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Trabalho de Contabilidade Ambiental

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CONTABILIDADE AMBIENTAL
Ativo Ambiental
Ativo ambiental são recursos usados pela entidade visando benefícios futuros diretamente ligados à proteção do meio ambiente ou à recuperação daquele já degradado e também a conservação de áreas nativas. O meio ambiente poluído pode acelerar o desgaste dos ativos operacionais expostos a esse meio e a redução da vida útil provocada por essa exposição deve ser considerada um custo ambiental, dado que reflete as perdas decorrentes do meio poluído.
A evidenciação dos ativos na contabilidade ambiental é um elemento fundamental para identificar, avaliar e quantificar os custos e gastos ambientais que necessitam de atenção em curto, médio ou longo prazo, assim como relacionar os investimentos necessários. Os ativos ambientais não precisam estar diretamente vinculados aos balanços patrimoniais, constituindo-se em relatórios complementares específicos em que são discriminados estes recursos econômicos destinados ao controle, preservação e recuperação do meio ambiente. 
Exemplos:
- Ativo imobilizado: compra de itens que contribuem para a manutenção das atividades da empresa e que foram escolhidos com o intuito de reduzir os danos ambientais.
- Estoque: insumos aos processos de produção, armazenagem, transporte e distribuição de produtos realizados de forma a controlar ou reduzir os impactos ambientais associados a essas atividades.
- Diferido: despesas relacionadas a pesquisas e reestruturação de processos, com resultados que amenizam os prejuízos ao meio ambiente.
- Depreciação: em função da destruição, poluição ou alterações ambientais, como construção de usinas hidrelétricas em áreas de ocupação humana.
- Provisão de desvalorização: perda do valor de ativos em função de alterações no meio ambiente, como construção de obras em áreas de ocupação humanas ou industriais que obriguem a remoção, deslocamento ou atenção especial.
- Goodwill: diferença entre os valores econômicos do ativo ambiental e o valor total da empresa na geração de lucros futuros, como a boa reputação entre os fornecedores, funcionários, comunidade, clientes, localização geográfica favorável, know-how (saber fazer), Know who (quem sabe fazer).
Passivo Ambiental
Passivo ambiental são as obrigações de curto ou longo prazo, e que podem incluir percentual do lucro do exercício, resultante de impactos causados ao meio ambiente, e são destinadas única e exclusivamente à extinção ou redução desses impactos. Isso se traduz em recuperação de áreas degradadas, indenizações, obrigatoriedade de criação de meios para amenizar danos e multas, e penalidades conforme as leis ambientais, no caso de infração destas.
Geralmente, os passivos ambientais são mais conhecidos pela conotação negativa, ou seja, empresas que agrediram significativamente o meio ambiente e que foram obrigadas a pagar grandes indenizações, multas ou realizar processos de recuperação de áreas danificadas.
Exemplos:
- O acidente no Alaska (EUA) com o petroleiro Valdez, cujos gastos foram assumidos pela Exxon;
- O caso da Petrobras na década de 80, no qual a região de Cubatão, no interior de São Paulo, foi seriamente afetada pelo vazamento de óleo que culminou com a explosão de várias moradias;
- Em janeiro de 2000, o vazamento nas instalações da mesma empresa que provocou o derramamento de milhares de litros do óleo no mar na Baía de Guanabara, causando a morte de várias espécies de aves e peixes, além de afetar seriamente as populações locais que viviam da atividade pesqueira.
Patrimônio Líquido na Contabilidade Ambiental
Patrimônio Líquido é o resultado final de todo o esforço feito pela entidade para alocar seus ativos e passivos da forma mais eficiente e lucrativa possível.
Na contabilidade ambiental, o Patrimônio Líquido é constituído pelo capital acumulado dos proprietários do empreendimento, sendo representado pelo conjunto dos ativos e passivos ambientais. Possui as contas de Reservas para Contingências, que podem ser para possíveis multas por danos ambientais, indenizações por danos ambientais, ou ainda para aquisição de bens ou serviços para preservação, proteção ou recuperação ambiental. Ele.
As contingências ambientais são o reconhecimento contábil de um passivo provável ou potencial, como uma multa discutida na justiça ou ações trabalhistas questionadas, cujo êxito é incerto. A contingência depende de condições ou situações de solução indefinida à data de encerramento do exercício social ou período a que se referem as demonstrações contábeis de uma entidade e depende de eventos futuros que poderão ou não ocorrer. A estimativa das possíveis consequências e dos respectivos efeitos financeiros de uma contingência dependerá de avaliação dos gestores da entidade.
