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FIBROMIALGIA UM COMPROMETIMENTO DA QUALIDADE DE VIDA SEXUAL E CONJUGAL

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UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA 
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIBROMIALGIA: UM COMPROMETIMENTO DA QUALIDADE DE VIDA SEXUAL 
E CONJUGAL 
 
 
 
JOÃO BATISTA DE AGUIAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARAQUARA, OUTUBRO DE 2017. 
UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA 
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIBROMIALGIA: UM COMPROMETIMENTO DA QUALIDADE DE VIDA SEXUAL 
E CONJUGAL 
 
 
 
João Batista de Aguiar 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial para 
a conclusão do curso de Especialização 
em Neuropsicologia. 
Orientadora: Profa. Me. Luciana Rueda 
Souza Sborowski 
 
 
 
ARAQUARA, OUTUBRO DE 2017. 
 
DECLARAÇÃO 
 
 
 
 
Eu, João Batista de Aguiar, declaro ser o autor do texto apresentado Trabalho de Conclusão de 
Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em Neuropsicologia com o título ”FIBROMIALGIA: 
UM COMPROMETIMENTO DA QUALIDADE DE VIDA SEXUAL E CONJUGAL”. 
Afirmo, também, ter seguido as normas do ABNT referentes às citações textuais que 
utilizei e das quais eu não sou o (a) autor (a), dessa forma, creditando a autoria a seus verdadeiros 
autores. 
 Através dessa declaração dou ciência de minha responsabilidade sobre o texto 
apresentado e assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas legais, no tocante aos 
direitos autorais e originalidade do texto. 
 
Araraquara, ___ de _______ de ______. 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Assinatura do autor 
 
JOÃO BATISTA DE AGUIAR 
 
TÍTULO: FIBROMIALGIA: UM COMPROMETIMENTO DA QUALIDADE DE VIDA SEXUAL E CONJUGAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como exigência parcial para a finalização do Curso 
de Especialização em Neuropsicologia pela 
Universidade de Araraquara – Uniara. 
 Orientadora: Profa. Me. Luciana 
 Rueda Souza Sborowski 
 
 
 
Data da defesa/entrega: ___/___/____ 
 
MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: 
 
 
Presidente e Orientador: Nome e título 
 
 
 
Membro Titular: Nome e título 
 
 
 
Membro Titular: Nome e título 
 Universidade. 
 
 
 
 
Média______ Data: ___/___/____ 
Universidade de Araraquara 
Araraquara- SP 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao Mestre Jesus Cristo, amigo de todas as horas. Sua história de vida inspira-me a 
prosseguir cumprindo a missão de incansavelmente servir ao próximo. 
 
Aos meus familiares e comunidade terapêutica que, com muito carinho e apoio, 
sempre compreenderam e me incentivaram a buscar o saber que contribui para a 
construção de uma sociedade melhor. 
 
À professora Luciana Rueda Souza Sborowski, pela paciência na orientação e 
incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho. 
 
À professora Ana Cristina Alves Lima, tutora e coordenadora do curso, pelo apoio e 
carisma. 
 
Aos professores Edmundo Alves de Oliveira, Coordenador Geral do NEAD e Mônica 
Pereira Coordenadora Pedagógica do curso de especialização, que foram tão 
importantes nessa etapa da administração e construção do saber. 
 
Aos colegas da Neuropsicologia, pelo grato prazer da convivência e pela partilha dos 
saberes oportunizados nos fóruns de tarefas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para os alunos pesquisadores da Neuropsicologia, essa ciência que tem se 
dedicado ao estudo da relação do sistema nervoso com o comportamento humano, 
minhas estimas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A alma humana deve ser cuidada sem descuidar de sua relação com a mente e 
com o corpo porque o ser humano é uma unidade psiconeumossomática”. 
(Jorge A. León) 
 
RESUMO 
 
A fibromialgia é uma síndrome crônica, caracterizada por queixas dolorosas 
musculoesqueléticas difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões 
anatomicamente bem determinadas, características e prevalência influenciada pelos 
fatores sociais, econômicos e culturais. O Objetivo do trabalho foi desempenhar uma 
revisão das pesquisas empíricas sobre o impacto da fibromialgia na qualidade de 
vida sexual de homens, mulheres e cônjuges. Para revisão de literatura foi 
elaborado um levantamento de obras existentes nas bases de dados SciELO, 
Domínio Público e PePSIC, no período de 2004 a 2016. As palavras chave utilizadas 
foram “fibromialgia” e “sexualidade”. Os 25(vinte e cinco) artigos selecionados foram 
fundamentados de acordo com as categorias: Etiopatogenia da fibromialgia; sua 
prevalência na população mundial; seus impactos na vida relacional e sexual; a 
importância da informação sobre a doença e o tratamento multidisciplinar para 
homens e mulheres. Como resultados, vimos que a fibromialgia causa impacto 
negativo sobre a qualidade da vida sexual de homens, mulheres, parceiros sexuais e 
cônjuges. Conclui-se que há carência de estudos científicos que abordem a 
sexualidade e terapêuticas especificas, sobretudo para os cônjuges. 
 
Palavras Chave: Fibromialgia, Sexualidade, Qualidade de Vida, Disfunção Sexual, 
Divórcio. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Fibromyalgia is a chronic syndrome, characterized by diffuse musculoskeletal pain 
and the presence of pain points in anatomically determined regions, characteristics 
and prevalence influenced by social, economic and cultural factors. The objective of 
this study was to review empirical research on the impact of fibromyalgia on the 
quality of sexual life of men, women and spouses. To review the literature, a survey 
of existing works in the SciELO, Public Domain and PePSIC databases was carried 
out from 2004 to 2016. The keywords used were "fibromyalgia" and "sexuality". The 
25 (twenty five) articles selected were based on the categories: Fibromyalgia 
etiopathogenesis; prevalence in the world population; their impact on relational and 
sexual life; the importance of information on the disease and the multidisciplinary 
treatment for men and women. As a result, we have seen that fibromyalgia has a 
negative impact on the quality of the sexual life of men, women, sexual partners and 
spouses. It is concluded that there is a lack of scientific studies that address sexuality 
and specific therapies, especially for the spouses. 
 
Keywords: Fibromyalgia, Sexuality, Quality of Life, Sexual Dysfunction, Divorce. 
 
