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Filosofia Geral e do Direito II

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Filosofia Geral e do 
Direito II 
 
Giulia D. Mazzer 
 
Giulia Mazzer 
 
1 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO I – Apresentação do Conteúdo Pág. 02 
CAPÍTULO II – Jusnaturalismo Pág. 03 
CAPÍTULO III – Direitos Naturais e Direitos Humanos Pág. 06 
CAPÍTULO IV – Rudolf Stammler Pág. 07 
CAPÍTULO V – Giorgio Del Vecchio Pág. 09 
CAPÍTULO VI – Juspositivismo Pág. 11 
CAPÍTULO VII – Hans Kelsen Pág. 12 
CAPÍTULO VIII – Miguel Reale Pág. 16 
CAPÍTULO IX – Noberto Bobbio Pág. 17 
CAPÍTULO X – Pós Positivismo Pág. 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giulia Mazzer 
 
2 
 
CAPÍTULO I 
1. APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DO SEGUNDO TERMO 
O conteúdo será voltado para a Teoria do Direito e não mais para uma base tão filosófica; Serão estudados 
autores que fizeram estudos mais voltados para o Direito. 
1.1 O que é o Direito? 
1.2 Jusnaturalismo: sua importância para os Direito Naturais, Direitos Humanos, Direitos Fundamentais, 
Direitos da Personalidade. 
1.3 Jus positivismo e suas vertentes: escrito, eclético, ético (é o que nos orienta atualmente na aplicação do 
Direito) 
2. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
2.1 Curso de Filosofia do Direito – Eduardo Bittar; Filosofia do Direito – Paulo Nader; Filosofia do Direito – 
Miguel Reale; Teoria Pura do Direito – Hans Kelsen; A Luta Pelo Direito – Rudolf Von Ihering; Teoria 
Tridimensional do Direito – Miguel Reale. 
4. INTRODUÇÃO AO CONTEÚDO 
4.1 O que é o Direito? Pensar o que é o Direito depende de responder essa pergunta segundo algumas 
premissas, assim, todas as vezes que respondemos essa pergunta deveremos começar respondendo “De acordo 
com (...) o Direito é...”. Exemplo: De acordo com o jusnaturalismo Direito é o que serve para tutelar o homem 
em sua natureza ontológica dando-lhe tudo aquilo que lhe é pertencente por natureza (para Locke era vida, 
liberdade e propriedade; já para Rousseau era vida, liberdade e igualdade). Já na perspectiva jus positivista o 
Direito é um conjunto de normas que regulam a convivência em sociedade. Enquanto no ju positivismo 
eclético o Direito é lei e fato social, pois o Direito está exposto nas leis, mas ele é fruto daquilo que surge no 
seio das relações sociais, então se as relações sociais mudam precisa-se mudar o que está escrito nas leis, sob 
pena de haver injustiça, pois se o Direito regula convivência e a convivência se da de uma forma diferente as 
leis precisam mudar, já que aqueles que são destinatários das leis mudaram também, o Direito surge do que a 
sociedade representa e as leis emanam dessas relações sociais. 
4.1.1 Positivismo Estrito: leis criadas por autoridade competente que vão moldar a sociedade e a sociedade 
vai se adequar a essas leis; Jus Positivismo Eclético: a sociedade se manifesta em seus costumes e esses 
costumes são apresentados como forma de contrato social, sendo as leis produto das relações e não as relações 
produto das leis. 
4.1.2 Para Miguel Reale o Direito é fato, valor e norma. 
4.2 Justo é Jurídico? Não, pois nem sempre as decisões tomadas são obtidas através verdades tidas como 
verdadeiras. 
4.2.1 Jurídico é aquilo que o Direito trabalha 
4.2.2 Qual é a verdade em um processo? É a verdade que é apresentada no processo, que não necessariamente 
será verdadeira 
4.2.3 O justo está na lei? Em regra, o objetivo da lei, filosoficamente, é estabelecer o bem comum, a justiça. 
4.3 Dogmática Jurídica: a perspectiva dogmática jurídica aponta para o Direito a partir do prisma da 
legalidade, ou, o Direito enquanto norma. Dentro dessa perspectiva dogmática nós temos um ponto de partida 
inquestionável, onde nós partimos de um ponto que vai estruturar toda a nossa teoria e quando essa teoria for 
questionada a mesma cairá por terra. 
4.3.1 Dogma: uma verdade absoluta. 
 
Giulia Mazzer 
 
3 
 
4.4 ELEMENTOS DE VALIDADE DO DIREITO 
4.4.1 Vigência: a) vigência da norma é quando ela começa a ser aplicada dentro da sociedade, lei vigente é a 
lei que entrou em vigor, quando ela pode ser aplicada a casos concretos, quando ela recebe o atributo de 
obrigatoriedade; b) antes de entrar em vigor a lei passa pelo prazo de vacância, que é o prazo que se tem para 
a lei poder ser apresentada para a sociedade, e adaptada por ela. 
4.4.1.1 Para se ter uma lei vigente e obrigatória precisa-se de 03 passos, que são: 
4.4.1.1.1 Autoridade Competente: a) Competência nesse caso significa o recebimento de uma 
atribuição/função para praticar determinado ato; b) Competência Jurídica é o recebimento de atribuições para 
praticar determinado ato, e quem dá essa competência é uma lei/norma; c) Exemplo: Quem tem competência 
para prender pessoas é a polícia. Quem tem competência para julgar no plano judicial é o juiz, já no plano 
administrativo pode-se ter um conselho administrativo; c) Para que se tenha lei válida é necessário a existência 
de uma autoridade competente para cria-lá. 
4.4.1.1.2 Autoridade Competente em Razão da Matéria: a) Exemplo: um vereador, mesmo sendo 
autoridade competente, não tem competência em razão da matéria para criar uma Emenda Constitucional, tem 
competência para criação de leis no âmbito municipal. 
4.4.1.1.3 Respeito aos Procedimentos Legais: a) Não se pode fazer uma Emenda Constitucional a partir de 
um Decreto do presidente, ou a partir de Medida Provisória, pois dentro dos procedimento legais só é 
permitido Emenda Constitucional a partir de um Projeto de Emenda Constitucional que for aprovado por 3/5 
em dois turnos de cada casa. 
4.4.2 Eficácia Jurídica: a) Norma com eficácia jurídica é aquela norma que tem aptidão para produzir efeitos 
no mundo jurídico; b) Uma norma não tem eficácia jurídica quando a mesma for inconstitucional, por isso se 
tem o controle de constitucionalidade; c) Possiblidade de produzir efeitos no mundo jurídico; d) Atua no plano 
do “dever ser”, da norma. 
4.4.3 Efetividade (Eficácia Social): a) Atua no plano do “ser”, no plano do fato; b) Uma norma tem 
efetividade quando ela produz efeitos no fato, quando as pessoas respeitam aquela norma; c) Não existe norma 
efetivamente respeitada, por isso precisa-se de mecanismos de fiscalização (como a instalação de radares para 
que as pessoas respeitem o limite de velocidade); d) A efetividade está diretamente relacionada aos 
mecanismos de fiscalização; e) E não existe somente efetividade de leis jurídicas, mas há também de normas 
não jurídicas, como o Direito de Favela/Estado Paralelo, ou regras de uma tribo indígena. 
4.4.4 Legitimidade: a) Para Paulo Nader É a norma estar de acordo com os princípios que dão sustentação a 
ela, é a norma ter congruência com aquilo que da sustentação a ela; b) Exemplo: No nosso sistema o que dá 
sustentação à todo Ordenamento Jurídico é a Constituição Federal, se uma norma estiver em desconformidade 
com a Constituição ela não será legitima; c)Exemplo: Já no jusnaturalismo os princípios que dão sustentação 
aos Direitos Naturais é a natureza humana, valor intricito ao ser humano, perspectiva ontológica da pessoa, 
logo, o Direito terá legitimidade na postura jusnaturalista quando ele estiver de acordo com esses princípios 
que dão sustentação à proposta jusnaturalista. 
 
