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09/10/2019 1 ANOTAÇÃO: Para alterar a imagem no slide, selecione e exclua a imagem. Em seguida, use o ícone Imagens no espaço reservado para inserir sua própria imagem. CONTINÊNCIA URINÁRIA E INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA Andreza Rabelo Fisioterapeuta pós graduada em Acupuntura-INCISA e em Saúde da Mulher - UNAERP Mestre em Ciências da Saúde - UFS Doutora em Ciências da Saúde - UFS CONTINÊNCIA Palavra usada para descrever a capacidade normal de uma pessoa normal acumular urina e fezes, com controle consciente sobre o tempo e lugar. CONTINÊNCIA URINÁRIA Mantida pelo funcionamento adequado e coordenado do detrusor e das estruturas uretrais; Necessita pressão intrauretral seja maior do que a pressão intravesical no repouso e nos esforços. Integridade antômica e fisiológica do trato urínário baixo (neurológico e funcionamento vesicouretral) CONTINÊNCIA URINÁRIA Estabilidade Vesical Pressão intra- uretral CONTINÊNCIA URINÁRIA CONTINÊNCIA URINÁRIA Fatores que determinam a pressão intra-uretral no repouso: 1) Tônus da musculatura lisa (esfíncter interno) 2) Tônus da musculatura estriada (esfíncter externo) - sujeito a traumas 3) Vascularização da submucosa da uretra (complexo arteriovenoso) - enchimento desses vasos melhora a coaptação da mucosa - aumentando a pressão uretral no repouso. CONTINÊNCIA URINÁRIA Fatores que determinam a pressão intrauretral no esforço: 1) Aumento da pressão intra-abdominal – necessidade fechamento uretral; 2) Contração ativa e reflexa da musculatura estriada. 09/10/2019 2 CICLO DA MICÇÃO Fase de Armazenamento/Continência Fase de Esvaziamento/Micção FASES DA MICÇÃO ARMAZENAMENTO VESICAL Inicia-se após cada micção Combinação de propriedades passivas da bexiga e sua inervação Complacência vesical e acomodação vesical Inibição do SNC sobre o centro sacral e o músculo detrusor Predomínio do SNP simpático e do SNP somático Capacidade de acumular urina à baixas pressões Armazenamento Vesical Pressão interna da bexiga não se altera significativamente (menos de 15 cmH²O); Pressão intra-uretral > Pressão intra-vesical; Predomínio SN Simpático; Relaxamento detrusor; Contração esfincteriana. Armazenamento Vesical FASES DA MICÇÃO ESVAZIAMENTO VESICAL Inicia-se com o término da atividade eferente do nervo pudendo Há ativação excitatória do SNC sobre o SNP parassimpático Causando relaxamento da uretra e contração do detrusor Esvaziamento Vesical Redução da pressão intra-uretral, com relaxamento da musculatura estriada uretral e assoalho pélvico; Pressão intra-uretral < Pressão intra-vesical; Predomínio SN Parassimpático Contração detrusor Relaxamento uretral e A.P 09/10/2019 3 Esvaziamento Vesical ANOTAÇÃO: Para alterar a imagem no slide, selecione e exclua a imagem. Em seguida, use o ícone Imagens no espaço reservado para inserir sua própria imagem. INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA INCONTINÊNCIA URINÁRIA Terminologia padronizada pela ICS; 1988 – perda involuntária de urina, demonstrada objetivamente, que determina problemas sociais e de higiene; 2002 – perda involuntária de urina. Etiologia da IU Etiologia multifatorial; Fatores mecânicos, hormonais, neurológicos e alterações bioquímicas; • Anormalidades na funcionalidade e inervação do assoalho pélvico e das estruturas conectivas. Etiologia da IU Gravidez: - Fatores hormonais e mecânicos; - Aumento dos níveis séricos de progesterona e relaxamento da musculatura lisa; - Hormônio relaxina e relaxamento do AP; - Elevação da pressão intra-abdominal pelo aumento do volume uterino que se transmite á bexiga; - Aumento da frequência miccional; - IUE elevada, mas normalmente transitória (gestantes: até 67%, puerpério: 14%); - - Maior prevalência da IU em pacientes que tiveram de um a três partos do que nulíparas. Etiologia da IU Parto vaginal: - Trauma na região do AP; - Lesões totais ou parciais do nervo pudendo, determinando menor tônus da uretra e dos MAP; - Incidência maior na pacientes multíparas do que nas nulíparas; - Episiotomia (uso questionado; Maior índice de IU; Contração perineal torna-se debilitada ou ausente, provocando assimetria na contração muscular e na função de sustentação). 09/10/2019 4 Etiologia da IU Etiologia da IU Obesidade: - Eleva a pressão exercida sobre o conteúdo vesical, potencializando ainda mais a ineficiência dos mecanismos de compensação do AP; Cirurgias abdominais ou pélvicas prévias: - Cirurgias para corrigir prolapsos ou incompetência uretral esfincteriana; - Fibrose local, lesão do mecanismo intrínseco. Etiologia da IU Fatores neurológicos: - Qualquer doença neurológica que afete inervação do AP; - Espinha bífida – paralisia flácida dos MAP Idade: - Hipoestrogenismo (alteração do tecido conjuntivo; atrofia das estruturas; relaxamento dos elementos de suporte do períneo; diminuição da vascularização da mucosa; queda da pressão de fechamento uetral. Etiologia da IU Etiologia da IU Alterações da síntese de colágeno: - A composição bioquímica do colágeno nas mulheres incontinentes é diferente dos grupos