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Tecnologia Farmacêutica Prof.Msc Marcos Alves FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS CÁPSULAS Cápsulas ⚫ É uma forma farmacêutica sólida, na qual o princípio ativo e os excipientes(sólidos, líquidos ou pastosos) estão contidos em um invólucro solúvel, duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente contendo uma dose única do princípio ativo. O invólucro normalmente é constituído de gelatina, mas também pode ser de amido ou de outras substâncias. (FB IV) VANTAGENS Mascaramento do odor e sabor Boa apresentação Fácil administração Rapidez na manipulação/produção Possibilidade de obtenção de pequenas quantidades rápida liberação Formas de liberação modificada várias vias de administração: oral, vaginal, uso externo Tipos de cápsulas ⚫ Amiláceas ⚫ Cápsulas gelatinosas moles ⚫ Cápsulas gelatinosas Duras Cápsulas Moles ⚫ Invólucro macio ⚫ Vários formatos ⚫ Conteúdo – Líquido no qual a gelatina não é solúvel – Medicamentos – Cosméticos ⚫ Processo industrial Cápsulas Duras Invólucro cilíndrico duro Composição ⚫ Gelatina (ou polímeros vegetais) ⚫ Plastificantes (glicerina) e água ⚫ Corantes e opacificantes (artificiais ou naturais) 13 a 16% de umidade Não protegem da umidade Cápsulas Duras (Coni-snap) Tampa Travas Corpo A fabricação envolve mergulhar pinos de moldagem de metal em uma solução de polímeros: filmes são formados nas superfícies dos moldes, são secados, cortados no tamanho adequado e as duas partes são montadas. Capsulas duras especiais Capsulas vegetais :Cápsulas produzidas com HPMC (hidroxipropil metilcelulose), em substituição à gelatina de origem animal – maior resistência a higroscopia dos fármacos; baixo teor de umidade Capsulas de polímero da tapioca: produzidas com um polissacarídeo hidrossolúvel, obtido a partir da tapioca, através de um processo de fermentação natural (pullulan)– rápida desintegração (sublingual, vaginal) Capsulas Sprinkle : Facilidade de abertura - polvilhamento do conteúdo em liquido, alimentos, ou direto na boca Capsulas ácido-resistentes ou gastroresistentes: hypromellose (HPMC) e hypromellose phthalate (HPMCP) ; Resistente à digestão estomacal; Evitar perda de atividade por degradação ácida /enzimática Proteger o estômago contra ingredientes irritantes Tamanho de capsulas Cápsulas duras são produzidas em uma variedade de tamanhos; as industriais padrão em uso atualmente para medicação humana variam de tamanho 00 a 5 (000 – para uso veterinário ) A seleção do tamanho é realizada com base na quantidade de material a ser encapsulado. A densidade e a compressibilidade do material de enchimento determina em grande parte em que extensão ele pode ser acondicionado no interior do invólucro. Cápsulas duras Processo de manipulação ⚫ Desenvolvimento e preparação da formulação (Cálculos e pesagem) e seleção do tamanho da cápsula ⚫ Preenchimento dos invólucros (Encapsulação) ⚫ Travamento ⚫ Limpeza e polimento das cápsulas cheias Escolha do excipiente ⚫ Excipiente é qualquer substância diferente do fármaco ou do pró-fármaco, que tem sua segurança avaliada e, a partir de então, pode ser incluída na forma farmacêutica, com as seguintes intenções: ⚫ Possibilitar a preparação do medicamento; ⚫ Proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e a biodisponibilidade do fármaco, além da aceitabilidade do paciente; ⚫ melhorar ou promover qualquer outro atributo relacionado, não somente à segurança, mas, também, com a efetividade do produto durante a estocagem e/ou o uso. (IPEC -International Pharmaceutical Excipients Councils) Nas formas de administração orais, excipientes interagem com os ativos e podem afetar a segurança, estabilidade e eficácia, promovendo ou atrasando a liberação gastrointestinal. (USP Pharmacyst 2005) Avaliadas as propriedades físico-químicas do fármaco, a escolha dos adjuvantes mais adequados para determinada formulação baseia-se nas características das substâncias contidas na fórmula, bem como na possibilidade de interações entre os excipientes e o(s) fármaco(s). ⚫ Características de um excipiente ideal: ⚫ Toxicologicamente inativo. ⚫ Química e fisicamente inerte frente ao fármaco. ⚫ Compatível com outros ingredientes da formulação. ⚫ Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido). ⚫ Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados. ⚫ Fácil de ser armazenado. ⚫ Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina Classes de excipientes ⚫ Diluentes produtos inertes adicionados aos pós para o enchimento de cápsulas ou envelopes com