Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA DIVISÃO DA AGRICULTURA CURSO DE ENGENHARIA ZOOTÉCNICA BLOCO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL 3ºANO TEMA DO RELATÓRIO MANEIO REPRODUCTIVO EM NOVILHAS E VACAS EM LACTAÇÃO NA EMPRESA CLIFTON MEADOWS LDA. Autor: Stiven Calby Alberto Alfai Supervisor: Eng⁰. Francisco Manuel Júnior (MSc) Matsinho, Fevereiro de 2024 MANEIO REPRODUCTIVO EM NOVILHAS E VACAS EM LACTAÇÃO NA EMPRESA CLIFTON MEADOWS LDA. RELATÓRIO DO ESTAGIO PRE - PROFISSIONAL Autor: Stiven Calby Alberto Alfai Contactos: +258- 848922356/ + 258 - 878922358 Correio eletrónico: stivencalbyalfai@gmail.com Relatório de estágio curricular obrigatório submetido ao curso de Engenharia Zootécnica, Instituto Superior Politécnico de Manica, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Eng⁰. Zootécnica. Supervisor: Eng⁰. Francisco Júnior MSc. Matsinho, Fevereiro de 2024 mailto:stivencalbyalfai@gmail.com I RESUMO O relatório de estágio profissional, realizado no Distrito de Macate, Posto Administrativo de Zembe, na província de Manica, na empresa Clifton Meadows, teve como objetcivo consolidar os conhecimentos adquiridos no ambiente profissional. A unidade de produção da empresa abrange uma área de 280 hectares, sendo explorados 180 hectares, com um total de 503 vacas lactantes, 216 vacas secas, 52 vacas vazias, 70 vitelos e 83 novilhas. A actividade principal da empresa é a produção de leite, com uma média diária entre 4000 e 4600 litros, resultando em uma produção média diária de 20 litros por animal. O maneio alimentar desempenha um papel crucial no sucesso do desempenho das vacas leiteiras da empresa, pois possui uma relação direta com a produção de leite. Na alimentação, são utilizados alimentos concentrados contendo farelo de milho, bagaço de girassol, sal, semente de algodão, cal agrícola e ureia, fornecendo 2000 kg no período da manhã e à tarde. Em relação ao maneio sanitário, diversas atividades são realizadas, como o tratamento de feridas, vacinações contra diarreias, limpeza dos piquetes, tratamento de doenças e controle da mastite. No maneio reprodutivo, a empresa Clifton Meadows emprega técnicas avançadas, incluindo a inseminação artificial e seus procedimentos associados, o controle preciso de cios e o diagnóstico precoce de gestação. Essas práticas são implementadas para optiminizar a eficiência reprodutiva do rebanho, demonstrando um compromisso com a excelência na gestão da reprodução e contribuindo para a sustentabilidade e produtividade a longo prazo da unidade de produção. Quanto ao maneio da ordenha, são executadas diversas actividades, incluindo a ordenha e seus procedimentos (antes, durante e depois), além da higienização da sala de ordenha. Outras práticas adotadas na empresa incluem a colocação de brincos para identificação dos animais, desmame, amamentação, descorna e a pesagem dos animais. Palavra-chave: Bovinicultura de leite; Produção; Produtividade. II ÍNDICE RESUMO .......................................................................................................................... I LISTA DE TABELAS ................................................................................................... IV LISTA DE FIGURA ......................................................................................................... V LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... VI 1. INTRODUCÃO ........................................................................................................ 1 1.1. Contextualização ................................................................................................ 1 1.2. OBJETIVOS................................................................................................... 3 1.2.1. GERAL ....................................................................................................... 3 CAPITULO 2- DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ............................................. 4 2.1. Descrição da Instituição e do local de estágio ................................................ 4 2.2. Organograma da empresa Clifton Meadows, Lda. ........................................ 6 2.3. Análise FOFA Empresa Clifton Meadows Lda. .................................................... 6 2.4. Rebanho e Produção ....................................................................................... 7 3. PLANO E MÉTODO DE TRABALHO ........................................................... 8 4. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES REALIZADAS ......................................................... 10 4.1. Maneio reprodutivo ...................................................................................... 10 4.1.1. Puberdade ................................................................................................. 10 4.1.2. Deteção do cio .......................................................................................... 11 4.1.3. Critérios da escolha do sêmen para inseminação artificial ....................... 12 4.1.4. Protocolo do processo de inseminação com cio natural ........................... 13 4.1.5. Critérios de seleção para sincronização .................................................... 14 4.1.6. Programa de sincronização de cio ou Inseminação Artificial em Tempo Fixo 14 4.1.7. Diagnóstico de Gestação .......................................................................... 16 4.1.8. Taxa de prenhez ........................................................................................ 17 4.2. Outras actividades ............................................................................................ 19 4.2.1. Maneio Alimentar em Vacas Lactantes .................................................... 19 4.2.2. Maneio Alimentar de Vacas Secas ........................................................... 21 4.2.3. Maneio Alimentar de Vacas Vazias. ........................................................ 21 4.2.4. Manejo Alimentar de Vacas Gestantes. .................................................... 21 4.2.5. Maneio Alimentar de Vacas Pós-Parto. .................................................... 22 4.3. Maneio Alimentar em Vacas Lactantes ........................................................... 22 4.3.1. Maneio Alimentar de Vitelos. .................................................................. 23 4.4. Ordenha e qualidade do leite............................................................................ 24 III 4.4.1. Gestão da ordenha .................................................................................... 24 4.4.2. Procedimentos de Ordenha (Antes, Durante e Depois) ............................ 25 4.4.3. Higienização do Sistema .......................................................................... 26 4.5. Actividades e maneios dos vitelos .................... Erro! Marcador não definido. 4.5.1. Criação dos Vitelos ................................................................................... 19 4.5.2. Desmama .................................................................................................. 19 4.6. Maneio sanitário .............................................................................................. 26 4.7. Limpeza dos piquetes ....................................................................................... 27 4.7.1. Tratamento de doenças ............................................................................. 31 4.7.2. Doenças transmitidas por caraças: ............. Erro! Marcador não definido. 4.7.3. Riquetsiose ................................................ Erro! Marcadornão definido. 4.7.4. Sintomas e Transmissão ............................ Erro! Marcador não definido. 4.7.5. Mastite ...................................................................................................... 31 4.8. Babesiose ......................................................................................................... 32 4.8.1. Banhos carracicidas .................................................................................. 32 4.8.2. Desparasitação .......................................................................................... 33 4.9. Colocação de bricos para a identificação dos animais ..................................... 33 4.9.1. Desmame .................................................................................................. 33 4.9.2. Amamentação ........................................................................................... 34 4.9.3. Descorna ................................................................................................... 34 4.9.4. Pesagem .................................................................................................... 34 5. ANÁLISE DO TRABALHO REALIZADO .......................................................... 35 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 36 7. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. 37 8. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 38 ANEXOS ........................................................................................................................ 39 IV LISTA DE TABELAS Tabela 1. Análise do ambiente interno e externo da empresa ......................................... 6 Tabela 2. Disposição e quantificação dos animais da fazenda até 25/12/2024 ............... 