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Introdução à Farmacotécnica

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Farmacia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://assuntodefarmacia.blogspot.com/
 
segunda-feira, 3 de julho de 2017 
 
 
 
Farmacotécnica 
 
 
 
FARMACOTÉCNICA 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A parte da ciência farmacêutica que 
aborda a preparação de medicamentos, 
ou seja, a transformação de fármacos em 
medicamentos; estuda o preparo, a 
purificação, as possíveis 
incompatibilidades físicas e/ ou químicas 
entre eles, e a escolha da forma 
farmacêutica mais adequada para a sua 
administração, denomina-se 
FARMACOTÉCNICA​. 
 
MATÉRIA PRIMA​, é toda substância de 
origem animal, vegetal ou mineral 
utilizada em um produto farmacêutico. 
 
FÁRMACO OU PRINCÍPIO ATIVO​, é 
toda substância com atividade 
farmacológica empregado na produção 
de um medicamento. 
 
EXCIPIENTE​, é toda substância 
empregada na produção farmacêutica, 
sem atividade medicamentosa, apenas 
características utilizadas para 
conseguirmos a forma farmacêutica 
desejada. 
 
FORMA FARMACÊUTICA​, é a forma de 
apresentação do medicamento. Pode ser 
comprimido, cápsula, pó, emulsão, 
pomada, creme, xarope, entre outros. A 
forma farmacêutica depende da via de 
administração que vamos empregar e 
também das características das matérias 
primas ou do princípio ativo empregado. 
 
FORMULA, é a listagem de fármacos e 
excipientes, bem como suas quantidades, 
utilizadas para preparar um 
medicamento. 
 
MEDICAMENTO​, é qualquer preparação 
farmacêutica que contenha um ou mais 
fármacos, e que será utilizada no 
tratamento, prevenção ou diagnóstico de 
doenças e sintomas, ou para a correção 
de funções orgânicas, tanto nas pessoas 
como em outros seres vivos. 
 
REMÉDIO​, é todo e qualquer meio para 
tratar ou prevenir doenças. Portanto, não 
compreende apenas os medicamentos, 
mas também agentes de natureza física 
ou psíquica que se utilizam na terapêutica 
e nas terapias alternativas. 
 
Algumas abreviaturas usadas em 
formulações farmacêuticas: 
 
- aã - partes iguais; 
 
- f.s.a. – faça segundo a arte ( ou seja, 
utilize seus conhecimentos 
farmacotécnicos) 
 
- q.s.p. – quantidade suficiente para 
 
- Rx - aviar a prescrição ou Receita-se 
 
2. HISTÓRIA DA FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Símbolo da Farmácia 
 
 
 
 
 
 
Taça: Conteúdo encerra o poder curativo 
das drogas. 
 
Serpente: Vigilância e Sabedoria. Adverte 
sobre a prudência da arte e da ciência 
farmacêutica. 
 
MITOLOGIA GREGA 
 
O símbolo da taça com a cobra, vem da 
deusa Higia, neta de Apolo (Deus da 
Medicina) 
 
HISTÓRIA DA FARMÁCIA 
 
Os chineses, desde 2.600 a.C. já 
preparavam remédios extraídos de 
plantas. O primeiro documento 
farmacêutico data de cerca de 2500 a.C. 
(Chin – Nong -1º Formulário) 
 
Mil anos depois, os egípcios faziam o 
mesmo, utilizando também sais de 
chumbo, cobre e ungüentos feitos com a 
gordura de vários animais, como 
hipopótamo, crocodilo e cobra. 
 
1000 a.C: Salomão descreveu plantas 
medicinais cultivadas nas planícies de 
Jericó 
 
225 a.C: Fórmula de medicamento para 
dor, esculpida na porta do Templo de 
Esculápio em Roma 
 
Na Índia, Roma e na Grécia, onde 
Hipócrates, ao sistematizar os grupos de 
medicamentos - narcóticos, febrífugos e 
purgantes - inaugurou uma nova era para 
a cura. 
 
Hipócrates (Pai da Medicina – 460 a 377 
a.C.) 
 
Patologia geral → apepsia (desequilíbrio) 
 
→ pepsis (febre, inflamação e pus) 
 
→ crisis ou lysis (eliminação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Galeno (Pai da Farmácia – 129 a 200 
d.C.) 
 
Combatia as doenças por meio de 
substâncias ou compostos que se 
opunham diretamente aos sinais e 
sintomas das enfermidades. 
 
É precursor da alopatia. 
 
 
 
 
Claudio Galeno 
 
 
 
Escreveu bastante sobre farmácia e 
medicamentos, e em suas obras se 
encontraram cerca de quatro centenas e 
meia de referências a fármacos. 
 
Elaborou uma lista de remédios vegetais, 
conhecidos como "galênicos", a maioria 
dos quais era composta com vinho. 
 
Observador e metódico classificou e usou 
magistralmente as ervas. Fazia 
preparações denominadas "teriagas" 
feitas com vinho e ervas. 
 
No século II, os árabes fundaram a 
primeira escola de farmácia de que se 
tem notícia, criando inclusive uma 
legislação para o exercício da profissão. 
 
A partir do século X, foram criadas as 
primeiras boticas - ou apotecas na 
Espanha e na França (em alemão 
apotheker=farmacêutico). Eram as 
precursoras das farmácias atuais. 
 
1220 d.C: Frederico II (Imperador da Itália 
e Alemanha) divide as profissões de 
Medicina e Farmácia (Carta Magna da 
Farmácia) 
 
Cabia aos boticários conhecer e curar as 
doenças, e para o exercício da profissão 
deviam cumprir uma série de requisitos e 
ter local e equipamentos adequados para 
a feitura e guarda dos remédios. 
 
No século XVI, o estudo dos remédios 
ganhou impulso notável, com a pesquisa 
sistemática dos princípios ativos das 
plantas e dos minerais capazes de curar 
doenças. 
 
Também foi constatada a existência de 
microorganismos úteis e nocivos. 
 
Com o tempo, foi implantada no mundo a 
indústria farmacêutica e, com ela, novos 
medicamentos são criados e estudos 
realizados, em velocidade espantosa. 
 
HISTÓRIA DA FARMÁCIA NO BRASIL 
 
Governador Geral Thomé de Souza 
trouxe de Portugal o 1° Boticário ao 
Brasil, Diogo de Castro. 
 
No Brasil colônia, medicamentos e outros 
produtos com fins terapêuticos podiam 
ser comprados em boticas. 
 
O boticário em frente ao doente 
manipulava e produzia medicamentos, de 
acordo com a farmacopéia e a prescrição 
dos médicos. 
 
Nos locais distantes os medicamentos 
eram vendidos por mascates. 
 
O PAPEL DOS JESUÍTAS 
 
Foram os primeiros a instituir enfermarias 
e boticas em seus colégios, tornando-se 
especialistas em preparo de remédios, 
principalmente os feitos à base de plantas 
medicinais. 
 
Era nos colégios que a população 
encontrava os medicamentos, vindos de 
Portugal ou preparados pelos próprios 
jesuítas. 
 
Em 1640, as boticas foram autorizadas a 
funcionar como comércio e se 
multiplicaram em toda a colônia. 
 
Com o tempo, foram surgindo outros 
componentes de remédios, como 
mercúrio, arsênico e ópio. 
 
Regimento de 1744 estabeleceu regras 
rígidas para o trabalho com 
medicamentos: 
 
• ​Proibia a distribuição de drogas e 
medicamentos para estabelecimentos 
não habilitados; 
 
• ​Multas e apreensões em caso de 
descumprimentos; 
 
• ​Criação da figura de Responsável 
Técnico 
 
• ​Exigia a existência de balanças, pesos e 
medidas, medicamentos galênicos, 
vasilhames, livros, etc. 
 
CURSOS DE FARMÁCIA NO BRASIL 
 
• ​1808 - Vinda da família Real para o 
Brasil 
 
•​ ​1832 – Faculdade de Medicina na Bahia 
 
•​ ​1834 – Faculdade do Rio de Janeiro 
 
• ​1837 – Formados os 6 primeiros 
farmacêuticos brasileiros 
 
• ​1839 – Escola de Farmácia de Ouro 
Preto 
 
• ​1896 – Escola de Farmácia de Porto 
Alegre 
 
• ​1898 – Escola de Farmácia de São 
Paulo 
 
Com a fundação das primeiras 
Faculdades de Farmácia (1839 - 1898), o 
boticário foi lentamente sendo substituído 
pelo Farmacêutico. 
 
A botica, onde o boticário pesquisava e 
manipulava fórmulas extemporâneas, 
originou dois novos tipos de 
estabelecimentos: 
 
■ Farmácia 
 
■ Laboratório Industrial Farmacêutico 
(VOTTA, 1965; COELHO, 1980). 
 
DECRETO 19.606/31 
 
• ​Reconhece a competência parao 
farmacêutico exercer: Análises clínicas, 
químico bromatologista, biologista e 
legista; 
 
• ​Controle de venda de substâncias 
causadoras de dependência, retenção de 
receita e guarda em armários; 
 
• ​Obrigatoriedade da direção por 
farmacêutico nos laboratórios privativos 
de hospitais, casa de saúde, sanatórios, 
cooperativas e estabelecimentos 
religiosos. 
 
■ Até a década de 30, a indústria 
nacional de medicamentos eram em sua 
maioria de reduzidas dimensões e tinham 
uma origem familiar (BARROS, 1995). 
 
■ Baseava-se no emprego de 
matérias-primas de origem vegetal e 
mineral, apresentando condições 
adequadas ao suprimento do mercado 
existente, àquela época bastante 
reduzido (COELHO, 1980; BARROS, 
1995). 
 
■ Embora a produção de medicamentos 
satisfizesse o mercado, é imperioso 
ressaltar que isto se deve ao fato de que 
grande parte da população não tinha 
acesso aos serviços de saúde (BARROS, 
1995). 
 
A FARMÁCIA NO MUNDO 
 
Algumas características da atividade 
farmacêutica em diversos países, para 
compararmos com o que temos no Brasil: 
 
PORTUGAL 
 
Desde 1521, D. Manuel instituiu o 
Regimento do Físico-Mor do Reino, em 
que somente os farmacêuticos 
(boticários) poderiam ser proprietários, 
após exame de conhecimento realizado 
por um júri, composto pelo Físico-Mor, 
físicos da corte e pelos boticários do rei e 
da rainha. 
 
■ ​Ensino em 5 anos com possibilidade de 
habilitação em Farmácia Pública, 
Hospitalar, Industrial e Análises Clínicas; 
 
■ ​Limitação do número de farmácias por 
distância; 
 
 
 
FRANÇA 
 
■ ​Rei Luís XV mandou chamar de 
farmacêutico em vez de boticário; 
 
■ ​Farmácias funcionam com 
farmacêuticos durante todo o horário. 
Fecham nas férias; 
 
■ ​São identificados por uma cruz verde, 
os remédios ficam atrás do balcão; 
 
■ ​O farmacêutico é remunerado por uma 
margem fixa sobre o preço da venda. Os 
medicamentos são reembolsados pela 
seguridade. 
 
