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TCC penal

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Direito 
 
 
 
 
 
TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS: INFLUÊNCIA NA CRIMINALIDADE 
E POLITICAS DE PREVENÇÃO 
 
 
 
IAGO GOUVEA DA SILVA 
 
 
 
Rio de Janeiro/RJ 
2020.1 
 
 
 
 
TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS: INFLUÊNCIA NA CRIMINALIDADE 
E POLITICAS DE PREVENÇÃO 
 
 
 
Artigo Científico Jurídico apresentado à 
Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, 
como requisito parcial para conclusão da 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. 
Orientadora: Professora Cristiane Dupret 
Filipe Pessoa 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Campus Madureira 
2020
1 
 
 
RESUMO 
O trabalho vem por meio de pesquisas abordar o tráfico de drogas no país, abordamos 
também sobre a lei de drogas e o que podemos fazer em relação a esse cenário. Trazemos 
também o tráfico de drogas no âmbito mundial. Como por exemplo, onde tudo começou. 
 
SUMÁRIO: 
Introdução; Desenvolvimento: O que é trafico internacional de drogas; 1. No Brasil; 1.1No 
mundo; 1.2 Origens; 2. Sua influencia na criminalidade; 3. Como o direito penal interpreta o 
tráfico internacional de drogas; 4. Qual a forma mais eficaz de prevenir que seja realizado o 
tráfico; Conclusão; Referencias. 
 
INTRODUÇÃO 
Neste trabalho vamos abordar diversas situações referentes a um problema antigo mas que 
vem se tornando cada dia mais evidente que é o Tráfico Internacional de Drogas. Até pouco 
tempo atrás não seria um assunto tão abordado , na realidade a população começou a tomar 
ciência desta questão que vale ressaltar, é antiga após uma novela em uma grande emissora de 
televisão brasileira , desde então vem sendo falado bastante entre os brasileiros . 
 
DESENVOLVIMENTO 
 O que é Tráfico Internacional de Drogas? 
1 – NO BRASIL 
De acordo com o artigo 5°, inciso XLIII da Constituição da República Federativa do 
Brasil, onde discorre sobre o mandado de criminalização, dirige-se ao Poder Legislativo a fim 
de que sejam criadas lei(s) que criminalizam o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas no 
geral, sendo considerado inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. De forma mais clara, 
o tráfico de drogas é equiparado pelo ordenamento jurídico a crime hediondo. 
A lei de Drogas instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - 
SISNAD; onde são prescritas medidas de prevenção do uso indevido, no social de 
dependentes de drogas e usuários, estabelecendo normas que possam reprimir a produção não 
autorizada e o tráfico ilícito das drogas, definindo crimes e elaborando outras providências. 
No parágrafo único do primeiro artigo da Lei de Drogas, vislumbramos que as partes penais 
da lei constituem normas penais em branco, tendo em vista que a definição de droga é relativa 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Nacional_de_Pol%C3%ADticas_P%C3%BAblicas_sobre_Drogas
2 
 
as especificações legais ou de listas periodicamente atualizadas pelo Poder Executivo da 
União. Atualmente, as drogas ilícitas estão listadas na Portaria 344 de 1998 do Ministério da 
Saúde. 
Lei 11.343/2006 - Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, 
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter 
em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, 
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 
(cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa 
 
