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A importância do método ABA- análise do comportamento aplicada – no processo de aprendizagem de autistas

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A importância do método ABA- análise do comportamento aplicada –
no processo de aprendizagem de autistas
www.nucleodoconhecimento.com.br
ENSINO TEÓRICO
BEZERRA, Marcos Ferreira [1]
BEZERRA, Marcos Ferreira. A importância do método aba – ranálise do comportamento
aplicada – no processo de aprendizagem de autistas. Revista Científica Multidisciplinar
Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 10, Vol. 06, pp. 189- 204 Outubro de 2018.
ISSN:2448-0959
Contents
RESUMO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
RESUMO
Este artigo apresenta os resultados de uma investigação bibliográfica sobre o Método Análise
do Comportamento Aplicada – ABA. Esse Método tem sido apontado como um dos mais
promissores no tratamento de indivíduos autistas. Ivar Lovaas (1987), B.F. Skinner (1958),
Mello (2001) dentre outros, estão destacados neste artigo como teóricos que contribuíram
para a pesquisa que deu embasamento a este artigo. A inclusão de crianças com
necessidades educacionais especiais nas escolas regulares é um tema controverso. Dentre
esses educandos estão aqueles com autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA),
um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação oral,
de interação social e apresenta movimentos repetitivos e estereotipados. Neste artigo, será
apresentado um histórico do método ABA, suas contribuições no processo de aprendizagem
de alunos autistas, bem como seus resultados. Além disso, será feita uma abordagem acerca
do que se pode ser feito no processo de ensino para alunos autistas ao passo que se escolhe
determinado método.
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A importância do método ABA- análise do comportamento aplicada –
no processo de aprendizagem de autistas
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Palavras-chave: Autismo, Método ABA, Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Você gostaria de ter amigos, mas acha difícil iniciar uma conversa. No entanto, pode ficar
horas conversando sobre o seu assunto preferido. Sua vida é governada pela rotina;
mudanças o incomodam. Sente-se frequentemente ansioso e frustrado; e às vezes,
deprimido. As pessoas o interpretam mal. Dizem que você é estranho, difícil e até rude. Você
tem dificuldade em entender os sentimentos e a maneira de pensar dos outros,
principalmente porque não consegue interpretar as expressões faciais ou a linguagem
corporal deles. Muitas pessoas com a síndrome de Asperger costumam passar por situações
como essas.
As pessoas com autismo têm a aparência como a de qualquer outra pessoa, e geralmente
são muito inteligentes. No entanto, possuem um transtorno do desenvolvimento neurológico
que afeta o modo de se comunicar e de se relacionar com outros. Essa síndrome possui
muitas características, e cada pessoa é afetada de um modo diferente.
Neste artigo, pretende-se dissertar sobre o autismo bem como sobre o método ABA, que é
usado para se fazer uma intervenção comportamental no tratamento dos sintomas do
autismo. A análise do comportamento aplicada, ou ABA (Applied Behavior Analysis) é uma
abordagem da psicologia que é usada para a compreensão do comportamento e vem sendo
amplamente utilizada no atendimento a pessoas com desenvolvimento atípico, como os
transtornos invasivos do desenvolvimento.
Este artigo tem como objetivos apresentar alguns aspectos relevantes do universo dos
autistas; abordar o conceito, características e critérios de diagnóstico do autista; demonstrar
a possibilidade do autista poder se relacionar com a sociedade e potencial para aprender;
levar o conhecimento sobre o autismo ao maior número possível de profissionais envolvidos
na educação; permitir o conhecimento de estratégias usadas no processo de ensino e
aprendizagem da criança autista, especialmente através do método ABA. Esse método será
investigado neste artigo. Além disso, pretende-se discutir, em última análise, sobre atitudes
que podem fazer a diferenças ao se lidar com pessoas autistas.
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DESENVOLVIMENTO
Autismo é uma disfunção do cérebro, em que o comportamento social, a capacidade de
comunicação e a faculdade de raciocínio não se desenvolvem normalmente. Afeta a
assimilação sensorial, provocando nos autistas uma super-reação a certas sensações (vistas,
sons, odores, e assim por diante) e uma sub-reação a outras. Os danos do autismo produzem
uma gama de traços de comportamento incomuns. Os sintomas, que em geral aparecem
antes dos três anos, podem variar muito de uma criança para outra.
Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito
precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por
desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
(MELLO, 2007, p. 16).
O Autismo é considerado uma síndrome caracterizada por transtornos qualitativos e
quantitativos de interação social, comunicação e uso da imaginação. Os sintomas surgem
nos primeiros 36 meses de vida. Em média 60 a 65% dos autistas sofrem de retardo mental e
15 a 30% de convulsões.