■ ​Não há propriedade sem direção 
técnica; 
 
■ ​No caso de falecimento do 
farmacêutico, os herdeiros podem ficar 
com a propriedade com no máximo 1 ano 
mas com farmacêutico. 
 
 
 
ESPANHA 
 
■ ​São bem tradicionalistas com 
laboratórios de manipulação; 
 
■ ​Farmácia somente de farmacêuticos, 
em caso de falecimento os herdeiros 
permanecem com o estabelecimento por 
até 18 meses; 
 
■ ​Nas férias ou quando não há 
farmacêuticos, as farmácias fecham; 
 
■​ ​Zoneamento das farmácias. 
 
 
 
ITÁLIA 
 
■ ​A abertura de farmácias é exclusiva de 
farmacêuticos, e não há redes; 
 
■ ​A presença de farmacêutico é 
necessária durante todo o horário de 
funcionamento, e fecha nas férias; 
 
■ ​Lei obriga uma farmácia a cada 4.000 
habitantes. E a distância entre elas não 
pode ser menor de 200m. 
 
■​ ​Lei obriga farmacêuticos em hospitais 
 
ALEMANHA 
 
■​ ​Propriedade do farmacêutico; 
 
■ ​A comunidade aprova ou não a 
abertura de nova farmácia na localidade; 
 
■ ​Presença durante todo o período de 
funcionamento, na ausência do 
farmacêutico e no período de férias 
fecham; 
 
■ ​Placa com o nome na entrada; o 
farmacêutico pode por consultas e 
serviços como profissional de saúde, 
independentemente da venda; 
 
REINO UNIDO (Inglaterra, Escócia, 
Irlanda do Norte e Pais de Gales) 
 
■​ ​Propriedade exclusiva; 
 
■ ​Recebimento por margem média de 
33%; 
 
■​ ​Medicamentos são vendidos a granel; 
 
■ ​Farmácias fecham na ausência ou 
férias do farmacêutico. 
 
3. DIVISÃO E 
CLASSIFICAÇÃO DOS 
MEDICAMENTOS 
 
Os medicamentos podem ser 
classificados sob diversos aspectos: 
quanto à constituição, emprego, 
preparação, prescrição e ação 
farmacológica. 
 
 
3.1- QUANTO A CONSTITUIÇÃO: 
 
3.1.1- Simples​: São aqueles constituídos 
por um único principio ativo. 
 
 
Ex.: comprimido de Aspirina 500mg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.2- Compostos​: são os medicamentos 
formados por duas ou mais bases 
medicamentosas. 
 
 
Ex.: complexos vitamínicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2- QUANTO AO MODO DE 
EMPREGO: 
 
3.2.1- Uso interno ou enteral: são 
aqueles que se destinam à administração 
no interior do organismo por via bucal e 
pelas cavidades naturais (vagina, nariz, 
ânus, ouvido, olhos, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.2- Uso externo ou parentera​l (par= 
fora e enteral=interno)- são aqueles 
aplicáveis na superfície do corpo ou nas 
mucosas facilmente acessíveis ao 
exterior. 
 
Podem ser de forma: 
 
a- direta: Intra-Venosa, Intra-Muscular, 
Subcutânea, Intra-dérmica, Intra-arterial, 
Intra-cardíaca, peridural. 
 
 
 
b- Indiretas: Cutânea, Respiratória, 
Conjuntival, Geniturinária. 
 
 
 
 
 
 
 
3.3- QUANTO AO MODO DE 
PREPARO: 
 
 
 
3.3.1- Oficinais​: são aqueles cuja 
formula e modo de preparo estão 
publicados em uma Farmacopéia ou 
formulário oficializado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3.2- Magistrais: são os prescritos por 
médicos e preparados segundo a arte 
para cada caso em particular em 
farmácias especializadas. 
 
 
 
 
 
3.3.3- Especialidade farmacêutica​: são 
medicamentos de formula registrada, 
ação terapêutica comprovada, 
acondicionados uniformemente e 
distinguidos por meio de nomes 
convencionais, sendo seu consumo 
condicionado a autorização oficial previa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4- QUANTO A PRESCRIÇÃO: 
 
3.4.1- Alopáticos​: a maioria das 
especialidades farmacêuticas. São 
medicamentos baseados na doutrina 
alopática, que tem como base: “o 
contrario cura o contrario”, ou seja, a 
ação dos medicamentos deve atuar 
contra a doença e seus sintomas. Por 
exemplo: para a dor, um analgésico, para 
uma infecção, um antibiótico. 
 
3.4.2- Homeopáticos​: são medicamentos 
que seguem a filosofia homeopática que 
se baseia em reequilibrar o organismo do 
individuo, com foco no doente. Baseia-se 
em dois princípios: 
 
 
 
 
 
a- ​Principio da similitude: baseia-se em: “ 
semelhante cura semelhante”, ou seja: 
utiliza-se uma substancia que reproduz, 
ao ser ingerido, sintomas semelhantes 
aos da moléstia, para reeducar o corpo a 
combatê-los. Ex.: uma substancia capaz 
de produzir febre, dado a um paciente em 
estado febril é capaz de suprimi-la. 
 
b- ​Principio da posologia: uma substancia 
capaz de produzir determinados sintomas 
em doses elevadas, provoca sintomas 
contrários em doses extremamente 
reduzidas. Por exemplo, o café: 
 
- o café forte estimula o sistema nervoso 
central e causa insônia; 
 
- o café bem fraco deprime o SNC e 
provoca o sono. 
 
3.5- QUANTO A AÇÃO 
FARMACOLÓGICA: 
 
ADSTRINGENTE 
 
•​ ​Possui uma característica “travosa”; 
 
• ​É produzida pelos taninos (ex. frutos 
verdes como banana, caqui, goiaba, 
etc...); 
 
• ​Propriedades: contrai os tecidos, 
promove o fechamento dos poros inibindo 
a saída de secreções. Auxilia na 
cicatrização de feridas, previne as 
inflamações em casos de hemorragias, 
diarréias, feridas, leucorréia. 
 
• ​Torna as células menos permeáveis, 
pois precipita as proteínas criando uma 
camada protetora na mucosa gástrica, 
por exemplo, inibindo a ação erosiva do 
ácido gástrico em caso de gastrite ou 
úlcera. 
 
ANÍDRICA 
 
• ​Do grego, anydros que quer dizer 
ausência de água ou de líquido. 
 
• ​A propriedade anídrica de certas plantas 
é promover a diminuição da saliva e do 
suor, retendo e condensando a água. 
 
APERIENTES 
 
•​ ​Do latim = que abre o apetite 
 
• ​Propriedade de abrir os poros e queabre ou estimula o apetite. 
 
ANTISSÉPTICA 
 
• ​São plantas com propriedades 
desinfetantes que inibem e detém a ação 
dos micróbios infectantes e os impedem 
de se desenvolverem e os destrói. 
 
ANTI-ESPASMÓDICO 
 
•​ ​Anti = contra, ação contrária 
 
•​ ​Espasmo = do grego spasmós 
 
• ​Na medicina, o espasmo é uma 
contração súbita, de duração variável, de 
musculatura lisa ou estriada, 
acompanhada de dor e prejuízo funcional, 
podendo haver distorção e movimentação 
involuntária (espasmódico). 
 
BACTERICIDA 
 
• ​Que destrói e mata bactérias ou germes 
(germicida) 
 
BACTERIOESTÁTICO 
 
• ​Ação que impedem a divisão 
(reprodução) das bactérias, promovendo 
seu envelhecimento e a sua morte. 
 
BÉQUICO 
 
•​ ​Do grego = bechikós; 
 
• ​É um antitussígeno, que acalma ou age 
contra a tosse 
 
CALMANTE OU SEDATIVO 
 
•​ ​Sedativo (que suaviza a excitação) 
 
• ​Apresenta ação sobre o sistema 
nervoso central (SNC). 
 
CARDIOTÔNICO 
 
•​ ​Cardio = coração 
 
• ​Tônico = grego – tonikós = que tonifica 
ou dá energia. 
 
•​ ​Que tonifica o coração 
 
• ​Substâncias que exercem efeito 
revigorante e fortalecedor do coração. 
 
CARMINATIVO 
 
•​ ​Do latin = carminare = anti-flatulento; 
 
• ​Que combatem gases estomacais ou 
intestinais; 
 
• ​Possuem substâncias que agem sobre a 
cárdia produzindo anestesia, fazendo-a 
relaxar e permite a expulsão dos gases 
do trato gastrointestinal. 
 
COLAGOGO 
 
• ​Do grego = cholagogos = substâncias 
que excita a secreção da bilis. 
 
• ​Que estimula a expulsão da bilis contida 
na vesícula biliar. 
 
COLERÉTICO 
 
• ​Que estimula a produção de bílis pelo 
fígado. 
 
•​ ​Que ativa o fígado a produzir a bílis ou, 
 
• ​Atuação sobre as células hepáticas 
estimulando a produção da bilis. 
 
DEPURATIVA 
 
• ​Que torna os humores e o sangue 
purificado e limpo. 
 
• ​Que combate a impureza do sangue e 
do meio interno. 
 
DIURÉTICO 
 
• ​Do grego = dioretikós = que facilita a 
diurese. 
 
• ​Que aumenta a quantidade de urina, 
auxiliando a eliminação de líquidos pelos 
rins. 
 
EMENAGOGA 
 
•​ ​Do grego = emmenos = mênstruo; 
 
•​ ​Do grego = agogós = o que conduz. 
 
• ​Que estimula ou regulariza a 
menstruação. 
 
ESTIMULANTE E TÔNICO 
 
• ​Que aumenta a energia das funções 
vitais e fortalece o organismo todo. 
 
EXPECTORANTE 
 
• ​Do latim = expectorare = expelir do 
peito. 
 
• ​O que facilita a saída das secreções das 
vias respiratórias através da fluidificação 
da mucosidade. 
 
HEMOSTÁTICA 
 
• ​Do grego = haimóstasis = ação ou efeito 
de estancar uma hemorragia. 
 
•​ ​O que combate hemorragia. 
 
HIPOGLICIMIANTE 
 
• ​Hipo = do grego = hypo = escassez, 
posição inferior; 
 
•​ ​Glicemia = do grego = glykerós = doce. 
 
• ​Portanto, hipoglicemiante é a substância 
que têm a propriedade de reduzir a 
concentração de glicose no sangue 
 
HIPOTENSOR 
 
•​ ​Que abaixa a pressão sanguínea 
 
LITAGOGO 
 
•​ ​Que expulsa cálculo renal 
 
PURGATIVA OU LAXATIVA 
 
• ​Quando provoca ou acelera as 
evacuações. 
 
SIALAGOGO 
 
•​ ​Que produz secreção salivar. 
 
SUDORÍFICA OU DIAFORÉTICA 
 
•​ ​Que provoca transpiração e suor. 
 