7 Tabela 3. Principais actividades desenvolvidas durante o estágio curricular supervisionado, Clifton Meadows, Lda. 25/09/2023 a 25/12/2023. ................................. 7 Tabela 4. Rotina diária da Clifton Meadows, Lda. .......................................................... 8 Tabela 5. Número de procedimentos reprodutivos realizados durante o estágio supervisionado obrigatório na GTF Milk no período de 25 de setembro a 25 de dezembro de 2024. .......................................................................................................................... 17 Tabela 6. Quantidades de Ingredientes (Ração) Utilizadas na Empresa ....................... 20 Tabela 7. Quantidades de Ingredientes Utilizados Após a Primeira Mistura ................ 20 Tabela 8. Quantidades de Ingredientes (Ração) Utilizadas na Empresa ....................... 23 Tabela 9. Quantidades de Ingredientes Utilizados Após a Primeira Mistura ................ 23 Tabela 10. Dosagens de Volmitraz ................................. Erro! Marcador não definido. V LISTA DE FIGURA Figura 1. Localização da Clifton Meadows em relação Ao Distrito de Macate............. 4 Figura 2. Vista aérea da Clifton Meadows Lda. Em azul claro e ciano estão indicadas as áreas dos piquetes que estão sob irrigação do sistema de pivôs. ...................................... 5 Figura 3. Vista aérea da Clifton Meadows, Lda. Em amarelo demarca-se as pistas de alimentação, em verde a área de ordenha e escritório, sala de reprodução e manga de tratamento em azul os silos, roxo, casa de máquinas e em branco espaço. ...................... 5 Figura 4. Fig. (A) Detector de Cio. Fig. (B) Detector de cio implantado na região da nascente da cauda. .......................................................................................................... 12 Figura 5. Fig (A) Preparacao do implante; Fig. (B) Implantacao Fonte: Autor .......... 14 Figura 6. Protocolo 1 de sincronização de cio em vacas leiteiras, utilizado na Clifton Meadwns. ........................................................................................................................ 15 Figura 7. Protocolo 2 de sincronização de cio em vacas leiteiras, utilizado na Clifton Meadwns. ........................................................................................................................ 15 Figura 8. Fig. (A) uma vaca gestante prestes a dar o parto e o vitelo esta mal posicionado; Fig. (B) Avaliacao genecologica do utero da vaca apois o utero tero saido fora por conta de um aborto. .................................................................................................................. 18 Figura 9: Bezerras em piquete recebendo aleitamento via alimentador móvel coletivo. ........................................................................................................................................ 24 Figura 10. (A) Observa-se o Cálcio Caseiro sendo colocado na ciringa pelo tutor; e na Fig (B) Observa-se uma vaca pois parto caída com problema no membro anterior esquerdo sendo aplicado o cálcio Caseiro. ..................................................................... 27 Figura 11.Fig. (A) Oxtetraciclina; Fig (B) Penetrept. .................................................. 28 Figura 12.Fig. (A) e (B) Observa-se os dois diferentes tipos de desparasitantes de endoparasitas; e na Fig (C) Observa-se outro para Ectoparasitas. ................................. 29 Figura 13 Fig. (C) Fig (A) Rimadyl. (B) Oxtetraciclina;. ........................................... 30 Figura 14.. Fig (A) Intertrim LA. (B) Intermectina; ................................................... 30 Figura 15. Fig (A) Diagnostico da mastite Utlizando o California Mastite Test e na Fig. (B) Tratamento da Mastite. ............................................................................................. 32 Figura 16. Fig (A) e ( B) marcacao do numero e Colocação de Brincos para identificação dos Animais .................................................................................................................... 33 Figura 17. Fig (A) Monitoria do processo de aleitamento Fig. (B) aleitamento dos vitelos. ........................................................................................................................................ 34 Figura 18. Descornea. .................................................................................................... 39 Figura 19. Desparasitação de ecto parasitas. ................................................................. 39 Figura 20. Fertilização com adubo orgânico. ................................................................ 39 Figura 21. Teste de Mastite ........................................................................................... 40 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186012 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186012 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186013 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186013 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186013 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186014 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186014 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186015 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186018 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186018 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186018 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186019 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186019 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186020 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186020 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186020 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186021 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186022 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186022file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186023 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186024 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186025 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186025 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186026 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186026 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186027 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186027 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186028 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186029 file:///D:/Relatorio%20versao%20final.docx%23_Toc160186031 VI LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ECC Escore de Condição Corporal CROP Cloprostenol CIPIO Cipionato de estradiol CCS Contagem de Células Somáticas DEL Dias em Lactação DG Diagnóstico Gestacional P4 Progesterona GnR Hormônio Liberador de Gonadotrofinas IA Inseminação Artificial IgG Imunoglobulina G DG Diagnóstico Gestacional PGF2α Prostaglandina 1 1. INTRODUCÃO 1.1.Contextualização A agropecuária assume papel fundamental para o desenvolvimento econômico do país, fornecendo alimentos com preços baixos para a população e gerando empregos. Em Moçambique, onde as condições naturais fornecem vantagens comparativas aos produtos da agropecuária, ela também desempenha função importante criando divisas para a compra de insumos e bens de capitais necessários ao desenvolvimento das atividades econômicas (MAPA, 2014). O leite é um dos produtos mais importantes da agropecuária. Além de desempenhar papel importante na geração de empregos e suprimento de alimentos, também tem importante valor nutricional na alimentação. O leite é rico em nutrientes essenciais para manutenção e crescimento de uma vida saudável (VILELA, 2002). De acordo com o (MADER, 2022) A produção de leite em Moçambique ate 2022 foi de 2.436.697 litros contra 3.235.774 litros registados no ano 2021, o que representou um decréscimo de 24,7%. As províncias de Manica e Sofala representaram 70% da produção nacional. O presente relatório tem como propósito relactar as actividades desempenhadas durante o estágio pré-profissional numa das maiores empresa de gado Leiteiro em Moçambique Clifton Meadows Lda, responsável pela produção de aproximadamente 35% a 40 % do leite nacional, cerca de (1.160.000,00 L/anual). O estagio foi realizado no âmbito dos requisitos necessários para a conclusão do curso de Licenciatura no Instituto Superior Politécnico de Manica. O estágio ocorreu no período de setembro a janeiro de 2024, visando consolidar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula e proporcionar uma experiência prática no ambiente profissional. Nesta senda de acordo com (Short et al., 1990). A reprodução é o principal factor que limita a eficiência produtiva de vacadas para produção leite. E o número de vitelos produzidos por vaca por ano é um dos factores com maior impacto na eficiência biológica e económica na produção de bovinos de leite (Carolino et al, 2000, Reis, 2010). O tema especial foi o maneio reprodutivo na Clifton Meadows Lda, a atenção especial foi dada a práticas essenciais, como a inseminação artificial. Durante o estágio profissional, foram exploradas técnicas avançadas para optimizar a taxa de concepção, 2 promovendo uma reprodução eficiente no rebanho. A inseminação artificial, enquanto componente significativo do maneio reprodutivo, busca maximizar o potencial genético do rebanho, contribuindo para a obtenção de descendentes saudáveis e produtivos. A agropecuária assume papel fundamental para o desenvolvimento econômico do país, fornecendo alimentos com preços baixos para a população e gerando empregos. Em suma, o relatório procurou fornecer uma visão abrangente do maneio reprodutivo na empresa, incorporando práticas como inseminação artificial, diagnóstico de gestação em vacas secas e gestantes, tudo com o propósito de promover a eficiência reprodutiva e a saúde global do rebanho. 