AV1 - parte 1 - Psicomotricidade - @fisiolia

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"Articule os principais conceitos estudados na disciplina (noção de psicomotricidade, condutas/fatores psicomotores, desenvolvimento humano, intervenções em psicomotricidade), relacionando-os com a importância da disciplina para a prática em Fisioterapia."
Quando se fala em psicomotricidade a primeira referência para alguns são as atividades realizadas na escola como massa de modelar ou pula pula. Porém, a ela abrange diversos aspectos, ela é uma ciência que estuda o homem e seu corpo projetando a relação como o mundo interno e externo envolve o emocional, do físico, do cognitivo… Desde a vida uterina, pois nessa fase aspectos e habilidades já começam a ser desenvolvidos como o conhecimento espaço-temporal; Além do principal fator: a formação do corpo e suas estruturas como o sistema nervoso (sendo relevante nessa área). 
Uma vertente para o estudo da psicomotricidade é pensando no desenvolvimento humano, nesse caso inclui-se as diversas teorias sobre o processo desse desenvolvimento e as perspectivas como a biológica (singulariza o desenvolvimento como algo do corpo excluindo as relações sociais). Além das perspectivas (biológica, contextual, aprendizagem, psicodinâmica e cognitivo-desenvolvimental) também existem grandes autores contribuintes como Wallon, Ajuriaguerra, Luria… 
Completando o conhecimento do desenvolvimento humano, faz-se necessário considerar os micro e macro aprendizados, ou seja, ao comparar uma criança de 1 ano e outra de 8 existem diversas capacidades cognitivas, sociais, motoras e comportamentais que foram desenvolvidas. Há o desenvolvimento no sentido céfalo-caudal e próximo-distal. Por isso, a primeira não teria sua coordenação motora fina totalmente especificada e muitos outros pontos. 
Considerando que o desenvolvimento da criança é progressivo e envolve seu social, psicológico e estimulação motora e percebendo que existe uma escala progressiva de avanços conforme os meses e anos de vida, pode o fisioterapeuta ensinar tarefas psicomotoras de coordenação motora fina ou mais específicas para crianças de com 1 ano? 
 A resposta seria não, a psicomotricidade possui 4 campos de intervenção: a estimulação que é realizada com bebês e crianças antes da fase escolar, a educação psicomotora que é trabalhada por pais e professores na escola, a reeducação que assimila o que não foi trabalhado nas fases anteriores e por fim a terapia psicomotora que trata indivíduos com conflitos profundos. 
Uma criança de um ano geralmente convive com seus pais e parentes e estes assim como o fisioterapeuta devem se certificar se suas habilidades estão próximas as etapas do desenvolvimento, pois os estímulos precoces podem criar uma série de distúrbios psicológicos. Um exemplo seria o andador, a criança deveria andar apenas com essa habilidade, porém o andador cria essa autonomia fora do tempo. Mas afinal quais são as formas de atender um paciente segundo a psicomotricidade? Através dos meios de intervenção é possível trabalhar os fatores psicomotores, alguns seriam: 
1. Relaxação: O relaxamento é uma conduta psicomotora funcional global, existem diversas técnicas de relaxação como de Jacobson,Schultz, Bergés. A relaxação ajuda a estabelecer um melhor esquema corporal. 
O esquema corporal é fundamental na psicomotricidade pois é ligado a percepção do seu próprio corpo existem agnosias que afetam como a asomatognosia. Ajuriaguerra realizou uma pesquisa sobre como o esquema corporal muda conforme a idade, no início a criança desenha as garatujas evoluindo para o uso de roupas e itens do meio social. Isso é fundamental para o tratamento do paciente, para realização dos exercícios e atividades, é importante conhecer seu corpo, ter os bons aspectos globais.
2. Jogos, brinquedos e brincadeiras: Os fisioterapeutas podem utilizar para trabalhar aspectos motores e até mesmo psicológicos (ex.: autoconfiança). A criança quando brinca de “casinha” estabelece seu padrão familiar, se sua mãe sai de casa para trabalhar ela reproduz esse efeito. Essa parte de reproduzir certos aspectos faz parte da personalidade das crianças, porém elas copiam aquilo que é parecido com suas habilidades, ou seja, se ela sabe que não tem habilidade para esportes ela não reproduz. Os jogos e brincadeiras trabalham o corpo, os movimentos, lateralidade, reconhecimento do espaço, companheirismo, relacionamentos...
3. Psicomotricidade relacional: Utilizaria a intervenção clínica e desenvolveria as habilidades sociais e emocionais da criança, expressando seus conflitos relacionais. 
4. Ramain Thiers: As crianças realizam trabalhos e atividades, os desenhos são feitos em lápis de várias cores para quando a criança erre ela troque a cor do lápis ao invés de utilizar a borracha, para simular a vida onde erros não podem ser apagados.
5. Clínica psicomotora: O aprendizado estaria ligado ao corpo, o criador da prática dizia que ao invés das crianças escreverem para aprender o alfabeto poderiam utilizar seu corpo para imitar a letra. 
Ainda sobre algumas das técnicas de intervenção da psicomotricidade dois pontos são muito discutidos: o corpo e a aprendizagem. O primeiro é entendido como um integrador das habilidades motoras e também como um produtor dos conhecimentos (aprendizagem), ou seja, ações realizadas com o corpo ajuda as pessoas a aprenderem e essa aprendizagem viria pelas experiências e a memorização das mesmas. 
Esses conceitos sobre aprendizagem, memória, lateralidade e atenção ocorrem por uma série de mecanismos cerebrais; Luria foi citado anteriormente devido as suas teorias e é uma referência no estudo das unidades cerebrais, ele dividiu as estruturas cerebrais em 3 partes: a primeira que seriam estruturas do centrais, para atenção/alerta; a segunda seriam mais ligadas às áreas de brodmann para percepção e por fim a terceira ligada à região frontal do cérebro para planejamento da ação motora.
Conclui-se que a ação do fisioterapeuta com a psicomotricidade trabalha todos esses aspectos, após uma avaliação e análise de vários aspectos, globais, estruturais do paciente e utiliza as técnicas e métodos para preencher lacunas, estimular, educar, recuperar...