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Operação e Manutenção dos Equipamentos Profª. Natássia Sales 1. Introdução Se considerarmos o montante do investimento necessário para a composição de uma equipe mínima de terraplenagem, é fácil avaliar o alcance econômico de aumento da vida útil dos equipamentos, ou seja, no qual a remuneração dos serviços por ela prestados supera os seus custos. A medida que a máquina envelhece a probabilidade de falhas mecânicas aumenta ocasionando paralisação frequente, significando duplo prejuízo, com a falta de produtividade e com as despesas de manutenção. Daí a conclusão óbvia de que o proprietário deve ter preocupação permanente com o aumento da vida útil dos seus equipamentos. 1. Introdução A manutenção pode modificar a qualidade, produtividade e a forma de trabalho, equilibrando, ou não, o conjunto e definindo os custos operacionais. A agilidade da ação da equipe de manutenção é indispensável na condução e no bom andamento dos serviços, necessitando, portanto, de mobilização de recursos de vulto na reposição de peças, na utilização de materiais, nos recursos humanos de especialistas e, dependendo de fatores e do vulto da obra, no próprio local do projeto. 1. Introdução Toda manutenção que atua diretamente ou indiretamente na obra deve ser considerada necessária, estudada, pensada, planejada, preparada, organizada. Tudo isto para ser aplicado ao complexo da obra com inteiro sucesso e ampla segurança, de forma que não se torne parte do caminho critico e de estrangulamento na execução dos serviços. 2. Manutenção do equipamento MANUTENÇÃO CORRETIVA: É a manutenção que se executa, independente do tempo, e tem por objetivo o retorno do equipamento ao serviço no menor prazo de tempo. Devido à grande diversificação de equipamentos na construção, é normal a divisão da manutenção corretiva de acordo com o seguinte critério. 2. Manutenção do equipamento MANUTENÇÃO PESADA: Tem a finalidade de reparar, entre outros, as máquinas de terraplenagem, de desmonte de rocha, etc. Neste setor estão designadas as seguintes seções: Seção administrativa: É a seção que verifica a utilização do pessoal na execução dos serviços e processa todas as requisições de peças e materiais normais de consumo. Seção de motores: Normalmente, as recuperações de motores de equipamentos pesados são executadas na sede da empresa, devido à utilização de peças especiais e serviços que requerem técnicas aprimoradas. Em obras de vulto é comum se manter motores de reposição em estoque. A função da oficina tem como objetivo reparos e substituição de peças externas do motor e serviços nos cabeçotes. 2. Manutenção do equipamento Seção de transmissão: Parte também nobre dos equipamentos em que normalmente são feitos reparos comuns. Enviando-se as caixas de transmissão e conversores para a sede da empresa, sua substituição nos canteiros de obra isolada é realizada através de caixas que se encontram em estoque. Estes estoques dependem do número de equipamentos que se encontram lotados na obra, assim como a sua idade e seu processo de manutenção. Seção elétrica: Tem a finalidade de realizar a manutenção elétrica de todo equipamento pesado, tais como subestação, motores de partida, geradores, alternadores, motores elétricos, etc. 2. Manutenção do equipamento Seção de solda: É de atividade importante no campo da construção e especificamente na utilização de equipamentos pesados de terraplenagem e escavação em rocha, devido ao desgaste elevado das conchas de escavadeiras, carregadeiras, caçambas de caminhões fora de estrada, carcaças e motores diversos. Seção de máquinas operatrizes: Esta seção é composta de tornos, furadeiras, prensas, etc., que têm por objetivo a fabricação ou retificação de peças, incluindo-se os equipamentos pesados e os leves. Seção de borracharia: Devido aos elevados custos e dependendo do isolamento da obra é de grande importância. Realiza todo conserto de pneus, de máquina pesadas e leves. 2. Manutenção do equipamento Seção de equipamentos hidráulicos: Atualmente os equipamentos pesados estão recorrendo à utilização cada vez em maior escala de equipamentos hidráulicos. Normalmente se dá grande ênfase a esta seção, observando-se as seguintes áreas de reparos: máquinas de pneus; solda; máquina de esteira; montagem de motores; setor de elétrica; ferramentaria; setor de transmissão; lavagem de motores; setor de eletrônica; 2. Manutenção do equipamento MANUTENÇÃO LEVE: Este setor cuida dos veículos e equipamentos considerados leves, e que normalmente dão apoio à execução dos serviços e da obra em geral, entre outros: caminhões-carroceria, caminhões- basculantes, caminhões com caçamba para concreto, caminhão-pipa, carro lubrificante, guindaste sobre pneus, carros, "dumpers", grua, etc. Este setor, a exemplo da manutenção pesada, está dividido nas seções de motores, transmissão elétrica, solda e máquinas operatrizes. 