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Introdução ao Estudo do Direito – 04/02/21 O que é o Direito? Definição descritiva: também chamada de lexical, indica todas as utilizações corretas da palavra. 1. Direito é o justo. “Fiz tudo direito.”. Tem origem do latim: directo, ou reto, ou correto. Valor, moral (bom, mal, justo, injusto) 2. Direito é a possibilidade de fazer algo, exercendo uma faculdade (direito de votar) > direito que eu tenho. Direito subjetivo 3. Direito é o estudo das normas jurídicas. Designa o conjunto das disciplinas jurídicas > ciência jurídica. Ciência do Direito 4. Direito é o conjunto de normas que objetivam regulamentar o comportamento das pessoas. São editadas por autoridade do Estado. Direito objetivo ou direito positivo ou ordenamento jurídico Subjetivo: sempre a ver com o sujeito Objetivo: tem a ver com a coisa, em abstrato (sem ser interpretado, quando é interpretado é chamado de concreto) > conjunto das normas > o direito objetivo leva ao direito subjetivo Dualidade: Corpo x Mente - Corpo: matéria; ciências naturais (Física) > direito natural (direito a vida) - Mente: ideias; ciências sociais (Direito) > direito positivo O limite entre cidades; países é uma ideia > não tem nada físico indicando (a não ser que tenha um muro, uma placa) > não tá no campo da matéria O que dizem os filósofos Platão (A República): o direito consiste na busca por justiça, ou seja, é definido como regra que indica o justo. O princípio fundamental é “dar a cada um aquilo que ele merece” (buraco: o que é que cada um merece? Mas naquela época a noção das coisas era diferente, havia o cosmos). Para ele, havia 3 tipos de pessoas: guiadas por desejo, coragem ou razão. EUDAIMONIA (Aristóteles): o cosmos define a função de cada um e, fazendo essa função, você chega à Eudaimonia) Estoicos: para eles, o direito não decorre do Estado, mas da própria natureza. O direito obriga o ser humano a combater suas paixões e fraquezas, cumprir seus deveres e viver livre e tranquilo de acordo com suas inclinações. “Se o problema possui solução não devemos nos preocupar com ele. E se não possui solução, de nada adianta nos preocuparmos.” Immanuel Kant (Fundamentação da metafísica dos costumes): para ele, o direito expressa as obrigações morais dos indivíduos. Duas diferenças entre direito e moral: 1. a desobediência das regras do direito implica em ameaça a coerção; 2. o direito se interessa pelo resultado e a moral se interessa pelos motivos da ação (intenção). - Para ele, o que importa é a INTENÇÃO, acima dos resultados = a moral está na intenção Imperativo: ordem - Imperativo categórico: a conduta tem o valor em si mesma = ação moral = devolveu a maleta de dinheiro achada no taxi porque tem que devolver; porque é o certo. - Imperativo hipotético: a conduta é instrumental para atingir um resultado pretendido = devolveu a maleta de dinheiro achada no taxi apenas pelo medo de não ser preso = essa ação não foi moral - Para Kant, a lei deve ser aquelas ações morais (para saber qual ação é moral, você deve observar se ela pode ser usada para todos, se é universal) - A nossa capacidade de pensar (dignidade da pessoa humana) é o que nos torna humanos e, através dela, é que chegamos ao o que é moral Liberdade = quando você obedece ao desejo do seu corpo de comer o chocolate, você não foi livre = a gente não escolhe os desejos e vontades que temos = a liberdade está de mãos dadas com nossa capacidade de pensar = você é livre se raciocinar em cima desse desejo e tomar a conduta de acordo com a sua liberdade Nossa capacidade de raciocinar está intimamente ligada à nossa capacidade de sermos livres. Juntas, essas capacidades nos tornam únicos e nos distinguem da existência meramente animal. A liberdade é o que dá dignidade. Hans Kelsen (a teoria pura do direito): positivismo jurídico. As normas em vigor devem ser estudadas pelos juristas sem interferência de outras disciplinas, como Filosofia. O Direito é uma organização