CAPÍTULO II 
1. JUSNATURALISMO 
O jusnaturalismo responde o que é Direito a partir do Direito Natural, uma forma de se analisar/ver o 
Direito a partir do Direito Natural; toda vez que falamos de jusnaturalismo falamos de direitos que vêm da 
condição humana; é uma proposta/corrente que estuda o Direito Natural, que responde o que é o Direito a 
partir do Direito Natural; é uma forma de enxergar o Direito a partir do Direito Natural; 
Giulia Mazzer 
 
4 
 
2. DIREITO NATURAL: tem origem na natureza humana e não na natureza divina; é um objeto de estudo 
do jusnaturalismo, onde se caracteriza como todo aquele Direito que emana da própria natureza humana, ou 
seja, ele considera a natureza humana. E esses direitos que estão na nossa condição humana representariam 
direitos ideais, os quais deveriam estar em toda constituiçãohumana (deveriam estar positivados), pois essas 
condições são condições para que se haja um direito justo, e partir disso o Direito Natural passa a ser critério 
para verificar se há justiça; Direito Natural considera a natureza humana como fonte de Direito; Esses Direitos 
Naturais estariam enraizados na própria natureza humana e representariam premissas/direitos ideais a serem 
buscadas por toda e qualquer legislação, que é tudo aquilo que deveria estar em qualquer legislação ou que 
deveria orientar qualquer atuação política para que houvesse justiça; são condições para que se obtenha o 
justo; o Direito Natural passa a ser critério para verificação de justiça ou da falta dela na legislação, ou seja, 
quando eu falo em Direito Natural eu teria necessariamente uma ordem dualista, quer dizer que de um lado 
tenho o Direito Natural e do outro lado tenho o Direito Positivo 
Jusnaturalismo Direito Natural 
Estuda e responde o que é o Direito a partir dos 
direitos que emanam da natureza humana, da 
condição humana (Direito Natural) 
 
Considera a natureza humana como fonte de Direito 
 
2.1 Direito Natural e a Consciência Individual: mesmo os Direitos Naturais não sendo positivados têm-se 
conhecimento deles a partir consciência individual que revelaria ao homem que direitos são esses. Pois se 
tenho uma ordem pressuposta pela origem (Direitos Naturais) vou ter conhecimento dela a partir da minha 
consciência individual. 
2.2 Direito Natural x Moral: quando falo de moralidade tem um âmbito de análise que admite um arbítrio 
só, já o Direito pressupõe vida coletiva, quando existe convivência ou existe dois ou mais arbítrios eu falo em 
Direito. Agora quando eu posso individualmente, sozinho/sem convivência, analisar uma premissa do que é 
bom ou ruim tenho moralidade. Os Direitos Naturais emanam como condição para convivência pacífica 
cognoscíveis pela consciência individual. 
DIREITO NATURAL MORAL 
02 ou mais arbítrios (pressupõe vida coletiva) 01 arbítrio 
 
2.3 Direito Natural x Direito Positivo: o Direito Natural passa a ser critério para verificação de justiça ou da 
falta dela na legislação, ou seja, quando eu falo em Direito Natural eu teria necessariamente uma ordem 
dualista, quer dizer que de um lado tenho o Direito Natural e do outro lado tenho o Direito Positivo. 
DIREITO NATURAL 
(Jusnaturalismo) 
DIREITO POSITIVO 
(Juspositivismo) 
Ordem Pressuposta da condição humana Ordem Posta que é apresentada pelo legislador 
Representa um Direito Ideal E tal Direito Ideal deveria estar representado 
aqui 
Universalidade 
(são universais, é para todo aquele que tem natureza 
humana) 
Particularidade 
(em cada lugar se tem uma forma de Direito 
Positivo) 
Imutabilidade 
(pois é extraído da natureza humana, que sempre é a 
mesma, logo não se altera) 
Mutabilidade 
(muda conforme o tempo, e o padrão de justiça 
mudará drasticamente) 
Natural Poder Normativo 
 
Conhecimento Pela Razão 
(consciência individual) 
Conhecimento Pela Positivação 
(conhecimento pela lei positivada, por isso há 
necessidade de publicação das leis no Diário 
Oficial da União) 
 Valoração Jurídica 
Giulia Mazzer 
 
5 
 
Valoração Natural 
(sei que ele é fundamental porque conheço 
naturalmente, valoro naturalmente esse direito, sei 
qual é o valor da minha vida, da minha liberdade) 
(conhecimento pela hierarquia normativa, e 
quanto mais vale maior será os mecanismos 
jurídicos para garantir efetividade desses direitos, 
ex: direito à vida. Quanto mais alto esse direito 
estiver na hierarquia normativa maior será seu 
valor para o ordenamento jurídico) 
 
2.4 Direitos Naturais x Direitos Humanos: temos Direitos Naturais reconhecidos em tratados, mas não são 
todos os direitos naturais que estão nesses tratados. 
DIREITOS NATURAIS DIREITOS HUMANOS 
Não precisam ser positivados para que existam Precisam de positivação para que existam 
 
São eminentes ao homem 
São os Direitos previstos nos Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos 
 
2.5 Direitos Naturais x Direitos Humanos x Direitos Fundamentais 
DIREITOS NATURAIS DIREITOS HUMANOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
São eminentes ao homem e não 
precisam ser positivados 
São os Direitos previstos nos 
Tratados Internacionais de 
Direitos Humanos 
Estão na Constituição Federal de 
cada nação 
 
2.6 Direitos Naturais x Direitos Humanos x Direitos Fundamentais x Direitos da Personalidade: os 
Direitos da Personalidade têm âmbito Civil, mas com a constitucionalização dos Direitos da Personalidade 
esses direitos ganham uma ampliação maior ainda. 
DIREITOS 
NATURAIS 
DIREITOS 
HUMANOS 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
DIREITOS DA 
PERSONALIDADE 
São eminentes ao 
homem e não 
precisam ser 
positivados 
São os Direitos 
previstos nos 
Tratados 
Internacionais de 
Direitos Humanos 
Estão na Constituição 
Federal de cada nação 
(estão no âmbito 
constitucional) 
 
Estão restritos aos códigos, 
sobre tudo o Código Civil 
 
3. DOUTRINA DO DIREITO NATURAL CONTEMPORÂNEA 
3.1 Quais aspectos definem a natureza humana? Racionalidade, Pessoalidade (um ser que se relaciona, que 
interage, um ser no mundo), Individualidade (marca quem eu sou na pessoalidade, preciso que minha 
individualidade seja marcada e respeitada), Autonomia. 
 
 
 