2. Manutenção do equipamento MANUTENÇÃO PREVENTIVA: Este setor controla toda a vida útil dos equipamentos e decide as substituições e a manutenção das peças de reposição, procurando manter os equipamentos sempre em funcionamento, evitando a manutenção corretiva. Inspeções Tem a incumbência de inspecionar periodicamente freios, mecanismos de direção, cabos de tração e verificar procedimentos corretos com bom nível de produção e observância do repouso, de forma a dar total segurança à execução dos serviços e evitar qualquer tipo de acidente. Este setor tem também a responsabilidade de controlar, periodicamente, a parte rodante dos equipamentos e acompanhamento de rendimento dos mesmos, determinando sua substituição ou troca das unidades, controles de serviços, verificação periódica do sistema de transmissão, motores, reapertos em geral, vazamentos, etc. 2. Manutenção do equipamento Testes Modernamente, nas obras de porte, são estabelecidas sistemáticas que permitem detectar desgastes anormais de peças a partir de partículas sólidas presentes no óleo lubrificante, obtidas a partir da análise de uma amostra. A partir desta análise, pode-se intervir com segurança nas peças de um equipamento, prevendo e evitando danos de grandes proporções. De forma abrangente, os testes têm os seguintes objetivos: Motor - temperatura adequada de trabalho, testes de desempenho e etc. Transmissão - condições de pressões hidráulicas. Sistemas hidráulicos - verificação das pressões dos vários sistemas hidráulicos dos equipamentos. 2. Manutenção do equipamento Pneus Atualmente, os pneus assumem proporções elevadas nos gastos dos equipamentos rodantes, sendo, portanto, necessária a máxima atenção à sua manutenção preventiva, a fim de prolongar o seu uso nos serviços e de forma a se evitar paralisações que comprometam o rendimento da equipe. Este setor, por meio do controle individual de cada pneu, analisa a sua vida útil e procura diagnosticar falhas, defeitos ocasionados por erros de operação ou má conservação das pistas de rolamento. Ocorrem casos em que pressões excessivas podem desestabilizar equipamentos, diminuindo o fator de segurança e provocando tombamento. Neste setor é que ocorre a definição do tipo de reforma do pneu, ou seja, o processo de recapagem ou recauchutagem. 2. Manutenção do equipamento MANUTENÇÃO LIGEIRA: É a manutenção do tipo simples e requer colaboração do operador, envolvendo, entre outras, as seguintes funções: estrutura de proteção contra capotamentos; alarme auxiliar; cinto de segurança; faróis; protetor do carter e transmissão; tampas com trava para tanque de combustível hidráulico; Limpador e lavador de pára-brisa; buzina; tampa protetora do tubo de escape; pára choques traseiros; freios de estacionamento; lâmpadade alarme e indicadores de direção; 2. Manutenção do equipamento MANUTENSÕES DIVERSAS: São aquelas que não se enquadram nas manutenções mencionadas. Neste setor podem ser enquadradas, por exemplo, as centrais de concreto, refrigeração e britagem, por serem equipamentos afins e exigirem pessoal especializado de manutenção. · setor elétrico transformadores; quadros de comando; · setor hidráulico rede hidráulica; redes de água potável e industrial; bombas d'água, etc; manutenção de caçambas; manutenção hidráulica e de ar comprimido; · Setor ar comprimido perfuratrizes, marteletes etc.; ferramentas pneumáticas. 2. Manutenção do equipamento lavagem e lubrificação O indício seguro de uma boa manutenção é a limpeza dos equipamentos em uma obra. A imagem não tem somente valor visual, mas, na realidade, traduz o cuidado e o carinho com o qual a equipe de manutenção e operação prima pelo patrimônio da empresa. Em obras de porte é necessário que se tenham rampas de lavagem e de lubrificação, bem como uma boa localização no canteiro, devido ao grande volume necessário de água e depósito de óleo. 3. Análise da Manutenção do equipamento Análise Econômica - Entre as decisões relevantes que a direção do patrimônio deve tomar, sobressaem as que dizem respeito à relação de equipamentos e a definição das alternativas de menor custo operacional, que têm influência direta no êxito econômico de uma obra. A escolha definitiva deve levar em conta os diversos investimentos, confronto entre locação e compra de um equipamento, entre confecção e aquisição de uma peça e entre substituição e conservação