Hoje, o autismo é nomeado como “síndrome do espectro autista” porque o quadro clínico é
muito variado. Existem autistas com elevado grau de desenvolvimento intelectual e
sociabilidade e outros que apresentam um quadro severo de retardo mental e
insociabilidade.
A criança com autismo pode entrar em uma sala com várias crianças e não brincar com elas.
Muitos são resistentes à mudança de rotina. Existem relatos de autistas que não
reconheceram o caminho para escola porque o pai mudou o percurso ou não queriam ir para
a aula porque a camiseta do uniforme tinha mudado de cor. Eles não mantêm o contato
visual, usam as pessoas como ferramenta para conseguirem o que querem. Apresentam risos
e movimentos inapropriados, modo e comportamento arredio, giram objetos de forma bizarra
e peculiar, não demonstram medo de perigos reais, agem como se fossem surdos e resistem
ao contato físico.
Esta síndrome não apresenta sintomas clínicos. Quando você olha para um autista sua
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aparência é de uma pessoa normal. Somente quando se observa o seu comportamento
percebe-se que ele é diferente. Para o diagnóstico, é imprescindível que os profissionais
envolvidos sejam treinados e capacitados, pois é baseado em avaliação clínica.
Essa síndrome pode ocorrer em qualquer família, não escolhe raça ou classe social. A
prevalência mundial é de 15-20 autistas para cada 10.000 habitantes. Nos Estados Unidos,
dados de 2008 mostram uma incidência maior, ou seja, de 1 em cada 150 crianças, com
tendências a aumentar esse número. O sexo masculino é mais afetado. Cerca de 3 homens
para cada mulher, embora ainda não se tenha uma explicação científica para isso. O número
de novos casos diagnosticados aumenta em média 3,8% ao ano, e isso se deve ao maior
número de diagnósticos de casos leves. Antigamente, pouco se sabia sobre a doença, por
isso apenas casos mais severos eram identificados. O único dado oficial do Brasil revela a
existência 600.000 autistas, mas estima-se que existe pelo menos um milhão de casos não
diagnosticados.
A causa do autismo ainda é desconhecida existe uma associação entre fatores genéticos e
ambientais. Os fatores genéticos estão relacionados a alterações neurológicas, mas até o
momento não existe nada definido de forma conclusiva. O fator ambiental está ligado às
condições pré e pós-natal como a ocorrência de rubéola durante a gravidez, baixo peso ao
nascer, complicação durante o parto e dificuldade respiratória.Para que se tenha um bom prognóstico com relação ao tratamento, é preciso que seja
realizado um diagnóstico precoce. Um diagnóstico seguro pode ser realizado antes de a
criança completar dois anos de idade, desde que alguns aspectos clínicos não sejam
desprezados.
O autismo não tem cura. O tratamento deve envolver uma equipe multidisciplinar e tem
como objetivo melhorar a qualidade de vida através do controle dos sintomas
comportamentais e condicionamento do indivíduo à vida social respeitando suas limitações.
Devido às incertezas sobre sua causa existem várias propostas de tratamento. Nos EUA, há
uma Lei que regulamenta a terapia ABA como a forma mais eficaz para o tratamento de
pessoas com autismo.
Atualmente, as linhas comumente adotadas são o tratamento farmacológico onde a
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prescrição medicamentosa atua sobre os sintomas e a intervenção psicológica baseada na
Análise Aplicada do Comportamento (ABA), que tem trazido resultados surpreendentes.
Cada método utilizado para ajudar na aprendizagem dos autistas tem a sua importância; e
não seria diferente com a terapia ABA. A meta do ensino é, obviamente, que o aprendizado
adquirido na sessão de um-para-um, seja generalizado para situações mais cotidianas, como
as de casa e da escola. Um bom programa de ABA sempre inclui a generalização do
aprendizado. À medida que a criança progride pode tornar-se mais capaz de “aprender
incidentalmente”, o que significa simplesmente assimilar linguagem ou conceitos ou
habilidades que não são ensinadas.
Imagine tentar dar amor a seu filho e não obter reação alguma. Isto acontece muitas vezes
com crianças autistas. Em vez de relacionar-se com outros, a maioria das crianças autistas
prefere ficar a sós. Talvez não gostem de afago, evitem o contato visual e usem as pessoas
como se fossem ferramentas — não se dando conta dos sentimentos dos outros. Em casos
graves, algumas parecem não fazer distinção entre membros da família e estranhos.
Parecem viver num mundo próprio, alheias às pessoas e aos eventos que as cercam. O termo
“autismo”, da palavra grega autós, com o sentido de “por si próprio”, refere-se a essa
qualidade de ficar absorto em si mesmo.
