos - Campus I e III Rua da Constituição, 374 e Rua Conselheiro Saraiva, 31 Bairro Vila Nova, Santos - São Paulo - Tel.: (13) 3226-3400 E-mail: infounimes@unimes.br Site: www.unimes.br Prof.ª Renata Garcia de Siqueira Viegas da Cruz Reitora da UNIMES Prof. Rubens Flávio de Siqueira Viegas Júnior Pró-Reitor Administrativo Prof.ª Rosinha Garcia de Siqueira Viegas Pró-Reitora Comunitária Prof.ª Vera Aparecida Taboada de Carvalho Raphaelli Pró-Reitora Acadêmica Prof.ª Carmem Lúcia Taboada de Carvalho Secretária Geral mailto:infounimes@unimes.br www.unimes.br FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II� UNIMES VIRTUAL EQUIPE UNIMES VIRTUAL Diretor Executivo Prof. Eduardo Lobo Supervisão de Projetos Prof.ª Deborah Guimarães Prof.ª Doroti Macedo Prof.ª Maria Emilia Sardelich Prof. Sérgio Leite Grupo de Apoio Pedagógico - GAP Prof.ª Elisabeth dos Santos Tavares - Supervisão Prof.ª Denise Mattos Marino Prof.ª Joice Firmino da Silva Prof.ª Márcia Cristina Ferrete Rodriguez Prof.ª Maria Luiza Miguel Prof. Maurício Nunes Lobo Prof.ª Neuza Maria de Souza Feitoza Prof.ª Rita de Cássia Morais de Oliveira Prof. Thiago Simão Gomes Angélica Ramacciotti Leandro César Martins Baron Grupo de Tecnologia - GTEC Luiz Felipe Silva dos Reis - Supervisão André Luiz Velosco Martinho Carlos Eduardo Lopes Clécio Almeida Ribeiro Grupo de Comunicação - GCOM Ana Beatriz Tostes Carolina Ferreira Flávio Celino Gabriele Pontes Joice Siqueira Leonardo Andrade Lílian Queirós Marcos Paulo da Silva Nildo Ferreira Ronaldo Andrade Stênio Elias Losada Tiago Macena William Souza Grupo de Design Multimídia - GDM Alexandre Amparo Lopes da Silva - Supervisão Francisco de Borja Cruz - Supervisão Alexandre Luiz Salgado Prado Lucas Thadeu Rios de Oliveira Marcelo da Silva Franco Secretaria e Apoio Administrativo Camila Souto Carolina Faulin de Souza Dalva Maria de Freitas Pereira Danúsia da Silva Souza Raphael Tavares Sílvia Becinere da Silva Paiva Solange Helena de Abreu Roque Viviane Ferreira FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II � UNIMES VIRTUAL AULA INAUGURAL Bem-vindo! Escultura é a arte de representar imagens plásticas em relevo total ou par- cial. Há uma diversidade de técnicas e materias, mas as mais conhecidas são a fundição e a modelagem para criar objetos tridimensionais. Verificamos na história das artes que os materiais duráveis, como pedra, mármore, granito, bronze, ouro e outros foram os mais utilizados pelos artistas. No entanto, há registros de esculturas com materiais menos con- vencionais, como manteiga, gelo, areia, cera etc. No decorrer de nossas aulas analisaremos algumas técnicas e materiais, sobretudo que, no período da modernidade, os artistas escultores viven- ciaram uma época de grande conflito no que diz respeito às investigações estéticas, espaço e tempo. Assim, a arte escultórica abre diversas possi- bilidades para apropriação de espaços públicos, percepção da tridimensio- nalidade e novas experiências na manipulação de massas e blocos. Vale lembrar que as obras de Rodin anunciam a escultura moderna, assim como Cézanne precursionou a “nova pintura”. Verificamos que a escultura discutirá, entre outras coisas, o subjetivismo. Analisaremos alguns fundamentos relacionados à tridimensionalidade, seguindo as sintaxes da escultura. Será fundamental estudarmos e viven- ciarmos algumas técnicas escultóricas, e, para tanto, identificaremos al- guns materiais e técnicas. Assim, você terá condições de correlacionar as manifestações escultóricas na trajetória da história da arte. Saudações cordiais, Prof. Rubens de Souza FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II� UNIMES VIRTUAL FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II � UNIMES VIRTUAL Índice Unidade I - Representação tridimensional ......................................................... 11 Aula: 01 - Representação bidimensional ..................................................................... 12 Aula: 02 - Representação tridimensional ..................................................................... 19 Aula: 03 - Representação tridimensional com sólidos geométricos – Parte I .............. 22 Aula: 04 - Representação tridimensional com sólidos geométricos – Parte II ............. 25 Aula: 05 - Representação tridimensional: sobreposição / justaposição e tipos de formas ........................................................................................................ 29 Aula: 06 - Volume ........................................................................................................ 33 Aula: 07 - Escultura ..................................................................................................... 35 Aula: 08 - Relevo - Rebaixo ......................................................................................... 40 Resumo Unidade I ....................................................................................................... 43 Unidade II - Sintaxe para escultura ................................................................... 47 Aula: 09 - Espaço negativo e positivo ......................................................................... 48 Aula: 10 - Espaço ........................................................................................................ 51 Aula: 11 - Estrutura tridimensional – Parte I ................................................................ 54 Aula: 12 - Estrutura tridimensional – Parte II ............................................................... 57 Aula: 13 - Estrutura tridimensional – Parte III .............................................................. 62 Aula: 14 - Estrutura tridimensional – Parte IV .............................................................. 66 Aula: 15 - Estrutura tridimensional – Parte V ............................................................... 70 Aula: 16 - Estrutura tridimensional – Parte VI .............................................................. 74 Resumo Unidade II ...................................................................................................... 78 Unidade III - Materiais e técnicas ...................................................................... 83 Aula: 17 - Materiais e técnicas – Parte I ..................................................................... 84 Aula: 18 - Materiais e técnicas – Parte II .................................................................... 88 Aula: 19 - Materiais e técnicas – Parte III ................................................................... 92 Aula: 20 - Materiais e técnicas – Parte IV ................................................................... 96 Aula: 21 - Materiais e técnicas – Parte V .................................................................... 99 Aula: 22 - Materiais e técnicas – Parte VI .................................................................103 Aula: 23 - Materiais e técnicas – Parte VII ................................................................ 105 Aula: 24 - Materiais e técnicas – Parte VIII ............................................................... 108 Resumo Unidade III ................................................................................................... 110 FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II10 UNIMES VIRTUAL Unidade IV - Escultura, objetos e outros ........................................................ 113 Aula: 25 – Escultura, objetos e outros – Parte I......................................................... 114 Aula: 26 – Escultura, objetos e outros – Parte II ........................................................ 115 Aula: 27 – Escultura, objetos e outros – Parte III ....................................................... 118 Aula: 28 – Escultura, objetos e outros – Parte IV ...................................................... 120 Aula: 29 – Escultura, objetos e outros – Parte V ....................................................... 123 Aula: 30 – Escultura, objetos e outros – Parte VI ...................................................... 126 Aula: 31 – Escultura, objetos e outros – Parte VII ..................................................... 128 Aula: 32 – Escultura, objetos e outros – Parte VIII .................................................... 130 Resumo Unidade IV ................................................................................................... 132 FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 11 UNIMES VIRTUAL Unidade I Representação tridimensional Objetivos Identificar as principais questões da escultura e identificar procedimentos de preparação e execução de uma obra escultórica a partir de experimentações e técnicas dessa expressão artística. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 01 - Representação bidimensional Aula: 02 - Representação tridimensional Aula: 03 - Representação tridimensional com sólidos geométricos – Parte I Aula: 0� - Representação tridimensional com sólidos geométricos – Parte II Aula: 0� - Representação tridimensional: sobreposição / justaposição e tipos de formas Aula: 0� - Volume Aula: 0� - Escultura Aula: 0� - Relevo - Rebaixo FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II12 UNIMES VIRTUAL Aula: 01 Temática: Representação bidimensional Nesta nossa primeira aula estudaremos os principais ele- mentos da representação bidimensional e que serão relacio- nados aos elementos tridimensionais! Boa aula! Como já foi visto na disciplina de arte bidimensional, destacamos os elemen- tos do desenho em: elementos conceituais, visuais, relacionais e práticos. Vale lembrar que os elementos conceituais só existem na teoria, ou seja, não são visíveis e são denominados por: PONTO, LINHA e PLANO. PONTO Um ponto determina posição. Ele não tem comprimento nem largura. Não ocupa nenhuma área ou espaço. É o início e o fim de uma linha; onde há duas ou mais alinhas que se cruzam, formará um ponto. Identificamos o Ponto com letras maiúsculas do nosso alfabeto. Figura 1 – Representação do ponto LINHA À medida que um ponto se movimenta, sua trajetória se torna uma linha. A linha não tem largura. Tem posição e direção. É limitado por pontos, e forma o contorno do plano. A linha é identificada por letras minúsculas do nosso alfabeto. