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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DIMENSIONAMENTO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA RESIDENCIAL DIEGO MIRANDA SUANNY MESQUITA VINICIUS REIS BELÉM - PA 2019 DIEGO MIRANDA SUANNY MESQUITA VINICIUS REIS DIMENSIONAMENTO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA RESIDENCIAL Trabalho acadêmico apresentado como requisito para a obtenção parcial do conceito na disciplina de Turbomáquinas Hidráulicas, no curso de Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Pará Prof. Jerson Rogério Pinheiro Vaz BELÉM - PA 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................... 4 2.1 Equação de Bernoulli ........................................................................................................ 4 2.2 Perdas de cargas ................................................................................................................ 4 2.2.1 Perdas maiores ............................................................................................................... 4 2.2.2 Perdas menores .............................................................................................................. 5 2.3 NPSH ................................................................................................................................ 6 3 METODOLOGIA............................................................................................................... 7 3.1 Determinação da vazão e da altura de sucção e descarga ................................................. 7 3.2 Diâmetro e material da tubulação de sucção e de descarga .............................................. 8 3.3 Fator de atrito .................................................................................................................... 9 3.4 Perdas totais na tubulação ................................................................................................. 9 3.5 Altura de carga da bomba ................................................................................................. 11 3.6 Determinando o NPSHA .................................................................................................. 12 3.7 Seleção da bomba ............................................................................................................. 13 3.8 Determinação do consumo de energia .............................................................................. 15 4 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 16 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 17 ANEXOS ............................................................................................................................. 18 3 1 INTRODUÇÃO Um fornecimento constante de água para torneiras e chuveiros em toda a sua casa é um luxo que muitas pessoas tomam como algo comum. Mas nem todas as pessoas no mundo obtém água de forma tão simples. São necessárias tecnologias de bombeamento inovadoras e soluções sustentáveis para garantir o acesso a água em todo o mundo. Bombas são dispositivos que cedem parte da energia de uma fonte motora a um fluido, a fim de transportá-lo de um ponto a outro. Esta energia pode fornecida através do aumento de velocidade, pressão ou ambos. As fontes podem ser eixos, hastes ou até outros fluidos. Em geral, são aplicadas para bombear a água de poços artesianos, drenar terrenos e captar água de lençol freático, isto é, sempre que for necessário aumentar a pressão e a velocidade de escoamento de um sistema. Existem diversos modelos de bombas no mercado, que