 
. 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12 
 
 
2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 16 
 
3 MÉTODO ........................................................................................................... 17 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 19 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 35 
 
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 36
12 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 Fibromialgia, termo proposto em 1976 pelo Dr. Kahler Hench para 
descrever a dor muscular sem inflamação em substituição à terminologia fibrose, é 
um termo hibrido originado do latim FIBRA, que significa tecido fibroso, ligamentos, 
tendões e do grego MYOS, “músculo” e ALGOS, “dor”;“é uma síndrome crônica 
caracterizada por queixas dolorosas musculoesqueléticas difusas e pela presença 
de pontos dolorosos em regiões anatomicamente bem determinadas” (Weidebach, 
2002), muito frequente em mulheres e, de acordo com as estatísticas, abrange 1% a 
4% da população geral. 
Ainda de acordo com os estudos, respeitando as especificidades de cada 
área, a prevalência de fibromialgia na relação mulher-homem é de 8:1, 
especialmente na faixa etária entre 35 e 60 anos (CASTRO et al, 2011 apud 
MACEDO et al, 2014. p.988). Enquanto Lima e Carvalho (2008, p.147) afirmam 20 
mulheres para homem e, Cardoso et al.(2011,p.344),relatando sobre esse distúrbio 
reumatológico que afeta uma média de quatro a seis milhões de americanos nos 
Estados Unidos, na sua maioria composta de mulheres entre 30 e 60 anos, com 
uma prevalência de 10 mulheres para cada homem. 
Novaes (2014), citando Queiroz, diz que: 
Segundo dados recentes, a prevalência média global da fibromialgia é de 
2,7%, acometendo 3,1% da população do continente americano, 2,5% dos 
europeus e 1,7% dos asiáticos. Apesar da Tunísia ter sido o único pais 
africano incluído neste estudo, alcançou a taxa mais elevada, com 9,3% da 
população a preencher os critérios diagnósticos. A sua prevalência média 
foi de 4,2% nas mulheres e 1,4% entre os homens, verificando-se assim a 
probabilidade de doenças três vezes superior no sexo feminino (NOVAES, 
2014.p.10). 
Segundo a comunidade cientifica, ao longo de suas pesquisas sobre esse 
distúrbio reumatológico, causador de dores difusas e crônicas, superado apenas 
pela osteoartrite, “acredita-se que fatores sócio-econômico-culturais tenham uma 
influência na sua prevalência” (MACFARLANE et al., apud MARQUES et 
al.,2016,p.8). 
13 
 
Weidebach (2002) afirma que o substrato neurológico funcional desta 
amplificação dolorosa está relacionado a um desequilíbrio entre mediadores do 
SNC. Sabe-se que há uma redução relativa da atividade serotonérgica (analgésica), 
bem como uma hiperprodução de substância P (mediadora da dor). 
Nessa perspectiva, de um modo geral, de acordo com Novaes (2004), os 
estudos comprovam o comprometimento sobre as dimensões da saúde mental, da 
sexualidade, do sono e da atividade laboral, também com análise do impacto 
econômico gerado quer para os sistemas de saúde, quer para os indivíduos. Assim, 
fica evidenciada uma diminuição da funcionalidade global e da qualidade de vida dos 
doentes com fibromialgia. 
Berber, Kupek e Berber, citados por Côrtez e Gardenghi (s.d), afirmam que 
os impactos sociais desestabilizam as relações familiares, restringem o contato 
social e interferem nos hábitos e rotinas dos fibromiálgicos, forçando-os a se 
adaptarem à uma nova realidade, porque apresentam pior qualidade de vida que 
portadores de outras doenças crônicas. 
Qualidade de vida é o que todas as pessoas desejam e querem 
experimentar no seu cotidiano. E a saúde faz parte deste universo. A Organização 
Mundial de Saúde a define incluindo todos os indicadores relacionados à vida 
humana como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não 
simplesmente a ausência de doença” (FLECK; LOUZADA; XAVIER et al, apud 
CORTÊS;GARDENGHI, s.d. p.5). 
Robles (2016, p.10), faz referência ao conceito de saúde sexual definido 
pela Reunião de Consulta convocada pela Organização Pan-Americana de Saúde 
(OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), em colaboração com a 
Associação Mundial de Sexologia (WAS), em maio do ano 2000, na Guatemala: 
A saúde sexual é a experiência do permanente processo de realização do 
bem estar físico, psicológico e sociocultural relacionado com a sexualidade. 
A saúde sexual é observada nas expressões livres e responsáveis das 
capacidades sexuais que propiciam um bem-estar pessoal e social 
harmonioso, enriquecendo, desta maneira, a vida pessoal e social. 
Contudo, a sexualidade, como dimensão fundamental do ser humano 
alicerçada no sexo, nos doentes com fibromialgia a disfunção sexual concorre para a 
14 
 
diminuição da qualidade de vida. Sabe-se que “a disfunção sexual é a alteração em 
uma fase da atividade sexual que pode culminar em frustração, dor e redução dos 
intercursos sexuais” (CLAYTON apud FERREIRA et al.,2013,p.41). 
Consequentemente, “a depressão pode estar relacionada com a existência e 
também com a piora das disfunções sexuais” (MOELLER, 2007, p.9), 
Desse modo, considerando que “as características da depressão, como 
fadiga, sentimentos de culpa, baixa autoestima e vitimização, provocam a 
exacerbação dos sintomas e prejudicam as estratégias de enfrentamento do 
paciente diante da doença” (BERKER J; KUPER; BERKER E, 2005), explorar a 
realidade dessa patologia, suas características, terapêuticas e enfrentamentos, é 
contribuir para tornar compreensível sua universalidade bem como viabilizar uma 
qualidade de vida para as pessoas acometidas pela fibromialgia, principalmente na 
satisfação sexual, área ainda de parcos estudos que avaliem esse aspecto. 
Macedo et al.(2015, p.989), destacam um estudo com pessoas a respeito 
da influência da fibromialgia na vida conjugal, realizado por Bernard, Prince e Edsal 
(2000), que descobriram o impacto negativo na qualidade de vida sexual dos 
cônjuges, como também a identificação da fibromialgia como um dos fatores 
responsáveis pela separação de casais. 
Nesse aspecto, é necessário destacar a vulnerabilidade que a fibromialgia 
causa na vida dos parceiros. Cohen (1987) afirma que “pessoas com doenças 
reumáticas e seus parceiros estão ambos vulneráveis a problemas sexuais criados 
tanto pelas modificações corporais da doença quanto por tensões emocionais” 
(COHEN, apud MOELLER, 2007, p.8). A mesma autora afirma ao pesquisar os 
apanhados de Blake (1988) “constatou que mais da metade de sua amostra de 
pacientes com diferentes doenças reumáticas relataram modificações nas suas 
vidas sexuais como consequência da doença e expressaram preocupação acerca 
destas mudanças” (MOELLER, 2007, p.9). 
A respeito das mudanças e incertezas na vida das mulheres com 
fibromialgia e seus cônjuges, Macedo (2014) apresenta um estudo realizado por 
Reich et al.(2006) no qual 
15 
 
