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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) DESEMBARGADOR (a) DE DIREITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO____ SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE BALUARTE, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n._____, com sede na Rua_____, quadra __, bairro __, CEP ____, na cidade de Baluarte/UF, endereço eletrônico ____, vem por meio de seu (sua) procurador(a) que abaixo subscreve (em anexo), com escritório profissional à Avenida ___, nº __, Bairro ___, na cidade de ____, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 12, inciso LXXI e artigo X , inciso 37 da Constituição Federal, impetrar o presente MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO Em face do ato omissivo do CHEFE DO PODER EXECUTIVO do Município de Baluarte - UF, agente público, com endereço na avenida __, número __, Bairro __, cidade de Baluarte e do PRESIDENTE DA MESA DIRETORA DA CÂMARA DOS VEREADORES DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DA ALDEIA, orgão municipal, com endereço na Rua ____, no __, Bairro ____, cidade de Baluarte, pelos fatos e fundamentos que adiante passa a expor. 1. DOS FATOS Os servidores municipais estão sem correção ou reajuste salarial há mais 10 anos. Então, considerando as grandes perdas salariais, entre o mês de janeiro e o mês de julho do ano de 2020, os servidores públicos do Município Baluarte realizaram uma greve com o propósito de garantir as reposições salariais acumuladas nos últimos 10 (dez) anos. A prefeitura foi procurada diversas vezes pela categoria para negociação, porém recusou-se deliberadamente e sem motivação a qualquer tipo de conversa ou negociação. Se isso não bastasse, ainda cortou todos os pontos dos dias de greve e abriu procedimentos administrativos contra os grevistas. Tais atos ameaçam os servidores e ainda ocasionou a perda do único meio de sustento destes servidores: o salário. À vista do exposto, a categoria dos servidores, representada pelo Sindicato, observando a ausência da legislação municipal em relação ao reajuste salarial dos servidores públicos municipais, vem, por meio da presente demanda, buscar a tutela judicial para garantir o direito constitucional da irredutibilidade salarial que foi nitidamente violado no caso ora narrado. 2. DO DIREITO 2.1 DO CABIMENTO O mandado de injunção será cabível sempre que a ausência de norma regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais, conforme o texto constitucional em seu Art. 5º, inciso LXXI. LXXI conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Ademais, o Art. 2º da Lei nº 13.300/16, aduz sobre o tema das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. No caso em apreço, observa-se a necessidade de aplicação dos dispositivos supracitados, pois a ausência de regulamentação legal acerca do direito ao reajuste e correção salarial, ocasionou a perda de direitos e prerrogativas para os servidores públicos do município de Baluarte que, evidentemente, buscam reivindicar direitos inerentes à cidadania, mais especificamente à atividade laborativa. O sindicato de servidores públicos do Município de Baluarte, na decisão pela da greve, buscou o mínimo reconhecimento aos servidores, através de um reajuste salarial, considerando que o salário destes servidores não é reajustado há mais de 10 (dez) anos. Encontram-se presentes no caso em cerne, os três requisitos classificados pela atual doutrina, para que o referido remédio constitucional, mandado de injunção seja acionado. O primeiro requisito é a norma constitucional desprovida de regulamentação, capaz de conferir aplicabilidade imediata, que consagra direitos, liberdades, prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; O segundo requisito é a existência de um dever dos poderes públicos para editar as normas infraconstitucionais capazes de regulamentar a norma constitucional e, com isso, efetivar os direitos, liberdades e prerrogativas que nela estejam contidos; O terceiro requisito é a efetiva omissão, total ou parcial, do Poder Público em editar as normas infraconstitucionais regulamentadoras. Conforme se observa no caso, o vácuo legislativo sobre como se dará os reajustes salariais dos servidores motiva a presente impetração do writ, a fim de tornar viável o exercício de direitos, bem como, o tratamento isonômico, que é basilar para o estado democrático de direito, conforme será exposto com fulcro na legislação constitucional e na Lei nº 13.300/16 (Lei do mandado de Injunção). 