3 1.2.OBJETIVOS 1.2.1. GERAL Aliar a teoria vista durante as aulas e a prática que é a realidade cotidiana, para desenvolver habilidades técnicas que permitam formar um profissional adequado à realidade do mercado de trabalho. 1.2.2. ESPECIFICOS Vivenciar a rotina de uma empresa voltada à bovinicultura leiteira; Acompanhar o maneio e as actividades desenvolvidas na Empresa; Discutir com o proprietário e técnicos, alternativas para implantar na produção de leite; Analisar os pontos positivos e negativos vistos na unidade de produção; Buscar novos conhecimentos com base na administração e controle do processo productivo; Ver os principais entraves que uma empresa do ramo agropecuário possui; Aliar a teoria com a prática na produção de alimentos para nutrição Animal. 4 CAPITULO 2-DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO 2.1.Descrição da Instituição e do local de estágio Local de estágio A Empresa Clifton Meadows Lda., iniciou suas actividades no ano de 2014 está localizada no Distrito de Macate, Chimoio a 877 metros de altitude e sob o clima tropical, com temperaturas médias anuais que variam de 13 °C a 30 °C (INAE, 2024), característica considerada importante para a produção de leite no sistema implementado no local. Na figura 01 pode-se observar a localização da Clifton Meadows em relação Ao Distrito de Macate. Figura 1. Localização da Clifton Meadows em relação Ao Distrito de Macate. Fonte: Google Maps, 2024. A área total da Clifton Meadows compreende 280 ha, 160 representam a área destinada à pastagem, sendo 110 ha irrigados por um sistema de três pivôs centrais, a fim de manter pastagem cultivada o ano todo. No restante da área, pistas para alimentação das vacas pós ordenha, vitelos, casas de funcionários, escritório, armazéns de insumos, silos destinados à alimentação animal, uma sala de ordenha. Nas figuras 02 e 03 pode-se observar a reservar a área dos vitelos. 5 Fonte: Google Maps, 2024. Fonte: Google Maps, 2024. Figura 2. Vista aérea da Clifton Meadows Lda. Em azul claro e ciano estão indicadas as áreas dos piquetes que estão sob irrigação do sistema de pivôs. Figura 3. Vista aérea da Clifton Meadows, Lda. Em amarelo demarca-se as pistas de alimentação, em verde a área de ordenha e escritório, sala de reprodução e manga de tratamento em azul os silos, roxo, casa de máquinas e em branco espaço. 6 2.2. Organograma da empresa Clifton Meadows, Lda. Fonte: Arquivo pessoal, 2024. 2.3. Análise FOFA Empresa Clifton Meadows Lda. POTENCIALIDADE FRAQUEZAS Alta tecnologia (máquinas para alimentação); Presença de equipamentos de control de doenças; Produtos de alta qualidade; Uma definição de padrões adequados de procedimentos para produção; Insuficiencia capacitação profissional para a produção de vacas de leite; Equipe desmotivada (questão salarial e condições de trabalho); Falta de sistema de conservação dos produtos; Oportunidades Ameaças Acesso a tecnologias; Boa localização para fins de produção de leite; Poucos concorrentes ao nível da empresa em termo de produção de leite. Concorrentes como: Agromaco, pequenas farmas e prequenos produtores; Ocorrências desastres naturais; Ocorrências de roubos de animais. Tabela 1. Análise do ambiente interno e externo da empresaFonte: Empresa Clifton Meadows Lda (2024) GESTOR Cristofer TÉCNICOS DE CAMPO Verniz,Jose e Alexandre TRABALHADORES FIXOS Chefe- Herneu TRABALHADORES SAZONAIS OU TRABALHADORES FIXOS Varios GERENTE Ondela 7 2.4. Rebanho e Produção Até o dia 25 de Dezembro de 2024 a Empresa possuía um total de 503 animais, dispostos nas categorias: Vitelos em lactação, Vitelos desmamadas, novilhas, vacas em lactação, vacas secas, touros em reprodução. A tabela 2 demonstra a disposição e quantificação dos animais na fazenda até o dia 25/12/2024. Categoria animal N (absoluto) Percentagem do rebanho Vacas em lactação 216 42,9 Vacas secas 52 10,3 Novilhas 83 16,50 Vitelos desmamados 80 15,90 Vitelos em lactação 70 13,91 Touros em reprodução 2 0,4 Total 503 100% Tabela 2. Disposição e quantificação dos animais da fazenda até 25/12/2024 Fonte: Arquivo pessoal, 2024. O rebanho é composto por animais da raça mestiço holandês e Jersey, e três fêmeas lactates bramaham oriunda do cruzamento de animais da raça Jersey e Holandês, sem grau de sangue definido. E tem como característica fenotípica um porte intermediário entre as raças do cruzamento, pelagem preta e castanha e malhadas, bons aprumos e boa saúde de casco. Fisiologicamente a raça possui características marcantes de alta fertilidade, tolerância ao calor e a percorrer distâncias consideráveis devido à adaptabilidade do sistema a pasto, além de apresentar bons níveis de sólidos no leite. Nas principais actividades desenvolvidas/acompanhadas durante o estágio: Actividade desenvolvida Quantidade Protocolo de sincronização de cio 2 IA 270 Diagnóstico de gestação 286 Procedimentos clínicos 11 Procedimento cirúrgico 2 Total 571 Tabela 3. Principais actividades desenvolvidas durante o estágio curricular supervisionado, Clifton Meadows, Lda. 25/09/2023 a 25/12/2023. Fonte: Arquivo pessoal, 2024. 8 3. PLANO E MÉTODO DE TRABALHO A Clifton Meadows possuí uma rotina diária, a qual foi planeiada para que as actividades estejam cumpridas no momento correcto e contribuam para o funcionamento dos processos envolvidos com a produção. Boa parte das actividades eram desenvolvidas pelos funcionários da empresa, porém parte dos serviços era desenvolvido por terceiros, em virtude dos mesmos terem especialidade em maneios como sincronização, diagnóstico de gestação e inseminação. Algumas actividades não eram diárias, por exemplo, a lavagem do tanque feita a cada dois dias devido ao recolhimento do leite ser feito todos os dias, no Quadro 4, lista- se as principais actividades desenvolvidas na propriedade. Tabela 4. Rotina diária da Clifton Meadows, Lda. Horário Actividade Frequência 4:00 Às 4:30 Enxague do sistema de ordenha e recolhimento das vacas em lactação Diária 4:30 Às 7:30 Ordenha das vacas Diária 7:30 Às 9:00 Alimentação das vacas nos comedouros, lavagem do sistema de ordenha, sala de espera e sala de ordenha Diária 9:00 Às 9:30 Lavagem do tanque do leite Dias alternados 9:30 Às 10:30 Alimentação do lote de novilhas, vacas secas e pré parto Diária 10:30 Às 11:00 Raspagem do piso da sala de alimentação e dos pisos externos, Diária 11:00 Às 14:00 Alimentação das vacas em lactação Diária 14:00 Às 14:15 Raspagem do piso da sala de alimentação Diária 14:15 Às 15:00 Enxague do sistema de ordenha e recolhimento das vacas em lactação Diária 15:00 Às 17:00 Ordenha das vacas Diária 17:00 Às 19:00 Alimentação das vacas nos comedouros, lavagem do sistema de ordenha, sala de espera e sala de ordenha. Diária Fonte: Arquivo pessoal, 2024. 9 Pelas necessidades de especialização em algumas práticas, haviam serviços que eram terceirizados, devido ao tamanho do rebanho não se tornar suficiente para a contratação de mais funcionários ou inviabilidade de comprar máquinas e equipamentos. A Clifton Meadows, Lda. utilizava prestadores de serviço para a sincronização de CIO, colheita de silagem e a reparação de equipamentos maquinas. 10 4. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES REALIZADAS 4.1.Maneio reprodutivo A reprodução é o principal factor que limita a eficiência produtiva de vacadas para produção de leite (Short et al., 1990) e o número de vitelos produzidos por vaca por ano é um dos factores com maior impacto na eficiência biológica e económica na produção de bovinos de leite (Carolino et al, 2000, Reis, 2010). 4.1.1. Puberdade No decorrer do estágio, realizou-se uma análise minuciosa da puberdade no gado leiteiro, abrangendo diferentes aspectos relacionados ao desenvolvimento sexual. Foram colectados através do softwere Afifarm, dados sobre a idade média de atingimento da maturidade sexual em novilhas, considerando factores como genética, alimentação e condições ambientais. Além disso, observou-se de perto o comportamento reprodutivo do gado, registrando sinais específicos de ciclos estrais e ocorrência de cios. Realizou-se o maneio reprodutivo adoptadas na empresa, buscando compreender como essas estratégias podem impactar o desempenho reprodutivo do rebanho. Durante as actividades realizadas em um rebanho de mais de 503 animais, observou-se que a média de idade para atingir a puberdade nas novilhas foi de aproximadamente 14 meses, com uma variação de 1 a 2 meses influenciada provavelmente por factores genéticos e nutricionais. (PIRES, 2010). Acrescenta que, A idade no parto, a raça e habilidade materna e raça do pai são outros fatores que estão diretamente relacionados com a idade na puberdade, tanto nos machos, quanto nas fêmeas, fato que torna importante a escolha do pai e da mãe na definição do acasalamento, de modo que os pais precoces dão origem a descendentes também precoces. Os registros feitos no campo de estágio teve-se em torno de 80% das vacas em idade reprodutiva (as novilhas a cima de 14 meses e as vacas lactantes), apresentaram sinais claros de ciclo estral, com uma média de 21 dias entre os períodos. A taxa de concepção foi estimada em 65% ate 50º dia após a inseminação, taxa esta que era avaliada através do diagnóstico de gestação realizado indicando a necessidade de uma análise mais profunda para otimizar os resultados reprodutivos. Para (NETO et al., 2011), A idade à puberdade em bovinos é uma característica reprodutiva de grande importância econômica, tanto para produção de leite como de carne, pois, a partir de sua 11 caracterização, obtém-se respaldo para maximizar a utilização de animais geneticamente superiores A idade à puberdade é um dos maiores determinantes da eficiência da vida reprodutiva de fêmeas bovinas (BORGES; GONÇALVES, 2008). Formula- TC/AI – TAG * 100 Onde TC- taxa de CIO ou animais inseminados TAG – Taxa de gestação Durantes as actividades do maneio reprodutivo, constatou-se que a sincronização de cios foi realizada em 65% das fêmeas em idade reprodutiva. Esses dados fornecem uma base sólida para recomendações visando aprimorar as práticas de maneio reprodutivo, visando o aumento da eficiência e produtividade do rebanho leiteiro. 