Avaliaram através de instrumentos padronizados o papel da incerteza 
acerca da doença em relação a satisfação conjugal em pacientes com FM, 
tendo como grupo controle pacientes com osteoartrose (OA). Pacientes com 
FM relataram, conforme o esperado, um nível significativamente mais 
elevado de incerteza sobre a doença do que os pacientes com OA. Embora 
ambos os grupos tenham obtido níveis comparáveis de sobrecarga do 
cuidador/parceiro, no grupo com FM a sobrecarga do parceiro esteve 
associada a níveis mais baixos de suporte do companheiro. Observou-se 
nesse estudo que, quanto maior o nível de incerteza acerca da doença, 
menor o nível de satisfação com o relacionamento e mais forte a relação 
com a baixa condição física agravada pela falta de suporte por parte do 
parceiro (MACEDO, 2014, p.37). 
Na sequência, a mesma autora (MACEDO, 2014, p.38) relata uma entrevista 
realizada por Soderberg et al.(2003) com cinco maridos de mulheres com 
fibromialgia. Na análise dos dados, os pesquisadores constataram que essa 
condição clínica das mulheres dos participantes teve um grande impacto na vida dos 
maridos que relataram não ter informação satisfatória sobre a doença. 
Portanto, o trabalho proposto decorre da prevalência da disfunção sexual e 
da exiguidade de informações sobre o impacto que a fibromialgia causa na 
qualidade de vida sexual dos cônjuges e parceiros. 
Por conseguinte, poderá contribuir para motivar estudos mais amplos na 
qualidade de vida sexual dos cônjuges e despertarprofissionais, pesquisadores da 
área da saúde holística a olharem cientifica e empaticamente para os pacientes com 
fibromialgia. 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2 OBJETIVOS 
 
 2.1 Objetivo Geral 
Desempenhar uma revisão das pesquisas empíricas sobre o impacto da 
fibromialgia na qualidade de vida conjugal e sexual 
 2.2 Objetivos Específicos 
Identificar estudos na literatura cientifica sobre o funcionamento sexual em 
homens, mulheres e cônjuges acometidos pela fibromialgia. 
Investigar em fontes científicas trabalhos que abordem estatisticamente 
rupturas no casamento por causa da disfunção sexual decorrente da síndrome de 
fibromialgia. 
Verificar a produção cientifica no Brasil sobre possíveis abordagens 
terapêuticas pluridisciplinares e multifatoriais no sistema de saúde para pessoas 
com síndrome da fibromialgia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 Levantamento bibliográfico 
 
Após a definição do tema a ser pesquisado, foram definidas as palavras 
chave para a realização de levantamento bibliográfico, buscando-se delinear o 
conhecimento existente a respeito do assunto, nos artigos de pesquisa publicados 
em revistas nacionais, na literatura estrangeira, bem como teses e dissertações 
sobre o assunto, considerando também indicações bibliográficas encontradas nas 
referências dessas obras. As palavras chave adotadas são: Fibromialgia, 
Sexualidade, Qualidade de Vida, Disfunção Sexual e Divórcio. 
As bases de dados utilizadas para o levantamento bibliográfico são o 
SCIELO Domínio Público e PePSIC. Após o levantamento das obras existentes 
nessas bases a partir das palavras chave, contemplando publicações científicas nas 
áreas de Psicologia e Ciências da Saúde, considerando ser a temática de natureza 
pluridisciplinar, são descartadas aquelas que fogem ao âmbito definido no projeto. 
Os materiais selecionados são objeto de leitura e fichamento, que destacam as 
principais contribuições encontradas segundo o interesse desta pesquisa, 
articulando-as de modo a contextualizar e justificar sua realização, além de subsidiar 
a posterior análise de dados. 
 3.2 Procedimentos de Coleta de Dados 
 Após levantamento e revisão bibliográfica de publicações 
compreendidas no período de 2004 a 2016, para base de um estudo empírico sobre 
a temática da sexualidade em pacientes acometidos pela fibromialgia, pretende-se, 
dentre outras discussões, apresentar de maneira especifica o impacto da síndrome 
no aspecto relacional e afetivo da vida sexual. 
3.3 Procedimentos de Análise de Dados 
Os dados obtidos (artigos) serão analisados através de leituras 
pormenorizadas de cada um deles. Os resultados da leitura serão fundamentados 
de acordo com as seguintes categorias de inclusão: a) etiopatogenia da fibromialgia; 
18 
 
b) a prevalência da fibromialgia na população mundial; c) impactos causados pela 
fibromialgia na vida relacional e sexual; d) a importância da informação sobre a 
fibromialgia; e) tratamento de reabilitação multidisciplinar para homens e mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 A partir das buscas nas bases de dados nacionais foram selecionados 
os artigos de revisão bibliográfica e de relato de experiências, publicados no período 
de 2004 a 2016, em língua portuguesa, que verificaram as características de 
pacientes com fibromialgia, sua prevalência e o impactonegativo na qualidade de 
vida sexual dos parceiros. 
Foram selecionados nós últimos 12(doze) anos, 25 (vinte) artigos, sendo 
08 (oito) artigos de revisão bibliográfica e 17 (oito) de relato de experiência. Dos 08 
(oito) artigos de revisão, 01(um) foi realizado em 2005, 2(dois) em 2010, 1(um) em 
2010, 1(um) em 2011,1(um) em 2014, 2(dois) em 2015 e 1(um) em 2016. Dos 17 
artigos de relatos, 1(um) foi realizado em 2004, 1(um) em 2005,1(um) em 2006, 
3(três) em 2007,1(um) em 2008,3(três) em 2011, 1(um) em 2012,2(dois) em 2013, 
2(dois) em 2014,2(dois) em 2015, conforme demonstrado na figura 1, a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 Artigos Científicos 
08 
Revisões 
2004 00 
Artigo 
2005 
2006 
2007 
2008 
2009 
2010 
2011 
2012 
2013 
2014 
01 
Artigo 
00 
Artigo 
00 
Artigo 
00 
Artigo 
00 
Artigos 
02 
Artigos 
01 
Artigo 
00 
Artigos 
00 
Artigo 
01 
Artigo 
2015 02 
Artigos 
2016 01 
Artigos 
17 
Revisões: Relatos 
2004 01 
Artigo 
 
2005 
2006 
2007 
2008 
2009 
2010 
2011 
2012 
2013 
2014 
01 
Artigo 
 
01 
Artigo 
 
03 
Artigos 
 
01 
Artigo 
 
00 
Artigo 
00 
Artigo 
 
03 
Artigos 
 
01 
Artigo 
 
02 
Artigos 
 
02 
Artigo 
 
2015 02 
Artigos 
 
2016 00 
Artigo 
 
21 
 
Figura 1(supra): Quantidade de artigos científicos encontrados por ano e tipo de estudo 
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados coletados. 
 