Em contraste com sua indiferença para com pessoas, as crianças autistas talvez se
entretenham com um objeto ou atividade específicos, ocupando-se nisso por horas a fio, de
maneira bizarra e repetitiva. Por exemplo, em vez de simular que seus carros de brinquedo
sejam reais, elas talvez os alinhem em fileiras retas e bem ordenadas, ou talvez fiquem o
tempo todo girando as rodas. Elas exibem um comportamento repetitivo também de outras
maneiras. Muitas não toleram mudanças na sua rotina diária, insistindo em sempre fazer as
coisas exatamente da mesma maneira.
Há também crianças autistas que reagem de maneiras estranhas a eventos e situações com
que se deparam. Suas reações podem ser desconcertantes, visto que a maioria delas é
incapaz de descrever o que sente. Quase metade são mudas; não raro as que sabem falar
usam palavras de maneiras incomuns. Algumas, em vez de responder sim a uma pergunta,
simplesmente a repetem (fenômeno chamado de ecolalia). Outras usam expressões que
parecem estranhamente despropositadas, só compreensíveis para quem conhece o seu
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“código”. Por exemplo, certa criança usava a frase “está tudo escuro lá fora” como termo
para “janela”. Muitas também acham difícil gesticular, e talvez gritem ou façam uma cena
para sinalizar uma necessidade.
A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se
adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo confundido com falta de educação e
limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer
e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com
grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não são preparados para lidar
com crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso à
informação na área. A escola tem importante papel na investigação diagnóstica, pois é o
primeiro lugar de interação social da criança separada de seus familiares, é onde a criança
vai ter maior dificuldade em se adaptar às regras sociais, tarefa muito difícil para o autista. O
diagnóstico é apenas o primeiro desafio que o Brasil precisa enfrentar. Em seguida, vem o
mais complicado, o tratamento. Ele tem de ser individualizado e envolve uma série de
profissionais.
O autismo é uma condição crônica, caracterizado pela presença de importantes prejuízos em
áreas do desenvolvimento, por esta razão o tratamento deve ser contínuo e envolver uma
equipe multidisciplinar. Existem vários tipos de tratamento que podem ser usados para
ajudar uma criança com autismo. É digno de nota que uma boa intervenção consegue reduzir
comportamentos inadequados e diminuir os prejuízos nas áreas do desenvolvimento. Os
tratamentos visam tornar os indivíduos mais independentes em todas as suas áreas de
atuação, favorecendo uma melhoria na qualidade de vida das pessoas com autismo e suas
famílias.
As origens experimentais da terapia comportamental trouxeram algumas vantagens
importantes ao clínico: ele foi treinado na observação de comportamentos verbais e não
verbais, seja em casa, na escola e/ou no próprio consultório, o que é fonte de dados
relevantes. Ele estuda o papel que o ambiente desempenha – ambiente este onde é possível
interferir e verificar as hipóteses levantadas. Outra habilidade é o entendimento do que é
observado como um processo comportamental, com contínuas interações e, portanto, sujeito
a mudanças. ABA é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa,
analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a
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aprendizagem. Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser
implementado para modificar aquele comportamento. O Behaviorismo concentra-se na
análise objetiva do comportamento observável e mensurável em oposição, por exemplo, à
abordagem psicanalítica, que assume que muito do nosso comportamento deve-se a
processos inconscientes.
Ivar Lovaas e B.F. Skinner pesquisaram e descobriram os princípios científicos do
Behaviorismo. São considerados os “Pais do Behaviorismo”. O livro de B.F. Skinner, lançado
em 1938, “The Behavior of Organisms” (O comportamento dos organismos), descrevia sua
mais importante descoberta, o Condicionamento Operante, que é o que se usa atualmente
para mudar ou modificar comportamentos e ajudar na aprendizagem. Condicionamento
Operante significa que um comportamento seguido por um estímulo reforçador resulta em
uma probabilidade aumentada de que aquele comportamento ocorra no futuro. Isso significa
que, à medida que você vai levando a vida, vão lhe acontecendo coisas que vão aumentar ou
diminuir a probabilidade de que você adote determinado comportamento no futuro. Por
exemplo, se durante seu caminho para o trabalho você acena e sorri para o motorista do
carro ao lado, e ele deixa que você atravesse na sua frente, você provavelmente vai tentar a
mesma estratégia no dia seguinte. Seu comportamento de acenar e sorrir ficará mais
frequente, porque foi reforçado pelo outro motorista!
