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Fundamentos de Expressão e Linguagem Bidimensional II

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LICENCIATURA EM
 ARTES VISUAIS 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E 
LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II
 
 
Semestre 4
Prof. Rubens de Souza
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�
UNIMES VIRTUAL
Universidade Metropolitana de Santos 
Campus II – UNIMES VIRTUAL
Av. Conselheiro Nébias, 536 - Bairro Encruzilhada, Santos - São Paulo
Tel: (13) 3228-3400 Fax: (13) 3228-3410
www.unimesvirtual.com.br
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
S718l SOUZA, Rubens de.
 Licenciatura em Artes Visuais: Fundamentos de Expressão e 
 Linguagem Bidimensional II. (por) Prof. Rubens de Souza.
 Semestre 4. Santos: UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2007. 142 p.
 
 1. Artes Visuais 2. Fundamentos de Expressão 
 3. Linguagem Bidimensional II.
 CDD 700
www.unimesvirtual.com.br
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �
UNIMES VIRTUAL
UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos - Campus I e III
Rua da Constituição, 374 e Rua Conselheiro Saraiva, 31
Bairro Vila Nova, Santos - São Paulo - Tel.: (13) 3226-3400
E-mail: infounimes@unimes.br
Site: www.unimes.br
Prof.ª Rosinha Garcia de Siqueira Viegas
Fundadora 
 
Prof.ª Renata Garcia de Siqueira Viegas
Reitora da UNIMES
Prof. Rubens Flávio de Siqueira Viegas Júnior
Pró-Reitor Administrativo
Prof.ª Vera Aparecida Taboada de Carvalho Raphaelli
Pró-Reitora Acadêmica
Prof.ª Carmem Lúcia Taboada de Carvalho
Secretária Geral
mailto:infounimes@unimes.br
www.unimes.br
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�
UNIMES VIRTUAL
EQUIPE UNIMES VIRTUAL
Supervisão de Projetos
Prof.ª Deborah Guimarães
Prof.ª Doroti Macedo
Prof.ª Maria Emilia Sardelich
Prof. Sérgio Leite
Grupo de Apoio Pedagógico - GAP
Prof.ª Elisabeth dos Santos Tavares - Supervisão
Prof.ª Denise Mattos Marino
Prof.ª Danielle Oliveira da Costa
Prof.ª Joice Firmino da Silva
Prof.ª Márcia Cristina Ferrete Rodrigues
Prof.ª Maria Eugênia de Oliveira Souza
Prof.ª Maria Luiza Miguel
Prof.ª Monika Nascimento Moura
Prof.ª Neuza Maria de Sousa Feitoza
Prof. Thiago Simão Gomes
Angélica Ramacciotti
Leandro César Martins Baron
Grupo de Tecnologia - GTEC
Luiz Felipe Silva dos Reis - Supervisão
Carlos Eduardo Lopes
Clécio Almeida Ribeiro
Eldes da Silva Santos Filho
Grupo de Comunicação - GCOM
Flávio Celino - Supervisão de Operações 
William Souza - Supervisão de Edição
Ana Paula Sandes
Carolina Ferreira
Gabrielle Pontes
Joice Siqueira
Leonardo Andrade
Lílian Queirós
Raphael Xavier
Stenio Elias Losada
Suellen Caldas
Victor Ruas da Costa
Grupo de Design Multimídia - GDM
Alexandre Amparo Lopes da Silva - Supervisão
Alexandre Luiz Salgado Prado
Leonardo Correia dos Santos
Lucas Thadeu Rios de Oliveira 
Marcelo da Silva Franco
Apoio Administrativo
Angélica Dias Maria 
Camila dos Santos Souto
Carolina Faulin de Souza
Izabel Steinheuser
Jonia Antonia Fraiha Nunes
Márcio Donizette Severo
Raphael Tavares
Rubia Lisboa da Silva
Sabrina Santana Gonçalves
Simone Cristina de Lima
Simone Sales
Solange Helena de Abreu Roque
Vanessa Pereira
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �
UNIMES VIRTUAL
AULA INAUGURAL
Caro cursista,
Seja bem-vindo à disciplina Fundamentos de Expressão e Linguagem 
Bidimensional II. 
Esta é uma disciplina que pretende abordar o conhecimento e os funda-
mentos do processo de criação, com ênfase na pintura e nos processos 
pictóricos, organizando o estudo dos conceitos e teorias das cores e sua 
relação com os estilos artísticos.
Propõe, ainda, o desenvolvimento de pesquisas com materiais artísticos a 
partir da linguagem e das técnicas pictóricas a fim de relacionar essa prá-
tica às produções históricas, às obras e aos artistas que utilizaram esses 
procedimentos.
Aborda a investigação das possibilidades expressivas nas técnicas artís-
ticas pictóricas e as relaciona às concepções estéticas com o objetivo de 
propor ações de transposição didática aos conteúdos da área. 
Espera-se que você acompanhe cada aula e desenvolva todas as ativida-
des propostas. As aulas foram planejadas com o objetivo de fazer com que 
você perceba as fases pelas quais uma obra de arte precisa passar até ser 
finalizada.
Bom trabalho!
Prof. Rubens de Souza
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�
UNIMES VIRTUAL
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �
UNIMES VIRTUAL
Índice
Unidade I - Processo de Criatividade ................................................................. 11
Aula: 01 - Processo de Criação I ................................................................................. 12
Aula: 02 - Processo de Criação II ................................................................................ 15
Aula: 03 - Círculo Cromático I...................................................................................... 18
Aula: 04 - Círculo Cromático II ..................................................................................... 23
Aula: 05 - Técnicas Expressivas I ................................................................................ 28
Aula: 06 - Técnicas Expressivas II ............................................................................... 31
Aula: 07 - Técnicas Expressivas III .............................................................................. 34
Aula: 08 - A repetição como recurso ........................................................................... 38
Resumo Unidade I ....................................................................................................... 43
Unidade II - Estética e Pesquisa ........................................................................ 47 
Aula: 09 - A Importância da Pesquisa ......................................................................... 48
Aula: 10 - Impressionismo........................................................................................... 53
Aula: 11 - Gauche I ...................................................................................................... 57
Aula: 12 - Gauche II ..................................................................................................... 60
Aula: 13 - Desenho e Pintura ....................................................................................... 62
Aula: 14 - Aquarela ..................................................................................................... 64
Aula: 15 - Técnicas com Lápis de Grafite .................................................................... 69
Resumo Unidade II ...................................................................................................... 72
Unidade III - A Perspectiva na Arte ................................................................... 77 
Aula: 16 - Perspectiva I ............................................................................................... 78
Aula: 17 - Perspectiva II .............................................................................................. 83
Aula: 18 - Perspectiva III ............................................................................................. 89
Aula: 19 - Vanguardas ................................................................................................. 93
Aula: 20 - Composições com texto ............................................................................. 96
Resumo Unidade III ................................................................................................... 101
Unidade IV - Recursos e Materiais Expressivos ............................................. 105 
Aula: 21 - Pastel Seco ............................................................................................... 106
Aula: 22 - Pastel Oleoso ............................................................................................ 109
Aula: 23 - Textura ......................................................................................................113
Aula: 24 - Os Suportes .............................................................................................. 115
Aula: 25 - Arte Final com Tinta Nanquim ................................................................... 117
Aula: 26 - Sistema Digital .......................................................................................... 119
Aula: 27 - A Arte Digital I .......................................................................................... 122
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II10
UNIMES VIRTUAL
Aula: 28 - A Arte Digital II ......................................................................................... 125
Aula: 29 - Suporte Digital I ........................................................................................ 127
Aula: 30 - Suporte Digital II ....................................................................................... 130
Aula: 31 - Tecnologia ................................................................................................. 133
Aula: 32 - A Identidade Cultural na Pós-modernidade: Crise ou Conseqüência? ........ 136
Resumo Unidade IV ................................................................................................... 139
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 11
UNIMES VIRTUAL
Unidade I
Processo de Criatividade
Objetivos
Conduzir ao desenvolvimento dos processos da criatividade, da estética e da 
pesquisa por meio da experimentação dos recursos dos materiais expressivos. 
Possibilitar que o aluno utilize os recursos de modo prático e significativo.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
Aula: 01 - Processo de Criação I
Aula: 02 - Processo de Criação II
Aula: 03 - Círculo Cromático I
Aula: 0� - Círculo Cromático II
Aula: 0� - Técnicas Expressivas I
Aula: 0� - Técnicas Expressivas II
Aula: 0� - Técnicas Expressivas III
Aula: 0� - A repetição como recurso
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II12
UNIMES VIRTUAL
Aula: 01
Temática: Processo de Criação I
 
