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Crédito Público

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS - UNITINS
CAMPUS DE AUGUSTINÓPOLIS
CURSO BACHARELADO EM DIREITO
MARA RUBIA ALVES DA SILVA
CRÉDITO PÚBLICO
AUGUSTINÓPOLIS – TO
2019
MARA RUBIA ALVES DA SILVA
CRÉDITO PÚBLICO
Trabalho apresentado à Universidade Estadual do Tocantins – UNITINS, como requisito para obtenção de notas na disciplina de Direito Financeiro, ministrado pelo Professor Me. Marcio.
AUGUSTINÓPOLIS - TO
2019
1. CRÉDITO PÚBLICO
Atualmente, o Estado recorre não só à receita proveniente da arrecadação de tributos, mas, também, a outros mecanismos para obter recursos suficientes para satisfazer as despesas públicas, seja para realizar investimentos, seja para arcar com o déficit fiscal, verificado quando as despesas superam o produto da arrecadação.
 Em outras palavras, além da arrecadação tributária e dos ingressos patrimoniais, os Estados valem-se de outras rendas, ditas tradicionalmente extraordinárias, para obter recursos capazes de suportar suas obrigações. 
Dentre essas rendas mais utilizadas, encontra-se a contração de dívidas, a qual constitui a faculdade de tomar dinheiro por empréstimo da mesma forma que se valem os particulares para financiar a casa própria, a compra de um veículo e até mesmo os estudos, uma viagem etc. 
Em suma, quando o Estado recorre ao crédito que goza no mercado, fazendo- -se devedor, cria a dívida pública. Daí o nome de batismo dado ao tema por diversos autores que também o tratam sob a denominação de crédito público ou débito público, indiferentemente e de acordo com a perspectiva de cada observador.
1.2 Conceito e natureza jurídica
 O crédito público é a confiança que dispõe o Estado para contrair crédito junto a pessoa física ou jurídica, gerando para o mesmo a obrigação de pagar posteriormente.
Alguns autores são adeptos do sentido duplo, ou seja, crédito público é tanto a capacidade de tomar, quanto de emprestar, porém VALDECIR PASCOAL fica com a primeira das opções.
Do ponto de vista jurídico, existe uma discordância quanto a natureza do crédito, sendo para alguns um ato de soberania do Estado, para outros um ato legislativo e para a maioria da doutrina, um simples contrato.
1.3 Classificação do Crédito Público
As classificações recorrentes na doutrina são: 
1.3.1. Quanto ao Prazo: Empréstimo perpétuo e empréstimo temporário Os empréstimos perpétuos são aqueles sem previsão de restituição, por parte do Estado, do capital principal. Prevê apenas o pagamento de juros ou rendas, indefinidamente. São divididos em remíveis e irremíveis. 
Os remíveis são aqueles que o Estado reserva-se o direito ou faculdade de reembolsar quando quiser. São representados por títulos da dívida pública, negociáveis em bolsa (cotação variável). Os irremíveis são aqueles onde não há previsão de reembolso (reembolso impossível). 
Os empréstimos temporários são aqueles com prazo definido para resgate. Podem ser a curto prazo, também chamados “operações de crédito por antecipação de receita”, com reembolso previsto dentro do período financeiro em que são celebrados, onde visam, sobretudo, cobrir déficits transitórios decorrentes da falta de sincronia entre receitas e despesas, diminuir o poder de compra, visando atenuar o processo inflacionário. 
1.3.2. Quanto ao local de contratação: Empréstimos Internos e Empréstimos Externos Empréstimos internos são aqueles obtidos pelo ente público dentro do território nacional, em moeda nacional e em conformidade com a legislação de regência pátria. Os empréstimos internos dão origem à dívida interna. 
