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INTRODUÇÃO ÀS BOAS PRÁTICAS CLÍNICAS ✓ Introdução à Pesquisa Clínica; ✓ Importância das Boas Práticas em Pesquisa; ✓ Conceito de ética; ✓ Conceito de boas práticas clínicas; ✓ Histórico e origem das BPCs; ✓ 13 Princípios das GCPs (ICH). CONTEÚDO IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CLÍNICA • Descoberta de novas terapêuticas e diagnósticos; • Aperfeiçoamento de medicamentos e procedimentos já existentes; • Melhora na qualidade de vida; TIPOS DE PESQUISA BIOMÉDICA Pesquisa Básica Pesquisa Clínica Pesquisa Epidemiológica Sujeitos Animais de laboratório Materiais não humanos Tecidos humanos Humanos saudáveis ou doentes Populações ou grupo de humanos Objetivo A natureza da biologia humana Eficácia e segurança de medidas diagnósticas ou terapêuticas Descrição e busca da causalidade Lugar Laboratório de pesquisa Clínicas, hospitais e laboratórios de análises A comunidade, clínicas e hospitais FASES DA PESQUISA CLÍNICA Fase Sujeito No. de participantes Objetivo principal Experimental Pré-clinica Animais de laboratório Variável Toxicidade, teratogenese, oncogenese Terapêutica Exploratória Fase I Voluntários sadios 20 a 100 Segurança, farmacocinética Fase II Pacientes 300 a 1000 Eficácia, estabelecimento de dose e farmacodinâmica Terapêutica Confirmatória Fase III Pacientes 1000 a 3000 Eficácia comparativa, confirmação da segurança Fase IV Pacientes Mais de 1000 Marketing, segurança, farmacovigilância IMPORTÂNCIA Porque realizar e seguir as Boas Práticas em Pesquisa Clínica? Porque regulamentar a Pesquisa Clínica? ÉTICA Ética (grego: ethos) = costume/ conduta DEFINIÇÃO (Dicionário Aurélio): Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". "A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar quando alguém pergunta". (VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7ª edição Ed.Brasiliense, 1993, p. 7) HISTÓRICO 1931 Food & Drug Administration (US-FDA) 1937 Criação do “Food, Drug and Cosmetic Act” – morte de várias crianças utilizando sulfanilamida – A nova legislação proibiu a comercialização de novos fármacos sem a autorização do FDA; 1946 Código de Nuremberg – julgamento revelou atrocidades cometidas na 2a. Guerra mundial. 1948 Declaração dos direitos humanos 1962 Tragédia da Talidomida – Emenda “Kefauver-Harris” – estudos controlados, eficácia e segurança. 1964 Declaração de Helsink 18ª Assembléia Geral da associação Médica Mundial Bases da Pesquisa Clínica Literatura científica Experimentos laboratoriais e com animais Protocolo do estudo Comitês de Ética Pessoas qualificadas Avaliação de risco/benefício e proteção de dados Danos previsíveis Publicação de resultados confiáveis Consentimento Informado HISTÓRICO 1979 Relatório de Belmonte: Princípios Éticos e Diretrizes para a Proteção de Sujeitos de Pesquisa 3 princípios: Respeito pelas pessoas Beneficência Justiça 1989 Lei japonesa de GCP 1991 União Européia - GCP guideline 1994 OMS (WHO) - GCP guideline HISTÓRICO 1996 ICH - GCP guideline Conferência Internacional para Harmonização dos Requerimentos Técnicos para o Registro de Produtos Farmacêuticos para uso em Humanos. OBJETIVO Recomendações para prover harmonização na interpretação e aplicação dos procedimentos técnicos e requerimentos para o registro de produtos de forma a reduzir a duplicidade de testes durante a pesquisa e desenvolvimento de novas drogas. Elaboração do manual da GCP (Good Clinical Practice). HISTÓRICO 1996 Resolução CNS 196/96 Regulamentação da Pesquisa Clínica no país Princípios éticos para fornecer orientações aos médicos e outros participantes em Pesquisa envolvendo seres humanos 2008 Última atualização da Declaração de Helsink – Parecer sobre a utilização de placebo em situações em que há tratamento efetivo e a possibilidade de garantir tratamento terminada a pesquisa. HISTÓRICO DEFINIÇÃO Conjunto de normas internacionais de qualidade científica e ética dirigidas ao desenho, realização, registro e relato de informações de pesquisa que envolva participação de seres humanos, assegurando proteção aos participantes e credibilidade dos dados obtidos. GCP - “Good Clinical Practice” Conduzir adequadamente os estudos clínicos garantindo proteção aos direito humanos; Assegurar que os dados e resultados sejam confiáveis (precisos e corretos), ou seja, que os ensaios clínicos sejam feitos dentro de padrões éticos; Proteger os direitos, a integridade, a segurança, o bem estar e a confidencialidade dos pacientes; Fornecer um padrão internacional unificado para aceitação mútua dos dados clínicos pelos países que pertencem à Organização. OBJETIVO monitoria relato desenho auditoria análise documentação condução PADRÃO INTERNACIONAL PARA CONDUÇÃO DE ESTUDOS CLÍNICOS 1) Pesquisas Clínicas devem ser conduzidas com os princípios éticos que tem sua origem na Declaração de Helsinki e ser consistente com as GCP e com as leis locais. 