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PROGRAMA ESTRATÉGIA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL

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FACULDADE ANHANGUERA DE SOROCABA
 WLAVIANY MONTEIRO CRUZ
 NUTRIÇÃO NOTURNO
NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA OBSTÉTRICA E PEDIATRICA
- Programa Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil
- NBCAL
- RDC42, RDC43, RDC44, RDC46, RDC47
 SOROCACA/SP
 MAIO/2020
PROGRAMA ESTRATÉGIA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL
Introdução
Segundo dados da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas capitais Brasileiras e Distrito Federal em 2008, o Brasil apresenta baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo entre as crianças menores de seis meses de idade, baixa duração do aleitamento materno total, introdução precoce de alimentos e hábitos alimentares não saudáveis na idade de 6 a 12 meses. A alimentação saudável nos primeiros anos de vida inclui a prática do aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e completando com a introdução de alimentos em tempo oportuno e de qualidade até dois anos de idade ou mais. Resultam em inúmeros benefícios para a saúde da criança, como a prevenção de doenças, infecções, desnutrição e deficiências de ferro, zinco e vitamina A, e reduzem as chances de desenvolver obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis que podem ocorrer posteriormente.
O que é?
O Ministério da Saúde apresenta uma minuta de portaria, que institui a Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar no Sistema Único de Saúde (SUS) – Estratégia Amamenta Alimenta Brasil (EAAB) lançado em 2012. A Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil é resultado da integração de duas ações: A Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para Alimentação Complementar Saudável (ENPACS) e foi construída de forma conjunta entre Coordenação – Geral de Alimentação e Nutrição/Departamento de Atenção Básica (CGAN/DAB) e a Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno/Departamento de Ações Programáticas e Estratégias (CRIALM/DAPES), ambas pertencentes à Secretária de Atenção à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde.
Objetivo
- Qualificar as ações de promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável para crianças menores de dois anos de idade;
- Aprimorar as competências e habilidades dos profissionais de saúde para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar como atividade de rotina das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
O que se pretende?
- Incentivar a orientação alimentar como atividade de rotina nos serviços de saúde;
- Contemplar a formação de hábitos alimentares complementar em tempo oportuno e de qualidade;
- Respeitar a identidade cultural e alimentar das diversas regiões brasileiras;
- Contribuir com a melhora no perfil de saúde e nutrição das crianças com a diminuição de deficiências nutricionais, baixo peso e excesso de peso.
Desenvolvendo o projeto:
A implantação e implementação da estratégia deve realizar-se por meio de ações que visam garantir o alcance dos objetivos e a efetividade da proposta.
a) Formação de facilitadores: os facilitadores são profissionais representantes das coordenações estaduais ou municipais de alimentação e nutrição e da saúde da criança responsáveis por formar os tutores da EAAB em seus âmbitos de atuação.
b) Formação de tutores: os tutores são profissionais responsáveis por disseminar a estratégia e oferecer apoio para o fortalecimento, o planejamento, a implementação e a avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável nas UBS, bem como de outras demandas identificadas. A iniciativa deve se dar de forma contínua, com base nos princípios da educação crítico-reflexiva. A formação de tutores deverá contar com o apoio institucional previsto pelo nível local e/ou estadual;
c) Realização de oficinas de trabalho nas UBS: têm por objetivo discutir, juntamente com as equipes de Atenção Básica, a prática do aleitamento materno e alimentação complementar saudável no contexto do processo de trabalho das UBS; incentivar a elaboração de ações para promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável, de acordo com a realidade local; e estimular a construção das relações de cooperação entre a equipe e os diferentes níveis de atenção, por meio do apoio matricial e da construção de linhas de ação. Essas oficinas são realizadas com o apoio do tutor da EAAB. 
d)Acompanhamento nas UBS: após a realização da primeira oficina de trabalho na UBS, o tutor ficará responsável por apoiar a(s) equipe(s) de Atenção Básica, de pelo menos uma UBS, na elaboração, desenvolvimento e execução de um plano de ação para fortalecimento das ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável. Para isso, propõe-se que os tutores realizem, de acordo com a realidade local, outras oficinas de trabalho na UBS e/ou atividades complementares;
e)Monitoramento: o monitoramento tem como objetivo acompanhar de forma periódica e permanente o processo de implementação da estratégia e redirecionar as ações propostas para atender e superar as metas preestabelecidas. Será realizado por dois sistemas: o Sistema de Gerenciamento da Estratégia e o Sistema de Informação da Atenção Básica
Porque a estratégia é importante?
- Apesar de alguns avanços, os dados de amamentação estão distantes das metas preconizadas pela OMS e MS;
- Pesquisas mostram baixo percentual de Amamentação Exclusiva (2006);
- É preocupante o consumo de alimentos não saudáveis em crianças pequenas;
- Introdução precoce de alimentos;
- Alto percentual de consumo de alimentos não saudáveis (bolachas, biscoitos, refrigerantes, salgadinhos e doces).