DIGNIDADE
RACIONALIDADE
PESSOALIDADE
INDIVIDUALIDADE
AUTONOMIA
Giulia Mazzer 
 
6 
 
CAPÍTULO III 
1. DIREITOS NATURAIS E DIREITOS HUMANOS: originalmente chamados de Direitos Naturais e 
após positivação recebem a nomenclatura de Direitos Humanos. 
2. DIMENSÕES DOS DIREITOS NATURAIS: denomina-se dimensão e não geração porque os direitos 
não se superam com o tempo, mas se complementam; dimensão é progressivo, é um progresso contínuo. 
Percebe-se o quão importante é importante e necessária a ampliação dos direitos e como vão acompanhando 
as necessidades em destaque de cada momento histórico. 
2.1 DIREITOS DE PRIMEIRA DIMENSÃO: direitos de liberdades públicas; momento contra o Antigo 
Regime. Cunho Negativo: pois aqui é que o Estado não faça tais coisas, não intervenção do Estado. 
Necessidades básicas. Titulares: homem livre e isolado (mulheres ficam de fora) 
2.2 DIREITOS DE SEGUNDA DIMENSÃO: direitos de igualdade; direitos sociais; direitos trabalhistas e 
previdenciários; prestações que o Estado tem que dar às pessoas, necessidade de prestações positivas que o 
Estado tem que dar para garantir determinados direitos. Cunho Positivo: porque aqui o Estado tem que fazer, 
intervenção do Estado. Titulares: grupos, como o dos trabalhadores. 
2.3 DIREITOS DE TERCEIRA DIMENSÃO: direitos de fraternidade e solidariedade; direitos de natureza 
coletiva e difuso, com a necessidade de proteção ao meio ambiente; Declaração Universal de 1948 e início na 
Carta da ONU de 1945. Titulares: seres humanos independente de qualquer coisa. 
2.4 DIREITOS DE QUARTA DIMENSÃO: direito à democracia; direito à informação; pluralismo político 
2.5 DIREITOS DE QUINTA DIMENSÃO: biodireito e bioética; direito à paz. 
2.6 DIREITOS DE SEXTA DIMENSÃO: direito à água potável; vão se ampliando as necessidades 
humanas. Volta-se a pensar em necessidades básicas, mas que foram assunto que ainda não foram tratados, 
como o direito à água potável. 
3. REALIDADE DOS DIREITOS NATURAIS: é um discurso ideológico que não se realiza 
completamente, apenas para quem tem capital, por vezes, faz parte de um sistema de dominação. Em outras 
palavras, os Direitos Naturais existem, porém sua efetividade está completamente condicionada à detenção de 
capital; Atualmente não sem pensa mais em positivar os Direitos Naturais, a preocupação na verdade está em 
cumprir esses direitos, pois esses direitos são violados o tempo todo, porque mesmo que os Direitos Naturais 
sejam reconhecidos ele não são efetivados. 
3.1 Ilha das Flores – Rio Grande do Sul: como pensar em Direitos Naturais a partir dessa realidade? 
3.1.1 Eles têm Direito constitucionalmente falando, assim como tem naturalmente falando (Direito Natural), 
mas não têm efetivamente falando.Hoje, pensar em Direitos Naturais é pensar em efetivá-los e não em 
declara-los. 
4. CARATER (NÃO) IDEOLÓGICO DOS DIREITOS NATURAIS: A Teoria Crítica afirma que os 
Direitos Naturais possuem um caráter ideológico. As declarações interessam para determinada classe, como 
por exemplo a propriedade que está colocada ali para dizer que é um direito de quem já tinha as terras 
(burguesia). 
5. Hoje o problema fundamental em relação aos Direitos do Homem, não é tanto de poder justifica-los, mas 
de protege-los e fazer com que se tornem efetivos. Trata-se de um problema não filosófico, mas político. 
Porque filosoficamente o Direito já crescer em muitos aspectos, mas não cresceu da mesma forma quando se 
trata da efetividade deles. 
6. Relação entre Direitos Naturais e Direitos Humanos: advêm da natureza humana e os direitos naturais 
sempre são mencionados em declarações de direitos humanos, como visto na Declaração de Direitos do 
Homem e do Cidadão (1789) 
Giulia Mazzer 
 
7 
 
CAPÍTULO IV 
1. RUDOLF STAMMLER 
2. INTRODUÇÃO 
Ele se encontra no processo de transferência entre jusnaturalismo e positivismo. Stammler trás noções 
de Direito e Justiça e se destaca por ser um autor hibrido; justamente por possuir raízes formalistas, como 
Kant, mas como também por trazer essas noções de Direito e Justiça. Não pode ser conceituado apenas como 
jusnaturalista ou juspositivista, justamente por estar nesse meio caminho; mesmo com grande densidade de 
sua teoria ser formal (característica do positivista). 
3. NEOKANTIANO 
Stammler é um neokantiano; isso significa que ele adota as ideias de Kant e adota ao seu tempo. 
Kant dizia que temos a apriori e a aposteiori. Mas o que será estudado nesse momento será somente a 
apriori, sendo ele uma estrutura formal que vai fundamentar todas as teorias de Kant, seja no conhecimento, 
na moralidade ou na dignidade. Logo, ao dizer que Stammler é um neokantiano significa dizer que Stammler 
fez uma releitura da apriori. Usando como estrutura formal que dá sustentação à experiência, que coordena 
aquilo que se vive na experiência, uma estrutura formal que é necessária para que a experiência seja percebida. 
Para Kant a Dignidade era apriorística; o homem tem dignidade porque ele tem autonomia, e isso o 
torna legislador dele mesmo, e quer dizer que ele mesmo pode criar suas concepções. O que é independente 
de experiência, pois essa autonomia independe da experiência, ela está no homem naturalmente. 
Stammler vai usar a proposta de Kant para sua realidade, a realidade em responder “O que é o Direito?”. 
A partir dessa perspectiva formalista ele vai pensar o Direito. 
O apriori na teoria de Stmmaler será uma estrutura formal que dá sustentação à experiência, uma estrutura 
formal que coordena aquilo que se vive na experiência, uma estrutura formal que é necessária para que a 
experiência seja percebida ou para até mesmo que a experiência seja uma experiência. 
O apriori é fundamental na Teoria de Kant, tanto que a moralidade será apriorística, formalística, tanto 
que Kant afirmava: “Age de acordo com a boa vontade, somente de acordo com a boa vontade, de modo que 
sua ação possa ser princípio de uma lei universal”. 
Essa é a proposta do juspositivismo: estruturar uma proposta de ciência jurídica formal. E o Stammler vai 
usar a proposta kantiana para a sua realidade (que no caso era pensar “O que é o Direito?”). E a partir dessa 
estrutura formalista ele vai pensar o Direito. Por isso ele vai tratar de um Conceito de Direito e de Ideia de 
Direito. 
3.1 Stammler vai trabalhar com Conceito de Direito e Ideia de Direito 
Stmmaler procurou através do Conceito de Direito universalizar “O que é o Direito?”, influenciado por 
Kant. 
 
Conceito de Direito 
(Juspositivista) 
Ideia de Direito 
(Jusnaturalista) 
As ideias de Kant estão aqui 
(o conceito de Direito para Kant é formal, como um 
molde que recebe conteúdos) 
 
Ideia de Direito como Justiça 
Conceito serve pra definir determinado objeto de 
análise. 
E essa definição serve para que qualquer pessoa possa 
conhecer o que é o Direito onde ele existir 
(Universalização da ideia de Direito), e para conceituar 
isso ele busca na Apriori 
O Direito para Stammler é uma tentativa de 
justiça, todo Direito é uma tentativa de ser justo, 
mas ele não será/é plenamente justo. 
Aqui está o ideal jusnaturalista, pois ele fala de 
justiça/justo. 
Tipicamente formal (ideal positivista) Ideal jusnaturalista 
Giulia Mazzer 
 
8 
 
4. O DIREITO COMO FORMA DE QUERER 
Primeiro elemento do Conceito de Direito para Stammler é o QUERER, o Direito é um querer, uma forma 
de querer. 
O ser humano é um ser que é, que conhece e que age. Nossa ação, em regra é qualificada por uma finalidade, 
então se eu quero chegar em tal lugar, eu vou fazer o possível e coordenar minhas ações no sentido de atingir 
minha finalidade específica que é ser, por exemplo, uma advogada. Nessa perspectivo eu ajo com uma 
finalidade específica, então eu tenho um querer qualificado (quando o querer se trata de um querer 
direcionado ao Direito), não é uma simples vontade, como um instinto de fome, mas eu ajo com uma finalidade 
específica e coordeno para chegar naquele fim. Quando quero algo coordeno a situação para atingir um fim 
específico, e esse fim específico só será atingido se for usado os meios corretos para aquilo. 
A relação que isso tem com o Direito é a de que o Direito é uma forma de querer, ou seja, o Direito se 
apresenta para uma determinada finalidade. Mas ele se origina no querer de alguém. E esse “alguém” é alguém 
competente. Ex.: um vereador de Presidente Prudente quer mudar a situação da cidade em relação com as 
pessoas deficientes, quer novas legislações municipais para isso, e ele sendo autoridade competente para 
apresentar um projeto de lei, ele conhece e age no sentido de ver que essa finalidade seja instituída, mas tudo 
se inicia com um querer, ou com uma vontade. Uma vontade que de início é subjetiva (é minha), mas que eu 
quero que ela se torne objetiva (que ela se torne obrigatória, que seja para todas as pessoas que está 
subordinado à minha jurisdição). Então começo com um querer de que algo aconteça, e vou usar os meios 
para que isso seja objetivado, e que seja um objetivo obrigatório/vinculativo. Então é assim que começa o 
Direito. Como a Constituição, ela começou com um querer, buscando uma finalidade, um objetivo. Mas nem 
todo querer é Direito, haja vista que esse querer possuí a necessidade de ser qualificado, esse querer precisa 
ser um querer entrelaçante, é um comando que aguarda que o outro o respeite, que aguarda o modo do outro 
naqueles termos. Mas nem todo querer entrelaçante é Direito, pois falta uma característica, que é ser 
autárquico. Vale ressaltar que nem todo querer entrelaçante é autárquico, como, por exemplo, normas de 
etiqueta, ou o próprio Tinder. 
E o querer entrelaçante autárquico é o que está direcionado ao Direito, visto que o Direito é 
obrigatório/vinculante. O Direito até admite que eu não cumpra seus comandos, mas isso resultará em sanção, 
em uma punição. Pois o Direito determina que eu cumpra seus comandos, ele não se importa se estou 
cumprindo feliz ou triste, como o pagamento de pensão alimentícia, o importante é eu pagar, pois, caso não 
pague, haverá sanções. Todos aqueles que aquela vontade é dirigida deverão se comportar conforme aquela 
vontade, senão poderão sofrer as penas da lei, as que o próprio Direito prevê. 
 
