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Pedido, queixa e demanda

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MORATO, H. T. P. Pedido, queixa e demanda no Plantão Psicológico: querer poder ou precisar? VI Simpósio Nacional de Práticas Psicológicas em Instituição – Psicologia e Políticas Públicas. Vitória: UFES, 2006.
O artigo mostra uma reflexão de como pode se der o plantão psicológico fugindo da ideia de um plantonista que fica em um lugar esperando pelo paciente e em que ambos já sabem que após o atendimento haverá a indicação para a psicoterapia, no geral tanto o estudante como o cliente já tem uma noção de como se dá o atendimento padrão de uma consulta psicológica e anseiam por manter esse padrão, analiso que é complicado para o estudante se livrar de todas as bases teóricas que recebeu ao longo dos anos de formação, mesmo que inconsciente desejamos colocar em prática aquela teoria com a qual nos identificamos, parece complicada a ideia de se despir de todas as teorias e compreender o plantão como uma prática psicológica, uma prática que exige uma nova visão, um desdobramento, uma nova abordagem, exige mais atenção e autodomínio principalmente do terapeuta, compreensão do outro como um ser que não é passivo e deve se tornar cada vez mais ativo em sua própria vida, compreender que o momento emergencial, a queixa a necessidade de ser ouvido e acolhido, tudo com a importância de se entregar para a escuta, compreender a aceitar que a demanda é determinada pelo cliente e não pelo terapeuta, o setting não precisa ser aquela estrutura física padrão, uma adaptação às realidades que surgem sem que haja o planejamento prévio.
As vantagens do SAP não é apenas o da formação profissional, mas é tornar o atendimento psicológico acessível para a população que não tem acesso, não com o intuito de ser uma triagem para outros serviços, mas um local em que a escuta é oferecida, onde pode ser adaptado a realidade de quem procura é ofertar a oportunidade de suprir os momentos emergenciais sem a necessidade da burocracia que afasta os atendimentos de quem precisa de uma forma emergencial com o pronto atendimento, adequando à realidade do momento como mostrado no próprio texto, pode ser em instituições escolares, em instituições policiais, se adaptar aquele caso em especifico.
Querer compreender como o plantão psicológico funciona é querer também criar um padrão, fugir de padrões ainda é uma grande dificuldade, acredito que o plantão seja desafiador não apenas para o plantonista, assim como também para o cliente que muitas vezes espera a melhora imediata ou encaminhamento, esperando que o terapeuta tenha as respostas para suas queixas, que determine suas demandas e como superá-las, sendo necessário compreender que o plantão proporciona o poder atuar de uma forma mais humana sem a necessidade de patologizar o cliente, sem querer padronizar ou definir uma próxima etapa, é ser adaptável às várias realidades, é se reinventar, aprender novamente como aplicar o conhecimento sem que seja necessário ser totalmente preso a teoria, é aproveitar todo o conhecimento respeitando as diversidades humanas apresentadas, é oportunizar ao cliente se ouvir e assumir a responsabilidade por si.
Ponderando sobre a pergunta final do artigo se o plantão seria uma outra prática psicológica clínica, entendo que acolher uma pessoa no momento de sua urgência, no momento de sua crise, auxiliando em autoconhecimento a lidar melhor com seus recursos de enfrentamento, acolher a crise é o desafio maior do que a clínica tradicional.

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