1.1 – NO MUNDO 
Em referência ao tráfico internacional de drogas, tomando-o em grande escala, a partir 
da década de 1970 começou a alastrar-se, tendo seu ápice na década de 1980, estando esse 
desenvolvimento ligado estreitamente à crise mundial econômica. 
A economia dos países produtores de cocaína é determinado pelo narcotráfico, onde 
vem sofrendo quedas sucessivas em seus principais produtos de exportação em relação aos 
seus preços, mesmo sabendo que a maior parte do lucro não ficam nesses países, e ao mesmo 
tempo, gera favorecimento principalmente ao sistema financeiro mundial. O sistema 
financeiro corresponde a lógica do capital oriundo da droga, que por sua vez é eminentemente 
especulativo, fazendo-se necessário cada vez mais de capital livre, para que possa girar, e o 
tráfico de drogas promove o aparecimento desse capital que rapidamente se acumula e se 
move com extrema velocidade. 
O narcotráfico é produzido em escala global, desde o cultivo em países 
subdesenvolvidos até seu consumo, principalmente nos países ocidentais, nos quais o produto 
final atinge um alto valor no mercado negro, onde o tráfico surge da ilegalidade das drogas e 
acarretando consequências sociais de suma importância na mesma, como por exemplo; crime, 
marginalidade, violência, corrupção, sem contar em taxas maiores de intoxicação causadas 
por produtos químicos adulterantes dos entorpecentes. 
As penas oriundas da repressão às drogas são mais danosas que os efeitos das drogas 
em si. Vários países possuem experiências bem-sucedidas no âmbito da 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_negro
3 
 
descriminalização/legalização de drogas leves. Cada vez mais países adotam posturas liberais 
para driblar os danos causados pela ilegalidade das drogas. 
No Brasil e dentre outros países, existem movimentos sociais que visam legalizar a 
cannabis sativa, uma substância declarada ilícita pelas leis do país. A conhecida Marcha da 
Maconha torna-se um exemplo disso, tendo em vista unir pessoas de vários lugares do país 
para irem as ruas gritar, buzinar, levantarem cartazes e ensinar a respeito da maconha, 
expondo o lado do usuário de drogas. 
 
1.2 – ORIGENS 
Em locais onde a legislação restringe ou proíbe a venda de determinadas drogas 
populares, é soez o desenvolvimento de um mercado negro, sabendo-se que a maioria dos 
países considera o narcotráfico um problema extremamente sério. No ano de 1989, os EUA 
interviram no Panamá com o intuito de extinguir o narcotráfico. Foi realizado pelo governo da 
Índia operações no Oriente Médio e a própria península da Índia, na tentativa de seguir o 
rastro de vários narcotraficantes. 
Algumas estimativas do comércio global puseram o valor das drogas ilegais a cerca de 
US$ 400 bilhões no ano 2000; que, somado ao mesmo tempo ao valor do comércio global de 
drogas legalizadas (tais como o tabaco e o álcool), corresponde a uma quantidade superior ao 
dinheiro gastado para a alimentação no mesmo período de tempo. 
No ano de 2005, o Relatório Mundial em relação a Drogas das Nações Unidas, foi 
informado que o valor do mercado ilícito de drogas foi no valor estimado em 13 bilhões de 
dólares ao nível de produção, 94 bilhões ao nível de preço de mercado e a mais de um trilhão 
baseado nos preços de cultura, levando em consideração inclusive as perdas. Embora o 
consumo dos entorpecentes seja mundial, o maior mercado consumidor é os Estados Unidos 
seguido da Europa e, os maiores produtores do mundo dos ilícitos são, o Afeganistão (ópio), o 
Peru e a Colômbia (cocaína). 
 
2 – SUA INFLUÊNCIA NA CRIMINALIDADE 
O Narcotráfico arrecada por ano em todo o mundo $900 Bilhões de dólares, segundo o 
estudo efetuado pela Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, efetuado em 
dezembro de 2008, que deu a estimativa que o tráfico de drogas no Rio de Janeiro (maconha, 
cocaína e crack) fatura entre 316 e 633 milhões de reais por ano, mas lucra algo em torno de 
130 milhões, sendo menos rentável do que aparenta, e entre os altos custos suportados pelos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_negro
https://pt.wikipedia.org/wiki/2000
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lcool
4 
 