4.1.2. Deteção do cio O maneio reprodutivo eram um dos factores preponderante no sucesso do desempenho das vacas gestantes na empresa Meadows, Lda. visto que, apresentava uma grande vantagem usando uma técnica de inseminação artificial que garante gestação ao mesmo tempo e utilização o sémen controlado de doenças. Para (Ferguson e Skidmore, 2013). São muitos os fatores que influenciam a deteção de cios, incluindo o número de cios anteriores, os DEL, o número de vacas em cio ao mesmo tempo, a intensidade e duração do cio, a superfície do piso e fatores de maneio como a frequência e a duração da observação de cios e o uso de métodos auxiliares na deteção de cios. O maneio reprodutivo naempresa era realizado em parceria com alguns Médicos Veterinários, tendo em vista que era adotado também o sistema de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Por outro lado, nas novilhas e nas vacas lactantes adotava-se o sistema de observação de cio para a realização da inseminação artificial (IA) num intervalo máximo de 12 horas após a detecção do cio. Das técnicas desenvolvidas para detecção de estro em vacas, a principal é a observação visual, que está diretamente relacionada ao compromisso dos responsáveis por ver esta condição, por meio do entendimento dos comportamentos e dos sinais (DISKIN & SCREENAM, 2000). Ávila Pires et al., (2003), constataram que a observação contínua do rebanho eliminou a possibilidade de manifestações de estro não-identificadas, entretanto, segundo Hansen (2003), é difícil, mesmo para um tratador experiente, identificar mais de 80% das vacas 12 em estro de um rebanho de médio porte, mesmo observando as fêmeas três vezes por dia, por, pelo menos, 30min. No maneio reprodutivo, o principal cuidado tínhamos que levar em conta era a detecção de cios feita pelos funcionários, os quais tem o dever de observar o comportamento das vacas como: deixar ser montada, apresentar vulva inchada e com muco, cheirar outros animais na região vulvar, comparava-se então os sinais de cio com o histórico do último cio nas fichas de cada vaca, Para fins de controlo zootécnico, a Meadows, Lda. dispunha de um software denominado AFIFARM, onde são colocadas as fichas dos animais, e onde todos os maneios são descritos e actualizados (sincronização, inseminações e parições) e demais ocorrências eram lançadas no sistema. Fonte: Arquivo pessoal, 2024. 4.1.3. Critérios da escolha do sêmen para inseminação artificial Quando detectava-se o cio, após cerca de até 12 horas era chamado um inseminado, especializado com os equipamentos necessário para realização da inseminação. Diariamente havia sempre um lote de aproximadamente 4 -5 vacas que manifestam cio, essas eram inseminadas com sêmen não sexado de touro jersey ou holandês, onde as novilhas ou as melhor as que se tornariam primíparas recebiam o sêmen Jersey por conta do porte do animal e pra não dificultar o parto, por outro lado as vacas que já eram multíparas ou apresentavam um porte maior recebiam o sêmen misto holandês. Após feita a escolha do sêmen e inseminar os dados são registados em um caderno de registros manual e no software da Afifarm para melhor controle. Figura 4. Fig. (A) Detector de Cio. Fig. (B) Detector de cio implantado na região da nascente da cauda. A B 13 4.1.4. Protocolo do processo de inseminação com cio natural Apos detectar o cio, conduz-se o animal para manga de tratamento, reunia-se os materiais para inseminação artificial, tais como: Botija de nitrogênio, conserva a temperaturas negativas abaixo de 0o para proceder com inseminação artificial, no intervalo ate 5 min no verão, e 10 min no inverno, este é o tempo suficiente para manter o sémen vivo, acima disso o sémen morre; Jarra térmica que era utilizada para descongelar, em que era descongelado a com água morna ate 36 a 37ºC o sémen; Termómetro usado para medir a temperatura da água para descongelamento do sémen; Palita para proteger o sémen e direcionar o sémen até o útero junto com a pistola; Tesoura material usado para cortar o tudo do sémen, de modo que permita a saída do mesmo; Luvas de palpação retal, usado para o inseminador palpar o servix no interior do animal e depositar o sémen dentro do servix. Em casos do cio não ocorrer naturalmente, ou haver disponibilidade de recursos, utilizava-se a estratégia da inseminação artificial em tempo fixo, no qual durante alguns dias aplicava-se um protocolo de hormônios (sincronização de cio) que induz ao cio em somente 10 dias, como observado. Figura 13. Figura (A) Colecta de semem no tanque de nitrogenio; Figura (B) Inseminação Artificial Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda (2024) A B 14 4.1.5. Critérios de seleção para sincronização Dentro do escopo do maneio reprodutivo, realizou-se alguns critérios de seleção para a sincronização de cio novilhas e vacas lactantes. Esse procedimento visa optimizar o controlo do ciclo estral das fêmeas, facilitando práticas como a inseminação artificial em grupo. Como critério de seleção considerou-se fatores como: a condição corporal, histórico reprodutivo, saúde geral das vacas quanto a saúde, o principal critério que levou- se em consideração era a “Dirt utera” a possibilidade do útero estar sujo por conta do aborto, etc. e o número de dias desde a última manifestação de cio e animais que ja possuíam acima de 50 dias após a parição ou parto. Observou-se, que escolha criteriosa das candidatas à sincronização é fundamental para maximizar a eficácia do protocolo, visando taxas mais altas de concepção. 4.1.6. Programa de sincronização de cio ou Inseminação Artificial em Tempo Fixo O aumento do tamanho médio das explorações (Rodriguez-Martinez et al.,2008) e a crescente utilização de vacas de elevada produção – com comportamento de cio menos evidente (Sterry et al., 2006; Wiltbank et al., 2011; Carvalho et al., 2014) – a que assistimos, obriga a que ocorra um ajuste das técnicas de maneio reprodutivo (Lucy, 2001; Sterry et al., 2006). Durante as avaliações ginecológicas ou diagnóstico de gestação, são identificadas vacas com DEL igual ou superior a 50 dias e ainda vazias, estas submetidas a dois protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Figura 5. Fig (A) Preparacao do implante; Fig. (B) Implantacao Fonte: Autor A B 15 O protocolo 1 consistia no uso de um implante de progesterona no dia zero (D0) e a sua retirada no dia oito (D8), enquanto no protocolo 2 os animais recebiam um implante de progesterona de primeiro uso e um implante de segundo uso, a retirada do segundo era feita no dia sete (D7) e o primeiro no D8 do protocolo. Antes do início de cada protocolo, no D0, os animais eram avaliados por palpação rectal, para verificação se estavam aptas. De acordo com Pursley et al., (1997) e Stevenson et al., (1999), a utilização de PGF2 é eficaz em programas de sincronização de ovulação que envolvam a deteção de cio visual, sendo, nestas condições, maximizada a taxa de conceção. Por outro lado, as vacas que apresentavam alguma alteração na coloração, presença de sangue ou odor do muco cervical eram consideradas inaptas para o protocolo reprodutivo naquele momento e aguardavam-se mais uma semana para uma nova avaliação. Em casos em que o muco ainda continuava com alterações em seu aspecto, as vacas eram submetidas ao tratamento com infusão de antibióticos à base de oxitetraciclina (3 infusões). Figura 6. Protocolo 1 de sincronização de cio em vacas leiteiras, utilizado na Clifton Meadwns. Fonte: Arquivo pessoal, 2024. Figura 7. Protocolo 2 de sincronização de cio em vacas leiteiras, utilizado na Clifton Meadwns. Fonte: Arquivo pessoal, 2024. D0 = Implante (cider) 1o uso + 2ml de Estradiol benzoate D8 = Retirada do Implante+ crop+ cipio D10 = Inseminacao Artificial D0 = Implante (cider) 1o uso + implante do 2o uso + 2ml de Estradiol benzoate D8 = Retirada do implante (cider) do 1º uso + 2o )+ crop+ cipio D10 = Inseminacao Artificial D9 = uso de 2ml de estradio benzoate 16 O maneio reprodutivo das vacas lactantes e novilhas seguia-se os protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). No primeiro dia era implantado um dispositivo auricular de silicone (Crestar®) que é absorvido 200 gramas (g) por dia pelo animal de um pro gestágeno sintético (norgestomet). O implante era mantido por sete a oito dias e assim que colocado administrava-se 2 mL