Em 1958, Skinner publicou um livrochamado “O Comportamento Verbal” (edição brasileira
lançada pelas editoras Cultrix/EDUSP, 1978, esgotada), que descreveu a aquisição de
linguagem como outro tipo de comportamento humano influenciado pelo reforçamento.
Skinner acreditava que nós aprendemos linguagem através de associações e reforçamento.
Por exemplo, um bebê que emite sons de balbucio e gorjeio ao acaso, pode emitir o som
“maa”, que será então reforçado por um sorriso e um abraço da mãe. Isso serviria para
aumentar a probabilidade de o bebê fazer o som “maa” de novo, esperando a mesma reação
da mãe. Skinner acreditava que você associou o item “bala” com a palavra “bala” porque
quando você fez aquele determinado som (bala), frequentemente apareceria uma bala
reforçando, assim, a associação entre o som “bala” e o objeto concreto. Assim trabalha o
Condicionamento Operante. Isso foi uma virada e tanto para a comunidade científica, cuja
crença até então era que “a linguagem fosse autogerativa” e inata. Ao lado do
Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os termos: SD (Estímulo
Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforçador (Reinforcer), Controle de Estímulo
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(Stimulus Control), Extinção (Extinction), Esquemas de Reforçamento (Schedules of
Reinforcement) e Modelagem (Shaping). Todos esses conceitos podem ser aplicados para
trabalhar com uma gama de comportamentos humanos.
O autismo é classificado como um transtorno invasivo do desenvolvimento que envolve
graves dificuldades ao longo da vida nas habilidades sociais e comunicativas – além daquelas
atribuídas ao atraso global do desenvolvimento do comportamento e interesses limitados e
repetitivos. Ambos os diagnósticos mais utilizados requerem a identificação de
anormalidades no desenvolvimento da criança, antes da idade de 36 meses. Também
conhecido como uma alteração “cerebral”/ “comportamental” que afeta a capacidade da
pessoa comunicar, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao
ambiente que a rodeia o autismo está presente em algumas crianças que, apesar de autistas,
apresentam inteligência e fala intactas, algumas apresentam também retardo mental,
mutismo ou importantes atrasos no desenvolvimento da linguagem.
Alguns parecem fechados e distantes e outros parecem presos a comportamentos restritos e
rígidos padrões de comportamento. O autismo é mais conhecido como um problema que se
manifesta por um alheamento da criança ou adulto acerca de seu mundo exterior,
encontrando-se centrado em si mesmo, ou seja, existem perturbações das relações afetivas
com o meio. A maioria das crianças não fala e, quando falam, é comum a ecolalia (repetição
de sons ou palavras), inversão pronominal etc. O comportamento delas é constituído por atos
repetitivos e estereotipado, não suportam mudanças de ambiente e preferem um contexto
inanimado. O termo autista se refere às características de isolamento e autoconcentração
das crianças. O autista possui uma incapacidade inata para estabelecer relações afetivas,
bem como para responder aos estímulos do meio. É universalmente conhecida a grande
dificuldade que os autistas têm em relação à expressão das emoções.
Muitas descrições e revisões científicas foram realizadas a respeito dos conceitos de Autismo.
Entre as características observadas, destacam-se a ausência de movimento antecipatório, a
falta de aconchego ao colo e alterações na l inguagem, como a ecolal ia, a
descontextualização do uso das palavras. Apesar disso, esse grupo ainda mostrava indícios
de bom potencial intelectual e os pais das mesmas foram descritos como extremamente
intelectualizados e pouco afetuosos.
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Ainda que o Transtorno Autista seja considerado uma desordem que pode envolver
comprometimentos de ordem neurológica, não há ainda um único tipo de exame ou
procedimento médico que confirme isoladamente o seu diagnóstico. Por isso, é necessário
realizar uma série de exames, avaliações e análises com fins de compilar um número
suficiente de informações que permita esboçar mais seguramente este quadro clínico. Os
exames mais comuns são os que avaliam a capacidade auditiva (audiometria,
timpanometria), os que indicam a possibilidade da presença de tumores, convulsões ou
anormalidades cerebrais (eletroencefalogramas, imagens por tomografias computadorizadas
e por ressonância magnética).
Buscando-se articular informações obtidas a partir destes exames, é importante avaliar a
criança em termos de seu desenvolvimento, de modo a identificar como se apresentam suas
habilidades emocionais, sociais, comunicativas e cognitivas através da observação direta da
criança no seu ambiente natural (em casa, na escola), da análise de álbuns de fotografias e
vídeos e da realização de entrevistas com pais, professores ou outros responsáveis. Estas
análises deverão ter continuidade no decorrer do tratamento, pois podem ocorrer mudanças
que precisarão ser identificadas. A partir dessas informações, será possível estabelecer
metas e os objetivos necessários e adequados à criança.