Tutores
O tutor é responsável por: Apoiar, fortalecer, planejar, acompanhar e avaliar as ações de promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno e Alimentação Complementar nas Unidades Básicas de Saúde, com base nos princípios da educação crítico- reflexivo de maneira contínua.
- Visitas dos tutores às UBS sob sua responsabilidade de acordo com necessidade/demanda.
- Após a primeira oficina é importante que o tutor agende, de acordo com a necessidade local, oficinas para tratar sobre manejo do AM; alimentação complementar; SISVAN e plano de ação.
Para a realização das oficinas de trabalho em UBS
A CVN disponibiliza os seguintes materiais técnicos:
- Dez passos para uma alimentação saudável para crianças menores de dois anos;
- Receitas regionais para crianças de 6 a 24 meses;
- Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para menores de dois anos (guia alimentar para o profissional da saúde na atenção básica).
O que é a NBCAL?
A Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) é um conjunto de normas que regula a promoção comercial e a rotulagem de alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e crianças de até 3 anos de idade, como leites, papinhas, chupetas e mamadeiras. O seu objetivo é assegurar o uso apropriado desses produtos de forma que não haja interferência na prática do aleitamento materno. 
Porque ela existe?
O objetivo do programa é melhorar os índices de aleitamento materno e a qualidade de vida das crianças, reduzindo a desnutrição e a mortalidade infantil no Brasil. Apesar de vários estudos demonstrarem os benefícios da amamentação, a prática do aleitamento exclusivo por seis meses e continuado por dois anos ou mais não é universal. O período dos seis meses aos dois anos de idade é essencialmente marcado pelo crescimento e desenvolvimento acelerado.
Problemas de alimentação nessa etapa da vida podem trazer várias consequências, entre elas a desnutrição, obesidade e maior frequência de doenças infecciosas.
Investir seriamente na política de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno assegura os direitos da criança previstos na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente.
A NBCAL é uma das estratégias dessa política. Ela se originou do compromissoque o Brasil assumiu na Assembleia Mundial de Saúde de 1981, conjuntamente com outros 118 países, de implementar o Código Internacional de Mercadização de Substitutos do Leite Materno. Respeitar o regulamento não é apenas cumprir a legislação, mas contribuir para a promoção do aleitamento materno, ajudar a reduzir os índices de desnutrição e mortalidade infantil e garantir crianças mais saudáveis para o nosso país.
Definições (de acordo com a Lei Nº 11.265/06)
Apresentação especial - qualquer forma de apresentação do produto relacionada à promoção comercial que tenha por finalidade induzir a aquisição ou venda, tais como embalagens promocionais, embalagens de fantasia ou conjuntos que agreguem outros produtos não abrangidos por esta Lei;
Criança de primeira infância ou criança pequena - criança de 12 (doze) meses a 3 (três) anos de idade;
Destaque - mensagem gráfica ou sonora que visa a ressaltar determinada advertência, frase ou texto aquilo que ressalta uma advertência, frase ou texto;
Exposição comercial - qualquer forma de expor um produto de modo à destacá-lo dos demais, no âmbito de um estabelecimento comercial, tais como vitrine, ponta de gôndola, empilhamento de produtos em forma de pirâmide ou ilha, engradados, ornamentação de prateleiras e outras definidas em regulamento;
Lactente - Criança com idade até 11 (onze) meses e 29 dias;
Promoção comercial - é o conjunto de atividades informativas e de persuasão procedente de empresas responsáveis pela produção ou manipulação, distribuição e comercialização com o objetivo de induzir a aquisição ou venda de um determinado produto.
Quais os produtos regulados pela NBCAL?
Fórmula infantil para lactentes - é o produto em forma líquida ou em pó destinado à alimentação de lactentes até o 6°(sexto) mês, sob prescrição, em substituição total ou parcial do leite materno ou humano, para satisfação das necessidades nutricionais desse grupo etário (LEI N°. 11 265/06).
Fórmula de nutrientes apresentada ou indicada para recém-nascido de alto risco - composto de nutrientes apresentado e ou indicado para suplementar a alimentação de recém-nascidos prematuros e ou de alto risco.
Fórmula infantil de seguimento para lactentes - produto em forma líquida ou em pó utilizado, por indicação de profissional qualificado, como substituto do leite materno ou humano, a partir do 6° (sexto) mês (LEI N°, 11265/06).
Alimento à base de cereais para lactentes e crianças de primeira infância - qualquer alimento à base de cereais próprio para a alimentação de lactentes após o 6° (sexto) mês e de crianças de primeira infância, respeitando e sua maturidade fisiológica e seu desenvolvimento neuropsicomotor (LEI N°11265/06).