2.2 DA LEGITIMIDADE ATIVA O art. 3º da Lei 13.300/2016 informa quem é parte legítima para figurar no polo ativo da demanda, senão, veja-se: Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. Qualquer pessoa é parte legítima para figurar no polo ativo da demanda, mesmo a pessoa jurídica, como no caso dos Sindicatos, é parte legítima para protocolar a ação, inclusive com dispensa de autorização dos filiados. Percebe-se, sem grandes esforços, que o Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Baluarte pode e deve atuar como substituto processual para representar os interesses da categoria de servidores do referido município. Os servidores estão sem aumento nos seus salários há 10 (dez) anos e, agora, precisam socorrer-se junto ao Poder Judiciário para que possam ter o seu direito de ter direitos. In casu, o Mandado de Injunção deve ser na forma coletiva, atuando o Sindicato da categoria como substituto processual, conforme dispõe o art. 12, Inciso III da Lei 13.300/2016, verbis: Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; Desta forma, o sindicato está autorizado a impetrar Mandado de Injunção em nome próprio, mas em defesa do direito alheio, no caso os direitos dos servidores do município de Baluarte. 2.3 DA LEGITIMIDADE PASSIVA No mandado de Injunção, a legitimidade passiva é do órgão ou autoridade competente para editar a norma faltante. No caso em tela, a norma inviabilizada por falta de legislação está expressa no inciso X, art 37 da CF, in verbis: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (...) ”. Assim, a omissão legislativa deriva da competência privativa do Chefe do Poder Executivo Municipal, que, por uma questão de simetria, é parte legítima para figurar como impetrado, nos moldes do que dispõe o art. 61, §1º, II, alínea a da CF, restando preenchida a referida legitimidade, senão, veja-se: Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição . § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: II - disponham sobre: a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; O TRT de Rondônia dispõe o presente entendimento sobre o assunto: MANDADO DE INJUNÇÃO. COMPETÊNCIA. A competência para análise e julgamento do mandado de injunção se fixa de acordo com a autoridade incumbida da elaboração da norma regulamentadora, como se vê dos artigos 102 e 105 da Constituição da República. A norma expressa ainda que cabe à Justiça do Trabalho o julgamento de mandado de injunção, todavia, tal hipótese ocorrerá quando, além de se tratar de omissão legislativa que esteja violando direito, garantia ou liberdade constitucional vinculada à matéria de competência desta Especializada, a edição da norma seja atribuição de entidade, órgão ou autoridade federal. No entanto, na hipótese em questão o impetrante sustenta a omissão legislativa quanto a direito garantido nos incisos X e XV do § 5.º do artigo 31 da Lei Orgânica do Município de Vitória (revisão geral da remuneração e reajuste periódico) cuja competência para iniciativa do projeto de lei é do Chefe do Poder Executivo Municipal. Com efeito, diante do quadro fático delineado dos autos, como a suposta omissão é do Chefe do Poder Executivo Municipal para edição de normativa municipal a incidir no âmbito da Administração Pública Municipal, não há falar em competência da Justiça do Trabalho para o julgamento da quaestio. (TRT 17ª R., RO 0001330- 59.2016.5.17.0006, 3ª Turma, DEJT 18/09/2017). (TRT-17 - RO: 00013305920165170006, Relator: DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO, Data de Julgamento: 04/09/2017, Data de Publicação: 18/09/2017) grifo nosso. O chefe do executivo tem o dever de deflagrar (dar início) ao processo legislativo, porém, além do chefe do executivo, impetra-se o presente mandado de injunção também em face da Câmara dos Vereadores do Município de Balunarte, uma vez que é este o órgão que irá atuar na edição do ato em questão. 2.4 COMPETÊNCIA A competência está prevista na Constituição Federal, art 125, § 1º, in verbis: Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. Logo, considerando a norma Constitucional acima, e que a Constituição do Estado UF prevê a competência do Tribunal de Justiça para julgamento de mandado de injunção contra atos omissivos de autoridades estaduais e municipais, temos, perante a relevância dos fatos expostos e a omissão de uma norma regulamentadora por parte do Município de Baluarte, o Tribunal de Justiça do Estado.../UF como o único competente para apreciar e julgar o referido Remédio Constitucional. 2.5 DO MÉRITO Um salário condizente às necessidades humanas é um direito que assiste a todos de acordo com a Constituição Federal. No caso em apreço, os servidores públicos do município Baluarte estão há mais de 10 anos sem correção salarial o que afronta o inciso VI da CF, in verbis: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; O direito à irredutibilidade salarial condiz com a proibição ao retrocesso, princípio basilar das normas constitucionais de segunda dimensão. Nesse raciocínio, ao permanecerem mais de 10 anos sem reajuste salarial significa que o salário está sendo, sim, reduzido, pois se nesse ínterim já temos no nosso país uma inflaçao acumlada de XX (XX por cento), então, sem considerar outros aspectos, a grosso modo, pode-se afirmar que os salários da categoria foram reduzidos em XX por cento, não sendo justo, tampouco digna a situação desses profissionais que são peça fundamental para o funcionamento da máquina pública. Assim, de forma organizada e legal a