C
on
ce
ito
 d
e 
D
ir
et
o Querer: o Direito é uma forma de querer, ajo com uma finalidadae 
específica, tenho um querer, coordeno para chegar naquele fim. o Direito 
se apresenta para uma determinada finalidade, mas ele se origina no 
querer. Tudo se inicia com um querer, com uma vontade de quem é 
autoridade competente para isso.
Querer Entrelaçante: uma vontade que espera a vontade do outro, é um 
comando que aguarda o molde do outro naqueles termos (Ex: Tinder, 
quando você arrasta para a direita e aguarda que a outra pessoatambém 
arraste para a direita). Todo comando jurídico espera que eu correponda a 
ele. Mas nem todo querer entrelaçante é jurídico, prova disso é o Tinder. 
E nem todo querer entrelaçante é autárquico.
Querer Entrelaçante Autárquico: o Direito espera que eu o corresponda 
(Querer Entrelaçante), porém ele é autárquico, ele exige e determina que 
eu aja conforme seus comandos, o que interessa para o Direito é que eu 
cumpra seus comandos. Autárquico é no sentido de obrigatório, e caso 
esses comandos não sejam cumpridos ocorrerá uma sanção.
Giulia Mazzer 
 
9 
 
Mas esse conceito não é materialmente justo, ele não possui compromisso com a justiça. Pois ele é uma 
fórmula, é uma proposta formal de conceituar o Direito, porque aqui você consegue inserir qualquer 
conteúdo, seja ele justo ou injusto, como, por exemplo, se um ditador determinar que todo mundo respeite 
somente o que ele fala nós teremos Direito de acordo com esse conceito. 
Todas as vezes que fomos pensar em positivismo jurídico nós precisamos lembrar que na sua modalidade 
estrita, vai seguir esse Conceito de Direito, porque eles estão tentando transformar o Direito em uma ciência 
jurídica, transformar o Direito em algo que possa ser estudado sem influências não passíveis de estudos 
científicos. 
5. DIREITO E JUSTIÇA 
Contudo, quando falo de uma ordem jusnaturalista, esse Conceito de Direito em determinados momentos 
não pode ser considerado Direito (como no caso do ditador), porque viola todos os direitos da pessoa humana, 
toda ontologia do ser. 
Na Ideia de Direito, Stammler vai tratar a ideia de Direito como justiça, em que a ideia de Direito está na 
justiça. 
Vamos valer da ideia platônica de ideia, sobre o Mundo das Sombras e Mundo das Ideias. Em que ideia é 
a plenitude de onde tudo é belo, bom e verdadeiro, onde existe o que há mais de perfeito. Quando falo de ideia 
para Platão eu projeto plenitude, essência. Platão dizia que a realidade diante da ideia era uma tentativa de 
reproduzir, então tudo o que há na realidade é uma produção e tentativa falhas do que há na ideia. A gente é 
uma projeção falha do ideal. 
O Direito para Stammler é uma tentativa de Justiça, então eu tenho um Direito no Conceito de Direito que 
deve ser uma tentativa de ser justo, ou é uma tentativa de ser justo. Mas ele é? Não, ele não é, pois é uma 
tentativa falha de ser justo, pois a justiça em sua plenitude não é possível. 
Aqui está o ideal jusnatural, pois aqui está o ideal de Justiça vinculado ao Conceito de Direito, e possuindo 
esse ideal ele foge da metodologia científica de Direito (juspositivista). 
Eu tenho uma tentativa de ser justo, que é o querer entrelaçante autárquico. Todo Direito não será a justiça 
em sua plenitude. 
 
CAPÍTULO V 
1. GIORGIO DEL VECCHIO 
Segue o mesmo padrão de Stammler, com traços jusnaturalistas e jupositivistas, dois aspectos 
predominantes, sendo um formal (Conceito de Direito) e um preocupado com a pessoa humana (Ideia de 
Direito). 
Divide-se sua proposta em um conceito de direito marcado pela bilateralidade (aspecto formal), e essa vai 
gerar implicações na dignidade da pessoa humana (aspecto jusnaturalista). 
2. BILATERALIDADE 
Todas as vezes que falamos em moral falamos em unilateralidade (apenas um arbítrio, uma só pessoa), a 
moral vai apresentar um dever que será assumido conforme aquele que quer agir conforme a moralidade e 
definir padrões morais. Sendo unilateral cada arbítrio define o que é “bom” e o que não é para sua vida. A 
moral representa um dever, que será assumido por aquele que deseja agir conforme e moralidade de forma 
unilateral enquanto indivíduo. 
Já o Direito se apresenta como sendo bilateral, necessita de dois ou mais arbítrios, a partir do momento 
que tenho Direito não tenho a liberdade de decidir e realizar minhas ações livremente, pois por mais que eu 
seja livre meu comportamento tem que ser vinculado aos comportamentos pré-determinados, meu 
Giulia Mazzer 
 
10 
 
comportamento deve estar adequado a aquilo que é vinculativo e obrigatório, apresentado como Direito, ou 
seja, o Direito apresenta deveres, assim como a moralidade (sendo as diferenças de que essa última é unilateral, 
com ausência de poder e de sanção, porque a moralidade não implica em sanções caso ela não seja aplicada 
pelo agente), mas são deveres objetivos aplicados à todos, assim estabelecendo poderes. 
A partir do momento que concedo o Direito como sendo bilateral aquilo que é dever jurídico implica em 
duas ou mais pessoas inseridas em uma relação de convívio em uma sociedade. 
O Direito trabalha com deveres estabelecidos para uma coletividade de pessoas, e por serem deverem 
objetivos estabelecem poderes. Por exemplo: Uma pessoa que vive mentindo para todo mundo, conforme a 
moralidade essa pessoa não será punida, contudo, se essa mesma pessoa estiver como testemunha em uma 
audiência e mentir sofrerá uma sanção, conforme o Direito, pois essa pessoa cometeu um crime de falso 
testemunho. 
O conceito de bilateralidade de Del Vecchio vai definir “O que é o Direito?”, ou seja, o Direito é bilateral, 
e estabelece deveres e poderes. 
O Direito possuí uma grande carga da moralidade dentro de suas normas, mas não é tanto quanto era. 
Como, por exemplo, antigamente havia o crime de adultério. 
BILATERALIDADE (DIREITO) UNILATERALIDADE (MORAL) 
Dois ou mais arbítrios Um arbítrio 
Existe poder Ausência de poder 
Existe sanção quando há descumprimento Ausência de sanção 
 