 
Nesta primeira aula estudaremos os fundamentos do pro-
cesso de criação.
Durante muito tempo, foi considerado que pessoas inteligentes eram aque-
las que ganhavam notoriedade e ignoravam a idéia de múltiplas inteligên-
cias, o que inviabilizou as afirmações de que uma pessoa é mais ou menos 
inteligente que a outra.
Gardner1 apresentou modernas teorias que desqualificaram os testes de 
QI usados para verificar os tipos de superdotação de indivíduos na so-
ciedade ocidental e em suas escolas. A teoria das inteligências múltiplas 
sugere que a inteligência se assemelha a um elenco de pelo menos sete 
competências distintas: lingüística, lógico-matemática, espacial, corporal 
cinestésica, musical, interpessoal e intrapessoal. Ele acredita, apoiando-
se em sua teoria, que uma pessoa pode ser superdotada em uma área, 
mas média ou abaixo da média em outras. Para Fayga Ostrower2, trata-se 
de um potencial inerente ao ser humano, e realizar este potencial é uma 
de suas necessidades. Essa potencialidade e os processos criativos não 
estão restritos, pura e tão-somente, às artes e aos artistas, pois entende 
que “criar” tem de ser visto no seu sentido total, ou seja, algo que está 
integrado ao estilo de vida do ser humano: 
O homem elabora seu potencial criador através do 
trabalho. É uma experiência vital. Nela o homem en-
contra sua humanidade ao realizar tarefas essenciais 
à vida humana e essencialmente humanas. A criação 
se desdobra no trabalho porquanto este traz em si a 
necessidade que gera as possíveis soluções criativas. 
Nem na arte existiria criatividade se não pudéssemos 
encarar o fazer artístico como trabalho, como um fa-
zer intencional produtivo e necessário que amplia em 
nós a capacidade de viver. Retirando à arte o caráter 
de trabalho, ela é reduzida a algo de supérfluo, enfeite 
talvez, porém prescindível à existência humana. Em 
nossa época, é bastante difundido este pensamen-
to: arte sim, arte como obra de circunstância e de 
1 GARDNER, Howard. Inteligência: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 1998, 
p. 32.
2 OSTROWER, Fayga. Criatividade e processo de criação. 6. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 
1987. p. 26.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 13
UNIMES VIRTUAL
gosto, mas não arte como engajamento de trabalho. 
Entretanto, a atividade é considerada uma atividade, 
sobretudo criativa, ou seja, a noção de criatividade é 
desligada da idéia do trabalho, o criativo tornando-
se criativo justamente por ser livre solto e isento de 
compromissos de trabalho. Na lógica de tal pensa-
mento, porém, o fazer que não fosse “livre” careceria 
de criatividade, passaria a ser um fazer não-criativo. 
O trabalho em si seria não-criador. Evidentemente, 
não é esse nosso critério. (OSTROWER, 1987, p. 26)
Ana Mae Barbosa afirma que, para ocorrer o estímulo do pensamento cria-
tivo, é preciso que sejam mobilizados aspectos emotivos e cognitivos. 
Sustenta que, para que sejam estimulados todos os componentes da cria-
tividade, é necessário um método que oriente a seleção das atividades em 
função das possibilidades que elas tenham de mobilizar processos relati-
vos à criatividade.
 
Sabemos, hoje, que criatividade não significa, necessaria-
mente, uma forma de inteligência, até mesmo porque cada 
uma das inteligências, pesquisadas por Gardner, pode gerar 
pessoas extremamente criativas nas competências inerentes a essas in-
teligências, mas que a criatividade se manifesta pelo pensamento diver-
gente.
De maneira geral, considera-se que as pessoas inteligentes são pessoas 
convergentes, pois, com base em certos dados, chegam a uma resposta 
relevante, enquanto as pessoas criativas, diante de um estímulo ou de 
um problema, costumam divergir e assim chegar a muitas associações 
diferentes.
 
Visite o site: http://en.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Ma-
gritte (último acesso em 12/09/2007) e visualize a tela The 
son of man, 1926, de René Magritte.
É provavelmente um dos quadros mais famosos de Magritte. Ele o define 
desta forma: “Tudo o que vemos esconde outra coisa, e nós queremos 
sempre ver o que está escondido pelo que vemos”.
 
Percepção imaginativa
Segundo Gaston Bachelard, em seu livro Ensaio sobre a imaginação do 
movimento:
http://en.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Magritte
http://en.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Magritte
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II1�
UNIMES VIRTUAL
[...] pretende-se sempre que a imaginação seja a 
faculdade de formar imagens. Ora, ela é antes a fa-
culdade de deformar as imagens fornecidas pela per-
cepção, é, sobretudo, a faculdade de libertar-nos das 
imagens primeiras, de mudar as imagens. Se não há 
mudança de imagens, união inesperada das imagens, 
não há imaginação, não há ação imaginante. Se uma 
imagem presente não faz pensar uma imagem ausen-
te, se uma imagem ocasional não determina uma pro-
digalidade de imagens aberrantes, uma explosão de 
imagens, não há imaginação [...]
 
Imaginação não é um estado de espírito. É a própria 
existência humana.
 
Vamos refletir sobre isso até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 1�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 02
Temática: Processo de criação II
Continuaremos a refletir sobre os fundamentos do processo 
de criação.
O conceito de criatividade, de imprecisas definições, sempre intrigou vá-
rios estudiosos. De um lado, há algumas teorias que surgiram de análises 
dos processos da criatividade; de outro, verifica-se que as instituições 
brasileiras de ensino privilegiam muito mais os conhecimentos e as ha-
bilidades acadêmicas relacionadas à inteligência do que as habilidades 
criativas que um indivíduo possa ter. Há várias definições sobre o tema, 
dentre elas a de Young:
Criatividade é aquela atitude pela qual nós nos realiza-
mos... Criatividade é a realização do nosso potencial... 
É a integração do nosso lado lógico com o nosso lado 
intuitivo. Criatividade é mais que espontaneidade, é 
também uma deliberação.É pensamento divergente, 
pois converge em alguma solução: não apenas gera 
possibilidades, mas também escolhe entre elas. É 
mais que originalidade, que só pode expressar o bi-
zarro... Criatividade é um avanço e uma mudança, 
como também é uma expressão de continuidade com 
o passado1.
Via de regra, os pesquisadores consideram que a criatividade exista em 
algum grau em cada um de nós e pode ser aprendida; portanto, as pessoas 
tornam-se criativas. Em sua teoria do desenvolvimento cognitivo, Piaget a 
relaciona diretamente ao processo criativo. Denominou “imaginação cria-
tiva” e explicou que durante o crescimento infantil haverá a evolução da 
imaginação criativa no decorrer das fases de seu desenvolvimento. Perce-
be-se que criatividade e inteligência caminham juntas, segundo Piaget.
Ousadia!
 
Ficará mais fácil a utilização de nossa criatividade, se esti-
vermos competentes para o fazer artístico. Assim, será ne-
cessário conhecer e reconhecer materiais artísticos e suas 
aplicações nas diferentes técnicas de pintura. No entanto, algumas etapas 
estão ligadas à pintura.
1 YOUNG, James Webb. Técnica para produção de idéias. São Paulo: Nobel, 1994. p 45.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II1�
UNIMES VIRTUAL
Sabe-se que os grandes mestres da pintura desenvolveram esboços antes 
de realizarem suas obras. Nesse momento, podemos desenvolver alguns 
estudos.
 
Visite o site: http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/
cezanne_macas.htm e visualize a tela Natureza-morta com 
maçãs e laranjas, 1895-1900, de Paul Cézanne. O site foi 
acessado em 12/09/2007.
Eu escolhi um pimentão para iniciar alguns estudos, tanto de luz e sombra, 
quanto de técnicas que serão aplicadas.
 
Você poderia tentar, também...
 
Veja: 
 
Figura 2
Técnica: Lápis grafite sobre papel canson
Materiais: Lápis grafite 2B, 4B e 6B, papel canson branco, formato A4 
(210 X297mm), gramatura 180 grm2 e borracha.
Procedimentos: Coloque o objeto escolhido próximo de uma luminária ou 
janela para que fique identificado o lado predominante de incidência de luz.
Desenvolva o esboço sem a preocupação de retratar com fidelidade o mo-
delo a ser copiado. Nessa fase, o primordial, a meu ver, será o estudo de 
luz e sombra que você conquistará.
http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/cezanne_macas.htm
http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/cezanne_macas.htm
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 1�
UNIMES VIRTUAL
Tente usar a borracha para marcar as áreas de grande iluminação. Repare 
na figura 2. As áreas extremamente iluminadas foram apagadas com a 
borracha. Para a escura use o lápis 6B e reforce bem as sombras. Tente 
não esfumaçar com o dedo o meio-tom. Conquista-se o meio tom com o 
próprio exercício do sombreamento.
Verifique se você conquistou mais de cinco tonalidades!
Quanto maior for o valor tonal, melhor será o exercício.
Sim! Desenvolver apenas uma vez o exercício não será suficiente. 
Na próxima aula, exercitaremos com tinta, certo?
 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II1�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 03
Temática: Círculo cromático I
O círculo cromático é um recurso muito útil. Os impressio-
nistas usavam as cores complementares com muita freqü-
ência. Por exemplo, quando pintavam um objeto amarelo, 
usavam o violeta para pintar as áreas de sombra. Da mesma forma, o 
vermelho está para o verde assim o laranja está para o azul. 
 
Visite o site: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Casa_Amarela 
para visualizar a tela A casa amarela de Vincent van Gogh, 
1888. É muito importante que você visite o site para a com-
preensão desta aula. O site foi acessado em 13/09/2007.
Em sua pintura predominam as cores complementares.
 
 
Figura 2
Além das cores primárias, cujas misturas produzem as outras cores, exis-
tem também as cores complementares, que se anulam mutuamente, ou 
seja, aquelas cujas misturas produzem a branca. Por exemplo: Vermelho 
– verde e Amarela – azul.
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Casa_Amarela 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 1�
UNIMES VIRTUAL
Será importante desenvolvermos o estudo de cores para utilizarmos os 
matizes de forma planejada e intencional. No entanto, nada impede que 
um trabalho possa ser elaborado sem esses critérios.
Sobre os materiais:
 
Figura 3
 
 
 