Há várias características comuns entre os autistas, tais como dificuldade de relacionamento
com outras crianças; riso inapropriado; pouco ou nenhum contato visual; aparente
insensibilidade à dor; preferência pela solidão; modos arredios; rotação de objetos;
inapropriada fixação em objetos (apalpá-los insistentemente, mordê-los); perceptível
interatividade ou extrema inatividade; ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
insistência em repetição, resistência em mudança de rotina; não tem real medo do perigo
(consciência de situações que envolvam perigo); procedimento com poses bizarras (fixar
objetos ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma
porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares…); ecolalia
(repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal); recusa colo ou afagos; age como
se estivesse surdo; dificuldade em expressar necessidades (usa gesticular e apontar no lugar
de palavras); acesso de raiva (demonstra extrema aflição sem razão aparente); irregular
habilidade motora (pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos). Ainda que o
transtorno Autista possa vir associado a diversos problemas neurológicos e/ou
neuroquímicos, não existe ainda nenhum exame específico que possa detectar a sua origem.
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O Método ABA é mais fácil de aprender e de usar; bem como torná-lo acessível a mais
pessoas a um custo barato. Foi escrito por uma mãe para pais; professores, terapeutas,
assistentes educacionais, provedores de serviços, tias, tios, acompanhantes, monitores de
acampamento, babás, avós e qualquer pessoa que tenha a oportunidade de fazer diferença
na vida de uma criança com autismo. Ele foi planejado para atender às necessidades de dois
diferentes grupos de pessoas: as famílias ou professores que não têm acesso a um psicólogo
especializado em ABA, não pode pagar pelo serviço ou não quer esperar para começar o
trabalho; famílias e professores que estão dirigindo um programa de ABA e precisam de um
meio eficaz e barato para treinar novos professores.
O Método ABA envolve o ensino intensivo e individualizado das habilidades necessárias para
que o indivíduo possa adquirir independência ea melhor qualidade de vida possível. Dentre
as habilidades ensinadas incluem-se comportamentos sociais, tais como contato visual e
comunicação funcional; comportamentos acadêmicos, tais como pré-requisitos para leitura,
escrita e matemática; além de atividades da vida diária como higiene pessoal. A redução de
comportamentos tais como agressões, estereotipias, autolesões, agressões verbais, e fugas
também fazem parte do tratamento comportamental, já que tais comportamentos interferem
no desenvolvimento e integração do indivíduo diagnosticado com autismo.
Durante o tratamento comportamental (ABA), habilidades geralmente são ensinadas em uma
situação de um aluno com um professor através da apresentação de uma instrução ou uma
dica, com o professor auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda (chamada de
aprendizagem sem erro). As oportunidades de aprendizagem são repetidas muitas vezes, até
que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. A
principal característica do Método ABA é o uso de consequências favoráveis ou positivas
(reforçadoras). Inicialmente, essas consequências são extrínsecas (ex. uma guloseima, um
brinquedo ou uma atividade preferida). Entretanto o objetivo é que, com o tempo,
consequências naturais (intrínsecas) produzidas pelo próprio comportamento sejam
suficientemente poderosas para manter a criança aprendendo. Durante o ensino, cada
comportamento apresentado pela criança é registrado de forma precisa para que se possa
avaliar seu progresso.
Para ensinar crianças com autismo, ABA é usado como base para instruções intensivas e
estruturadas em situação de um-para-um. Embora ABA seja um termo “guarda-chuva” que
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englobe muitas aplicações, as pessoas usam o termo “ABA” como abreviação, para referir- se
apenas à metodologia de ensino para crianças com autismo.
Um programa com o Método ABA frequentemente começa em casa, quando a criança é
muito pequena. A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica também pode
beneficiar crianças maiores e também adultos. A metodologia, técnicas e currículo do
programa também podem ser aplicados na escola. A sessão de ABA normalmente é
individual, em situação de um-para-um, e a maioria das intervenções precoces seguem uma
agenda de ensino em período integral – algo entre 30 a 40 horas semanais. O programa é
não- aversivo – rejeita punições, concentrando-se na premiação do comportamento desejado.
O currículo a ser efetivamente seguido depende de cada criança em particular, mas
geralmente é amplo; cobrindo as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de cuidados
pessoais, motoras e de brincar. O intenso envolvimento da família no programa é uma
grande contribuição para o seu sucesso.
