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DIREITO PENAL – TEORIA DA PENA Conteúdo Programático 1. Funções da Pena Prevenção Geral Prevenção Especial 2. Especies de Pena Pena Privativa de Liberdade Tipos de Regimes Progressão de Regime Formas de Abatimento de pena Pena Restritiva de Direito Pema de multa 3. Dosimetria da pena 4. Concurso de Crimes 5. Sursis 6. Livramento Condicional 7. Ação Penal 8. Prescrição Penal Prescrição da Pretensão Punitiva Prescrição de Pretensçao Executória Ao final do curso o estudante será capaz de identificar todas as nuances a cerca do Direito Penal, no tocante a pena, principalmente o completo entendimento do principal instituto penal a Prescrição, bem como os reais fundamentos na aplicação de pena. Referências Bibliograficas / Citações ARAÚJO, Francisco Fernandes de. Do prazo razoável na prestação jurisdicional. Disponível em: <http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=15&rv=Direito>. Acesso em: 17 set. 2015 2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1, p. 874. BRASIL.Superior Tribunal de Justiça. Súmula 438. Disponível em http://stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto= 96991. Acessado no dia 08 de maio de 2015. BRASIL. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código penal. Disponível em: . Acesso em: 02 outubro. 2015. CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2008 CASARA, Rubens; VASSAL, Mylène G. P. O ônus do tempo no processamento: uma abordagem à luz do devido processo legal interamericano. Radicalização Democrática - Revista do Movimento da Magistratura Fluminense pela Democracia, Rio de Janeiro: Lumen Juris, n. 1, p. 127-128, 2004. DA MACEDO, Igor Teles Fonseca. Prescrição virtual ou em perspectiva. Imprenta: Salvador, JusPodivm, 2007. DE ALMEIDA. Tiago Bockie. A Prescrição Virtual. Disponível em : http://www.portalciclo.com.br/downloads/TiagoBockieQuaisArgumentosApli cPrescRetroativaAntecipada.pd f . Acessado no dia 08 de maio de 2015. GRECO, Rogério. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro: Impetus, 2008. JESUS, Damásio E. de. Prescrição Penal. 17. ed.; São Paulo: Saraiva, 2008 JUNIOR, Nelson Nery; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado e legislação extravagante. 9 a ed. rev. atual. eampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006. 3 LUIZ NICOLITT, André. A duração razoável do processo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. LOPES JR., Aury. Introdução crítica ao processo penal: fundamentos da instrumentalidade garantista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004, p. 113 LOZANO JÚNIOR, José Júlio. Prescrição Penal. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 167. MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada. 6. ed. São Paulo: Atlas. Noronha, E. Magalhães, Direito Penal – São Paulo: Saraiva, 2001.pág. 362 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: parte geral: parte especial – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2005.p. 530 PALOTTI JÚNIOR, Osvaldo. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Atlas, 2000, p. 108 PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral, arts. 1º a 120. 7 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. p. 746. v. 1. QUEIROZ, Ítalo Falcão. A Prescrição Virtual e a Súmula 438 do STJ. http://www.revistas.unifacs.br/index.php/redu/article/view/1341, acessado em 03/04/2015. TELES, Ney Moura. Direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 518. v. 1. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: processo de execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela de urgência. 2. V. 42ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2008. 4 SCHMIDT, Andrei Zenkner. Da Prescrição Penal: de acordo com as Leis nºs 9.268/96 e 9.271/96: doutrina, prática, jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997, p. 125-126. Funções da Pena As funções da pena são os motivos pelo qual esta é aplicada. São elas: Prevenção Geral A prevenção geral é a função da pena que busca por meio da punição do agentecoagir a sociedade para que outros não cometam o mesmo delito, ou seja, a pena é direcionada a sociedade. Esta função possui dois aspectos: ▶Positivo:A pena busca manter o equilíbrio e a ordem social. ▶Negativo: A aplicação da pena gera a intimidação, coagindo a sociedade a não praticar o mesmo ato. Prevenção Especial A prevenção especial é a função da pena que visa atingir o próprio