Quadro 1 - Características dos artigos de revisão publicados no período de 
2006 a 2016 
Ano e autor (es) Título e objetivo(s) 
2006 
Cavalcanti et al 
Titulo: A Prevalência de Fibromialgia: uma Revisão de Literatura. 
Objetivo: Realizar uma revisão da literatura sobre a prevalência da 
fibromialgia (FM) na população a partir dos critérios propostos peloAmerican 
College of Rheumatology (ACR) 
2010 
Heyman et al 
Título: Consenso brasileiro do tratamento de fibromialgia 
Objetivo: Pesquisar o consenso brasileiro do tratamento de fibromialgia. 
2010 
Martinez J. e 
Martinez L. 
Título: Revisitando a fibromialgia: o desafio diagnóstico continua. 
Objetivo: Analisar a uniformização do diagnóstico da fibromialgia. 
2011 
Braz et al 
 
Titulo: Uso da terapia não farmacológica, medicina alternativa e 
complementar na fibromialgia. 
Objetivo: Discorrem sobre as diversas modalidades terapêuticas empregadas 
nessa doença, enfatizando as evidências da terapia não farmacológica e do 
uso de medicina alternativa e complementar nesses pacientes. 
2014 
Novaes 
Titulo: Qualidade de vida dos doentes com fibromialgia 
Objetivo: Atualizar a informação científica relativa à qualidade de vida dos 
doentes com fibromialgia, através da revisão da literatura publicada nos 
últimos anos. 
2015 
Bernardi, Silva; 
Sgrott 
Título: Queixas de disfunção sexual em mulheres portadoras da síndrome de 
fibromialgia 
Objetivo: Identificar se as queixas de disfunção sexual poderiam afetar a 
qualidade de vida das mulheres com Síndrome de Fibromialgia através da 
utilização do questionário Adaptação transcultural do Female Sexual Function 
Index (FSFI). 
2015 
Macedo et al 
Título: Representações Sociais de Conjugalidade e Fibromialgia: 
Desdobramentos na Dinâmica Conjugal r 
 Objetivos: Compreender e analisar, na perspectiva da Psicologia Social, como 
as representações sociais (RS) de mulheres com fibromialgia e de seus 
respectivos cônjuges sobre conjugalidade e sobre a própria condição de 
adoecimento estão articuladas a sua dinâmica conjugal. 
2016 
Título: A sexualidade em pacientes com fibromialgia: panorama da produção 
22 
 
Centurion e 
Peres 
científica 
 Objetivos: Empreender uma revisão integrativa das pesquisas empíricas 
sobre a temática da sexualidade em pacientes com fibromialgia.Conforme descrito no Quadro 1, no período de 2006 a 2016, nesses 
últimos 11 (onze) anos, foram realizadas 8 (oito) pesquisas abordando a prevalência 
da fibromialgia na população geral, em mulheres, em áreas urbanas e rurais, nas 
populações especiais (CAVALCANTI et al., 2006), a uniformização do diagnóstico da 
fibromialgia(MARTINEZ J.;MARTINEZ L., 2010),o consenso brasileiro do seu 
tratamento(HEYMAN et al.,2010), as diversas modalidade terapêuticas empregadas 
nessa doença (BRAZ et al.;2011),atualização e informação cientifica relativa à 
qualidade de dos fibromiálgicos(NOVAES,2014), a identificação das queixas de 
disfunção sexual impactando a qualidade de vida das mulheres com 
fibromialgia(BERNARDI;SILVA;SGROTT,2105),o empreendimento das revisões 
integrativas a respeito da sexualidade em pacientes com fibromialgia(CENTURION; 
PERES,2016), na compreensão e análise da perspectiva da Psicologia Social, como 
as representações sociais de mulheres com fibromialgia e de seus respectivos 
cônjuges com relação à repercussão sobre a conjugalidade(MACEDO et al.,2015). 
Dos 8 (oito) artigos, 4 (quatro) foram realizados nos últimos 6 anos, de 2006 a 
2011,abordando a prevalência da fibromialgia, diagnósticos e tratamento, e 4 
(quatro) artigos, nos últimos 3(três anos), ressaltando o impacto da fibromialgia na 
qualidade de vida, principalmente na área sexual em pacientes com fibromialgia. 
Nas pesquisas realizadas, percebe-se os poucos estudos sobre o impacto 
que a fibromialgia causa na qualidade da vida sexual das pessoas. Ferreira et 
al(2013) avaliando a disfunção sexual em 163 mulheres com doenças reumáticas, 
concluíram que as pacientes com fibromialgia e esclerose tiveram um maior índice 
de disfunção sexual(33%). Esses autores ressaltam que 
 
Faltam estudos com a população brasileira que ajudem a delinear o real 
impacto das doenças reumáticas na função sexual. Há necessidade de 
conhecer a extensão do problema para que se possam oferecer 
possibilidades terapêuticas, já que a disfunção sexual é um dos maiores 
determinantes de redução de qualidade de vida (FERREIRA et 
al.,2013,p.42). 
 
23 
 
Quadro 2 - Características dos artigos de relatos publicados no período de 2004 a 
2015 
Ano e autor (es) Título e objetivo(s) 
2004 
Costa et al 
 
Título: Avaliação da satisfação sexual em pacientes portadoras de 
fibromialgia. 
Objetivo: Avaliar a experiência e a satisfação sexual em pacientes portadoras 
de fibromialgia. 
 
2005 
Costa Sérgio et 
al. 
 
Título: Características de pacientes com síndrome da fibromialgia atendidos 
em hospital de Salvador-BA. 
Objetivo: Descrever as características demográficas, socioeconômicas e 
clínicas de pacientes com síndrome da fibromialgia atendidos no Hospital 
Antônio em Salvador, BA, Brasil.. 
2006 
Santos et al 
 
Título: Depressão e qualidade de vida em pacientes com fibromialgia. 
Objetivo: avaliar a depressão e a qualidade de vida de pacientes com 
fibromialgia e avaliar o poder de discriminação de instrumentos relacionados 
a esses aspectos. 
2006 
Cavalcanti et al 
Titulo: A Prevalência de Fibromialgia: uma Revisão de Literatura. 
Objetivo: Realizar uma revisão da literatura sobre a prevalência da 
fibromialgia (FM) na população a partir dos critérios propostos pelo American 
College of Rheumatology (ACR) 
2007 
Silva e Rocha 
Junior 
Título: Características psicológicas presentes em mulheres com fibromialgia 
Objetivo: verificar as características psicológicas presentes em mulheres 
portadoras de fibromialgia. 
2007 
Moeller 
Título: Disfunções sexuais em mulheres com fibromialgia e seus parceiros. 
Objetivo: Detectar a presença de disfunção sexual em portadoras de 
fibromialgia e em seus parceiros 
2007 
Jorge, Tomikawa 
e Jucá. 
Título: Efeito de um programa de reabilitação multidisciplinar para homens 
portadores de fibromialgia: estudo aleatorizado controlado. 
Objetivo: Avaliar a eficácia de um programa multidisciplinar de reabilitação 
para pacientes do sexo masculino, em idade produtiva, portadores de 
fibromialgia e estudar as características desta doença em homens. 
2008 
Lima e Carvalho 
Título: Fibromialgia: uma abordagem psicológica. 
Objetivo: analisar as contribuições que a psicologia, por meio da psicoterapia 
breve de orientação psicanalítica, pode oferecer ao portador da síndrome da 
fibromialgia. 
24 
 