Já os empréstimos externos são aqueles obtidos no exterior, em moeda estrangeira, com uma pessoa não nacional, regido pelo Direito Público Unidade: Crédito Público Internacional. Podem ser crédito estrangeiro, que é aquele que o Estado celebra o contrato em moeda estrangeira, com pessoa não nacional definida ou crédito internacional que é aquele fornecido por instituições multinacionais, plurinacionais ou internacionais, que não são vinculadas a nenhum país determinado. O Empréstimo Externo dá origem à dívida externa. 
1.3.3. Quanto à Compulsoriedade: Empréstimo Compulsórios e Empréstimos Voluntários Empréstimo Compulsório ou Crédito Forçado é considerado uma forma imprópria de crédito público, não necessita da anuência do prestamista, já que jungido a um regime jurídico de direito público (ato de império). 
No nosso ordenamento existem as antecipações tributárias, como forma de obtenção de crédito forçado, como, por exemplo, impostos: IPI, IRPF. Há, também, o empréstimo compulsório – artigo 148 da CF. 
Os outros meios (técnicas) para obtenção de créditos compulsórios se embasam na retenção/manipulação dos depósitos em dinheiro que as pessoas fazem nas instituições financeiras e bancárias, bem como na emissão do papel moeda e de títulos e bônus do Tesouro. 
Em síntese, temos três meios de que se vale o Estado para obtenção de créditos compulsórios: 
 Antecipação tributárias –ARO’s; 
 Retenção/manipulação dos depósitos em dinheiro que as pessoas fazem nas instituições financeiras e bancárias;
 Emissão do papel moeda e de títulos e bônus do Tesouro.
 A “ARO’s” (antecipação de receitas orçamentárias) permite que o Estado realize empréstimo de curto prazo a ser devolvido no mesmo exercício financeiro para suprir o déficit de caixa. Deve ser classificada como receita Extra-Orçamentária. 
A ARO’s destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências previstas no art. 32 (já citadas no item 1.5) e mais as seguintes:
 Realizar-se-á somente a partir do 10° dia do início do exercício; 
 Deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até dia 10/12 de cada ano; 
 Não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira ou a que vier a essa substituir;
 Será vedada a contratação no último ano de mandato de Presidente da República, Governadores e Prefeitos, e enquanto existir operação pendente. 
Trata-se de uma exceção ao princípio da vedação da vinculação do produto de arrecadação de impostos a órgãos, fundos ou despesas (art. 167, IV da CF), permitindo a utilização de receitas futuras como instrumento de garantia. 
As operações de crédito em geral são definidas por exclusão, vale mencionar, são as que não se enquadram nas operações de crédito por antecipação de receitas, correspondendo aos empréstimos de longo prazo que visam atender, via de regra, despesas de capital (investimentos, inversões financeiras e transferências de capital).
 Vale ressaltar que a escolha do agente financeiro que irá efetuar a operação se dará por meio de processo competitivo eletrônico, leilão, promovido pelo Banco Central. O Banco Central acompanhará o saldo em aberto, e no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora. 
O autor Régis Fernandes de Oliveira defende que a figura do Empréstimo Compulsório deve ser excluída do tema Empréstimo Público, pois aquele não pode ser considerado empréstimo por ser compulsório, e não pode ser compulsório se é empréstimo, o que descaracterizaria o mútuo.
 O empréstimo voluntário (crédito público próprio) deriva da autonomia das vontades e reflete a convergência do Estado e do prestamista que objetiva, além da devolução do dinheiro no prazo estipulado, o pagamento dos juros e a atualização monetária, se for o caso. 
1.3.4. Quanto à Competência: Federal, Estadual e Municipal. 
 Federal: empréstimo público tomado pela União. 
 Estadual: empréstimo público realizado pelo Estado-membro. 
 Municipal: empréstimo público feito pelo Município. 