VERMÍFUGO 
 
•​ ​Que combate vermes. 
 
VULNERARIO 
 
•​ ​Que cura feridas. 
 
4. OPERAÇÕES 
FARMACÊUTICAS BÁSICAS 
 
Conjunto de meios postos em pratica 
para facilitar a obtenção de 
medicamentos, dando-lhes uma forma 
farmacêutica. 
 
Podemos dividir as operações 
farmacêuticas em 3 grupos, mesmo por 
vezes utilizadas em conjunto: 
 
A - Operações mecânicas 
 
B -​ ​Operações físicas 
 
C -​ ​Operações químicas 
 
A- OPERAÇÕES MECANICAS: 
 
Constituem um conjunto de métodos que 
atuam modificando apenas o aspecto 
exterior de uma droga, podendo não 
conduzir à obtenção de uma forma 
farmacêutica. 
 
Entre as operações mecânicas, podemos 
distinguir: 
 
A.1- Separação de corpos sólidos: 
 
MONDAÇÃO​: Em geral, as drogas, 
principalmente as de origem vegetal, 
apresentam-se misturadas com certas 
impurezas (terra, partes inúteis tais como 
películas) e por esta razão sofrem um 
processo de separação das partes 
desejadas por um dos métodos abaixo: 
 
A. 1. 1 – Catação: processo manual de 
separação das partes que queremos 
 
 
 
 
 
 
 
A. ​1. 2 – Através de peneiras (também 
chamados de tamizes) 
 
 
 
 
Fig. 1 
 
 
 
Fig. 2 
 
O material é separado por tamanho 
passando pelos diversos tipos de 
abertura existentes nos tamizes. 
Podemos fazer esta separação utilizando 
apenas uma peneira, como na figura 1, 
ou montando um conjunto de peneiras 
com a de maior abertura na parte 
superior, reduzindo suas dimensões até 
uma placa “cega” para coleta do pó mais 
fino da mistura.( figura 2). 
 
 
A. ​1. 3 – Por lavagem​: método 
empregado, por exemplo, em garimpo, 
quando o material que se deseja é 
separado lavando-se constantemente a 
amostra, até se obter a parte limpa e 
separada de impurezas. 
 
 
 
 
 
A.2- SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS DOS 
LÍQUIDOS E DE LÍQUIDOS NÃO 
MISCÍVEIS 
 
A. ​2. 1 - Sedimentação ou decantação​: 
É um processo de separação empregado 
tanto para misturas de sólidos e líquidos, 
quanto para líquido imiscíveis. Consiste 
em deixar em repouso a mistura até que 
as partes se separem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a. ​2. 2 – Expressão​: Processo mecânico 
que consiste em se aplicar uma força 
sobre uma substância para se extrair 
líquidos do mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A. ​2. 3 - Centrifugação: Processo em 
que se utiliza um equipamento 
denominado “centrifugador”, Que em alta 
velocidade separa os materiais da 
mistura utilizando a força centrífuga para 
isso. Os materiais ou líquidos mais 
pesados se deslocam para o fundo do 
recipiente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A. 2. 4- Filtração: Separação de sólidos 
e líquidos utilizando materiais específico 
para “ segurar” a parte sólida e deixar 
passar o líquido. Podem ser utilizados 
papel de filtro, algodão vegetal, gaze, 
tecidos de porosidade diversa, porcelana 
porosa, vidro poroso, e outros. 
 
 
 
 
 
 
B- OPERAÇÕES FÍSICAS: DIVISÃO DE 
CORPOS SÓLIDOS 
 
Muitas drogas vegetais ou minerais 
devem sofrer um processo de divisão 
para facilitar seu uso. Para isso podemos 
distinguir 3 tipos de operações: 
preliminares, principais e 
complementares. 
 
B.1- OPERAÇÕES PRELIMINARES: 
 
Tem por finalidade a preparação da droga 
para ser submetida à operação seguinte. 
São chamadas também de divisão 
grosseira: 
 
B.1 . 1 – Secção​: Consiste em se fazer 
vários cortes transversais no material a 
fim de se reduzir seu tamanho. Pode ser 
feito com uma faca, tesoura ou um 
equipamento especial contendo uma 
alavanca montada com uma lamina. É 
muito empregado em drogas vegetais 
(raízes, caule, folhas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B . 1. 2- Fragmentação​: Consiste na 
divisão de sólidos em partes menores, 
sem no entanto transformar a droga em 
pó. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B . 1. 3 - Rasuração​: Algumas drogas , 
devido a sua dureza, não podem ser 
divididas por secção ou fragmentação. 
Utilizamos então a rasuração, que 
consiste em submeter o material a ação 
de uma lima grossa de metal. É o método 
empregado, por exemplo, em raiz de nós 
vomica ou algumas sementes. 
 
B.2- OPERAÇÕES PRINCIPAIS 
 
Constituem em diversas modalidades 
quebra das partículas de uma substancia 
com o auxilio de GRAL ou ALMOFARIZ 
com PISTILO, que pode ser de 
porcelana,vidro, metal. Tem por 
finalidade dividir finamente os fragmentos 
resultantes da divisão grosseira, 
transformando-os em pó. 
 
Chamamos estas operações de: 
 
- TRITURAÇÃO: quando submetemos a 
substancia à ação do pistilo, aplicando-se 
uma força e movimentos circulatórios; 
 
- CONTUSÃO: consiste em fazer agir o 
pistilo, em movimentos verticais de cima 
para baixo, batendo sobre a droga, 
reduzindo assim o tamanho dos 
fragmentos. Este método é empregado 
quando os fragmentos são muito duros e 
resistentes à trituração. 
 
- PULVERIZAÇÃO: consiste em se atritar 
os fragmentos da droga contra a parede 
do almofariz, até que se consiga um pó 
finíssimo. 
 
 
 
 
 
 
 
B.3- OPERAÇÕES COMPLEMENTARES 
 
Tamisação é uma operação que tem por 
finalidade selecionar um pó com grau de 
finura conveniente para cada caso, dando 
homogeneidade ao mesmo. 
 
Para a forma farmacêutica pó, esta é a 
última fase. 
 
Utiliza-se neste processo TAMIZES (ou 
peneiras) . Eles são designados por um 
algarismo, que correspondem ao número 
de malhas (furos) por polegada linear, ou 
2,54 cm, ou seja: quanto menor o número 
do tamiz, maior o tamanho em mm da 
abertura da malha. 
 
Ex: Tamiz 10 = 2,000 mm de abertura da 
malha; 
 
Tamiz 20 = 0,840 mm; 
 
Tamiz 40 = 0,420 mm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B.4- MEDIDAS DE PESO 
 
Primeiramente devemos falar um pouco 
sobre conceitos de peso e massa: 
enquanto massa é a quantidade de 
matéria que um corpo qualquer possui, o 
peso depende da ação da força da 
gravidade e, muda de acordo com o lugar 
do universo que o corpo se encontra. 
Meu sonho seria me pesar na Lua... 
Como estamos na Terra, estes conceitos 
devem ser conhecidos, mas podem ser 
esquecidos já que os corpos estarão 
sempre recebendo a mesma ação da 
gravidade, podemos dizer que massa e 
peso são os mesmos. 
 
São medidas feitas em equipamentos 
especiais (balanças) com sensibilidades 
diferenciadas para cada necessidade: 
 
Analítica – até 0,0001 g 
 
Semi-analítica – até 0,01 g 
 
Granatária – até 0,1 g 
 
 
 
 balança granataria 
 
 
 
 
 
 
balança semi analítica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
balança analítica 
 
 
 
 
 
B.5- MEDIDAS DE VOLUME 
 
Em laboratório utilizamos diversos tipos 
de vidraria para medir volumes de 
líquidos. Podem ser de medida grosseira 
( copos de Béquer, erlenmeyer), ou mais 
precisa (pipetas graduadas, pipetas 
volumétricas, cálices, buretas). 
 
Existem medidas comparativas, ou seja, 
volumes que correspondem a 
determinado padrão. 
 
Ex: 1 ml = 20 gotas de água destilada 
 
 
B.6- MEDIDAS DE DENSIDADE 
 
Densidade é a medida de 
correspondência entre peso e volume. É 
expressa pela formula : 
 
D = m / v ( massa / volume) 
 
Considerando esta expressão 
matemática, claramente se observa que 
não teremos densidades iguais. Existem 
tabelas que nos fornecem as densidades 
para cada líquido, considerando 
determinadas temperaturas. A 15 °C, a 
densidade da água é igual a 1, ou seja: 1 
grama de água equivale a 1 ml de água. 
 
Facilmente podemos determinar a 
densidade de qualquer líquido. Basta 
verificarmos determinado volume de 
líquido, não importa quanto seja. E depois 
disso determinarmos seu peso com o uso 
de uma balança. O valor desse peso, ou 
massa, dividido pelo volume que ele 
ocupa, resultará num valor expresso em 
g/ ml que chamamos de densidade. 
 
Exercícios de fixação ajudarão a entender 
melhor as inúmeras possibilidades de uso 
da medida de densidade. 
 
C - OPERAÇÕES QUÍMICAS 
 
Constituem um conjunto de operações 
que modificam as características 
químicas e muitas vezes físicas das 
substancias. Através das operações 
químicas, podemos obter muitas 
substâncias medicamentosas ou ainda 
facilitar a obtenção de muitas formas 
farmacêuticas. 
 
Enumeramos a seguir, as principais 
operações químicas empregadas em 
farmácia: 
 
C.1- Combinação direta​: certas 
substancias tem a capacidade de se 
combinarem formando novos compostos 
quando em contato. Esta reação de 
combinação direta pode ser realizada a 
frio ou a quente. Algumas reações 
produzem muito calor, são chamadas de 
exotérmicas. 
 
C.2- Oxidação​: consiste em se fazer com 
que uma substancia reativa aja sobre 
outra provocando o ganho de oxigênio. 
 
Entre as substâncias oxidantes mais 
empregadas podemos citar: Ácido nítrico, 
ácido sulfúrico, água oxigenada, 
permanganato de potássio. São utilizadas 
para transformar sulfato ferroso em 
férrico ou cloreto mercuroso em 
mercurico, por exemplo. 
 
C.3- Redução​: reação inversa à 
oxidação, empregando por exemplo 
agentes redutores com o ácido sulfuroso, 
ou através do calor aumentando a 
reatividade do carvão como adsorvente 
de umidade. 
 
C.4- Saponificação​: Fazendo-se reagir 
certos ácidos com álcalis, chegamos a 
substancia denominadas sabões. Um 
exemplo disso é a reação entre ácido 
esteárico e hidróxido de amônio, 
resultando em um sal denominado 
estearato de amônia, utilizado em sabões 
medicinais. 
 
5. ESTABILIDADE DAS 
PREPARAÇÕES 
FARMACÊUTICAS 
 
As causas gerais de alterações de um 
produto farmacêutico, podem ser geradas 
por influencia de fatores físicos, químicos 
e biológicos. 
 