se enquadram em duas mecânicas de funcionamento: centrífugas e volumétricas. As bombas centrífugas, ou turbo- bombas, movimentam o fluido pela rotação de um eixo a partir do seu centro e o expulsam pela ação da força centrífuga. Já as bombas volumétricas, ou de deslocamento positivo, movimentam por impulsão e obrigam o fluido a ocupar e desocupar espaços no seu interior. O presente trabalho visa aplicar os conhecimentos desenvolvidos na disciplina de Turbomáquinas Hidráulicas, no dimensionamento e seleção de um sistema de bombeamento de água residência, assim analisando desde o reservatório interno até a caixa d’água da residência, avaliando os fatores que norteiam a eficiência do sistema trabalhado. 4 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Equação de Bernoulli A equação de Bernoulli nos dá uma visão do comportamento energético do escoamento. Nós consideramos dois pontos 1 e 2, apresentando elevações ℎ1 e ℎ2 relacionadas a um referencial que será adotado de acordo com o problema. Sua definição no estudo de bombas hidráulicas é dada pela seguinte expressão 𝑝1 + 𝜌𝑔ℎ1 + 𝛼1 𝜌𝑉1 2 2 + 𝜌∆ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑝2 + 𝜌𝑔ℎ2 + 𝛼2 𝜌𝑉2 2 2 + 𝜌ℎ𝑙𝑡 (1) Cabe ressaltar que o termo ∆ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 nada mais é que a altura de carga que a bomba desenvolver, durante a operação, e ℎ𝑙𝑡 será as perdas totais na tubulação do sistema. Dividimos então a equação (1) em ambos os lados por 𝜌𝑔, obtemos a equação anterior em termos da altura de carga. 𝑧1 + ℎ1 + 𝛼1 𝑉1 2 2𝑔 + 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑧1 + ℎ2 + 𝛼2 𝑉2 2 2𝑔 + ℎ𝑙𝑡 𝑔 (2) Onde: 𝑍1 = 𝑝1 𝜌𝑔 , 𝑍2 = 𝑝2 𝜌𝑔 𝑒 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = ∆ℎ𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 𝑔 2.2 Perdas de cargas A perda de carga total, ℎ𝑙𝑡, é considerada como a soma das perdas maiores (ℎ𝑙) que são causadas por efeito de atrito no escoamento completamente desenvolvido em tubos de seção constante, com as perdas menores (ℎ𝑙𝑚) que são originadas por entradas, acessórios, variações de área e outras. 2.2.1 Perdas maiores As perdas maiores são originadas ocorrem pelas perdas de pressão em um escoamento completamente desenvolvido, considerando uma seção de área constante e uma tubulação de comprimento L. Estas perdas são expressas como ℎ𝑙 = 𝑓 𝐿 𝐷 𝑉2 2 (3) 5 Onde D é o diâmetro interno da tubulação, 𝑓 é o fator de atrito que será calculado mais à frente e V é a velocidade média do escoamento que será determinada por meio da equação da vazão abaixo: 𝑄 = 𝑉. 𝐴 (4) 2.2.2 Perdas menores A maioria das tubulações apresenta outros componentes além dos trechos de condutos retos. Estes componentes adicionais (válvulas, cotovelos, tês e outros) também contribuem para a perda de carga na tubulação. Essas perdas serão relativamente menores (daí o termo perdas menores), se o sistema incluir longos trechos retos de tubo de seção constante. As perdas de carga menores são tradicionalmente calculadas pela equação ℎ𝑙𝑚 = 𝐾 𝑉2 2 (5) Em que o coeficiente de perda, K, deve ser determinado experimentalmente para cada situação. As perdas de carga menores ainda podem ser calculadas por uma outra expressão ℎ𝑙𝑚 = 𝑓 𝐿𝑒 𝐷 𝑉2 2 (6) É importante ressaltar que o fator de atrito 𝑓 será calculado para ambas as perdas (maiores e menores) por meio de um programa em MATLAB disponibilizado para turma, em que este programa determinará 𝑓 por meio de iterações na equação de Colebrook exposta a seguir: 1 √𝑓 = −2,0 log ( 𝑒 𝐷 3,7 + 2,51 𝑅𝑒√𝑓 )(7) Onde o parâmetro 𝑅𝑒 é o número de Reynolds, sendo de natureza adimensional, em que este