2010 
Heyman et al 
Título: Consenso brasileiro do tratamento de fibromialgia 
Objetivo: Pesquisar o consenso brasileiro do tratamento de fibromialgia. 
2010 
Martinez J. e 
Martinez L. 
Título: Revisitando a fibromialgia: o desafio diagnóstico continua. 
Objetivo: Analisar a uniformização do diagnóstico da fibromialgia. 
2011 
Cardoso et al 
 
Título: Avaliação da qualidade de vida, força muscular e capacidade funcional 
em mulheres com fibromialgia. 
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida, força e capacidade funcional em 
mulheres com fibromialgia. 
2011 
Coelho 
 
Titulo: Dor, ansiedade, depressão e funcionamento sexual em mulheres com 
fibromialgia. 
Objetivo: Estudar a presença da dor, ansiedade, depressão e o 
funcionamento sexual nos doentes com fibromialgia e a relação entre estas 
variáveis. 
2011 
 
Titulo: Fibromialgia no homem e na mulher: estudo sobre semelhanças e 
diferenças de gênero. 
Objetivo: Comparara prevalência de manifestações clínicas (número de 
tender points, distúrbios do sono, fenômeno de Raynaud, parestesias, 
distúrbios de memória, sensação de rigidez e palpitações), hipotireoidismo 
associado, qualidade de vida e sintomas depressivos entre os dois sexos. 
2011 
Braz et al 
 
Titulo: Uso da terapia não farmacológica, medicina alternativa e 
complementar na fibromialgia. 
Objetivo: Discorrem sobre as diversas modalidades terapêuticas empregadas 
nessa doença, enfatizando as evidências da terapia não farmacológica e do 
uso de medicina alternativa e complementar nesses pacientes. 
2012 
Melo e Silva 
Título: Análise neuropsicológica de distúrbios cognitivos em pacientes com 
fibromialgia, artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico. 
Objetivo: Analisar possibilidade da existência de distúrbios cognitivos 
associados a fibromialgia (FM), artrite reumatoide (AR) e lúpus eritematoso 
sistêmico (LES), e da influência das variáveis: idade, escolaridade e sintomas 
psiquiátricos sobre esses distúrbios. 
2013 
Edington et al 
Título: Ansiedade, depressão e qualidade de vida em pacientes com 
diagnóstico de fibromialgia: um estudo transversal realizado no sul da Bahia. 
Objetivo: Agregar conhecimento ao campo cientifico desta área, aprimorando 
características acerca destas pessoas, a fim de buscar melhores alternativas 
de tratamento. 
25 
 
2013 
 
Título: Frequência de disfunção sexual em mulheres com doenças 
reumáticas. 
Objetivo: Pesquisar a prevalência de disfunção sexual em mulheres com as 
seguintes doenças reumáticas: lúpus eritematoso sistêmico, artrite 
reumatoide, esclerose sistêmica, síndrome antifosfolípide e fibromialgia 
acompanhados no Ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário de 
Brasília e do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. 
2014 
Novaes 
Titulo: Qualidade de vida dos doentes com fibromialgia 
Objetivo: Atualizar a informação científica relativa à qualidade de vida dos 
doentes com fibromialgia, através da revisão da literatura publicada nos 
últimos anos. 
2014 
Melo et al 
Título: Relação entre qualidade de vida e sexualidade em mulheres 
fibromiálgicas. 
Objetivo: Verificar a relação entre qualidade de vida e sexualidade em 
mulheres fibromiálgicas2014 
Oliveira 
Título: Impacto da fibromialgia sobre a qualidade de vida e função sexual em 
mulheres no climatério. 
Objetivo: Analisar o impacto da fibromialgia sobre os sinais e sintomas 
climatéricos, qualidade de vida, função sexual em mulheres na fase do 
climatério. 
2015 
Lisboa et al 
Título: Efeito da cinesioterapia na qualidade de vida, função sexual e 
sintomas climatéricos em mulheres com fibromialgia. 
Objetivos: Avaliar e comparar o efeito na qualidade de vida, função sexual e 
sintomas climatéricos em mulheres com e sem fibromialgia. 
2015 
Berber J. e 
Berber S. 
Titulo: Prevalência de Depressão e sua Relação com a Qualidade de Vida em 
Pacientes com Síndrome da Fibromialgia. 
Objetivo: Estimar a prevalência de depressão em pacientes com síndrome da 
fibromialgia (SF), assim como a condição da qualidade de vida destes 
pacientes; e avaliar a magnitude da associação entre a depressão e a 
qualidade de vida. 
26 
 
2015 
Bernardi, Silva e 
Sgrott. 
Título: Queixas de disfunção sexual em mulheres portadoras da síndrome de 
fibromialgia 
Objetivo: Identificar se as queixas de disfunção sexual poderiam afetar a 
qualidade de vida das mulheres com Síndrome de Fibromialgia através da 
utilização do questionário Adaptação transcultural do Female Sexual Function 
Index (FSFI). 
2015 
Macedo et al 
Título: Representações Sociais de Conjugalidade e Fibromialgia: 
Desdobramentos na Dinâmica Conjugal r 
 Objetivos: Compreender e analisar, na perspectiva da Psicologia Social, 
como as representações sociais (RS) de mulheres com fibromialgia e de seus 
respectivos cônjuges sobre conjugalidade e sobre a própria condição de 
adoecimento estão articuladas a sua dinâmica conjugal.. 
2016 
Centurion e 
Peres 
Título: A sexualidade em pacientes com fibromialgia: panorama da produção 
científica 
 Objetivos: Empreender uma revisão integrativa das pesquisas empíricas 
sobre a temática da sexualidade em pacientes com fibromialgia. 
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados coletados. 
 