agente, ou seja, nesta os efeitos da punição recaem sobre o indivíduo que cometeu o delito. Esta função possui dos aspectos: ▶Positivo: Retirada do indivíduo da sociedade, viabilizando a sua ressocialização. ▶Negativo:Segregação do agente e sua neutralização. Sob a luz da criminologia crítica não existem aspectos positivos na aplicação da pena. Segundo Foucault, o Estado pune o mal com o mal, ou seja, o Estado exerce função retribuitiva, buscando por meio da 5 prisão humilhar, coisificar, tornar indigno e despersonalizar o agente que "deturpou a paz social". Espécies de Pena No Brasil existem três espécies de pena (art. 32 do Código Penal). São elas: ▶Privativa de liberdade; ▶Restritivas de direito; ▶De multa. Pena privativa de liberdade Como o próprio nome aduz, é a espécie de pena que priva o agente infrator de sua liberdade. São três as modalidades de cumprimento desta pena: ▶Regime Fechado: Aplicado, em regra, para penas superiores a 8 anos. Neste o indivíduo cumpre sua pena em estabelecimento prisional, do qual não se ausenta, salvo autorização judicial. ▶Regime semi-aberto: Cabível em condenações superiores a 4 anos e inferiores a 8. Nesta, o agente se mantém sob custódia do Estado, entretanto cumpre sua pena em colônias agrícolas, industriais ou estabelecimentos similares. Possui direito a saídas esporádicas, como em dias festivos. ▶Regime aberto: Aplicado para condenações inferiores a 4 anos. O agente fica livre durante o dia, apresentando-se a noite para dormir em albergues. É possível que o agente cumpra pena em regime superior ao que foi condenado? Sim. Quando o indivíduo for reincidente, ou seja, quando este comete novo crime após a existência de uma sentença condenatória transitada em julgado, a súmula 269 do STJ prevê que este cumprirá a sua pena em regime imediatamente supeior ao que fora condenado. 6 Progressão de Regime A progressão de regime é a possibilidade do agente de cumprir a sua pena em regime menos gravoso ao preencher dois critérios: Requisito objetivo: O requisito objetivo diz respeito ao lapso temporal de pena que o agente deve cumprir para que faça jus à progressão. ▶1/6: Quando o agente for condenado por prática de crime comum, o requisito objetivo para a progressão é de 1/6 da pena. ▶2/5: O indivíduo condenado pela prática de crime hediondo terá que cumprir 2/5 da pena para fazer jus à progressão. ▶3/5: Se o réu for reincidente em crime hediondo, seu requisito objetivo será de 3/5 da pena. Requisito subjetivo: Além do requisito objetivo, para ter direito a progredir de regime, é necessário que o agente cumpra o requisito subjetivo, ou seja, deve possuir bom comportamento. Possibilidade de abatimento de pena São hipóteses de abatimento de pena: ▶Remição: Possibilidade do indivíduo reduzir a pena a que foi condenado por meio de trabalho ou estudo. Nesta, a cada 3 dias trabalhados, abate-se 1 dia de pena, e a cada 12 horas de estudo é reduzido um dia de pena. No que tange ao estudo, existe uma peculiaridade, caso o réu conclua algum curso, a redução será aumentada em 1/3. ▶Detração: Computa-se o tempo de prisão preventiva como pena cumprida,sendo esta abatida da pena a que o réu foi condenado. Penas restritivas de direito 7 As penas restritivas de direito são uma alternativa a pena privativa de liberdade. A pena privativa de liberdade poderá ser substituída pela restritiva de direitos quando preenchidos os seguintes requisitos: ▶Tenha sido o réu condenado a pena igual ou inferior a 4 anos, ou seja, a substituição somente será possível quando a condenação se der em regime aberto, exceto quando a condenação for por crime culposo, neste caso pode extrapolar o limite de pena; ▶Não seja o réu reincidente em crime doloso; ▶O crime deve ter sido cometido sem violência ou grave ameaça; ▶Considere o magistrado, ser a substituição suficiente para punir o agente. Estes requisitos são cumulativos, ou seja, todos devem estar presentes para que seja possível substituir a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Existem 5 modalidades de pena restritiva de direitos: ▶ Prestação de serviços à comunidade - cada hora de trabalho prestado corresponde a um dia de pena e não pode atrapalhar a jornada comum de trabalho do réu. ▶Punição pecuniária; ▶Restrição temporária de direito; ▶Limitação de saída no final de semana; ▶ Perda de bens e valores - não é mais aplicada. A pena restritiva de direitos não pode ter caráter vexatório e em caso de descumprimento