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ETP1 PLANTÃO

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PRINCIPAIS IDEIAS 
O plantão nasceu no serviço de aconselhamento psicológico e permanece tendo o acolhimento, a escuta atenta e interessada e o esclarecimento da demanda enquanto projeto de cuidado. Diferenciar de outras abordagens, como triagem, porque não se propõe a determinar que informações devem ser oferecidas aos psicólogos nem que caminhos o cliente deve trilhar a partir da compreensão do profissional. O plantão não pretende resolver os problemas dos clientes, mas acompanha-los no processo de compreensão de suas demandas, clarificando um projeto de cuidado de si que pode traduzir-se em atitudes, decisões, perguntas ou encerrar-se na compreensão propriamente. O plantão psicológico é uma ação que busca esclarecer junto aquela que sofre uma demanda a partir dele mesmo na tentativa de abrir possibilidade para que ele se responsabilize pelo seu próprio cuidado. Por responsabilizar quer-se dizer responder a no sentindo de conduzir-se por. Nessa medida é trabalho do plantonista relançar do próprio discurso do cliente aquilo que se apresentou a ele como urgência.
O plantão é uma atitude clínica, é o estar junto no momento presente. Ele se completa em si mesmo, não tem duração predeterminada, recebe qualquer pessoa que procure atendimento no momento exato (ou quase exato) de sua necessidade para ajudá-la a compreender melhor sua emergência e, se necessário, encaminhá-la a outros serviços. O plantão é um espaço de acolhimento e escuta clínica, que valoriza o diálogo na busca de promover a construção de outras possibilidades de sentido a partir da experiência vivida. Dessa forma, a eficácia do plantão psicológico não está relacionada à solução de problemas ou se resume a uma possível oferta de respostas que o usuário espera receber para sanar suas dúvidas ou inquietações. 
O plantão é um espaço de questionamento e abertura à novos sentidos e ressignificações para tal sofrimento. A preocupação do plantão também não reside no estabelecimento de classificações diagnósticas ou categorizações de qualquer natureza, já que sua preocupação não é a queixa, mas sim a pessoa, compreendida como um todo que se revela em suas formas características de expressão. 
Devemos acolher, compreender e acompanhar essa senhora no seu processo de ressignificação. Clarear novas possibilidades, fazendo com que ela possa se ouvir, mas isso só é possível se eu souber comunicar a compreensão que construímos conjuntamente daquilo que foi dito por ela. Não se trata de resolver o problema em relação ao luto, mas de ajudá-la a encontrar sentido através do contato dela consigo mesma, para que então ela possa compreender e cuidar da própria condição.
Logo, o plantão está voltado, fundamentalmente, para o contexto de significados que o usuário enuncia acerca de sua experiência. Trata-se então, de uma escuta pautada no cuidar e, sobretudo, pautada em promover um espaço em que o próprio usuário cuide de sua condição existencial. Evidencia-se o reconhecimento de que aquele que procura o serviço encontra-se, na maior parte das vezes, restrito em sua condição de abertura e em suas possibilidades de reflexão sobre o seu próprio sofrimento psíquico. Há, assim, uma valorização desse encontro clínico como um processo que provoca e, necessariamente, convoca o outro a pensar sobre seus diferentes modos-de-estar-no-mundo.
E não permite que o outro seja visto como alguém inferior ou incapacitado, e como um ser que possui recursos próprios para lidar com a própria existência.
A tarefa do psicólogo em instituições públicas de saúde deve se configurar como um modo clínico de estar junto a aquele que sofre independente dos fatores socioeconômicos ou do espaço onde se configura o atendimento. É uma tarefa difícil, porque requer se afastar daquelas preconcepções que se tem do que é um atendimento clínico. Sobretudo o psicólogo para atender a demanda social, precisa se fazer presente, estar aberto e disponível para receber e escutar o outro que procura por ajuda, considerando e escutando a necessidade que se apresenta como tal. Por isso o plantão psicológico acaba sendo o diferencial, pois permite atender essa urgência e não permite que o outro seja visto como alguém inferior ou incapacitado, e sim como um ser que possui recursos próprios para lidar com a própria existência.
