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VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 
 
1 
 
Revisão de Literatura 
Conforto e Bem-Estar na Cunicultura 
 
Ana Carolina Donofre
1*
, José Nicolau Prospero Puoli Filho
1
 Rafael Cunha de Souza
1
 Marcos Chiquitelli 
Neto
2
 
 
1
 
 
Departamento de Produção Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade Estadual 
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Botucatu - SP - Brasil 
2
 Departamento de Biologia e Zootecnia, Faculdade de Engenharia– Universidade Estadual Paulista “Júlio de 
Mesquita Filho” - Ilha Solteira - SP - Brasil. 
*carol_donofre@yahoo.com.br 
 
RESUMO 
Paralelo a nova mudança do hábito de compra dos consumidores, que visam o conforto e bem-estar 
animal, os produtores e pesquisadores da área agropecuária passaram a observar e substituir os antigos 
métodos de manejo por métodos que visam, além da alta produtividade, este conforto e bem-estar. A 
cunicultura demanda cuidados específicos que promovam condições adequadas para a vida dos coelhos. 
Dentre os pontos a ser considerados, temos as condições ambientais, densidade de alojamento, além de 
conceitos recentes, como o enriquecimento ambiental. Neste resumo abordaremos de forma concisa e 
objetiva, os métodos de manejo que tenham estes princípios como base para a criação destes pequenos 
animais. 
 
Palavras-Chave: densidade de alojamento, temperatura, enriquecimento ambiental 
 
Comfort and Well Being in the Rabbit Production 
 
ABSTRACT 
Parallel the new change of the habit of purchase of the consumers, who aim at the comfort and animal 
well-being, the producers and researchers of the farming area had started to observe and to substitute the 
old methods of handling for methods that they aim at, beyond the high productivity, this comfort and well-
being. The rabbit’s production demand well-taken care of specific that promotes conditions adjusted for the 
life of the rabbits. Amongst to be considered points, we have the ambient conditions, lodging density, 
beyond recent concepts, as the ambient enrichment. In this summary we will approach of concise and 
objective form, the handling methods that have these principles as base for the creation of these small 
animals. 
 
Keywords: housing density, temperature, environmental enrichment 
 
INTRODUÇÃO 
 Com uma excelente qualidade de carne e alta prolificidade, o coelho dentre as outras espécies 
de produção, apresenta facilidades de manejo e alimentação, sendo propícia sua criação tanto para 
grandes como pequenos produtores. Porém independente do nível tecnológico o conceito de conforto 
ambiental e bem-estar dos animais deve acompanhar a produção, evitando possíveis agressões físicas e 
biofísicas, de modo a conseguir o bom desenvolvimento da atividade (Roca, 1998). Em sua maioria, os 
produtores deixam de lado as necessidades comportamentais dos animais visando apenas à alta 
produção. Entretanto, o mercado consumidor apresenta um novo perfil, em que a preocupação com o 
bem-estar animal acompanha a exigência perante a qualidade dos alimentos, tanto a nível nacional como 
internacional. 
 Pode-se perceber, assim como o citado por Siloto (2009), que nos últimos anos, a análise do 
bem-estar na criação de coelhos tem merecido atenção, e muitas pesquisas visam avaliar principalmente 
alternativas nos sistemas de alojamento. Camps (2002) descreve que o coelho é um dos animais mais 
sensíveis ao estresse por seu comportamento gregário e territorialista. Convém, portanto adequar o meio 
mailto:*carol_donofre@yahoo.com.br
VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 
 
