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AULA 5 INVASÕES HOLANDESAS

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INVASÕES HOLANDESAS (1634 – 1654) 
 Em 1578, D. Sebastião, rei de Portugal, comandou uma frente contra os 
mouros na África e desapareceu na batalha de Alcacer-Quibir. Por não ser encontrado 
o corpo do rei, deu-se origem ao mito de que, um dia, D. Sebastião voltaria trazendo a 
terra prometida. Seu tio-avô, o cardeal Henrique, assumiu o poder, mas, com 
dezessete meses de reinado, morreu sem deixar herdeiros. Dois anos após a morte do 
rei português, Felipe II (rei espanhol), com o apoio da burguesia lusa, forma a chamada 
União Ibérica6 (1580-1640), que foi a junção dos reinos português e espanhol. 
Com a conquista da Capitania de Pernambuco, o próximo passo dos holandeses 
foi expandir a invasão dos territórios vizinhos. O alvo, desta vez, foi a capitania da 
Paraíba, já que controlavam Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia. Para invadir a 
Paraíba foram necessárias três expedições, até que, no dia 19 de dezembro de 1634, 
caiu o forte de Santa Catarina sob o domínio holandês. A primeira tentativa foi 
comandada por Callenfels e Carpentier, em dezembro de 1631. Estes chegaram 
próximo ao forte de Cabedelo e, em uma das batalhas, morre Jerônimo de 
Albuquerque (irmão do Capitão-Mor da Paraíba). Fortes tempestades e guerras 
intensas acabaram fazendo com que os holandeses retornassem ao Recife. Nessa 
investida flamenga, o Frei Manoel da Piedade, filho de João Tavares, morreu baleado 
pelos holandeses. A segunda tentativa foi chefiada pelo Almirante Lichart e o Coronel 
Segismindo Van, mas foram detidos em uma trincheira organizada por Antônio 
Albuquerque. A terceira e última data do dia 4 de dezembro de 1634. A esquadra 
holandesa chegou à Paraíba composta por 32 navios e 2.354 soldados comandados 
pelo Coronel Schkorpe, conseguindo tomar o forte de Santa Catarina e, logo depois, o 
de Santo Antônio, conquistando, assim, a Filipéia de Nossa Senhora das Neves. O 
primeiro ato holandês na Paraíba foi modificar o nome da cidade de Filipéia para 
Frederica, e o do forte de Cabedelo, para Margareth. Algumas modificações foram 
implementadas. 
“Com esta modificação, a produção açucareira é profundamente afetada. 
Apesar das melhorias materiais implementadas durante o domínio holandês, com 
 
 
intuitos militares e comerciais, além de tentativas de diversificação agrícola 
mediantefomento a novas culturas, este período deixa marcas pouco persistentes na 
formação social paraibana. Alguns autores, estudando a presença holandesa no Brasil, 
em seu conjunto, apontam a fragilidade política e institucional de seu governo, com o 
intuito meramente mercantilista e não colonizador do empreendimento, as 
dificuldades de integração entre os invasores e os conquistados, devido às barreiras 
culturais de língua, etnia e religião. “(SILVEIRA,p.21, 1999). 
Durante todo o domínio holandês, a resistência foi mantida por André Vidal de 
Negreiros, o negro Henrique Dias e o índio Felipe Camarão. A expulsão dos holandeses 
só se concretizou quando a Companhia das Índias Ocidentais (WIC) aumentou o preço 
do açúcar, passando a exigir o pagamento dos empréstimos e a cobrar altos juros pelo 
frete, fazendo com que Nassau retornasse à Holanda, causando um clima de tensão 
em Pernambuco. A companhia começou uma política rígida de confisco de fazendas e 
engenhos, perseguindo católicos. Essas atitudes fizeram crescer o sentimento 
“nativista” e a vitória da Insurreição Pernambucana aconteceu após 24 anos de 
domínio holandês, na Batalha dos Guararapes. Depois de expulsos do Nordeste, os 
holandeses foram produzir cana-de-açúcar nas Antilhas, conseguindo, aos poucos, com 
a concorrência, quebrar a produção nordestina brasileira. 
COMPLEMENTO 
 Assassinato de IppoEyssens (governante holandês) ocorrido 1636 no engenho 
Santo Antônio. 
 Durante a gestão de Paul Linge ocorreram mortes e enforcamentos 
orquestradas pelos holandeses. 
 Visita de Mauricio de Nassau a capitania da Paraíba 
 Formação de quilombos depois da fuga dos escravos durante a invasão 
holandesa. 
 Os holandeses fizeram investidas no interior da capitania sem ficar a 
colonização. 
 Divergências entre colonizadores e portugueses por causa das questões 
religiosas.

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