5.1- AGENTES FÍSICOS: 
 
5.1.1 – CALOR – Favorece a 
evaporação, contribuindo desta maneira 
para a alteração de certos medicamentos. 
A evaporação de substancias químicas 
voláteis, como éter, álcool e clorofórmio, 
não constituem uma alteração, pois o 
produto final resultante é igual ao inicial. 
Porem uma tintura que sofra processo de 
evaporação do álcool que contem, o 
produto final resultará alterado. O calor 
acelera também processos de oxidação. 
 
5.1.2- FRIO​: Apesar de ser um excelente 
agente conservador, pode em certos 
casos ser causa de alterações dos 
medicamentos. Assim, os óleos 
essenciais, podem sofrer modificações na 
sua composição, traduzidas pro 
precipitação ou cristalização de certos 
constituintes. 
 
Óleos de oliva, rícino, fígado de bacalhau, 
essência de rosas, são exemplos de 
substâncias que podem sofrer alterações 
por ação do frio. 
 
5.1.3- LUZ ​: Pode influenciar nas 
alterações dos medicamentos, causando 
modificações das características físicas e 
químicas de uma substancia ou produto 
farmacêutico. 
 
5.2- AGENTES QUÍMICOS: 
 
As modificações sofridas pelos 
medicamentos sobre influencia de 
agentes químicos, podem ser causadas 
por fatores inerentes à composição do 
próprio medicamento. 
 
Entre estes, podemos citar: 
 
5.2.1- NATUREZA DOS RECIPIENTES: 
 
Os recipientes utilizados tanto na 
manipulação como para conservação e 
dispensação, devem ser escolhidos de 
acordo com a composição do produto. 
Assim, recipientes metálicos ( chumbo, 
ferro, cobre, zinco) não podem ser 
utilizados na preparação ou na 
dispensação de medicamentos ácidos, 
pois os mesmos reagem com o material 
do recipiente dando origem a produtos 
secundários muitas vezes tóxicos. 
 
Por esta razão, os medicamentos ácidos 
são preferencialmente embalados em 
recipientes de vidro. O próprio vidro deve 
ser devidamente escolhido, através de 
ensaios, pois podem apresentar certos 
inconvenientes, dependendo do caso. 
 
5.2.1- AR ATMOSFERICO: 
 
Os constituintes do ar: oxigênio, CO2, 
NH4, O3, bem como a umidade, 
representada pelo vapor de água, 
intervém cada um por si ou 
associando-senas alterações 
medicamentosas. O N existente no ar é 
inerte. 
 
Um exemplo pode ser a ação do CO2 
que em presença do Cianureto de 
potássio, o decompõe liberando ácido 
cianídrico. Sais de chumbo 
transformam-se pouco a pouco em 
carbono sob a ação do CO2 no ar. 
 
5.3- AGENTES BIOLÓGICOS: 
 
Os agentes biológicos que podem 
produzir modificações nos medicamentos 
são organismos vivos: animais ou 
vegetais, ou ainda os fermentos solúveis 
produzidos por esses organismos. Entre 
os agentes biológicos capazes de 
provocar alterações são: insetos, 
bactérias, algas, fungos e leveduras. 
 
5.4– USO DE ANTIOXIDANTES 
 
A principal medida que se deve tomar 
para evitar os processos de oxidação e 
auto-oxidação é a adição de 
catalisadores nos ativos (anti-oxidantes). 
Os antioxidantes são substancias 
altamente oxidáveis que introduzidos em 
um meio, competem e reagem antes da 
substancia principal, para protegê-la. 
 
Um anti-oxidante ideal deve possuir as 
seguintes propriedades: 
 
1. ​Efetiva e prolongada ação 
anti-oxidante; 
 
2. ​Solubilidade ou fácil dispersabilidade 
nas concentrações utilizadas; 
 
3.​ ​Atoxidade na concentração utilizada; 
 
4. ​Não modificar as características do 
produto (cor, odor e sabor); 
 
5. ​Ser isento de ação terapêutica e não 
interferir na ação terapêutica do 
medicamento na concentração 
empregada; 
 
6.​ ​Não causar incompatibilidades; 
 
7.​ ​Ser de baixo custo; 
 
Principais antioxidantes: ácido ascórbico, 
benjoim (resina ou pó), compostos 
sulfurados, ésteres do ácido galico, 
tocoferois. 
 
6. FÓRMULA 
FARMACÊUTICA 
 
A composição de uma fórmula 
farmacêutica compreende a utilização de 
fármacos ou princípios ativos, e 
excipientes que podem atuar como 
coadjuvantes técnicos e terapêuticos, 
veículos (para formas líquidas e 
semi-solidas) e excipientes (para formas 
sólidas). 
 
6.1- FÁRMACO OU PRINCÍPIO 
ATIVO: 
 
É o agente responsável pela ação 
farmacológica do medicamento. Os 
princípios ativos são classificados em 
função de vários aspectos, como: classe 
química, classe terapêutica, alvo 
molecular ou especificidade. 
 
Quanto à ​especificidade, existem 
apenas duas classes: a dos fármacos 
específicos e a dos inespecíficos: 
 
Específicos: Correspondem à maioria dos 
mais de sete mil fármacos constantes no 
arsenal terapêutico, tais como 
analgésicos e antiinflamatórios, os 
agentes cardiovasculares, 
anti-histamínicos, hormônios, agentes 
antiparasitários diversos etc. 
 
Inespecíficos: São em número bastante 
reduzidos. Não atuam seletivamente 
sobre determinados receptores. A ação 
farmacodinâmica desta classe depende 
apenas de suas propriedades 
físico-químicas, sendo estes pouco 
vulneráveis às modificações estruturais. 
Entre os fármacos inespecíficos mais 
comumente manipulados temos os 
anti-sépticos, rubefascientes, 
adstringentes, emolientes, umectantes, 
hidratantes, queratoplasticos, 
queratoliticos e cáusticos. 
 
6.2- EXCIPIENTES 
 
Excipientes são substancias empregadas 
como complemento para os princípios 
ativos. Possibilitam a obtenção de formas 
farmacêuticas estáveis, eficazes e 
atraentes. 
 
Características de um excipiente ideal: 
 
- Não interagir com o fármaco 
 
- Não interagir com o material de 
embalagem 
 
- Não ser tóxico, sensibilizante, irritante 
 
- Disponibilizar o fármaco 
 
- Estabilizar a forma farmacêutica (física, 
química, microbiológica) 
 
A escolha do excipiente é baseada na 
característica do fármaco e da forma 
farmacêutica (F.F.) escolhida. 
 
6.2.1- EXCIPIENTES PARA FORMAS 
FARMACÊUTICAS SÓLIDAS (pós, 
comprimidos, cápsulas) 
 
DILUENTE 
 
- Substancia inerte utilizada como agente 
de enchimento para criar volume 
desejado, as propriedades de fluxo e as 
características de compressão nas 
preparações de comprimidos e cápsulas. 
 
Ex: Lactose, Manitol, Amido, Celulose 
microcristalina 
 
AGLUTINANTE 
 
- Substancias utilizadas para causar 
aderência nas partículas facilitando a 
confecção de comprimidos 
 
Ex: Amido, Amido pré-gelatinizado, PVP ( 
Povidona ou Polivinilpirrolidona), 
metilcelulose, Aerosil (celulose 
microcristalina) 
 
DESAGREGANTE 
 
- Promovem o rompimento da massa 
sólida em partículas menores que se 
dispersam ou dissolvem mais 
rapidamente 
 
Ex: Explocel , Explotab ( nomes 
comerciais de celuloses que agem por 
expansão ao se umedecerem) 
 
LUBRIFICANTES 
 
- Utilizados para diminuir o atrito na 
fluidez do material 
 
Ex: Estearato de Magnésio, Estearato de 
Cálcio,Talco 
 
AGENTE DE REVESTIMENTO 
 
- Utilizados para recobrir comprimidos 
evitando a decomposição do fármaco, 
mascarar sabor e odor, alterar o perfil de 
liberação do fármaco, proteger o fármaco 
da ação do TGI. 
 
Ex: Açúcar, Ethocel (Etilcelulose), 
Eudragit (nome comercial) 
 
6.2.2- EXCIPIENTES PARA FORMAS 
FARMACÊUTICAS LIQUIDAS ( 
SOLUÇÕES , SUSPENSÕES) 
 
VEICULO 
 
- Agente carreador de substancias 
farmacêuticas, utilizado em líquidos orais 
e parenterais 
 
Ex: água, misturas hidroalcoolicas, 
xarope, oleaginosos ( óleo de amendoim, 
de gergelim, mineral) 
 
AGENTE DE AUMENTO DE 
VISCOSIDADE 
 
- Usado para alterar a consistência de 
uma formulação, fornecendo maior 
resistência ao escoamento 
 
Ex: ácido algínico, goma adraganta, 
metilcelulose, PVP, alginato de sódio 
 
AGENTE SUSPENSOR 
 
-Usado para diminuir a velocidade de 
sedimentação das partículas dispersas 
em um veiculo, onde não são solúveis 
 
Ex: caulim, metilcelulose, CMC, HMC 
 
AGENTE ACIDIFICANTE E 
ALCALINIZANTE 
 
- Substancias utilizadas para acidificar ou 
alcalinizar o meio com o objetivo de 
fornecer a estabilidade ao fármaco 
 
Ex: Acidificantes: ácido acético, ácido 
cítrico, ácido fumarico 
 
Alcalinizante : hidróxido de sódio, 
trietanolamina, dietanolamina 
 
6.2.3- EXCIPIENTES PARA FORMAS 
FARMACÊUTICAS SEMI SOLIDOS 
(CREMES, POMADAS, GEIS, LOÇÕES) 
 
VEICULO 
 
- Agente carreador de substancias 
farmacêuticas, utilizados em cremes, 
géis, pomadas e loções 
 
Ex: Pomadas: Hidrófobos: vaselina, 
parafina, óleos vegetais, ceras 
 
Aquo-oleosos: lanolina, álcool cetilico 
 
Gel : água, álcool etílico, propilenoglicol, 
óleos vegetais 
 
AGENTE EMULSIFICANTE 
 
- Usado para promover a dispersão de 
partículas em um liquido no qual é 
imiscível 
 
TENSO ATIVOS 
 
– substancias que reduzem a tensão 
superficial entre óleo e água, permitindo a 
estabilização das emulsões 
 
Ex: lauril sulfato de sódio 
 
UMECTANTES 
 
– usados para evitar o ressecamento das 
formulações ( cremes e pomadas) devido 
a sua capacidade de reter água 
 
Ex: glicerina, propilenoglicol, sorbitol 
 
EMOLIENTES 
 
– substancias de amaciamento da 
camada córnea 
 
Ex: glicerina, propilenoglicol, ésteres 
graxos 
 
SUBESTANCIAS ESPESSANTES OU 
DE CONSISTENCIA 
 
- Usados para aumentar a consistência e 
dureza de cremes, géis e pomadas 
 
Ex: Cremes e Pomadas: parafina, álcool 
cetilico, ceras 
 
Géis (gelificantes) : polímero 
carboxivinilico (carbopol), polímero 
acrílico (permulen), gomas, 
hidroxietilcelulose ( natrosol) 
 
SEQUESTRANTES OU QUELANTES 
 
– Substancias que formam complexos 
estáveis com metais. Bastante utilizados 
em preparações liquidas. Metais pesados 
provenientes da dureza da água (Ca e 
Mg) 
 
ADSORVENTES 
 
– agente capaz de adsorver outras 
moléculas em sua superfície por ação 
química ou física. São utilizados como 
clarificantes em filtração. 
 
