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INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS MÉTODO ABA INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS SUMÁRIO Origem do Autismo .................................................................................................... 3 Método ABA ............................................................................................................. 10 Técnicas comportamentais usadas em ABA ............................................................ 24 Juntando as coisas: exemplos de um método de ABA ............................................. 28 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32 INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS Origem do Autismo Embora o tema central do presente estudo seja compreender a socialização e alfabetização de crianças com espectro autista dentro da sala de aula é preciso em primeiro plano entender o sentido etimológico da palavra autista bem como o seu surgimento. Segundo Orrú, 2012: Autismo é uma palavra de origem grega (autós), que significa por si mesmo. É um termo usado, dentro da psiquiatria, para denominar comportamentos humanos que se centralizam em si mesmos, voltados para o próprio indivíduo. É comum, também, a utilização de adjetivos para se denominar o autismo, tais como: núcleo, artístico, autismo (primário no caso de não associação com outras patologias), autismo secundário, autismo de autofuncionamento, autismo de baixo funcionamento, entre outros. (ORRÙ, 2012,). O autismo é um distúrbio severamente impactante e foi definido em 1943 por Kanner “o primeiro a publicar uma investigação minuciosa sobre a patologia, relatou o caso das onze crianças, como um quadro de “autismo extremo”, obsessividade, estereotipias e ecolalia, nomeando-o “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. O Kanner em 1943 publicou um artigo nomeado como “DISTURBIOS AUTISTICOS DO CONTATO AFETIVO’’ relatando a experiência realizada em crianças com características semelhantes”. Em 1944 Hans Asperger, um médico INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS também austríaco desenvolve um artigo definindo o autismo como PSICOPATOLOGIA AUTISTICA DA INFÂNCIA, descrevendo crianças semelhantes à de Kanner. Na década de 50 e 60 houve muitas controversas a respeito da origem do autismo que era tratado como a principal causa por pais poucos participativos emocionalmente em relação aos seus filhos (essa hipótese foi chamada de ”mãe geladeira”). Após essa década um pesquisador chamado Ritvo (1976) no qual passou a relacionar o autismo ligado a um transtorno do desenvolvimento, através dessa hipótese pode-se mudar os tratamentos a crianças autistas desenvolvendo métodos comportamentais e pedagógicos que é aceito até os dias atuais. Outro passo importante em relação ao conceito e diagnóstico do transtorno autista descoberto ainda na década de 70 por Michael Rutter (1978) bele desenvolveu uma tese com quatro critérios: 1. Atraso e desvio sociais não só como função do retardo mental 2. Problemas de comunicação, também não só em função do retardo mental associado. 3. Comportamentos incomuns (movimentos estereotipados e maneirismos) 4. Início antes dos 30 meses de idade (BANDIM, 2011). O transtorno autista interfere no desenvolvimento social e cognitivo transformando a criança autista em uma das mais devastadoras as do seu desenvolvimento, o sexo masculino é atingido na proporção 3-4 (APA, 2000; FONBONNE, 2005). Segundo Varella (2013) a síndrome do autismo se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias, as causas são INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS desconhecidas e por isso há divergências e grandes questões indecifráveis sobre o assunto, acredita-se que a principal causa é genética. O cérebro normalmente realiza uma atividade de cada vez desligando as atividades anteriores, no entanto no caso do autista o cérebro não se desliga da atividade organizar. Anterior por isso eles têm tantos movimentos repetitivos, pois o cérebro está tentando se organizar. Outro fator relacionado as causas do autismo está interligado aos neurônios espelhos que refletem no cérebro do observador os atos realizados por outro indivíduo, portanto essa função inexistente em uma pessoa com TEA tornar uma dificuldade de observar e copiar as demais. (ABUJADI,2014; VARELLA,2013; SILVA,2012; BANDIM,2011; SCHWARTZMAN, 2013). As características predominantes é a falta de interação social, dificuldades de comunicação, movimentos repetitivos, estereotipia, ausência do olhar, falta do uso da imaginação, dificuldades em interpretação entre outro. As manifestações da síndrome podem ser leves, moderadas ou graves, apresentando-se tanto em crianças dotadas de inteligência até crianças que não falam e nem andam. De acordo com Bandim (2011), cerca de 2% das crianças diagnosticadas com autismo são portadoras do cromossomo x frágil em sua forma completa.na grande maioria dos casos o transtorno autista pode afetar a linguagem falada ou simplesmente se encontrar ausente de 20 a 30% crianças com autismo nunca vão falar, outra estatística é que cerca de 20 a 25% dos casos apresentam uma regressão no desenvolvimento da linguagem. Outra característica predominante é a falta da interação social que pode ser definida como trocas e influências recíprocas, essa falta de interação fica evidente pela ausência de contato visual e sua expressão facial, gestos e posturas são estereotipadas e repetitivas, além do mais observa-se um distúrbio no desenvolvimento das atividades compartilhadas. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS Por ser considerada uma síndrome de isolamento a falta de expressão fica evidente, portanto que é necessário a aproximação de crianças autista com as demais que possibilite a transformação e diminuição de certos comportamentos e o surgimento de determinadas expressões que em alguns casos de TEA não demonstram, como no caso de um sorriso. Uma expressão que começa a desenvolver no processo de uma relação afetiva. De acordo com Pino: O sorriso faz sua aparição muito cedo, nas primeiras semanas de vida. Trata-se, todavia, de uma resposta mais fisiologia que afetiva. Pouco a pouco, porém, ele vai tornando-se mais específicos, revelando características inequívocas de reconhecimento do outro. (...). (ORRÚ, 2012). A resposta pelo sorriso a figura humana constitui um claro indicador de um início de relação. Portanto a convivência com os outros, tornar uma possível ligação afetiva e descobertas de sentimentos e desejos até então não descobertas pelo isolamento que característica o transtorno. Diante de tais dificuldades enfrentadas pelos pedagogos procuramos abordar um método que será eficaz na interação social das crianças autistas, e este método é a ABA (Análise Comportamental Aplicada) e segundo a Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos é o que obteve maior sucesso (LOVAAS, 1987). Sobre o tema da Análise Comportamental Aplicada (ABA) vejamos: O princípio fundamental da ABA é baseado nas consequências favoráveis ou positivas (reforços positivos) como um doce, brinquedo ou uma atividade preferida pela criança. O objetivo é que, com o tempo, consequências naturais (intrínsecas) produzidas pelo próprio comportamento sejam INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS suficientemente consistentes para manterem a criança aprendendo. Duranteo processo de ensino, cada comportamento apresentado pela criança é registrado de forma que se possa avaliar seu progresso. (BANDIM, 2011). Ivan Lovaas foi o primeiro a pesquisar a ABA e aplica-lo ao tratamento de crianças com autismo, realizou uma pesquisa com um grupo de 19 crianças no qual 47% que foram tratadas com métodos ABA apresentaram melhoras significativas a respeito de seus comportamentos e funcionamento intelectual, por lado as crianças que não foram estimulados pelo método em grupo de 40 crianças apenas 2% atingiram funcionamento educacional. Dentro do modelo ABA um plano de ação deve ser implantado para modificar comportamentos. Todos seres humanos aprendem por associações e modificamos através das consequências de nossas ações, por exemplo quando praticamos algo que os resultados não foi o esperado provavelmente não façamos novamente. (LEAR, 2004; BANDIM, 2011; FAGGIANI, 2010). Temos a convicção que a ABA consiste no ensino intensivo das habilidades necessárias para que o indivíduo diagnosticado com autismo possa se tornar independente é com certeza o método mais eficaz e geralmente são ensinadas em uma situação de um aluno com um professor via a apresentação de uma instrução ou uma dica, com o professor auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda e como já foram explicadas anteriormente as principais características da ABA são as consequências favoráveis ou positivas que acredita que com o tempo as consequências naturais desenvolvidas pelo próprio comportamento sejam capazes de manter a criança aprendendo. (BANDIM, 2011; LEAR, 2004). Segundo a revista autismo em artigo publicado em seu site, pais, terapeutas e professores imaginam que há um motivo para esse comportamento da criança autista INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS e isso gera o insucesso na interação social da mesma. Portanto é necessário que se faça uma avaliação comportamental e de acordo com o mesmo artigo os objetivos desta avaliação são: a) Entender o repertório de comunicação da criança: presença ou não de linguagem funcional, contato visual, atendimento de ordens, entre outros; b) Como ela se relaciona em seu ambiente: brinquedos preferidos e se apresentam birras frequentes, como reage às pessoas; c) Qual a função de seus comportamentos; d) Em que circunstâncias certos problemas ocorrem ou deixam de ocorrer com maior frequência ou intensidade? e) Quais as consequências fornecidas a esses comportamentos problema? O objetivo destas questões são eliminar os comportamentos indesejáveis para que a criança autista possa ter uma vida independente tanto no âmbito escolar quanto na vida pessoal. É importante destacar que só conseguiremos aplicar o método ABA através de políticas públicas sobre o tema, pois só assim pais, terapeutas e professores estariam preparados e capacitados para aplicarem o método ABA nas crianças que são acometidas pelo espectro autista. (BANDIM, 2011; FAGGIANI, 2010). Podemos constatar que a terapia mais indicada para crianças com transtorno no desenvolvimento é a terapia comportamental. Uma das técnicas utilizadas nesta abordagem psicoterápica é analise aplicada do comportamento (ABA), método empregado em diversos países e embasado por pesquisas cientificas que comprovam sua eficácia. (SILVA, 2012 p. 216) As crianças diagnosticas com esses tipos de patologia necessitam de cuidados específicos e dentro do âmbito escolar podem-se desenvolver métodos INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS comportamentais que poderão ajuda na alfabetização. A interação com as demais crianças da mesma faixa etária proporcionará uma possível aproximação social e afetiva levando em conta o grau de autismo. Cabe a equipe pedagogia estabelecer essa aproximação e adaptar-se ao mundo particular dos mesmos, com suas peculiaridades e características próprias, criando um ambiente confiável, familiar e aconchegante. Poderá ocorrer imprevisto caso o ambiente em que esse autista se encontra não esteja de acordo com suas incapacidades sociais, intelectuais e afetivas. Nesse caso o docente terá que ser capacitado para consolidar essas advertências que poderão ocorrer no período de estudo. Por meio de ações mediadoras poderá ocorrer a transformação, diminuição ou até mesmo a eliminação de certos comportamentos típicos autista e o contato direto com outras crianças que não são portadoras da síndrome. Atender essa criança de forma a não ignorar suas expressões e comportamentos, sabendo que o ser humano necessitado um do outro, das relações e expressões pode se levar até o desenvolvimento da criança deixando de lado o estereotipo de uma síndrome de isolamento para uma intervenção junto às demais alunos da sala. (ORRÚ, 2012; SILVIA,2012). Levando em consideração o grau, tipo e suas características pode-se constatar que poderá ocorrer uma socialização através de procedimentos simples, e pelo método ABA que é desenvolvido por figuras. Para desenvolver um trabalho com resultados é necessário que a gestão da escola esteja disposta há uma capacitação especializada para entenderem qual o melhor método a ser utilizado. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS O docente precisa ter a visão que cada criança autista e diferente possuindo graus de deficiência intelectual em alguns casos. Para avaliar paciente com TEA é fundamental um diagnóstico preciso e rápido para uma melhor evolução do seu aprendizado onde ocorrera uma possível alfabetização. Após uma pesquisa realizada pelo psicólogo americano Lovaas (1987) contatou-se uma melhora significativa no quadro clinico de crianças com síndrome do espectro autista. Atualmente o tratamento apresenta 70% de melhora no desenvolvimento afetivo, cognitivo e mental dessas crianças. Sendo Orrú (2012) crianças que passam a ter um contato no cotidiano escolar apresentaram uma melhora no que se refere a suas expressões e comportamentos, dos quais os mesmos adquiriram rostos expressivos, trocar abraços e beijos e demonstrar constantemente suas vontades e necessidades. Método ABA http://blog.cropart.com.br/2017/05/autismo-introducao-terapia-aba/ INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS Nos EUA, há uma Lei que regulamenta a terapia ABA como a forma mais eficaz para o tratamento de pessoas com autismo. Atualmente, as linhas comumente adotadas são o tratamento farmacológico onde a prescrição medicamentosa atua sobre os sintomas e a intervenção psicológica baseada na Análise Aplicada do Comportamento (ABA), que tem trazido resultados surpreendentes. Cada método utilizado para ajudar na aprendizagem dos autistas tem a sua importância; e não seria diferente com a terapia ABA. A meta do ensino é, obviamente, que o aprendizado adquirido na sessão de um-para-um, seja generalizado para situações mais cotidianas, como as de casa e da escola. Um bom programa de ABA sempre inclui a generalização do aprendizado. À medida que a criança progride pode tornar-se mais capaz de “aprender incidentalmente”, o que significa simplesmente assimilar linguagem ou conceitos ou habilidades que não são ensinadas. Imagine tentar dar amor a seu filho e não obter reação alguma. Isto acontece muitas vezes com crianças autistas. Em vez de relacionar-se com outros, a maioria das crianças autistas prefere ficar a sós. Talvez não gostem de afago, evitem o contato visual e usem as pessoas como se fossem ferramentas — não se dando conta dos sentimentos dos outros. Em casos graves, algumas parecem não fazer distinção entre membros da família e estranhos. Parecem viver num mundo próprio, alheias às pessoas e aos eventos que as cercam. O termo “autismo”, da palavra grega autós, com o sentido de “por si próprio”, refere-se a essa qualidade deficar absorto em si mesmo. Em contraste com sua indiferença para com pessoas, as crianças autistas talvez se entretenham com um objeto ou atividade específicos, ocupando-se nisso por horas a fio, de maneira bizarra e repetitiva. Por exemplo, em vez de simular que seus INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS carros de brinquedo sejam reais, elas talvez os alinhem em fileiras retas e bem ordenadas, ou talvez fiquem o tempo todo girando as rodas. Elas exibem um comportamento repetitivo também de outras maneiras. Muitas não toleram mudanças na sua rotina diária, insistindo em sempre fazer as coisas exatamente da mesma maneira. Há também crianças autistas que reagem de maneiras estranhas a eventos e situações com que se deparam. Suas reações podem ser desconcertantes, visto que a maioria delas é incapaz de descrever o que sente. Quase metade são mudas; não raro as que sabem falar usam palavras de maneiras incomuns. Algumas, em vez de responder sim a uma pergunta, simplesmente a repetem (fenômeno chamado de ecolalia). Outras usam expressões que parecem estranhamente despropositadas, só compreensíveis para quem conhece o seu “código”. Por exemplo, certa criança usava a frase “está tudo escuro lá fora” como termo para “janela”. Muitas também acham difícil gesticular, e talvez gritem ou façam uma cena para sinalizar uma necessidade. A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo confundido com falta de educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da educação não são preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de bibliografias apropriadas dificulta o acesso à informação na área. A escola tem importante papel na investigação diagnóstica, pois é o primeiro lugar de interação social da criança separada de seus familiares, é onde a criança vai ter maior dificuldade em se adaptar às regras sociais, tarefa muito difícil para o autista. O diagnóstico é apenas o primeiro desafio que o Brasil precisa enfrentar. Em seguida, INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS vem o mais complicado, o tratamento. Ele tem de ser individualizado e envolve uma série de profissionais. O autismo é uma condição crônica, caracterizado pela presença de importantes prejuízos em áreas do desenvolvimento, por esta razão o tratamento deve ser contínuo e envolver uma equipe multidisciplinar. Existem vários tipos de tratamento que podem ser usados para ajudar uma criança com autismo. É digno de nota que uma boa intervenção consegue reduzir comportamentos inadequados e diminuir os prejuízos nas áreas do desenvolvimento. Os tratamentos visam tornar os indivíduos mais independentes em todas as suas áreas de atuação, favorecendo uma melhoria na qualidade de vida das pessoas com autismo e suas famílias. As origens experimentais da terapia comportamental trouxeram algumas vantagens importantes ao clínico: ele foi treinado na observação de comportamentos verbais e não verbais, seja em casa, na escola e/ou no próprio consultório, o que é fonte de dados relevantes. Ele estuda o papel que o ambiente desempenha – ambiente este onde é possível interferir e verificar as hipóteses levantadas. Outra habilidade é o entendimento do que é observado como um processo comportamental, com contínuas interações e, portanto, sujeito a mudanças. ABA é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser implementado para modificar aquele comportamento. O Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do comportamento observável e mensurável em oposição, por INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS exemplo, à abordagem psicanalítica, que assume que muito do nosso comportamento deve-se a processos inconscientes. Ivar Lovaas B.F. Skinner Ivar Lovaas e B.F. Skinner pesquisaram e descobriram os princípios científicos do Behaviorismo. São considerados os “Pais do Behaviorismo”. O livro de B.F. Skinner, lançado em 1938, “The Behavior of Organisms” (O comportamento dos organismos), descrevia sua mais importante descoberta, o Condicionamento Operante, que é o que se usa atualmente para mudar ou modificar comportamentos e ajudar na aprendizagem. Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido por um estímulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele comportamento ocorra no futuro. Isso significa que, à medida que você vai levando a vida, vão lhe acontecendo coisas que vão aumentar ou diminuir a probabilidade de que você adote determinado comportamento no futuro. Por exemplo, se durante seu caminho para o trabalho você acena e sorri para o motorista do carro ao lado, e ele deixa que você atravesse na sua frente, você INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS provavelmente vai tentar a mesma estratégia no dia seguinte. Seu comportamento de acenar e sorrir ficará mais frequente, porque foi reforçado pelo outro motorista! Em 1958, Skinner publicou um livro chamado “O Comportamento Verbal” (edição brasileira lançada pelas editoras Cultrix/EDUSP, 1978, esgotada), que descreveu a aquisição de linguagem como outro tipo de comportamento humano influenciado pelo reforçamento. Skinner acreditava que nós aprendemos linguagem através de associações e reforçamento. Por exemplo, um bebê que emite sons de balbucio e gorjeio ao acaso, pode emitir o som “maa”, que será então reforçado por um sorriso e um abraço da mãe. Isso serviria para aumentar a probabilidade de o bebê fazer o som “maa” de novo, esperando a mesma reação da mãe. Skinner acreditava que você associou o item “bala” com a palavra “bala” porque quando você fez aquele determinado som (bala), frequentemente apareceria uma bala reforçando, assim, a associação entre o som “bala” e o objeto concreto. Assim trabalha o Condicionamento Operante. Isso foi uma virada e tanto para a comunidade científica, cuja crença até então era que “a linguagem fosse autogerativa” e inata. Ao lado do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os termos: SD (Estímulo Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforçador (Reinforcer), Controle de Estímulo (Stimulus Control), Extinção (Extinction), Esquemas de Reforçamento (Schedules of Reinforcement) e Modelagem (Shaping). Todos esses conceitos podem ser aplicados para trabalhar com uma gama de comportamentos humanos. O autismo é classificado como um transtorno invasivo do desenvolvimento que envolve graves dificuldades ao longo da vida nas habilidades sociais e comunicativas – além daquelas atribuídas ao atraso global do desenvolvimento do comportamento e interesses limitados e repetitivos. Ambos os diagnósticos mais utilizados requerem a identificação de anormalidades no desenvolvimento da criança, antes da idade de 36 INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS meses. Também conhecido como uma alteração “cerebral”/ “comportamental” que afeta a capacidade da pessoa comunicar, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a rodeia o autismo está presente em algumas crianças que, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, algumas apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes atrasos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes e outros parecem presos a comportamentosrestritos e rígidos padrões de comportamento. O autismo é mais conhecido como um problema que se manifesta por um alheamento da criança ou adulto acerca de seu mundo exterior, encontrando-se centrado em si mesmo, ou seja, existem perturbações das relações afetivas com o meio. A maioria das crianças não fala e, quando falam, é comum a ecolalia (repetição de sons ou palavras), inversão pronominal etc. O comportamento delas é constituído por atos repetitivos e estereotipado, não suportam mudanças de ambiente e preferem um contexto inanimado. O termo autista se refere às características de isolamento e autoconcentração das crianças. O autista possui uma incapacidade inata para estabelecer relações afetivas, bem como para responder aos estímulos do meio. É universalmente conhecida a grande dificuldade que os autistas têm em relação à expressão das emoções. Muitas descrições e revisões científicas foram realizadas a respeito dos conceitos de Autismo. Entre as características observadas, destacam-se a ausência de movimento antecipatório, a falta de aconchego ao colo e alterações na linguagem, como a ecolalia, a descontextualização do uso das palavras. Apesar disso, esse grupo ainda mostrava indícios de bom potencial intelectual e os pais das mesmas foram descritos como extremamente intelectualizados e pouco afetuosos. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS Ainda que o Transtorno Autista seja considerado uma desordem que pode envolver comprometimentos de ordem neurológica, não há ainda um único tipo de exame ou procedimento médico que confirme isoladamente o seu diagnóstico. Por isso, é necessário realizar uma série de exames, avaliações e análises com fins de compilar um número suficiente de informações que permita esboçar mais seguramente este quadro clínico. Os exames mais comuns são os que avaliam a capacidade auditiva (audiometria, timpanometria), os que indicam a possibilidade da presença de tumores, convulsões ou anormalidades cerebrais (eletroencefalogramas, imagens por tomografias computadorizadas e por ressonância magnética). Buscando-se articular informações obtidas a partir destes exames, é importante avaliar a criança em termos de seu desenvolvimento, de modo a identificar como se apresentam suas habilidades emocionais, sociais, comunicativas e cognitivas através da observação direta da criança no seu ambiente natural (em casa, na escola), da análise de álbuns de fotografias e vídeos e da realização de entrevistas com pais, professores ou outros responsáveis. Estas análises deverão ter continuidade no decorrer do tratamento, pois podem ocorrer mudanças que precisarão ser identificadas. A partir dessas informações, será possível estabelecer metas e os objetivos necessários e adequados à criança. Há várias características comuns entre os autistas, tais como