Figura �
Tinta à base de água: Os pincéis para essas tintas são lavados normal-
mente com água fria.
São chamados Marta Kolinsky os pêlos obtidos de pequenos 
animais silvestres encontrados em países de clima frio, como 
a Sibéria e o norte da Manchúria. Os pêlos são retirados de 
suas caudas e possuem pontas longas, finíssimas, além de 
grande suavidade e resistência. Existem outros tipos de pêlos 
de animais, bem como são encontrados os sintéticos.
Virola é o elemento de ligação entre o pêlo e o cabo do pincel. 
Em geral, são feitas de alumínio polido, latão cromado, nique-
lado ou cobreado.
Dependendo da técnica a que se destina o pincel, o compri-
mento do cabo varia em curto ou longo. O equilíbrio e a esta-
bilidade de cada pincel é de vital importância, assim como a 
distância entre o artista e a obra. Por essas razões possuem 
cabos curtas para aquarela, guache e nanquim, e cabos lon-
gos para pintura em tela, a óleo ou acrílica.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II20
UNIMES VIRTUAL
Tintas a base de óleo: Para essa categoria, utiliza-se terebentina ou 
aguarrás, que são solventes. Em seguida, lava-se com água fria ou morna 
para remover o solvente do pincel.
Tipos de pincéis:
Os pincéis pêlo de marta são feitos a partir de pequenos animais silvestres 
encontrados em diversos locais, principalmente nos países de clima frio. 
Os pêlos são retirados de suas caudas e possuem pontas longas, finas, 
além de grande suavidade e resistência.
Há, também, pincéis que imitam o pêlo de marta, como os pêlos de orelha 
de boi, que são tratados, tingidos e possuem a mesma resistência, ao 
serem comparados aos pêlos de marta.
Existem os pincéis feitos com pêlos de texugo, quati, esquilo (muito indi-
cado para as técnicas de aquarela, por sua suavidade), orelha de boi (por 
serem finos e resistentes), camelos, pôneis, cabra (muito utilizado para 
maquiagem), porco (são fortes e retêm muita tinta em suas cerdas), crina 
de cavalo e sintéticos.
Seus formatos são:
 
Figura � 
Chato Redondo
A - Chato Longo (Stroke) J - Redondo Curto (Spotter)
B - Plano (Flat) K - Redondo (Round)
C - Quadrado (Bright) L - Redondo Longo (Liner
D - Chato Curto (Short Bright) M - Ponta Chata (Showcard)
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 21
UNIMES VIRTUAL
E - Língua de gato (Filbert) N - Chanfrado (Striper)
F - Chanfrado (Angular) O - Pituá (Mop)
G - Leque (Fan) P - Broxa / Batedor (Stencil)
H - Trincha (Paint Brush) Q - Garfo (Pipe)
I - Trincha Longa (Spalter) R - Pelenesa (Gilder’s Tip)
Cada pincel apresenta uma utilização lógica.
 
Vale lembrar que temos diferentes tipos de suportes, mas 
isso será um assunto para outra aula!
Na aula anterior desenvolvermos um esboço, com técnica de lápis de grafite. 
Figura �
Exercício desenvolvido na aula anterior, com técnica de lápis grafite s/ 
papel. 
Agora vamos buscar vivências com as tintas.
Mas, antes, necessitamos dos materiais adequados:
Materiais para exercício de pintura com guache:
 
Pincéis:
Qtde. Descrição
1 Redondo Curto - marca Tigre, número “0”, pêlo de marta – refe-
rência 308
1 Redondo Curto - marca Tigre, número “2”, pêlo de marta – refe-
rência 308..
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II22
UNIMES VIRTUAL
1 Redondo Curto - marca Tigre, número “8”, pêlo de marta – refe-
rência 308.
1 Reservatório para tinta – como mostra na figura 3.
1 Guache – Talens ou Deco – cores primárias
 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 23
UNIMES VIRTUAL
Aula: 0�
Temática: Círculo cromático II
Círculo cromático
 
Figura 1
Cores primárias.
Iremos traçar três quadrados de 4,0 X 4,0 cm e preenchercom as cores 
primárias cada um deles. Veja:
Figura 2
 
 
Figura 3
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II2�
UNIMES VIRTUAL
Esta é a maneira mais adequada de segurar o pincel. Deixe a mão descon-
traída e segure o pincel uns 3 a 4 cm acima da virola.
Somente quando houver a necessidade de pintar detalhes com precisão, é 
que seguramos em cima da virola.
As cores secundárias serão conquistadas a partir de uma proporção de 
cinqüenta por cento das cores:
• Amarelo + vermelho = Alaranjado 
• Amarelo + azul = Verde
• Vermelho + azul = violeta
 
Figura �
 
Para as cores terciárias – são as cores que resultam das misturas entre as 
primárias e secundárias.
Amarelo + alaranjado
Amarelo + verde
Vermelho + violeta
Vermelho + alaranjado
Azul + verde
Azul + violeta
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 2�
UNIMES VIRTUAL
 
Figura �
 
 
 
 
 
 
Figura �
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II2�
UNIMES VIRTUAL
Algumas características das cores
Vermelho: é cor quente, saliente, agressiva e estimulante. Sendo a cor do 
fogo e do sangue, é a cor mais importante para muitos povos, o que se per-
cebe sempre nas cores das bandeiras. Esta cor é a preferida das crianças. 
É vastamente utilizada em decorações infantis ou ambientes esportivos. 
Quando associada ao verde, forma o par de cores complementares mais 
vibrantes. Ao ser aplicada em pequenas proporções sobre o fundo verde, 
chega a produzir vibrações desagradáveis.
Amarelo: cor luminosa e digna, evoca dominação, riqueza material e espi-
ritual. Representando o calor, energia e claridade, opõem-se à passividade 
do azul. Junto ao vermelho é considerada cor masculina, enquanto o verde 
e o violeta são femininos.
Verde: é passividade, sugere imobilidade, alivia tensões e equilibra o sis-
tema nervoso.
Azul: é cor fria por excelência. Calmo e repousante, sugere indiferença e 
passividade. Sugere a sensação de frescor.
Na aula anterior desenvolvemos um esboço com técnica de lápis de grafite. 
Figura �
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 2�
UNIMES VIRTUAL
Exercício desenvolvido na aula anterior, com técnica de lápis grafite s/ papel. 
Agora, vamos buscar vivências com a tinta guache e caminharmos até a 
tinta óleo.
A partir do modelo desenvolvido tente colori-lo.
Figura �
 
Até a próxima aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II2�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 0�
Temática: Técnicas expressivas I
Segundo Kandinsky, o olho experimenta as propriedades da 
cor de modo físico; é o veio por onde penetra a alma. O 
olho recebe a vibração da cor com excitação ou calma. No 
entanto, como toda a sensação, possui curta duração.
A cor provoca uma vibração psíquica. Por exemplo, o vermelho quente tem 
uma ação excitante, sem dúvida, por se assemelhar ao sangue.
A seguir analisaremos uma obra de Magritte:
René Magritte (Lessines, Bélgica, 1898 – Bruxelas, Bélgica. 1967) é um 
dos principais artistas do movimento surrealista, que muito influenciou a 
arte latina – americana. Magritte teve especial interesse pela disfunção en-
tre significante (elemento – imagem) e seu sentido. Daí sua pintura causou 
estranhamento pela associação de elementos contraditórios numa única 
pintura. As primeiras pinturas de Magritte (1920) foram influenciadas pelo 
Cubismo. Ele também nessa época se interessava pelas manifestações 
em defesa da arte pura, expressas na pintura liberada da representação 
ilusionista do espaço tridimensional.
O interesse de Magritte por situações enigmáticas surge de seu encontro 
com a obra de Giorgio de Chirico. Uma outra importante referência para a 
produção criativa de Magritte foi o contato com as colagens de Max Ernst: 
ambos influenciaram a obra de Magritte, sobretudo a maneira de usar a 
justaposição de diversas imagens, formando um cenário surreal.
 
 
 
Figura 1: La belle captive, de René Magritte, guache s/ papel, 1967.
A B
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 2�
UNIMES VIRTUAL
Ao observar a composição dos elementos na obra, imaginamos que há um 
total desequilíbrio. Perceba que o planejamento da cortina é maior de um 
lado, e está justamente no lado em que se encontra o cavalete com a tela.
Há uma esfera que não está centralizada. Veja:
Figura 2
Assim, temos a sensação de desequilíbrio. Mas na realidade essa obra apre-
senta-se completamente equilibrada. Sua horizontalidade contribui para a 
assimetria, porém equilibrada. Observe que a tela justapõe com o fundo (fi-
gura 4 B). A cortina atrás da tela salienta os planos (figura – fundo). 
A esfera organiza os pesos, que poderiam ficar discrepantes na composição.
Tudo é restabelecido com as cores. Observe:
 
 
Figura 3
Magritte soluciona a utilização das cores ao aplicar o contraste. O céu 
pintado é a parte mais emotiva do processo visual, pois é azul. A cor azul 
nos remete às sensações de tranqüilidade. A delicadeza do céu oscila com 
sua cor oposta, o alaranjado. O céu invade a tela e a sutiliza; a delicadeza 
prevalece, mas um elemento estranho dá outro significado (a esfera).
A esfera é a situação contraditória, pois dilui os limites entre o imaginário 
e o real e questiona as relações entre a arte e vida. 
A B
A B
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II30
UNIMES VIRTUAL
Magritte desenvolve “colagens pintadas à mão”, ou seja, as imagens re-
ferem-se ao método surrealista de criação que se apropria e descontex-
tualiza diferentes imagens, o que passa a fazer parte de uma nova ordem 
impactante por seu aspecto enigmático.
Será que a esfera representa uma bomba, já que a obra per-
tence ao período da Guerra Fria, de 1965, em que a huma-
nidade agonizava?
O céu simbolizou a beleza?
No palco está a arte e novamente o céu, ou seja, a beleza e o tempo inter-
rompidos por um elemento (a esfera), um enigma, o erro do homem com 
seus investimentos para a Guerra...
Sem pintar a anatomia humana, Magritte fala do homem.
Lembrete:
O Surrealismo foi a natural conseqüência ou desenvolvimento do dadaís-
mo. Surgiu com um grupo de artistas franceses.
Em 1924, em Paris, André Breton elaborou um manifesto público. A dife-
rença entre Surrealismo e Dadaísmo, apesar de ambos terem utilizado o 
automatismo psíquico, é que o Dadaísmo expressa a decepção dos inte-
lectuais e artistas e não possui doutrina ou princípios definidos (anarquia); 
o Surrealismo expressa a liberdade absoluta que escapa às limitações da 
vida, ou seja, o subconsciente são os princípios artísticos.
Seus princípios são:
os Surrealistas interessam-se exclusivamente pelo subconsciente;
tudo que ocorre se caracteriza pela falta de lógica;
buscavam o subconsciente, o sonho, os estados alucinatórios, o 
maravilhoso;
pretendiam o fantástico, o irreal, a loucura e tudo que fosse oposto à 
lógica;
Utilizaram o álcool, excitantes, sonambulismo e hipnotismo.
 