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 13 UNIMES VIRTUAL Figura 2 – Representação de linha PLANO A trajetória de uma linha em movimento diferente de sua direção intrínse- ca se torna um plano. Um plano tem comprimento e largura, mas não tem espessura. Tem posição e direção. É limitado por linhas. Define os limites externos de um volume. Figura 3 – Representação de plano VOLUME A trajetória de um plano se torna volume. Tem posição no espaço e é limi- tado por planos. No desenho bidimensional o volume é ilusório. Figura � – Representação de volume FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II1� UNIMES VIRTUAL Assim, nas representações bidimensionais, obtemos basicamente o com- primento e a largura dos formatos criados, que podem ser figurativos ou abstratos. Observamos que esta conjugação estabelece uma superfície plana. Observe os exemplos abaixo: Figura � – Exemplo de representação bidimensional No entanto, a relação tridimensional é identificada nos objetos, na natureza, nos desenhos e em quase tudo que observamos. Em alguns desenhos, a ima- gem plana adquire três dimensões: comprimento, largura e altura, ou, em de- terminados casos, volume, profundidade e diferentes relações espaciais. Figura � – Representação tridimensional Evidentemente, a representação tridimensional se torna mais complexa por estabelecer diferentes relações espaciais. Os fundamentos dessa relação propiciam a criação escultórica e a pictóri- ca. Desta forma, evidenciam-se possibilidades tri e bidimensionais, a par- tir da relação de profundidade e fluxo do espaço em diferentes materiais e técnicas. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 1� UNIMES VIRTUAL Ao imaginar uma relação tridimensional, inferimos, basicamente, três dimensões: o comprimento, a largura e profundidade que, por sua vez, estabelecem direções distintas entre si, horizontalidade, verticalidade e transversalidade, ou seja, direções que partem de cima para baixo, da es- querda para a direita e para frente e para trás. Assim, identificamos planos distintos: o plano horizontal, vertical e transversal. Figura � – Representação de planos A tridimensionalidade irá configurar uma forma, onde será possível, em suas faces (lados), apresentar diferentes formatos. A linha determina um plano. Vários planos determinam o volume e cada plano é uma seção transversal de um volume. Eis a relação volumétrica. Ficará mais fácil visualizarmos, inicialmente, os sólidos geométricos para as análises e identificação dos elementos construtivos, que são: VÉRTICE Identifica-se pelo encontro de vários planos, interna ou externamente, a partir de um ponto conceitual. Figura 8 – Identificação de vértice FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II1� UNIMES VIRTUAL ARESTA Quando dois planos não paralelos são unidos ao longo de uma reta concei- tual, interna ou externamente. Figura 9 – Identificação de aresta. FACE Quando um plano está fisicamente presente e se torna uma superfície, o que determina um volume. Figura 10 – Identificação de face. No exemplo acima identificamos oito vértices, doze arestas e seis faces, mas há sólidos geométricos com graus de complexidade maiores e formas geométricas diferentes que estabelecem novas relações. Estudaremos nas próximas aulas outras possibilidades. Exercício Neste exercício verificaremos, na prática, como é possível migrar de uma relação bidimensional para a tridimensional. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 1� UNIMES VIRTUAL Desenvolva uma caixa a partir de sua planificação. Veja o exemplo: Exercício FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II1� UNIMES VIRTUAL Verificamos, nesta aula, os principais elementos que com- põem sólidos geométricos. Com isso, constatamos planos distintos: vertical, horizontal e transversal. Vale lembrar que o formato tridimensional propicia ao observador olhares de diferentes la- dos. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 1� UNIMES VIRTUAL Aula: 02 Temática: Representação tridimensional Nesta aula estudaremos os elementos bidimensionais que criam relevos e formas tridimensionais. Boa aula! Como foi mencionado na aula anterior, Forma é um termo próximo do termo formato, assim como nas figuras planas há diversos formatos na tridimen- sionalidade e os identificamos por pertencerem à forma. Há uma estrutura que rege os formatos e podemos denominá-las unidades. Tais unidades podem ser empregadasem repetição ou em gradação. A repetição signifi- ca que as unidades de forma são idênticas em formato, tamanho, textura e cor. O formato é o elemento visual importante das unidades da forma. Repetição de unidades No exemplo ao lado, observamos a seqüência de formatos que se repetem. É possível obter mudanças gradativas nos formatos, como a alternância de tamanho, posição, cor, textura etc. Figura 1 – Representação de formatos que se repetem Figura 2 – Representação de linha FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II20 UNIMES VIRTUAL Desse modo, podemos pensar em formas bidimensionais que vão adqui- rindo relevos e saliências até chegar às formas volumétricas. Podemos desenvolver várias possibilidades de relevos em papel cartonado aplicando diferentes formatos. Verifique o exemplo abaixo: Figura 3 – Com um pedaço de papel cartonado do tipo cartolina, papel du- plex e outros, foi traçado o formato desejado. Em seguida, deve-se recor- tar, com a ajuda de um estilete, e levantar o formato para gerar o relevo. Figura � – Exemplo de relevos criados em papel cartonado. Os resultados obtidos são impressionantes e podem ser aplicados em ma- teriais mais sofisticados, como ferro, madeira, acrílico etc. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 21 UNIMES VIRTUAL Visite os sites e veja um exemplo (sites acessados em 26/02/2008): http://www.mac.usp.br/exposicoes/01/acolecao/galeria4.html http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index. cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=914&cd_item=2&cd_ idioma=28555 http://www.comartevirtual.com.br/ac-de14.htm http://www.lygiaclark.org.br/ A artista Lygia Clark, gradualmente, abandona a pintura pela experiência com objetos tridimensionais, e passa para proposições que prescindem da materialidade da obra. Entre 1960 e 1964, passou a produzir as séries Não-Objetos e Os Bichos – constituindo-se de diferentes materiais e cha- pas metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Exercício • Com uma folha de papel cartonado, no formato A 4, desenvolva relevos conforme o exemplo apresentado nesta aula. Verificamos nesta aula as diferenças entre forma e formato, bem como é possível projetar relevos e saliências a partir de recortes em diferentes materiais, cujos resultados apresen- tados são de grande expressão artística. http://www.mac.usp.br/exposicoes/01/acolecao/galeria4.html http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=914&cd_item=2&cd_idioma=28555 http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=914&cd_item=2&cd_idioma=28555 http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=914&cd_item=2&cd_idioma=28555 http://www.comartevirtual.com.br/ac-de14.htm http://www.lygiaclark.org.br/ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II22 UNIMES VIRTUAL Aula: 03 Temática: Representação tridimensional com sólidos geométricos – Parte I Nesta aula estudaremos os recursos da planificação de só- lidos geométricos que contribuem para a tridimensionalida- de. Boa aula! Os sólidos geométricos podem ser obtidos a partir da re- presentação no plano, ou seja, é a porção finita do espaço limitada por superfícies planas ou curvas. Esta representa- ção permite a visualização e a compreensão de suas características. Suas superfícies são formadas por figuras planas: triângulos, quadriláteros etc. No entanto, há sólidos que apresentam outros aspectos, como cilindros, cones, esferas etc. No primeiro caso denominamos poliedros e os que não seguem esta relação chamamos, simplesmente, de não poliedros. Os poliedros podem ser classificados em regulares e irregulares. Os po- liedros regulares possuem: vértice, aresta e lados ou faces. O não po- liedro é todo sólido geométrico limitado por superfícies curvas ou mesmo por superfície curvas e planas. Verifique o exemplo abaixo: Figura 1 – Planificação de cilindro. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 23 UNIMES VIRTUAL Planificação de cilindro. Verifique este outro exemplo: Figura 2 – Planificação de cilindro de base não paralela Para esta planificação foi feito da seguinte forma: acha-se o diâmetro médio e desenha-se inicialmente a frente do cilindro. A seguir, traça-se o semicír- culo na base inferior dividindo-o em partes iguais, “1,2,3,4,5,6,7”. A partir desses pontos serão encontrados os pontos “1´, 2´, 3´, 4´, 5´, 6´, 7´” com perpendiculares na base inclinada. Multiplica-se o diâmetro por 3,142 e sobre uma reta deverá ser traçada, ao lado, para marcar o comprimento encontrado. Divide-se a reta em partes iguais, que estão denominadas por letras. Por estas divisões serão levantadas perpendiculares que cruzarão com as linhas verticais que saem dos pontos da base inclinada do cilindro. Finalmente, unem-se estes pontos com o auxílio de uma régua flexível. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II2� UNIMES VIRTUAL Evidentemente, não necessitaremos aprofundar esses estudos de plani- ficação. No entanto, eles são úteis para que, cada vez mais, possamos ampliar nossa visão espacial. Iniciar com os sólidos geométricos torna muito mais fácil a apreensão de alguns critérios que serão debatidos nos próximos encontros. Exercício • Desenvolva a planificação de um cilindro de base não paralela, sabendo que seu diâmetro mede 5,0 cm, sua altura 6,0 cm e sua base superior estão inclinadas a 30 graus. Nesta aula analisamos a planificação de sólidos geométri- cos e estudamos poliedros e não poliedros. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 2� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Representação tridimensional com sólidos geométricos – Parte II Na continuidade de nossas análises verificaremos alguns aspectos da escultura moderna, sobretudo como manifes- tação artística espacial diferenciando-se das outras expres- sões da arte. Boa aula! Observamos nas aulas anteriores que as relações bidimensionais são for- temente permeadas por linhas e prenunciam a incursão na tridimensiona- lidade, ou seja, a geometria propicia o corte geométrico, a justaposição à sobreposição, entre outros. Com isso, há um sentido construtivo. Essas linhas são frestas, sulcos, vincos e articulam a superfície modulada para a planificação e os princípios da tridimensionalidade. Verifique um exemplo: Figura 1 – O Quirigame estabelece a relação tridimensional Ori = dobra em japonês; Kiri = corte em japonês; game = papel. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II2� UNIMES VIRTUAL No exemplo sugerido do quirigame podemos explorar a tridimensionalida- de de maneira criativa e chegar a resultados ainda não explorados. Obser- ve outro exemplo: Figura 2 – Dobradura em papel. Barquinho Muitas crianças brincam com dobraduras de papel e constroem barco, avião etc., o que parece fazer parte de seu universo lúdico. No entanto, se observarmos atentamente os significados de uma simples dobradura em papel, poderemos nos surpreender com resultados mais complexos e, até mesmo poéticos. Veja: Figura 3 - Dobradura em papel color set. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 2� UNIMES VIRTUAL As possibilidades são muitas e, quando pensamos que esse pedaço de pa- pel dobrado na figura acima poderia estar em uma chapa de metal, acrílico, madeira ou mesmo em ferro, somos capazes de imaginar que esse estudo poderia ser uma obra de arte que deveria estar dentro de um museu. Você achou exagero de minha parte? Então eu o convido a visitar o site de Franz Weissmann: http://fw.art.br/index.htm (acesso em 28/02/2008). O efeito plástico que uma simples tira de papel é capaz de produzir é im- pressionante. Com ele podemosproduzir diferentes estudos para, em se- guida, aplicá-los em materiais nobres e duráveis, capazes de resistir à ação do tempo. Figura � – Estudo feito com papel cartão. Figura 5 – Escultura Parcerias, Autor desconhecido. Bahia. http://fw.art.br/index.htm FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II2� UNIMES VIRTUAL Portanto, toda arte representada por relevo total ou parcial denominamos escultura artística, e pode ser trabalhada em vários materiais e em diferentes processos, como: • Cinzelar: a partir de instrumento manual que possui em sua extremida- de lâmina de metal resistente e aguçada, capaz de entalhar, esculpir, cortar ou gravar materiais duros (madeira, ferro, pedra etc.). • Fundir: dissolver metais, para moldar ou vazar peças escultóricas. • Moldar: confeccionar fôrmas para reprodução ou criar peças escultóri- cas dando formas e contornos. Exercício • A partir da técnica de dobradura, ou mesmo quirigame, desenvolva es- tudos tridimensionais. Se achar conveniente visite o site, você encontrará alguns exemplos de dobraduras: http://sti.br.inter.net/cvricas/class/ Origami.htm - acesso em 28/02/2008. Lembre-se de que pretendemos investigar possibilidades tridimensionais a partir de estudos com dobraduras em papel. Nesta aula analisamos o desenvolvimento de estudos com dobraduras em papel para conquistar espacialidade e tridi- mensionalidade. Até a próxima aula! http://sti.br.inter.net/cvricas/class/Origami.htm http://sti.br.inter.net/cvricas/class/Origami.htm FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 2� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Representação tridimensional: sobreposição / justaposição e tipos de formas Na continuidade de nossas análises verificaremos alguns aspectos da escultura moderna, sobretudo como manifes- tação artística espacial diferenciando-se das outras expres- sões da arte. Boa aula! A história da escultura moderna é incompleta sem a dis- cussão das conseqüências temporais da própria história da arte. Torna-se difícil entender o caráter nômade da escultura moderna. A escultura é um meio situado de modo particular que permeia quietude e movimento, tempo parado e tempo que transcorre. Essa tensão redefine a real condição da escultura e deriva seu poder expressivo. Vale relembrar Auguste Rodin em sua obra Porta do Inferno (1880-1887), que determina em certa medida os princípios da escultura moderna, na medida em que problematiza o fluxo do tempo, ao estabelecer parâmetros diferentes em termos de materiais, formas e proporções. Certamente, Ro- din não é o único artista que aponta para o futuro das artes, embora traga alguns elementos novos para a sua visão escultórica. Sua modernidade oscila entre elementos tradicionais e inovadores, entre a concepção hu- manista e monumental da escultura e o interesse por formas tensionadas, sensíveis à luz e à poética do fragmento inacabado. Figura 1 – A porta do Inferno de A. Rodin FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II30 UNIMES VIRTUAL Veja como alguns elementos podem ser identificados: Podemos encontrar resíduos neoclássicos e românticos, bem como elementos acadêmicos que convivem com o incompleto (o caráter impressionista). Vale dizer que a escultura clássica representa o antropomorfismo – es- culturas de formas humanas – em que se adquiriu algo que ia além do equilíbrio e da perfeição das formas, como no período arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primei- ramente, apareceram esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (do grego Kóros: jovem guerreiro). Figura 2 – A porta do Inferno de Rodin. Verificamos no exemplo de A porta do inferno de Rodin que esses ele- mentos já não fazem parte dos valores estéticos de sua época. Ainda, é possível ver: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 31 UNIMES VIRTUAL • sobreposição: ato ou efeito de sobrepor; • justaposição: ato ou efeito de justapor, encontro de dois ou mais obje- tos sem que nada os separe; • volume: espaço tridimensional fechado por planos; • formato geométrico: é um formato composto por linhas retas e/ou ar- cos circulares; • formato orgânico: um formato composto por linhas curvas que fluem suavemente; • forma figurativa: é uma forma que representa algo existente em nosso ambiente cotidiano. Quando olhamos atentamente a escultura de Rodin observamos os ele- mentos mencionados. No entanto, vamos atentar para outro exemplo: Figura 3 – Análise de estudo tridimensional. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II32 UNIMES VIRTUAL Nesta aula analisamos alguns elementos pertencentes à es- cultura de Rodin, utilizados na escultura moderna. Assim, tais elementos devem ser apreciados durante o processo de criação. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 33 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Volume Nesta aula discutiremos algumas categorias de volume. Volume é o preenchimento de uma porção limitada do espaço tridimen- sional. Essa limitação é que dá ao volume seu caráter, ou seja, sua forma. Como já foi dito, a forma é a limitação específica de um corpo. Assim, cada corpo preenche uma porção dentro de determinados limites, o que vale dizer que cada corpo tem seu volume específico. Esta configuração não é apenas utilitária, mas possui características psicoemocionais e estéticas. Isso explica a importância do volume nas artes. Na música, o volume se apresenta como a intensidade da voz ou do som emitido por instrumento ou aparelho acústico. Na escultura será o espaço tridimensional fechado por planos. Figura 1 – Davi, Michelangelo, (1501-1504) Nesta famosa escultura percebemos a FIGURA, ou seja, o formato ou for- ma positiva que ocupa o espaço. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II3� UNIMES VIRTUAL Figura 2 – Volume de sólidos geométricos. O volume também pertence aos sólidos geométricos e é delimitado por planos, arestas e vértices. Figura 3 – escultura de Constantin Brancusi - 1���-1���. Nesta belíssima escultura de Brancusi vemos perfeitamente o espaço po- sitivo, ou seja, o espaço ocupado por um formato totalmente preenchido. Volume é a grandeza física que indica a quantidade de maté- ria presente em um corpo. Devemos lembrar que, na relação bidimensional, desenho, gravura e pintura são os efeitos ob- tidos com a quantidade de luz ou linhas na apresentação de massas, dando a ilusão de tridimensionalidade a uma composição em duas dimensões. Lembre-se de que o volume é o preenchimento de uma porção limitada do espaço tridimensional. Assim, observamos que a forma é a limitação específica do corpo ou objeto artístico. Cada corpo preenche uma porção dentro de determinados limites, precisa- mente, por terem formas diferentes. Isso explica o fato de seus pares se avolumarem de acordo com as características da forma. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 3� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Escultura Nesta aula falaremos sobre escultura, porém, sob o olhar cauteloso e apreciativo dos fundamentos que permeiam a tridimensionalidade. Certamente, quanto mais atentos esti- vermos, as possibilidades de nossa crítica e criatividade se ampliarão ao vivenciarmos algumas atividades propostas. Boa aula! A escultura se faz, fundamentalmente, por ser constituída de materiais sólidos e por ter três dimensões. Sua percepção não é somente visual, pois ela pode ser tocada e vista de vários ângulos, muito embora e em muitos locais haja proibição do tocar. A palavra escultura vem de scul- pere, entalhar, embora o segundo método preferido em escultura não re- corra ao entalhe, mas a um processo de construção que utiliza materiais maleáveis, como argila, cera, entre outros. Há também materiais como plástico, madeira,ferro, metais e ligas metálicas, bronze etc. Os diferentes tipos de pedras, mármore, em muitos casos, são materiais quebradiços e necessitam de técnicas precisas. Vale dizer que, ao projetar uma escultura em qualquer material possível e disponível, será ideal projetá-lo antes de sua execução. Projetar uma obra tridimensional requer esboços bidimen- sionais que permitam uma reflexão de diferentes ângulos da obra que será criada. Portanto, ao pensar numa escultura em argila, devemos esboçar a idéia pretendida. Isso valerá para qualquer material e a segunda etapa será o desenvolvimento de todo o processo escultórico. Devemos pensar no ma- terial, recursos necessários para cada material utilizado, critérios técnicos, entre outros aspectos que serão abordados durante o módulo. Verifique o exemplo na página a seguir: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II3� UNIMES VIRTUAL Figura 1 – Esboço de escultura em pedra-sabão. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 3� UNIMES VIRTUAL Figura 2 - Escultura: Pedra-sabão. Autor: Rubens de Souza – Em processo. Verifique que neste trabalho o esboço foi elaborado. Certamente, duran- te o processo de execução, algumas modificações são inevitáveis. Tentei mostrar de vários ângulos a cabeça que se encontra em processo de exe- cução. É possível perceber partes brutas e sem nenhum tratamento na pedra-sabão. Figura 3 – Suporte em acrílico. Em processo. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II3� UNIMES VIRTUAL Pretendo, com esse trabalho, associar acrílico, pedra-sabão e projeção de imagens. O suporte em acrílico deverá suportar a escultura que mede 40 centímetros de altura por 20 centímetros, aproximadamente, de diâmetro. O suporte será permeado por uma mídia para projeção de imagens. Ainda há etapas que serão testadas antes de sua finalização. Mas o importante até aqui é justamente perceber que há um projeto inicial. Este projeto pode até ser descrito, relatado, por meio de fotografias dos processos, enfim, o regis- tro de cada etapa ajudará na crítica e na criação das próximas esculturas. Ao iniciar sua pesquisa, pense primeiramente no problema. O problema não se resolve por si só. No entanto, contém já todos os elementos para sua solução, pois é necessário co- nhecê-los e utilizá-los no projeto durante sua execução. Assim, devemos sintetizar os elementos que compõem o início do método escolhido. Exercício Valorização da linha e de relevos Material: madeira, giz de cera, massa corrida, espátula. Técnica: • primeiramente, escolha um pedaço de madeira de aproximadamente: 0,5 centímetro de espessura e 30 centímetros de comprimento por 20 centímetros de largura; • pinte aleatoriamente com o giz de cera uma face da madeira. Faça-o de maneira que a cera colorida fique bastante impregnada; • cubra completamente a face colorida com massa corrida (aquela utiliza- da em paredes). Forme uma camada espessa. • Antes que a massa corrida seque por completo, faça um belo desenho, que pode ser abstrato ou figurativo. Elabore texturas no relevo, com a aju- da de uma espátula, de maneira que ele possa ser um complemento à imagem desenhada. Trabalharemos técnicas que saem do bidimensional e conquistam relevos até chegarmos ao tridimensional. Importante: lembre-se de que, se não houver planejamento prévio neste trabalho, você pode considerar uma técnica simplória e, na realidade, é possível desenvolver um belo trabalho. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II 3� UNIMES VIRTUAL Verifique um exemplo feito por um jovem de 15 anos de idade. Daniel de Andrade - Desenho figurativo Giz de cera e massa corrida s/ madeira – 1� X 3� cm. 200�. O trabalho ganha um efeito fantástico, pois valoriza a linha colorida e o relevo extremamente branco. Daniel de Andrade - Desenho figurativo Giz de cera e massa corrida s/ madeira – 20 X 30 cm. 200�. Lembre-se de que a maioria das pessoas procura encontrar imediatamente uma idéia para resolver o problema de criação. O adolescente resolveu de maneira simples e imediata. Tente fazer esta atividade e busque resultados mais complexos e com níveis de execução mais ousados. Criatividade não significa improvisação sem método. Do con- trário, as chances de não conquistar seu objetivo são muito maiores. A série de operações do método é feita de valores que se tornam instrumentos de trabalho nas mãos do artista criativo. Evi- dentemente, o método não é absoluto nem definitivo; é algo que se pode modificar, quando encontramos novos objetivos durante um processo. Esse costume ocorre constantemente no processo de criatividade. Ficará um tanto mais fácil quando iniciarmos por ações que conhecemos, como foi no meu caso: iniciei uma escultura por seu desenho (esboço). Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�0 UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Relevo - Rebaixo Nesta aula falaremos sobre escultura, porém sob o olhar cauteloso, apreciativo dos fundamentos que permeiam a tridimensionalidade. Certamente, quanto mais atentos esti- vermos, as possibilidades de nossa crítica e criatividade se ampliarão ao vivenciarmos algumas atividades propostas. Boa aula! Vamos relembrar o Cubismo? Situa-se no início da fase final da destruição da figura, que começou no Impressionismo. Tinha por objetivo atomizar o objeto, destruindo-o e in- troduzindo no quadro a noção de tempo. No cubismo, não se tratava mais de imitar a natureza, mas de inventar a partir de certos emblemas, de conceitos. O Cubismo rejeita tudo o que é movimento atmosférico, pro- curando a cristalização do objeto (sua cubização), as suas propriedades permanentes. Caracteriza-se por utilizar objetos simples, desprovidos de conotação literária ou dramática, como casas, garrafas, copos, frutas e tudo é geometricamente reduzível e de fácil identificação. Pablo Picasso. Guitarra, 1924. O período do Cubismo parece oferecer fortes elementos para a produção de trabalhos. No texto inicial, identificamos aspectos elementares do cubis- mo, como a fragmentação de um corpo em unidades menores. Quando ob- servamos alguns artistas e suas obras, percebemos várias possibilidades FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �1 UNIMES VIRTUAL tridimensionais. Podemos imaginar sólidos geométricos, como cilindros, cubos, pirâmides, entre outros, e até mesmo sobreposições de superfícies planas. Notamos, ainda, vários relevos que fazem parte de um conjunto de saliências e reentrâncias de uma superfície. Lembre-se de que identificamos novos componentes de um problema, ou seja, de que tentaremos estabelecer a relação tridimensional a partir de relevos que serão criados. Assim, devemos observar atentamente quais são os critérios mínimos que identi- ficam formas e formatos em situação diferente da relação bidimensional. Nesse momento, devemos conhecer os componentes pertencentes a esta relação: bi e tridimensional. Quando conhecemos tais elementos, dificil- mente surge uma idéia genial, justamente, porque não coletamos os dados que se apresentam. A essência do processo criativo é a produção do novo e do original. Assim, a bissociação estabelece a conexão de vários níveis para o problema que se apresenta - em nosso caso, o problema da criação de tridimensionais. Para tanto, teremos o arranjo coerente de elementos que se relacionam e determinam o que é tridimensionalidade, bem como outros elementos que determinam o belo (beleza esteticamente aceita) e critérios técnicos. Fre- qüentemente, necessitamos de referências (referência estética, referência de técnicas e outros) para que todo o contexto contribua para a associa- ção de dados. Por fim, há criação. Visite os sites abaixo (acesso em 28/02/2008): http://br.youtube.com/watch?v=wYgAKJVNuAc http://br.youtube.com/watch?v=Ag7szgLVIYs Exercício • Relevo e rebaixo Material: estilete e sabão de coco. Técnica: explorarrecortes no sabão de coco, que propiciem relevos e rebaixos. http://br.youtube.com/watch?v=wYgAKJVNuAc http://br.youtube.com/watch?v=Ag7szgLVIYs FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�2 UNIMES VIRTUAL Importante: lembre-se de que, se não houver planejamento prévio neste trabalho, os resultados podem parecer aquém de seus propósitos. Rubens de Souza Estudo de relevos e rebaixos Sabão de coco – 3,0 X 7,0 X 9,0 cm. 2007. Nesta aula relembramos aspectos importantes do Cubismo e as vantagens na aparência estética, quando aplicamos sali- ências na superfície, bem como os rebaixamentos a partir da diminuição de alturas que provocam níveis diferentes de profundidades. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �3 UNIMES VIRTUAL Resumo – Unidade I Verificamos, inicialmente, os principais elementos que com- põem sólidos geométricos. Com isso, constatamos planos distintos: vertical, horizontal e transversal. Vale lembrar que o formato tridimensional propicia, ao observador, olhares de diferentes lados. Verificamos as diferenças entre forma e formato, bem como é possível projetar relevos e saliências a partir de recortes em diferentes materiais, cujos resultados apresentados são de grande expressão artística. Anali- samos a planificação de sólidos geométricos e falamos sobre poliedros e não poliedros. Foi analisado o desenvolvimento de estudos com dobraduras em papel para conquistar espacialidade e tridimensionalidade. Observamos alguns elementos pertencentes à escultura de Rodin e utilizados na escultura mo- derna. Assim, tais elementos devem ser apreciados durante o processo de criação. Lembre-se de que o volume é o preenchimento de uma porção limitada do espaço tridimensional. Assim, observamos que a forma é a limitação específica do corpo ou objeto artístico. Cada corpo preenche uma porção dentro de determinados limites, precisamente, por terem formas diferen- tes, o que explica o fato de seus pares se avolumar de acordo com as características da forma. Criatividade não significa improvisação sem método. Do contrário, as chan- ces de não conquistar seu objetivo são muito maiores. A série de opera- ções do método é feita de valores que se tornam instrumentos de trabalho nas mãos do artista criativo. Evidentemente, o método não é absoluto nem definitivo; é algo que se pode modificar, quando encontramos novos objetivos durante um processo. Esse costume ocorre constantemente no processo de criatividade. Ficará um tanto mais fácil quando iniciarmos por ações que conhecemos, como foi no meu caso: iniciei uma escultura por seu desenho (esboço). Relembramos aspectos importantes do Cubismo e as vantagens na apa- rência estética, quando aplicamos saliências na superfície, bem como os rebaixamentos a partir da diminuição de alturas que provocam níveis dife- rentes de profundidades. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Referências Bibliográficas ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. 12. ed. São Paulo: EDUSP, 1998. DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 2000. HALLAWELL, Philip. À mão livre: a linguagem do desenho. Vol. I e II. São Paulo: Ed. Melhoramentos, 1994. MOLINA, J. J. G. Lãs Lecciones del Dibujo. Madrid: Cátedra, 1995. SOBRINO, Manzanares L. Escultura contemporanea en el espacio urba- no. Espanha: Electa España, 1999. Referências Bibliográficas complementares HAYES, C. Guia completa de pintura e dibujo: técnicas y materiales. Madrid: H. Blume, 1981. MAYER, R. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Mar- tins Fontes, 1996. OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1997. SHEEHAN, S. Manual do artista: de técnicas e materiais. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. SCOTT, R. G. Fundamentos del diseño. México: Linusa, 1999. TUCKER, D.W. A linguagem da escultura. São Paulo: Cosac & Naif, 1999. WONG, W. Fundamentos Del Diseño bi y tridemensional. Barcelona: Gustavo Gilli, 1998. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Exercício de auto-avaliação I 1) Podemos, então, destacar os elementos do desenho e agrupá-los da seguinte forma: elementos conceituais, visuais, relacionais e práticos. linha, ponto e plano. linha, volume e perspectiva. técnicas artísticas. 2) Quando as representações adquirem três dimensões, ou seja, comprimento, largura e altura, estabelecem: relação métrica. relação bidimensional. elementos conceituais, visuais, relacionais e práticos. relação tridimensional. 3) Conquistamos alterações nos formatos a partir de: tamanho, posição, cor, textura, etc. tamanho. cortes tridimensionais. tridimensionalidade. 4) Os poliedros regulares possuem: perspectiva. vértices. vértices, arestas e lados ou faces. todos os poliedros são representações gráficas. 5) O não poliedro é: todo sólido geométrico é limitado por superfícies curvas, ou mesmo superfície curvas e planas. vértice, aresta e lados ou faces. forma orgânica. errado, toda forma geométrica tridimensional é um poliedro. a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Unidade II Sintaxe para escultura Objetivos Desenvolver teorias e a representação escultórica; identificar os fundamentos dos conhecimentos da geometria Euclidiana tridimensional sobre planos, diedro e trie- dros para, assim, ampliar os conhecimentos sobre sólidos e corpos redondos. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 0� - Espaço negativo e positivo Aula: 10 - Espaço Aula: 11 - Estrutura tridimensional – Parte I Aula: 12 - Estrutura tridimensional – Parte II Aula: 13 - Estrutura tridimensional – Parte III Aula: 1� - Estrutura tridimensional – Parte IV Aula: 1� - Estrutura tridimensional – Parte V Aula: 1� - Estrutura tridimensional – Parte VI FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Aula: 0� Temática: Espaço negativo e positivo Nesta aula falaremos sobre algumas sintaxes importantes na composição estética da escultura. Boa aula! Espaço: a extensão limitada em uma, duas ou três dimensões; distância, área ou volume determinado. Em 1950, David Smith construiu seu Tanktotem I (acesse: http://www. artagogo.com/News/davidsmith/davidsmith1.htm - acessado em 28/02/2008). A composição da escultura, semelhante a uma lâmina, exibe um achatamento quase agressivo, contrapondo o volume à preocupação. Naquele momento, isso causou estranhamento de muitos. O espaço positivo: espaço que é ocupado por um formato preenchido ou por uma forma positiva. Verifique: Figura 1 – Rubens de Souza: Movimento 1, 1992. Concreto, 30 X 233,0 X 710,0. Estádio de Futebol de Diadema (Taperinha) SP. Nessa escultura observamos o espaço positivo precisamente no volume pintado de vermelho, ao mesmo tempo em que observamos seu espaço negativo vazado. http://www.artagogo.com/News/davidsmith/davidsmith1.htm http://www.artagogo.com/News/davidsmith/davidsmith1.htm FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Figura 2 - Rubens de Souza: Movimento 1, 1992. Concreto, 30 X 233,0 X 710,0. Estádio de Futebol de Diadema (Taperinha) SP. Espaço negativo: Espaço que não é preenchido ou ocupado. Nessa escultura observamos, também, a superfície que cobre o espaço definido pelo contorno de um formato. O plano também define os limites externos de seu volume. Vale dizer que, além de o exemplo apresentar espaço ne- gativo e positivo, é também uma estrutura poliédrica, ou seja, uma estrutura tridimensional com disposição regular de vértices, arestas e faces. Exercício • Relevo e rebaixo Material: estilete e sabão de coco. Técnica: explorar recortes no sabão de coco que propiciem espaços po- sitivos e negativos. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONALII�0 UNIMES VIRTUAL Figura 3 - Rubens de Souza, Estudo: positivo e negativo Sabão de coco – 3,0 X 7,0 X 9,0 cm, 2007. Figura � - Estudo de elementos: Positivo e negativo Visite http://www.youtube.com/watch?v=Pl1LPXMHP68&mode=rela ted&search=brancusi%20scoala%20privi%20sculptor%20roman acesso em 28/02/2008. Nesta aula verificamos o espaço, ou seja, vazios que circun- dam e se situam entre as formas. Entretanto, pode-se referir às formas como espaço ocupado, sendo os vazios espaços não ocupados. Até a próxima aula! http://www.youtube.com/watch?v=Pl1LPXMHP68&mode=related&search=brancusi%20scoala%20privi%20sculptor%20roman http://www.youtube.com/watch?v=Pl1LPXMHP68&mode=related&search=brancusi%20scoala%20privi%20sculptor%20roman FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �1 UNIMES VIRTUAL Aula: 10 Temática: Espaço Nesta aula falaremos sobre algumas sintaxes importantes na composição estética da escultura. Boa aula! Como já havia observado, a escultura começou a modernizar-se paulati- namente na última década do século XIX, quando houve mudanças fun- damentais em sua inserção tradicional no espaço, e, conseqüentemente, em sua função social. Há certo distanciamento da lógica do monumento, nas representações (mimese), em que sua função estava na consagração comemorativa. Sem essa lógica, novos rumos surgiriam, porém, a escul- tura estava acorrentada à tridimensionalidade. Isso explica o fato de que o espaço que a envolvia parece ser um forte elemento conceitual para as criações que surgiriam. Verificamos que, na obra de Brancusi, ainda não houve a exploração de formas abertas e a relação entre cheios e vazios. No entanto, ele abre esta possibilidade para a escultura moderna. Vale dizer que sua obra é diferente das esculturas tradicionais, em que volume e massa são contínuos das formas miméticas, observadas nas representações de figuras humanas e animais. Assim, a busca pela (re)organização do espaço radicalmente discutiria formas e volumes. Desta maneira, o bloco tradicional, explorado por Brancusi, é substituído por formas abertas, planos e curvas estrutural- mente organizadas. O período do Construtivismo teve papel fundamental nessas alterações e que mais tarde desembocou no concretismo e neoconcretismo. No Brasil, podemos citar alguns artistas como: Mavignier, Abraham Palatinik, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Haroldo e Augusto de Campos, Amílcar de Castro e outros. Ainda no Brasil, o manifesto neoconcreto dizia, entre outras coisas que expressão neoconcreto indica tomada de posição em face de arte não – figurativa “geométrica” (neoplasticismo, construtivismo, suprematismo, Escola de Ulm) e particularmente em face da arte concreta levada a uma perigosa exacerbação racionalista. O neoconcretismo, nascido da neces- sidade de exprimir a complexa realidade do homem moderno dentro da lin- guagem estrutural da nova plástica, nega a validez das atitudes cientificis- tas e positivistas em arte e repõe o problema da expressão, incorporando as novas dimensões “verbais” criadas pela arte não-figurativa construtiva. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�2 UNIMES VIRTUAL O racionalismo rouba à arte toda a autonomia transferindo-a para a objeti- vidade científica. Assim, os conceitos de forma, espaço, tempo e estrutura que na arte estão ligados ao insólito são confundidos com a aplicação de teorias. Assim, a obra de arte não é máquina nem tão pouco “objeto”, mas um quase corpus, isto é, um ser cuja realidade não se esgota nas relações exteriores de seus elementos e que oferece abordagem fenomenológica. Figura 1 - Rubens de Souza. Estudo nº �. 200�. Visite http://www.pitoresco.com/brasil/oiticica/oiticica.htm http://www.artbr.com.br/casa/biografias/clark/ http://br.youtube.com/watch?v=XlGTPmhSpwA http://br.youtube.com/watch?v=ldUQkXVWz4s http://br.youtube.com/watch?v=TYRcKaXw6EQ http://www.pitoresco.com/brasil/oiticica/oiticica.htm http://www.artbr.com.br/casa/biografias/clark/ http://br.youtube.com/watch?v=XlGTPmhSpwA http://br.youtube.com/watch?v=ldUQkXVWz4s http://br.youtube.com/watch?v=TYRcKaXw6EQ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �3 UNIMES VIRTUAL Vale dizer que a escultura abstrata no país nasceu das idéias concretistas, as quais amadureceram na experiência Neocon- creta, quando pintura e escultura se contaminaram a tal ponto que é quase impossível pensar nelas separadamente. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Aula: 11 Temática: Estrutura tridimensional – Parte I Nesta aula estudaremos os elementos construtivos elabora- dos a partir de sólidos geométricos. Boa aula! Com já vimos, o poliedro oferece recursos interessantes para a construção de objetos tridimensionais. Figura 1 – Poliedro: octaedro possui oito faces, seis vértices e doze arestas, e sua base surge a partir de um triângulo eqüilátero. Figura 2 – Dodecaedro - doze faces e icosaedro de vinte faces. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Se o poliedro foi construído de modo a ser oco, o tratamento de face mais simples propicia formatos negativos em algumas de suas faces ou mesmo em todas. Veja o exemplo: Figura 3 – Escultura em formato dodecaedro localizada no Memorial JK, Brasília. Figura � – Construção simples do dodecaedro. Figura 5 – Construção de dodecaedro e duas faces com perfil em negativo. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Evidentemente, para a construção de poliedro com detalhe em positivo, deverá ser acrescentado um elemento em sua face, ao contrário do espa- ço vazio da figura 5. Figura 4 – Exemplo de dodecaedro com espaços vazios (negativo) e faces planas. Será possível também elaborar tratamentos nas arestas, conforme exem- plo da figura 3. Visite http://www.moma.org/ - (acesso em 28/02/2008). Exercício Materiais: cartolina, lápis, compasso, estilete e cola. Técnica: a partir do modelo dado, tente construir um dodecaedro. Nesta aula estudamos a conjugação de poliedro e espaço positivo e negativo. Até a próxima aula! http://www.moma.org/ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Aula: 12 Temática: Estrutura tridimensional – Parte II Nesta aula estudaremos os elementos construtivos elabora- dos a partir de sólidos geométricos. Boa aula! O período expressionista foi rico na pintura e menos expressivo na escul- tura. No entanto, Constantin Brancusi, um romeno que chegou a Paris em 1904, estava interessado na simplicidade formal das esculturas primitivas. Isto é verificado em O Beijo. Figura 1 – Constantin Brancusi. O Beijo. 1�0�. O primevalismo de Brancusi foi o ponto de partida de uma tradição escul- tórica, o que atraiu vários escultores, particularmente artistas escultores ingleses, como nas obras de Henry Moore. Henry Moore tem interesse por arte e apreciou as obras de Michelangelo. Começou a esculpir em madeira e a modelar em argila. Não se adaptou aos ensinos acadêmicos e passou a desenvolver seus estudos a partir da observação direta da natureza. Influenciado pela escultura de Brancusi e Epstein, passou a esculpir em pedra. Seu trabalho notável destaca Moore no cenário mundial das artes como consagrado escultor. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Figura 2 – Henry Moore. Mulher sentada, 1956/57. Vale lembrar que na obra O Beijo pode-se observar a simplicidade dos cubos e seu rústico nos remete à escultura primitiva. Figura 3 – Constantin Brancusi. O Beijo. 1�0�. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Verifique um estudo elaborado com massa de modelar: Figura � - Rubens de Souza. Estudo com sólido. Massa de modelar Na figura 4 observamos um cilindro feito com massa de modelar. Figura � – Rubens de Souza. Estudo com sólido. Na figura5 observamos o mesmo cilindro, porém, há um rebaixo transversal e outro lateral, em que um novo elemento foi acrescentado acima: a esfera. Certamente, o estudo se apresenta simples e com pouca inventividade, mas notamos que ele nos oferece alguns parâmetros para o processo de criação. Visite http://www.britishcouncil.org/br/brasil-arts-visual-electronic-arts-henry- moore-biography.htm http://www.britishcouncil.org/br/brasil-arts-visual-electronic-arts-henry-moore-biography.htm http://www.britishcouncil.org/br/brasil-arts-visual-electronic-arts-henry-moore-biography.htm FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�0 UNIMES VIRTUAL Exercício Materiais: massa de modelar. Técnica: a partir da massa de modelar, tente desenvolver relevos e rebai- xos, vazados, positivos e negativos. Nesta aula observamos que as estruturas poliédricas estão presentes em muitas obras. Evidentemente, o processo de criação do artista esculpirá detalhes poéticos que trans- formam a matéria. A gestualidade impetuosa imprimirá dinamicamente o jogo do instável/estável, superfícies e vazios, cenas esculpidas. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �1 UNIMES VIRTUAL Aula: 13 Temática: Estrutura tridimensional – Parte III Na aula anterior verificamos que muitos artistas elaboram sua arte a partir dos sólidos geométricos. Em alguns momen- tos, há manipulação dos sólidos de diferentes formas, e, em outras siatuações, eles se apresentam naturalmente, como é o caso de: Visite • Carlos Fajardo: seu trabalho oscila entre a racionalidade e a construção de peças, pois há sempre a presença de elementos e materiais que refor- çam a idéia do construtivo: http://www.eca.usp.br/nucleos/cms/F%C3%93LIO%20CARLOS%20FAJA RDO.htm • Regina Silveira nos leva a discutir a linguagem visual, de forma poética, ao se apropriar de objetos tão simples de nosso cotidiano e transformá- los, por meio da luz e da sombra, desenho e fotografia, em novas e delica- das poesias. http://reginasilveira.uol.com.br/ • José Rezende apropria-se de sólidos geométricos e, com a mistura de diferentes materiais, rompe os segmentos teóricos sem perder o caráter construtivista, o que proporciona estranhamento e fascínio. http ://www.galeriabergamin.com.br/rezende/artista.htm Figura 1 – Rubens de Souza. Estudo com sólidos. http://www.eca.usp.br/nucleos/cms/F%C3%93LIO%20CARLOS%20FAJARDO.htm http://www.eca.usp.br/nucleos/cms/F%C3%93LIO%20CARLOS%20FAJARDO.htm http://reginasilveira.uol.com.br/ http ://www.galeriabergamin.com.br/rezende/artista.htm FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�2 UNIMES VIRTUAL Será possível, então, analisarmos alguns aspectos. Sobreposição de formas: quando há objetos repetidos ou não podem ser sobrepostos, alinhados ou não. Figura 2 – Exemplo de sobreposição de formas. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �3 UNIMES VIRTUAL Adição de formas: Permite que qualquer formato seja acrescentado a outro. Figura 3 – Estudo de adição de forma. Subtração de formas: Pode ser conquistado por formato negativo que não crie partes soltas ou enfraqueça a estrutura. Figura � – Estudo de subtração de forma. Exercícios • Materiais: massa de modelar. • Técnica: a partir da massa de modelar tente desenvolver sobreposição, adição e subtração de formas. • Materiais: papel cartonado de alta gramatura, estilete e cola. • Técnica: com a geometrização de formas é possível fazer a releitura da obra de Lygia Clark, como Os Bichos. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Se houver dificuldades, será possível utilizar os esquemas geométricos do Trangam para obter resultados impressionantes. Figura 5 – Rubens de Souza, Estudo a partir de bichos de Lygia Clark, 2007. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Leia ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. 12. ed. São Paulo: EDUSP, 1998. Capítulo 3 – Formas. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Estrutura tridimensional – Parte IV Nesta aula estudaremos e apreciaremos um artista notável, que desenvolve esculturas a partir da linearidade. Verifique: Ascânio Maria Martins Monteiro nasceu em 16 de setembro de 1941, em Fão, província do Minho, ao norte de Portugal. Ainda criança, familiarizou- se com madeiras e ferramentas na oficina do tio-avô José Linhares, ex- proprietário de estaleiro naval na foz do rio Cávado. Já no Brasil, em 1963, viu a primeira exposição de artes plásticas, no Museu Nacional de Belas Artes. No mesmo ano, ingressou no curso de pintura da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), na Universidade do Brasil. O objetivo era adquirir habilidade em desenho e se preparar para os exames de arquitetura. Seu interesse crescia de forma definitiva, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com mostra individual de Ivan Serpa, em 1965. A Fase negra do pintor, de figuração deliberadamente expressionista, surpreendeu-o. Conheceu, no mesmo museu, os bronzes do inglês Henry Moore, marcados pela tensão entre o compacto e o vazio. Ainda em 1965, matriculou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na ilha da Cida- de Universitária, iniciando observação sistemática de maquetes de planos urbanísticos. Recolheu, então, material em marcenarias com o objetivo de fazer os primeiros trabalhos com madeira. Em 1966, impressionou-se com a exposição do inglês Victor Pasmore, que desenvolveu, simultaneamente, abstração geométrica e morfologias orgânicas em pintura, relevos e gravu- ras. Manteve, com Antonio Manuel e alunos da ENBA, ateliê no bairro da Tijuca. Em 1967, foi apresentado ao crítico Mário Pedrosa. No final de março de 1968, assistiu a todas as decisões tomadas para os funerais do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, assassinado pela Polícia Militar. Envolvido com política estudantil desde o ano anterior, Ascânio colaborou para a produção do jornal do Diretório Acadêmico Atílio Correia Lima, da FAU/UFRJ. O último número, com artigos contra o governo militar, saiu poucos dias antes da decretação do Ato Institucional n. 5, pelo marechal Arthur da Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968. O regime de exceção foi instalado. Também em 1968, passou a freqüentar a casa de Ivan Serpa. Integrante da chamada geração AI-5, imediatamente posterior à da nova figuração, e mesmo tendo como foco de interesse a forma e a construção, Ascânio se formou ao lado de Antonio Manuel, Cláudio Paiva, FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Manuel Messias, Raymundo Colares, Vera Roitman e Wanda Pimentel, e de artistas de vertentes conceituais, como Artur Barrio, Cildo Meireles, Luiz Alphonsus e Odyla Ferraz, que elegeram o Museu de Arte Moderna como centro nervoso das artes plásticas no Rio de Janeiro. Após deixar o Centro de Turismo de Portugal, fez estágios de arquitetura até graduar-se em 11 de março de 1970, pela FAU/UFRJ. Em abril, natu- ralizou-se brasileiro. Recém-formado, atuou em escritórios de engenharia no Rio de Janeiro e em Vitória (ES). De 1971 a 1973, passou a integrar a equipe que implantou o sistema automático de sinalização e duplicação da estrada de ferro Vitória-Minas. Não obstante, manteve ateliê no Rio de Ja- neiro. Casou-se com a professora de história da UFRJ Ana Maria Ferreira da Costa em 12 de janeiro de 1974, na capela de Santa Teresinha, bairro de Laranjeiras. No mesmo ano, visitou a Europa pela primeira vez desde a imigração. Em 22 de janeiro de 1976, nasceu Laura, sua primeira filha. É também o último ano em que, paralelamente às atividades de escultor, desenvolveu projetos arquitetônicos. Em 4 de outubro de 1978, nasceu Joana, a segunda filha. Foi breve sua passagem pela Fundação Nacional de Arte, a cargo do pla- nejamento, coordenação e montagem do IIISalão Nacional de Artes Plás- ticas: exatos nove meses, entre 1979 e 1980. Em 1981, foi convidado por Rui Rocha Veloso, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Depar- tamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ), a dirigir a galeria de arte sem fins comerciais, visando ao debate sobre as relações entre arte e arquitetura. Para dividir os trabalhos de direção e curadoria, convidou o pintor Ronaldo Macedo e os arquitetos Ana Maria Pires Ribeiro e Antônio José Pedral. A Galeria de Arte do IAB-RJ, situada no bairro de Botafogo, foi inaugurada em 18 de maio do mesmo ano, com exposição retrospectiva da obra do escultor Franz Weissmann. Depois de mostras individuais de Maria Le- ontina, Joaquim Tenreiro, Abraham Palatnik, Ione Saldanha, para citar al- gumas, sempre com o caráter de síntese de um percurso, as atividades da galeria foram encerradas sumariamente, sem qualquer justificativa ou consulta prévia aos seus curadores. Em carta à imprensa, datada de fins de novembro de 1982, eles comunicaram o desinteresse da nova direção daquele instituto em prosseguir com os trabalhos, apesar da excelente recepção por parte de arquitetos, artistas plásticos, crítica especializada e público em geral. Atento observador das políticas culturais do governo nos âmbitos muni- cipal, estadual e federal, Ascânio era consultado, com regularidade, pelos principais jornais do Rio de Janeiro e assinou, entre 1985 e 1996, os arti- gos: O artista deve participar, em que reclamava o engajamento dos seus pares na crítica das agendas institucionais; Exposição de um abandono, em que nota a falta de apoio político e financeiro às artes plásticas como FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL algo contrário à forte tradição cultural do Rio de Janeiro, propondo, inclu- sive, a reutilização dos armazéns no porto para grandes mostras de arte; O Rio precisa de referências, em que critica os gastos absurdos com postes de iluminação do Rio-Cidade, programa de reurbanização da Prefeitura do Rio de Janeiro, em detrimento da aquisição de esculturas para marcar os espaços públicos. Em 1986, terminou a ampliação do ateliê, com três andares, no mesmo endereço em que morava com a família desde 1972: Rua Aureliano Portu- gal, 165, bairro do Rio Comprido. Em 1989, exatos trinta anos depois da chegada ao Brasil, fez sua primeira exposição individual em Lisboa, com caráter parcialmente retrospectivo. Em fins de 1991, foi convidado a dirigir galeria de arte projetada para o edifício RB1, na avenida Rio Branco, centro do Rio. Para responder à iniciativa empresarial, convocou o pintor Ronal- do Macedo, parceiro de longa data. O Espaço RB1 Arte Contemporânea, inaugurado em janeiro de 1992 com Escultura 92/Sete expressões, reuniu obras de Amílcar de Castro, Ângelo Venosa, Cristina Salgado, Frans Krajc- berg, Franz Weissmann, Lygia Pape e Tunga. Por motivos não esclarecidos, foi fechado após a mostra. Em maio de 1997, Módulo 6.5 (1970-97, alumínio pintado, 300 X 900 X 450cm) é instalada como Monumento à Integração das Américas, na ave- nida Presidente Vargas, em frente ao Centro Administrativo São Sebastião, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro. Na ocasião, Ascânio sugeriu ao pre- feito Luiz Paulo Conde o empréstimo, por tempo determinado, de casas abandonadas no bairro do Estácio, há anos sem pagamento de impostos urbanos. Em contrapartida à montagem de ateliês e realização de mos- tras, os artistas beneficiados deveriam proceder à conservação interna dos imóveis e à restauração de fachadas, com preservação de estilos. Em setembro do mesmo ano, foi condecorado pelo presidente de Portugal, Jorge Sampaio, com a Ordem do Mérito, grau de comendador, no Palácio São Clemente, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, Piramidal 12.5 (1993- 99, alumínio anodizado, 620 X 286 X 128cm) tornou-se a primeira obra do artista a ocupar uma praça pública em seu país de origem, com instalação no largo do Cortinhal, em Fão. Após quase três décadas, resolveu transferir o ateliê do Rio Comprido para a rua Corrêa Vasques, na Cidade Nova. Vive no Rio de Janeiro, bairro do Humaitá, rua Mário de Andrade. O número da casa também é emblemático do Modernismo brasileiro. Visite http://www.ascaniommm.com/ http://www.ascaniommm.com/ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL http://www.galeria111.pt/index.php?article=568&visual=17 Nesta aula observamos outras formas esculturais desenvol- vidas por Ascânio. Assim, identificamos que elementos simi- lares, de igual espessura, são capazes de construir formas geométricas a partir de variedades de agrupamentos. Até a próxima aula! http://www.galeria111.pt/index.php?article=568&visual=17 FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�0 UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Estrutura tridimensional – Parte V Na aula anterior conhecemos o trabalho do artista escultor Ascânio. Iremos agora decifrar sua construção. Será possível desenvolver esculturas a partir do estudo e apropriação das arestas e dos vértices de sólidos geométricos. Figura 1 – Estudo de arestas e vértices. Em qualquer forma geométrica há mais arestas do que faces. Por esta razão a construção com linhas tende a ser um pouco mais complexa. Assim, é possível desenvolver a “moldura” dos sólidos geométricos. Figura 2 – Estudo de aresta feito com arame. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �1 UNIMES VIRTUAL Figura 3 – Neste estudo, a moldura de um retângulo se apresenta em gradação, uma dentro da outra (concêntrica) ou em trajetória. Visite novamente o site e verifique atentamente as obras de Ascânio: http://www.ascaniommm.com Figura � – estudo para escultura inspirado nas obras de Ascânio. http://www.ascaniommm.com FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�2 UNIMES VIRTUAL Verifique que será possível desenvolver estudos com variações de tama- nhos de madeira. O movimento de gradação explora várias possibilidades de formato. No exemplo acima, colocamos gradação em ascensão, em que as varinhas de tamanhos diferentes se unem em delicados ângulos. Do mesmo modo, foi feito no sentido transversal em que as últimas formam um “X”, e tem como suporte inferior uma esfera de madeira. O exemplo faz parte de olhares, tanto das obras de Ascênio, quanto das características didáticas dessa aula. Verdadeiramente, serão necessários mais estudos para conquistar os resultados almejados. Exercício • Material: palitos de sorvete, estilete e cola branca ou para madeira. • Técnica: colar os palitos de sorvete para conquistar efeitos de gradação em construção de camadas. Exemplo FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �3 UNIMES VIRTUAL Figura � – Estudo de construção de camadas. Até a próxima aula! FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Estrutura tridimensional – Parte VI Nesta aula estudaremos a apropriação de objetos na escultura. Dadá não foi movimento, estilo ou escola. Nem sequer foi um agrupamen- to, pois se desenvolveu em vários pontos da Europa e nos Estados Unidos simultaneamente. Foi a primeira manifestação anti-arte: “onde aparece a arte, a vida desaparece. A pintura é para dentista e a arte é produto farma- cêutico para imbecis”, afirmou Picabia. O próprio nome Dadá foi descoberto ocasionalmente quando Tzara folhe- ava um dicionário, da mesma maneira como a palavra merx (= detrito: merzbild, merzbau) foi retirada por Schwitters de um pedaço rasgado de jornal. O Ready-made (feito, pronto) criado por Marcel Duchamp é uma apropriação de objetos, de referência àqueles produzidos pela indústria, que são transformados ou aproximados uns dos outros, visando novos significados. Arte dos períodos de saturação cultural. O Dadá reflete um estado de espírito de insatisfação, de tédio ou de nojo. Figura 1 – Marcel Duchamp. Fonte, 1917. Ready-made, urinol invertido, altura 60 cm.FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Man Ray. Ferro de engomar com pregos, 1921. 15,24 cm X 8,89cm Meret Oppenheim. Xícara revestida de pele, 1936. Figura 2 – Rubens de Souza. Série: Livros, 2001. Observamos que as obras apresentadas têm um forte apelo analítico, e, assim, percebemos a importante função dos propósitos da escultura, ou seja, de comunicar-se criticamente com seu expectador. Mesmo quando objetos assumem valores estéticos, a partir de configurações inusitadas diferenciando sua forma e sua função, o ideal da tridimensionalidade resi- de em seu âmago. Na figura 2 A percebemos um livro, cujas páginas foram rebaixadas para acrescentar uma informação escrita. Na figura 2 B, com a mesma técnica, porém em formato de cruz onde há no centro a imagem da estátua da liberdade, folheada em ouro 18 k e com as seguintes inscrições: FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Detalhe inserido no livro. Figura 2 B. “Sud y Centro América solo podrén romper com el atraso y la esclavitud uniendo a todos sus estados em uma poderosa federacion. Pero no será la retrasada burguesia sudamericana, esa sucursal del imperialis- mo extranjero, la lhamada a resolver esta tarea, sino el joven proletariado sudamericano, quien dirigira a las massas oprimidas...” Discurso de Che Guevara, em 12 de dezembro de 1964, na Assembléia Geral das Nações Unidas. Por fim, na figura 2 C, apropriei-me de um exemplar da Barsa e, com a téc- nica de recortar as páginas rebaixando-as, inseri várias moedas em reais e desatualizadas, todas do dinheiro brasileiro. Exercício • Material: livro usado, estilete, cola. • Técnica: com a ajuda de um estilete, cavar as páginas do livro a fim de formar um rebaixo. Em seguida, será possível inserir diferentes elementos capazes de traduzir uma idéia. A proposta fica mais fácil quando pensamos em temáticas. Por exemplo: saúde; eu leio; drogas; violência e outros. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Visite http://www.artbr.com.br/casa/biografias/clark/ Nesta aula falamos sobre ready-made. Vale lembrar que, no universo da tridimensionalidade, há objetos e não objetos artísticos. Até a próxima aula! http://www.artbr.com.br/casa/biografias/clark/ FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Resumo – Unidade II Iniciamos a segunda unidade verificado o espaço, ou seja, vazios que circundam e se situam entre as formas. Entretan- to, pode-se referir às formas como espaço ocupado e aos vazios como espaços não ocupados. Estudamos a conjugação de poliedro e espaço positivo e negativo. Observamos que as estruturas poliédricas estão presentes em muitas obras. Evidentemente, o processo de criação do artista esculpirá detalhes poéticos com a finalidade de transformar a matéria. A gestualidade impe- tuosa imprimirá dinamicamente (o jogo do instável/estável) superfícies e vazios, cenas esculpidas. Observamos outras formas esculturais desenvolvidas por Ascânio. Assim, identificamos que elementos similares, de igual espessura, são capazes de construir formas geométricas a partir de variedades de agrupamentos. Falamos sobre ready-made. Vale lembrar que, no universo da tridimensio- nalidade, há objetos e não-objetos artísticos. Referências Bibliográficas ARNHEIM, R. Arte e percepção visual. 12. ed. São Paulo: EDUSP, 1998. DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 2000. HALLAWELL, Philip. À mão livre: a linguagem do desenho. Vol. I e II. São Paulo: Ed. Melhoramentos, 1994. MOLINA, J. J. G. Lãs Lecciones del Dibujo. Madrid: Cátedra, 1995. SOBRINO, Manzanares L. Escultura contemporanea en el espacio urba- no. Espanha: Electa España, 1999. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �� UNIMES VIRTUAL Referências Bibliográficas Complementares HAYES, C. Guia completa de pintura e dibujo: técnicas y materiales. Madrid: H. Blume, 1981. MAYER, R. Manual do artista de técnicas e materiais. São Paulo: Mar- tins Fontes, 1996. OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1997. SHEEHAN, S. Manual do artista: de técnicas e materiais. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. SCOTT, R. G. Fundamentos del diseño. México: Linusa, 1999. TUCKER, D.W. A linguagem da escultura. São Paulo: Cosac & Naif, 1999. WONG, W. Fundamentos Del Diseño bi y tridemensional. Barcelona: Gustavo Gilli, 1998. FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�0 UNIMES VIRTUAL Exercícios de auto-avaliação II 1) É uma apropriação de objetos, de referência àqueles produzidos pela indústria que são transformados ou aproximados uns dos outros, visando novos significados. Estamos falando de: tridimensionalidade. linha, ponto e plano. protótipo. Ready-made. 2) Espaço que é ocupado por um formato: Relação métrica. Relação bidimensional. Positividade. Positivo. 3) Espaço negativo: Espaço que não é preenchido ou ocupado Vazão Cortes tridimensionais Ausência da forma; 4) Observe a imagem e assinale a alternativa correta: a) b) c) d) a) b) c) d) a) b) c) d) FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �1 UNIMES VIRTUAL A escultura apresenta perspectiva. A escultura apresenta todos os vértices irregulares. A escultura apresenta subtração de formas. A escultura é um poliedro regular. 5) Ainda sobre a mesma imagem: em qualquer forma geométrica, mesmo nessa escultu- ra, há mais arestas do que faces: Afirmativa falsa, pois todo sólido geométrico é limitado por superfícies planas. Afirmativa verdadeira, pois a quantidade de vértices e arestas é igual. Afirmativa falsa, pois, diferente de poliedro, teremos a forma orgânica. Afirmativa verdadeira. a) b) c) d) a) b) c) d) FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�2 UNIMES VIRTUAL FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II �3 UNIMES VIRTUAL Unidade III Materiais e técnicas Objetivos Propiciar ao estudante conhecimentos necessários para modelagem, manipulação com materiais duros e apropriação de objetos inusitados para criação de modelos tridimensionais; desenvolver dos processos da criatividade, da estética e da pes- quisa, através da experimentação dos recursos dos materiais expressivos. Plano de Estudo Esta unidade conta com as seguintes aulas: Aula: 1� - Materiais e técnicas – Parte I Aula: 1� - Materiais e técnicas – Parte II Aula: 1� - Materiais e técnicas – Parte III Aula: 20 - Materiais e técnicas – Parte IV Aula: 21 - Materiais e técnicas – Parte V Aula: 22 - Materiais e técnicas – Parte VI Aula: 23 - Materiais e técnicas – Parte VII Aula: 2� - Materiais e técnicas – Parte VIII FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM TRIDIMENSIONAL II�� UNIMES VIRTUAL Aula: 1� Temática: Materiais e técnicas – Parte I Nesta aula estudaremos algumas técnicas utilizadas na escultura. Modelagem Trabalhar com modelagem consiste em elaborar esculturas a partir de ma- teriais macios e flexíveis. Os materiais mais conhecidos são: argila, cera, gesso e massa específica para modelagem, porém, há outros materiais. A modelagem propicia a confecção de esculturas com técnicas mais arro- jadas, como a fundição. A técnica com argila A argila é facilmente encontrada nas encostas de rios, manguezais etc. É possível comprar em lojas de materiais escolares. De fácil manipulação, a argila oferece bons resultados na confecção de esculturas. A argila foi e é vastamente usada para compor diferentes objetos, desde utensílios domésticos até objetos artísticos. De maneira geral, a argila é um barro que contém composto de fragmentos de silicato de alumínio hidratado. Chamamos de cerâmica os artefatos produzidos com argila. Freqüentemente, os objetos confeccionados em argila são queimados ou assados ao fogo ou em fornos com determinada temperatura. Por oferecer grande maleabilidade, é possível utilizar a argila mesmo quan- do ressecada. Para tanto, basta
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