dificuldade de relacionamento com outras crianças; riso inapropriado; pouco ou nenhum contato visual; aparente insensibilidade à dor; preferência pela solidão; modos arredios; rotação de objetos; inapropriada fixação em objetos (apalpá-los insistentemente, mordê-los); perceptível interatividade ou extrema inatividade; ausência de resposta aos métodos normais de ensino; insistência em repetição, resistência em mudança de rotina; não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo); INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS procedimento com poses bizarras (fixar objetos ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares…); ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal); recusa colo ou afagos; age como se estivesse surdo; dificuldade em expressar necessidades (usa gesticular e apontar no lugar de palavras); acesso de raiva (demonstra extrema aflição sem razão aparente); irregular habilidade motora (pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos). Ainda que o transtorno Autista possa vir associado a diversos problemas neurológicos e/ou neuroquímicos, não existe ainda nenhum exame específico que possa detectar a sua origem. O Método ABA é mais fácil de aprender e de usar; bem como torná-lo acessível. Foi escrito por uma mãe para pais; professores, terapeutas, assistentes educacionais, provedores de serviços, tias, tios, acompanhantes, monitores de acampamento, babás, avós e qualquer pessoa que tenha a oportunidade de fazer diferença na vida de uma criança com autismo. Ele foi planejado para atender às necessidades de dois diferentes grupos de pessoas: as famílias ou professores que não têm acesso a um psicólogo especializado em ABA, não pode pagar pelo serviço ou não quer esperar para começar o trabalho; famílias e professores que estão dirigindo um programa de ABA e precisam de um meio eficaz e barato para treinar novos professores. O Método ABA envolve o ensino intensivo e individualizado das habilidades necessárias para que o indivíduo possa adquirir independência e a melhor qualidade de vida possível. Dentre as habilidades ensinadas incluem-se comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional; comportamentos acadêmicos, tais como pré-requisitos para leitura, escrita e matemática; além de atividades da vida diária como higiene pessoal. A redução de comportamentos tais https://www.nucleodoconhecimento.com.br/matematica INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS como agressões, estereotipias, autolesões, agressões verbais, e fugas também fazem parte do tratamento comportamental, já que tais comportamentos interferem no desenvolvimento e integração do indivíduo diagnosticado com autismo. Durante o tratamento comportamental (ABA), habilidades geralmente são ensinadas em uma situação de um aluno com um professor através da apresentação de uma instrução ou uma dica, com o professor auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda (chamada de aprendizagem sem erro). As oportunidades de aprendizagem são repetidas muitas vezes, até que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. A principal característica do Método ABA é o uso de consequências favoráveis ou positivas (reforçadoras). Inicialmente, essas consequências são extrínsecas (ex. uma guloseima, um brinquedo ou uma atividade preferida). Entretanto o objetivo é que, com o tempo, consequências naturais (intrínsecas) produzidas pelo próprio comportamento sejam suficientemente poderosas para manter a criança aprendendo. Durante o ensino, cada comportamento apresentado pela criança é registrado de forma precisa para que se possa avaliar seu progresso. Para ensinar crianças com autismo, ABA é usado como base para instruções intensivas e estruturadas em situação de um-para-um. Embora ABA seja um termo “guarda-chuva” que englobe muitas aplicações, as pessoas usam o termo “ABA” como abreviação, para referir- se apenas à metodologia de ensino para crianças com autismo. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS Um programa com o Método ABA frequentemente começa em casa, quando a criança é muito pequena. A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica também pode beneficiar crianças maiores e também adultos. A metodologia, técnicas e currículo do programa também podem ser aplicados na escola. A sessão de ABA normalmente é individual, em situação de um-para-um, e a maioria das intervenções precoces seguem uma agenda de ensino em período integral – algo entre 30 a 40 horas semanais. O programa é não- aversivo – rejeita punições, concentrando-se na premiação do comportamento desejado. O currículo a ser efetivamente seguido depende de cada criança em particular, mas geralmente é amplo; cobrindo as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais,de cuidados pessoais, motoras e de brincar. O intenso envolvimento da família no programa é uma grande contribuição para o seu sucesso. O primeiro passo do tratamento ABA é a realização de uma avaliação abrangente das habilidades já demonstradas pelo cliente, dos seus comportamentos inadequados e de sua capacidade de aprender. A ênfase da avaliação é na descrição de como elementos do ambiente estão relacionados aos comportamentos exibidos INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS pelo cliente, o que é chamado de análise funcional. O passo seguinte é a criação de um plano de trabalho em que se definem objetivos e prazos para seus cumprimentos. A partir do plano, ocorre o tratamento propriamente dito. Todo o processo terapêutico é minuciosamente registrado, permitindo que seja constantemente avaliado e que o rearranjo de situações problemáticas em tempo hábil. O desenvolvimento de novas habilidades ocorre por meio de procedimentos graduais de ensino, em que comportamentos complexos são divididos em suas partes componentes. Cada parte é ensinada individualmente e, após o estudante dominar todos os passos de ensino, o comportamento como um todo é sintetizado e generalizado. Há quatro tipos mais comuns de procedimento de ensino. A começar pela Tentativa Discreta que é constituída pelo que é chamado de unidade de ensino ou, na literatura conceitual analítico-comportamental, contingência de três termos: o terapeuta arranja os estímulos e faz um pedido (Sd), o estudante