 
No Quadro 2 estão descritas, também, as características dos 17 
(dezessete) artigos de relatos, publicados no período de 2004 a 2015, ou seja, nos 
últimos 11 (onze) anos. De acordo com a análise de tais informações, dos 10 (dez) 
artigos de relatos publicados no referido período, sete foram realizados em 2004, 
2007, 2011, 2013,2014, abordando a qualidade de vida e o impacto da fibromialgia 
na vida sexual das pessoas acometidas por essa doença (COSTA et 
al.,2004;MOELLER,2007;CARDOSO et al.,2011;COELHO,2011;FERREIRA et 
al,2013; MELO et al.,2014;OLIVEIRA,2014).Em outros(dez) artigos, são abordados 
os seguintes assuntos: sintomas depressivos tanto no homem quanto na mulher 
(COSTA SÉRGIO et al.,2005;SILVA e ROCHA,2007;LIMA e 
CARVALHO,2008;CASTRO,KITANISHI e SKARE,2011;MELO e 
SILVA,2012;EDINGTON et al.,2013;BERBER J. e BERBER S.,2015). 3(três) artigos 
abordam possíveis tratamentos(JORGE,TOMIKAWA e JUCÁ,2007;LIMA e 
CARVALHO,2008 e LISBOA et al.,2015). 
 
27 
 
Desse modo, verifica-se a crescente preocupação dos pesquisadores na 
busca de conhecimento sobre a fibromialgia, essa doença de causas ainda 
desconhecidas pela comunidade científica, que vem causando impactos na 
qualidade de vida das pessoas e produzindo alterações consideráveis na dinâmica 
psicossocial dos indivíduos acometidos por ela. Os prejuízos físicos, psicológicos, 
sociais e sexuais são incontestáveis, evidenciados principalmente nas mulheres, 
mas afetadas do que os homens, conforme os estudos recentes. Castro, Kitanishi e 
Skare (2011), estudando 94 pacientes que preencheram os critérios de fibromialgia 
do Colégio Americano de Reumatologia, verificaram que dos 94 pacientes com 
fibromialgia, 7(7,5%) eram homens e 87(92,5%) mulheres. Uma relação de homem 1 
para 12,4 mulheres 
Contudo, ainda é muito pequena a produção cientifica sobre a 
abrangência da sexualidade em pacientes com fibromialgia. Centurion e Peres 
(2016), em pesquisa integrativa afirmam que: 
 
Em linhas gerais, constatou-se que, no âmbito do corpus, predominam 
referências derivadas de estudos quantitativos, transversais, publicados em 
periódicos médicos, desenvolvidos junto a mulheres por meio da aplicação 
de instrumentos de autorrelato e que, desconsiderando a pluralidade de 
significações e o aspecto relacional da sexualidade, conferem atenção, 
sobretudo à (dis) função sexual. Esse conjunto de informações se desdobra 
em diretrizes para a realização de pesquisas vindouras e, assim, fornece 
elementos potencialmente proveitosos para a consolidação de uma 
compreensão mais abrangente sobre o assunto (CENTURION e PERES, 
2016.p.116-117). 
 
Ferreira et al.(2013) ressaltam a importância da sexualidade como parte 
da vida humana e da qualidade de vida, sendo de suma importância para o bem-
estar do individuo. Que este aspecto não se refere apenas ao ato sexual em si, mas 
que envolve todas as dimensões internas e externas da pessoa, bem como sua 
relação saudável com outro, desfrutando de todas as fases da resposta sexual. 
Who (2004) citado por Coelho (2011) afirma que a sexualidade representa 
um aspecto central do ser humano, que segue todo o seu percurso vital e que 
integra aspectos como o sexo, a identidade, os papéis de gênero, a orientação 
sexual, o erotismo, o prazer, a intimidade e a reprodução. 
28 
 
Merleau-Ponty (2002) citado por Moeller (2007) corrobora com essa visão 
integral do ser ao dizer que: 
 
A sexualidade é a pessoa integral, uma expressão de sua vitalidade, tal 
como qualquer outra ação do ser humano. Suas manifestações são 
precedidas pelos desejos que habitam o corpo e que, de um modo geral, 
propiciam vivências prazerosas. Assim sendo, a sexualidade está ligada ao 
ser na sua totalidade (MOELLER, 2007, p.2). 
 
Costa et al(2004), realçam a influência negativa das doenças crônicas na 
qualidade da vida sexual, e fazem referência aos parcos estudos realizados sobre 
sua consequência, de igual maneira, do escasso diagnóstico da disfunção sexual, 
denominado como “todo problema que interfira na resposta da expressão sexual 
humana a estímulos eróticos, seja ele de origem psicológica, biológica ou social” 
(COSTA et al.,2004,p.177). 
Ferreira et al.(2013) também ressaltam a existência de poucos estudos 
que analisaram o impacto das doenças reumáticas na função sexual. 
 
A qualidade de vida sexual ainda é pouco aferida na consulta médica. 
Estudos posteriores se fazem necessários para delinear o impacto da 
doença sobre a sexualidade e permitir a conscientização do reumatologista 
sobre a importância de discutir tais questões com suas pacientes 
(FERREIRA et al.,2013.p.45). 
 
Sobre o impacto que a fibromialgia causa na vida dos parceiros sexuais, 
Novaes (2014), em seu artigo de revisão pesquisando a qualidade de vida dos 
doentes em fibromialgia, menciona uma pesquisa realizada com 270 membros de 
um grupo de apoio em Washington, Illinois e Pensilvânia, que completaram um 
questionário de 85 itens. A autora registra que: 
 
Foram, ainda, explorados aspectos mais particulares da influência da 
fibromialgia no trajeto de vida dos doentes: aproximadamente 94% dos 
divorciados/separados afirmou que a sua relação conjugal terminara devido, 
em grande parte, a esta doença; 71% denunciou que ela afetou a sua vida 
sexual(NOVAES,2014,p.14). 
 
29 
 
Macedo et al.(2015), em pesquisa de abordagem com quatro casais em 
que as esposas fossem diagnosticadas com pelos menos 12 meses com fibromialgia 
de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia, sem apresentar 
outras doenças reumáticas e quetivessem pelos menos 12 meses de união com 
seus cônjuges desde o diagnóstico e tratamento. O resultado do eixo temático 
fibromialgia, primeiros sintomas e convivência com a doença, no quesito “a 
influência do conhecimento sobre a doença na conduta do cônjuge”, constatou-se 
duas atitudes: 
 
Quando presente, a busca por melhor compreensão sobre a FM por 
parte do cônjuge favoreceu mudanças positivas em seu 
comportamento, apesar de, muitas vezes, ser um processo 
conflituoso. A compreensão dos sintomas e da limitação para a 
realização de tarefas habituais da esposa gerou mudanças na 
participação do marido no lar e também tentativas de acompanhar o 
tratamento. No entanto, houve relatos que sugerem que alguns 
cônjuges não vivenciaram clara ou suficientemente tal processo de 
busca, o que foi acompanhado da descrição de condutas que as 
esposas classificam como de desinteresse ou descaso (MACEDO et 
al.,2015,p.993). 
 