Até o próximo encontro!
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FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 31
UNIMES VIRTUAL
Aula: 0�
Temática: Técnicas expressivas II
O efeito visual necessita da inter-relaçã entre mensagem, 
significado e as técnicas visuais. Assim, o contraste e har-
monia são ordenações que oferecem vasta gama de opções 
operativas possíveis de serem ordenadas. Como vimos no exemplo da 
aula anterior, na obra de Magritte, forma e cor configuraram um excelente 
resultado. 
Portanto, o contraste discute as polaridades, como frio e calor. Como seria 
entender o fino sem a existência do grosso? Portanto, o contraste é, tam-
bém, uma formulação de seus opostos, ou seja, a relação de algo apercep-
tivo e sua lógica. 
Um exercício muito prazeroso de tais questões é a releitura da obra de 
arte.
Haveria outras possibilidades compositivas para a obra de Magritte?
 
 
Figura 1
Observe a figura 1. Ainda que você não concorde, é uma possibilidade 
compositiva que estabelece alguns critérios de contraste.
Talvez, o fundamental nessa tentativa não seja conquistar resultados supe-
riores à obra de Magritte, mas enfatizarque a visão humana parece buscar 
a harmonia constantemente, ou seja, reduzir as tensões, racionalizar, expli-
car e resolver as confusões são coisas que parecem, todas, predominan-
tes entre nossas necessidades. 
A B
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II32
UNIMES VIRTUAL
Portanto, o contraste é uma força de oposição a essa ne-
cessidade humana. Desequilibra e choca, estimula, chama 
a atenção.
A importância do significado do contraste se dá primeiro na visão para as 
mensagens que são visuais. A luz é a chave de nossa força visual. Ela nos 
revela o tom que vai do brilho (luminosidade) à obscuridade. A presença 
ou a ausência da cor não afeta os valores tonais que a visão capta.
Por meio do tom, percebemos padrões que simplificamos em objetos com 
forma, dimensão e outras propriedades visuais importantes para sua iden-
tificação.
Esse é um processo de decodificação e identificação. Assim, aprendemos 
visualmente as coisas do mundo. A partir disso, reconhecemos algumas 
idéias, pois inúmeras informações visuais já foram enviadas ao cérebro, o 
que possibilita correlações ou conhecimentos posteriores.
Observe, abaixo, a figura 2 :
 
 
Figura 2
Releitura de Ianelli – Rubens de Souza – 2007.
Eu fiz uma releitura de uma obra do artista plástico Ianelli. A obra chama-
se Superposição de retângulos, de 1976, óleo sobre tela, 180 X 130 cm.
Propositadamente, deixei os contornos dos retângulos. Eles se justapõem 
e há transparência, ou seja, você consegue ver, em alguns momentos, o 
retângulo que está abaixo, e, quando não vê, o seu olhar identifica a traje-
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 33
UNIMES VIRTUAL
tória de sua continuidade. Utilizei cores predominantemente frias. Obser-
ve, ainda, que suas diagonais alinham todos os retângulos.
Observe:
 
figura 3
A figura 3 ainda é a mesma composição. A figura 3 B também é a mes-
ma composição. Ela foi pintada com tons de cinza e foram retirados os 
contornos e todas as propriedades salientadas permanecem. Portanto, 
a presença ou a ausência de cor não afeta os valores tonais, 
que são constantes e têm uma importância maior que a cor, princi-
palmente para o olhar. 
A visão funciona com mais eficácia quando os padrões que observamos 
se tornam visualmente mais claros através do contraste. Tanto na natureza 
quanto na arte, o contraste é fundamental para o observador.
Observe a figura abaixo:
 
 
Figura �
Por meio do contraste você observa mais elementos na figura 4 - A.
Até o próximo encontro!
A B
A B
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II3�
UNIMES VIRTUAL
Aula 0�
Temática: Técnicas Expressivas III
Formatos orgânicos são constituídos por curvas que fluem 
suavemente com trajetórias tangenciais ou discrepantes.
Normalmente são traçadas à mão, porém há instrumentos que possibili-
tam linhas tangenciais, como a curva francesa e régua flexível.
 
Figura 1
Observe que basicamente temos dois tipos de curvas predominantes nas 
formas orgânicas: em “C” e “S”.
Figura 2
Na figura 2-A percebemos um formato semelhante à letra “C”, e 2-B lem-
bra a letra “S”. Os formatos podem conter extremos pontiagudos ou arre-
dondados. Os formatos podem ser parcialmente ligados por limites, por 
linhas sinuosas ou retas.
A B
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 3�
UNIMES VIRTUAL
Visite o site a seguir para visualizar Oro de Azur, de Juan Miró: 
http://animalscience.ucdavis.edu/Laboratory/AnimalGeno-
mics/Art/JuanMiro.htm - último acesso em 13/09/2007.
Nessa tela de Miró, percebe-se que no plano de fundo predomina o amare-
lo de Nápoles, seguido de uma forma orgânica em azul ultramar, acrescido 
de outras formas, e grafismo em preto.
Já observamos em aulas anteriores alguns pincéis que são usados na pin-
tura. Agora iremos demonstrar outros materiais utilizados na técnica a 
óleo:
 
 
Cavalete
 
 
Paleta
 
 
Tintas
Tela
 
 
 
Óleo de linhaça, Secante e Terebintina.
 
 
Pincéis
 
 
Exercício
Como preparar a tinta óleo:
Deposite na paleta um pouco de tinta óleo e dissolva gradativamente com 
óleo de linhaça até que ela fique bem pastosa. Você pode acrescentar um 
pouco de secante para acelerar sua secagem. 
http://animalscience.ucdavis.edu/Laboratory/AnimalGenomics/Art/JuanMiro.htm
http://animalscience.ucdavis.edu/Laboratory/AnimalGenomics/Art/JuanMiro.htm
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II3�
UNIMES VIRTUAL
Em uma tela de 27 X 35 cm você deverá esboçar formas 
orgânicas com um lápis 6B ou lápis carvão.
 
 
 
Após ter feito o esboço, inicie pintando o plano de fundo. 
Observe o exemplo ao lado. Esta maneira de colorir com 
camadas densas de tinta geralmente é chamada de vela-
tura com tinta óleo. De outra forma, poderiam ser aplica-
das cores transparentes.
 
 
Verifique que você pode optar por intersecção de formas, 
em que cada parte poderá receber uma cor.
Aproveite esta oportunidade para pensar estrategicamen-
te nas cores. O exemplo ao lado utiliza as cores comple-
mentares divididas, ou seja, uma cor primária junto com 
duas vizinhas da complementar direta. 
 
Experimente a tinta e suas possibilidades, e tente adicionar outros materiais. 
 
Veja o exemplo:
 
Figura 3
Rubens de Souza, óleo e cimento s/ tela, 1998.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 3�
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Após ter esboçado o sapato com carvão, aplique uma aguada de tinta sé-
pia para marcar as áreas mais escuras. Perceba que iniciei a pintura pela 
figura e não pelo fundo. Sobre a palheta, preparei as cores: vermelho de 
cádmio, carmim, laranja de cádmio, amarelo de Nápoles, branco e sépia. 
Observe que fui aplicando as cores para obter o volume necessário. Ficou 
mais fácil colocar meu sapato como modelo e seguir suas tonalidades 
marcadas pela luz. O branco realçou os brilhos e a incidência da luz. Por 
fim, no fundo preparei cimento e apliquei na tela, sem prejudicar a pintura 
do sapato que já estava seca. O grafismo em amarelo foi feito após a se-
cagem do cimento. O quadro transmite a sensação de um sapato pisando 
na calçada.
 
Estudamos a utilização de materiais de pintura e as formas 
orgânicas. Ainda desenvolvemos uma atividade prática uti-
lizando uma forma orgânica para desenvolver um exercício 
abstrato.
 
Surrealismo figurativo: representava o símbolo de sua 
mensagem por meio de imagens figurativas.
Surrealismo abstrato: representava o símbolo de sua mensagem por 
meio de imagens abstratas, símbolos, signos ou simplesmente grafismo.
 
Até o próximo encontro!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II3�
UNIMES VIRTUAL
Aula: 0�
Temática: A repetição como recurso
Na aula anterior foi sugerido que você ousasse pintar com 
tinta a óleo. Algumas referências foram demonstradas para 
que possamos perceber a diversidade do universo artístico. 
Estudaremos agora um recurso muito usado na linguagem visual, denomi-
nado repetição. A repetição corresponde às conexões visuais ininterrup-
tas. Identificamos esse recurso em várias modalidades artísticas, como: 
cinema, publicidade, arquitetura, música e na própria arte. 
Figura 1
Observe que o logotipo apresenta elementos que se repetem. São vários 
triângulos que forma um grande triângulo eqüilátero.
 
Visite o site a seguir para visualizar a obra 12 dias em mar-
ço, 1998, técnica mista s/ papel, de Brian Maguire:
http://www1.uol.com.br/bienal/24bienal/edu/brian_maguire_g1.htm - últi-
mo acesso em 13/09/2007. 
Segundo Mc Evilley, Maguire dividiu seu tempo de trabalho, em São Paulo, 
entre os retratos das crianças e retratos feitos com carvão, tinta e giz pas-
tel oleoso, baseados em fotografias de presidiários publicados em jornais. 
Nos retratos de criminosos adultos, o objetivo de Maguire é re-humanizar 
e revitalizar o indivíduo retratado. Ele passou doze anos dando aulas de arte 
http://www1.uol.com.br/bienal/24bienal/edu/brian_maguire_g1.htm
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II 3�
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a prisioneiros de prisões irlandesas,onde construiu várias amizades e se 
impressionou com a humanidade dos homens com quem trabalhou e com 
os misteriosos problemas pelos quais cada um deles se meteu em uma 
armadilha. Os prisioneiros brasileiros, cujas fotos viu nos jornais, também 
estavam em uma armadilha. As crianças desprovidas de recursos eco-
nômicos e culturais podem ser descritas como se estivessem a caminho 
da armadilha ou sob o perigo de tropeçar em uma delas, se suas vidas 
penderem para as ruas. Como as crianças se tornam criminosas? Esta é a 
questão que está por de trás do projeto de Maguire.
Portanto, Maguire utiliza a técnica de repetição para elaborar sua obra. 
A repetição envolve a reprodução do mesmo formato, assim como a or-
denação de formatos a intervalos que podem ser determinados por uma 
malha estrutural.
Figura 2
As estruturas de repetição criam composições que são identificadas, ini-
cialmente, às unidades e sua ordenação elabora a seqüência. 
 