3. DIGNIDADE HUMANA 
Del Vecchio vai dizer toda vez que falo em Direito falo em bilateralidade, ou seja, interação entre pessoas, 
por isso ele vai dizer “Interações de um eu com outro eu”, e ele quer dizer sobre dois arbítrios que possuem a 
mesma posição. É uma relação entre livres, em que nenhum Eu pode querer sujeitar o outro Eu a sua vontade, 
ou seja, toda pessoa tem que respeitar a condição de pessoa do outro (aqui extrai-se a noção de Dignidade), 
porque toda pessoa tem seus aspectos mas a ninguém é dado o Direito de nessa perspectiva da bilateralidade 
submeter a outra pessoa aos arbítrios dela, aqui começa a falar de justiça. 
Quando falo em bilateralidade eu construo condições objetivas de convivência. Ele define Direito como 
bilateral, então estabelece regras, deveres, que se não cumpridos geraram poderes/sanções. E nessa perspectiva 
de bilateralidade há uma relação entre livres e iguais sobre determinadas condições/regras. Sendo livres iguais 
é um arbítrio se relacionando com outro arbítrio, e um não pode querer submeter o outro à sua vontade, porque 
dois “Eus” têm a mesma condição, logo, ambos têm que respeitar a condição do outro como pessoa que cada 
um tem. 
“Todo homem, só por ser tal, pode aspirar a não ser tratado pelos outros homens como se fosse tão só meio 
ou elemento do mundo sensível; pode exigir seja por todos respeitado, como ele próprio é obrigador a respeitar 
(bilateralidade), este imperativo: ‘não imponhas aos outros o teu arbítrio; não queiras submeter a ti quem, por 
sua natureza, é já dono de si mesmo”. – Del Vecchio – 
Quando analiso pessoa humana reconheço que existe uma pessoa com valor que se relaciona com outras 
pessoas com valor, portanto uma não pode querer subjugar a outra. 
Sou obrigado a respeitar, e os outros também são obrigados à me respeitar. 
A bilateralidade serve para um conceito formal, mas também serve para entender Pessoa Humana e 
Dignidade. 
 
 
Giulia Mazzer 
 
11 
 
CAPÍTULO VI 
1. JUSPOSITIVISMO 
Todas as vezes que falo em juspositivismo necessariamente vou ter como grande premissa, como ponto de 
partida inquestionável (dogma) a norma. O Direito Positivo é o grande aspecto do juspositvismo. 
Mas não é somente a norma, pois tudo vai depender do ponto de vista que está sendo analisado, pois se for 
do ponto de vista do Positivismo Estrito será somente a norma, já no Positivismo Eclético não será somente 
norma jurídica, mas outros aspectos considerados como válidos, como a própria cultura, o fato social e o 
direito achado narua, já no Positivismo Ético ele olhará para a norma jurídica mas ele trará um vasto conteúdo 
ético, principiológico, para dentro do Direito. 
O juspositivismo se preocupa com algumas características que são completamente diferentes do que foi 
estudado no jusnaturalismo. 
O centro de análise é lógico, formal e estruturado adequadamente. O critério de justiça vai ter que ser 
encontrado dentro desse sistema de análise. 
Um sistema purificado de toda experiência jurídica, porque a experiência é subjetiva. 
 
1.1 JUSPOSTIVISMO X JUSNATURALISMO 
JUSPOSITIVISMO JUSNATURALISMO 
Direito Positivo Direito Natural 
Segurança Jurídica: toda lei é Direito, pois ela passou por 
todos os procedimentos formais para se tornar lei. A 
segurança jurídica é muito importante pois ela implica em 
proteger nossos direitos, assim não os perdemos da noite 
para o dia. A segurança jurídica diz respeito à não dar fim 
nos direitos brutalmente, e isso não quer dizer que esses 
direitos sejam justos, eles apenas não serão tirados do nada 
do indivíduo. 
 
 
 
Justiça: nem toda lei é Direito, elas precisam ser justas. 
Reducionista: restrito à determinado território; analisa e 
quebra um elemento só (a norma, que vale para um 
determinado lugar em determinado tempo). 
Expansionista: universalização; amplia os horizontes de 
análise. 
Validade das Leis Injustas: porque se uma lei, mesmo que 
injusta, passe por todos os procedimentos formais, ela será 
válida. 
Invalidade das Leis Injustas: as leis injustas não são 
válidas. 
 
2. POSITIVISMO ESTRITO 
No Brasil não falamos mais sobre esse positivismo, mas sim do Positivismo Ético. Mas o Positivismo 
Estrito foi a grande teoria que possibilitou essa estruturação do Direito como vemos atualmente. 
Só norma jurídica que é vista; muito reducionista; 
Direito é norma e ponto final. 
Autores que são estritos: Kelsen, Bobbio (Teoria do Ordenamento Jurídico), Hart, Ross. 
JUSPOSITVISMO POSITIVISMO 
ESTRITO 
POSITIVISMO 
ECLÉTICO 
POSITIVISMO ÉTICO 
(PÓS-POSITVISMO) 
 
COMO É? 
Tem uma noção de 
pureza metodológica. 
Entende que o Direito 
vem dos fatos sociais e 
das normas. 
Vai ver o Direito como uma 
interação entre regras e 
princípios. 
Giulia Mazzer 
 
12 
 
Escola Exegese surge após a Revolução Francesa, e é concebida após o Código Napoleônico (considerava 
o código perfeito, e o juiz teria que aplicar somente essa lei); fase do juiz “boca da lei”(Direito Positivo 
Legalista). 
3. POSITIVISMO ECLÉTICO 
Considera-se várias opções como válidas (como cultura, fato social, direito achado na rua); não é mais tão 
reducionista. 
Direito é norma jurídica + fatos socias. 
Autores: Ihering (A Luta Pelo Direito), Savigny, Miguel Reale (Teoria Tridimensional do Direito) 
4. POSITVISMO ÉTICO (PÓS-POSITIVISMO) 
Olha para norma jurídica, mas traz vasto conhecimento ético e principiológico. Menos reducionista dos 
três. 
Direito muito mais que leis e regras. 
Autores: Duorki, Habermas. 
 
CAPÍTULO VII 
1. O PENSAMENTO JURÍDICO DE HANS KELSEN 
A teoria estruturada por ele se propôs estudar cientificamente o Direito, e essa teoria está em todo 
ordenamento jurídico que é denominado ordenamento jurídico criado em base de normas. É por isso que ele 
é um filósofo muito estudado. 
2. TEORIA PURA DO DIREITO 
Grande teoria de Kelsen, ele quis construir uma ciência jurídica em sentido estrito. Foi uma forma de 
analisar o direito cientificamente, uma ciência jurídica em sentido estrito, e estrito é uma teoria que é 
reducionista e analítica. 
É uma teoria descritiva pois vai responder “O que é?” e “Como é?” o Direito. Independente do problema 
jurídico irá ser usada a mesma fórmula. 
 Kelsen nunca tentou responder “O que é o Direito?” mas sim “Como o Direito deve ser?”. 
Kelsen quis fazer uma teoria que não se preocupa com a experiência jurídica. 
2.1 CIÊNCIA JURÍDICA EM SENTIDO ESTRITO 
Teoria reducionista, analítica e descritiva. 
 Reducionista: porque apesar do Direito ser complexo ela reduz o objeto de análise à um aspecto 
só (a norma jurídica). 
 Analítica: realizar análise é realizar quebras. Ou seja, na teoria quebra-se o fenômeno jurídico e 
separa-se apenas um elemento (a norma). 
 Descritiva: vai responder “O que é?” e “Como é?” o Direito, e vai responder a partir de uma 
perspectiva estrita. Não se preocupa em responder o Direito como Justiça, apenas uma ciência 
purificada e formal, e sendo formal ela não tem conteúdo, é um mero procedimento. Ele não 
estruturou uma teoria que originou governos tiranos (como o nazismo), mas sua teoria por ser 
formal acaba por adequar qualquer forma de governo. Em qualquer situação irá ser usada a mesma 
fórmula, como ocorre na matemática e na física. 
Giulia Mazzer 
 
