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AULA 1 FUNDAÇÃO E COLONIZAÇÃO

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AULA 1: 
 
OCUPAÇÃO E FUNDAÇÃO DA PARAÍBA 
 
 No dia 22 de abril de 1500 atraca em terras brasileiras a expedição chefiada por Pedro 
Álvares Cabral e toda a sua frota, dando inicio ao Brasil Pré-colonial (1500-1530). O primeiro ato 
realizado na nova terra descoberta foi o erguimento de uma cruz, simbolizando o lado religioso 
da descoberta e logo depois a celebração de uma missa, presenciada por descobridores e 
descobertos. O próximo passo dado seria encontrar riquezas, mas como relata Caminha, no 
primeiro documento oficial do Brasil,” (...) até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, 
ou outra coisa de metal ou ferro; nem lha vimos(...), não foi obtido o êxito das expedições, que 
era o de encontrar metal precioso no território, em contrapartida, existia em abundancia uma 
madeira nobre, da qual se extraia tinta, utilizada como corante para tecidos. Preocupados em 
explorar este “ouro vermelho”, Portugal resolveu conceder a particulares a extração de madeira 
(Fernando Noronha foi o primeiro a enviar expedições), cabe lembrar que os Franceses também 
invadem para comercializar o Pau-Brasil e iniciar uma atividade corsária – os mesmos não 
aceitaram o Tratado de Tordesilhas, e chegaram a argumentar, que “não constava nenhuma 
clausula dessas no Testamento de Adão”. 
 Após 30 anos de exploração e não conseguindo expulsar os estrangeiros, a coroa 
portuguesa, decide colonizar de maneira mais intensiva o Brasil. Para isso, em 1534, resolveu dar 
inicio ao processo de Capitanias Hereditárias
1
, que eram lotes de terra doada ao Capitão 
Donatário. 
 Cada Capitania hereditária tinha a obrigação de começar a economia açucareira, baseada no 
Sistema Colonial. 
 
 
 
 
 Alicerçado na expansão do ciclo açucareiro, Portugal começa a incentivar a conquista de 
territórios habitados por Franceses, por isso em 1574, é fundada a capitania Real da Paraíba, 
ocorrendo para o estopin desta ocupação o massacre de Tracunhaém: 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo começou quando, saindo de Olinda, um mameluco aventureiro penetrou os sertões da 
Paraíba, chegando à serra de copaoba (Hoje serra da Raiz), onde os potiguaras tinham as suas aldeias. 
Fazendo amizade com os aborígines, graças a sua metade indígena e aos presentes que trouxera, ele foi 
aceito na taba principal por Iniguaçu, conquistando facilmente a filha do chefe Potiguar, de apenas 15 anos... 
Ao retornarem, os índios, passaram por um engenho as Margens do Tracunhaém, pertencente a Diogo Dias, 
um rico mercador de Pernambuco, que logo ficou encantado com a beleza da moça e aprisionou a nativa... 
Ao tomar conhecimento do Rapto da filha, Iniguaçu enviou outros emissários em busca da jovem, mas o 
senhor de engenho os fazia voltar, iludindo-os, o mesmo fazendo o Capitão–Mor de Itamaracá, amigo de 
Diogo Dias... Tudo estaria esquecido, se não fossem os Franceses, que viviam entre os índios de Copaoba e 
que passaram a atiçá-los contra os Portugueses... Na carnificina, morreram mais de 600 pessoas, incluindo-se 
o próprio senhor de engenho, duas filhas, um filho, um 
 
 
 
genro, irmãos, cunhado e três netos, após matarem bois e cavalos, os silvícolas atearam fogo no 
engenho... “(BORGES, 1985, p.1). 
 
Após a Tragédia Portugal tratou de iniciar o processo de conquista do território paraibano, 
principalmente devido à aliança dos franceses com os indígenas, propiciada por vários motivos: 
a ação do branco português, constantemente se formava expedições para aprisionamento do 
índio, visando transformá-lo em escravo, além disso, o abuso sexual constante com mulheres 
nativas provocava a ira do gentio. Para isso foram realizadas várias expedições. 
 