traficantes, estão o de logística de fornecimento e autoproteção e as perdas decorrentes das 
apreensões policiais, que além dos gastos com mão de obra,haveria ainda gastos entre 121 e 
218 milhões de reais por ano coma reposição de armas e a compra de produtos. 
As drogas sempre tiveram um tratamento adotado pelas autoridades como crime 
organizado, no caso do tráfico é questão de saúde pública em se tratando dos usuários. Uma 
questão intermediária chama a atenção por ser mais nefasta ainda, diante de suas 
consequências, trata-se do crime desorganizado, que acontece quando duas pessoas em uma 
motocicleta abordam uma vítima desferindo voz de assalto. Nesse caso a vítima conseguir 
ficar calma e entregar os pertences que possui às vezes escapa ilesa, entretanto, ao se assustar 
com a abordagem dos criminosos ou tendo um mal súbito, corre risco de perder a vida, pois 
estes delinquentes se encorajam para “trabalhar” com a ajuda do crack ou da merla, que são 
subprodutos da cocaína, e, como covardes que são, atiram na vítima por temer sua reação ou 
por pura crueldade deliberada. 
No crime desorganizado tudo engloba as drogas, se motoqueiros roubam é para se 
obter dinheiro para sustentar o vício aos entorpecentes, se matam alguma vítima durante o 
assalto, é porque estão sob o efeito das drogas e é notório que o que os motiva a praticar a 
maioria dos homicídios acontecidos, também são as drogas. Os acertos e desacertos entre 
traficantes e usuários na grande maioria das vezes terminam em morte. 
Nessa relação, foi criado o sistema mais hediondo de cobrança de dívidas até hoje 
conhecido pela humanidade, onde quem comprou drogas ou pegou para vender e não pagou, a 
sentença é a pena de morte, que pode até ser executada com requintes de crueldade, e, mais 
uma vez, aparece a conhecida dupla de motoqueiros, só que desta vez não são ladrões e sim 
pistoleiros que por um naco de drogas ou pequenas quantias em dinheiro executam qualquer 
ser humano sem piedade alguma. 
A Lei de Drogas impôs a severidade necessária para que o traficante dos entorpecentes 
tenham sanções com penas de cinco a quinze anos de prisão e o tráfico é tratado como crime 
hediondo equiparado. Todavia, a questão do usuário foi remetida à saúde pública, que não 
possui nenhuma estrutura para lidar com o problema. A existência e qualidade de alguma 
instituição pública capaz de tratar um dependente de drogas são questionáveis, tendo o 
exemplo de clínicas particulares cobrarem um alto custo pelo tratamento, sendo proibitivo 
para a maioria da população que deseja se tratar. Entidades civis ou religiosas prestam este 
serviço gratuito e de forma adequada, mas necessitam de doações e voluntariado para manter 
suas atividades em progresso. 
5 
 
O legislador optou pela descarcerização quanto ao uso de drogas, impondo as 
seguintes penas para o usuário, conforme preconiza o artigo 28 da lei antidrogas: I - 
advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida 
educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. Essas penas socioeducativas 
não possuem o condão de frear o consumo de drogas em nossa sociedade, devendo ser levado 
em conta que quem sustenta a violência é o usuário de drogas, pois ao adquirir qual seja a 
droga, seu dinheiro alavanca todos os tipos de criminalidade. 
É correto afirmar que as drogas estão dia após dia fomentando a violência e a 
criminalidade no mundo, daí surge indagações: encarcerar os traficantes reduziria o 
problema? Em parte, sim, e a lei dá condições para isso, basta aumentar a fiscalização e 
construir mais cadeias, resta a outra parte do problema, que são os usuários que vão continuar 
a comprar drogas de “alguém”, essa questão é mais complexa e para enfrentá-la, a batalha 
deve começar pelos familiares, concomitantemente com um sistema de saúde pública 
especializado neste assunto à disposição, bem como, o problema ser tratado também, em nível 
de segurança pública. 
A lei não prevê a prisão do usuário pela polícia e diante disso, esta tem agido de forma 
a fechar os olhos para os consumidores de drogas. Diante dessa situação, alguma providência 
deve ser tomada, e, entendemos que o poder de polícia deve deter os usuários surpreendidos 
em flagrante consumindo ou na posse de drogas conforme dispõe a lei, e este, tem o dever de 
como cidadão, informar de quem adquiriu a referida droga, visando a prisão do traficante. 
Agindo desta forma, estaria minimizando sua atitude de comprar drogas de um traficante e, 
por consequência, estimulando a redução da criminalidade. Depois, na Delegacia, este usuário 
deve ser entregue à família para a adoção dos procedimentos pertinentes de saúde, já que a 
legislação não prevê a internação compulsória dos usuários de drogas. 
Falar em liberar o uso das drogas sem apontar alternativas para o problema do usuário, 
não ajuda em nada o enfrentamento da questão, pois não é fácil conviver com um viciado em 
drogas no seio familiar, além de ser uma doença terrível, tal situação provoca a violência 
generalizada que prejudica a sociedade como um todo. 
 