13 
 
Kelsen vê o Direito dessa forma complexa* (Coisas que influenciam o Direito: norma; fato social; 
filosofia; sociologia; religião; economia; política. Quando olho para o Direito vejo algo muito complexo), e a 
partir dessa complexidade ele quis construir uma ciência jurídica analítica que estuda o Direito a partir de 
premissas exclusivamente jurídicas. Kelsen enxerga o Direito com essa complexidade, mas o que ele quis 
fazer é construir uma teoria que estruturasse uma ciência jurídica que estudasse o Direito a partir de um único 
elemento, um elemento unicamente jurídico, e esse elemento exclusivamente jurídico é a NORMA. É uma 
teoria que purifica a análise do Direito. 
 Ele sabe que o Direito não é apenas norma. 
 Mas vai estruturar uma teoria que vai estudar o Direito cientificamente, que vai o considerar apenas 
a partir da norma. 
 Ele isolou um elemento para o estudo. 
 Kelsen não vai se preocupar em dizer todos os aspectos que influenciam o Direito. Ele vai se 
preocupar em uma ciência que estuda “O que é o Direito?” e que diz “Como ele é?” 
Constrói uma teoria que vai estudar o Direito cientificamente e que vai se estruturar somente na norma, 
ele isolou um elemento para o estudo, um elemento estritamente jurídico, a NORMA. Uma ciência que estuda 
o Direito e diz como ele é. Ele responde “O que o Direito?” a partir de uma ciência estritamente jurídica. É 
uma ciência purificada. 
 KELSEN NÃO CONSTRUIU UMA TEORIA DO DIREITO PURO, mas sim uma TEORIA 
PURA DO DIREITO, porque ele não queria uma teoria do direito puro, pois sabia que o Direito 
não é puro, o que é pura é a teoria e não o Direito. 
O QUE É O DIREITO? Para essa teoria o Direito é uma ordem normativa da conduta humana, uma 
norma que regula a conduta humana, que vai dizer o que deve ser e o que deve acontecer. 
O QUE É NORMA? Norma é um ato de vontade de quem é competente para dizer o que deve ser e o que 
deve acontecer na sociedade. 
3. SER E DEVER SER 
Direito é uma ordem do dever ser (porque é uma ordem normativa, e a norma é um ato de vontade de 
quem é competente para dizer o que deve ser e o que deve acontecer na sociedade), é um plano do dever, da 
obrigação, um plano que condiciona o ser (fato; atos de exteriorização de vontade). 
 A sentença é norma jurídica porque o juiz recebe uma atribuição do dever ser, através de uma norma, que 
o diz como ele deve ser, assim ele é autorizado a dar uma sentença. O juiz pode dar uma sentença porque um 
dever ser (uma norma) o legitima para isso. E quem autoriza o juiz a dar uma sentença é o Código de Processo 
Civil, e quem o autoriza a ser juiz é a Constituição Federal (aqui já começa a perceber a Pirâmide de Kelsen). 
 SER: premissa menor (ver os fatos), é o plano dos fatos que é condicionado pelo plano do Dever 
Ser. 
 DEVER SER: premissa maior (se aplica a todos), é o plano da norma jurídica, porque ela apresenta 
comandos gerais e abstratos para regulamentar condutas, ela não analisa uma conduta específica. 
A norma estabelece procedimento para receber qualquer tipo de conteúdo. 
A norma (dever ser) condiciona o fato (ser). A norma jurídica está no plano do dever ser, pois ela manda 
os genéricos e abstrato para regular suas condutas. 
Para Kelsen não dá para conceber o Direitosomente a partir dessa perspectiva. Para ele o Direito não é 
puro, o que é puro é sua teoria. Pois se o Direito for somente isso será dada uma liberdade para governos 
tiranos. 
 Quem faz o juiz ser de fato um juiz é o Dever Ser, assim como quem faz o presidente ser um 
presidente é o Dever Ser. 
Giulia Mazzer 
 
14 
 
4. LEI X NORMA JURÍDICA 
Se falo de norma jurídica falo do plano do dever ser. Uma sentença pode ser considera norma jurídica, 
pois é um ato de vontade de quem é competente para resolver o conflito. 
 Lei é norma jurídica, mas nem toda norma jurídica é lei, como, por exemplo, um Decreto, que não 
é lei, mas ele parte de um ato de vontade de quem é competente, que diz o que deve ser e o que 
deve acontecer na sociedade (então, mesmo não sendo lei, é uma norma jurídica), e isso não vale 
apenas para o decreto, mas para tudo, como a própria sentença. Lei é um ato de vontade de quem 
tem competência para criar uma lei (Poder Legislativo). 
 Norma é ato de vontade de quem é competente que vai regular uma conduta humana. Ex.: Sumulas 
Vinculantes, Decretos, Leis... 
5. NORMA JURÍDICA E SEUS ASPECTOS 
5.1 PIRÂMIDE NORMATIVA 
A Constituição Federal autoriza tudo o que está abaixo dela, e tudo o que não estiver de acordo com ela 
será inconstitucional. 
 
Em todo lugar que tem uma autoridade competente há uma hierarquia, como, por exemplo, nas prisões: 
 
5.2 NORMA FUNDAMENTAL 
Norma Hipotética Fundamental, é uma das questões mais debatidas da teoria e da pirâmide. E essa norma 
é um pressuposto lógico do sistema, essa norma não pode ser posta por nenhuma autoridade, ela não é escrita 
e ela não pode ser positivada, e ela é necessária para fundamentar o sistema. 
 ESSA NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL PODE SER JUSNATURALISTA? NÃO, 
porque se eu coloco comando jusnaturalista nessa teoria ela irá perder toda estruturação formal, 
porque Kelsen defina a norma jurídica como um ato de vontade de alguém competente. E o Direito 
como ordem normativa da conduta humana, e se a coloco como justa ela acaba sendo jusnaturalista, 
assim ela deixa de ser apriorística e acaba passando a considerar a experiência jurídica, pois a noção 
de justiça além de subjetiva é individual. 
 Quando Stammler vai construir o Conceito de Direito ele separa essa noção de justiça do conceito, 
justamente porque essa noção de justiça “contamina” toda a teoria. 
5.3 VALIDADE E EFICÁCIA 
Norma 
Fundamental
Constituição Federal
Código de Processo Civil; Código de 
Processo Penal; Código de Processo 
Militar...
Juiízes; juízes; juízes; juízes; juízes; juízes; juízes; 
juízes; juízes; juízes; juízes; juízes...
Capitão
Tenente; Tenente
Sargento; Sargento; Sargento
Cabo; Cabo; Cabo; Cabo
Carcereiro; Carcereiro; Carcereiro; Carcereiro; Carcereiro 
Giulia Mazzer 
 
15 
 
Curta Metragem – O dia que Dorival encarou o guarda. 
 Hierarquia Normativa; em um sistema formal a gente esquece de tratar a pessoa como ela deve ser 
tratada e acabamos por nos preocuparmos mais com a hierarquia do sistema. 
Validade e Eficácia está nos quadrinhos. 
6. CAUSALIDADE X IMPUTAÇÃO 
O Direito atua em um sistema de imputação, isso significa que a norma vai conferir resultado no plano do 
Ser, e essa ação se dá por imputação e não por causalidade. Sanção é aplicada em um regime de imputação. 
Causalidade é um princípio relacionado à Ciências Naturais, e isso quer dizer que se forem verificadas 
algumas condições no plano do Ser, necessariamente as consequências virão por causa de condições no próprio 
plano do ser (pois estamos analisando fato, o plano do Ser). Você analisa situações do plano do Ser e chega a 
conclusões de causa e efeito, a simples observação vai te proporcionar isso. 
A sanção tem uma relação de causa e efeito, mas ela é uma relação de causa e efeito que acontece somente 
a partir de uma imputação jurídica normativa, pois depende de análise do Direito, análise de diversos 
comandos do Dever Ser e atividade interpretativa. 
O que eu preciso analisar para saber se vou ser condenada? Preciso analisar os comandos do Dever Ser, as 
normas, para ver se me encaixo no primeiro comando que diz que aquilo é um crime, e após verificar se não 
existe nenhum outro comando do Dever Ser que me isenta, que exclui a ilicitude daquilo. E isso é diferente 
da causalidade. A norma (Dever Ser) vai envolver aquele ato no plano dos fatos (Ser), e não só uma norma, 
mas várias outras normas. 
 Imputação age da seguinte forma: Se “A” é, “B” deve ser (não consegue se ter um resultado 
objetivo, as respostas vão depender das condições). Na imputação, reunidas determinadas condições 
o resultado deve ser, mas não necessariamente será, porque vai depender de uma análise do Dever 
Ser e de interpretação. 
 Causalidade age da seguinte forma: Se “A” é, “B” também é. Na causalidade se verifico 
determinadas condições do plano fático, necessariamente tenho o resultado. 
Imputação Jurídica é justamente você pegar um ato do plano dos fatos e analisar as normas do plano do 
Dever Ser, e a partir dessa análise averiguar se a pessoa irá ou não receber determinada sanção. Essa imputação 
se dará em um processo judicial através de uma decisão judicial. 
7. DECISÃO JUDICIAL 
Decisão Judicial é norma jurídica e é proferida por uma autoridade competente no sentido de receber 
atribuição jurídica. 
Os elementos que integram a Decisão Judicial para Kelsen são: ato de vontade de quem é competente e 
ato de conhecimento (porque é imputação). 
O juiz vai ter contato com os fatos que lhe foram apresentados, o Direito já os conhece, porque ele passou 
por todo aquele sistema de avaliação. E o juiz através de um ato de vontade vai dar um sentido para aquilo 
que você apresentou e para aquilo que o Direito apresenta. E isso envolve um ato de conhecimento e um ato 
de vontade. 
 No Ato de Conhecimento: ele toma conhecimento do que lhe é apresentado e toma conhecimento 
do Direito. 
 No Ato de Vontade: ele classifica, dá o sentido que ele entende como mais correto. 
Giulia Mazzer 
 