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e o manejo as necessidades dos animais, seus instintos etológicos e conforto ambiental, o que levou a 
presente revisão o objetivo de levantar e apresentar informações atuais relacionadas ao bem-estar e 
conforto na cunicultura. 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
 O conceito de bem-estar vem de forma crescente tomando espaço dentro das atividades que 
envolvam a produção animal. Segundo Warriss (2000), as pessoas desejam comer carne com "qualidade 
ética", isto é, carne oriunda de animais que foram criados, tratados e abatidos em sistemas que 
promovam o seu conforto e bem-estar. A produção de coelhos, apesar de sua menor difusão comparada 
a outras atividades produtivas, está em constante crescimento e apresenta suas exigências em termos de 
cuidados para a espécie. Na cunicultura o bem-estar depende basicamente das instalações, densidade 
de alojamento e fatores ambientais como a temperatura por exemplo, os coelhos são animais sensíveis 
que demandam de cuidados freqüentes. 
 Sabe-se que os produtores buscam alta produção e a redução dos custos, tal resultado é obtido 
com o aumento da densidade populacional, segundo Arveux (1991), o bem-estar do coelho depende, em 
grande parte, do espaço disponível para este. As gaiolas demasiadamente pequenas ou a lotação 
excessiva limitam os movimentos, impedindo determinadas manifestações naturais como a movimentação 
e higienização, além de limitarem a alimentação, pois nem todos conseguem ter acesso ao comedouro ao 
mesmo tempo, o que leva a competitividade e consequentemente as brigas. Do ponto de vista produtivo, 
Maertens & de Groote (1984) mencionaram que a alta densidade pode resultar em coelhos com peso ao 
abate três a cinco dias mais tarde do que coelhos criados em baixa densidade. Andréa et al. (2004), 
também verificaram que o ganho de peso de coelhos criados em diferentes densidades foi diminuído com 
o aumento desta. 
 De acordo com Barbosa et al. (1992), dentre os fatores mais importantes na criação de coelhos, 
estão as instalações. O coelho tem ausência de glândulas sudoríparas, assim, apresenta dificuldades em 
perder calor. Em situações climáticas como o clima tropical, o mesmo autor traz que há necessidade da 
construção de instalações que permitam uma boa ventilação, luz suficiente e temperatura mais próxima 
da zona de conforto. O sistema de instalações deverá ser adequado as necessidades comportamentais e 
fisiológicas do coelho, assim como os equipamentos e sua funcionalidade, visando também à facilidade 
de manejo e limpeza. A localização da granja deve ser em um local tranquilo, longe de barulhos e 
movimentações bruscas. As vozes, gritos e ruídos fortes e repentinos, aparição inesperada de pessoas 
provocam pânico e ansiedade nos coelhos, tal situação pode comprometer ninhadas com o 
atropelamento pelas mães e canibalismo (Roca, 1998). 
 Quando se comparou a criação de coelhos em galpões com a criação em gaiolas ao ar livre, 
verificou-se que as condições ambientais são similares desde que a estrutura das gaiolas esteja disposta 
de forma correta, estas são boas alternativa para o pequeno reprodutor, refletindo em um menor custo de 
implantação e manutenção. A eficiência e funcionalidade dos equipamentos utilizados também 
contribuem no conforto dentro da produção. Os comedouros e bebedouros devem ser limpos 
periodicamente, evitando possíveis contaminações, e a alimentação adequada atenderá as necessidades 
nutricionais de cada fase de vida dos animais (Barbosa et al., 1992). 
 O coelho não pode estar disposto diretamente ao sol, a construção do galpão ou disposição das 
gaiolas deve ser no sentido leste-oeste, de modo que os ventos frios do sul também não tenham 
incidência direta, o uso de vegetação entre as fileiras de gaiolas ou galpões é uma alternativa para manter 
o conforto na criação. A temperatura é um dos fatores ambientais que mais exerce influência sobre o os 
coelhos, Barbosa et al. (1992) cita que em condições fisiológicas normais, o coelho mantém sua 
temperatura corporal (38,5ºC) sem gasto de energia. Caso a temperatura ambiente se eleve, o consumo 
de ração diminui sempre na ordem de 1 a 2% para cada grau acima de 27 a 28ºC. A zona de conforto do 
coelhoestá compreendida entre 15 e 20
 