3– COMO O DIREITO PENAL INTERPRETA O TRÁFICO INTERNACIONAL DE 
DROGAS 
O crime de tráfico de drogas está previsto na lei 11.343/06, em seu artigo 33. 
6 
 
“Art. 33. Importar, exportar, reter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, 
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, 
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, 
expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, 
traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas; 
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas 
que se constituam em matéria-prima para a preparação de 
drogas; 
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a 
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou 
consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, 
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de 
droga: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 
(cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a 
pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento 
de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem 
prejuízo das penas previstas no art. 28.(…)” (BRASIL – 2006) 
7 
 
 
O crime supramencionado tem classificação doutrinária de delito de ação múltipla ou 
de conteúdo típico alternativo, dessa forma, o agente é responsabilizado por um único crime 
ainda que o mesmo pratique mais de um crime previsto no tipo penal, desde quenão haja 
considerável intervalo temporal entre a prática das condutas. Além disso, se inexistir vínculo 
espacial entre as ações também seria possível a caracterização de imputações diversas. 
Florêncio Filho (2009), por sua vez, aponta como possibilidade de instauração de uma 
continuidade delitiva em caso de duas ou mais condutas serem separadas por um intervalo de 
tempo consideravelmente longo. 
Ainda no que se refere à continuidade delitiva e os seus reflexos na pena, 
esclarecedora a posição esposada pelo STJ no informativo de jurisprudência nº 456: 
“TRÁFICO. DROGAS. CONTINUIDADE DELITIVA. 
Com referência ao crime de tráfico de drogas, a Turma, por 
maioria, entendeu, entre outros tópicos, que a jurisprudência do 
STJ é pacífica quanto a permitir o aumento de pena pela 
continuidade delitiva ao se levar em contao número de 
infrações. Assim, na hipótese, de quatro delitos, entendeu 
correta a exacerbação da pena em um quarto em razão do 
crime continuado. O voto divergente do Min. Jorge Mussi 
entendia não ser possível aplicar ao delito de tráfico de drogas 
a figura do crime continuado em razão de sua natureza de crime 
permanente. O Min. Honildo Amaral de Mello Castro 
(Desembargador convocado do TJ-AP) acompanhou a maioria 
com ressalvas. Precedentes citados: HC 112.087-SP; HC 
125.013-MS, DJe 30/11/2009; HC 106.027-RS, DJe 23/8/2010; 
HC 103.977-SP, DJe 6/4/2009; HC 44.229-RJ, DJ 20/3/2006, e 
HC 30.105-SP, DJ 18/4/2005. HC 115.902-RJ, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 18/11/2010”. (BRASIL, 2016) 
Damásio de Jesus (1999), na análise do tipo quando previsto pela lei revogada lei de drogas, 
defende sua estruturação como crime de lesão especial, uma vez que teria como base de 
aferição do dano não o objeto material, mas o bem jurídico tutelado: a saúde pública. 
8 
 