Figura 3
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�0
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Observe que na figura 3 as unidades são idênticas e sua seqüência deter-
mina a simetria a partir dos sentidos em que estão ordenados. Esse recur-
so é muito utilizado em estamparia de tecidos, pisos, azulejos e outros.
Podemos, no entanto, ter outras possibilidades de repetições. Veja:
Figura �
Perceba que na figura 4 as unidades são diferentes e a seqüência é a 
mesma.
Figura �
Mesmo com as unidades bastante distintas, a seqüência é regida por sua 
ordenação ou diagramação.
As instâncias que determinam o trabalho de Maguire assemelham-se a 
este tipo de ordenação. Porém, um aspecto extremamente importante é o 
objetivo de seu projeto. Ou seja, percebemos que seu PROJETO ARTÍSTI-
CO possui:
TEMA
TÍTULO
JUSTIFICATIVA
OBJETIVO
METODOLOGIA
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �1
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Fique atento para o planejamento artístico. Tais instâncias normalmente 
configuram trabalhos sérios, plausíveis e de qualidade.
Outro aspecto, também importante, na obra de Maguire é a técnica artís-
tica utilizada. A técnica mista consiste em articular diferentes técnicas e 
seus resultados estéticos num mesmo trabalho.
 
Figura �: Rubens de Souza, Mulher, técnica mista s/ papel, 2001.
 
Exercício
Elabore um desenho e aplique outra técnica em sua colorização.
Busque materiais inusitados, como: terra, líquidos coloridos, colagens 
etc.
 
Se sobrar um tempinho, visite os sites sugeridos abaixo. 
Tente observar que neles há uma linguagem visual diferen-
ciada...
http://varan.redgraphic.com/flash/lhooq.htm
http://varan.redgraphic.com/
http://varan.redgraphic.com/html/alkahest/alkahest.htm
http://varan.redgraphic.com/projects/nonsense_mutation/14.htm
http://varan.redgraphic.com/projects/nonsense_mutation/19.htm
http://www.pixelbreaker.com/v1/main.html
Sites acessados em 13/09/2007.
Pinceladas de aquarela 
e café ao fundo
Esboço de corpo feminino 
a bico de pena costurado 
no papel de fundo.
Observe que há repetição 
do desenho
Grafismo com lápis de cor
http://varan.redgraphic.com/flash/lhooq.htm
http://varan.redgraphic.com/
http://varan.redgraphic.com/html/alkahest/alkahest.htm
http://varan.redgraphic.com/projects/nonsense_mutation/14.htm
http://varan.redgraphic.com/projects/nonsense_mutation/19.htm
http://www.pixelbreaker.com/v1/main.html
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�2
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Lembrete:
Sobre a obra de Maguire: Segundo Trivinho, “ao banalizar a violência e 
as atrocidades, a civilização atual conseguiu, com uma aptidão macabra, 
articular a morte olvidada no prato diário de refeição”.
Pense nisso para buscar um tema para suas produções!
 
Até o próximo encontro!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �3
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Resumo - Unidade I
Esta unidade apresentou alguns dos processos que veicu-
lam a criatividade por meio de experimentação dos recursos 
de materiais expressivos. Iniciamos, portanto, a partir de 
algumas considerações acerca da percepção imaginativa, que é o veio 
para a criação artística.
Basicamente, esta unidade teve como objetivo permitir que você pudesse 
se familiarizar com os recursos possíveis diante do fazer artístico. Vimos 
que a visão humana parece buscar a harmonia constantemente, e, por 
meio de telas de pintores, como Magritte, van Gogh e Paul Cézanne, vi-
sualizamos algumas características das cores, bem como as noções de 
equilíbrio a partir do aparente desequilíbrio. O surrealismo é uma excelente 
demonstração dessa necessidade humana, e vimos as especificidades do 
surrealismo figurativo e abstrato. Em algumas telas vimos as variações de 
luz e sombra, assim como o contraste como recursos expressivos.
Dedicamos uma aula à visualização de materiais, como cavalete, paleta, 
pincéis, paleta, telas e tintas.
Por fim, vimos que a repetição é um recurso bastante expressivo no cine-
ma, na publicidade, arquitetura, música e na própria arte. Trata-se de um 
recurso que corresponde às conexões visuais ininterruptas cuja seqüência 
deve ser regida por uma simetria.
 
Referências Bibliográficas
MOTTA, E. Iniciação à pintura. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
1989.
PEDROSA, I. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac, 2003.
_________________. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Ediouro, 
1999.
MAYER, R. Manual do artista. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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GUIMARÃES, L. A cor como informação. São Paulo: Annablueme, 2000.
ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. 12 ed. São Paulo: EDUSP, 1998.
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Exercício de auto-avaliação I
1) Aponte a alternativa correta quanto ao conceito de virola:
Trata-se de um pintor brasileiro do modernismo.
Faz parte do pincel.
É uma técnica de pintura.
É o suporte para a tinta.
2) As cores secundárias serão conquistadas a partir:
Da união de duas cores primárias.
Da união das cores complementares.
Da união das cores análogas.
De toda e qualquer cor que aparece no fundo (figura – fundo).
3) Cores terciárias são as que resultam das misturas entre: 
Cores primárias e secundárias.
Duas cores primárias. 
Qualquer cor pode ser terciária.
Sua conquista dependerá do tipo de pincel utilizado.
�) Uma das principais características do surrealismo é:
Os Surrealistas interessam-se exclusivamente pelo subconsciente. Tudo que daí ocorre 
se caracteriza pela falta de lógica.
Tudo que daí ocorre se caracteriza pela lógica em reflexões conscientes de seus desejos.
Pintaram o período pós-guerra.
N. D. A.
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
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Unidade II
Estética e Pesquisa
 
Objetivos
Pontencializar capacidades de expressão e comunicação, em arte, dando opor-
tunidade ao educando de ser autor de suas próprias produções a fim de manter 
uma atitude de busca pessoal que articule a percepção, a imaginação, a emoção, 
a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções.
 
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
Aula: 0� - A Importância da Pesquisa
Aula: 10 - Impressionismo
Aula: 11 - Gauche I
Aula: 12 - Gauche II
Aula: 13 - Desenho e Pintura
Aula: 1� - Aquarela
Aula: 1� - Técnicas com Lápis de Grafite
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Aula: 0�
Temática: A importância da pesquisa
 
 
Na unidade anterior estudamos algumas técnicas e alguns 
artistas foram mencionados. Salientamos sobre a necessi-
dade de se estabelecer um projeto para sua produção. 
Nesta unidade enfatizaremos a importância da pesquisa em artes visuais.
Considero a existência de três etapas essenciais para a pesquisa em artes 
visuais: ver, fazer e ler.
A pesquisa já é uma das etapas de um projeto, em que se pretende encon-
trar perguntas geradas. O projeto nos ajuda a aprofundarnum tema, num 
acontecimento ou num fenômeno. O projeto prevê planejamento, organiza-
ção de materiais e métodos e seus objetivos reformulam o pensamento, na 
medida em que conclusões e reflexões são feitas em torno do tema. 
Depois da escolha do tema, normalmente é feito o levantamento de dados. 
Etapas do projeto:
O que este tema permite desenvolver?
Todo projeto deve ter levantamento e comparação de hipóteses. 
Todas as etapas devem ser registradas. 
É preciso levantar hipóteses e registrá-las. 
Introdução do tema (histórico). 
Vivência do tema (que caminhos seguir?) = linguagem diferente.
 
Vamos verificar um exemplo:
 
Almir Mavgnier
Em primeiro de maio de 1925, Almir da Silva Mavignier nasceu no Rio de 
Janeiro. Seus pais se chamavam Margarida da Silva, maranhense, e Mel-
chizedeck Eliezer Mavignier paraibano.
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FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II ��
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Almir, desde o período ginasial, desenhava autodidaticamente, o que de-
monstrou desde cedo seu gosto pelas artes. Aos vinte anos de idade, 
ingressou num curso científico e, paralelamente, era datilógrafo em uma 
instituição “Sociedade de Beneficência” pertencente ao Departamento Na-
cional do Café (DNC).
Com interesse em desenvolver mais seus desenhos, Almir buscou uma 
atividade profissional que pudesse lhe oferecer possibilidades de utilizar 
desenhos.
Interessou-se em trabalhar no Serviço de Doenças Mentais na Praia Ver-
melha, inicialmente como artífice diarista. Mavignier disse: “Minha função 
era acalmar os doentes agitados”.
Paulo Elejalde, diretor do Centro Psiquiátrico Nacional, propôs à Dra. Nise 
da Silveira, diretora do serviço terapêutico ocupacional, que pudesse orga-
nizar um ateliê de pintura para os pacientes.
Dra. Nise sempre quis desenvolver tal projeto, porém não tivera, até então, 
alguém que pudesse coordenar o ateliê.
Almir imediatamente interessou-se pelo ateliê, pois poderia cumprir dois 
propósitos: atender às necessidades dos internos e aos seus próprios tra-
balhos.
Em nove de setembro de 1946, o ateliê estava organizado para atender aos 
internos e oferecia aulas de pintura.
Assim, o ateliê tinha como objetivo desenvolver atividades terapêuticas, 
porém Almir, como pintor, primava em perceber os artistas que surgiam 
mostrando seu talento na pintura.
Almir buscou interferir somente nos conselhos técnicos das pinturas dos 
internos, preservando assim o caráter das imagens do inconsciente que 
eram retratados.
Este período foi importante, pois percebera a evolução que seus alunos 
tiveram, não somente na pintura como também no ateliê de modelagem, 
onde o barro e o gesso assumiam formas criativas nas mãos dos internos 
do Engenho de Dentro.
 