Ex: carvão ativo,celulose em pó 
 
6.2.4- EXCIPIENTES DE USO GERAL 
 
TAMPÃO 
 
- Substancia utilizada para manter o valor 
do pH de uma solução, loção ou creme 
 
Ex: fosfato de potássio, citrato de sódio 
 
ANTIOXIDANTES 
 
- Agentes que inibem a oxidação, pois 
atuam como concorrentes, ou seja, 
oxidam-se antes do ativo 
 
Ex: : Antioxidantes para sistemas 
aquosos: sulfito de sódio, metabissulfito 
de sódio, bissulfito de sódio, acido 
ascórbico, derivados da cisteina 
 
Antioxidantes para sistemas oleosos: 
palmitato de ascorbila, BHT 
(butilhidroxitolueno), vitamina E, 
 
CONSERVANTES 
 
- Substancias utilizadas em preparações 
liquidas e semi sólidas para prevenir o 
crescimento de fungos e bactérias 
 
Ex: Conservantes antifúngicos : acido 
benzóico, propilparabeno (nipazol), 
metilparabeno (nipagin) 
 
Conservantes antibacterianos: cloreto de 
benzalcônio, timerosal, fenol 
 
AGENTE LEVIGANTE 
 
- Substancias utilizadas como agente 
facilitador na redução do tamanho de 
partículas de fármacos por trituração 
 
Ex: glicerina, óleo mineral 
 
7. CÁLCULOS EM 
FARMACOTÉCNICA 
 
Para a preparação de fórmulas 
farmacêuticas, necessitamos 
constantemente de lançar mão de 
cálculos para chegarmos a quantidade 
correta de materiais a serem utilizados. 
Basicamente, utilizamos os seguintes 
tipos de cálculo: 
 
a- Conversão de unidades de medida 
 
b- Regra de três 
 
c- Porcentagem 
 
d- Cálculos utilizando densidade 
 
e- Cálculos utilizando concentração 
 
a- Conversão de unidades de 
medida: 
 
As principais unidades de medida de 
massa e volume empregadas nas 
fórmulas são: 
 
Unidades de massa: 
 
kg - quilograma 
 
g - grama 
 
mg - miligrama 
 
mcg ou µg – micrograma 
 
Unidades de volume: 
 
L - litro 
 
mL – mililitro 
 
cm³ - centímetro cubico 
 
Para se fazer as conversões de unidades, 
utilizamos a seguinte tabela de 
conversões: 
 
1 kg corresponde a 1.000 g 
 
1 g corresponde a 1.000 mg 
 
1 mg corresponde a 1.000 mcg ou µg 
 
Então: 
 
1 mg corresponde a 0,001 g 
 
1 g corresponde a 0,001 kg 
 
Da mesma maneira para volumes: 
 
1 L corresponde a 1.000 mL 
 
Então: 1 mL corresponde a 0,001 L 
 
Exemplos: 
 
260 mg = 0,26 g 
 
260 g = 0,26 kg 
 
260 g = 260.000 mg 
 
25 mL = 0,025 L 
 
250 mL = 0,25 L 
 
0,5 L = 500 mL 
 
b - Regra de três: 
 
A regra de três, é um método matemático 
pratico e muito utilizado para se 
determinar valores quando conhecemos 3 
valores entre 4, com até duas espécies 
de grandezas diferentes. Para explicar 
melhor, vamos a um exemplo prático: 
 
- Sabemos que a formula básica do 
xarope simples é igual a 850 g de açúcar 
para fazer 1.000 mL de xarope. Quanto 
tenho que pesar de açúcar para fazer 600 
mL de xarope? 
 
Para se calcular com regra de três 
devemos seguir alguns passos básicos: 
 
1- ​Preencher duas colunas de espécies 
de grandezas iguais com os valores que 
temos ou que necessitamos. 
 
Então temos : açúcar xarope 
 
850 g --------- 1.000 mL 
 
X --------- 600 mL 
 
2- ​Fazemos a montagem da formula para 
calculo multiplicando em cruz as colunas 
da etapa 1, 
 
X . 1.000 = 850 . 600 
 
3- ​Isolamos a incógnita para 
encontrarmos o valor que queremos, 
 
X = 850 . 600 
 
1.000 
 
então, X = 510 g de açúcar para 
fazermos 600 mL de xarope 
 
c - Porcentagem: 
 
É frequente a necessidade de uso de 
expressões que reflitam acréscimos ou 
reduções em preços, números ou 
quantidades, e para facilitar a 
visualização, convencionou-se utilizar a 
base 100 unidades para isso. Então, um 
valor completo, sempre será 100%. E as 
frações deste corresponderão a valores 
também correspondentes a base 100. 
 
Como exemplo, podemos dizer que: 
 
- uma solução a 5% de ibuprofeno, 
significa que temos 5 g de P.A. em cada 
100 mL da solução; 
 
- a solução fisiológica tem 9 g de Cloreto 
de Sódio para fazermos 1.000 mL de 
solução. Então, podemos dizer que, esta 
solução tem 0,9% de Cloreto de Sódio. 
 
d-​ ​Cálculos utilizando densidade: 
 
Utilizando a formula da densidade: D = m/ 
v, onde densidade expressa em g/ mL é 
dada dividindo-se a massa em gramas do 
produto pelo seu volume, em mL, 
ocupado, podemos facilitar um processo 
de produção farmacotécnica alterando a 
quantidade de uma matéria prima para 
peso ou volume, dependendo dos valores 
conhecidos ou da necessidade na própria 
formula. Por exemplo: 
 
Temos que fazer um xarope com uma 
quantidade de 100 mL de mel, e 
encontramos na embalagem a 
quantidade expressa em gramas. Como 
fazemos a correspondência deste volume 
de 100 mL para gramas? Lembrando que 
pela enorme densidade do mel, se 
utilizarmos um recipiente de medida de 
líquidos, teríamos dificuldade de retirar 
todo o conteúdo medido do mesmo pela 
retenção nas paredes. 
 
Então, podemos fazer esta transformação 
de duas maneiras: 
 
1- ​Conhecendo a densidade do mel 
através de tabela de livros 
especializados, cerca de 1,42 g/mL, a 
20°C com umidade de 18%. 
 
D = m/ v então, D = 1,42, volume (v) que 
necessitamos é 100 mL e a massa (m), é 
o que queremos. 
 
Substituindo os valores na formula, 
temos; 
 
1,42 = m / 100, usando a propriedade 
matemática de o sinal alterar quando se 
passa para o outro lado da expressão, 
temos: 
 
m = 1,42 x 100 ou m = 142 g. 
 
2- ​Não conhecendo antecipadamente a 
densidade: 
 
a- ​Tomamos um recipiente de medida 
precisa de volumes (proveta ou cálice), 
limpo e seco; 
 
b- ​Taramos esse recipiente em balança 
apropriada; 
 
c- ​Colocamos em seu interior, 
cuidadosamente para evitarmos que o 
mel aderido fique nas paredes, 
quantidade conhecida de mel, por 
exemplo 5 mL; 
 
d- ​Fazemos a leitura do peso indicado na 
balança, ou seja : 7,1 g; 
 
e- ​Substituímos este valor na formula da 
densidade e temos: 
 
D = 7,1 / 5 , temos Densidade do mel = 
1,42 g/mL 
 
f- ​Substituindo novamente na formula, 
agora deixando o valor da massa que 
queremos como incógnita, temos: 
 
1,42 = m / 100 , então: m = 1,42 x 100 
que nos dará 142 g de mel a serem 
pesadas para termos os 100 mL do 
produto necessários para nossa 
formulação. 
 
e-​ ​Cálculos utilizando concentração: 
 
Servem para determinarmos a 
porcentagem de um soluto em um 
solvente, por exemplo. 
 
Expressamos esta concentração de três 
maneiras diferentes: 
 
1- Concentração p/p ou peso/ peso: 
quando queremos determinar a 
quantidade em peso de um soluto em um 
diluente qualquer também expresso em 
peso. 
 
Exemplo: Qual a quantidade de Vitamina 
C que devemos pesar para se obter 100 
g de 
 
uma mistura a 30% p/ p em lactose? 
 
2- ​Concentração p/ v ou peso/ volume: 
quando queremos determinar a 
quantidade em peso de um soluto em um 
diluente qualquer agora expresso em 
unidade de volume. 
 
Exemplo: Se temos 10 g de dipirona 
dissolvidas em quantidade suficiente para 
se preparar 200 mL de solução, qual a 
concentração em porcentagem p/ v desta 
solução? 
 
3- ​Concentração v/ v ou volume/ volume: 
quando queremos determinar a 
quantidade agora em volume de um 
soluto em um diluente qualquer expresso 
em unidade de volume. 
 
Exemplo: Qual a concentração de uma 
solução de 10 mL de uma tintura de 
hamamelis, dissolvida em 50 mL de 
água? 
 
Uma outra possibilidade de calculo de 
concentração, é preparar um solução, 
partindo-se de outra de concentração 
conhecida, utilizando-se para issoa 
formula: 
 
Q1 x C1 = Q2 x C2 onde: 
 
Q1 = quantidade conhecida 
 
C1 = concentração conhecida 
 
Q2 = quantidade final a ser obtida após 
diluição 
 
C2 = concentração final após diluição 
 
Exemplo: Se 15 mL de uma solução 
aquosa de Vitamina C a 30% p/ v for 
diluída para 50 mL, qual será a 
concentração da solução final? 
 
Q1 = 15 mL 
 
C1 = 0,30 
 
Q2 = 50 mL 
 
C2 = ? 
 
Então: 15 x 0,30 = 50 x C2 onde 4,5/ 50 = 
C2 , então C2 = 0,09 ou 9% 
 
8. FORMAS 
FARMACÊUTICAS (F.F.) 
 
Terminologia: 
 
Droga: é toda substancia química capaz 
de modificar funções biológicas, com 
finalidade terapêutica ou não. 
 
Fármaco: é toda substancia capaz de 
alterar ou modificar as funções biológicas 
com a finalidade terapêutica. 
 
Tóxico: é a droga ou fármaco utilizado de 
maneira adversa à finalidade terapêutica. 
 