A conciliação que se busca entre segurança jurídica e justiça material tem levado o 
Poder Judiciário, em específico o Supremo Tribunal Federal, a atualizar seus entendimentos a 
respeito da aplicação da Lei 11.343/2006, também conhecida como Lei de Drogas. 
Dentre milhares de processos recebidos em 2018 pelo Superior Tribunal de Justiça, 
aproximadamente 23% são de referência ao tráfico e condutas afins, pois a maioria desses 
casosem geral apreciados pelas turmas que integram a Terceira Seção, especializada em 
direito penal, é de habeas corpus e recurso em habeas corpus. 
Uma das questões mais polêmicas em se tratando da Lei de Drogas, atualmente, no 
tocante ao artigo 28, cuja constitucionalidade tem sido objeto de acirrados debates, que 
contrapõem a legitimidade da tutela do direito penal às garantias da intimidade e da vida 
privada, o que ainda está em discussão no Supremo Tribunal Federal. Tendo em vista que o 
julgamento do referido RE 635.659 está previsto para acontecer no segundo semestre deste 
ano, quando a corte suprema decidirá sobre a tipicidade do porte de drogas para consumo 
pessoal. 
No Superior Tribunal de Justiça, existem entendimentos divergentes quanto à 
possibilidade de condenações com base no artigo 28 serem usadas para caracterizar 
reincidência, uma vez que a conduta não é punida com prisão. 
Vale ressaltar que foi aprovada a súmula nº 607 do Superior Tribunal de Justiça, que 
dispõe: “A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se 
configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a 
transposição de fronteiras. ” 
Para a melhor compreensão da nova súmula, dispõe-se do art. 40, I, da Lei de Drogas: 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: 
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto 
apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a 
transnacionalidade do delito; 
Sendo assim, observamos que o tráfico transnacional é reprimido com uma pena 
superior àquela do tráfico interno, ou seja, entende-se que é aquele que acontece dentro de um 
mesmo Estado. Trata-se de causa de aumento de pena (majorante) que pode ter uma 
significativa repercussão na dosimetria da pena, podendo chegar a um aumento máximo de 
dois terços. 
9 
 
Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, para que o tráfico 
transnacional se consume, tem que ser comprovada a destinação internacional da droga, ainda 
que não seja de fato levada para o exterior, privilegia-se a finalidade em detrimento da 
realização do ato. 
De certo, a conduta também está descrita no próprio art. 33 da Lei de drogas, que, 
dentre os inúmeros verbos, tipifica a importação e a exportação de drogas. 
Quanto à competência para investigar e processar esses crimes, de acordo com o art. 
70 da Lei 11.343/06, “o processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta 
Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal”. 
Igualmente, a súmula nº 528 do STJ complementa: “compete ao juiz federal do local 
da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de 
tráfico internacional.” 
A súmula 607 foi editada no mesmo sentido da Súmula 587 do STJ, que diz que, “para 
a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva 
transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a demonstração 
inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual”. 
Destarte, em concordância com os entendimentos sumulados, é a mesma lógica, qual 
seja, é prescindível para o reconhecimento do tráfico interestadual que seja realizado o 
deslocamento da droga para outro estado, da mesma forma, para o tráfico transnacional, que 
também é desnecessária a transposição da droga para outro país. 
Nesses dois casos, para que seja realizado o reconhecimento das majorantes, faz-se 
necessário que o conjunto probatório demonstre a inequívoca intenção de realizar o 
transporteda droga para outro estado ou país, o que se pode comprovar, por meio de 
interceptações telefônicas com diálogos que apontem essa intenção ou por meio da preparação 
do transporte, como planos de viagem, frete de meios de transporte, por exemplo. 
O entendimento da súmula 607 já vinha sendo aplicado pela jurisprudência, inclusive 
do STJ, e para exemplificar, cita-se uma ementa do Tribunal Regional Federal da 3ª Região: 
[…]. I. No que diz respeito ao núcleo do tipo “trazer consigo”, 
não se exige do agente, para a caracterização da 
transnacionalidade, a efetiva transposição de fronteiras. 
Existindo evidências de que a droga se destinava ao exterior, 
configurada está a majorante e, por isso, escorreita a sua 
aplicação. II. Com efeito, não há evidência maior de que a droga 
10 
 