Outra importante atividade desenvolvida por ele foi o trabalho 
com modelo vivo no curso de desenho na Associação Brasi-
leira de Desenho, onde conheceu Ivan Serpa e Ubi Bava.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�0
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Visitou a exposição no Ministério da Educação, e, acompanhado por Dom 
Gerardo, do Mosteiro de São Bento, teve contato com Arpad Szénes, um 
renomado pintor húngaro. A esposa de Szènes, a artista Maria Helena Viei-
ra da Silva, estimulou a tomá-lo como aluno. Assim, Szènes o aceitou em 
seu ateliê.
Freqüentou duas vezes por semana, à tarde, o ateliê de Arpd Szènes, no 
Grande Hotel Internacional, em Santa Teresa, onde conheceu Frank Acha-
effer e outros.
Em 1947, o casal Maria Helena e Arpad Szènes regressou à Europa após a 
guerra. Szènes deixou o pintor Leskossheck no hotel internacional e orien-
tou seus alunos. Mavignier freqüentou por algum tempo o ateliê de Henri-
que Boëser.
A gravadora Rennina Katz apresentou a Mavignier um amigo brasileiro re-
cém-chegado de Israel, Abraham Palatnik. Em 1948, Mavignier, Ivan Serpa 
e Palatinik, formaram um grupo de artistas.
A primeira exposição do Engenho de Dentro no Ministério da Educação atraiu 
o crítico Mário Pedrosa, que ficou encantado com as obras expostas.
“Minha grande escola de arte foi o Engenho de Dentro, porque percebi as 
fontes da criatividade, o nascedouro da criação, e aprendi humanamente 
a respeitar as pessoas”.
Com cartas de recomendação de Rubem Navarra, Santa Rosa, Alvim Cor-
rêa e Antonio Bento, candidataram-se à Bolsa do Governo Francês no ano 
de 1949.
Em outubro do mesmo ano, realizou em São Paulo, no Museu de Arte Mo-
derna, na gestão de Louruval Gomes Machado, a exposição dos Alienados 
do Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro. Em 1950, Mavig-
nier, Mário Pedrosa, Mary Vieira e Palatinik vieram a São Paulo para ver a 
retrospectiva de Max Bill no Museu de Arte de São Paulo, que influenciou 
a geração de jovens artistas no Brasil.
Em novembro deste mesmo ano, ele elaborou sua primeira exposição in-
dividual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Rio de Janeiro, com 
pinturas figurativas e onze trabalhos abstratos, o que totalizou vinte e dois 
óleos, três aquarelas e um desenho e textos de Mario Pedrosa.
Em 1951, realizou outra exposição individual, mas apenas com pinturas 
abstratas, no Museu de Arte de São Paulo com apresentação de Mário 
Pedrosa.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �1
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Neste mesmo ano, participou da Bienal de São Paulo (MASP).
Em novembro, Mavignier partiu para Paris com a bolsa do governo francês. 
Freqüentou o ateliê da Grande Chaumière. Trabalhou no ateliê do abstrato 
Dewasne, onde iniciou seu estilo concreto. Mavignier diria:
 “Não são pontos, são partículas, quantidade de pigmentos”.
 
Figura 1
Cruzamento de duas linhas – primeira pintura com “pontos” – óleo s/ tela 
90 x 90 cm 1954, coleção privada.
 
Figura 2
Cruzamento sobre verde – óleo s/ tela 100 x 100 cm 1961,coleção privada.
Mergulhar nos trabalhos de Mavignier não é uma tarefa árdua. Tentar per-
correr seus momentos é extremamente difícil. 
Depois, observando atentamente algumas de suas obras, notamos a pre-
cisão, simetria, coesão e tantos outros valores estéticos para se chegar à 
simplicidade. 
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II�2
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Assim, com a técnica da aquarela elaboram-se trabalhos inspirados em 
Mavignier. A tentativa de expressar vitalidade, como são as obras de Ma-
vignier, mais a poesia da aquarela, por vezes as deixou orgânicas demais. 
 
Figura 3
Rubens de Souza, sem título, aquarela s/ papel, 2002.
 
 
Figura �
Rubens de Souza, sem título, aquarela s/ papel, 2002.
 
Até o próximo encontro!
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Aula: 10
Temática: Impressionismo
Na aula anterior observamos a história de um importante ar-
tista brasileiro pouco comentado. Mavignier também atuou 
na área gráfica e seus cartazes são um deleite à parte. Veri-
fique que há uma predominância do construtivismo na composição visual 
dos cartazes.
 
Figura 1
Para ele, pintura e cartaz são objetos autônomos, independentes da natu-
reza, o que justifica o fato de sua obra ser totalmente abstrata. A elabora-
ção dos cartazes ocorria do mesmo modo. 
A tipografia assumia valor diferenciado daquilo que normalmente poderia 
ser visto na comunicação visual. Ela era um elemento essencial da com-
posição visual. Outra curiosa particularidade é que a tipologia utilizada era 
sempre em “Helvética Médium”.
Ao observar os cartazes de Mavignier, as tipologias serifadas parecem não 
encaixar. Principalmente com o advento do computador, em que se conse-
gue uma infinidade de tipos de letras, percebemos que desde seu primeiro 
cartaz até o último elaborado, este padrão é invariável.
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II��
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“Fiz uma doação de cartazes ao Museu de Arte Moderna de São Paulo. 
Examine-os com uma luva nas mãos...” (Mavignier)
Assim, seus cartazes assumiram caráter moderno.
Mavignier raramente concordaria com a palavra intervenção. Ao contrário 
disso, sempre se preocupou em elaborar peças gráficas que complemen-
tam ao objetivoque se pretende. 
As repetições regulares dos pontos ou elementos visuais figurativos estão 
presentes também em suas obras. O pontilhismo abstrato-geométrico é 
vastamente explorado, ora por figuras geométricas, ora por tipologias.
As cores, quando utilizadas, seguem ao mesmo propósito da economia 
com extrema sutileza. A justa medida é sua marca.
Figura 2
Dois quadrados concêntricos, óleo s/ tela, 150 X 150 cm, de Almir Mavig-
nier, 1973.
 
Observe que, para pintar esta tela, Mavignier aplicou no fun-
do a cor preta, e, somente com pontilhismo, representou 
dois quadrados. Reparem que, em 1888, Georges Seurat 
pintou uma obra denominada As modelos, e, para tanto, utilizou a técnica 
de pontilhismo, que era uma vertente do período do Impressionismo. 
Veja:
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Figura 3
 Georges Seurat, As modelos, óleo s/ tela, 39,4 X 48,7 cm, 1888.
Salientamos que a utilização das cores não são as mesmas. Mavignier 
usa as cores complementares em muitos momentos e seu estilo está for-
temente alicerçado no Construtivismo. Seurat procurou seguir o diagrama 
utilizado em sua época.
 
Figura �
 Diagrama cromático de Charles Blanc (1813 – 1882)
A investigação nos conduz para novas reflexões sobre as técnicas utiliza-
das por Mavignier e outros artistas. A partir dos conhecimentos historica-
mente acumulados é que podemos desenvolver um repertório próprio. 
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Vivenciar algumas técnicas é um bom exercício para a criação de novos 
resultados.
 
Lembrete:
Impressionismo: As raízes da arte moderna estão no Impressionismo. De 
quinze de abril a quinze de maio de 1874, um grupo de jovens fez uma ex-
posição coletiva no atelier do fotógrafo Nadar (Felix Tounachon), no Boule-
vard dos Capucines, 54, Paris. Tratava-se de Claude Monet, Pierre Auguste 
Renoir, Edgard Degas, Camile Pissaro, Alfred Sisley etc. 
A exposição não foi aceita, pois estranharam a originalidade do desenho 
e da cor.
Louis Leroy (crítico) do Lê Charivari (jornal) criticou “Impression Soleil 
Levant” (quadro de Monet). “Não querem, por preguiça e incapacidade, 
terminar seus desenhos; contentam-se com manchas e borrões impres-
sionistas...”
Seus princípios foram:
amplas pinceladas;
a cor preta é retirada da palheta;
a cor não é constante (saem do atelier para pintar ao ar livre);
tudo é banho de sol;
a linha não existe na natureza, a forma é dada pela cor;
contraste de cor;
mistura ótica das cores;
não imitam modelos clássicos da antigüidade;
atitude não emotiva.
 
Procure pesquisar mais a respeito. Há muito a ser descober-
to. Se houver dúvidas, envie-as para a tutoria. Até a próxima 
aula!
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II ��
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Aula: 11
Temática: Guache I
Estudamos, na aula anterior, as realizações de Mavignier, 
sua pesquisa com a tinta a óleo e a utilização de critérios 
estéticos bem definidos na arte gráfica.
Hoje estudaremos algumas técnicas que você poderá usar em suas criações.
Um ótimo trabalho para você! 
Tinta guache
A tinta guache pode ser usada em camadas grossas ou finas, o que vai 
depender da quantidade de água utilizada. Desse modo, é possível alterar 
a opacidade da cor e transformar camadas de cores espessas em cama-
das transparentes.
A tinta guache é muito versátil e pode ser utilizada em vários suportes. 
Qualquer superfície que não seja oleosa aceita a tinta guache. 
Os papéis de maior gramatura são mais aconselhados, pois suportam a 
água. No entanto, há papéis especiais para as técnicas molhadas. Os pin-
céis utilizados na aquarela também servem para a técnica com guache. 
Em algum momento, ou outro, se estiver usando uma tinta muito pastosa 
é indicado um pincel com cerdas mais resistentes. Muitos pintores famo-
sos utilizaram essa técnica.
Para um primeiro trabalho com guache, escolha um motivo simples para 
que você possa testar várias maneiras de utilizar a tinta.
 