desta, poderá ocorrer a conversão em pena privativa de liberdade. Fixação da pena Pena menor ou igual a um ano: Pena restritiva de liberdade ou multa. Pena maior que um ano: 2 penas restritivas de direito ou 1 pena restritiva de direito e multa. Pena de Multa Abia Realce Abia Realce Abia Realce 8 A pena de multa é prevista pelo próprio tipo penal. Sua aplicação deve observar dois parâmetros: Gravidade abstrata do delito: É analisado com base na pena in abstrato do delito, servirá de base para calcular a quantidade de dias da multa. Situação econômica do réu: Com base na situação econômica do réu será fixado o valor da condenação. Sendo assim, a multa é aplicada sob o parâmetro dias/multa. ▶Dias: Mínimo de 10 dias e máximo de 365 dias. ▶Valor: Varia de 1/30 o valor do salário mínimo até 5 vezes o salário mínimo. Caso o magistrado entenda que o valor máximo da condenação no maior número possíveis de dias não é suficiente para punir o agente, pode elevar o valor da condenação ao triplo. Dosimetria da pena O cálculo da pena se dá com base no sistema trifásico: ▶Pena base - analisa as circunstâncias judiciais; ▶ Pena provisória - aprecia as agravantes e atenuantes; ▶ Pena definitiva - examina as majorantes e minorantes. 1º fase - Pena base - circunstâncias judiciais Essa primeira fase se destinará a fixação da pena-base, onde o juiz, em face do caso concreto, analisará as características do crime e as aplicará, não podendo fugir do mínimo e do máximo de pena cominada pela lei àquele tipo penal. 9 As circunstâncias judiciais se refletem também na concessão do sursis e na suspensão condicional do processo, posto que a lei preceitua que tais benefícios somente serão concedidos se estas circunstâncias assim o permitirem, ou seja, quando estas forem favoráveis ao acusado. Existem 8 circunstâncias judicias que devem ser analisadas para que seja fixada a pena- base: ▶Culpabilidade: Há dois tipos de culpabilidade, a qualitativa (dolo ou culpa), a qual é elemento do próprio tipo penal, a qual não deve ser analisada nesta etapa, e a quantitativa, que diz respeito ao grau de reprovação da conduta praticada pelo agente, a qual determinará se a circunstância será favorável ou não. ▶Antecedentes: São todas as sentenças condenatórias transitas em julgado que não caracterizem reincidência, ou seja, o cometimento do crime se dá antes da sentença transitada em julgado. Caso o réu possua antecedentes essa circunstância será negativa ao mesmo, não possuindo, será positiva. ▶Personalidade: É o conjunto de valores morais que o indivíduo adquire ao longo da vida. Tal requisito somente poderá ser valorado pelo magistrado, caso o réu tenha sido submetido a uma avaliação psicológica ou psiquiátrica. ▶Conduta Social: Diz respeito ao comportamento do agente em sociedade, sua valoração só é possível se a conduta social do agente possuir relação com o fato a ele imputado. ▶Motivos do crime: São as razões pelas quais o indivíduo praticou o delito, sempre deve ser analisado sob a luz do princípio ne bis in idem. ▶Circunstâncias do crime: Analisam-se as circunstâncias em que o agente praticou o crime. ▶Consequências do crime: Trata das consequências que a ação criminosa acarretou a vítima e a terceiros. 10 ▶Comportamento da vítima: Analisa-se o comportamento da vítima, afim de determinar se esta pode ter contribuído para a ação criminosa. Esta circunstância visa o benefício do réu. 2º Fase - Pena provisória - Agravantes e Atenuantes Nesta fase serão analisadas as agravantes e atenuantes, que estão dispostas nos arts. 61-62 e 65-66 do Código Penal). As agravantes e atenuantes não possuem um quantum de aumento ou diminuição de pena, entretanto, nesta fase os limites máximo e mínimo da pena devem ser respeitados. - Súmula 231 do STJ. Concurso de agravantes e atenuantes De acordo com o artigo 67 do Código Penal quando houver concurso de agravantes e atenuantes a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes em relação à personalidade, motivos do crime e reincidência. As circunstâncias preponderam na seguinte ordem: ▶Menoridade Relativa (Atenuante): Considera-se por menoridade relativa o fato de o réu ser menor de 21 anos na data da sentença. ▶Reincidência (Agravante) e Confissão (Atenuante): A reincidência e a confissão encontram-se no mesmo patamar, por isso, caso ambas estejam presentes no mesmo caso, se anularão. ▶Motivos do crime (Agravante): Se o motivo for qualificadora ou constituinte do delito