efetivamente seria transportada para outro país, não fosse o 
malogro do intento pela atuação eficaz dos agentes policiais, do 
que a prisão em flagrante do agente, prestes a embarcar em vôo 
com destino ao exterior. III. Portanto, existe transnacionalidade 
tentada. O que é impossível é a prática do crime de tráfico, pelo 
núcleo “trazer consigo”, na forma tentada. Logo, a tentativa de 
envio da droga a outro país já configura a majorante da 
transnacionalidade. (TRF 3ª Região, Quinta Turma, Apelação 
Criminal 0008541-32.2007.4.03.6119, Rel. Eliana Marcelo, 
julgado em 03/11/2008) 
Por derradeiro, o entendimento sumulado é criticável, pois a majorante exige a 
transnacionalidade do delito e não a mera tentativa, tampouco a intenção apenas de fazer 
transportação para outro país, tratando-se de uma indevida ampliação da majorante a fim de 
aumentar a pena por meio da consideração de uma conduta não descrita no art. 40, I, da Lei de 
Drogas, sendo, portanto, violado, o princípio da legalidade. 
 
4 – QUAL A FORMA MAIS EFICAZ DE PREVENIR QUE SEJA REALIZADO O 
TRÁFICO 
No ano de 2013, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 
colocou o Relatório Mundial Sobre Drogas à exposição, o estudo teve dados considerados do 
período entre 2001 à 2014, tendo por sua conclusão que o Brasil serve de corredor para a 
droga produzida nos países andinos e que na última décadasaiu a maior quantidade de cocaína 
apreendida no mundo do Brasil. Em outros estudos e notícias realizados nos últimos anos, foi 
revelada a fragilidade, insuficiência ou e precariedade das políticas públicas de combate ao 
uso e tráfico de drogas no Brasil. 
O poder público para enfrentar o problema, também teve sua vontade política 
questionada, já que os recursos, além de insuficientes, muitas vezes não chegam aos seus 
objetivos, pois os R$ 410 milhões anunciados pelo governo em maio de 2010 para combater o 
crack, por exemplo, apenas dois terços foram aplicados até o momento. 
A ineficiência atribuída por parte do Estado à falta de um melhor dimensionamento doproblema das drogas e da dependência química por conta da falta de dados, Roberto 
Kinoshita, coordenador de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, em 
afirmativa, diz que é importante que não haja reação excessiva do poder público. 
11 
 