As compreensões apresentadas destinem-se a esclarecer que aquele que é alvo do cuidado e atenção não deve ser visto como alguém subjulgado, inferiorizado ou mesmo objetificado, mas Porque é através do discurso que o sujeito constrói possibilidades de ressignificação, permitindo a inserção de novas formas de concepção dos sentidos, dos significados, das práticas e de si próprio.
Estar de plantão é estar presente num determinado dia e hora, mas, sobretudo, é estar aberto e disponível para receber e escutar o outro que procura por ajuda psicológica. Compreendemos o plantão como uma modalidade de atendimento psicológico em que podemos facilitar o processo de compreensão do momento de vida em que o cliente se encontra e projetar seu cuidado. O atendimento possui foca na experiencia e não exclusivamente no problema do cliente, não cabe ao plantonista avaliar, julgar ou decidir por ele. A escuta é a principal oferta do facilitador. Ouvir a pessoa que traz um problema, como ela está, como lida com o que a incomoda, que alternativa está podendo vislumbrar ou não. É a partir da escuta que as intervenções são produzidas e comunicadas como a compreensão daquilo que lhe foi dito.
No plantão, não se pretende medir ou controlar, mas esclarecer a demanda do cliente. Nele abre-se um lugar de escuta, compreensão e comunicação de nossa interpretação. Compreender significa ir ao encontro, criar ou recriar sentido, descobrir destinações, abrir possibilidade. A interpretação dentro de uma perspectiva fenomenológica “não é tomar conhecimento do compreendido, mas o desenvolvimento das possibilidades projetadas no compreender”.
 Clarear, é o termo que devemos ter em mente para compreender esse trabalho tão complexo de aproximar e apropriar a pessoa daquilo que ela traz de vivência. Não se trata de buscar uma resolução para os problemas, pois isso implica num fim. No Plantão ajudamos o cliente a encontrar sentido através do contato dele com ele mesmo. É o pensar junto, aquilo faz sentido naquele momento. Porque, às vezes, o que uma pessoa quer não é necessariamente do que ela precisa. Nosso trabalho é encontra a necessidade da pessoa naquele momento – clarear, ou seja, pensar em conjunto em busca de novas formas de compreender a situação.
Portanto, encontra-se o plantão psicológico voltado ao acolhimento emergencial e à uma escuta clínica dos diversos sentidos dados ao sofrimento psíquico. Um espaço onde aquele que se encontra em uma vivência de sofrimento se sinta realmente acolhido e compreendido. Um acolhimento que se apresenta como condição de possibilidade para que aquele que sofre possa se ouvir, se rever, se reescrever.
CURIOSIDADE: 
A triagem tradicional é um processo que possui quatro objetivos: coletar dados, identificar queixa, realizar diagnóstico e encaminhar. Enquanto que a triagem interativa como próprio nome já diz prioriza mais o encontro entre terapeuta e cliente tendo como principal objetivo o acolhimento. Já o Plantão, por sua vez, também tem como prioridade o acolhimento e a compreensão do que se apresenta é feito em conjunto, mas visando a obtenção de sentido num processo de cuidado do paciente consigo mesmo num encontro que tem começo, meio e fim. Portanto não impõe um processo de encaminhamento ou rotulação e identificação de psicopatologia ao cliente. 
A triagem tradicional constitui-se numa estratégia que cumpre três objetivos principais: coletar dados pessoais, identificar queixa e realizar um breve diagnóstico. Já na triagem interativa o encontro entre terapeuta e cliente é muito valorizado e o foco principal passa a ser o acolhimento; O profissional nessa perspectiva não realiza uma sessão devolutiva como na tradicional, mas comunica sua compreensão, compartilha suas impressõesa partir do que está ouvindo e vendo. Nesse ponto a triagem começa a se aproximar do plantão, modalidade de atendimento psicológico em que o profissional se junta ao cliente na compreensão de sua experiencia para também em conjunto descobrir possibilidades de cuidado. Ainda assim a triagem identificaria e direcionaria os pacientes segundo o diagnóstico e as solicitações dos supervisores, geralmente o cliente não participa dessa escolha, cabendo-o aceitar ou não.

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