via intramuscular (IM) de benzoato de estradiol (FertilCare® Sincronização).O benzoato de estradiol faz parte dos ésteres de estradiol, utilizado na sincronização do cio. No momento da colocação do implante deve-se atentar para a contenção da novilha, o animal precisa estar bem preso e calmo. Em seguida marcar o animal na região lombar com a tinta laranja, Realizar a limpeza e assepsia na vulva da vaca para a devida aplicação. O bisel da agulha do aplicador tem que estar voltado para cima e introduzi-lo até ao fundo. Em um só movimento, apoiar o pistão e retirar o aplicador. Depois de aplicado, verificar a colocação do implante com o dedo polegar (COSTA, 2016). No sétimo ao oitavo dia era retirado o implante com bisturi, dependendo do protocolo utilizado, com o dedo, pressionava o implante até sair inteiro. Assim que o retirado totalmente, aplicava-se 2 mL via IM de cipionato de estradiol (FertilCare® Ovulação) e 2 mL via IM de cloprostenol (Ciosin®). A inseminação artificial (IA) era realizada 48 horas após a retirada do implante (cider). Caso o animal apresentasse sinais de cio antes das 48 horas, daí se realizava a inseminação até 6 horas após a observação dos sinais. Estes são caracterizados pela inquietação dos animais e a aceitação da monta de outros animais do rebanho. A utilização da IATF vem aumentando, pois possibilita a diminuição entre os intervalos de partos. Também dispensa gastos e contratempos com manejo do reprodutor macho, mão-de-obra e assistência técnica. No entanto, é importante que os animais do rebanho estejam ciclando, ganhando peso e sob manejo sanitário adequado. (EMBRAPA, 2016) 4.1.7. Diagnóstico de Gestação O diagnóstico de gestação é de fundamental importância para a melhoria da eficiência reprodutiva e otimização da produtividade, pois possibilita a identificação precoce das fêmeas que não emprenharam durante a estação de monta. (HAFEZ e HAFEZ, 2004). A partir de 45-50 dias após a inseminação, realizava-se diagnóstico de gestação é realizado através de da palpação rectal (PD) a cada 7 dias, havia um momento em que as 17 vacas que foram inseminadas ou cobertas pelo touro há mais de 45 a 50 dias são examinadas; se não gestantes, e são registadas como não gestantes e caso não haja certeza, elas podem ser submetidas a um PD recheck para reavaliação na semana seguinte ou voltar a ser inseminadas. Procedimento Primíparas Multíparas Total % Inseminações por IATF 30 33 63 20% Diagnóstico de gestação negativo (DG-) 17 6 23 8% Diagnóstico de gestação positivo (DG+) 50 68 118 31% Inseminações por cio natural 60 67 127 41% Total 234 167 401 100% Tabela 5. Número de procedimentos reprodutivos realizados durante o estágio supervisionado obrigatório na GTF Milk no período de 25 de setembro a 25 de dezembro de 2024. Fonte: Arquivo pessoal, 2024. 4.1.8. Taxa de prenhez Para o cálculo da TC1ªIA, utilizam-se apenas os dados relativos à primeira IA, ou seja, as fêmeas diagnosticadas como gestantes à primeira IA dividido pelo número total de primeiras inseminações (Rocha et al., 2010). A TC pode também ser calculada de uma maneira distinta pois, em vez de ter como base um DG positivo, utiliza-se a concretização de um parto como a confirmação de que uma IA tem um resultado positivo. Considerando-se o parto como indicador de uma conceção, obter-se-ão valores de TC 3 a 5% inferiores aos que se obteriam com base em DG (Rocha e Carvalheira, 2002). Durante a verificação da taxa de prenhez nos animais, os dados revelaram uma taxa global de prenhez de 65%. Essa observação abrangente permitiu identificar oportunidades de optimização para melhorar o desempenho reprodutivo. Ao examinar mais detalhadamente, notou-se que as novilhas apresentaram uma taxa de prenhez de 70%, indicando uma resposta reprodutiva mais eficiente em animais mais jovens. No entanto, as vacas lactantes registraram uma taxa ligeiramente inferior, em torno de 60%, sugerindo a necessidade de uma análise mais específica das práticas de maneio reprodutivo nesse grupo. O aumento da TP reduz então os dias em aberto e 18 aumenta a receita obtida por vaca, enquanto uma baixa TP reduz o leite produzido por dia de vida da vaca na exploração e o número de vitelos nascidos por ano, reduzindo assim as receitas associadas à reprodução (Meadows, 2005; Ferguson e Skidmore, 2013). Propõe-se uma investigação aprofundada das estratégias de inseminação artificial, considerando a sincronização de cios e protocolos reprodutivos adequados, visando melhorar a taxa de prenhez em vacas lactantes. Essas medidas específicas têm o potencial de contribuir para um aumento geral na eficiência reprodutiva no rebanho de gado leiteiro. 4.1.9. Maneio de Gestantes e parições As vacas no período pré-parto são alojadas em um piquete que fica sob constante monitoramento tanto no período do dia, sob responsabilidade da pessoa que realiza o maneio das vacas, como da noite, quando estas ficavam sob observação de um vigia. Geralmente quando as vacas gestantes estavam próximas do parto co aproximadamente 50 dias antes do parto elas eram conduzidas a um piquete maternidade onde permanecia la e eram fornecido uma ração individual e eram feitas visitas rotineiras para auxiliar em questão de parto distorci ou aborto, deparamos com três casos em que foi necessária a intervenção por conta da dificuldade no parto, uma por ser gémeos outras duas por falta de forca para tirar o fecto. Figura 8. Fig. (A) uma vaca gestante prestes a dar o parto e o vitelo esta mal posicionado; Fig. (B) Avaliacao genecologica do utero da vaca apois o utero tero saido fora por conta de um aborto. A B 19 4.2. Outras actividades 4.2.1. Criação dos Vitelos Assim que ocorrem os partos, os animais nascidos recebiam um colar de identificação provisória e todas as fêmeas são colostradas via sonda esofágica, recebendo dois ou três litros de colostro previamente armazenado em banco. Após o processo de colostragem, as bezerras fêmeas são destinadas a um curral de vitelos coletivo e alojadas em baias contendo até 10 animais; os vitelos machos que não são de interesse zootécnico para a fazenda são alojados em um curral de vitelos separado e vendidos. Assim que as fêmeas chegam nas baias, brincadas. Ao nascimento do vitelos devia-se atentar para a remoção das membranas fetais, muco do nariz e boca (SIGNORETTI, 2016). Coutinho (2016), afirmou que “após o nascimento, o cordão umbilical pode se tornar a “linha da morte”, caso a região umbilical não seja curada corretamente”. Quando a cura do umbigo é mal realizada, as estruturas que formam o cordão umbilical permanecem abertas, podendo ser porta de entrada para microrganismos que causarão infecções nos animais. Também as fêmeas eram mochadas quimicamente com pasta a base de hidróxido de sódio e têm solução de iodo a 10% aplicada no umbigo, este último processo sendo repetido até que o mesmo seque. Durante os primeiros 30 dias de vida, os vitelos permanecem no sistema de baias coletivas, recebendo inicialmente 4 a 5 litros, duas vezes ao dia, através de alimentadores coletivos, além de concentrado composto de farelo de soja, farelo de milho e núcleo. 4.2.2. Desmama A desmama ocorria quando os vitelos atingem 100kg de peso vivo, este identificado no processo mensal de pesagem de todos os animais em leite. É formado um grupo com os animais que atingem este peso, permanecendo assim pelo período de uma semana no qual a oferta de leite é reduzida diariamente até que esse grupo integre o lote “Vitelos 1” que comporta animais de 100 a 150kg e recebem dieta a base de silagem de milho e concentrado, além da pastagem. 4.2.3. Maneio Alimentar em Vacas Lactantes Na empresa Clifton Meadows Lda., havia aproximadamente 230 vacas em fase de lactação, sendo alimentadas com o intuito de optimizar a produção de leite. Para este fim, eram utilizados concentrados compostospor farelo de milho, bagaço de girassol, sal, 20 semente de algodão, cal agrícola e ureia. Esses alimentos eram fornecidos duas vezes ao dia, totalizando cerca de 200 kg, sendo distribuídos na sala de espera. Para REIS et al. (1997). Fornecer dieta balanceada para os animais de um rebanho de leite requer o uso suplementar de minerais e vitaminas. A deficiência de minerais é uma das importantes limitações nutricionais do gado leiteiro, uma vez que as forrageiras não contêm todos os nutrientes essenciais, na proporção adequada, de forma a atender integralmente as exigências dos animais. Após a ordenha pela manhã, as vacas eram direcionadas para a pastagem. No período da tarde, após a segunda ordenha, recebiam forragem natural, como cascas de beybicorn, mechoeira e capim elefante, além de melaço e sal nos piquetes, sendo também suplementadas com cálcio. A quantidade de ração não era medida devido à ausência de uma balança; a administração era realizada de acordo com os comedouros disponíveis em cada piquete. De acordo com (SOBERANES, 1989). Teremos assim, o potencial de produção do animal, que ao ser confrontado com a produção real obtida no final da lactação, nos dá uma ideia do quanto à vaca deixou de produzir em função da sua condição corporal. Tabela 6. Quantidades de Ingredientes (Ração) Utilizadas na Empresa Ingredientes Quantidades Farelo de milho 560 kg Bagaço de girassol 240kg Cal agrícola 20 kg Sal 10kg Ureia 10 kg Semente de algodão 100 kg Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda (2024) Esses ingredientes eram empregados duas vezes diariamente. A composição subsequente da mistura consistia em cascas de beybicorn, resíduos de cevada, capim elefante e a combinação resultante da primeira ração. Ingredientes Quantidades Casca de beybicorn 10 Sacos (40kg) Cevada 28 Sacos (40kg) Capim elefante (triturado) 10 Sacos (40kg) Mechoeira 10 Sacos 40 kg Tabela 7. Quantidades de Ingredientes Utilizados Após a Primeira Mistura 21 4.2.4. Maneio Alimentar de Vacas Secas Na Clifton Meadows Lda., havia aproximadamente 12 vacas secas, alojadas em um piquete específico para evitar a mistura com vacas em lactação. Essas vacas se alimentavam principalmente de pasto e forragem verde. Às 9 horas da manhã, eram levadas para a pastagem e retornavam às 15 horas, quando recebiam suplementação no piquete, composta por silagem de capim elefante e melaço. E (NRC, 2001). Acrescenta que a qualidade da água deve ser boa e atrativa, pois existe uma relação direta entre o consumo de água e o de matéria seca O período seco, de aproximadamente 60 dias antes do parto, era crucial para a regeneração da glândula mamária, permitindo que as vacas expressassem todo o potencial de produção de leite na próxima lactação. Durante esse período, era realizada a terapia da vaca seca, incluindo tratamento com antibióticos para prevenir a mastite. 