irá definir se o escoamento será laminar ou turbulento. Este parâmetro é expresso como 𝑅𝑒 = 𝜌𝑉𝐷 𝜇 (8) 6 2.3 NPSH Deve-se ter sempre em mente que, em operações de bombeamento, a pressão em qualquer ponto da linha de sucção nunca deve ser menor que a pressão de vapor Pv do líquido bombeado na temperatura de trabalho, caso contrário haveria vaporização do líquido, com consequente redução da eficiência de bombeio. Neste caso, ocorreria cavitação no rotor da bomba pela implosão de bolhas de vapor. Este processo é acompanhado por elevado nível de ruído e vibração e violenta corrosão das partes internas da bomba. Deste modo, para evitar esses efeitos negativos, a energia disponível para levar o fluido do reservatório até o bocal de sucção da bomba deverá ser a altura de carga de sucção Hs menos a pressão de vapor Pv (expressa como coluna líquida) do líquido na temperatura de bombeio. Esta energia disponível é chamada de altura de sucção positiva líquida (NPSH). É necessário estabelecer uma diferença entre NPSH disponível (NPSHA) e NPSH requerido (NPSHR); o primeiro é uma característica do sistema no qual a bomba opera, enquanto que o NPSH requerido está em função da bomba em si, representando a energia mínima que deve existir entre a carga de sucção e a pressão de vapor do líquido para que a bomba possa operar satisfatoriamente. Expressando o NPSHA matematicamente em termos da altura de carga, temos: 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐴 = 𝐻𝑠 + 𝑉𝑠 2 2𝑔 − 𝐻𝑣 (9) Onde, 𝐻𝑠 = 𝑝𝑠 𝜌𝑔 𝑒 𝐻𝑣 = 𝑝𝑣 𝜌𝑔 Tanto o NPSH disponível quanto o requerido variam com a vazão do líquido; o NPSHA é reduzido com o aumento da vazão, devido ao aumento da perda de carga por atrito. Já o NPSHR, sendo função da velocidade do fluido no interior da bomba, aumenta com a vazão. Diante do exposto, para que a bomba opere corretamente sem cavitar, deverá apresentar a seguinte condição: 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐴 > 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 (10) 7 3 METODOLOGIA 3.1 Determinação da vazão e da altura de sucção e descarga Para a nossa aplicação, em que o sistema de bombeamento será utilizado para uma residência dependente de um reservatório interno para obter água limpa, como parâmetro de determinação da vazão, adotamos a vazão especificada de um modelo para uma residência típica apresentada pelo catálogo da Schneider, empresa esta voltada para o ramo de bombas hidráulicas em geral. O modelo de exemplo está representado na Figura 1 abaixo: Figura 1: Exemplo de dimensionamento simplificado de bomba centrífuga residencial. (Fonte: Schneider). Diante disso, o catálogo nos fornece um valor de vazão para uma residência comum de modo que o consumo solicitado seja de 2.000 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠/ℎ. Sendo assim a vazão a ser adotada para o projeto será de: 𝑄 = 2 𝑚3/ℎ (𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜) De posse do valor da vazão, apresentamos na Tabela 1 a seguir, os valores das propriedades da água à uma temperatura ambiente de 25°C que será adotada para o projeto. Tabela 1: Propriedades do fluido utilizado a uma temperatura ambiente de 25°C. Fluido Massa específica (Kg/m3) Viscosidade dinâmica (N.s/m2) Viscosidade cinemática (m2/s) Pressão de vapor (kPa) Água 997 8,93.10-4 8,96.10-7 3,17 8 Com relação às alturas de carga de sucção e de descarga do projeto, temos os seguintes valores mostrados na Tabela 2 a seguir: Tabela 2: Valores das alturas de sucção e descarga respectivamente. 