 
Figura 1
Trabalho feito por aluno. Guache s/ papel.
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Neste trabalho o aluno utilizou o guache não tão espesso, de forma que 
podemos enxergar as marcas das pinceladas ao depositar a tinta. Depen-
dendo da proposta, isso pode apresentar um efeito interessante.
 
Figura 2
Trabalho feito por aluna. Guache e lápis de cor s/ papel.
Na figura 2, a aluna apresentou um resultado surpreendente. Utilizou uma 
camada mais espessa de tinta guache na cor preta para pintar o vestido. 
Para a pele, diluiu bem a tinta e aplicou de maneira uniforme. Depois de 
seco, marcou as sombras com lápis de cor, aproveitou e fez detalhes do 
rosto e fundo. O resultado ficou excelente.
 
 
 
Figura 3
 Trabalho elaborado por aluno. Guache s/ papel.
Observamos na figura 3 que o aluno explorou a técnica de guache de ma-
neira diferenciada, ou seja, trabalhou com a tinta bem diluída em água, e, 
com isso, conquistou um resultado “aveludado” que retirou a opacidade 
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da tinta e eliminou os contornos do desenho. As cores da aguada de gua-
che organizam as formas do desenho.
 
Lembrete:
O guache é fabricado com pigmento em pó e goma-arábica que, atualmen-
te, pode ser substituída por cola sintética. Como a aquarela, o guache pode 
ser diluído em água e isso permite resultados de transparências.
As tintas são vendidas em tubos, frascos ou pastilhas. Existe uma grande 
variedade de cores. No entanto, é possível desenvolver excelentes tra-
balhos com uma paleta determinada de cores. Esta paleta deve conter 
as seguintes cores: branco, amarelo–ocre, verde esmeralda, vermelho de 
cádmio, siena – queimada, sombra – natural, azul ultramar e preto.
 
Até a próxima aula!
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Aula: 12
Temática: Guache II
Vamos continuar a temática na aula anterior
 
Figura 1
Ao escolher o tema para pintar com guache, será oportuno, antes, discutir 
a composição. Observe que na figura 1 os objetos estão simplesmente 
alinhados. Será oportuno criar uma triangulação na composição com os 
objetos. Observe:
Figura 2
Há uma dinâmica muito maior nesta composição. O mamão é o maior ele-
mento, portanto, equilibra-se com o copo (elemento mais alto) e a laranja.
 
Figura 3
FUNDAMENTOS DE EXPRESSÃO E LINGUAGEM BIDIMENSIONAL II �1
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A tentativa é, a partir da assimetria, proporcionar equilíbrio. Observe, tam-
bém, que algumas sobras foram assinaladas.
 
Diante da composição, desenvolva o desenho.
 
Bom trabalho! Até a próxima aula!
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Aula 13
Temática: Desenho e Pintura
Agora, com o esboço já feito, iniciaremos a pintura com a 
tinta guache.
Figura 1
Há uma dinâmica muito maior nesta composição. O mamão é o maior ele-
mento, portanto, equilibra-se com o copo (elemento mais alto) e a laranja.
 
Figura 2
No esboço, é possível deixar o sombreamento feito pelo lápis 6B, o gua-
che, por ser mais espesso, tende a cobrir, ou, se usar a tinta mais transpa-
rente, ele pode assumir um efeito interessante.
Procure explorar a tinta guache de todas as maneiras possíveis. Pratique 
sua aplicação de forma opaca e também aguada transparente. Somente a 
prática lhe proporcionará a técnica mais adequada. Observe:
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Figura 3
Para alguma área escura do seu modelo não use a cor preta diretamente, 
ou seja, vá escurecendo aos poucos. Prepare uma solução de terra de 
sombra queimada e aplique cautelosamente com um pincel pêlo de marta 
número “0” ou “2”.
 
Nesta aula verificamos os procedimentos para desenho e 
pintura com tinta guache.
 
Ver em:
http://www.emporiomichelangelo.com.br/canson.htm - último acesso em 
13/11/2007
Até a próxima aula!
http://www.emporiomichelangelo.com.br/canson.htm
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Aula: 1�
Temática: Aquarela
Continuação da aula anterior. 
 
Aquarela
A aquarela é composta por pigmento e goma-arábica. Ela permite resulta-
dos, como brilho, transparência, suavidade, luz e cor.
Na aquarela, o papel é muito importante para obter resultados satisfató-
rios.
Existem vários fabricantes de aquarela; indicamos a marca Winsor e 
Newton por oferecerem vários tipos de boa qualidade e, indicamos, tam-
bém, pincéis da marca tigre por serem bons e fáceis de encontrar no mer-
cado.
 
Figura 1
Alguns materiais utilizados em aquarela.
 
Papéis para aquarela:
Papel Arches
Sua composição é de 100% de algodão, textura rugosa, brancura natural 
sem tratamento químico, ótima conservação ao longo do tempo, gramatu-
ra: 300 g/m2 e disponíveis em bloco formato A4, rolos e folhas.
Resistente às técnicas molhadas.
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Papel Fontenay
Ideal para aquarela, guache, tinta acrílica e lápis de cor.
Mais indica3 de 50% de algodão, brancura natural, disponível em folhas de 
55 X 75 cm com 300 g/m2.
Papel Montval
Ideal para técnicas molhadas, composição de 100% de celulose, textura 
fina, brancura natural, disponíveis em blocos formato ofício, folhas de 55 X 
75 cm e rolos com 1,52 X 10 m. em gramatura de 300 g/m2.
Naturalmente, há outros tipos similares, nacionais ou importados.
Pinceladas básicas
Tente executar diferentes tipos de pincelada: largas e finas, retas e curvas, 
compridas e curtas.
Figura 2
Nesta aguada foi aplicado um grafismo com “vela”. A cera da vela imper-
meabiliza o papel fazendo com que a tinta não penetre. Assim, é possível 
deixar áreas iluminadas.
 
Figura 3
Úmido sobre úmido – Com uma esponja ou pincel limpo, molhe a folha, e, 
em seguida, aplique normalmente a aguada. Essa técnica requer habilida-
de em que não ocorra contraste brusco.
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Figura �
Observe que na técnica úmido sobre úmido é conquistado um dégradé 
uniforme e a tinta percorre somente onde está a água. Salientamos que, 
quando há água em demasia, o pigmento tende a ficar nas bordas da man-
cha de água. Isso pode ser um erro ou um efeito.
Figura �
Vincar partes do desenho com um objeto pontiagudo oferece bons resulta-
dos. Ao sobrepor novamente à tinta, ela fica depositada no vinco, forman-
do uma linha, um contorno.
 
 
 
Figura �
Depois de seca a aguada, você pode sobrepor o lápis aquarelável. Assim, 
a textura do papel ficará mais saliente.
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Figura �
Outro recurso é pintar com lápis aquarelável antes de umedecer ou aplicar 
aguada.
Figura �
Após ter pintado com o lápis aquarelável, passe o pincel limpo e umede-
cido.
 
 Figura �
Rubens de Souza, Sem título, técmica mista s/ papel 2001.
Únido sobre úmido
Ilustração digital de peixes
(repetição de imagens)
Pintura em aquarela do peixe
Aguarda espessa de aquarela liquída
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Verifique:
http://www.charlesreidart.com/ - último acesso em 13/09/2007
 
Até a próxima aula!
http://www.charlesreidart.com/
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Aula: 1�
Temática: Técnicas com lápis de grafite
O lápis de grafite oferece recursos surpreendentes, quando 
é possível se apropriar de algumas de suas técnicas. 
Inicialmente, será necessário conhecer melhor o lápis.
Também chamado de grafita, sua composição provém do carbono. Além 
de sua utilização na indústria, por ser condutor de eletricidade e apresentar 
características lubrificantes, é usado dentro do lápis. 
Podemos classificar os lápis em:
Duros, médios e macios.
Duros
H 2H 3H 4H 5H 6H 7H 8H
Usados na litografia* ou desenhos em papéis de superfície dura, como 
papel vegetal.
*Litografia – Processo de reprodução que consiste em imprimir sobre o 
papel por meio de prensa um escrito ou um desenho.
Médio
HB
Uso comum
Macio
2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9B
Usado para desenho e sombreamento por ter a mina de grafite macia.
Materiais:
Lápis de grafite, borracha limpa (tipo de máquina de escrever) ou miolo de 
pão, fixador e pó de grafite.
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Papel: vários papéis são indicados para desenhar com grafite, porém 
aconselhamos o papel Arches 300 gramas, fosco, por ter uma textura su-
til. Assim, valoriza-se mais o tratamento feito com o próprio lápis.
Um exercício importante será a escala tonal. Os desenhos figurativos são 
feitos com grafite, pois o sombreamento é um critério precioso.
Figura 1
Observe que os volumes são definidos a partir do sombreamento.
Uma técnica bastante eficaz é trabalhar com a máscara para aerógrafo. 
Essa máscara é vendida em lojas especiais de materiais artísticos e sua 
utilização é simples.
Você deve desenhar numa folha o seu tema. Em seguida, cole a máscara 
sobre a folha inteira. É importante dizer que a máscara possui uma cola 
suficiente e não danifica a folha de papel ou mesmo o desenho que está 
sendo desenvolvido.
Com um estilete, deve-se recortar o entorno do desenho. Atenção, o corte 
com o estilete deve ser preciso, ou seja, você deve cercar a linha que contor-
na o desenho, e, ainda, deve ter uma pressão suficiente para cortar somente 
a máscara. Se houver força demais, a folha pode ser cortada junto.
Retire somente a parte da máscara que está sobre o desenho feito e guarde-a.
Inicie normalmente o sombreamento.
 