4.2.5. Maneio Alimentar de Vacas Vazias. Para Santos (2019), antes de discorrer sobre o manejo alimentar da vaca seca, é necessário conceituar dois pontos importantes para o melhor manejo e entendimento das necessidades da vaca seca nesse período do ciclo produtivo. O primeiro ponto é a importância da avaliação do escore de condição corporal (ECC) e o segundo é a definição do que é período de transição. A empresa possuía cerca de 160 vacas vazias, alimentadas com uma ração balanceada composta por alimentos concentrados e volumosos. A mistura incluía 400kg de farelo de milho, 150kg de bagaço de girassol, 12kg de sal, 50kg de semente de algodão, 20kg de cal agrícola, 10kg de ureia, e capim elefante, atendendo às suas necessidades nutricionais. 4.2.6. Maneio Alimentar de Vacas Gestantes. A nutrição de uma vaca gestante é o primeiro passo para o sucesso na produção de bovinos de corte. Dentre os cuidados com vacas e novilhas gestantes, grande importância se dá para a alimentação das mesmas, que necessitam de nutrientes como minerais e vitaminas para o desenvolvimento normal de suas crias. (Campos & Assis, 2005). O número de vacas gestantes na empresa variava de 14 a 20. Elas se alimentavam de uma ração balanceada composta por concentrados e volumosos, incluindo farelo de milho, bagaço de girassol, ureia, cal agrícola, sal e mechoeira, fornecidos nos comedouros dos 22 piquetes. Além disso, as vacas iam para o pasto pela manhã às 10 horas e retornavam às 15 horas. 4.2.7. Maneio Alimentar de Vacas Pós-Parto. A ingestão diminui drasticamente nos últimos 2-3 dias antes do parto, e demora vários dias a recuperar no pós-parto (Hayirli et al., 1998). Quando a ingestão não é óptima, agudiza-se o BEN no pós-parto, afectando a produção de leite e a fertilidade da vaca. A maximização da ingestão de MS é por isso, acima de tudo uma prioridade (Wilde, 2006). Após o parto, esperava-se que as vacas atingissem o pico de produção e iniciassem uma nova gestação nos primeiros 85 dias de lactação, o que representava um desafio significativo para a empresa. Vacas no pré-parto, a 21 dias ou menos do parto previsto, eram mantidas em piquetes separados e recebiam dietas ricas em concentrados. 4.3. Maneio Alimentar em Vacas Lactantes Na empresa Clifton Meadows Lda., havia aproximadamente 230 vacas em fase de lactação, sendo alimentadas com o intuito de optimizar a produção de leite. Para este fim, eram utilizados concentrados compostos por farelo de milho, bagaço de girassol, sal, semente de algodão, cal agrícola e ureia. Esses alimentos eram fornecidos duas vezes ao dia, totalizando cerca de 200 kg, sendo distribuídos na sala de espera. Para REIS et al. (1997), a suplementação dos animais em pastejo é realizada com os objectivos de corrigir a deficiência de nutrientes da forragem, aumentar a capacidade de suporte das pastagens, fornecer aditivos ou promotores de crescimento, medicamentos e auxiliar no maneio das pastagens. Após a ordenha pela manhã, as vacas eram direcionadas para a pastagem. No período da tarde, após a segunda ordenha, recebiam forragem natural, como cascas de beybicorn, mechoeira e capim elefante, além de melaço e sal nos piquetes, sendo também suplementadas com cálcio. A quantidade de ração não era medida devido à ausência de uma balança; a administração era realizada de acordo com os comedouros disponíveis em cada piquete. DRACKLEY (2002) estimou que cada 0,450kg de leite perdido, no pico da lactação, causa uma redução de 90,1kg no período total. 23 Tabela 8. Quantidades de Ingredientes (Ração) Utilizadas na Empresa Ingredientes Quantidades Farelo de milho 1000 kg Bagaço de girassol 240kg Cal agrícola 50 kg Sal 20kg Ureia 20 kg Semente de algodão 200 kg Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda (2024) Esses ingredientes eram empregados duas vezes diariamente. A composição subsequente da mistura consistia em cascas de beybicorn, resíduos de cevada, capim elefante e a combinação resultante da primeira ração. (BEN) (Wilde, 2006). Acrescenta que os ajustes na densidade energética da dieta são necessários para compensar a insuficiente capacidade de ingestão característica do início da lactação, que origina invariavelmente um balanço energético negativo. Tabela 9. Quantidades de Ingredientes Utilizados Após a Primeira Mistura Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda (2024) 4.3.1. Maneio Alimentar de Vitelos. A amamentação dos vitelos era uma prática rotineira, ocorrendo tanto com vitelos de vacas em lactação quanto com vitelos de corte recém-nascidos com dificuldades de mamar diretamente nas tetas da mãe. A alimentação dos vitelos era realizada através de uma garrafa em forma de chupeta, contendo uma mistura composta por 50kg de bagaço de girassol, 200kg de farelo de milho, 10kg de sal, 8kg de cal agrícola e 6kg de ureia. Conforme recomendado por Ribeiro (2010), após as 48 horas iniciais, o colostro era gradualmente substituído por leite de qualidadeproveniente de vacas sadias, sem mastite, até os 15 dias de vida. Ingredientes Quantidades Casca de beybicorn 20 Sacos (200kg) Cevada 20 Sacos (400kg) Capim elefante (triturado) 10 Sacos (100kg) Mechoeira 10 Sacos 40 kg 24 Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda. (2024). 4.4. Ordenha e qualidade do leite 4.4.1. Gestão da ordenha A indústria leiteira mundial atravessa um período de transformação em sua estrutura, com aumento de exigências em relação à qualidade do leite. Para tanto, a diferenciação do pagamento ao produtor de acordo com a qualidade do leite e a maior preocupação do consumidor com a segurança alimentar (GUERREIRO et al., 2005) faz com que o produtor busque aprimoramento da produção leiteira para que possa se adequar às mudanças que tem ocorrido. O maneio da ordenha destacava-se como um dos fatores essenciais para o êxito do desempenho das vacas em lactação na empresa Clifton Meadows. Isso se devia principalmente à vantagem proporcionada pelo uso da ordenha mecanizada, que empregava mão-de-obra eficiente, resultando em uma relação direta com a produção de leite. A sala de ordenha ocupava uma posição central na empresa, caracterizada por uma boa ventilação para facilitar a entrada de ar. Sua configuração era retangular (com formato espinhoso), abrigando 10 máquinas no centro, com capacidade para acomodar 20 animais, distribuídos igualmente em ambos os lados. A ordenha contemplava 216 animais, com uma produção diária média de leite variando entre 4000 e 4600litros, e uma média de produção de 20 litros por animal. Figura 9: Bezerras em piquete recebendo aleitamento via alimentador móvel coletivo. 25 4.4.2. Procedimentos de Ordenha (Antes, Durante e Depois) Antes: Inicialmente, realizava-se a limpeza e desinfecção das tetas com iodo, mantendo-o por 30 segundos até a secagem, com o objetivo de eliminar micro- organismos. Durante: A fixação da máquina nas tetas ocorria durante a ordenha, seguida pelo monitoramento de seu funcionamento por meio de um manômetro. Depois: Após a ordenha, retirava-se a máquina e procedia-se à lavagem e desinfecção das tetas, prevenindo a penetração de micro-organismos. As ordenhas são realizadas duas vezes por dia, sendo a primeira iniciada às 04:00 e a segunda as 15:00 e conta com 5 pessoas escaladas para realizar essa função, sendo uma delas o chefe de ordenha. A sala de ordenha possuía fosso e o formato de espinha de peixe. O espaço permitia ordenhar vinte vacas ao mesmo tempo, porém e todo os conjuntos estavam instalados. Dentro da linha as primeiras quatro pessoas são responsáveis por todos os vinte animais e o processo de higienização das máquinas ficam a cargo do chefe da ordenha, que também possui a função de fiscalizar o processo como um todo, observar os animais com o adesivo de cio colorido e/ou que necessitem ser separados para inseminação, ou alguns que precisem ir a manga de tratamento. A ordem na ordenha não era muito seguida, somente eram ordenadas as vacas em fase de colostro e descarte pelo uso de fármacos e mastite. O leite de vacas na fase de transição de colostro para leite, vacas em tratamento e mastite, era descartado junto com os efluentes para uma esterqueira. Os procedimentos na ordenha se iniciava com a contenção das vacas, posteriormente era