𝒉𝒔 (m) 𝒉𝒅 (m) 3 7 3.2 Diâmetro e material da tubulação de sucção e de descarga Para a escolha adequada do diâmetro da tubulação de sucção e de descarga, selecionamos o diâmetro por meio de uma Tabela de sugestão de diâmetro de tubulação em função da vazão adotada pelo projeto (𝑄 = 2 𝑚3/ℎ) exposta pela Figura 2 a seguir: Figura 2: Tabela de sugestão de diâmetro de tubulação em função da vazão do projeto. (Fonte: Schneider). É válido ressaltar que para o nosso projeto foi adotado que o diâmetro de tubo da sucção e o de descarga serão o mesmo. A tubulação será dimensionada, com o uso de dados na literatura para aproximar do caso real de funcionamento. Para tal, o material escolhido foi o PVC. O diâmetro interno selecionado por meio da Figura 2 e a rugosidade do tubo estão localizados na Tabela 3 a seguir: Tabela 3: Dados do material Material Diâmetro interno (mm) Rugosidade (mm) PVC 32 0,0015 9 3.3 Fator de atrito A partir dos dados da Tabela 3, determina-se a rugosidade relativa da tubulação, a fim de utilizar na equação de Colebrook (7) por meio do programa MATLAB que está em anexo, para podermos determinar o fator de atrito. 𝑒/𝐷 = 𝑒 𝐷 = 0,0015 32 = 4,69. 10−5 𝐴 = 𝜋𝐷2 4 = 𝜋. (0,032)2 4 = 8,04. 10−4 𝑚2 Após, com os dados da vazão, e da área da seção transversal do tubo, podemos determinar a velocidade do escoamento a seguir: 𝑉 = 𝑄 𝐴 = 2 3600 8,04. 10−4 = 0,69 𝑚/𝑠 Com os dados, além da velocidade média, chega-se ao valor do número de Reynolds 𝑅𝑒 = 𝜌𝑉𝐷 𝜇 = 997.0,69.0,032 8,93. 10−4 = 24,65. 103 Por meio do código implementado no MATLAB disponibilizado à turma, pôde-se obter o valor de fator de atrito para o caso, pela equação de Colebrook (7) 𝑓 = 0,0241 3.4 Perdas totais na tubulação Escolhemos uma tubulação adequada para o projeto, com a inserção de três cotovelos de 90º, uma válvula de pé de disco articulado, na entrada do reservatório interno, uma válvula de esfera, localizada na sucção da bomba, um medidor de água, e entradas com borda viva. Para tal, observe, na Tabela 4, os dados referentes aos comprimentos equivalentes para cada caso. A Figura 3 abaixo mostra o esquema feito para o sistema: 10 Figura 3: Esquemático do sistema de tubulação do projeto. Tabela 4: Valores de K e dos Comprimentos equivalentes (Le/D). Borda viva 0,5 Medidor de água 7 Cotovelo de 90º 30 Válvula de pé de disco articulado 75 Válvula de esfera 3 Para a Borda viva e medidor de água, considera-se o coeficiente de perda de energia (K). Com os dados já coletados, podemos determinar as perdas localizadas, na parte da sucção e na descarga, além da perda total localizada no sistema, através da equação (5) e (6) ℎ𝑙𝑚𝑠 = ∑ 𝐾 𝑉2 2 + ∑ 𝑓 𝐿𝑒 𝐷 𝑉2 2 = (0,5 + 7) 0,692 2 + 0,0241. (75 + 3 + 30) 0,692 2 ℎ𝑙𝑚𝑠 = 2,41 𝑚2 𝑠2 (Sucção) ℎ𝑙𝑚𝑑 = ∑ 𝐾 𝑉2 2 + ∑ 𝑓 𝐿𝑒 𝐷 𝑉2 2 = (0,5) 0,692 2 + 0,0241. (3.30) 0,692 2 11 ℎ𝑙𝑚𝑑 = 0,64 𝑚2 𝑠2 (Descarga) ℎ𝑙𝑚 = ℎ𝑙𝑚𝑠 + ℎ𝑙𝑚𝑑 = 2,41 + 0,64 = 3,05 𝑚2 𝑠2 (Perda localizada total) Para as perdas maiores, consideramos o comprimento da tubulação total de 14,5 m, com 5 m de tubo de sucção, e 9,5 m de descarga. Portanto, podemos chegar aos valores através da equação (3) ℎ𝑠 = ∑ 𝑓 𝐿 𝐷 𝑉2 2 = 0,0241. 5 0,032 . 0,692 2 = 0,89 𝑚2 𝑠2 (Sucção) ℎ𝑑 = ∑ 𝑓 𝐿 𝐷 𝑉2 2 = 0,0241. 14,5 0,032 . 