Medicamento: é o produto farmacêutico 
tecnicamente obtido ou elaborado com 
finalidade de: 
 
- reposição (ex: hormônios, vitaminas) 
 
- profilática (ex: creme dental com flúor) 
 
- curativa (ex: antimicrobianos) 
 
- paliativa (ex: analgésicos – curam o 
efeito, mas não a causa...) 
 
- contraceptiva (Ex: pílulas 
anticoncepcionais) 
 
- diagnostica (ex: contrastes radiológicos) 
 
Obs: A farmacocinética estuda 
quantitativamente a cronologia dos 
processos de administração, absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção 
das drogas. 
 
8.1- FORMAS FARMACÊUTICAS 
SOLIDAS 
 
PÓS​: 
 
São misturas de fármacos com 
adjuvantes em forma seca, finamente 
divididos, que podem ser utilizados como 
estão, para preparação de outros 
fármacos ou serem utilizados em outras 
F.F. tais como cápsula. 
 
GRANULADOS: 
 
Pós muito finos trazem inconvenientes 
em algumas operações com maquinas, 
por exemplo, de compressão, pois não 
conseguem preencher corretamente as 
matrizes (ou espaços da câmara de 
compressão responsáveis pela forma dos 
comprimidos que conhecemos), por 
serem por vezes muito leves, 
ocasionando grandes variações de peso 
nos mesmos e, consequentemente, 
diferenças em sua dosagem. 
 
Além disso, produzem bolhas internas 
nos comprimidos, que ocasionam seu 
rompimento no momento da expulsão da 
maquina de compressão. 
 
Por estas razões, utilizamos uma 
granulação previa que tem por finalidade 
obter aglomerados de partículas 
(grânulos) os quais fornecem mais 
facilidade na alimentação das matrizes de 
compressão. 
 
Podem ser obtidas de duas maneiras: 
granulação seca e granulação úmida. 
 
1-​ ​Granulação seca: 
 
Consiste na prensagem previa dos pós 
finos com o objetivo de se obter uma 
placa resistente do pó, que após 
passagem por um fragmentador (item 
B.1.2) e por tamises (item B.3) para 
uniformização do tamanho dos grânulos, 
são levados ao processo seguinte de 
produção. 
 
2-​ ​Granulação úmida: 
 
Estando os ingredientes da formula 
pulverizados e tamisados, procedemos a 
sua homogeneização através de um 
almofariz ou de misturadores em caso de 
volumes maiores. Após perfeitamente 
misturados, passamos a fase de adição 
do agente umedecedor. 
 
O agente umedecedor ou granulante é 
originariamente água, álcool ou outro 
solvente apropriado. No entanto, somente 
utilizando-se água ou álcool, ao secarmos 
a mistura, não obtemos uma consistência 
ideal para mantê-la após a fragmentação 
e a tamisação. Para isso, geralmente 
adicionamos ao agente umedecedor 
pequenas quantidades de um aglutinante, 
que pode ser amido ou uma celulose. 
 
Com esta adição, o pó toma a 
consistência de uma massa, que, ao ser 
passada por um granulador (ou 
fragmentador), obtemos grânulos 
menores úmidos. 
 
Este granulado será tratado por um dos 
métodos de secagem que tivermos ao 
nosso dispor. Normalmente utilizamos 
uma estufa, e dispomos o granulado em 
bandejas, submetendo-o a uma 
temperatura máxima de 60 °C, por um 
tempo de 12 a 24 horas até que este 
esteja completamente seco. 
 
O granulado é passado novamente por 
tamis com abertura desejada para o 
tamanho do granulo que precisamos para 
continuidade de nosso processo. 
 
COMPRIMIDOS: 
 
São F.F. sólidas obtidas por compressão 
da mistura de pós ou granulado, 
contendo fármaco e adjuvantes. Cada 
unidade contem uma dose determinada 
do fármaco e pode ser de uso oral, 
sublingual, subcutâneo ( de liberação 
programada), vaginal (óvulos). É 
produzido pela ação de uma pressão 
muito grande imprimida em dois cunhos 
de metal denominados punções, que dão 
a forma ao comprimido, tendo ao centro o 
pó suficiente para esse comprimido 
dentro de uma matriz também de metal. 
 
 
 
 
Vantagens: - baixo custo 
 
- facilidade de aplicação (não necessita 
de pessoal especializado) 
 
- dosificação precisa por unidade 
posológica 
 
- mascaramento de sabores 
 
desagradáveis 
 
- comprimidos mastigáveis 
 
- comprimidos efervescentes 
 
Desvantagens: - necessita de 
equipamento e ferramental especifico e 
caro. 
 
Exemplo: 
 
Comprimido de Ácido Acetilsalicílico 500 
mg (analgésico, antitérmico) 
 
Ácido Acetilsalicílico granulado fino 500 
mg 
 
Avicel (celulose microcristalina) 50 mg 
 
Amido de milho 50 mg 
 
DRAGEAS​: 
 
F.F. sólidas, que consistem em um 
comprimido recoberto por uma camada 
gastro-resistente e diversas camadas de 
xarope de açúcar, ceras e outros 
adjuvantes a fim de preservar o núcleo da 
ação do ar, luz, umidade, etc. É uma 
técnica que exige um treinamento muito 
especial para sua confecção, atualmente 
muito caro para sua utilização competitiva 
com outras formas farmacêuticas de 
proteção ao produto, tais como os 
comprimidos revestidos. 
 
 
 
 
 
 
 
COMPRIMIDOS REVESTIDOS: 
 
F.F. sólidas recobertas de uma camada 
de solução de celulose que preserva o 
núcleo com uma das três finalidades: 
 
1- Proteger o comprimido da ação da luz. 
Ex: Nifedipino se modifica quimicamente 
sob ação da luz branca. As operações 
com este produto são feitas sob luz 
amarela; 
 
2- Proteção organoléptica. Ex: 
Ciprofloxacina é extremamente amarga e 
impediria seu uso; 
 
3-Proteção gástrica: revestimento 
entérico para que o comprimido apenas 
se dissolva no intestino delgado, onde 
seu principio ativo será absorvido. 
 
O processo de revestimento é 
semelhante ao drageamento, 
utilizando-se os mesmos equipamentos 
de aplicação e secagem dos núcleos, 
com a diferença de que neste processo o 
tempo de produção é de 
aproximadamente 4 horas, ao passo que 
um drageamento pode durar até 3 dias, 
dependendo do produto que estamos 
trabalhando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPRIMIDOS EFERVESCENTES: 
 
Esta F.F. exige uma área controlada para 
sua produção com temperatura constante 
e umidade do ar baixa para evitarmos a 
produção extemporânea de gases. As 
matérias primas empregadas produzem 
CO2 em contato com água, e são de 
escolha quando o paciente não consegue 
engolir o comprimido integro. Outra 
vantagem desta F.F. é que o P.A. já 
chega dissolvido no local de absorção do 
organismo. Como desvantagem, 
podemos citar a necessidade de um 
recipiente com água para a dissolução da 
F.F. Podemos encontrar no mercado 
GRANULADOS EFERVESCENTES, ou 
seja, utilizamos o granulado feito e 
aviamos ao paciente, que o utiliza 
dispondo o produto com colher medida. 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: Comprimido efervescente de 
Vitamina C 
 
Ácido Acetilsalicilico pó fino 400 mg 
 
ÁcidoAscorbico 240 mg 
 
Bicarbonato de sódio 1420 mg 
 
Carbonato de sódio 200 mg 
 
Ácido Citrico 850 mg 
 
Ciclamato de sódio 30 mg 
 
Sacarina Sodica 80 mg 
 
Aroma de Limão 20 mg 
 
Misturar todos os componentes e levar 
para compressão direta 
 
PASTILHAS​: 
 
CONCEITO: São preparações 
farmacêuticas de consistência sólida, 
destinadas a dissolverem-se lentamente 
na boca. São preparadas por moldagem 
de uma massa plástica constituída, na 
maioria das vezes, por mucilagem e/ou 
açúcar associado a princípios ativos. 
 
 
 
 
TIPOS: 
 
A- Com grande quantidade de açúcar e 
mucilagens. Feita a frio. 
 
B- Com elevado teor de goma. Feita a 
quente. 
 
C- Sem mucilagem, somente açúcar 
(pouco usada). 
 
D- Contendo gelatina (glico-gelatina) 
 
Exemplo: Pastilhas tipo Valda: Uso int. 
 
Eucaliptol 0,5 g Mentol 0,01 g Tintura de 
salsaparilha 5,0 g Glicerina 12,5 g Goma 
arábica 300 g Açúcar em pó 200 g Água 
destilada 300 g 
 
TÉCNICA: Dissolva o eucaliptol na tintura 
e junte o mentol e a glicerina. À parte 
dissolva a goma na água e filtre. A esta 
mucilagem adiciona-se o açúcar e 
concentra-se em banho maria até 
consistência de xarope muito espesso. 
Acrescente ao xarope formado a solução 
contendo o eucaliptol, o mentol e glicerina 
e lance em moldes lubrificados com óleo 
de amêndoas. Secar na estufa a cerca de 
40°C. 
 
COMPRIMIDOS SUBLINGUAIS​: 
 
Os medicamentos administrados por 
baixo da língua (i.e. sublinguais) são úteis 
quando é necessária ao mesmo tempo 
uma resposta rápida e uma 
auto-administração. O medicamento entra 
rapidamente na circulação sanguínea 
através das células delicadas que 
delineiam a boca, evitando portanto o 
efeito de primeira-passagem dos 
comprimidos que são engolidos. Um 
exemplo é a nitroglicerina, que é 
administrada por via sublingual para a 
angina e peito. 
 
 
 
 
 
 
 
CAPSULAS​: 
 
F.F. que empregam os P.A. e adjuvantes 
sob forma de pó ou granulado são 
colocados em um recipiente de gelatina 
com tamanhos equivalentes a dose 
necessária para uma administração do 
medicamento. Podem ser “duras” 
compostas de gelatina rígida em duas 
partes: corpo e tampa que são utilizadas 
para pós e granulados, e “moles” com 
gelatina mais maleável em duas partes 
soldadas para uso com formas líquidas 
ou pastosas (neste caso o equipamento 
necessário é especifico e muito caro). 
Existem empresas especializadas neste 
preparo de cápsulas moles e muitos 
fabricantes terceirizam esta produção. 
 
 
Cápsula gelatinosa dura 
 
 
 
 
 
Cápsula mole 
 
 
 
 
 
 
 
CÁPSULAS DURAS 
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Cápsulas duras : 
 
Vantagens: 
 
- Administração de fármacos de sabor 
desagradável ou nauseosos; 
 
- Invólucros facilmente digeríveis; 
 
- Liberação rápida do fármaco após 
deglutição; 
 
- Fácil deglutição: formato e elasticidade; 
 
- Forma de dosificação precisa; 
 
- Fácil produção em pequena escala; 
 
- Variedade de tamanhos; 
 
- Produção mais simples; 
 
- Não necessitam de equipamentos 
sofisticados para seu uso; 
 
- Possuem varias cores, o que facilita na 
identificação do medicamento; 
 
Desvantagens: 
 
- São menos resistentes que os 
comprimidos e podem se abrir expondo 
ou com perdas do produto contido, 
prejudicando o tratamento; 
 
- Rapidez de liberação do fármaco; 
 
- Não fracionáveis; 
 
- Espaço para estocagem; 
 
- Sensíveis à umidade. 
 