responde com ou sem ajuda (R) e é reforçado por seu sucesso (Sr). Geralmente, a tentativa discreta é realizada em contexto planejado. No Ensino em Ambiente Natural, o estudante é ensinado a se comportar adequadamente em situações naturais. O ensino é planejado, assim como na tentativa discreta, mas necessariamente mais flexível e contextualizado. Na Aprendizagem Incidental, o ensino não é planejado. Aproveita-se o interesse imediato da criança para lhe ensinar habilidades adequadas, garantindo alto nível de motivação. Além disso, há o Encadeamento de Trás para Frente, utilizado para o ensino de habilidades de autocuidado, como tomar banho, trocar de roupa, escovar os dentes, etc. Consiste em quebrar comportamentos complexos em pequenos passos INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS e ensiná-los de trás para frente, de modo que os passos iniciais sirvam de dicas para o último. Durante a Terapia, o estudante segue seu próprio ritmo de trabalho e jamais avança para tarefas mais complexas antes de apresentar domínio nas mais simples; tem pouca probabilidade de cometer erros devido aos procedimentos de modelagem e de fading out de dicas dadas pelo terapeuta (o terapeuta inicia ajudando intensamente e retira as dicas conforme o avanço da criança); é constantemente motivado; e jamais é criticado por seus erros. Para lidar com comportamentos inadequados são utilizados os procedimentos de Extinção que servem para reduzir a frequência de comportamentos inadequados, como birras ou respostas violentas. Nesses procedimentos, o reforço da resposta inapropriada é suspenso para que ela seja enfraquecida e, finalmente, desapareça. Os Esquemas de Reforçamento de Respostas Incompatíveis são complementares à extinção. Além da suspensão do reforçador para respostas inadequadas, nos esquemas de reforçamento de respostas incompatíveis, são programados reforçadores para comportamentos adequados que substituam as respostas indesejadas ou que as tornem impossíveis de serem emitidas. Os Quadros de Rotina servem ao propósito de ajudar o estudante a compreender o que fará no dia e iniciar a compreensão de encadeamento e sequenciamento das tarefas e rotina. O Redirecionamento é utilizado principalmente com as estereotipias. Consiste em redirecionar o comportamento repetitivo inadequado por outros semelhantes, mas considerados adequados. De acordo com Mello (2001) ABA é um tratamento comportamental indutivo, tem por objetivo ensinar a criança habilidades, por etapas, que ela não possui. Cada INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS habilidade é ensinada, em geral, em plano individual, de maneira associada a uma indicação ou instrução, levando a criança autista a trabalhar deforma positiva. O método ABA incentiva o conhecimento através de materiais concretos cientificamente desenhados, para acrescentar o pensamento conceitual e levar abstração. Durante o tratamento comportamental (ABA), habilidades geralmente são ensinadas em uma situação de um aluno com um professor via a apresentação de uma instrução ou uma dica, com o professor auxiliando a criança através de uma hierarquia de ajuda (chamada de aprendizagem sem erro). As oportunidades de aprendizagem são repetidas muitas vezes, até que a criança demonstre a habilidade sem erro em diversos ambientes e situações. A principal característica do tratamento ABA é o uso de consequências favoráveis ou positivas (reforçadoras). Durante o ensino, cada comportamento apresentado pela criança é registrado de forma precisa para que se possa avaliar seu progresso. Em alguns casos de pessoas com autismo, podem-se apresentar incríveis habilidades motoras, musicais, de memória e outras, que muitas vezes não estão de acordo com a sua idade cronológica. Ivar Lovaas (1987) foi o primeiro psicólogo a aplicar os princípios da ABA e DTT para ensinar crianças com autismo. Por isso muitas pessoas falam do “método Lovaas” quando se referem ao ensino de crianças com autismo. Vale ressaltar que apesar do termo “DTT” ser frequentemente usado como sinônimo de “ABA”, trata-se de termos diferentes. O Método ABA é muito mais amplo e envolve muitos tipos diferentes de intervenções, estratégias de ensino e manejo comportamental. DTT é um método dentro do campo da ABA. Em 1987, Lovaas publicou os resultados de um estudo de longo prazo sobre o tratamento de modificação comportamental em crianças pequenas com autismo. Os resultados do seguimento destas crianças mostraram que, em um grupo de 19crianças, 47% dos que receberam tratamento INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS atingiram níveis normais de funcionamento intelectual e educacional, com QIs na faixa do normal e um desempenho bem-sucedido na 1ª série de escolas públicas. 40% do grupo tratado foram depois diagnosticados como portadores de retardo leve e frequentaram classes especiais de linguagem, e os 10% remanescentes do grupo tratado foram diagnosticados como portadores de retardo severo. Segundo Lovaas (2002), parte do sucesso da terapia ABA está ligada à sua compreensão do autismo não como uma doença ou um problema a ser corrigido, mas como um conjunto de comportamentos que podem ser desenvolvidos por meio de procedimentos de ensino especiais. Esta compreensão, segundo Lovaas, permitiria ao profissional focar mais prontamente nas características particulares e necessidades específicas de aprendizagem dos indivíduos e aperfeiçoar habilidades adequadas já existentes. Outro fator apontado como responsável pelos resultados positivos da terapia ABA consiste no fato de os seus procedimentos de intervenção serem embasados por evidências científicas acumuladas e utilizados com semelhante margem de sucesso em indivíduos típicos e especiais. Há de se ressaltar que, além do conhecimento produzido acerca do autismo, ainda com muitas limitações, as atitudes positivas relacionadas com o interesse pessoal, a paciência e, sobretudo, o amor sempre farão a grande diferença na vida daqueles que sofrem com o autismo. Técnicas comportamentais usadas em ABA Há uma série de técnicas usadas em ABA que são úteis de serem conhecidas. A verdadeira arte de ser professor de ABA depende da habilidade de avaliar uma situação rapidamente e determinar qual a melhor opçãopara ajudar a criança a INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS aprender e ter sucesso em situações variadas. Aqui estão algumas das técnicas básicas: • Técnica da Transferência de Estímulo – Sobre essa técnica essencial, veja o capítulo sobre Comportamento Verbal (Capítulo 6). • Modelando o Comportamento – Modelagem é um procedimento de reforçar diferencialmente sucessivas aproximações ao comportamento desejado. Isto significa simplesmente que, quando tivermos uma meta – sentar-se em uma roda por 15 minutos, por exemplo – estejamos preparados para esperar e recompensar por menos, no começo. Poderíamos esperar que a criança se sentasse por 3 minutos no começo, e depois por 4, 5, 7, 10, etc. Uma das chaves é fazer com que a criança sempre termine com um sucesso. Assim, se sabemos que ela vai se aborrecer após 10 minutos; faremos com que fique sentada por 9 minutos e então dizemos que fez um bom trabalho e que agora pode ir brincar. Assim, estaremos no controle do tempo, ela aprende a nos ouvir, sente-se bem pela realização e provavelmente ficará feliz em repetir o feito. Expandiremos lentamente os limites, até que ela esteja cumprindo a tarefa por quanto tempo ou da maneira planejada. Um problema poderia ser como isso pareceria para outras crianças na classe, que poderiam perguntar por que alguém é tratado de maneira diferente. A resposta poderia ser: “O Caio é novo e ainda está aprendendo nossas regras” ou “Nós vamos ajudar o Caio a aprender a escutar uma história por mais tempo e ele vai nos ajudar com o quebra-cabeça”. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS • Momentum Comportamental – Significa passar rapidamente por uma série de comandos que a criança pode realizar facilmente e então passar para um mais difícil dentro da série. O “momentum”, construído por uma série de respostas corretas e reforçamentos, facilitará o sucesso de uma demanda mais difícil. A ideia é deixar a criança habituada a responder. (Pense em “Macaco Simão diz” ou “siga o mestre”). Por exemplo: “Toque seu nariz! – Bata palmas! – Bata os pés! – Toque suas orelhas! – Diga Papai!”. • Encadeamento – é ensinar todos os passos de uma tarefa individualmente na ordem que resulta no comportamento final desejado. O encadeamento de trás-para-a-frente ensina o último passo primeiro, então o penúltimo e assim por diante. Esse método é muito usado para ensinar linguagem. Por exemplo, as crianças podem achar mais fácil completar a última palavra de uma canção, por exemplo: “Ciranda, cirandinha, vamos todos __________”. O Encadeamento de frente-para-trás ensina cada passo a partir do começo, isto é: “Primeiro ligue o computador, depois clique no ícone do Chico Bento, então jogue”. • Diminuir uma demanda – Como sempre desejamos que a criança complete uma tarefa com sucesso, é correto facilitar a demanda ou a tarefa quando esta é muito difícil. Deste modo, a criança continuará trabalhando sem “fugir da demanda”. Um exemplo poderia ser: “Diga ‘Bom dia, Dona Maria’”, então “Diga ‘Bom dia’” então só “Diga ‘Ôi’”. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS • Esvanecimento - É a remoção gradual da ajuda ou de dicas. Por exemplo, em um método de nomeação expressiva de objetos, você pode começar mostrando uma figura do Cascão, perguntando “Quem é esse? Cascão!” e então gradualmente vá para “Quem é esse? Cas...” e depois finalize com “Quem é esse?”. Outro exemplo poderia ser traçar uma letra sobre uma já impressa, depois traçar sobre muitos pontos formando a letra, depois sobre poucos pontos e finalmente sem nenhum modelo. Pode ser também mamãe permanecer na escola por 30 minutos no primeiro dia, 20 minutos no segundo, 15 minutos no terceiro e assim por diante. Quando ensinamos a andar de bicicleta sem rodinhas extras, gradativamente retiramos o apoio – à medida que ganham competência. O esquema de esvanecimento dependerá da criança e da dificuldade da tarefa. Se continuarmos dando dicas ou ajudando quando já não é mais necessário, a criança pode tornar-se “dependente de dica”, isto é, incapaz ou desmotivada a fazer a tarefa sem a assistência extra. • Generalização – Uma resposta reforçada na presença de um estímulo resulta em uma tendência a responder da mesma maneira aos estímulos que compartilhem propriedades semelhantes. A generalização é uma coisa boa – geralmente. Permite que identifiquemos uma caneta corretamente mesmo que ela seja vermelha ou azul, Bic ou Cross, tinteiro ou esferográfica, etc. Nós queremos que- as crianças generalizem boas maneiras, de modo que digam “por favor” e “obrigado” não apenas quando a mãe está por perto, mas todas as vezes que alguém lhe dê alguma coisa. Queremos que as crianças generalizem no tempo, através de ambientes e com diferentes pessoas. Isto é, não queremos que a criança só aprenda a identificar a cor INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS vermelha durante uma situação um-para-um na sala de terapia e não seja capaz de identificar algo vermelho na cozinha. Para ajudar no processo de generalização, gostamos de usar vários professores diferentes e variados ambientes de aprendizagem. Uma super generalização normalmente acontece quando a criança começa a nomear coisas antes de ser capaz de fazer discriminações mais finas. Por exemplo, uma criança pequena chama seu pai de “Papai”, mas também chama de “Papai” todos os outros homens adultos. Até que a criança tenha um vocabulário mais amplo, uma palavra ou frase pode servir – ser generalizada – para muitas coisas. “Colo” pode significar ao mesmo tempo me pega, estou com sono, quero ir embora, etc. Juntando as coisas: exemplos de um método de ABA Apresentamos aqui uma amostra de currículo, que usaremos para demonstrar uma aula. Se fosse real, cada um desses métodos estaria listado na folha de registro da pasta curricular. Todos os estímulos em uso – cartões e objetos – deveriam estar sobre a mesa. O esquema de reforçamento é razoavelmente baixo e significa que a cerca de 10 respostas corresponde um reforçamento. Observe como é usada a aprendizagem sem erro. Uma tentativa sem ajuda sempre sucederá a uma tentativa com ajuda, de maneira que a resposta seja transferida para o estímulo. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS Exemplo de Currículo: Linguagem receptiva 1: Tocar diferentes partes do corpo (estímulos: cabeça, ombros, joelhos, dedos dos pés). Linguagem receptiva 2: Tocar um item comum (estímulos: livro, giz de cera, Bob Esponja, peça de Lego). Desempenho visual: Parear figuras iguais (estímulos: 10 pares de figuras). Imitação: imitar movimentos com objetos (estímulos: vários). Imitação vocal: Imitar palavras quando solicitado (estímulos: bolo, suco, urso, carro, sim, não). Nomeação: Nomear objetos comuns (estímulos: DVD, livro, xícara, cobertor, carro, Bob Esponja). Intraverbal: Completar palavras de canções (estímulos: “Atirei um pau no gato”, “Ciranda cirandinha”, “Bambalalão”, “Palma, palma, palma”). Finalizando... A ABA é uma das terapias mais usadas para ajudar a pessoa com autismo a driblar a dificuldade de se comunicar e a reduzir comportamentos indesejáveis. O método é baseado em ação e recompensa: a criança faz e ganha um mimo, que pode ser um brinquedo, o desenho na TV ou outro item que lhe interesse. Para trazer bons resultados, a terapia precisa ser aplicada todos os dias, por ao menos quatro horas. Como nem todas as famílias podem bancar o tratamento ou não têm acesso a centros INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS especializados gratuitos, é comum que os pais aprendam as técnicas em cursos ministrados por associaçõesde apoio e ONGs. Embora os autistas achem difícil iniciar uma conversa, precisamos reconhecer que querem ter amigos e precisam disso. Não é de propósito que elas são difíceis de lidar ou implicantes. Seja paciente e tente entender os problemas delas. Além disso, lembre-se de que é preciso explicar as coisas de modo exato e sem ambiguidades, visto que essas pessoas podem entender o que você diz de forma bem literal. Se for preciso mudar a rotina, explique os detalhes de maneira clara, talvez até demonstrando o novo modo de agir que se espera delas. Se perceber que elas estão se preocupando demais com algo que viram ou ouviram que tenha lhes causado aflição, incentive-as a olhar para uma bela imagem ou ouvir uma música relaxante. Segundo Nunes (2008, p.4): As crianças com autismo, regra geral, apresentam dificuldades em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas se obtiverem um programa intenso de aulas haverá mudanças positivas nas habilidades de linguagem, motoras, interação social e aprendizagem é um trabalho árduo precisa muita dedicação e paciência da família e também dos professores. É vital que pessoas afetadas pelo autismo tenham acesso a informação confiável sobre os métodos educacionais que possam resolver suas necessidades individuais É preciso que os profissionais dessa área ultrapassem as técnicas e desenvolvam graus de afetividade para que suas intervenções exprimam naturalidade e imprimam nos autistas a ideia de que há verdadeiro interesse pessoal neles. Para mediar o processo de aprendizagem, independentemente da escolha do método, tanto os profissionais quanto os familiares devem dar demonstrações de afetividade às pessoas autistas. Toda criança desejaria que todos entendessem que ela não é INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS somente autista e sua percepção sensorial é desordenada. Além disso, todos precisam compreender que o pensamento de todo autista é concreto; seu vocabulário é limitado e há muita dificuldade nas interações sociais. Três expressões podem fazer a grande diferença: Interesse Pessoal, Paciência e Amor. De início, os membros da família talvez fiquem tão traumatizados que não conseguem partilhar seus sentimentos com outros. Com paciência, discernimento e persistência aproxime-se deles. Quando estiverem dispostos a falar sobre isso, escute sem pressionar. Visto que as crianças com autismo talvez pareçam mimadas e estar precisando apenas de melhor disciplina, muitas vezes os pais recebem conselhos bem-intencionados, porém mal informados. Tais ‘soluções simplistas’ podem ser esmagadoras para pais esforçados, levando-os a achar que ninguém os entende. INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS REFERÊNCIAS AMY, M. D. Enfrentando o autismo: a criança autista, seus pais e a relação terapêutica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. 205p. BRAGA-KENYON, P., Kenyon, S. E.,& Miguel, C. F. (2002) Análise do Comportamento Aplicada: Um modelo para Educação Especial. In W. Camargos (Ed.), Transtornos invasivos do desenvolvimento: 3o Milênio (p.148-154). Brasilia, DF: CORDE. LOVAAS, O. 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Portanto é necessário que se faça uma avaliação comportamental e de acordo com o mesmo artigo os objetivos desta avaliação são: l. Entender o repertório de comunicação da criança: presença ou não de linguagem funcional, contato visual, atendimento de ordens, entre outros; ll. Como ela se relaciona em seu ambiente: brinquedos preferidos e se apresentam birras frequentes, como reage às pessoas; lll. Qual a função de seus comportamentos; Assinale a alternativa correta: a) Apenas l está correta b) Apenas l e ll estão corretas c) Apenas l e lll estão corretas d) Todas estão corretas 7) Dentre as habilidades ensinadas incluem-se comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional; comportamentos acadêmicos, tais como pré-requisitos para leitura, escrita e matemática; além de atividades da vida diária como higiene pessoal. A redução de comportamentos tais como: l. Agressões ll. Estereotipias lll. Autolesões lV. Agressões verbais Assinale a alternativa correta: a) l, ll e lll estão corretas b) l, ll e lV estão corretas c) ll, e lV estão corretas d) Todas estão corretas INSTITUTO EDUCACIONAL MARIS 8) A ABA é um tratamento comportamental indutivo, tem por objetivo ensinar a criança habilidades, por etapas, que ela não possui. Cada habilidade é ensinada, em geral, em plano individual, de maneira associada a uma indicação ou instrução, levando a criança autista a trabalhar deforma positiva, segundo: a) Mello b) Skinner c) Lovaas d) Nunes 9) Tocar diferentes partes do corpo (estímulos: cabeça, ombros, joelhos, dedos dos pés): a) Linguagem receptiva 1: b) Linguagem receptiva 2: c) Desempenho visual: d) Imitação vocal: 10) Foi o primeiro psicólogo a aplicar os princípios da ABA e DTT para ensinar crianças com autismo: a) Mello b) Skinner c) Lovaas d) Nunes
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