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AÇÃO POPULAR PEÇA 1 OK (1)

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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA X CÍVEL DA COMARCA DO MUNICIPIO X 
HERBETH, nacionalidade, estado civil, vereador, residente e domiciliado na rua... bairro...cidade...estado..., portador da carteira de identidade nº, CPF nº, título de eleitor nº da Zona Eleitoral..., por seu advogado (procuração em anexo), com endereço profissional à Rua..., bairro..., cidade..., estado...,onde receberá as intimações para fins da Lei  4.717/65 vem, respeitosamente, à presença de V. Excelência, com fundamento nos artigos 5º, inciso LXXIII, da CRFB e 1º, propor 
 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
Em face de SILVA, residente e domiciliado na Rua..., bairro..., cidade..., estado..., Presidente da Empresa Pública, pessoa jurídica de direito privado “Água Pura”, na pessoa do seu representante legal “PEDRO”, residente e domiciliado na Rua..., bairro..., estado..., PEDRO JUNIOR, residente e domiciliado na Rua..., bairro..., estado..., Água pura, com endereço na Rua..., bairro..., cidade..., estado..., MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público, na pessoa do seu representante legal...,
Com endereço na Rua..., bairro..., cidade..., estado..., e BEM BONITO, residente e domiciliado na Rua..., bairro..., estado. Pelos motivos fáticos e jurídicos que passará a expor.
DOS FATOS
A Empresa Pública Água Pura, 4ª ré citada, criada para a produção dos materiais e a prestação dos serviços apropriados no Município X,5º réu citado é, atualmente, administrada por Pedro, 2º réu, que tem um grande laço de amizade com Silva, 1º réu, prefeito do município X. 
Grande parte da arrecadação do Município X decorre do imposto sobre serviços (ISS) recolhido pela empresa Água Pura. Assim, valendo-se desse fato e de sua grande amizade com o prefeito Silva, Pedro, pediu-lhe que, independentemente de aprovação em concurso público, nomeasse seu filho, Pedro Júnior, 3º réu citado, para o cargo efetivo de analista administrativo da prefeitura municipal. O pedido foi atendido e Pedro Júnior tomou posse, só comparecendo à prefeitura ao final de cada mês para assinar o devido ponto. 
Em retribuição ao gesto de amizade, Pedro determinou ao departamento de divulgação da empresa Água Pura, que promovesse uma homenagem ao prefeito Silva, em veículo de comunicação parabenizando-o por seu aniversário. 
A empresa Água Pura contratou a produtora de mídia Bem Bonito para fazer a propaganda de um minuto em horário nobre na emissora de maior visibilidade local para a veiculação da propaganda. 
No dia do aniversário do prefeito, a propaganda foi veiculada, mencionando as realizações da prefeitura municipal na gestão de Silva, tendo sido divulgada, ao final, a seguinte mensagem: "A Água Pura parabeniza o prefeito Silva pelo seu aniversário". 
Tendo tomado conhecimento dos atos, o autor, vereador e líder comunitário, não teve outra alternativa a não ser propor a presente ação para que sejam tomadas providências no sentido se declarar a nulidade do ato de nomeação de Pedro Júnior, com o seu imediato afastamento do cargo, e do processo administrativo que culminou na contratação da propaganda, com a respectiva reparação do patrimônio público lesado. 
DA LIMINAR
Claramente demonstrada a ilegalidade de tais atos administrativos e do “periculum in mora", que consiste em evitar uma maior oneração aos cofres públicos e ofensa ao interesse público, caso estas medidas ilegais não venham a cessar, a concessão da liminar é necessária para suspender a nomeação do servidor Pedro Júnior e destituí-lo do cargo por hora ocupado.
  DA LEGITIMIDADE ATIVA
Cumpre salientar a comprovação da legitimidade ativa do autor da presente ação, com base no título de eleitor (doc. 1) e certidão atestando sua cidadania (doc. 2), estando, portanto, satisfeitas as regras exigidas pelo art. 5º, LXXIII, da CF/88 o art. 1º, § 3º, da Lei n. 4.717/65.
DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Os réus são efetivamente os responsáveis pela produção do ato ilegal, lesivo ao patrimônio público conforme Art. 6º da Lei 4.717/65  na qual estabelece que a ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
a) Nomeação do servidor público
 No tocante a nomeação do servidor público Pedro Júnior filho do presidente da empresa pública “Água Pura”, foi nomeado, sem concurso público, para o cargo efetivo de analista administrativo da prefeitura municipal. Conforme o relato, Pedro Júnior, ingressou na carreira de servidor público de forma controversa com que versa na Lei. De acordo art. 37, I da Constituição federal, “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos”.
Os princípios que regem a Administração Pública, são violados com essa nomeação. cito: o Princípio da moralidade, por contrariar a ética e a moral administrativa; do concurso público, quando desconsidera o critério meritocrático de ingresso no serviço público; e da eficiência, disposto no art. 37, “caput”, e inciso II, da CF/88; Princípio da legalidade, onde o administrador, quando nomeou o Pedro Júnior, descumpriu preceitos legais; Princípio da impessoalidade, onde fica claro os privilégios inadmissíveis ao filho da autoridade coatora, pois trata-se de troca de favores entre prefeito e o presidente da empresa “Agua Pura”. 
o ato contém vício de validade, portanto merece o ser anulado, bem como o nomeado Pedro Júnior deve ser afastado do cargo, pois sua manutenção nele, fere os cofres públicos e a violação dos preceitos constitucionais.
 Está presente o desvio de finalidade do art. 2º, alínea, da Lei da 4.717/65, no qual conceitua muito bem CRETELLA JÚNIOR (1978, p. 185) sobre o desvio de finalidade: “Desvio de poder é, pois, o desvio do poder discricionário. É o afastamento da finalidade do ato.” Descreve perfeitamente o caso do prefeito Silva.
b) Processo administrativo de contratação de propaganda
No que se refere ao ato do processo administrativo de contratação de propaganda também contém vicio de nulidade, pois a propaganda veiculada, destituída de qualquer informação de interesse público, serviu, somente, à promoção pessoal do prefeito, e não ao órgão de Chefia do Poder Executivo Municipal, a conclusão de diversas obras, restando violado o art. 37, § 1º, da CF/88. também foi ignorado o princípio da impessoalidade, devendo ser ressarcidos aos cofres públicos os valores indevidamente empregados.
Ao praticar estes atos, o administrador da cidade X, comente sério desvio de finalidade, pois não foram realizados para do interesse público, mas apenas particular, a fim de se promover.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A concessão da liminar para suspender o ato de nomeação do servidor Pedro Júnior junto à Prefeitura Municipal, bem como afastá-lo do cargo;
b) Seja determinada a citação dos impetrados para contestar, sob pena de revelia (art. 7º, I, “a”, da Lei n. 4.717/65);
c) Seja determinada a intimação do membro do Ministério Público do Estado de X (arts. 6º, § 4º, e 7º, I, “a”, da Lei n. 4.717/65);
d) Seja determinada a juntada das seguintes documentações: cópia do ato de nomeação do servidor público Pedro Júnior e do processo administrativo de contratação de propaganda;
e) Ao final, seja julgado procedente o pedido, confirmando a liminar e determinando a nulidade dos atos administrativos;
f) Sejam condenados os impetrados ao pagamento das custas e honorários advocatícios (art. 12 da Lei n. 4.717/65), bem como ao ressarcimento das perdas e danos (art. 11 da Lei n. 4.717/65);
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000.000,00 (Dez milhões de reais)
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
__________________
(Assinatura do Advogado)
Ivone Miranda Melo 75042

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