feito o teste da caneca de fundo preto para detectar possíveis casos de mastites clínicas. Os tetos em seguida eram higienizados com solução pré dipping, com cloro a 1%. Em épocas de muita chuva e barro (matope) os tetos eram lavados por inteiro com água corrente. Quando pronta a limpeza, os tetos eram secados com papel toalha e as teteiras colocadas nas vacas. Terminada a ordenha, as teteiras recolhidas, era feito o pós-dipping, com Iodopovidona na concentração de 2,5%, e as vacas eram soltas para antessala de alimentação. O leite ordenhado era enviado por sistema de dutos até um resfriador de expansão com 26 capacidade de três mil litros, com temperatura a 4 °C. O leite de cada ordenha era armazenado e a cada dia na base de um tractor fazia-se o recolhimento do mesmo ate a Dan Moz. 4.4.3. Higienização do Sistema A limpeza do sistema ocorre ao fim de cada ordenha, com diferença entre o protocolo realizado de manhã e à tarde: no período da manhã a higienização ocorre com água fria, seguida de detergente desincrustante alcalino clorado e água quente, na proporção 700 ml de detergente para 200 litros de água; após, ocorre o enxágue e a limpeza com o uso do detergente desincrustante ácido em água fria na proporção de 300 ml para 200 litros e ao final o sistema é enxaguado com água fria novamente e tem seus filtros substituídos por novos. No período da tarde acontece uma limpeza mais curta, iniciando pelo enxágue somente com água fria, seguido do detergente ácido em água fria na proporção de 300 ml para 200 litros e terminando com o enxágue com água fria e troca dos filtros, porém sem utilizar do detergente alcalino. 4.3. Maneio sanitário Para o maneio sanitário era um dos factores preponderante no sucesso do desempenho dos animais na empresa Clifton Meadows, Lda, visto que, apresentava uma relação directa na produção de leite e no crescimento dos animas garantindo a saúde e o bem- estar animal. No maneio sanitário eram feitas as seguintes actividades: A vacinação contra diarreia, usa intermitrim; Limpeza dos bebedouros e comedouros, com auxílio de escova de água e detergentes; Tratamento de febre, onde consistiu na medição das temperaturas dos animais e de seguida na aplicação de Oxytetracicline usando a ciringa; 27 Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda. (2024). 4.3.4. Utilização de fármacos na clifton Meadows Na empresa como em qualquer outra unidade de produção explorará o uso de vários antibióticos; anti-inflamatórios; desparasitastes, ect como: Oxtetraciclina, Albendazol, Rimadyl, Relexine, Oxicare Injetável, Procaben, Intermectin, Intertrin, Iodo, entre outros, em diferentes categorias de gado leiteiro. Cada fármaco desempenha um papel distinto na promoção da saúde e no gerenciamento de condições específicas. 4.3.5. Oxtetraciclina A Oxtetraciclina, um antibiótico de amplo espectro, demonstrou ser crucial no tratamento de infecções bacterianas em vacas lactantes. Sua aplicação tem se revelado eficaz no controle de mastites, garantindo a qualidade do leite produzido. Além disso, a Oxtetraciclina tem sido empregada em vacas gestantes para prevenir e tratar infecções uterinas, contribuindo para uma gestação saudável. 4.3.6. Administração de Oxitetraciclina Quanto a administração de Oxitetraciclina era determinada por diversos fatores, incluindo o peso do animal, a gravidade da infecção, as prescrições do bulet e as diretrizes do profissional a realizar a actividade no dia ou do tutor. Geralmente, a dosagem é calculada em miligramas por quilo de peso corporal. Para tratamento de infecções bacterianas em A B Figura 10. (A) Observa-se o Cálcio Caseiro sendo colocado na ciringa pelo tutor; e na Fig (B) Observa-se uma vaca pois parto caída com problema no membro anterior esquerdo sendo aplicado o cálcio Caseiro. 28 gado leiteiro, uma dose comum pode variar de 5 a 15 mg/kg, administrada por via intramuscular ou subcutânea. A frequência de administração depende da gravidade da infecção, mas pode ser aplicada uma vez ao dia ou dividida em doses mais frequentes, conforme orientação do tutor. 4.3.7. Penetrept O Penetrept, uma combinação de penicilina e diidroestreptomicina, destacou-se como uma opção terapêutica eficaz no tratamento de infecções bacterianas em gado leiteiro. “A presença da penicilina confere uma ação bactericida, enquanto a diidroestreptomicina amplia o espectro antimicrobiano, tornando o Penetrept particularmente eficiente contra bactérias Gram-negativas”.Sua aplicação era comumente observada no tratamento de mastites, ferimentos e outras infecções urogenitais, contribuindo para a manutenção da qualidade do leite. 4.3.8. Dosagem de Penetrept A dosagem de Penetrept, uma combinação de penicilina e diidroestreptomicina, é determinada com base no peso corporal e na gravidade da infecção. Uma dose típica pode variar de 1 a 5 ml para cada 45 kg de peso corporal, administrada por via intramuscular. A frequência de administração pode ser diária ou conforme indicado pelo veterinário, levando em consideração a sensibilidade bacteriana e a resposta ao tratamento. Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda. (2024). Figura 11.Fig. (A) Oxtetraciclina; Fig (B) Penetrept. 29 4.3.9. Albendazol - Desparasitante Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda. (2024). O Albendazol, um desparasitante interno, que foi fundamental na prevenção e controle de parasitas gastrointestinais em diferentes categorias de gado leiteiro. Sua administração rotineira em novilhas e vacas secas contribuiu para a saúde digestiva, optimizando a absorção de nutrientes e, por conseguinte, a qualidade do leite produzido. 4.4.4. Rimadyl e Relexine Os anti-inflamatórios Rimadyl e Relexine foi uma peças-chave no maneio de condições inflamatórias em vacas lactantes e novilhas. Seu uso visa não apenas aliviar a dor associada a inflamações, como mastites, mas também preservar o bem-estar do gado, minimizando o impacto negativo na produção leiteira. 4.4.5. Oxicare Injetável e Procaben O Oxicare Injetável, com sua formulação à base de oxicloreto de cobre, e o Procaben, um suplemento mineral, desempenhou um papel vital na promoção da saúde reprodutiva. A administração estratégica desses fármacos mostrou um impacto positivo na condição corporal das vacas secas, preparando-as para uma nova lactação e contribuindo para a eficiência reprodutiva do rebanho. A B C Figura 12.Fig. (A) e (B) Observa-se os dois diferentes tipos de desparasitantes de endoparasitas; e na Fig (C) Observa-se outro para Ectoparasitas. 30 4.4.6. Intermectin e Intertrin Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda. (2024). Os vermífugos Intermectin e Intertrin foram essenciais no controle de parasitas externos e internos. A aplicação criteriosa desses desparasitastes contribuiu para a saúde global do gado, evitando perdas de produção associadas a infestações parasitárias. Fonte: Clifton Meadws Lda, 2024. 4.5. Limpeza dos piquetes A limpeza dos piquetes eram feita duas vezes por semana, no período das 9hrs (manhã) após a saída dos gados nos currais e 15hs (tarde), apos a saída do mesmo. A A B B Figura 13 Fig. (C) Fig (A) Rimadyl. (B) Oxtetraciclina;. Figura 14.. Fig (A) Intertrim LA. (B) Intermectina; 31 4.5.1. Tratamento de doenças Para o tratamento de feridas dos animais, a empresa usava o Tickgrease para o tratamento de feridas que as caraças. E quanto a dosagem usa-se a Oxytetraciclina. Fez-se o tratamento de conjuntivo com base em pó de Eye Powder, aplicado directamente nos olhos dos animais. 4.5.2. Mastite A mastite é uma doença que mais acomete o gado leiteiro é a inflamação da glândula mamaria provocada por alguns micro-organismos que levando assim a uma fraca produção do leite e ate a morte do animal (Lana, 2005). O leite com mastite na empresa era descartado, pois o leite já não possuía uma boa sua qualidade para o consumo humano, para se detectar a mastite, fazia-se o teste do copo do fundo preto para a mastites clinica e o CMT (California Mastit Test), que consistia em testar o leite com mastite subclínica, onde usa-se um raquete de quatro compartimentos, onde se depositava o leite de cada teta a cada compartimento do raquete e se adicionava uma substancia chamada Mastest da mesma quantidade de leite depositada no compartimentos do raquete, em seguida fez se a homogeneização, e o leite da vaca com mastite apresentava se com uma aparência viscosa, onde o leite positivo a mastite eram descartadas, foi também usado um aparelho eletrónico que continha um espaço onde o leite era despejado para extrair os resultados, em caso do aparelho detectar um valor 250 ou abaixo o leite esta contaminado com mastite e em caso se estar acima de 250 ou mais o leite esta isento da contaminação com mastite. Os animas doentes com mastite eram mugidos/ordenhado todo o leite e na sequencia aplicados o Curaclox LC antibiótico usado para curar a mastite e a sua via de aplicação é intramamaria durante três dias. 32 Fonte: Empresa Clifton Meadows Lda (2024) E em casos mas grave da doença de mastite eram aplicados a Penicilina e sua aplicação é intramuscular onde 1ml de Penicilina esta para 10kg peso do animal, mas a recomendação do antibiótico é não se aplicar mais que 20ml. 4.6. Babesiose Na unidade de produção da Clifton Meadows houveram casos da babesiose, está que é um problema mais acentuado em regiões marginais ou de instabilidade enzoótica, onde as condições climáticas são desfavoráveis à manutenção de populações de carracas por longos períodos. A babesiose bovina é uma hemoparasitose causada pelos protozoários Babesia bovis e Babesia bigemina, as quais apresentam como vetor biológico as carracas Boophilus microplus (Juliano et al., 2007). 