Receitas Ambientais
Entende-se por receita ambiental o acréscimo de benefícios econômicos durante o período contábil na forma de entrada de ativos ou decréscimo de exigibilidade, como a entrada de recursos financeiros ou de direitos a receber. Corresponde normalmente à venda de mercadorias e produtos ou à prestação de serviços ligadas à prestação de serviços envolvidos com a área de gestão ambiental, venda de produtos provenientes de resíduos reciclados ou para reciclagem a partir de sobras de insumos do processo produtivo, redução do consumo de matérias primas, água e energia no processo produtivo das empresas, em decorrência da implantação de um sistema de gestão ambiental, bem como ganhos econômicos e financeiros pelo aproveitamento dos gases e calor, pela geração interna de energia.
Podem ser contabilizados como receitas os subsídios governamentais que alguns países concedem a empresas que realizam investimentos de capital em projetos de proteção ambiental. Deve-se considerar, também, o ganho de mercado que a empresa passa a auferir a partir do momento em que a opinião pública reconhece sua política preservacionista e dá preferência a seus produtos.
Gastos Ambientais
O custo das atividades exige o estabelecimento de parâmetros financeiros e físicos para a mensuração do seu desempenho. Os custos são definidos de acordo com as características e indicam a relação entre as atividades e os produtos.
Gasto ambiental compreende tudo que está relacionado direta e indiretamente com a proteção do meio ambiente, como são as formas de amortização, depreciação e exaustão dos valores relativos aos ativos de natureza ambiental; aquisição de insumos para controle, redução ou eliminação de poluentes; tratamento de resíduos dos produtos; disposição dos resíduos poluentes; tratamentos e recuperação e restauração de áreas contaminadas.
São definidos a partir da identificação e mensuração dos recursos consumidos pelas atividades de controle, preservação e recuperação ambiental, representados pelo somatório de todos os custos dos recursos utilizados pelas atividades desenvolvidas com o propósito de controle, preservação e recuperação ambiental.
Podem ser divididos em:
- Despesas ambientais: serão aquelas utilizadas para o gerenciamento ambiental e que forem consumidas pela área administrativa da empresa.
- Custos ambientais: são aqueles relacionados direta ou indiretamente com a proteção ao meio ambiente, como tratamento de poluentes e resíduos, recuperação de áreas contaminadas, entre outros.
- Perdas ambientais: são aquelas que não proporcionarão benefício para a empresa, ou seja, serão gastos utilizados para cobrir acidentes ou questões imprevistas relacionadas ao meio ambiente, como prejuízos causados ao meio ambiente e que podem comprometer sua existência, como queimadas e vazamentos tóxicos e também multas ou penalidades por inadequações das atividades à legislação.
Demonstração Financeira ambiental como relatório de custos ambientais
Os gestores podem usar essa demonstração anual para avaliar o processo dos benefícios produzidos em contrapartida com os custos ambientais.
Para fins de ilustração, segue um caso desenvolvido por Nascimento, Moreira e Pereira (2007) com base nos modelos de relatório sugeridos por Hansen e Mowen (2001):
Determinada empresa desenvolveu um projeto degeração de energia a partir dos Gases de Efeito Estufa (GEE) que a permitirá atender ao Protocolo de Quioto, habilitando-a ao processo de comercialização de crédito de carbono.
O projeto de geração de energia inicia-se com a decomposição dos dejetos causados pela atividade econômica, gerando os gases CO2 (gás carbônico) e CH4 (gás metano). Vinte por cento (20%) desses gases são impossíveis de capturar e classificam-se como emissões fugitivas, e o restante, oitenta por cento (80%) será coletado para geração de eletricidade.
A princípio, os custos ambientais foram segregados dos custos operacionais e, posteriormente, foram classificados como custos de prevenção, custos de verificação e controle, custos de falhas internas e custos de falhas externas. Os custos de prevenção englobam os custos com projeção de processos produtivos, com treinamento de pessoal, com execução de estudos ambientais e com desenvolvimento de sistemas de geração de energia, englobando os gastos com operação e manutenção do Sistema d e Geração de Energia (SGE), cujo objetivo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
No que tange aos custos de verificação e controle, foram identificados os custos com auditoria das atividades e os custos de verificação do projeto d e geração de energia – esses custos se referem à auditoria externa para verificação das reduções de GEE e, consequentemente, aquisição dos Certificados de Emissões Reduzidas (CER) para negociação dos créditos de carbono.