Alimento de transição para lactentes e crianças de primeira infância - qualquer alimento industrializado para uso direto ou empregado em preparado caseiro, utilizado como complemento do leite materno ou de fórmulas infantis, introduzido na alimentação de lactentes e crianças de primeira infância com o objetivo de promover uma adaptação progressiva aos alimentos comuns e propiciar uma alimentação balanceada e adequada às suas necessidades,
respeitando-se sua maturidade fisiológica e seu desenvolvimento neuropsicomotor (LEI N°. 11265/06).
Outros alimentos ou bebidas à base de leite ou não, quando comercializados ou de outra forma apresentados como apropriados para a alimentação de lactentes e crianças de 1ª infância - qualquer alimento pode ser enquadrado nesta categoria, a sua inclusão depende se seu consumo é indicado, direto ou indiretamente, para crianças menores de 3 anos no rótulo
ou na promoção comercial.
Leites em geral - leites fluidos, leites em pó, leites modificados, similares de origem vegetal (LEI N°. 11265/06) e leites de diversas espécies animais.
O que acontece se a NBCAL não for cumprida?
Em caso de descumprimento da NBCAL, as infrações serão apuradas em Processo Administrativo iniciado com a lavratura de Auto de Infração. A Lei nº 6.437/1977 configura as infrações à Legislação Sanitária Federal e estabelece suas respectivas sanções.
As infrações sanitárias serão punidas, alternativa ou cumulativamente, com as penalidades de: (a) Advertência; 
 (b) Multa; 
 (c) Inutilização de produto;
 (d) Interdição; 
 (e) Suspensão de venda do produto; 
 (f) Cancelamento de registro de produto;
 (g) Proibição de propaganda;
 (h) Imposição de mensagem retificadora; 
 (i) Suspensão de propaganda e publicidade.
A pena de multa consiste no pagamento das seguintes quantias:
(a) Infrações leves, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 75.000,00 (setenta e cinco
mil reais);
 (b) Infrações graves, de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) a
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);
 (c) Infrações gravíssimas, de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). Em caso de reincidência as multas serão aplicadas em dobro.
A responsabilidade pela infração sanitária cabe a quem, de forma direta ou indireta, tenha lhe dado causa ou para ela tenha contribuído.
Em cada esfera de Governo (Federal, Estadual, Municipal e Distrital) a Vigilância Sanitária possui um órgão competente para o julgamento dos Processos Administrativos instaurados por suas Autoridades Sanitárias. No caso da Anvisa, o órgão competente é a Procuradoria Geral Federal, em conformidade com o disposto no artigo 10, § 2°, da Lei nº 10.480/2002.
RDC
RDC 42, 2011: Estabelece o regulamento técnico de compostos de nutrientes para alimentos destinados a lactentes e a crianças de primeira infância. Este regulamento estabelece a lista de compostos de nutrientes que podem ser usados em alimentos para fins especiais destinados a lactentes e a criança de primeira infância, incluindo fórmulas infantis.
RDC 43, 2011: Estabelece o regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes. Fórmula infantil para lactentes é o produto, em forma liquida ou em pó, utilizado sob prescrição, especialmente fabricado para satisfazer, por si só as necessidades nutricionais dos lactentes sadios durante os primeiros seis meses de vida (5 meses e 29 dias). 
RDC 44, 2011: Estabelece o regulamento técnico para fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância. Fórmula infantil de segmento para lactentes e crianças de primeira infância é o produto em forma liquida ou em pó, utilizado quando indicado para lactentes sadios a partir do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos (11 meses e 29 dias) e para crianças de primeira infância sadias ( crianças de 12 meses até 3 anos de idade, ou seja , até os 36 meses), constituindo – se o principal elemento liquido de uma dieta progressivamente diversificada. 
RDC 45, 2011: Estabelece o regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas e fórmulas infantis de segmento para lactentes e crianças de primeira infância destinada a necessidades dietoterápicas específicas.
Fórmula infantil para lactentes destinada a necessidades dietoterápicas específicas é aquela cuja composição foi alterada ou especialmente formulada para atender por si só, às necessidades específicas decorrentes de alterações fisiológicas e/ou doenças temporárias ou permanentes e/ou para a redução de risco de alergias em indivíduos predispostos de lactentes até o sexto mês de vida (5 meses e 29 dias). 
RDC 46, 2011: Estabelece o regulamento técnico de aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia para fórmulas infantis destinadas a lactentes e crianças de primeira infância. Este regulamento se aplica às fórmulas infantis para lactentes, às formulas infantis de segmentos para lactentes e crianças de primeira infância, as fórmulas para lactentes destinadas as necessidades dietoterápicas específicas e aos alimentos similares especialmente formulados para lactentes e crianças de primeira infância comercializados no país.

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