4.6.1. Banhos carracicidas Os banhos na empresa eram feitos por aspersão com recurso com um atomizador que te uma graduação de 0 á 40 L, o fármaco. O banho dos animais baseava se em seguintes categorias: animais adultos, novilhos e vitelos de 1 á 6 meses de idade. Esta actividade era feito na manga de tratamento no interior. Salientar que os banhos erma feitos por optimização, onde os animais eram banhados obedecendo uma sequência primeiras eram as vacas secas, vacas em lactação, touros, novilhos\as e por fim eram banhados os vitelos recém nascidos e usava se dedline numa porção de 1% em 1l de água. A B Figura 15. Fig (A) Diagnostico da mastite Utlizando o California Mastite Test e na Fig. (B) Tratamento da Mastite. 33 4.6.2. Desparasitação As desparasitações na empresa eram feitas com as seguintes drogas: invermetina e albendazol com diferentes vias de aplicação (intramuscular e oral), na sua maioria as desparasitações eram feitas feitas em vitelos e novilhos em alguns casos faziam desparasitações em vacas e touros em alguns vitelos usavam se os seguintes desparasitastes com as respectivas proporções: invermetim na proporção de 200kg para 10ml e ecomectin 1% na proporção de 1ml para 40kg. Nos animais adultos (touros e vacas) eram usados o albendazol, a sua aplicação é feito através da via oral. 4.7. Colocação de bricos para a identificação dos animais O processo de identificação dos animais em Moçambique conforme o Regulamento de Registo e marcação de gado aprovado pelo Conselho de Ministros no Boletim 13/2005 de 10 de Junho publicado no Boletim da República, deve ser feita de imediata após o nascimento para permitir o registo eficiente e adequado. Na Empresa Clifton Meadows Lda, a identificação dos animais é feita através do método de colocação de brincos na orelha. 4.7.1. Desmame A prática de desmame era feita separando o vitelo maior de 2 meses dos recém-nascidos. E seguidamente eram transportados para um novo lote de vitelos desmamados que consumiam volumoso e concentrado. De modo geral, o desmame era feito na medida que os vitelos estivessem 3 meses de idade; logo eram separados dos vitelos recém-nascidos e eram dirigidos num piquetes vitelos com 3 a 12 meses. A B Figura 16. Fig (A) e ( B) marcacao do numero e Colocação de Brincos para identificação dos Animais 34 4.7.2. Amamentação A amamentação dos vitelos, era também uma actividade de rotina. Amamentava-se vitelos das vacas em lactação. Em alguns casos amamentava-se vitelos de corte recém- nascido com dificuldades de mamardirectamente nas tetas da mãe, devido ao seu tamanho maior ou em caso de fraqueza e falta de hábito do vitelo. A amamentação era feita usando uma garrafa em forma de chucha embutida na boca e a outra maneira de amamentar era despejar o leite nos galões de 4 a 5 L, seguida era colocado no interior do piquete. 4.7.3. Descorna A decorna dos animais era em todos sectores de gado. Esta técnica era feita nos vitelos com 3 meses depois de nascimento. Esta técnica fazia-se usando ferro quente, aquecido com uma botija a gás e de seguida prendia se o animal, por fim esfregava-se o ferro quente nos chifres (cornos). 4.7.4. Pesagem Faz-se a pesagem de animais com recurso uma fita métrica, está técnica era feita num grupo de três vacas. Os procedimentos para o sucesso desta técnica, começava com a orientação dos animais na sala de ordenha e de seguida fazia-se atravessar a fita métrica na zona do peito, e depois a leitura dos quilos (kg). A B Figura 17. Fig (A) Monitoria do processo de aleitamento Fig. (B) aleitamento dos vitelos. 35 5. ANÁLISE DO TRABALHO REALIZADO Como mostram os resultados do relatório, obtidos durante os 3 meses do estágio a empresa Clifton Meadows, visto que, primeiro procurou-se acompanhar toda a cadeia de produção de leite e de todos os maneios produtivos de modo a entender como cada sector de produção tem influência para outro e qual era o seu funcionamento os objectivos traçados foram devidamente cumpridos, e os resultados foram satisfatórios. A forma de tratamento do produto encontra-se devidamente organizado e seguem as normas recomendadas. A empresa possui uma mão-de-obra insuficiente consoante as actividades realizadas, o que leva a um desgaste físico dos seus trabalhadores, visto que, o mesmo pessoal envolvido na área de produção e higiene, são os que se intercalam para outras tarefas, como o carregamento de produtos, carte capim, recuperação dos produtos danificados, o que necessitam de muito esforço. 36 6. CONCLUSAO O estágio na Clifton Meadws não apenas consolidou o conhecimento prático do estagiário em reproducao, maneio sanitario, entre outros, mas também proporcionou uma compreensão aprofundada das necessidades específicas dessas áreas. Com base nas actividades desenvolvidas durante o estágio profissional na Empresa Clifton Meadows Lda., concluiu-se que é de extrema importância o conhecimento das diferentes etapas ou fases de lactação das vacas leiteiras, para que possam conhecidas as formulações das rações, de tal modo que, possa-se atender as exigências nutricionais, afim de maximização da produção dos animais. Além de aprender um pouco sobre a dinâmica de uma propriedade considerada de referência na região, teve-se a oportunidade de trabalhar junto de pessoas com distintas personalidades, e assim aprimorar as relações interpessoais. Com o estágio, foi possível entender como funciona o sistema de produção na propriedade além de conhecer a importância de um maneio adequado e bem conduzido dentro de uma propriedade de gado de leite. O estágio na área sanitária foi instrumental para o aprimoramento das habilidades no maneio de medicamentos em saúde animal. A imersão prática nas nuances da farmacologia veterinária não apenas fortaleceu a compreensão técnica, mas também promoveu uma abordagem ética e responsável no uso desses recursos. Deu para sair desta experiência enriquecido e preparado para contribuir positivamente no cuidado integral aos animais. 37 7. RECOMENDAÇÕES Recomenda-se a Empresa a Criar um departamento experimental pois possuem muitas limitações na nutrição dos animais. Recomenda-se que à empresa deve adicionar mais trabalhadores qualificados na área para a melhoria do seu produto, para evitar maior risco do produto final e para facilitar na divisão das actividades diárias; Recomenda-se que a empresa de os trabalhadores equipamentos de protecção individual (EPI), e colectivo (EPC) visto que os trabalhadores não se encontram devidamente apresentados para a execução das actividades laborais; Recomenda-se que a empresa construa alpendres em alguns lugares do piquete para que os animais tenham um lugar para se refugiar no tempo de chuvas e de muito sol; Respeitar e motivar os trabalhadores e cumprirem com os seus deveres e direitos porque se os trabalhadores quando se sentem respeitados, possam desempenhar suas actividades com muita dedicação e assertividade para alcançar os bons resultados para a empresa. 38 8. REFERÊNCIAS i. DAMASCENO, J. C., dos Santos, G. T., Côrtes, C., & Rego, F. C. (s/a). Aspectos da alimentação da vaca leiteira . p. 21. ii. FAGAN, E. P. (2010). Fatores ambientais e de manejo sobre a composição química do leite em granjas leiteiras do Estado do Paraná. Animal Sciences, 32, pp. 309-316. iii. Gonçalves, L. C., Borges, I., & Ferreira, P. D. (2009). Alimentação de Gado de Leite. Belo Horizonte:. (E. FEPMVZ, Ed.) p. 418. iv. IIAM. (2017). Manual de producao leiteira. Agromaco, p. 87. v. NATIONAL, R. C. (1988). Nutrient requirements of dairy cattle. Washington: National Academy Press, p. 157. vi. SALMAN, A. K., Osmari, E. K., & dos Santos, M. G. (Outubro de 2011). Manual prático para formulação de ração para vacas leiteiras. p. 28. vii. SILVA, H. G. (2005). Farelo de cacau (Theobromacacao L.) e torta de dendê (Elaeisguineensis, Jacq) na alimentação de cabras em lactação: consumo e produção de leite. Revista Brasileira de Zootecnia, 34, pp. 1786-1794. viii. PIRES, A. V. Bovinocultura de Corte - Volume I. São Paulo: Piracicaba, 2010. ix. NETO, T.M. Puberdade e maturidade sexual em touros jovens da raça Simental, criados sob regime extensivo em clima tropical. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 40, n. 9, p. 1917- 1924, 2011. x. GONÇALVES, P. B. D; et al. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. 2º.ed. São Paulo: Roca, 2008. xi. SANTOS, R. M.; VASCONCELOS, J. L. M. Escore de condição corporal em vacas de leite. 2007. Disponível em: . Acesso em: 29 maio 2019. xii. CAMPOS, J. M. S.; ASSIS, A. J. Alimentação de novilhas leiteiras. In: III Simpósio Mineiro de Nutrição de Gado de Leite, 3., Belo Horizonte, 2005. Anais... Belo Horizonte, 2005. p.155-176. xiii. Wilde, D., 2006. Influence of macro and micro minerals in the periparturient period on fertility in dairy cattle. Anim. Reprod. Sci. 96: 240– 249. xiv. HAYIRLI, A., Grummer, R.R., Nordheim, E., Crump, P., Beede, D.K., VandeHaar, M.J., Kilmer, L.H., 1998. A mathematical model for describing dry matter intake of transition dairy cows. J. Dairy Sci. 81 (Suppl. 1): 269. 39 APENDICE Anexo 1. Preparo para desparasitação. Figura 20. Fertilização com adubo orgânico. Figura 19. Desparasitação de ecto parasitas. Figura 18. Descornea. 40 Figura 21. Teste de Mastite 41
Compartilhar