categoria optou por exercer o direito de greve, norma constitucional, para garantia da sua dignidade profissional. Para sanar tamanha injustiça, o impetrante visa o reajuste salarial dos servidores municipais, que, ressalta-se, indiscutivelmente tiveram seus direitos básicos violados, fazendo-se necessário que o prefeito, obedecendo o disposto no art. 37, inciso X, crie lei específica que assegure a revisão anual dos funcionários. Art. 37º, inciso X- a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (redação dada pela emenda constitucional nº 19, de 1998) (regulamento) Ademais, é evidente que a ausência de edição de norma legal está tornando inviável o exercício do direito constitucional da revisão, previsto no inciso X, do Art. 37, da CRFB/88. Neste sentido, a jurisprudência vem se posicionando no seguinte entendimento: reexame necessário. mandado de injunção. hipótese de omissão legislativa da prefeitura de são joão da barra. revisão anual da remuneração dos servidores. sentença que julgou parcialmente procedente o pedido, para conceder a injunção. revisão assegurada pela constituição federal, conforme art. 37, inciso x. município não recorreu e já comunicou a edição do projeto de lei. sentença mantida. (tj-rj - remessa necessaria: 00003710420178190053, relator: des(a). marcos andre chut, data de julgamento: 12/12/2018, vigésima terceira câmara cível). Neste contexto, é constatado a violação ao princípio constitucional da legalidade, disposto no art. 37, caput, da CRFB/88, que versa sobre a obrigatoriedade da administração pública praticar somente atos previstos em lei, especialmente se tratando de previsão constitucional. Assim, é indiscutível que a omissão praticada pelo prefeito é inconstitucional. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (redação dada pela emenda constitucional nº 19, de 1998) Desta forma, não há o que discutir sobre os direitos que já são garantidos aos trabalhadores e não poderão sentir-se prejudicados pela má-fé do prestador de serviços públicos que deve sempre ser executado com eficiência e qualidade. Outrossim, é notório a violação do princípio da eficiência, previsto no texto constitucional supramencionado, uma vez que se entende como a prestação de uma boa admiração pública, que zela pelo interesse de todos conforme estabelecido em lei, contrário aos atos praticados pelo então prefeito, que durante 10 (anos) anos não reajustou o salário dos servidores, sendo omisso quanto a criação de norma específica que garanta esse direito previsto na lei, além de ter tido aberto procedimento administrativo pelas conduta grevista dos servidores públicos e cortado os dias não trabalhados pelos servidores na greve, de forma arbitrária sem qualquer justificativa legal prevista, indo contra a boa moral e deixando os servidores lesados. Neste tocante, sábio é o conceito posto por Alexandre Moraes: "Assim, princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, rimando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidadesocial”. Assim, o artigo 39 da Carta Magna Brasileira aborda sobre a remuneração formada através de Conselho de Política, que possui como função controlar, fiscalizar e deliberar também sobre questões orçamentárias, fazendo necessário que, caso não exista conselho formato no município Baluarte, este seja instituído pelo prefeito, visando que obedecer a lei e evitar situações como esta. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. Portanto, a regulamentação salarial dos servidores municipais encontra-se protegido em nossa Constituição, e, é dever do prefeito municipal, assim como da Câmara Municipal, não só cumprir com o princípio da eficiência e qualidade, mas assegurar o reajuste do salário dos servidores que são lesados há dez anos, sanando a omissão legislativa que inviabiliza o exercício do direito de exigir reajuste dos salários conforme disposto no ART. 37 inciso X, da CF. 3 DOS PEDIDOS Mediante o exposto, requer a V. Exa: A. A ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito, conforme art 5 , II da lei 13.300/2016. B. A intimação do Ministério Público, para querendo ingressar no feito, nos termos do art 7, da lei 13.300/2016. C. A notificação dos impetrados sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações, conforme art 5 , I da lei 13.300/2016. D. Determinação de prazo razoável para que o prefeito, em conjunto com a Câmara Municipal, promova a edição de norma regulamentadora, com base no art. 8, I, da lei 13.300/2016. E. Estabeleça as condições em que se dará o reajuste salarial dos servidores ora reclamado e as condições em que poderá ser promovida ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado, conforme art. 8, II, da lei 13.300/2016. Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos no presente jeito, especialmente por meio de provas documentais, Atribui-se, a causa, o valor de um salário-mínimo para fins meramente fiscais. Termos em que pede o deferimento. Local/data Advogado OAB/UF
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