Coelho (2011), referindo-se a vários autores e estudos, salienta a 
ansiedade, depressão, presentes na vivência da dor crônica, fatores que 
desempenham um papel inibidor, a ponto de reduzir a libido, pois interferem com a 
percepção do indivíduo da dor vivenciada e com o tipo de resposta sexual, afetando 
consideravelmente o funcionamento sexual global. A mesma autora cita um estudo 
realizado por Flor et al. citado por Figueiras e Alves(2002),abrangendo pessoas com 
dor crônica, constatou-se que 77% dos pacientes analisados indicaram mudança na 
frequência das suas atividades sexuais e que 67% relatavam insatisfação quanto à 
sua vida sexual. 
 
Moeller (2007), com base nos estudos de Soderberg et al.(2003) destaca 
as grandes modificações que ocorrem na vida de uma mulher com fibromialgia que 
refletem em toda a estrutura familiar: 
30 
 
Constatou-se que a doença da mulher tem grande repercussão na 
vida do marido, principalmente no tocante à redistribuição de 
responsabilidades, sejam elas inerentes ao trabalho doméstico ou à 
educação dos filhos. Ressalta-se ainda que ocorre uma modificação 
na percepção da esposa pelo marido, em parte pelo 
desconhecimento da FM, alterando as relações entre os cônjuges, 
sendo que o marido passa a figurar como provedor de 
cuidados(MOELLER,2007,p.6), 
 
Moeller (2007) faz menção também de estudos realizados por Cohen 
(1987) que comprovam pessoas com doenças reumáticas e seus parceiros estão 
ambos vulneráveis a problemas sexuais criados tanto pelas modificações corporais 
da doença quanto por tensões emocionais. 
Novaes (2014) apresenta nas suas pesquisas um estudo comparativo 
realizado por Batmaz et al(2013), objetivando relacionar a função sexual de 37 
homens com fibromialgia com a de 30 homens saudáveis. O resultado é que os 
doentes fibromiálgicos obtiveram pontuações mais baixas em todos os cinco 
domínios do IIEF – International Index of Erectile Dysfunction (função eréctil, 
orgasmo, desejo sexual, satisfação sexual e satisfação geral), em comparação com 
o grupo de controle. 
Desse modo, confirma-se que a fibromialgia não é uma doença que afeta 
apenas o mundo feminino, mesmo existindo diferenças características clinicas desta 
patologia entre homens e mulheres, de acordo com estudos epidemiológicos e de 
prevalência. “A maioria dos estudos em relação à fibromialgia focaliza a população 
de pacientes do sexo feminino, havendo poucas evidências acerca das 
características, prognóstico método terapêutico e evolução da doença entre 
homens” (JORGE; TOMIKAWA; JUCÁ, 2007, p.198). 
Castro, Kitanishi e Skare (2011), numa pesquisa com 94 pacientes 
atendidos pelo ambulatório de fibromialgia do Hospital Universitário evangélico de 
Curitiba, após análise geral da população e análise comparativa da população 
segundo o gênero, concluíram que: 
 
Todas as características clínicas estudadas foram mais prevalentes em 
mulheres do que em homens; entretanto mais foi encontrada diferença 
significativa entre os gêneros somente para os sintomas de cefaleia, 
31 
 
cefaleia do tipo enxaqueca, sintomas vasomotores e distúrbios de memória 
(CASTRO; KITANISH; SKARE, 2011, p.67). 
 
Jorge, Tomikawa e Jucá (20017) em estudo sobre o efeito do tratamento 
multidisciplinar entre homens portadores de fibromialgia realizado no Centro de 
Reabilitação Umarizal da Divisão de Medicina de Reabilitação (HCFMUSP), no 
período de 2004 a 2005, confirmam esses dados já fundamentados pela literatura 
científica: 
 
A fibromialgia expressa em mulheres é acompanhada de grande 
variedade de sintomas e maior número de pontos dolorosos, nem 
sempre observados nos homens portadores: cefaleia, migrânea, 
síndrome do intestino irritável síndrome de fadiga crônica, disfunção 
temporomandibular. Os homens tendem a apresentar queixas mais 
relacionadas à autoestima, autopercepção e impacto nos papéis 
sociais (JORGE; TOMIKAWA; JUCÁ, 2007, p.198). 
 
Contudo, sabe-se que a maioria dos estudos e artigos está voltada para a 
problemática feminina, bem provável pela sua prevalência e, poucos estudos 
voltados para o mundo masculino e para os cônjuges. Centurion e Peres (2016) 
pesquisando o panorama da produção cientifica a respeito da sexualidade em 
pacientes com fibromialgia afirmam o seguinte: 
 
Os achados reportados pelas referências selecionadas, portanto, 
evidenciam que, como já sugeriram estudos anteriores sobre qualidade de 
vida em pacientes com fibromialgia, comumente neste público a vivência da 
sexualidade se encontra comprometida. Porém, inegavelmente houve um 
importante avanço no sentido de uma delimitação mais apurada dos 
indicadores e da magnitude de tal comprometimento, tendo-se comprovado, 
inclusive, que o mesmo atinge os cônjuges de mulheres com a síndrome 
(CENTURION; PERES, 2016, p.116). 
 
Melo et al.,(2014), em estudo transversal quantitativo, realizado com 30 
pacientes do sexo feminino com fibromialgia em um hospital de ensino em João 
Pessoa, PB, após levantamento dos dados, concluíram que há uma necessidade de 
maior tempo de pesquisa nos aspectos da sexualidade, considerando que estes 
32 
 
refletem no comportamento no tocante à qualidade de vida das mulheres 
acometidas por essa doença. 
Moeller (2007) relata pesquisa realizada no ambulatório de fibromialgia do 
Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Paraná, em abril de 2002 a julho de 
2006 com amostra constituída de 524 pessoas sendo 37 pacientes portadoras de 
fibromialgia e seus parceiros e 225 pacientes sem doença clinicamente detectável 
se seus parceiros-controle concluiu que: 
 
 
Os pacientes portadores de enfermidades crônicas vinculam-se fortemente 
a seus médicos. Eles questionam os exames laboratoriais, auxiliam 
ativamente no ajuste dos medicamentos, colocando o assistente como 
referência inclusive para familiares e amigos. A fibromialgia repete este 
senso, desafiando o profissional não somente nas questões médicas, mas 
também naquelas referentes à sexualidade do paciente e do casal. É 
importante então evidenciar que a sexualidade humana vai além dos 
conceitos biológicos de ato sexual. Sua descrição e contextualização é um 
dos pilares estruturais da identidade de cada um (MOELLER, 2007, p.25). 
 
A mesma autora aborda a questão da efetividade do tratamento, a partir 
de um olhar mais abrangente do profissional sobre os aspectos psicossociais da 
sexualidade dos fibromiálgicos. 
 