 
SUPOSITÓRIOS: 
 
 
 
São F.F. cuja preparação emprega 
matérias primas que, na temperatura 
ambiente são sólidas, e quando 
colocadas no corpo (aprox.37 ºC) se 
dissolvem ou fundem. Cada medicamento 
é desenhado para uma doença específica 
e para uma via de administração 
específica. Seu tamanho varia entre 3 e 5 
cm, com cerca de 1,2 a 4 g de peso. Os 
supositórios, podem ser desagradáveis 
quanto ao uso, mas são úteis sempre que 
se deseja um efeito local - por outras 
palavras, sempre que se pretende que o 
medicamento seja utilizado para tratar 
alguma alteração a nível do reto. Os 
supositórios também são úteis quando 
uma pessoa se sente nauseada ou com 
vómitos, ou não pode tomar 
medicamentos pela boca. 
 
A porção terminal do reto possui a 
faculdade de absorver rapidamente os 
medicamentos devido a grande 
quantidade de capilares que a circunda. 
 
 
 
 
 
 
Indicações: - pacientes com emese 
(problemas de vômito); 
 
- crianças ou idosos; 
 
- pacientes desacordados ou com pouca 
coordenação. 
 
Exemplo : Supositório de Glicerina (para 
prisão de ventre) 
 
Gelatina em folha 4 g 
 
Glicerina 21 g 
 
Água destilada 5 g 
 
Parafina liquida para lubrificar as formas 
 
Modo de preparo: 
 
1-​ ​Cortar a gelatina de pedaços 
 
2-​ ​Adicionar a água destilada 
 
3- ​Aquecer em B.M. até formar uma pasta 
liquida e uniforme 
 
4-​ ​Em outro recipiente aqueça a glicerina 
 
5- ​Adicionar a glicerina à mistura de água 
e gelatina, mexendo até uniformização 
 
6- ​Lubrificar os moldes com a parafina 
líquida 
 
7-​ ​Fechar o molde e colocar a mistura 
 
8-​ ​Levar a geladeira 
 
ÓVULOS: 
 
São formas sólidas geralmente de 
formato ovoide, que, como os 
supositórios, se fundem ou liquefazem a 
temperatura do corpo, diferenciando 
deles por serem administrados no interior 
da vagina. Esta forma é de escolha para 
aplicação local de medicamentos 
específicos para tratamento local de 
enfermidades. 
 
8.2- FORMAS FARMACÊUTICAS 
LIQUIDAS 
 
SOLUÇÕES: 
 
São preparações que contem um ou mais 
fármacos dissolvidos em água, podendo 
ser administrados por via enteral ou 
parenteral. 
 
- SOLUÇÕES DE USO ORAL 
(ENTERAL): por via oral temos as 
soluções orais e as gotas. Ex: Dipirona. 
 
Esta F.F. necessita para seu emprego, 
informação sobre o volume a ser 
administrado para a dose necessário para 
o tratamento e, equipamento para esta 
medida. Normalmente utilizamos objetos 
que temos facilmente à mão, tais como 
talheres de cozinha. A tabela de 
correspondência abaixo nos mostra estes 
valores: 
 
Correspondências volumétrica: 
 
Colher de café 2 ml 
 
Colher de chá 5 ml 
 
Colher de sobremesa 10 ml 
 
Colher de sopa 15 ml 
 
Conta-gotas oficial = 20 gotas de água 1 
ml 
 
- SOLUÇÕES DE USO CONJUNTIVAL : 
Ex: Colírio Moura Brasil 
 
A conjuntiva, é uma forma de 
administração de medicamentos muito 
importante, pois sendo muito 
vascularizada, leva rapidamente o 
principio ativo à corrente sanguínea. 
Mesmo protegida fisiologicamente pelas 
lágrimas, os cuidados na manipulação 
destas F.F. devem ser altos. Condições 
da manipulação, envase e ensaios de 
controle de qualidade para garantir um 
produto estéril devem ser levados em 
conta. 
 
- SOLUÇÕES DE USO RESPIRATÓRIO: 
Ex: “bombas spray” de dilatadores 
bronquiais 
 
São soluções que apresentam como 
característica o aumento da capacidade 
de entrada de ar nos pulmões. Sua 
manipulação é simples, como qualquer 
solução. Sua principal diferença esta no 
material de embalagem que tem uma 
capacidade de provocar uma 
“nebulização” nomomento do 
acionamento da válvula de descarga do 
liquido. 
 
- COLUTÓRIOS: 
 
Soluções de aplicação tópica na cavidade 
oral ou nas porções superiores da 
faringe. São geralmente compostas por 
princípios ativos com características 
antissépticas, utilizadas para 
 
bochechos, gargarejos ou tratamento de 
afecções bucais tais como aftas. 
(recomenda-se não serem deglutidas) 
 
-XAROPES: 
 
São preparações liquidas aquosas, 
viscosas (com grande quantidade de 
açúcar), podendo conter um ou mais P.A. 
além de coadjuvantes (flavorizantes, 
corantes, edulcorantes). São F.F. 
estáveis, pois tem uma alta 
hipertonicidade devido a quantidade de 
açúcar presente, impedindo o 
crescimento bacteriano. Comumente, 
quando se fala em xarope, pensamos 
imediatamente em um produto contra a 
tosse. Na maioria das vezes estamos 
corretos, mas existem outros 
medicamentos, tais como antibióticos e 
anti-inflamatórios, por exemplo, que 
utilizam xaropes como corretores de 
sabor. 
 
Os xaropes classificam-se em simples e 
medicamentosos. 
 
a- ​Xaropes simples: resultam da 
dissolução de sacarose em água 
destilada ou purificada. Servem como 
base para produção de xaropes 
compostos e entram como excipiente 
para complemento de fórmula ou como 
corretivos de sabor agindo como 
edulcorantes. 
 
Observação: Formula básica de Xarope 
Simples = 850g açúcar / 1000 ml de 
solução 
 
Formula base de xarope para diabéticos: 
 
Goma adraganta 1,5 g 
 
Glicerina 6,0 g 
 
Sacarina sódica 0,1 g 
 
Metilparabeno 0,1 g 
 
Água q.s.p. 100,0 mL 
 
b- ​Xaropes medicamentosos: resultam da 
inclusão de uma ou mais substâncias 
medicamentosas. 
 
Exemplo: Xarope de codeína 
(antitussígeno) 
 
Fosfato de codeína 3 g 
 
Água destilada 10 mL 
 
Xarope simples q.s.p. 1.000 mL 
 
Observações práticas: 
 
- Na fabricação de xarope de vitaminas, 
deve-se utilizar sorbitol ao invés de 
sacarose devido as reações de oxidação 
que podem surgir; 
 
- Verificar sempre antes de administrar se 
o paciente não é diabético; 
 
A glicerina aumenta a viscosidade da 
mistura e é bom conservante para o 
produto; 
 
- Se necessário, acrescentar um 
tensoativo, como o polissorbato ( ou 
tween) 80, porem neste caso não utilizar 
Nipagin pois existe incompatibilidade 
entre os dois. 
 
ELIXIRES E TINTURAS: 
 
São fármacos dissolvidos em álcool e 
água, agradáveis ao paladar. O álcool 
melhora a estabilidade do P.A. 
 
Observação: a) Elixir é uma preparação 
farmacêutica líquida hidro alcoólica, 
açucarada ou glicerinada, destinada ao 
uso oral e contendo substâncias 
aromáticas e medicamentosas. Deve 
conter, no mínimo, 20% de álcool e, 
quando açucarada, no mínimo 20% de 
açúcar. 
 
b) Tintura é o resultado de uma extração 
hidro alcoólica de princípios ativos de 
uma planta através de um dos métodos 
conhecidos, a saber: 
 
1- ​Maceração: consiste em se colocar um 
vegetal em contato com um liquido 
extrator hidro alcoólico, com 
concentração de 30, 50 ou 70%, por um 
período que varia de acordo com as 
partes da planta que estamos extraindo, 
de 24 horas a 7 dias; 
 
2- ​Percolação: processo que consiste em 
se fazer primeiro a maceração da planta, 
em seguida procede-se ao gotejamento 
desse liquido, em uma velocidade de 10 a 
20 gotas por minuto, e simultaneamente 
adiciona-se o mesmo volume do liquido 
extrator utilizando um equipamento 
denominado percolador. Recolhe-se o 
liquido percolado até que não se note 
mais cor de extração no líquido que sai. 
 
EMULSÕES: 
 
São preparações obtidas pela dispersão 
de duas fases liquidas imiscíveis ou 
praticamente imiscíveis ( água e óleo), 
com a utilização de um agente 
emulsificante (tensoativo), que quebra a 
tensão superficial entre os líquidos 
produzindo a emulsão. Temos dois tipos 
de emulsão conhecidos conforme a 
orientação da mistura entre hidrofilia 
(compatibilidade com a água) e lipofilia 
(compatibilidade com o óleo): 
 
1- Sistema O/A – onde a fase dispersa é 
o óleo (óleo em água). São utilizadas 
para administração de medicamentos por 
via oral 
 
2- Sistema A/O – onde a fase dispersa é 
a água (água em óleo). São empregadas 
apenas para uso externo. 
 
Teoria da emulsificação: 
 
A emulsificação e a estabilização de uma 
mistura de líquidos extemporaneamente 
imiscíveis, depende de muitos fatores tais 
como: 
 
- Agentes emulgentes, sua hidrofilia ou 
lipofilia; 
 
- Tamanho e distribuição das partículas 
dispersas; 
 
- Relação entre o volume das duas fases, 
a dispersa e a dispersante; 
 
Quando dois líquidos imiscíveis, por 
exemplo, óleo e água, são agitados 
juntos, um deles se dispersa 
temporariamente no outro, separando-se 
em curto prazo de tempo. 
 
Este processo de separação se dá 
porque as forças moleculares de coesão 
de cada liquido, são superiores as forças 
de adesão existentes entre eles. 
 
Assim, quando dispersamos um liquido 
em outro não miscível, aumentamos 
consideravelmente a área superficial do 
mesmo, e em consequência disso, 
obtemos um sistema com energia 
superficial muito elevada. 
 
A aumento da área superficial e o 
acréscimo da energia são o bastante para 
fazer com que o sistema seja instável e 
as gotículas dispersas apresentem uma 
tendência a se unirem novamente. Esta 
tendência de união denomina-se 
COALESCENCIA. 
 
Portanto, para obtermos uma emulsão 
estável, precisamos necessariamente o 
uso de substancias emulsificantes. 
 