 
 
Figura 2
Retire a máscara e guarde-o
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Depois de terminado o sombreamento interno, ou seja, da figura, iremos 
dar tratamento ao fundo. Para tanto, será necessário recolocar a máscara 
na figura, cuidadosamente, e retirar a máscara do fundo. Assim, você po-
derá dar o tratamento ao fundo sem danificar o sombreamento da figura.
Normalmente, o fundo é uma área maior e dominar o valor tonal uniforme, 
às vezes, é uma tarefa árdua.
Com o pó de grafite deve ficar mais fácil.
Aplique com uma flanela, e não com os dedos, pois a mão humana libera 
gordura e, em certa medida, interfere na aderência entre a grafite e o papel, 
o que provoca manchas. Portanto, a flanela elimina essa possibilidade.
Vagarosamente, e com movimentos longitudinais, deposite o pó de grafite 
de modo que possa fazer um efeito tonal respeitando a direção da luz que 
foi determinada na figura.
Terminado o fundo, retire com cautela a máscara. Com um fixador de ver-
niz fosco ou brilhante, e numa distância de no mínimo 30 cm, esborrife o 
verniz em movimentos giratórios para que não acumule em determinados 
pontos.
 
Até a próxima aula!
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Resumo - Unidade II
Esta unidade apresentou a importância da pesquisa, o que 
pressupõe a existência de três etapas essenciais: ver, fazer 
e ler. Vimos, inclusive, as etapas para elaborar um bom pro-
jeto a partir da decisão do tema, do levantamento de hipóteses, bem como 
o registro de todos os avanços e, por fim, a vivência do tema.
Vimos a forte presença do construtivismo, que predominou na composi-
ção de cartazes; o diagrama cromático de Charles Blanc e algumas das 
principais características do impressionismo.
Foram citadas algumas técnicas para o uso da tinta guache, a qual pode 
ser aplicada em vários suportes desde que a superfície não seja oleosa. 
Vimos como utilizar a tinta de acordo com o efeito que se pretende atingir, 
ou seja, ressaltar detalhes do rosto ou do fundo, organizar as formas do 
desenho ou mesmo obter um resultado aveludado ou de transparências. 
Vimos que, numa composição, a triangulação é uma tentativa de, a partir 
da assimetria de formas, proporcionar equilíbrio.
Vimos que a aquarela permite resultados, como brilho, transparência, su-
avidade, luz e cor, bem como as indicações de papéis. Você aprendeuque 
algumas áreas podem se tornar mais iluminadas por meio do grafismo 
com vela e aprendeu também como utilizar a técnica úmido sobre úmido.
Por fim, vimos algumas possibilidades de utilização do lápis grafite, bem 
como os materiais mais indicados para se trabalhar com essa técnica.
 
Referências Bibliográficas
MOTTA, E. Iniciação à pintura. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
1989.
PEDROSA, I. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac, 2003.
_________________. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Ediouro, 
1999.
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MAYER, R. Manual do artista. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
GUIMARÃES, L. A cor como informação. São Paulo: Annablueme, 2000.
ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. 12 ed. São Paulo: EDUSP, 1998.
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Exercício de auto-avaliação II
1) Os princípios Impressionistas foram:
Amplas pinceladas; a cor preta é retirada da palheta; a cor não é constante (saem do 
atelier para pintar ao ar livre); tudo é banho de sol; a linha não existe na natureza, a forma 
é dada pela cor; contraste de cor; mistura ótica das cores; não imitam modelos clássicos 
da antigüidade; atitude não emotiva.
Utilizar a tinta aquarelável.
Utilizar o lápis 6 B e tinta aquarelável.
Amplas pinceladas; a cor preta é retirada da palheta; tudo é luz, porém não é possível 
pintar sem traçar a linha.
2) O guache é fabricado com:
Pigmentos naturais.
Pigmento em pó e goma-arábica, que, atualmente, pode ser substituído por cola sintética.
Pigmentos de diferentes materiais.
A base de água.
3) Claude Monet, Pierre Auguste Renoir, Edgard Degas, Camile Pissaro são pintores:
Impressionistas.
Surrealistas.
Que pintaram com tinta guache e aquarela.
São escultures.
�) Qual a melhor dinâmica compositiva?
 
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
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�) O indicado para pintura em aquarela é:
Papel de alta gramatura e pincéis de pêlo macio.
Qualquer papel e pinceladas largas.
Pincéis e qualquer tinta.
N. D. A.
a)
b)
c)
d)
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Unidade III
A Perspectiva na Arte
 
Objetivos
Permitir que o aluno perceba e domine diversas técnicas artísticas por meio de 
observação, releitura e produção a fim de aprimorar sua prática expressiva. Fa-
zer com que o aluno reconheça as contribuições das vanguardas, bem como as 
composições que se utilizam de textos.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
Aula: 1� - Perspectiva I
Aula: 1� - Perspectiva II
Aula: 1� - Perspectiva III
Aula: 1� - Vanguardas
Aula: 20 - Composições com texto
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Aula: 1�
Temática: Perspectiva I
 
Os psicólogos da percepção são unânimes em afirmar 
que a maioria absoluta das informações que o homem 
recebe lhe vem por imagens. O homem de hoje é um 
ser predominantemente visual. Alguns chegam à exa-
tidão do número: oitenta por cento dos estímulos se-
riam visuais.
Sabe-se que a relação do olho com o cérebro é ínti-
ma, estrutural. Sistema nervoso central e órgãos vi-
suais externos estão ligados pelos nervos óticos, de 
tal sorte que a estrutura celular da retina nada mais 
é que uma expansão diferenciada da estrutura celular 
do cérebro.
O anatomista norte-americano Stephen Poliak chegou 
a admitir a hipótese revolucionária de que o tecido ce-
rebral resultou de uma evolução dos olhos em peque-
nos organismos aquáticos que viveram há mais de 
um bilhão de anos atrás. Quer dizer: não foi o cérebro 
que se estendeu até a formação do órgão visual, mas, 
ao contrário, foi o olho que se complicou extraordi-
nariamente dando origem ao córtex onde, supõe-se, 
estaria a sede da visualidade. (BOSI, 1998, p. 65)
Ao pensar sobre as reflexões de Bosi, imagino os aspectos 
ilusórios que permeiam as representações bidimensionais. 
Portanto, tais representações são essencialmente criações 
do homem. O desenho, a pintura, a impressão, o tingimento ou mesmo 
a escrita são atividades que remetem ao elenco de imagens bidimensio-
nais.
Por vezes, vemos as coisas tridimensionais, como bidimensionais, como 
uma paisagem que apreciamos apenas por sua beleza pictórica. Com o 
advento das tecnologias, uma câmera capta o real que nos cerca, a par-
tir de suas lentes, e o reproduz em imagens planas. Mesmo a televisão 
e seus conteúdos animados transmitem as imagens para uma superfície 
determinada. É pelo olhar humano que o mundo bidimensional ganha sig-
nificado. No entanto, o mundo que vivemos é tridimensional, ou seja, há a 
relação de altura, largura e comprimento. O que vemos à nossa frente não 
é uma imagem plana, mas possui profundidade física, a terceira dimensão. 
Quando pegamos um objeto qualquer e o giramos, percebemos diferentes 
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formatos que se revelam em nossos olhos.
Assim, as representações tridimensionais apresentam vários métodos de 
desenho. Os principais são as projeções ortogonais, a axonometria e a 
perspectiva.
Projeção ortogonal: As diversas faces de um objeto são projetadas sobre 
três planos perpendiculares, o que oferece todos os elementos métricos 
daquele objeto. 
Figura 1
P. H. = Plano Horizontal; P.V. = Plano Vertical e P.L. = Plano Lateral
Figura 2
 
As vistas que surgem a partir da perspectiva isométrica são: 
• Elevação
• Planta 
• Lateral esquerda.
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Figura 3
Exemplo de projeção ortogonal
Axonometria: Trata-se de um procedimento da geometria descritiva que 
permite definir, sobre um plano, a visão de três dimensões de um corpo 
sólido, orientado segundo três eixos “X”, “Y” e “Z”, sem alterações de 
medidas.
É um método de desenho técnico indispensável para qualquer projeto. 
Figura �
Exemplo de representação axonométrica.
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Perspectiva: Método de construção geométrica que permite representar, 
graficamente sobre um plano, imagem correspondente às que podem ser 
visualizadas diretamente a partir de um ponto de vista. Sua representação, 
portanto, não serve para descrever fielmente as características métricas 
de um objeto, mas para visualizá-lo, ou seja, mostrar como ele se coloca 
no espaço (para visão externas) ou o tipo de espaço que define (para visão 
interna).
Apesar de ser um método objetivo, apresenta peculiaridades. Cada visão 
diz respeito à impressão volumétrica e espacial de um objeto.
Este tipo de representação é muito utilizado nos projetos de arquitetura.
Nas artes é utilizado para definir, normalmente, espaço figurativo, ou seja, 
para a organização espacial da representação pictórica na sua infinita va-
riedade de temas.
Conhecida e formalizada desde a Antigüidade, como revelam, por exem-
plo, as escavações de Pompéia e também os tratados de Euclídes, seu 
estudo foi abandonado durante a Idade Média e foi retomado, de modo 
aprofundado, no século XV, principalmente em Florença. Além das inúme-
ras pinturas de estrutura perspectiva, o Renascimento florentino nos legou 
obras teóricas fundamentais.
 
 
 
Figura �
 
 
Figura �
Perspectiva linear com um ponto de fuga
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Figura �
 Perspectiva linear com 2 pontos de fuga.
 
Estudamos a representação bi e tridimensional. Assim, a 
perspectiva se torna uma importante representação gráfica 
por identificar aspectos que mesmo a fotográfica não pode-
ria mostrar. Esse tipo de representação é vastamente utilizado na lingua-
gem técnica e artística. Até o próximo encontro
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Aula: 1�
Temática: Perspectiva II
Como foi estudada na aula anterior, a perspectiva

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