graus, qualquer temperatura fora deste intervalo resulta de forma 
negativa no organismo comprometendo o seu bem-estar. A umidade elevada diminui a perda de calor por 
ofegação, Roca (1998) cita que o grau de umidade deve-se entre 60 e 75% onde se aceita 55 e 85 % de 
limites com certa segurança. Outro ponto importante é a iluminação, o coelho é um animal de hábitos 
noturnos, mas depende da luz solar para metabolização da vitamina D. 
 Espécies de produção como os coelhos que tem seu ciclo todo em um ambiente fechado com 
espaço limitado, estão sujeitos ao estresse. Na cunicultura hoje em dia trabalha-se com o conceito de 
enriquecimento ambiental, que consiste na utilização de meios que tentem aproximar o ambiente fechado 
VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
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com o habitat natural. Como exemplo, VERGA et al.(2004) em seu experimento,comparando coelhos 
mantidos em gaiolas enriquecidas com palha e em gaiolas convencionais,observou uma diferença de 
comportamentos lúdicos (brincadeiras) quando havia enriquecimento. Os mesmo autores afirmaram que 
coelhos mantidos em gaiolas enriquecidas apresentaram maior freqüência de comportamento exploratório 
e agitação, permanecendo menos tempo deitados ou em ócio que coelhos mantidos em gaiolas sem 
enriquecimento. O sofrimento e o estresse podem desenvolver nos coelhos comportamentos 
estereotipados, como roer bebedouros e comedouros, gaiolas, canibalismo entre animais adultos e morte 
de filhotes pelas mães. A utilização do ambiente enriquecido contribui na diminuição do estresse, pois se 
fornece ao animal algum objeto para que este possa se distrair ou brincar, como a palha. Cientificamente, 
tal fato foi observado por Trocino & Xiccato (2006) avaliando o comportamento estereotipado de coelhos 
que roíam a grade ou o bebedouro, intensificado em gaiolas sem enriquecimento ambiental. 
 
CONSIDERAÇÔES FINAIS 
 O coelho é uma espécie sensível, depende de um ambiente e manejo adequados que garantam 
mínimas condições de bem-estar. Existem fatores agravantes levando ao estresse do animal, induzindo-o 
ao sofrimento e inibição de seu comportamento natural. O produtor preocupado não só com altos níveis 
produtivos, mas também com a qualidade de vida e o bem-estar de sua criação, deve buscar medidas 
que revertam esta situação, garantindo a máxima liberdade e alimentação adequada em um local 
ambientalizado. Novos conceitos como o enriquecimento ambiental vêem surgindo a fim de ceder uma 
vida mais confortável que consequentemente, trará melhores resultados produtivos. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Andréa, M. V.; Carvalho G. J. L.; Nunes, S. C.; Costa, C. N.; Barbosa, R. P. Densidade populacional no 
desempenho produtivo de coelhos. Archivos de Zootecnia, 53: 391-394 2004. 
 
ARVEUX, P. Densidad en jaulas de engorde. Cunicultura, 16(90): 107, 1991. 
 
BARBOSA O.R.; SCAPINELO C.; MARTINS E.N. et al. Desempenho de coelhos da raça nova Zelândia 
branco, criados em diferentes tipos de instalações durante as estações de verão e inverno: 1. 
Temperatura corporal, freqüência respiratória, consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar. 
Revista brasileira de Zootecnia. Viçosa, v. 21, n. 5, p. 779-786. 1992. 
 
CAMPS J. Mínimos de confort para cunicultura industrial. In: SIMPOSIUM DE CUNICULTURA, 27, Réus. 
Asociacion espanõla de cunicultura. p 57-64, 2002. 
 
EFSA (European Food and Safety Authority). The impact ofthe current housing and husbandry systems 
on the health andwelfare of farmed domestic rabbits. EFSA Journal, v.267,p.1-31, 2005. 
 
MAERTENS, L.; De GROOTE, G. Influence of the number of fryer rabbits per cage on their performance. 
J. Appl. Rabbit Res., v.7, p.151-155, 1984. 
 
ROCA T. Aspectos fundamentales de cunicultura. In: PRIMER CONGRESSO DE CUNICULTURA DE 
LAS AMÉRICAS. Montecilio. Primer congreso de cunicultura de las américas. Montecillo, Edo De 
México: Colégio de postgraduados. 1998. 
 
SILOTO, E. V. et al. Temperatura e enriquecimento ambiental sobre o bem-estar de coelhos em 
crescimento. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.2, p.528-533, 2009. 
 
TROCINO, A.; XICCATO, G. Animal welfare in reared rabbits: a review with emphasis on housing 
systems. World Rabbit Science, v.14, p.77-93, 2006. 
 
WARRISS, P. D. Meat Science : an introductory text. (Chapters 1 and 10). Wallingford : CABI Publishing, 
p.310, 2000.

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