O primeiro passo do tratamento ABA é a realização de uma avaliação abrangente das
habilidades já demonstradas pelo cliente, dos seus comportamentos inadequados e de sua
capacidade de aprender. A ênfase da avaliação é na descrição de como elementos do
ambiente estão relacionados aos comportamentos exibidos pelo cliente, o que é chamado de
análise funcional. O passo seguinte é a criação de um plano de trabalho em que se definem
objetivos e prazos para seus cumprimentos. A partir do plano, ocorre o tratamento
propriamente dito. Todo o processo terapêutico é minuciosamente registrado, permitindo
que seja constantemente avaliado e que o rearranjo de situações problemáticas em tempo
hábil.
O desenvolvimento de novas habilidades ocorre por meio de procedimentos graduais de
ensino, em que comportamentos complexos são divididos em suas partes componentes.
Cada parte é ensinada individualmente e, após o estudante dominar todos os passos de
ensino, o comportamento como um todo é sintetizado e generalizado.
Há quatro tipos mais comuns de procedimento de ensino. A começar pela Tentativa Discreta
que é constituída pelo que é chamado de unidade de ensino ou, na literatura conceitual
analítico-comportamental, contingência de três termos: o terapeuta arranja os estímulos e
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faz um pedido (Sd), o estudante responde com ou sem ajuda (R) e é reforçado por seu
sucesso (Sr). Geralmente, a tentativa discreta é realizada em contexto planejado.
No Ensino em Ambiente Natural, o estudante é ensinado a se comportar adequadamente em
situações naturais. O ensino é planejado, assim como na tentativa discreta, mas
necessariamente mais flexível e contextualizado. Na Aprendizagem Incidental, o ensino não é
planejado. Aproveita-se o interesse imediato da criança para lhe ensinar habilidades
adequadas, garantindo alto nível de motivação.
Além disso, há o Encadeamento de Trás para Frente, utilizado para o ensino de habilidades
de autocuidado, como tomar banho, trocar de roupa, escovar os dentes, etc. Consiste em
quebrar comportamentos complexos em pequenos passos e ensiná-los de trás para frente,
de modo que os passos iniciais sirvam de dicas para o último.
Durante a Terapia, o estudante segue seu próprio ritmo de trabalho e jamais avança para
tarefas mais complexas antes de apresentar domínio nas mais simples; tem pouca
probabilidade de cometer erros devido aos procedimentos de modelagem e de fading out de
dicas dadas pelo terapeuta (o terapeuta inicia ajudando intensamente e retira as dicas
conforme o avanço da criança); é constantemente motivado; e jamais é criticado por seus
erros.
Para lidar com comportamentos inadequados são utilizados os procedimentos de Extinção
que servem para reduzir a frequência de comportamentos inadequados, como birras ou
respostas violentas. Nesses procedimentos, o reforço da resposta inapropriada é suspenso
para que ela seja enfraquecida e, finalmente, desapareça.
Os Esquemas de Reforçamento de Respostas Incompatíveis são complementares à extinção.
Além da suspensão do reforçador para respostas inadequadas, nos esquemas de
reforçamento de respostas incompatíveis, são programados reforçadores para
comportamentos adequados que substituam as respostas indesejadas ou que as tornem
impossíveis de serem emitidas.
Os Quadros de Rotina servem ao propósito de ajudar o estudante a compreender o que fará
no dia e iniciar a compreensão de encadeamento e sequenciamento das tarefas e rotina. O
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Redirecionamento é utilizado principalmente com as estereotipias. Consiste em redirecionar
o comportamento repetitivo inadequado por outros semelhantes, mas considerados
adequados.
De acordo com Mello (2001) ABA é um tratamento comportamental indutivo, tem por
objetivo ensinar a criança habilidades, por etapas, que ela não possui. Cada habilidade é
ensinada, em geral, em plano individual, de maneira associada a uma indicação ou instrução,
levando a criança autista a trabalhar deforma positiva.
O método ABA incentiva o conhecimento através de materiais concretos cientificamente
desenhados, para acrescentar o pensamento conceitual e levar abstração. Durante o
tratamento comportamental (ABA), habilidades geralmente são ensinadas em uma situação
de um aluno com um professor via a apresentação de uma instrução ou uma dica, com o
professor auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda (chamada de
aprendizagem sem erro). As oportunidades de aprendizagem são repetidas muitas vezes, até
que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. A
principal característica do tratamentoABA é o uso de consequências favoráveis ou positivas
(reforçadoras). Durante o ensino, cada comportamento apresentado pela criança é registrado
de forma precisa para que se possa avaliar seu progresso. Em alguns casos de pessoas com
autismo, podem-se apresentar incríveis habilidades motoras, musicais, de memória e outras,
que muitas vezes não estão de acordo com a sua idade cronológica.