O Poder Executivo, o Legislativo e todos os agentes públicos, precisam da necessária 
firmeza para enfrentar o problema, não para minimizar, mas, ao mesmo tempo, ter a clareza 
de não gerar alarde de forma que vá trazer pânico, pelo contrário, como agentes de Estado, 
devem agir de forma para assegurar à sociedade que esse tipo de problema é possível de ser 
solucionado. 
Senadores, médicos e especialistas entendem que o Estado precisa trabalhar a questão 
das drogas ilícitas paralelamente ao das lícitas, assim como tabaco e principalmente bebidas 
alcoólicas, facilmente acessíveis e alvo de mídias, considerados a porta de entrada para 
maconha, cocaína e crack, o cigarro e álcool são apontados como principais problemas de 
saúde pública do país, consideravelmente superiores que o das drogas ilícitas. 
Vale ressaltar que não há clareza acerca dos direitos dos dependentes e usuários que 
por vezes encarados como vítimas, eles ainda enfrentam a discriminação e a criminalização 
do uso de drogas, que em momentos, podem colocar em risco individuais garantias em troca 
de soluções de força exigidas por uma sociedade assustada, como por exemplo o caso do 
tratamento compulsório. 
Na avaliação da advogada Roberta Duboc Pedrinha, especialista em Direito Penal e 
Sociologia Criminal, a Constituição e as leis penais colocam os usuários de drogas como 
inimigos da sociedade. Essa estratégia analisa e busca dar à população uma resposta, que tem 
medo da violência do tráfico de drogas, por meio de leis mais severas. 
Em direção oposta, uma política de tolerância zero também foi defendida na 
subcomissão e para José Luiz Gomes do Amaral, Presidente da Associação Médica Brasileira, 
“não é possível tolerar o crack nas ruas. 
E é necessário que os agentes públicos que trabalham nessa causa, trabalhem de 
maneira integrada para encaminhar usuários imediatamente ao serviço de saúde para serem 
monitorados e seja realizado todo o processo de desintoxicação dos usuários e reintegração á 
sociedade. 
 
CONCLUSÃO 
 Diante exposto podemos concluir que o presente trabalho abordou de maneira geral o 
tráfico de drogas tanto quanto nacional quanto internacional. 
Foram destacados também os artigos pertinentes ao assunto como também solução e 
problema na integra. Como podemos ver também A lei de Drogas instituiu o Sistema 
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD; onde são prescritas medidas de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Nacional_de_Pol%C3%ADticas_P%C3%BAblicas_sobre_Drogas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Nacional_de_Pol%C3%ADticas_P%C3%BAblicas_sobre_Drogas
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prevenção do uso indevido, no social de dependentes de drogas e usuários, estabelecendo 
normas que possam reprimir a produção não autorizada e o tráfico ilícito das drogas, 
definindo crimes e elaborando outras providências. No parágrafo único do primeiro artigo da 
Lei de Drogas, vislumbramos que as partes penais da lei constituem normas penais em 
branco, tendo em vista que a definição de droga é relativa as especificações legais ou de listas 
periodicamente atualizadas pelo Poder Executivo da União. Atualmente, as drogas ilícitas 
estão listadas na Portaria 344 de 1998 do Ministério da Saúde. 
Tanto como A súmula 607 foi editada no mesmo sentido da Súmula 587 do STJ, que 
diz que, “para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é 
desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente 
a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual”. 
Tanto como O Poder Executivo, o Legislativo e todos os agentes públicos, precisam 
da necessária firmeza para enfrentar o problema, não para minimizar, mas, ao mesmo tempo, 
ter a clareza de não gerar alarde de forma que vá trazer pânico, pelo contrário, como agentes 
de Estado, devem agir de forma para assegurar à sociedade que esse tipo de problema é 
possível de ser solucionado. 
Senadores, médicos e especialistas entendem que o Estado precisa trabalhar a questão 
das drogas ilícitas paralelamente ao das lícitas, assim como tabaco e principalmente bebidas 
alcoólicas, facilmente acessíveis e alvo de mídias, considerados a porta de entrada para 
maconha, cocaína e crack, o cigarro e álcool são apontados como principais problemas de 
saúde pública do país, consideravelmente superiores que o das drogas ilícitas. 
Vale ressaltar que não há clareza acerca dos direitos dos dependentes e usuários que 
por vezes encarados como vítimas, eles ainda enfrentam a discriminação e a criminalização 
do uso de drogas, que em momentos, podem colocar em risco individuais garantias em troca 
de soluções de força exigidas por uma sociedade assustada, como por exemplo, o caso do 
tratamento compulsório. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Luís Carlos Valois – O Direito Penal da Guerra às Drogas – 3º Edição. 
Adriano Oliveira – Tráfico de Drogas e Crime Organizado – Peças e Mecanismos.

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