Estes agem de 4 formas distintas: 
 
1- ​Teoria das viscosidades: Explica a 
estabilização das emulsões através de 
um agente que aumente a viscosidade do 
sistema, constituindo um obstáculo 
mecânico à coalescência; 
 
2- ​Teoria da hidratação: Proposta por 
Fischer, esta teoria diz que só se obtém 
uma emulsão estável quando o liquido 
que serve como estabilizador ou 
emulsionador, é um composto hidratado. 
Esta teoria apresenta um aspecto 
verdadeiro, pois se consegue boa 
estabilidade de emulsões O/ A mediante 
emprego de emulsificantes hidratados. 
 
3- ​Teoria da tensão interfacial: Os 
agentes emulgentes reduzem a tensão 
superficial existente entre os dois líquidos 
imiscíveis, favorecendo a emulsificação; 
 
4- ​Teoria da película absorvida: Neste 
caso, os agentes emulsificantes, em 
virtude de suas características químicas, 
envolvem as gotículas com uma película 
multimolecular que evita o fenômeno da 
coalescência. 
 
Principais agentes emulsificadores: 
 
a-​ ​Emulgentes naturais: 
 
- gema de ovo 
 
- leite de amêndoas 
 
b-​ ​Agentes tensoativos; 
 
- goma arábica 
 
- pectina 
 
- gelatina 
 
- agar-agar 
 
- metilcelulose 
 
- Álcoois (cetílico, etílico, estearílico) 
 
- Polietilenoglicóis 
 
- Laurilsulfato de sódio 
 
Principais requisitos de um bom 
emulsificante: 
 
- Reduzir a tensão superficial de maneira 
eficaz; 
 
- Ser melhor solúvel na fase externa do 
que na interna, de modo que a absorção 
possa formar a membrana elástica em 
torno das gotículas dispersas; 
 
- Dar à emulsão uma viscosidade 
adequada; 
 
- Emulsionar pelo menos 4 partes de um 
liquido por unidade de emulsificante. 
 
Exemplo: Emulsão de Benzoato de 
benzila a 30% (Acaricida) 
 
Uso tópico 
 
Benzoato de benzila 30 g 
 
Trietanolamina 0,6 g 
 
Ácido esteárico 2 g 
 
Água q.s.p. 100 mL 
 
SUSPENSÕES: 
 
Dispersão de partículas solidas do 
fármaco em um liquido aquosono qual 
ele é insolúvel. São extemporâneas, ou 
seja, preparadas para uso imediato. 
Normalmente no comercio, encontramos 
esta F.F. com instruções na bula da 
forma de preparo antes do uso do 
medicamento. 
 
Ex: - Suspensão de Amoxicilina 
(AMOXIL) para via oral; 
 
- Suspensão de Penicilina Benzatina 
(BENZETACIL) para via intramuscular 
 
Uma boa suspensão deve possuir 
determinadas qualidades, a saber: 
 
- Os medicamentos insolúveis devem ser 
constituídos por partículas de dimensões 
uniformes e reduzidas, de modo a não 
sedimentarem rapidamente, permitindo 
uma satisfatória uniformidade na dose; 
 
- As partículas que se depositam no 
fundo do recipiente não devem 
aglutinar-se formando um bloco 
consistente, para que voltem a 
ressuspender por agitação simples; 
 
- A preparação não deve ser 
excessivamente viscosa, para que possa 
ser retirada com facilidade pela boca do 
frasco que a contem; 
 
Deve possuir sabor e odor agradável, 
quando destinadas a via oral. 
 
Principais agentes suspensores: 
 
- goma arábica 
 
- goma adraganta 
 
- bentonita 
 
- metilcelulose 
 
- alginato de sódio 
 
- carboximetilcelulose 
 
- spans 
 
- tweens 
 
Propriedades de um bom agente 
suspensor: 
 
- deve ser atóxico e isento de 
propriedades terapêuticas; 
 
- deve ser compatível com as substancias 
medicamentosas; 
 
- deve ser eficaz em pequenas 
quantidades; 
 
- deve fornecer suspensões estáveis por 
um período relativamente longo, isto é, 
deve reduzir a aglomeração das 
partículas dispersas e aumentar o tempo 
de sedimentação; 
 
- deve evitar a formação de blocos 
consistentes entre as partículas, 
favorecendo a re-suspensão de forma 
homogênea por leve agitação. 
 
Vantagens no uso: 
 
- principio ativo insolúvel nos veículos 
utilizados; 
 
- podemos melhorar o sabor e o odor; 
 
- maior estabilidade (podemos fazer a 
colocação do liquido suspensor no 
momento do uso); 
 
- retarda a absorção de injetáveis. 
 
Exemplo : 
 
Suspensão de enxofre (uso externo) 
 
Aplicação: pele e cabelo para regular 
glândulas sebaceas 
 
Enxofre precipitado 5 g 
 
Glicerina 5 g 
 
Polissorbato 80 10 gotas 
 
Solução alcoolica de canfora 10 g 
 
Polietilenoglicol 20 g 
 
Água destilada 60 mL 
 
8.3 – FORMAS SEMI-SOLIDAS 
 
Destinadas à aplicação sobre a pele e 
mucosas visando ação local ou 
penetração cutânea 
 
POMADAS, CREMES, GÉIS E PASTAS: 
 
São constituídas de base monofásica na 
qual são dispersos os fármacos sólidos 
ou líquidos. São bases aquosas quando 
cremes ou pastas (quando mais 
espessos pela maior quantidade de 
sólidos em dispersão) e base oleosa 
quando pomadas. 
 
POMADAS: 
 
São F.F. de consistência mole, com ponto 
de fusão próximo ou superior a 37 ºC, 
destinados a ser estendidas sobre a pele 
ou mucosas. 
 
Do ponto de vista farmacológico, pedem 
se classificar em: 
 
1- ​Pomadas de ação superficial: Podem 
atuar como protetoras de epiderme, 
frente a agentes externos. Agem como 
protetoras da ação da luz, 
preferentemente a base de vaselina. 
Podem atuar como adstringentes, ou 
como emolientes. Podem ainda agir como 
queratolíticos, destruindo capas córneas 
(contra calosidades). 
 
2- ​Pomadas de ação penetrante: São 
aquelas cujos princípios ativos tem de 
penetrar na pele para exercer sua ação 
medicamentosa. A escolha do excipiente 
dependera fundamentalmente de que 
haja ou não continuidade da pele, na 
natureza do P.A. e da própria afecção 
que se deseja combater. 
 
Quando se aplica sobre a pele integra, 
devemos usar substancias lipossolúveis. 
 
3- ​Pomadas absorvíveis: São aquelas 
que atuam na profundidade, porem se 
diferenciam das anteriores pois seus P.A. 
passam para a circulação sanguínea ou 
linfática. 
 
Características de um excipiente para 
pomadas: 
 
- Organolépticas: consistência e 
viscosidade adequada ao tipo de pomada 
que se deseja preparar. Facilidade de 
lavagem e odor agradável; 
 
- Físicas: capacidade de admissão, 
retenção ou cessão da água incorporada; 
reação neutra ou ligeiramente acida; 
capacidade de incorporação de 
medicamento lipo e hidrossolúvel e 
facilidade de cede-los no local da 
aplicação; 
 
- Químicas: compatível com os 
medicamentos incorporados e boa 
estabilidade frente aos agentes externos; 
 
- Farmacológicos: não deve modificar ou 
interferir na ação terapêutica que se 
procura; indiferença com respeito à pele, 
ou seja : nem irritante, nem desidratante. 
 
Exemplo: Pomada de Hidrocortisona 
 
Hidrocortisona 1 g 
 
Lanolina 5 g 
 
Laurilsulfato de sódio 1 g 
 
Vaselina q.s.p. 30 g 
 
f.s.a. 
 
CREMES: 
 
Forma farmacêutica semi-sólida que 
consiste de uma emulsão,formada por 
uma fase lipofílica e uma fase aquosa. 
Contém um ou mais princípios ativos 
dissolvidos ou dispersos em uma base 
apropriada e é utilizado normalmente 
para aplicação externa na pele ou nas 
membranas mucosas. 
 
São F.F. com excipientes emulsivos do 
tipo O/ A ou A/ O, para uso externo, que 
podem ou não conter P.A. . 
 
Os cremes podem ser: 
 
1- Emolientes: 
 
 
 
GÉIS: 
 
São constituídos de líquidos estruturados 
a partir de agentes gelificantes. Podem 
ser: 
 
- Géis Hidrofóbicos ; parafina liquida 
gelificada com polietileno ou óleos 
gordurosos gelificados com sílica coloidal, 
sabões de alumínio ou zinco 
 
- Géis Hidrofílicos: incorporação de 
agentes gelificantes (derivados de 
celulose, polímeros carboxivinilicos, etc) 
água, gliceriol ou propilenoglicos 
 
- Orabase: base emoliente(pectina, 
gelatina e carboximetilcelulose sódica em 
base polietileno e óleo mineral) 
 
Exemplo de formula de gel base 
 
Carbopol 1 g 
 
Nipagin 0,1 g 
 
Água destilada 100 mL 
 
8.4 – FORMAS FARMACEUTICAS 
DE LIBERAÇÃO PROGRAMADA 
 
- Sistemas terapêuticos transdermicos 
(patches). Ex: colantes para liberação de 
nicotina 
 
- Dispositivos intra-orais de liberação 
lenta. Ex: Adalat Oros, Antibióticos de 
uma dose diária 
 
8.5- Produção de Produtos Estéreis 
 
Introdução 
 
O conceito de esterilidade refere-se a 
total ausência de formas viáveis capazes 
de reprodução. Com conhecimento atual 
estatístico há conhecimentos quanto à 
afirmação absoluta de esterilidade dos 
produtos. 
 
Segundo as farmacopeias, a condição de 
esterilidade de um produto deve ser 
considerada com base no fato que o 
mesmo tenha sido processado em 
condições ótimas e que o resultado de 
uma amostra representativa, submetida 
ao teste, indique a ausência de 
micro-organismos viáveis. 
 
A característica de esterilidade foi 
inicialmente requerida em produtos para 
uso parenteral. Mais recentemente, após 
inúmeros casos de infecções advindas de 
terapias oftálmicas e posterior 
constatação da má qualidade destes 
produtos quanto ao aspecto microbiano, 
foi exigido que estes também sejam 
estéreis. 
 
2. Formas Farmacêuticas que são ou 
podem ser Estéreis: 
 
→ Soluções (Colírios, por exemplo); 
 
→ Suspensões; 
 
→ Injetáveis em geral; 
 
→ Emulsão; 
 
→ Pomadas Oftálmicas. 
 
3. Processos de obtenção de Produtos 
Estéreis 
 
Diversos aspectos, quer no âmbito 
produtivo ou analítico, levam ao controle 
dos produtos estéreis tem início com a 
avaliação das matérias-primas, passa 
pelo processo, ambiente e equipamento, 
de forma a permitir que sejam 
asseguradas as condições de reduzido 
potencial de falha, que será então 
detectado num sistema analítico

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