2) Antes de uma pesquisa ser iniciada, os prováveis riscos e inconveniências devem ser contrapostos aos benefícios esperados ao indivíduo e a sociedade. A pesquisa só pode ser iniciada e mantida se os benefícios esperados justificarem os riscos. 3) Os direitos, a segurança e o bem-estar dos indivíduos de pesquisa clínica são as considerações mais importantes e devem prevalecer sobre os interesses da ciência e da sociedade. 13 PRINCIPIOS DE GCP da ICH 4) As informações clínicas e não-clínicas de um produto sob investigação devem ser adequadas para embasar a proposta de uma pesquisa clínica. 5) As pesquisas clínicas devem ser cientificamente elaboradas e descritas em um protocolo detalhado e claro. 6) Uma pesquisa clínica deve ser conduzida de acordo com o protocolo que foi aprovado por um comitê de ética independente. 7) Os cuidados médicos, assim como as decisões médicas envolvendo os sujeitos de pesquisa clínica sempre serão de responsabilidade de um médico ou, quando apropriado, de um dentista qualificado. 13 PRINCIPIOS DE GCP da ICH 8) Todo indivíduo envolvido na condução de uma pesquisa clínica deve ter a formação adequada, treinamento e experiência para desempenhar sua função. 9) Consentimento Livre e Esclarecido deve ser obtido de todo sujeito de pesquisa clínica antes da participação do indivíduo. 10) Toda informação de pesquisa clínica deve ser registrada, manipulada e arquivada de maneira que permita seu acurado relato, interpretação e verificação. 13 PRINCIPIOS DE GCP da ICH 11) A confidencialidade dos registros que podem identificar os sujeitos de pesquisa clínica deve ser protegida, respeitando as normas de privacidade e confidencialidade de acordo com as exigências regulatórias aplicáveis. 12) Os produtos de investigação devem ser manufaturados, manuseados e armazenados de acordo com as GMP. Devem ser utilizados de acordo com o protocolo aprovado. 13) Sistemas com procedimentos que garantam a qualidade de todo aspecto de uma pesquisa devem ser implementados. 13 PRINCIPIOS DE GCP da ICH Invalidação dos dados; Atrasos nas aprovações de comercialização; Possíveis consequências legais. NÃO CUMPRIMENTO AO GCP 1867 - tradução e adaptação do código de ética adotado pela Associação Médica Americana 1929 - o Boletim de Sindicato Médico Brasileiro, Código de Moral Médico Latino-Americano 1931 - Código de Deontologia Médica 1940 - Novo Código de Deontologia Médica - o primeiro a ser oficializado pelo Decreto-Lei nº7.955 - 13 de setembro de 1945 HISTÓRICO DA PESQUISA CLÍNICA NO BRASIL 1953 - Código de Ética - Lei nº3.268 - 30 de setembro 1965 - Código de Ética Médica 1984 - Código Brasileiro de Deontologia Médica 1988- novo Código de Ética Médica, publicado em 26/01/88 no Diário Oficial da União (DOU) que substitui os anteriores HISTÓRICO DA PESQUISA CLÍNICA NO BRASIL 1975 - o Conselho Federal de Medicina regularizou a participação dos médicos na pesquisa clínica por meio da Resolução 671/75 publicada no DOU. 1988 - o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou as normas de pesquisa em saúde, publicada em 13/06/88 no DOU e republicada em 05/01/99. 1996 - foi apresentada a Resolução 196/96 que culminou na criação de Comissões de Ética em Pesquisa (CEPs) e no Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). (Revogada com a publicação da Resolução CNS 466/12) HISTÓRICO DA PESQUISA CLÍNICA NO BRASIL Em nível internacional, também se destaca o Documento das Américas, aprovado na IV Conferência Pan-Americana para Harmonização da Regulação Farmacêutica, realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) entre os dias 2 e 4 de março de 2005, na República Dominicana. O objetivo do Documento das Américas é propor diretrizes para as boas práticas clínicas que podem servir como fundamento para as agências regulatórias, assim como para investigadores, comitês de ética, universidades e empresas no continente americano (Brasil, Argentina, Chile, Costa Rica, Cuba, EUA, México, Venezuela). DOCUMENTO DAS AMÉRICAS Garantir que seja