Ivar Lovaas (1987) foi o primeiro psicólogo a aplicar os princípios da ABA e DTT para ensinar
crianças com autismo. Por isso muitas pessoas falam do “método Lovaas” quando se referem
ao ensino de crianças com autismo. Vale ressaltar que apesar do termo “DTT” ser
frequentemente usado como sinônimo de “ABA”, trata-se de termos diferentes. O Método
ABA é muito mais amplo e envolve muitos tipos diferentes de intervenções, estratégias de
ensino e manejo comportamental. DTT é um método dentro do campo da ABA. Em 1987,
Lovaas publicou os resultados de um estudo de longo prazo sobre o tratamento de
modificação comportamental em crianças pequenas com autismo. Os resultados do
seguimento destas crianças mostraram que, em um grupo de 19crianças, 47% dos que
receberam tratamento atingiram níveis normais de funcionamento intelectual e educacional,
com QIs na faixa do normal e um desempenho bem-sucedido na 1ª série de escolas públicas.
40% do grupo tratado foram depois diagnosticados como portadores de retardo leve e
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frequentaram classes especiais de linguagem, e os 10% remanescentes do grupo tratado
foram diagnosticados como portadores de retardo severo.
Segundo Lovaas (2002), parte do sucesso da terapia ABA está ligada à sua compreensão do
autismo não como uma doença ou um problema a ser corrigido, mas como um conjunto de
comportamentos que podem ser desenvolvidos por meio de procedimentos de ensino
especiais. Esta compreensão, segundo Lovaas, permitiria ao profissional focar mais
prontamente nas características particulares e necessidades específicas de aprendizagem
dos indivíduos e aperfeiçoar habilidades adequadas já existentes. Outro fator apontado como
responsável pelos resultados positivos da terapia ABA consiste no fato de os seus
procedimentos de intervenção serem embasados por evidências científicas acumuladas e
utilizados com semelhante margem de sucesso em indivíduos típicos e especiais.
Há de se ressaltar que, além do conhecimento produzido acerca do autismo, ainda com
muitas limitações, as atitudes positivas relacionadas com o interesse pessoal, a paciência e,
sobretudo, o amor sempre farão a grande diferença na vida daqueles que sofrem com o
autismo. Na Revista Construir Notícias, procurei expressar os sentimentos do meu sobrinho,
Felipe Aranha, que foi diagnosticado com Espectro Autista,
Entrei no meu mundo e não quis sair.
Sair tão rápido!
Mantive-me ocupado
com os meus pensamentos inquietantes.
Estou trancado em mim mesmo.
Quem tem a chave do cadeado?
No cadeado, há um segredo.
O código está no lado esquerdo
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e se revela no olhar ansioso de alguém que
me observa.
No coração, há uma mensagem com os
dizeres: EU TE AMO!
Eis a chave!
E o cadeado é aberto com um sorriso.
E somente agora consigo sair do meu mundo
outra vez
para escrever uma nova página desta história
que tem por alvo ser feliz e eterna.
(Marcos Bezerra – Bezerroft)
Não se recomenda aqui procedimentos técnicos, desvencilhados de qualidades que família
alguma jamais deveria abrir mão. ABA e AMOR são nossas recomendações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo, dissertamos sobre o autismo bem como sobre o método ABA, que é usado para
se fazer uma intervenção comportamental no tratamento dos sintomas do autismo.
Consideramos as contribuições de Skinner, Lovaas, dentre outros, como sendo
imprescindíveis para a aplicação do método ABA com o intuito de ajudar pessoas com TEA.
Embora o Autismo não tenha cura, mas tem tratamentos que podem ajudar aos pacientes,
contribuindo com uma evolução em seu quadro de aprendizagem. ABA, por exemplo, é uma
forma comprovada e altamente eficaz de ensinar as crianças com Transtornos do Espectro do
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Autismo TEA. Trata-se, como vimos aqui, de uma abordagem da psicologia comportamental
“behaviorismo” que foi adaptada e é um método aplicado para identificar ou estudar as
relações funcionais entre o comportamento do indivíduo e seu contexto ambiental. Dessa
forma, a ABA usa essas informações para planejar intervenções buscando a melhoria do
bem-estar social do indivíduo com TEA. É um processo abrangente, estruturado e contínuo de
reaprendizagem.
A ABA é uma das terapias mais usadas para ajudar a pessoa com autismo a driblar a
dificuldade de se comunicar e a reduzir comportamentos indesejáveis. O método é baseado
em ação e recompensa: a criança faz e ganha um mimo, que pode ser um brinquedo, o
desenho na TV ou outro item que lhe interesse. Para trazer bons resultados, a terapia precisa
ser aplicada todos os dias, por ao menos quatro horas. Como nem todas as famílias podem
bancar o tratamento ou não têm acesso a centros especializados gratuitos, é comum que os
pais aprendam as técnicas em cursos ministrados por associações de apoio e ONGs.
