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Corona Virus e a luta de classes Terra sem amos- Brasil, 2020

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DAVIS, Mike, et al: Corona Virus e a luta de classes. Terra sem amos: Brasil, 2020
Ainda não se sabem os impactos do corona vírus nas populações pobres, mas espera-se que os impactos sejam grandes, baseados nas experiências de surtos anteriores de outras doenças. É visível o despreparo de diversas nações ao enfrentarem outas pandemias do século XXI, como a SARS, H1N1 e a temporada de gripe de 2018, parte disso deve à redução de leitos no setor privado (para aumentar lucros) e no setor publico (para reduzir gastos públicos).
A crise do COVID-19 mostrou uma grande divisão entre os mais ricos, com a oportunidade de se isolar e os mais pobres, que não tem escolha a não ser trabalhar, ou não tem espaço o suficiente para se isolar. Muitas vezes os Estados escolhem não proteger os trabalhadores, mas sim a economia (salvando dinheiro). E mesmo os mais velhos sofrem com o descaso e negligencia dos asilos que cotam gastos e precisam lidar com a falta de profissionais qualificados e de materiais de limpeza de forma proposital. 
Empresas farmacêuticas não pesquisam curas para vírus ou bactérias por causa dos altos custos da pesquisa, o longo tempo de pesquisa e por causa de outros produtos que geram mais lucros. 
- Política anticapitalista em tempos de COVID-19
Este modelo de capitalismo (neoliberal) que já vem a anos apresentando diversos problemas e já frágil por se apropriar e depender do capital fictício (capital especulativo/financeiro), pode ver sua queda causada por uma crise causada por um vírus. A forma como o sistema vai cair é dependente da velocidade de ruptura dos sistemas financeiros.
A possibilidade da mutação do vírus ampliada em lugares quentes e úmidos e a transmissão é acelerada pela alta densidade da população humana na região. O impacto das pandemias dependem das rupturas e vulnerabilidades pré existentes no modelo econômico hegemônico. Uma dessas falhas é a crescente globalização, que facilita a movimentação de pessoas entre diversos países, facilitando a disseminação de doenças entre fronteiras, e em primeiro lugar, os Estados buscaram conter o caos financeiro e só depois o vírus.
O cenário atual guia a economia para um futuro onde a cadeia produtiva é encurtada e ou diversificada, a mão de obra é substituída por equipamentos e o maior emprego de tecnologias como a inteligencia artificial. 
O mercado de turismo sofreu as maiores consequências, com empresas aéreas próximas da falência, hotéis vazios, eventos cancelados e trabalhadores sendo despedidos. Quanto maior o tempo que a crise durar, maior será a desvalorização do mercado e das forças de trabalho. A vida cotidiana será também afetada de diversas formas, como a introdução de uma cultura mais distante socialmente, um desemprego maior, e um maior consumo de mídias sociais e serviços de streaming de vídeos.
- França: pela socialização do aparato de saúde
Os sistemas de saúde pública tem sido enfraquecidos em favor de um sistema privado, que explora abusivamente a saúde e que não é capaz de aguentar o choque de uma crise causada de uma pandemia. A partir desta pandemia pode ser feito o argumento de que os sistemas de saúde devem ser públicos, já que a saúde da população deve ser considerada um bem público. 
-Coronavírus e a militarização das crises
O vírus possibilitou que um novo modelo de contenção de crises fosse testado onde até o direito de pessoas saudáveis é suspenso, sistemas de vigilância (por vídeo, e análise de trafego digital) são aceitáveis para se manter a saúde pública e a ordem social. Na China esse isolamento possibilitou a prática de um experimento social onde a escala micro e macro foram confinadas.
-Sobre a situação da epidêmica
A epidemia atual não é de fato algo novo já que se apresenta como semelhante ao SARS 2003. Uma situação pandêmica é complicada pois se trata de uma conjunção de fatores sociais e natural, e é preciso entender essas determinações para se compreender as consequências da crise pandêmica. Em um primeiro momento o vírus surgiu em uma região com um mercado a céu aberto, com condições de higiene precárias e em uma zona densamente povoada. Apesar do confinamento em massa, o mundo altamente conectado permitiu a disseminação do vírus.

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