não será computada como agravante. As demais agravantes e atenuantes são chamadas de simples. Conflitos de atenuantes e agravantes 11 ▶Agravante simples X Atenuante simples = Anulam-se ▶Agravante preponderante X Atenuante simples = Aumenta a pena. ▶Agravante simples X Atenuante preponderante = Diminui a pena. ▶Agravante preponderante X Atenuante preponderante = prevalecerá a que mais prepondera na classificação, se estiverem no mesmo nível anulam-se. 3º Fase - Pena definitiva - Majorantes e Minorantes Nessa fase deverão ser analisadas as majorantes e minorantes, as quais estão espalhadas em todo o Código Penal (parte geral e especial). Podendo ser identificadas por possuírem uma quantidade definida de aumento ou diminuição que se dá de forma fracionada. Ademais na pena definitiva os limites de pena previstas no tipo poderão ser extrapoladas, ou seja, a causa de aumento poderá aumentar além do máximo, bem como a causa de diminuição poderá reduzi-la abaixo do mínimo. A fração da majorante ou da minorante constará no artigo que define a prática delituosa, aplicando-se quantas existirem, não havendo possibilidade de uma majorante anular uma minorante e vice-versa. Concurso de crimes Ocorre quando um indivíduo pratica diversos delitos. Para fins de concurso de crimes computa-se a pluralidade de resultados. Existem 4 tipos de concurso: Concurso material Quando há uma pluralidade de condutas e uma pluralidade de resultados. Neste caso, somam-se as penas aplicadas aos delitos e o regime de cumprimento da pena será determinado pelo resultado da soma. 12 A esta técnica dá-se o nome de cúmulo material. Concurso formal Uma única conduta produz 2 ou mais resultados. Neste caso,em regra, aplica-se a pena de apenas 1 dos delitos, a maior, se forem diferentes, aumentando a pena de 1/6 até 1/2 de acordo com a quantidade de crimes praticados. A esta técnica dá-se o nome de exasperação. O concurso formal subdivide-se em: ▶Perfeito ou próprio: Ação ou omissão que resulta em 2 ou mais resultados, sendo um deles culposo. A pena é aplicada segundo o método da exasperação - Art. 70 do Código Penal. ▶Imperfeito ou impróprio: O agente pratica uma conduta produzindo resultados dolosos. Neste caso os resultados advém de vontades independentes. A pena é aplicada segundo o cúmulo material. A aplicação da pena pela exasperação nunca poderá resultar em uma sanção superior aquela que seria cabível pela regra do cúmulo material. Crime continuado simples - Art. 71 do CP Pluralidade de resultados cujos delitos foram praticados nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo. Neste caso, aplica-se a regra da exasperação. Crime continuado qualificado Se os crimes forem dolosos, com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes, a pena pode ser aumentada até o triplo. Esta hipótese só será utilizada para beneficiar o réu. Suspensão condicional da pena - Sursis - Art. 77 do CP 13 O sursis pode ser entendido como a suspensão do cumprimento da pena restritiva de liberdade. Para que este instituto seja aplicado alguns requisitos devem ser cumpridos: ▶Ser a pena igual ou inferior a 2 anos; ▶ O réu não pode ser reincidente em crime doloso; ▶ Não seja possível a substituição por pena restritiva de direito. Ao ser determinado o sursis o re-educando fica sujeito as seguintes condições: ▶ Não pode sair da cidade sem a prévia autorização do juiz responsável pelo caso; ▶ Não pode ir a determinados locais após as 20:00 horas; ▶Deve se apresentar mensalmente em juízo para relatar sobre as atividades desenvolvidas por ele durante esse período. Aspectos Gerais ▶O período de suspensão da pena varia de 2 até 4 anos; ▶Após o cumprimento da suspensão a pena será extinta; ▶Caso o beneficiado descumpra as condições, o sursis será extinto, o agente retornará à prisão e cumprirá a pena a que foi condenado na sua integralidade; ▶Nunca a suspensão será determinada em tempo inferior a pena restritiva de liberdade a que o agente foi condenado. Tipos de Sursis ▶Sursis simples: Aplica-se quando as circunstancias judiciais são desfavoráveis. Neste caso, o 1º ano de sursis deve ser cumprido juntamente com uma prestação de serviço para a comunidade. ▶Sursis especial: Aplica-se quando as circunstâncias judiciais são favoráveis, nessa situação o apenado cumpre apenas as condições obrigatórias. 