respeitada a dignidade humana. A conduta nos princípios éticos em pesquisa implica avaliar, entre outros aspectos, o respeito à autonomia e à dignidade dos participantes de pesquisa, seguindo os quatro princípios da bioética, estabelecido por Beauchamps e Childress em 1978: 1. Não maleficência - prevenção contra danos previsíveis aos participantes de pesquisa. Compromisso do pesquisador em não infligir danos desnecessários, reduzir os efeitos adversos ou indesejáveis e minimizar o sofrimento que possa ser produzido pelas ações diagnósticas e terapêuticas no ser humano; ÉTICA EM PESQUISA 2. Beneficência – a pesquisa, além de contribuir para o bem-estar, deve incluir todas as formas de ação que tenham o propósito de beneficiar os outros. Devem-se ponderar riscos e benefícios, buscando maximizar os benefícios e minimizar os danos e riscos. Neste caso, o bem do participante da pesquisa é prioritário em relação aos demais interesses da sociedade e da ciência; ÉTICA EM PESQUISA 3. Justiça – deve ser conduzida de forma equitativa, com o objetivo de alcançar o máximo benefício para o maior número possível de pessoas, sem, contudo, deixar ninguém em desvantagem. Tratamento igual entre as pessoas, independente do país que sedia a pesquisa, assim como os benefícios futuros desta devem ser distribuídos equitativamente, não se restringindo apenas a uma parte da população. 4. Autonomia – consentimento voluntário, ou seja, com o direito do indivíduo de deliberar sobre suas escolhas pessoais e ter sua capacidade de decisão respeitada. ÉTICA EM PESQUISA Além da avaliação ética, existe também a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), feita para estudos com medicamentos e produtos para a saúde com finalidade de obter registro no país, e a da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), para estudos envolvendo microrganismos geneticamente modificados. A Resolução RDC nº 39/2008 (Anvisa) substituiu a RDC n° 219/04, estabelecendo pré-requisitos para pesquisas clínicas, com foco nos produtos registrados ou passíveis de registro junto ao Ministério da Saúde. REGULAMENTAÇÃO DAS PESQUISAS Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio da Lei nº. 9.782/99. A ANVISA é uma autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, é caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira que tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população. Na ANVISA, a avaliação de protocolos de pesquisa clínica fica subordinada à Gerência de Medicamentos Novos, Pesquisa e Ensaios Clínicos (GEPEC), que está subordinada à Gerência de Pesquisa, Ensaios Clínicos, Medicamentos Biológicos e Novos (GPBEN). ANVISA Gerência-Geral de Medicamentos (GGMED) http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home Para início da realização de ensaios clínicos, é preciso obter o Comunicado Especial (CE) e a Licença de Importação (LI), necessária para importação de produtos sob vigilância sanitária. O CE é um documento de caráter autorizador, emitido pela ANVISA por meio da Coordenação de Pesquisas e ensaios clínicos da Gerência de Pesquisas, Ensaios Clínicos, Medicamentos Biológicos e Novos (GPBEN), necessário para execução de um determinado protocolo de pesquisa no Brasil. Hoje, precisa-se apenas de um CE por protocolo, não mais por Centros. ANVISA Os estudos clínicos devem sempre ser conduzidos de acordo com os princípios éticos e condizentes com as Boas Práticas Clínicas e as exigências regulatórias aplicáveis. Uma pesquisa clínica somente deve ser iniciada quando os seus benefícios justificam os riscos e inconveniências. A pr imeira etapa de um estudo c l ín ico é o desenvolvimento do protocolo de pesquisa, que deve ser submetido a um Comitê de Ética em Pesquisa para aprovação antes de iniciar a coleta de dados, pelo Plataforma BRASIL sistema oficial do sistema CEP/CONEP. CONDUÇÃO DOS ESTUDOS CLÍNICOS Projeto de pesquisa detalhado (contemplando objetivos, material e métodos, casuística, resultados esperados e bibliografia; cronograma; orçamento; local de realização das diferentes etapas da pesquisa); Informações relativas ao participante da pesquisa (critérios de inclusão e exclusão, forma de recrutamento); Qualificação dos pesquisadores (anexar currículo ou indicar link para o Currículo Lattes); Termo de compromisso do pesquisador responsável e da instituição de cumprir com os termos da resolução 466/12. PROTOCOLO DE PESQUISA
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