0,692 2 = 2,6 𝑚2 𝑠2 (Descarga) ℎ𝑙 = ℎ𝑠 + ℎ𝑑 = 0,89 + 2,6 = 3,5 𝑚2 𝑠2 (Perda maior total) Logo, temos as perdas totais na tubulação ℎ𝑙𝑡 = ℎ𝑙 + ℎ𝑙𝑚 = 3,5 + 3,05 = 6,55 𝑚2 𝑠2 (Perdas totais do sistema) 3.5 Altura de carga da bomba Para tal, usaremos a equação (2), entre os níveis da caixa d’água e do reservatório interno, para determinar a altura de carga desenvolvida pela bomba 𝑧1 + ℎ1 + 𝛼1 𝑉1 2 2𝑔 + 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑧1 + ℎ2 + 𝛼2 𝑉2 2 2𝑔 + ℎ𝑙𝑡 𝑔 Como os doisreservatórios estão a pressão ambiente, então 𝑝1 = 𝑝2 = 𝑝𝑎𝑡𝑚, o que nos leva ao fato que 𝑧1 = 𝑧2 Como o número de Reynolds foi maior que 2300, então o regime de escoamento é turbulento. Portanto, podemos aproximar os coeficientes de energia como expresso a seguir 𝛼1 = 𝛼2 = 1 Além de que a água nos dois reservatórios está parada, o que nos leva a 𝛼1 𝑉1 2 2𝑔 = 𝛼2 𝑉2 2 2𝑔 ≈ 0 12 Portanto, chega-se a uma expressão para a altura de carga manométrica desenvolvida pela bomba: 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = ℎ2 − ℎ1 + ℎ𝑙𝑡 𝑔 Onde: Ponto 1 é na sucção e Ponto 2 é na descarga. Substituindo os dados já determinados, temos que: 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 5 − (−9,5) + 6,55 9,81 = 15,16 𝑚 (Altura de carga da bomba) 3.6 Determinando o NPSHA Para calcularmos o NPSHA, utilizamos a equação (3), desta vez do nível da lâmina d’água no reservatório interno para o centro da entrada de sucção da bomba 𝑧1 + ℎ1 + 𝛼1 𝑉1 2 2𝑔 + 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 𝑧𝑠 + ℎ𝑠 + 𝛼𝑠 𝑉𝑠 2 2𝑔 + ℎ𝑙𝑡 𝑔 Como os pontos escolhidos não englobam a bomba, então 𝐻𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 = 0 Considerando que a velocidade na entrada da tubulação no reservatório seja aproximadamente nula (‘água parada do reservatório’), teremos 𝛼1 𝑉1 2 2𝑔 = 0 Portanto, podemos determinamos a altura de pressão de sucção na bomba 𝑧𝑠 𝑧𝑠 = 𝑧1 + (ℎ1 − ℎ𝑠) − ( 𝑉𝑠 2 2𝑔 + ℎ𝑙𝑡 𝑔 ) Onde, 𝑧1 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 𝜌𝑔 = 101325 997.9,81 = 10,36 𝑚 ℎ1 − ℎ𝑠 = 0 − (−3) = 3 𝑚 13 ( 𝑉𝑠 2 2𝑔 + ℎ𝑙𝑡 𝑔 ) = 0,692 2.9,81 + 0,89 + 2,41 9,81 = 0,36 𝑚 Logo, 𝑧𝑠 = 10,36 + 3 − 0,36 = 13 𝑚 (Altura de carga de sucção) Portanto, determina-se o NPSHA da bomba, pela expressão a seguir: 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐴 = ℎ𝑠 + 𝑉𝑠 2 2𝑔 − ℎ𝑣 Onde, 𝑉𝑠 2 2𝑔 = 0,692 2.9,81 = 0,0242 𝑚 ℎ𝑣 = 3170 997.9,81 = 0,32411 𝑚 Então, 𝑁𝑃𝑆𝐻𝐴 = 13 + 0,0242 − 0,32411 = 12,7 𝑚 Em tópicos mais à frente, após a escolha da bomba, determinaremos o NPSHR para a vazão do nosso projeto, e após isso, faremos a análise acerca da cavitação. 3.7 Seleção da bomba Por meio dos manuais de bombas encontrados pela literatura, optamos pelo catálogo da empresa Schneider, haja vista que a empresa é de renome nesse ramo de bombas hidráulicas e outras. Diante disso, selecionamos a bomba de modelo BCR-2000, de ½ CV. A Figura 4 abaixo mostra o modelo selecionado. Figura 4: Modelo BCR-2000. (Fonte: Schneider) 14 Na Tabela 5 abaixo, segue-se algumas das especificações do modelo selecionado. Tabela 5: Especificações da bomba. Altura (m) Vazão (m3/h) Potência (cv) Diâmetro da sucção (in) Diâmetro de recalque (in) Diâmetro do rotor (mm) 16 2 1/2 3/4 3/4 115 Na Tabela 6 temos algumas das especificações do motor do modelo BCR-2000. Tabela 6: Especificações do motor acoplado a bomba. Motor Nº de polos Frequência (Hz) Rotação (rpm) Monofásico 2 60 3450 Apesar da altura manométrica desenvolvida pela bomba ser maior que a altura requerida, opta- se por escolher um valor acima, para não ocorrer problemas com a carga. Agora com relação ao NPSH requerido pela bomba, a Figura 5 nos mostra os valores selecionados de acordo com o nosso problema. Figura 5: NPSH requerido pelo modelo BCR-2000. (Fonte: Schneider) Logo, percebe-se que para o modelo selecionado o valor de NPSH requerido pela bomba é aproximadamente 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 = 2,5 𝑚. Desta forma, ao comparar este valor com o NPSHA calculado anteriormente, chega-se à conclusão de que o modelo a qual selecionamos não irá cavitar. 