14 ▶Sursis etário: Aplica-se quando na data da sentença o réu possuir mais de 70 anos, nesse caso, a pena aplicada será inferior ou igual a 4 anos e a suspensão será de 4 a 6 anos. ▶Sursis Humanitário: Esta espécie somente será aplicada quando o apenado estiver em estágio terminal, ou seja, tem a função de proporcionar ao réu uma morte com o mínimo de dignidade. Neste caso a pena aplicada será inferior a 4 anos e a suspensão será de 4 a 6 anos. Livramento Condicional - Art. 83 do Código Penal Hipótese em que a pena imposta ao réu será cumprida em liberdade, ou seja, o apenado não terá que se apresentar no presídio. Possui dois requisitos: Requisito Formal - lapso temporal ▶ Crime comum: 1/3 da pena; ▶Reincidente em crime comum: 1/2 da pena; ▶ Crime hediondo: 2/3 da pena; ▶ Reincidente específico em crime hediondo: não faz jus ao livramento condicional. Subjetivo Diz respeito ao mérito, ou seja, o bom comportamento do réu que será avaliado pelo diretor do estabelecimento penitenciário. O período de livramento condicional será igual ao restante de pena a ser cumprido. Condições Obrigatórias ▶ O reeducando não pode sair da cidade sem a prévia autorização do juiz responsável pelo caso. ▶ O apenado não pode freqüentar determinados locais após as 20:00 horas. 15 ▶ O beneficiado tem que se apresentar mensalmente em juízo para relatar as atividades que tem desenvolvido. Causas de revogação do livramento condicional ▶O descumprimento das condições obrigatórias resulta na perda de todo o período cumprido em livramento, sendo assim, o restante da pena terá que ser cumprido em estabelecimento prisional e o réu não terá mais direito a esse benefício. ▶ Se durante o livramento condicional sobrevier sentença condenatória transitada em julgado por crime cometido após a concessão do livramento, a pena da nova condenação será somada com o período restante da primeira, o livramento será revogado e pela primeira condenação o réu não terá mais direito ao livramento, ou seja, só terá direito ao benefício após cumprir o restante da pena da primeira condenação e cumprir os requisitos da sua concessão na segunda. ▶Se durante o livramento condicional sobrevier sentença condenatória transitada em julgado por crime cometido antes da concessão do livramento condicional, o período cumprido em livramento é abatido e as penas são somadas. Ação Penal Pública ▶Oficialidade: Sua propositura compete exclusivamente ao Ministério Público. A peça introdutória é chamada de denúncia. ▶Obrigatoriedade: Uma vez conhecido o fato, o Ministério Público é obrigado a propor a ação. ▶Indivisibilidade: A ação penal é indivisível, ou seja, a denúncia deve ser feita em face de todos os envolvidos. ▶Indisponibilidade: A ação penal é indisponível, ou seja, uma vez iniciada só se encerra com o trânsito em julgado, não podendo o Ministério Público desistir da ação. ▶Intranscendência: A ação não pode atingir aqueles que não praticaram o deleito. 16 Privada ▶Oportunidade e conveniência: A vítima escolhe se vai ou não propor a queixa- crime. ▶Disponibilidade: Após proposta a ação a vítima pode desistir ou perdoar, extinguindo assim a ação. ▶Indivisibilidade: O querelante tem que propor a ação contra todos os envolvidos, não podendo escolher quais quer processar e quais não. ▶Intranscendência: Do mesmo modo, a ação só pode atingir os envolvidos no delito. Prescrição da pretensão punitiva É a perda do direito de punir do Estado, ocorre devido ao tempo excessivo que o Estado leva para dar a resposta ao réu e a sociedade. Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regulamenta-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se. I- em 20 (vinte) anos, se o máximo da pena é superior a 12 (doze). II- em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 8 (oito) anos e não excede a 12 (doze). III- em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e não excede a 8 (oito). IV- em 8 (oito)m anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) e não excede a 4 (quatro). V- em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois). VI- em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Marcos da prescrição 17 ▶1º marco: da consumação do fato ao recebimento da denúncia. ▶2º marco: do recebimento da denúncia à publicação da sentença. Só se interrompe esse marco com a 1ª sentença/acórdão condenatória(o). ▶3º marco: da publicação da sentença até o seu transito em julgado. A cada interrupção de marco prescricional a contagem reinicia. Espécies In abstrato: a prescrição é analisada antes do transito em julgado, sendo a mesma regulada pela pena máxima do