Há um corpo de conhecimento disponível que é essencial para que se 
possa tornar o tratamento do paciente efetivo na área da sexualidade. Isto 
inclui o entendimento da fisiologia da resposta sexual e de como esta pode 
ser afetada por emoções, drogas, doenças e idade. Além disso, umacompreensão de qual a importância da situação sociocultural e do estado 
psíquico nos sentimentos da pessoa sobre sua sexualidade é critico. A 
incorporação de questionamentos sobre sexualidade na consulta médica 
permite ao médico identificar os problemas dos pacientes. A expansão do 
conhecimento sobre as repercussões das doenças reumáticas na 
sexualidade, associada s mudanças de mentalidade e, sobretudo, de 
atitude, podem resultar em um atendimento humanizado e eficaz aos 
pacientes, objetivo maior da medicina (MOELLER, 2007, p.37). 
 
Heyman et al.(2010), em pesquisa de revisão sobre o consenso brasileiro 
do tratamento da fibromialgia confirmam os estudos já realizados nas últimas três 
33 
 
décadas, que o tratamento requer uma abordagem multidisciplinar envolvendo as 
varias modalidades não farmacológicas e farmacológicas. 
Nesse mesmo sentido, Martinez J. e Martinez L. corroboram dizendo que 
“não existe qualquer modalidade terapêutica que isoladamente dê conta de todas as 
necessidades dos pacientes com fibromialgia”(MARTINEZ J.; MARTINEZ 
L.,2010,p.8). Quanto ao conhecimento por parte dos profissionais da área de saúde 
e dos pacientes, os mesmos autores afirmam que “o primeiro passo é trabalho é um 
trabalho de educação em saúde, tanto dos médicos como dos pacientes que 
esclareça sobre a natureza dessa síndrome, seu prognóstico e as possibilidades 
terapêuticas” (idem). 
Brás et al.(2011) ratificam a consensualidade na literatura cientifica de 
que o tratamento da fibromialgia necessita de uma abordagem multidisciplinar, 
associando tratamento farmacológico com o não farmacológico. 
 
A correta utilização dessa associação na terapia desses pacientes é uma 
realidade cada vez mais presente nas prescrições médicas. Um desafio, 
porém, no tratamento desta síndrome é a inclusão de uma terapia 
alternativa e complementar no dia a dia do receituário do reumatologista, na 
falha da terapia previamente indicada, na ocorrência de efeitos colaterais ou 
na recusa do paciente em utilizar o tratamento por farmacológico (BRAZ et 
al.,2011,p.280). 
 
Knoplich (2001) citado pelas autoras Lima e Carvalho, afirma que a 
abordagem no tratamento da fibromialgia necessita de um enfoque 
sociopsicossomático desde o inicio, pelos profissionais que cuidam dos pacientes 
fibromiálgicos. 
Desse modo, visando alcançar o objetivo deste artigo, considerando a 
escassez de estudos a respeito da qualidade de vida sexual, faz-se necessário, na 
abordagem multidisciplinar, a inclusão de profissionais especialistas em sexualidade, 
visto que este profissional tem uma compreensão integral da pessoa fibromiálgica, 
valorizando as dimensões biológicas, psicológicas e sociológicas do indivíduo. 
Angelini (s/d) afirma que: 
 
Quando desconsideramos o papel social da medicina na oferta de 
diagnósticos biológicos para problemas multifatoriais, acabamos valorizando 
34 
 
uma questão orgânica em oposição aos outros aspectos da nossa 
constituição. Nem sempre a queixa é um „problema‟, e nem mesmo um 
problema é sempre um problema orgânico. A „clinica médica‟, original previa 
esse entendimento, mas o processo histórico de construção do saber e de 
legitimação dos corpos e comportamentos sexuais deixou o lugar biológico 
supervalorizado. Hoje tentamos retomar isso na direção da ampliação da 
compreensão. Não se trata de desprezar ou menosprezar as questões 
orgânicas da sexualidade, afinal, sexualidade é a construção social que 
existe sobre as sensações corporais, mas trata-se de não priorizar a face 
biológica da sexualidade. Uma questão muito importante é que o biológico é 
definitivo enquanto processo e estrutura biológica e não enquanto 
construção social e vivência psíquica (ANGELINI, s/d, p.4). 
 
Portanto, “a partir da ampliação das pesquisas, estudo critico da literatura 
e da vivência clínica, pode-se, então, vislumbrar melhorias consideráveis no 
atendimento global aos pacientes fibromiálgicos” (MOELLER, 2007, p.11). Dessa 
forma, provavelmente, há de se compreender melhor, valorizar e aplicar os saberes 
já adquiridos pela Neuropsicologia, essa tão importante área da Neurociência, 
destinada a estudar a relação do sistema nervoso com o comportamento humano, a 
fim de que o indivíduo fibromiálgico desfrute uma qualidade de vida nas suas várias 
dimensões. 
 
 
 
35 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
As pesquisas registram que a fibromialgia, um distúrbio reumatológico 
sem uma etiologia definida ede consenso na literatura cientifica, devido à sua 
complexa subjetividade e heterogeneidade entre os pacientes, superada apenas 
pela osteoartrite, tem causado um impacto muito grande na qualidade de vida da 
maioria das pessoas, principalmente do sexo feminino, cuja prevalência média 
global aponta para 4,2% nas mulheres e 1,4% entre os homens. 
Percebe-se que a maior parte dos estudos quanto à certeza das 
características, prognóstico, métodos terapêuticos e evolução da fibromialgia estão 
mais centrados no cenário feminino, provavelmente pela sua prevalência, mesmo 
sendo comprovado que essa doença afeta também o mundo masculino, 
consequentemente, os cônjuges e parceiros sexuais. 
Os achados comprovam de fato o impacto negativo da fibromialgia sobre 
a qualidade da vida sexual de homens, mulheres, parceiros sexuais e cônjuges. No 
entanto, há uma carência de estudos científicos voltados para esta temática, cuja 
abrangência abarque os problemas na área da sexualidade, diagnósticos e 
possíveis terapêuticas que visem o bem-estar desses pacientes. 
Não foram encontrados estudos significativos da população brasileira que 
abordem estatisticamente o número de pessoas divorciadas/separadas em 
decorrência da fibromialgia. 
Portanto, novas pesquisas fazem-se necessárias, no sentido de analisar o 
impacto da fibromialgia na sexualidade humana, nas suas dimensões 
sociopsicossomáticas. 
Alguns questionamentos suscitados a partir deste estudo: Todos os 
médicos, demais profissionais da área da saúde integral, pacientes e familiares são 
conhecedores das características da fibromialgia, do parecer médico, das diversas 
modalidades terapêuticas e reais enfrentamentos? Existe, de fato, o saber e a 
prática nas instituições de saúde de um acompanhamento multidisciplinar aos 
pacientes? 
Espera-se que tais respostas sejam a concretização de programas de 
tratamento e cuidados que visam melhoras na qualidade de vida dos fibromiálgicos. 
36 
 
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