da força ou ordem de coação. As normas jurídicas se aplicam mesmo contra a vontade do indivíduo. Elas são impostas politicamente. Devem ser estudadas a hierarquia das normas: pirâmide de Kelsen. Pós positivismo = traz princípios = a gente deve obedecer às regras com base em princípios = se a lei for absurda, devemos obedecer a princípios = aberto a interpretações Aula – 11/02 Convergência histórica do direito: - O ordenamento jurídico se encontra em permanente fluxo. O direito muda a depender do período e do local a que nos referimos. - Há discussão entre os universalistas do direito e seus críticos: • Universalistas: em todas as sociedades, sempre existiu o direito; • Críticos: não há evidências de que as sociedades primitivas reagiam obedecendo ao direito, mas simplesmente às reações individuais. *O Direito é relativo a um tempo e a um local > IPVA é um tributo estadual *Na Constituição é afirmado que Código Penal é nacional - O Direito como “dever ser” social: é composto por regras não aplicadas. Está no mundo das ideias. Não está no mundo da matéria (natureza), que pode ser percebido pelos 5 sentidos. O direito você não percebe pelos sentidos, ele tá no mundo do “dever ser” > o direito não estuda aquilo que “é”, descreve aquilo que deve acontecer, aquilo que deve ser. O Direito é baseado em convenções, é abstrato > o Direito não existe materialmente, ele passa a ser real porque todo mundo imagina > o "dever ser" é um ordenamento "imaginado" que existe pra condicionar o comportamento das pessoas na sociedade, a fim de evitar a ocorrência de crimes etc. > consciência coletiva (realidade imaginada) - Direito e coerção: o direito é um dever ser forte e ameaçador. A obediência ao direito não é facultativa e aqueles que o desobedecem sofre sanções. Existem mecanismos de coerção para infratores. Aula – 18/02 O Direito como deve ser > como uma realidade imaginada > como uma ficção jurídica A Peugeot é um produto de nossa imaginação coletiva. Isso é chamado de ficção jurídica. Não é um objeto físico. Ela existe juridicamente (uma entidade jurídica), mas não existe de fato. Ela existe porque as pessoas pensam e lembram dela. A nota (dinheiro) é uma convenção, ele só vale porque todo mundo acredita que ele vale. Quando as pessoas acreditam nas leis, só depois de todos acreditarem é que elas passam a existir. A partir do momento que acreditamos nas leis, passamos a obedecê-las. Uma realidade imaginada não é uma mentira. É algo que todo mundo acredita. Enquanto essa crença partilhada persiste, a realidade imaginada exerce influência no mundo. As pessoas físicas são registradas porque nascem = estão no mundo natural/físico As pessoas jurídicas nascem porque são registradas = estão no mundo fictício Aula – 23/02 2 abordagens do Direito: a) Abordagem apologética Apologética = defesa persistente de alguma doutrina. Traz a justiça. b) Abordagem crítica O Direito não está preocupado com a justiça. Quem faz as leis e quem faz o direito é a classe dominante = o Congresso. A lei é apenas um meio/mecanismo de dominação. Ex.: uma pessoa só pode ser presa após o trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso/alteração no processo) = a lei diz que isso ocorre pra todos os casos, mas só os que têm um bom advogado caro é capaz de conseguir levar a isso tudo Logo, nem sempre o Direito é utilizado como meio de conseguir a justiça. Três dimensões do Direito: - Jurídica/validade = ordenamento jurídico / leis - Axiológica/moral/idealidade = se é justo ou injusto > do querer ser - Sociológica/realidade = analisando os efeitos na sociedade Regra: usar máscara. - 1°: esfera da validade jurídica. Está de acordo com o ordenamento jurídico e obedece à constituição. - 2°: esfera da idealidade-legitimidade (moral). Se é legítimo ou não. - 3°: esfera da realidade/sociológica. Analisamos a eficácia sociológica, isto é, a geração deefeitos práticos. Se está mudando a sociedade ou não.
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