16 
 
 
A decisão vai se dar: 
 Dentro da Moldura: quando o juiz dá decisões que estão dentro do ordenamento jurídico. 
 Fora da Moldura: quando o juiz dá decisões tomadas fora do ordenamento jurídico. Que não está 
de acordo com o espírito das leis. E aqui é o que se chama de Solipsismo Judicial: é uma palavra 
que indica solidão, um ser que enxerga somente a decisão dele, ele não decide conforme o sentido 
normativo que é apresentado para ele. Ele extrapola aquilo que o ordenamento jurídico vê como 
correto. E essa decisão é vista dentro da Teoria de Kelsen como uma norma jurídica, e ela será 
norma jurídica até quando uma norma superior a tirar do âmbito de validade. 
Moldura é a moldura que o próprio ordenamento confere, é o caminho que o ordenamento jurídico aponta, 
o horizonte que o ordenamento jurídico aponta, para onde o ordenamento jurídico aponta, e atualmente isso é 
revelado pelos princípios. Quando um juiz vai dar uma decisão ele deve dar uma decisão dentro da moldura, 
dentro do que o ordenamento apresenta, do que a Constituição apresenta. 
 
CAPÍTULO VIII 
1. MIGUEL REALE 
Uma das maiores referências a nível de filosofia brasileira. Ele não criou a Teoria da Tridimensionalidade, 
o que ele fez foi inovar essa Teoria Tridimensional do Direito. É um autor filiado ao positivismo eclético 
(considera o Direito como sendo norma, e mais outros elementos além da norma, é uma teoria expansionista). 
2. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO 
Para a Teoria Tridimensional o Direito é “fato”, “valor” e “norma”. 
2.1 FATO 
Uma teoria que implementa fatos está relacionada diretamente com a sociologia, pois irá se analisar fatos 
sociais. 
2.1.1 Fenomenologia 
Quando falo de fato e de valor tenho uma teoria extremamente densa; tudo o que nós percebemos, podemos 
perceber com os nossos sentidos, e a interpretação que damos à essas percepções será condicionada à um fluxo 
temporal de vivência que é chamado na fenomenologia de intencionalidade;a fenomenologia analisa as 
situações; nosso fluxo de vivência irá refletir como vamos agir em determinadas situações. 
2.2 VALOR 
Valoramos esse fenômeno de determinada forma, damos um sentido a ele, e esse sentido/valor é resultado 
do fluxo de vivência; os fatos vão ser valorados de uma determinada forma através de um fluxo de 
Decisão Judicial
Autoridade 
Competente
Ato de Vontade -> Dentro
-> Fora (Atitude 
Solipsista; fora 
da moldura)
Ato de 
Conhecimento
Giulia Mazzer 
 
17 
 
vivência de um povo; vamos valorar os fatos de determinada forma; aqui temos influência da Filosofia, pois 
todas as vezes que falamos de valor falamos de moral 
2.3 NORMA 
Norma como grande foco do Direito nos revela uma perspectiva dogmática, a dogmática ainda está 
presente aqui; nessa perspectiva norma é diferente de texto, a gente extrai a norma do texto, da interpretação 
que damos ao texto; norma é o que extraio do texto a partir de uma interpretação gerada dos fatos e dos 
valores; fato, valor e norma se complementam em uma relação dialética de complementariedade, 
assim respondendo e dizendo “O que é o Direito?”. 
3. EXERCÍCIO EM SALA (Exemplo de como funciona a Teoria Tridimensional do Direito) 
FATO VALOR NORMA 
Vulnerabilidade dos 
Consumidores 
Vida e Saúde Art. 6º do Código de Defesa do 
Consumidor 
Ditadura Militar Justiça e Perdão Lei de Anistia 
Situação Manicomial Brasileira Dignidade da Pessoa Humana Lei 10.216/2001 
 
4. CRIAÇÃO 
A partir do momento que o legislador verifica uma necessidade ele cria uma regulamentação, uma lei, que 
visa resolver a situação que está ocorrendo. 
5. DESENVOLVIMENTO 
A aplicação normativa se desenvolve. 
6. APLICAÇÃO 
Se um ato violou minimamente você acaba deixando de aplicar por conta do Princípio da Insignificância 
(ex: Furtar uma caneta); quando algo não viola os valores significativamente analisa se há ou não há a 
necessidade da aplicação do Direito. 
 
CAPÍTULO IX 
1. NOBERTO BOBBIO 
Não é filiado ao positivismo estrito, pois ao ler as obras deles percebe-se que ele se preocupa com justiça 
e Direitos Humanos e Direitos Naturais. 
2. TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
Teoria científica que se assemelha ao positivismo estrito. 
Começa falando no livro que “muito tempo o direito foi estudado baseado na norma jurídica”, e quando 
ele se dedica a estudar o ordenamento afirma que não dá para estudar o direito a partir da norma 
isoladamente, mas sim estudar um conjunto de normas que conversam entre si, normas que compõem um 
ordenamento. 
Sempre que falo em ordenamento jurídico falo em normas que conversam entre si, que relacionam entre 
si. 
Quando falo de ordenamento jurídico, falamos necessariamente sobre normas, em que Bobbio denomina 
como sendo: Normas de Conduta (uma norma que estipula determinada conduta que se deve ter; ex: Uma 
norma de limite de velocidade) e Normas de Estrutura/Competência (são normas que estabelecem 
procedimentos para criação de normas de conduta válidas; ex: vão definir qual será o processo legislativo) 
Giulia Mazzer 
 
18 
 
É possível que em um ordenamento jurídico tenha apenas uma norma de conduta? Bobbio vai dizer que 
não, pois esses comandos seriam comandos gerais e abstratos, como, por exemplo, “tudo é proibido” ou “tudo 
é possível”. E sendo essa norma abstrata e geral, dizer que “tudo é possível” voltamos ao estado de natureza. 
Mas é possível que um ordenamento jurídico tenha apenas uma norma de estrutura; como, por exemplo, 
em um sistema ditatorial, em que o Direito é a vontade do soberano. Mas a existência de apenas uma norma 
de estrutura não é vista como algo positivo, algo bom. 
2.1 ORDENAMENTO JURÍDICO 
Conjunto de normas que serão fundamentadas em dogmas (aquilo que é ideal, que deve ser buscado) que 
o orientam: 
2.1.1 Unidade 
O ordenamento jurídico é um todo unitário; em que todo o ordenamento tem que estar de acordo dentro do 
universo fundamento na principal norma desse ordenamento, que, no caso do Brasil, é a Constituição Federal. 
2.1.2 Coesão/Coerência 
As normas são compatíveis entre si, pois se você tem o dogma da unidade, as normas são compatíveis entre 
si, possuem compatibilidade; mas quando analiso o ordenamento entre si percebe-se que não há uma forte 
presença de coesão, prova disso são as antinomias de normas. 
Problema desse dogma: as antinomias (conflito de normas), que são divididas por Bobbio entre: 
Antinomias Aparentes (tem aparência de antinomia, mas não são antinomias, que são resolvidas pelo critério 
da hierarquia, do tempo e da especialidade; o próprio ordenamento diz como será resolvida essa antinomia) e 
Antinomias Reais (quando há conflito em dois ou mais critérios que são usados para resolver as antinomias 
aparentes; ex: conflito entre hierarquia e tempo (prevalece hierarquia); especialidade e tempo (especialidade 
prevalece); hierarquia e especialidade* (em regra prevalece hierarquia, mas Bobbio diz que isso é perigoso, 
pois o legislador às vezes cria uma norma específica para resolver um caso específico)) 
 Hierarquia Tempo Especialidade 
Hierarquia HIERARQUIA HIERARQUIA HIERARQUIA* 
Tempo HIERARQUIA TEMPO ESPECIALIDADE 
Especialidade HIERARQUIA* (em regra é pela 
hierarquia, mas Bobbio diz que 
isso é perigoso, pois o legislador 
às vezes cria uma norma 
específica para resolver 
determinado caso específico) 
ESPECIALIDADE ESPECIALIDADE 
 