de um equipamento. Para que uma obra execute os seus serviços economicamente é essencial um estoque adequado de peças e ferramentas, evitando-se paradas desnecessárias que oneram em demasia a execução dos eventos, comprometendo o andamento global da obra. 3. Análise da Manutenção do equipamento Um equipamento pode ser utilizado com apoio do sistema de manutenção adequada, proporcionando um mínimo custo de reparos, máxima produtividade e retorno do investimento. De forma geral, para a determinação dos custos horários dos equipamentos é necessário conhecer: 1 - Valor de aquisição 2 - Valor de depreciação 3 - Valor da manutenção corretiva e preventiva 4 - Previsão das horas efetivas de trabalho anual 5 - Vida útil 6 - Valor da mão de obra de manutenção e as taxas de administração 7 - Custo do investimento 8 - Valor da taxa de administração sobre o investimento 9 - Custo de operação do equipamento 10- Custo da energia para movimentação do equipamento 11- Custos de lubrificação e taxas de administração 12- Custos da taxa de administração global dos equipamentos 3. Análise da Manutenção do equipamento A manutenção é o conjunto de operações que são necessárias para manter um equipamento em perfeitas condições de uso. Na construção civil estes custos podem inicialmente ser adotados como um coeficiente de proporcionalidade a vida útil do referido equipamento 3. Análise da Manutenção do equipamento 4. Análise da Vida Útil do Equipamento Chama-se vida útil de um equipamento o período de tempo iniciado no momento de sua aquisição (entra em operação), duração estimada de tempo (meses ou anos) que possa cumprir corretamente a função técnica para o qual foi concebido, e durante o qual o mesmo realiza um trabalho com rentabilidade. A estimativa de vida útil de bens, em especifico os equipamentos, tem sido objeto de inúmeros estudos, os quais se baseiam em levantamentos estatísticos de vários anos. O levantamento estatístico tem a vantagem intrínseca de considerar todos os fatores que podem levar um bem a sair de operação. A bibliografia que trata de engenharia de avaliações e depreciação normalmente enumera os seguintes fatores como influentes na vida útil de bens: 4. Análise da Vida Útil do Equipamento CONDIÇÕES FÍSICAS: · danos por acidente; · danos por catástrofe; incêndios, ventos, chuvas; enchentes; terremotos; · deterioração pelo tempo; dano proporcional à idade - é aquela que se desenvolve e aumenta com a idade, e a extensão da exposição a elementos destrutivos tais como: ferrugem, elementos químicos, variação de temperatura, efeitos mecânicos de congelamento e aquecimento, mesmo com reparos e manutenção e sem uso; dano e desgaste pelo uso - fricção, impacto, vibração, tração, compressão e temperatura; dano proporcional à intensidade - a retirada relaciona-se mais à intensidade de uso do que à idade dos bens. 4. Análise da Vida Útil do Equipamento 4. Análise da Vida Útil do Equipamento 4. Análise da Vida Útil do Equipamento AÇÃO DE RETIRADA: · nem todos os bens são repostos ao fim de sua vida útil, portanto, cabe a quem analisa a retirada, decidir se serão repostos ou não; · a determinação da vida útil é importante nas análises econômicas, pois permite avaliar a vida útil econômica, ou seja, se é economicamente viável manter ou substituir os equipamentos. · deve-se ter em mente que as estimativas referem-se ao futuro, isto é, ainda não ocorreram, e a análise do passado permite um julgamento adequado de que dados utilizar, entretanto, não se deve considerar cegamente que o futuro irá duplicar o passado. · a causa da retirada de bens é relativamente irrelevante nas análises econômicas, mas pode ser de utilidade na especificação de características de novos equipamentos. · a ação de retirada de equipamento é um fato importante na contabilidade de custos, pois define o fim da vida útil do equipamento e, portanto, a depreciação contabilizada e o valor residual da propriedade. 5. Conclusão O conhecimento estatístico da vida útil de bens permite análises econômicas mais acuradas, reduzindo-se com isto a insegurança nas decisões. Torna-se necessário um método capaz de formular objetivamente estratégias de manutenção para os equipamentos e que possa ser um contraponto às práticas subjetivas observadas nas empresas, tais como: em equipamentos críticos se faz manutenção preventiva; ou em equipamentos ociosos se admitem emergências; métodos objetivos de formulação de estratégias de manutenção, se existirem, são aplicáveis em que ambiente; que requisitos são necessários nas empresas para a adoção destes métodos; e que evidências são necessárias para a comprovação da sua eficácia.