Embora os autistas achem difícil iniciar uma conversa, precisamos reconhecer que querem
ter amigos e precisam disso. Não é de propósito que elas são difíceis de lidar ou implicantes.
Seja paciente e tente entender os problemas delas. Além disso, lembre-se de que é preciso
explicar as coisas de modo exato e sem ambiguidades, visto que essas pessoas podem
entender o que você diz de forma bem literal. Se for preciso mudar a rotina, explique os
detalhes de maneira clara, talvez até demonstrando o novo modo de agir que se espera
delas. Se perceber que elas estão se preocupando demais com algo que viram ou ouviram
que tenha lhes causado aflição, incentive-as a olhar para uma bela imagem ou ouvir uma
música relaxante. Segundo Nunes (2008, p.4):
As crianças com autismo, regra geral, apresentam dificuldades em aprender a
utilizar corretamente as palavras, mas se obtiverem um programa intenso de aulas
haverá mudanças positivas nas habilidades de linguagem, motoras, interação social
e aprendizagem é um trabalho árduo precisa muita dedicação e paciência da família
e também dos professores. É vital que pessoas afetadas pelo autismo tenham acesso
a informação confiável sobre os métodos educacionais que possam resolver suas
necessidades individuais
É preciso que os profissionais dessa área ultrapassem as técnicas e desenvolvam graus de
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afetividade para que suas intervenções exprimam naturalidade e imprimam nos autistas a
ideia de que há verdadeiro interesse pessoal neles. Para mediar o processo de
aprendizagem, independentemente da escolha do método, tanto os profissionais quanto os
familiares devem dar demonstrações de afetividade às pessoas autistas. Toda criança
desejaria que todos entendessem que ela não é somente autista e sua percepção sensorial é
desordenada. Além disso, todos precisam compreender que o pensamento de todo autista é
concreto; seu vocabulário é limitado e há muita dificuldade nas interações sociais. Três
expressões podem fazer a grande diferença: InteressePessoal, Paciência e Amor.
De início, os membros da família talvez fiquem tão traumatizados que não conseguem
partilhar seus sentimentos com outros. Com paciência, discernimento e persistência
aproxime-se deles. Quando estiverem dispostos a falar sobre isso, escute sem pressionar.
Visto que as crianças com autismo talvez pareçam mimadas e estar precisando apenas de
melhor disciplina, muitas vezes os pais recebem conselhos bem-intencionados, porém mal
informados. Tais ‘soluções simplistas’ podem ser esmagadoras para pais esforçados,
levando-os a achar que ninguém os entende.
As famílias com crianças com autismo muitas vezes se sentem excluídas de atividades
sociais e recreativas que outras famílias desfrutam. Convide-as a se associar com a sua
família. Se houver necessidades que exijam consideração especial, tente adequar-se a elas.
Mesmo que a família não possa aceitar um convite específico, ela apreciará que você a
convidou. Uma das maiores necessidades da família é obter um pequeno descanso das
implacáveis demandas do autismo. Ofereça-se para cuidar da criança por apenas alguns
minutos por vez. Com o tempo talvez poderá permitir que a família saia à noite ou até
mesmo que passe fora um fim de semana. Essas interrupções contribuem muito para
recompor as energias da família. Não esqueça: ABA e AMOR não podem faltar na vida de
quem sofre com o autismo. Portanto, muito mais importante do que a assistência que a
família recebe, é a sensação de ser amada e apreciada pelos outros. O melhor que se pode
fazer por uma família com criança com autismo é continuar sendo amigo da família.
REFERÊNCIAS
AMY, M. D. Enfrentando o autismo: a criança autista, seus pais e a relação terapêutica. Rio de
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Um modelo para Educação Especial. In W. Camargos (Ed.), Transtornos invasivos do
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NUNES, Daniella Carla Santos. O pedagogo na educação da criança autista. Publicado em 07
de fevereiro de 2008. Disponível em: http://www.webartigos.com/ articles/4113/1/O-
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17h.
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REVISTA DESPERTAI! Autismo: como enfrentar os desafios de um intrigante distúrbio. Edição
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Jeová.
SUNDBERG, M. L., & Partington, J.W. (1998). Teaching language to children with autism or
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SKINNER, B.F. – O comportamento verbal. Tradução – Maria da Penha Villalobos. The Verbal
Behavior (1958). São Paulo: Cultrix/EDUSP, 1978.
[1] Professor, poeta e escritor.
Enviado: Abril, 2018
Aprovado: Outubro, 2018
 
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