15 A Figura 6 a seguir nos mostra o rendimento do modelo escolhido em função da vazão de projeto. Figura 6: Rendimento da bomba em função da vazão adotada no projeto. Da Figura 6, percebe-se que o rendimento da bomba selecionada é aproximadamente 23,8%. Cabe ressaltar que a curva de cor verde, é a de modelo com ½ de CV. 3.8 Determinação do consumo de energia De posse do rendimento e potência da bomba selecionada anteriormente, podemos determinar a potência elétrica, fornecida pelo motor, acoplado à bomba. Sabendo que 1 cv = 0,735499 kW, temos que: 𝑃𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 1 2 . 0,735499 = 0,368 𝑘𝑊 Considerando a classe de residência comum, a literatura do setor energético nos dá um valor de 0,6860 R$/kWh para o consumo de energia. Para o nosso projeto, adotaremos que a bomba irá funcionar uma vez ao dia por 1 hora durante 30 dias por mês, devido a capacidade de 2.000 da caixa d’água considerada anteriormente. Assim, temos que a energia elétrica que o motor consome mensalmente será 𝐸𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = (0,368 ). (1). (30) = 11,04 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠 Apresentando um custo mensal da bomba de 𝐶𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 = (11,04). (0,6860) = 𝑅$ 7,57 16 4 CONCLUSÃO Em síntese, o presente trabalho apresentou o dimensionamento e a seleção da bomba e acessórios para o sistema de bombeamento de água residencial, em que este local apresenta um consumo de 2 m3/h. Para casa com Hsucção = 3 m e com Hrecalque = 7 m, selecionou a bomba do modelo BCR-2000 da Schneider. Por fim, determinou-se que a bomba escolhida para a situação aplicada possui NPSHA>NPSHR, ou seja, não sofrera cavitação. Outrossim, percebe-se um ótimo custo- benefício, já que o consumo mensal da bomba será equivalente a R$ 7,57. Portanto, as habilidades desenvolvidas na disciplina de Turbomáquinas Hidráulica são de fundamental importância para que o futuro engenheiro seja capaz de dimensionar sistemas hidráulicos, como o apresentado neste trabalho. 17 REFERÊNCIAS FOX, R.W.- MCDONALD, A.T. - PRITCHARD, P.J.; Introdução à Mecânica dos Fluidos, LTC, 9ª Edição, 2018. ÇENGEL, Y.A.; CIMBALA, J.M. Mecânica dos Fluidos – Fundamentos e Aplicações, 1ª Edição, McGrawHill, 2007. MUNSON, Bruce Roy; YOUNG, Donald F; OKIISHI, Theodore Hisao. Uma Introdução Concisa à Mecânica dos Fluidos. São Paulo: E. Blücher, 2005. 372 p. 18 ANEXOS ANEXO A: Function Colebrook function F = colebrook(R,K) if any(R(:)<2300) == 1, warning('The Colebrook equation is valid for Reynolds'' numbers >= 2300.'); end, if nargin == 1 || isempty(K) == 1, K = 0; end, if any(K(:)<0) == 1, warning('The relative sand roughness must be non-negative.'); end, % Initialization. X1 = K .* R * 0.123968186335417556; % X1 <- K * R * log(10) / 18.574. X2 = log(R) - 0.779397488455682028; % X2 <- log( R * log(10) / 5.02 ); % Initial guess. F = X2 - 0.2; % First iteration. E = ( log(X1+F) - 0.2 ) ./ ( 1 + X1 + F ); F = F - (1+X1+F+0.5*E) .* E .*(X1+F) ./ (1+X1+F+E.*(1+E/3)); % Second iteration (remove the next two lines for moderate accuracy). E = ( log(X1+F) + F - X2 ) ./ ( 1 + X1 + F ); F = F - (1+X1+F+0.5*E) .* E .*(X1+F) ./ (1+X1+F+E.*(1+E/3)); % Finalized solution. F = 1.151292546497022842 ./ F; % F <- 0.5 * log(10) / F; F = F .* F; % F <- Friction factor. ANEXO B: Program Fator de Atrito clear all; close all; clc; Q = 5.56e-4; %m3/s D = 0.032; %m A = pi*D^2/4; %m2 V = Q/A; rho = 997; %kg/m3 mu = 8.04e-4; %Ns/m2 Re = rho*V*D/mu; eD = 4.69e-5; f = colebrook(Re,eD); plot(Q,f,'ko-'); xlabel('Q'); ylabel('f');
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