2.1.3 Completude 
Aponta para o sentido que o ordenamento jurídico trata, ou deveria tratar, todas as questões que envolvem 
a sociedade. Vedação à Non linquet em que o juiz não pode justificar que não pode resolver determinada 
NORMAS
DE CONDUTA
Uma norma que estipula 
determanda conduta que deve 
se ter.
Ex: norma de limite de 
velocidade.
DE ESTRUTURA/COMPETÊNCIA
Normas que estabelecem 
procedimentos para criação de 
normas de condutas válidas.
Ex: normas que definem como 
será o processo legislativo.
Giulia Mazzer 
 
19 
 
situação com a justificativa que há falta de normas, tem que usar de Princípios e outras formas de Direito. 
Aqui, diferentemente da antinomia, há uma anomia (falta de normas) 
3. OS PROBLEMAS DA ANTINOMIAS 
3.1 CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO 
3.1.1 HIERÁRQUICO 
A norma hierarquicamente superior vai prevalecer sobre a inferior. 
3.1.2 TEMPORAL 
Em regra a norma velha é revogada pela lei nova. 
3.1.3 ESPECIALIDADE 
A lei especial revoga a lei geral, ou prevalece sobre a lei geral. 
4. O PROBLEMA DAS LACUNAS 
4.1 LACUNAS REAIS 
Se terá uma lacuna real quando não for possível resolver nem pela norma geral exclusiva e nem pela norma 
geral inclusiva. 
4.1.1 Norma Geral Exclusiva: tudo aquilo que não é proibido é permitido. 
4.1.2 Norma Geral Inclusiva: aquela que vai desencadear a utilização/aplicação da analogia. 
4.2 LACUNAS IDEOLÓGICAS 
Falta de solução justa para um caso específico. Quando se aplica a analogia, mas a analogia não resolve 
satisfatoriamente. Falta de justiça para solucionar determinado caso. 
4.3 ANALOGIA 
Para um caso não regulamentado se dá a solução de um caso regulamentado parecido. 
4.4 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
Ordenamento jurídico recorre à elementos do próprio ordenamento jurídico para solucionar um conflito. 
 Auto Integração: usa-se elementos dentro do ordenamento jurídico. 
 Hetero Integração: usa elementos fora do ordenamento jurídico. 
4.4.1 Três Princípios Gerais do Direito 
1) Viver honestamente 
2) Não causar dano a outrem 
3) Dar a cada um o que é seu: tratar os iguais igualmente, e os desiguais desigualmente na medida de 
suas desigualdades. 
 
CAPÍTULO X 
1. PÓS-POSITIVISMO 
Uma proposta de enxergar o Direito que tem como grande surgimento a segunda metade do séc. XX, 
sobretudo, após o fim da Segunda Guerra Mundial, pois, após esse período voltou-se a discutir sobre 
constituições e dignidade da pessoa humana. 
Giulia Mazzer 
 
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É a visão que enxerga o Direito a partir da força normativa dos princípios, e isso quer dizer que temos 
elementos de justiça e legitimidade dentro das leis;e essa visão é a que predomina atualmente. 
Quando falo em pós positivismo falo em um ordenamento que convive com normas e princípios, e esses 
princípios que trazem elementos de moralidade, justiça e legitimidade com força normativa. 
Pós segunda guerra não temos mais somente códigos/codificações, mas, como também constituições que 
são estruturadas com alta carga principiológica para que o Direito consiga atender aquelas que são tutelados 
por essa constituição. 
Passamos a ver a Dignidade da Pessoa Humana como algo extremamente importante, e o Direito passa a 
ser visto não apenas a luz da lei, mas como também a luz dos princípios. 
O que são Princípios? Todos são princípios que estão enraizados em nosso ordenamento, sendo alguns 
positivados, e outros nem positivados estão. 
2. SUPERAÇÃO NECESSÁRIA DA DISTINÇÃO ENTRE TEXTO E NORMA 
O que se tinha antes é que a norma era o texto, legalista. Norma jurídica era vista como o Direito sendo o 
que está na lei. 
Mas no pós-positivismo a norma não é somente o texto, mas a norma é algo extraída do texto, que vai 
depender que uma interpretação diretamente relacionada com fato, contexto histórico e valores envolvidos. 
Ex.: Quando leio a nossa legislação vejo família como sendo aquela que é composta por homem e mulher, 
quando leio somente o texto. Mas ao considerar a sociedade, como ela se porta, olhando os princípios, 
acabando extraindo mais conteúdo do que ela possuiu, e a partir do Princípio da Afetividade disso como ver 
outras formas de constituição de família. Assim, família, é aquela relação de afetividade. 
3. SUPERAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO COMO ALGO QUE REVELA A VONTADE DA LEI 
O que tínhamos como grande paradigma era que o juiz quando tinha que aplicar uma lei tinha que se basear, 
somente, na vontade do legislador que criou a norma. 
A interpretação do direito não tem que se basear somente na vontade do legislador (como ocorria na fase 
em que o juiz era “boca de lei”), mas sim em uma realidade fática e principiológica atual. 
4. SUPERAÇÃO DA SENTENÇA COMO ATO SILOGÍSTICO 
Ato Silogístico: raciocínio lógico; nós temos um Cód. Penal, e o juiz que vai dar a sentença repara o fato 
(premissa menor) para adequar os fatos nas normas (premissa maior). 
A sentença não é mais algo silogístico; a aplicação do Direito não é somente um ato de raciocínio lógico. 
O Direito passa a ser interpretado a luz dos elementos que compõem sua totalidade. 
5. A FORMA NORMATIVA DOS PRINCÍPIOS – REGRAS X PRINCÍPIOS 
Regras: são comandos normativos; 
Princípio: ainda que não escritos, possuem força de norma; 
Quando olhamos para o Direito vemos a definição de norma como algo que abrange tanto regras como princípios. 
BAIXO GRAU DE 
GENERALIDADE (só vão 
se aplicar aos casos que elas 
descrevem) 
ALTO GRAU DE 
GENERALIDADE (não 
consegue delimitar quando o 
princípio será ou não 
aplicado) 
MANDAMENTOS DE 
DEFINIÇÃO (definem de 
forma fechada; definem o 
MANDAMENTOS DE 
OTIMIZAÇÃO (otimiza a 
aplicação do direito - Alexy) 
Giulia Mazzer 
 
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que pode e o que não pode; o 
que é e o que não é) 
TUDO OU NADA (ou ela se 
aplica ao caso apresentado, 
ou ela não se aplica – Ronald 
Dworkin) 
PONDERAÇÃO (não 
apresentam requisitos 
fechados, são aplicados por 
um critério de ponderação ou 
na dimensão de peso e 
importância – Ronald 
Dworking) 
EFEITOS PREVISTOS EFEITOS 
INDETERMINADOS 
APLICABILIDADE OU 
INAPLICABILIDADE 
DIMENSÃO DE PESO E 
IMPORTÂNCIA 
 
Dignidade: princípio base do nosso sistema x Reserva do Possível: princípio não positivado que é extraído 
1) Adequação 
2) Necessidade 
3) Proporcionalidade em Sentido Estrito

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