2 - FUNDAÇÃO DA REAL CIDADE NOSSA SENHORA DAS NEVES 
 
A primeira ordem decisiva, para que a Paraíba fosse conquistada, partiu do rei D. Sebastião 
de Portugal. A ordem régia foi recebida pelo Governador Geral D. Luís de Brito, que atarefado 
com inúmeros problemas administrativos da Bahia, decidiu enviar o Ouvidor Geral D. Fernando 
e Silva, par cumprimento da missão. 
 
1
a 
tentativa de conquista – 1574: 
D. Fernando e Silva reuniu forças em Olinda e percorreu o caminho para a Paraíba, 
acompanhado por homens a pé e a cavalo, por entre atalhos abertos na mata povoada de 
nativos. Chegou à foz do rio Paraíba, onde hoje se encontra o município de Cabedelo, sem ser 
incomodado pelos nativos, que não ousaram atacar a expedição. Cuidando não haver 
problemas D. Fernão tomou posse da capitania, em nome do rei, ordenando lavratura oficial do 
feito. Foram atacados pelos índios, sobrevivendo apenas os que conseguiram fugir. 
 
2
a 
tentativa – 1575: 
Ao ter conhecimento do malogro da primeira expedição. D. Luis de Brito resolveu cumprir 
pessoalmente a ordem do rei. Partiu da Bahia com uma frota numerosa e bem equipada, no 
entanto, teve de enfrentar más condições de navegação, sofrendo vários desvios de rota e de 
veleiros. Parte da frota foi devolvida ao porto de origem, com o próprio Governador Geral, e 
outra conseguiu ancorar em Pernambuco, onde, depois de esperar algum tempo, também 
retornou à Bahia. 
 
3
a 
tentativa – 1580: 
A terceira tentativa teve a autoria de um comerciante português, chamado Frutuoso 
Barbosa, que propôs ao rei D. Henrique, conquistar e colonizar a Paraíba, com seus próprios 
recursos, pedindo em troca o direito de governá-la por dez anos. O soberano aceitou a 
proposta, assinado provisão em favor de Frutuoso, e ainda lhe oferecendo quatro naus para 
auxílio do empreendimento. Frutuoso atravessou o mar rumo à Paraíba, no entanto, chegando a 
Pernambuco, demorou a desembarcar, sofrendo um forte temporal que prejudicou seus planos. 
 
 
Muitas naus foram lançadas ao mar alto seguindo rumos diversos. Ao desembarcar Frutuoso 
decidiu voltar a Portugal, pois não seria fácil vencer os índios com tantas baixas. 
 
4
a 
tentativa – 1584: 
Diante do malogro da 3
a
 tentativa de conquista, os capitães mores de Pernambuco e 
Itamaracá, juntamente com Frutuoso Barbosa, solicitaram auxílio à Bahia. O governador Manuel 
Teles Barreto, aceitou os pedidos mandando preparar uma expedição armada à Paraíba; 
aproveitando a chegada à Bahia, do general Diogo Flores Valdez, convidou-o para chefiar a 
parte militar da expedição, no que foi atendido. Em março de 1584 a armada partiu para 
Pernambuco, sob o comando de Valdez e conduzindo também o Ouvidor Geral do Estado do 
Brasil, Martim Leitão, uma das principais figuras da conquista da Paraíba. Recebendo reforços 
em Pernambuco, partiu para a Paraíba, no dia 24. 
A expedição formada por duas partes, uma seguindo por mar, com nove naus, comandadas 
por Valdez, e outra por terra, reunindo, brancos, índios e mestiços, dirigidos pelo capitão Felipe 
de Moura. Martim Leitão acompanhou a coluna de terra até Igarassu, de onde voltou para 
Olinda; Frutuoso Barbosa seguiu com a armada. 
Sem grandes imprevistos na viagem marítima, Diogo Flores Valdez foi o primeiro a chegar à 
foz do rio Paraíba, encontrando algumas naus francesas ancoradas e queimando-as. Pouco 
depois chegava a expedição que vinha por terra. 
Em poucos dias o forte de taipa e barro foi construído e mesmo antes de seu término, 
inaugurado sob o nome de Forte de S. Felipe e S. Tiago, a 1
o
de maio de 1484, em homenagem 
ao soberano D. Filipe II, 
 
