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A ÉTICA SOBRE A EUTANÁSIA, DISTANÁSIA E A ORTOTANÁSIA: Uma reflexão frente ao princípio da autonomia e da vontade. Enfermagem 2015 - UEPA Tucuruí – Campus XIII Considerações iniciais: O que é a Eutanásia?; Referências da Bioética; Eutanásia quanto ao tipo de ação; Eutanásia quanto ao consentimento do paciente; O que é a Distanásia?; O que é a Ortotanásia?; O que é Eutanásia? É a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista. Prática esta proibida no Brasil e considerada homicídio. Reflexão sobre a morte: A morte sempre existiu e sempre existirá entre nós porque morrer é parte integral da vida e da existência humana, tão natural e previsível como nascer. Por que, então, é tão difícil morrer? Por que, na sociedade moderna, a morte transformou-se num tema a ser evitado de todas as maneiras? Argumentos a favor: As pessoas que julgam a eutanásia um mal necessário tem como principal argumento poupar o paciente terminal irreversível de seu sofrimento e aliviar a angústia de seus familiares. São raciocínios que participam na defesa da autonomia absoluta de cada ser individual, direito a escolha pela sua vida e pelo momento da morte. Uma defesa que assume o interesse individual acima da sociedade que, nas leis e códigos, visa proteger à vida. Argumentos contra: Muitos são os argumentos contra a eutanásia, desde os religiosos, éticos até políticos e sociais. Ponto de vista religioso: a eutanásia é tida como uma usurpação do direito á vida humana, ou seja só Deus pode tirar a vida de alguém. Ponto de vista da ética médica: tendo em conta o juramento de Hipócrates, segundo o qual considera a vida como um dom sagrado, sobre o qual o médico não pode ser juiz da vida ou da morte de alguém. O dilema ético para os profissionais da área da saúde: A eutanásia representa atualmente uma complicada questão de bioética e biodireito, pois enquanto o estado tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar fim ao seu sofrimento antecipando a sua morte. E nesse caso, como agir perante o princípio de autonomia do doente? Como agir perante o direito de viver? Bioética É uma disciplina nova no campo da filosofia e surgiu em função da necessidade de discutir moralmente o avanço tecnológico das ciências na área da saúde, bem como aspectos da relação de profissionais e pacientes. A Bioética pode ser definida como “o estudo sistemático das visões morais, decisões, condutas e políticas das ciências da vida e cuidados com a saúde, empregando uma variedade de metodologias éticas em um ambiente multidisciplinar”. Classificação da Eutanásia quanto ao tipo de ação: Não se pensa em eutanásia sem lembrar do Código de Ética. Vale repensar a conduta questionando se estamos prestando assistência de enfermagem com qualidade ou se estamos apenas tendo ações piedosas e se tais ações se resume a um prolongamento desnecessário. O que nos faz repensar e colocar em dúvida alguns conceitos como o de vida ou morte no seu contexto dentro do aspecto de qualidade de vida e o morrer dignamente. Atualmente a eutanásia pode ser classificada de várias formas, de acordo com o critério considerado. Eutanásia Ativa: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por fins misericordiosos. Trata- se da ação pela qual se põe fim a vida de uma pessoa enferma, por um pedido do paciente ou a sua revelia. O exemplo típico seria a administração de uma overdose de medicamentos com a intenção de por fim a vida do enfermo. É também chamada de morte piedosa ou suicídio assistido. Refere-se ao profissional. Eutanásia passiva ou indireta: a morte do paciente ocorre, ou porque não se inicia uma ação médica ou pela interrupção de medidas como suspender ou retirar a alimentação, a hidratação ou a oxigenação, com o objetivo de diminuir o sofrimento. Por exemplo a retirada de um equipamento essencial como um respirador em um paciente terminal, sem esperanças de vida. Refere-se ao profissional. Eutanásia de duplo efeito: quando a morte é acelerada como uma consequência indireta das ações médicas que são executadas visando o alívio do sofrimento de um paciente terminal. Refere-se ao profissional. Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente. Refere-se ao paciente. Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente. Refere-se ao paciente. Eutanásia não voluntária: quando o paciente ou qualquer responsável não é consultado ou não manifesta qualquer posicionamento sobre a decisão. Refere-se ao paciente. O que é a Distanásia? A distanásia é um termo pouco conhecido, porém, muitas vezes, praticada no campo da saúde. É conceituada como uma morte difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo da morte, por meio de tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de vida e sem dignidade. Também pode ser chamada de obstinação terapêutica. Nesse sentido, enquanto, na eutanásia, a preocupação principal é com a qualidade de vida remanescente, na distanásia, a intenção é de se fixar na quantidade de tempo dessa vida e de instalar todos os recursos possíveis para prolongá-la ao máximo. O direito de morrer de forma digna diz respeito a uma morte natural, com humanização, sem que haja o prolongamento da vida e do sofrimento, através da instituição de intervenções fúteis ou inúteis, que se reporta à distanásia. O que é a Ortotanásia? A Ortotanásia é deixar que o paciente siga seu caminho natural para a morte sem aumentar-lhe a vida de forma artificial, ou seja, apenas o acompanhamento para que a morte seja menos sofrível possível e de forma natural. Percepção do enfermeiro em relação à ortotanásia: Na prática profissional, é necessário que se esteja atento ao compromisso de proporcionar uma morte digna, mantendo o paciente assistido e confortável. Atualmente, a distanásia é um problema ético que interfere no desejo do paciente e da família, bem como no cotidiano dos profissionais da saúde, ignorando o momento de parar de se investir no tratamento. Em contraposição, na ortotanásia, o paciente deve ser atendido de maneira individualizada, sendo auxiliado em suas necessidades físicas, emocionais e espirituais, respeitando seu tempo de vida. Ortotanásia: significado do morrer com dignidade na percepção dos enfermeiros do curso de especialização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Segundo a revista Bioethikos, os profissionais podem atuar de forma efetiva na fase da terminalidade junto à família e ao paciente, minorando, sobremaneira, o sofrimento. Cabe à equipe esclarecer as dúvidas, encorajar atitudes positivas; sobretudo, ser sincera e acessível. A presença dos familiares é vista como importante não só para o paciente, mas também para aproximação dos profissionais em busca de um cuidar mais digno. Esses profissionais irão proporcionar um elo entre familiares e paciente, procurando atender aos seus anseios, medos e angústias. Os familiares tornam-se agentes desse processo em sintonia com os profissionais. Obrigada pela atenção!