Os custos das falhas internas identificados foram os gastos para tratar e descartar resíduos. Com relação aos custos das falhas externas foram identificados os custos de usar água e energia ineficientemente, os custos de receber cuidados médicos devido à poluição do ar e os custos com multas por emissão de efluentes.
Os quadros 1 e 2 nas páginas seguintes mostram a relação entre os custos ambientais e os custos totais sem o Projeto de Geração de Energia a partir dos GEE e com o Projeto de Geração de Energia a partir dos GEE. Os valores absolutos são somente para efeitos didáticos. 
QUADRO 1 - Relatório de custos ambientais sem o Projeto de Geração de Energia a partir dos GEE:
O relatório evidenciado no quadro 1 demonstra a importância dos custos ambientais quando relacionados com o total dos custos operacionais, sem o Projeto de Geração de Energia a partir dos GEE. Os custos totais perfazem um valor de R$ 945.000 (novecentos e quarenta e cinco mil reais) e os custos ambientai s somam R$ 168.000 (cento e sessenta e oito mil reais).
QUADRO 2 - Relatório de custos ambientais com o Projeto de Geração de Energia a partir dos GEE:
O quadro 2 evidencia a relação dos custos ambientais como total dos custos operacionais com o Projeto de Geração de Energia a partir dos GEE. Nesse relatório, verifica-se que os custos totais somam R$ 916.000 (novecentos e dezesseis mil reais), enquanto os custos ambientais são de R$ 139.000 (cento e trinta e nove mil reais).
QUADRO 3- Demonstração financeira ambiental:
A demonstração financeira ambiental conforme quadro 3, compara o progresso dos benefícios produzidos com o potencial de custos ambientais, revelando que os benefícios são maiores que os custos e que, sob esse aspecto, o projeto é atrativo. O relatório mostra que o projeto gera com as vendas dos créditos de carbono, um incremento na receita de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), calculados à data do estudo de viabilidade do projeto, quando o preço líquido de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) era de U$3,50 (três dólares e cinquenta cents), correspondentes a R$3,00 (três reais). As economias de custos referem-se a os custos que foram pagos antes do projeto e que foram evitados com ele. O projeto elimina totalmente os custos das falhas internas e externas.
REFERÊNCIAS:
http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/3CCF/20090719233858.pdf
https://blog.sage.com.br/entenda-as-diferencas-entre-ativo-e-passivo-ambiental-na-contabilidade/
https://blog.sage.com.br/o-que-e-contabilidade-ambiental/
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/jamillepereiraguimaraes.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/132021.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/35116842.pdf
https://www.ecodebate.com.br/2013/09/16/o-que-e-ativo-ambiental-artigo-de-antonio-silvio-hendges/
https://www.fragmaq.com.br/blog/entenda-sao-ativos-ambientais-funcao-empresa/
In: 8º Congresso USP Controladoria e Contabilidade. Anais... 24 e 25 julho 2008. São Paulo: USP, 2008.
COSTA, Carlos Alexandre Gehm da. Contabilidade ambiental: mensuração, evidenciação e transparência. São Paulo: Atlas, 2012.
IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C.. Introdução à Teoria da Contabilidade. 7.ed, São Paulo: Atlas, 2007
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 7. ed. São Paulo : Atlas, 2006.
HANSEN, D. R.; MOWEN, Maryanne M.. Gestão de Custos. South-Western College Publications, 2001.
MACIEL, C. V., LAGIOIA, U. C. T., LIBONATI, J. J., RODRIGUES, R.N. Contabilidade ambiental: um estudo exploratório sobre o conhecimento dos profissionais de contabilidade.
MARION, José Carlos; COSTA, Rodrigo Simão da. A uniformidade na evidenciação das informações ambientais. Revista Contabilidade e Finanças. São Paulo, n. 43, jan/abr. 2007. p. 20-33.
PEREIRA, Maria Mariete Aragão Melo. Contabilidade Ambiental. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.
RIBEIRO, Maisa de Souza. Custeio das Atividades de Natureza Ambiental. 165 f. 1988. Tese (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), São Paulo, 1998.
TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2006.

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