volumes adequados. ⚫ Exemplos: lactose, fosfato de cálcio tribásico, amido, manitol, sulfato de cálcio, celulose microcristalina (Microcel, Avicel), fosfato de cálcio dibásico (Encompress, Ditab), óxido de magnésio, carbonato de magnésio, talco, caolim. ⚫ Absorventes substâncias adicionadas para absorverem água presente ou para fixar certos compostos voláteis, como as essências. ⚫ Exemplos: sílica coloidal (Aerosil 200), fosfato de cálcio, caolim, carbonato de magnésio, bentonita, talco. ⚫ Desagregantes (desintegrantes) empregados para acelerar a desintegração e/ou a dissolução da forma nos fluidos biológicos. ⚫ Exemplo: ácido algínico, amido, alginato de sódio, CMC-Na, celulose microcristalina, croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol), glicolato sódico de amido (Explotab), crospovidona (Kollidon CL). ⚫ Lubrificantes/deslizantes agentes capazes de prevenir a aderência dos pós e granulados nas punções e matrizes, facilitar o escoamento dos mesmos no alimentador e facilitar o enchimento de cápsulas. Otimizar o processo produtivo. ⚫ Exemplo: estearato de magnésio, estearato de cálcio, ácido esteárico, talco, óleo vegetal hidrogenado (ex. Lubritab). ⚫ Agentes molhantes substâncias adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão superficial na interface sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo de contato entre a água e as partículas sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas. ⚫ Exemplos: lauril sulfato de sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens). ⚫ Agentes antioxidantes empregados na tentativa de proteger a formulação de qualquer processo oxidativo e/ou inativação do fármaco. ⚫ Exemplos : BHA, BHT, -tocoferol, ácido ascórbico, palmitato de ascorbila, metabissulfito de sódio; Classificação biofarmacêutica ⚫ Em 1995 Amidon e colaboradores elaboraram um sistema de classificação biofarmacêutica para distribuir os fármacos baseados nas suas propriedades de solubilidade em meio aquoso e permeabilidade intestinal. ⚫ Baseado nestas características, as substâncias farmacêuticas foram divididas em quatro classes, conforme relacionado no quadro abaixo para classificar os fármacos baseados nas suas propriedades de solubilidade em meio aquoso e permeabilidade intestinal. CLASSE I SOLUBILIDADE = ALTA PERMEABILIDADE = ALTA CLASSE III SOLUBILIDADE = ALTA PERMEABILIDADE = BAIXA CLASSE II SOLUBILIDADE = BAIXA PERMEABILIDADE = ALTA CLASSE IV SOLUBILIDADE = BAIXA PERMEABILIDADE = BAIXA • Um fármaco é considerado de alta solubilidade quando a sua dose posológica mais alta é solúvel em 250 mL de meio aquoso na faixa de pH de 1,0 a 8,0. • A permeabilidade, no entanto, é baseada na fração percentual absorvida conhecida das substâncias. Uma substância é considerada de alta permeabilidade quando a fração absorvida é 90%. ⚫ Desta forma a escolha dos excipientes, desenvolvidos e padronizados para cada fórmula devem seguir alguns pré- requisitos, como: ⚫ Estabilidade da formulação quanto a higroscopia → verifica-se a presença ou não de ativo higroscópico, em caso afirmativo, utilizar o excipiente absorvente compatível. ⚫ Classificação Biofarmacêutica (SCB) → dar preferência ao fator mais limitante para sua absorção, desde que compatível e viável na formulação. ⚫ Após a definição dofármaco de classificação mais limitante, fazer a escolha do excipiente mais adequado para melhorar a solubilidade e absorção deste fármaco. ⚫ Por fim, verificar possíveis incompatibilidades entre os fármacos e os excipientes escolhidos e, em caso afirmativo, escolher opção alternativa para o excipiente incompatível. Diluentes solúveis: lactose, manitol Fármacos pouco solúveis. Diluentes insolúveis que não interferem na dissolução do fármaco: amido, celulose microcristalina Fármacos solúveis, fármacos pouco solúveis. Diluentes absorventes (insolúveis): carbonato de magnésio, óxido de magnésio, caolim, talco, dióxido de silício coloidal Fármacos higroscópicos (não usar em fármacos pouco solúveis). Agente molhante: lauril sulfato de sódio 0,5 – 2,0% (conc. solub do fármaco) Indicado p/ fármacos pouco solúveis ou insolúveis. Desintegrantes: glicolato sódico de amido 2-8%/ croscarmelose sódica 10- 25%(conc. solub do fármaco) Indicado p/ fármacos pouco solúveis ou insolúveis. Deslizante (melhora fluxo do pó): dióxido de silício coloidal (0,1 – 2%) Celulose microcristalina (fluxo livre) / lactose (fluxo + pobre). Lubrificantes: estearato de magnésio (até 1%); talco (1 – 3%) Evitar o uso com fármacos pouco solúveis ou insolúveis. Por enquanto é só! Até a próxima aula!