delito praticado. Termo inicial para contagem: Via de regra, o termo inicial se dá no dia em que o crime se consumou, exceções: ▶ Os crimes na modalidade tentada tem seu termoinicial no dia que cessou a tentativa. ▶ Crimes permanentes tem seu termo inicial no dia que cessou a atividade criminosa. ▶Nos crimes de bigamia ou falsificação, a contagem inicia-se no dia em que o fato tornou-se público. In concreto: a prescrição é analisada depois do transito em julgado, sendo a mesma definida com base ma [ema aplicada ao delito. Termo inicial para contagem: ▶O dia em que se transitou em julgado a sentença condenatória para a acusação. ▶O dia que se revogou a suspensão do SURSIS. ▶O dia que se revogou o livramento condicional. ▶O dia que se interrompeu a execução penal. 18 Espécies de prescrição in concreto ▶Retroativa: a prescrição ocorre no 1º e no 2º marco. ▶Superveniente: a prescrição ocorre no 3º marco. Acórdão condenatórioreforma a absolvição e interrompe o marco prescricional, enquanto o Acórdão confirmatório, como o próprio nome diz, confirma a sentença, não interrompe, portanto, o marco prescricional. Majorantes e Minorantes ▶Majorante: A prescrição é calculada pela máxima pena possível acrescidada maior fração do caso concreto. ▶Minorante: A prescrição é calculada pela máxima pena possível, que se dá pela pena máxima diminuída pela menor fração imposta pela modalidade praticada. Concurso de crimes em relação à prescrição Material Analisa-se cada pena de forma separada, ou seja, para cada pena terá um prazo prescricional diferente. Tal instituto é o utilizado para o crime que tem por regra a CUMULAÇÃO, que é a soma das penas dos diferentes delitos. Formal e crime continuado A prescrição só será regulamentada pela pena aplicada sem o acréscimo pela continuidade, (exasperação), sendo isso garantido pela sumula 497 do STF que propõem a seguinte interpretação. “Quando se tratar de concurso de crime cujo sistema de aplicação de pena é o da exasperação a prescrição será 19 calculada pela pena aplicada sem o acréscimo decorrente da pluralidade de resultados” Hipóteses de Redução do prazo prescricional O prazo prescricional será reduzido pela metade quando: ▶Se na data do fato o agente for menor de 21 anos. ▶Se na data da sentença o agente for maior que 70 anos. Prescrição Executória É a perda por parte do Estado do direito de exercer a pretensão executória, ou seja, a perda do poder de aplicar a sanção penal. Prazo prescricional Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula- se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Alterado pela L-012.234-2010) I - em 20 (vinte) anos, se o máximo da pena é superior a 12 (doze); II - em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 8 (oito) anos e não excede a 12 (doze); III - em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e não excede a 8 (oito); IV - em 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 (quatro); V - em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois); VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Hipóteses http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/2010-012234/2010-012234.htm 20 ▶Transito em julgado do Ministério Públicoaté o início do cumprimento da pena:A contagem do prazo se dá após o transito em julgado do Ministério Público, ou seja, quando o MP parar de recorrer da decisão, sendo que esse marco irá até o início do cumprimento da pena. ▶Fuga até a recaptura: a prescrição nesse marco é calculada sob a pena restante e o marco vai até a recaptura do foragido. ▶Revogação do SURSIS até a recaptura: a prescrição nessa hipótese é calculada sobre a pena imposta. ▶Revogação do livramento condicional até a recaptura: a prescrição será dada em cima da pena restante, em regra o período de prova não conta para se dá a prescrição, salvo o caso de transito em julgado por um crime antes do livramento que o período de prova irá contar e o prazo prescricional será contado em cima da pena restante mais o período de prova. ▶Reincidência: a reincidência serve para parar o prazo prescricional, caso o mesmo seja condenado por esse crime, de contrario o prazo não se interrompe, a analise nessa hipótese deve ser feita em três fases: Causa de aumento do prazo prescricional Sumula 220 do STJ: o aumento de 1/3 no prazo prescricional em razão da reincidência só incidira nos casos, em que for analisada a prescrição executória.
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