 
 
da Espanha e Portugal. Logo em seguida, Diogo Flores Valdez determinou que o comando 
ficasse sob a guarda do Capitão de Infantaria Francisco Castejon. 
O destino do Forte S. Filipe e S. Tiago foi de pouca duração, tendo em conta os seguintes 
fatos: a aliança entre franceses e índios Potiguaras, estreitada pela última queima de naus e com 
reforços trazidos por mais dois navios que aportaram na Paraíba, ativou os ataques de surpresa, 
sustentando um clima de permanente tensão; entre Frutuoso Barbosa e Castrejon, desenvolveu-
se séria desavença, que, além de prejudicar o comandodo Forte, refletiu-se nos ânimos dos 
soldados; o isolamento a que estavam obrigados no reduto militar, dificultava a consecução de 
alimentos e até de água, tudo se agravando pelas doenças e escassez de frutos e pescado. 
Nos primeiros meses do ano de 1585, chegavam à Paraíba, os índios Tabajaras, chefiados 
por Piragibe; por um momento os Potiguaras desviaram sua atenção do Forte de S. Felipe e S. 
Tiago, interessados em conhecer as intenções da nova tribo. Em pouco tempo, porém, se 
entenderam e se aliaram, contra os conquistadores, mas durante alguns encontros entre índios 
e brancos, os Potiguaras suspeitaram da lealdade dos Tabajaras e algumas ofensas foram 
trocadas entre os caciques, resultando em guerra inter-tribal. Piragibe, juntamente com seus 
guerreiros, tomaram os caminhos do interior. Sabendo do conflito, Martim Leitão remeteu 
emisários a Piragibe, oferecendo-lhe aliança contra os Potiguaras e chamando-o a voltar ao 
litoral. Intensamente acossado pelos inimigos, Piragibe teve de recorrer a Martinho Leitão, 
enviando pedido de socorro. 
 
5
a 
tentativa – 1585: 
O Ouvidor Geral imediatamente mandou preparar uma caravela e convidou o Juiz de Órfãos 
de Olinda, João Tavares, que já conhecia Piragibe, para executar a missão de atendimento. João 
Tavares partiu de Olinda a 2 de agosto de 1585, com apenas 20 homens; encontrando-se com o 
chefe Tabajara Piragibe no dia 5, propôs e conseguiu a paz, Logo depois subiu o rio Paraíba e 
desceu à terra para escolher um local de fortificação. Finalmente, a 15 de outubro o Ouvidor 
Geral partiu mais uma vez para a Paraíba, levando por terra 25 homens a cavalo e 40 a pé, entre 
 
 
soldados, carpinteiros, pedreiros, agricultores, escravos e outros. Ao mesmo tempo seguiram 
por mar pesadas embarcações, levando material para as primeiras construções, mantimentos, 
munições e pessoal. 
À chegada, Martim Leitão concordou com o local escolhido por João Tavares, começando-
se a construir a cidade, em uma colina às margens do rio Paraíba, No dia 4 (ou 14) de 
novembro; tomando o nome de Nossa Senhora das Neves, em memória ao dia em que João 
Tavares conseguiu desembarcar em terra já em parte pacificada, para escolher o nome da 
cidade, o que foi a 5 de agosto de 1585. 
 
No dia cinco de novembro de 1585, foi fundada Nossa Senhora das Neves e celado o 
tratado de paz entre Portugueses e Tabajaras: 
 
 “Rigorosamente, não se tratou de ato de paz, mas, entretanto de guerra. Do ponto de vista 
indígena, uma traição. Em verdade, os portugueses aproveitaram-se das diferenças étnicas entre as tribos 
indígenas para jogar umas contra as outra, e prevalecer (...) Sem a cisão do campo dos naturais da terra, os 
representantes do Império não teriam dominado parte alguma do mundo”. 
 (MELLO: 199., 29) 
 
Esta aliança foi elaborada por João Tavares, presenciada por Negros, Soldados e Padres 
da Companhia de Jesus. A resistência Potiguara foi até 1599, mas a repressão utilizada pelos 
Portugueses com armas e a transmissão de doenças dizimou os indígenas na Paraíba e no Brasil.

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