1.3.5. Dívida Pública Flutuante e Dívida Pública Fundada 
Dívida pública flutuante, segundo glossário STN, é “a contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de tempo, quer como administrador de terceiros, confiados à sua guarda, quer para atender às momentâneas necessidades de caixa. Segundo a Lei nº 4.320/64, a dívida flutuante compreende os restosa pagar, excluídos os serviços de dívida, os serviços de dívida a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria”. Normalmente atinge somente o âmbito interno, pois considera-se como uma dívida administrativa, pois os recursos são utilizados para a satisfação de necessidades imediatas do erário, provenientes de despesas imprevistas.
Dívida pública fundada ou consolidada é aquela que compreende compromisso de exigibilidade superior a 12 meses. Corresponde ao total das obrigações financeiras assumidas em virtude da Constituição, Leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito. Normalmente visa atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos, que dependem de autorização legislativa para amortização ou resgate. 
1.4 DÍVIDA PÚBLICA NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
A Lei de Responsabilidade Fiscal, esclarece o que é dívida consolidada, de acordo com seu art. 29, inciso I:
Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumida em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados ou da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.
Vale destacar que a dívida consolidada ou fundada tem prazo de amortização superior a doze meses, com exceção das autorizações de operações de crédito feitas no orçamento e os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento que tiverem sido incluídos.
A citada lei complementar também conceitua operação de crédito no art. 29, inciso III:
Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.
1.4.1. Dívida Pública Contratual e Mobiliária 
Dívida Contratual é aquela que inclui cartas de intenções, memorandos e programação de metas macroeconômicas com as Instituições Financeiras Multilaterais (IFM’s). 
A Dívida Mobiliária do governo central é aquela que corresponde ao total de títulos públicos federais emitidos pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional que estão em poder do setor privado. A dívida Mobiliária dos governos estaduais e municipais corresponde ao total de títulos emitidos pelos respectivos Tesouros Estadual e Municipal, incluindo os títulos emitidos para pagamento de precatórios. 
1.4.2. Dívida Administrativa e Dívida Financeira 
A dívida administrativa resulta do desempenho das finalidades próprias dos ramos da Administração Pública e não necessita de lei especial para ser contraída. Já a dívida financeira é resultado de um empréstimo público devidamente autorizado em lei especial.
1.4 LIMITE DE CRÉDITO PÚBLICO
O crédito público vem regulado em vários diplomas normativos, desde a Constituição até leis ordinárias e complementares. Aqui tratar-se-á dos aspectos mais importantes sobre o tema discorrido na legislação.
O art. 21 da Constituição atribui a União o papel de fiscalizadora das operações de crédito público, e o art. 22 deixa a cargo da mesma a competência privativa para legislar sobre o assunto.
A função de fiscalizar atribuída a União é exercida pelo Ministério da Fazenda, que tem essa competência amparada pelo art. 32 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que tal órgão verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação. E que os entes devem encaminhar seu pleito fundamentado técnico e juridicamente, demonstrando o interesse social e econômico, a existência de autorização prévia em lei orçamentária, inclusão no orçamento dos recursos e observância dos limites e condições fixados pelo Senado.
Em seu art. 52, a Carta Magna estabelece que compete privativamente ao Senado Federal:
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal
Como se vê pela leitura do artigo retrotranscrito, o Senado deve dar o aval para serem realizados os contratos de créditos envolvendo entidades externas. Bem como, fixar até que ponto o Poder Executivo pode comprometer o orçamento com o pagamento de dívidas e juros e as condições sob as quais serão realizadas essas operações de crédito.
 O Senado editou em 2007, a Resolução Nº 48 que estabelece os limites globais para operações de crédito e concessão de garantia nessas operações.
O art. 6° dessa Resolução, alude ao limite estabelecido no art. 167, inciso III, da Constituição, de que as operações de créditos não devem exceder o montante das despesas de capital, com exceção dos créditos suplementares ou especiais. 
A citada Resolução fixa como critério de verificação desse limite, o previsto no art. 32, § 3° da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que nas despesas de capital não serão computados os empréstimos e financiamentos com o intuito de promover incentivo fiscal para fins de fixação do limite das operações de crédito.

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