continentes; - Alteração da relação colágeno-elastina; - Mulheres com PG e IU apresentam alterações quantitativas e qualitativas do colágeno nos tecidos de suspensão e sustentação dos órgãos pélvicos, formando fibras menos elásticas, que suportam menos tensão e estiramento. Etiologia da IU Tabagismo: - Pneumonia/tosse crônica do fumante (danos as sustentações uretrais e vaginais pela tosse crônica; Contração do músculo detrusor pela nicotina; Alterações na síntese e na qualidade do colágeno). Profissionais que exigem levantamento e transporte de peso: - Podem acarretar um aumento constante da pressão intra-abdominal, comprometendo a qualidade do AP. 09/10/2019 5 Etiologia da IU Atletas Constipação Causas temporárias da IU: ITU; infecção ou irritação vaginal; efeitos colaterais de remédios, constipação. Etiologia da IU Alain Bourcier (2004) Atividade física → Incontinência urinária Classificação da IU Principais tipos de IU: IUE (43%): hipermobilidade uretral (31%); deficiência esfincteriana intrínseca; IUU (27%); IU mista (19%); Inconsciente: perda urinária sem urgência ou reconhecimento consciente do extravasamento. Outras causas: I por transbordamento; I reflexa; I extra uretral. IU DE ESFORÇO Perda involuntária de urina que ocorre quando a pressão intravesical excede a pressão uretral máxima na ausência de contração do detrusor; Aumento da pressão abdominal por manobras de esforço → ↑ pressão intravesical; Pode ser de 2 tipos: - Insuficiência esfincteriana intrínseca; - Hipermobilidade uretral. IU DE ESFORÇO Insuficiência esfincteriana intrínseca: - O esfíncter uretral paradoxalmente se abre durante os períodos de pressão intra-abdominal aumentada e a junção uretrovesical fica relativamente imóvel com o esforço; - Fechamento uretral insuficiente; - Perda de urina contínua ou aos exercícios mínimos; - PPE <= 60 mmHg. IU DE ESFORÇO Hipermobilidade uretral - Descida do colo vesical e uretra proximal durante o aumento da pressão abdominal; com isso não há a transmissão desse aumento de pressão para a uretra proximal, causando perdas urinárias; - Perda de apoio anatômico de bexiga e uretra – enfraquecimento do AP; - PPE > 90 cm H2O. 09/10/2019 6 IUU Perda involuntária de urina após um forte desejo miccional, devido a contração involuntária do detrusor; Caracteriza-se pela presençade atividade do detrusor na fase de enchimento do ciclo miccional; Formas: neuropática – hiperreflexia do detrusor, ou idiopática Sinônimos: Bexiga instável, instabilidade do detrusor, bexiga hiperativa, hiperatividade detrusora, hiperatividade vesical; Manifestações clínicas: urgência miccional; urge-incontinência; noctúria; enurese noturna; polaciúria. IU mista Ocorre a associação entre a IUE e a de urgência; Os sintomas decorrem da hiperatividade do detrusor e da IUE. Incontinência por Transbordamento Conhecida como BEXIGA NEUROGÊNICA; Está associada a distensão vesical, mas na ausência de atividade do detrusor; Ocorre quando se atinge os limites de distensibilidade ou complacência da bexiga; Falta de capacidade da fibra muscular. do detrusor apresentar contração; Leva a um volume residual de urina importante; Lesões neurológicas que levam a arreflexia vesical, ou em situações de distensão crônica da bexiga (ex: diabetes). Incontinência Reflexa É a perda de urina devido o excesso de atividade do detrusor (hiperreflexia do detrusor) ou relaxamento uretral involuntário na ausência de qualquer desejo percebidos pelos sentidos da micção; Alterações neurológicas (ex: paraplégicos – a bexiga se esvazia de modo incompleto e sem um controle consciente adequado). Incontinência Extrauretral É a perda de urina por outros canais além da uretra; Ocasionam perdas contínuas; Distúrbio congênito (ureter ectópico – ureter anômalo escoando na vagina); Fístulas urinárias – fístula entre a bexiga ou uretra e a vagina devido resultado de cirurgia pélvica; Tratamento: cirurgia reconstrutiva. Tratamento Medicamentoso na IU Apesar de a epinefrina e a acetilcolina serem, respectivamente, os neurotransmissores mais conhecidos das inervações simpáticas e parassimpáticas, sabe-se hoje que outras substâncias químicas encontram-se envolvidas nessa transmissão; Dentre outros, destacam-se o ATP, as prostaglandinas, alguns peptídios (opioides, polipeptídio intestinal vasoativo [VIP], substância P, neuropeptídio Y), a somatostatina, a bradicinina e o ácido gama- aminobutírico; O que explica por que a manipulação simples dos receptores colinérgicos e adrenérgicos nem sempre faz surtir o efeito desejado. 09/10/2019 7 Tratamento Medicamentoso na IU Podem-se empregar medicamentos que aumentem ou diminuam a contratilidade dos músculos envolvidos nas etapas de armazenamento e esvaziamento de bexiga; Como os próprios neurotransmissores e seus inibidores naturais não têm aplicação clínica na prática, devido aos seus efeitos sistêmicos e à sua rápida inativação, utilizam-se fármacos com ações semelhantes, mais duradouras e com menos efeitos colaterais. Tratamento Medicamentoso na IU Substâncias que aumentam a resistência uretral: Medicamentos que estimulam o sistema simpático ou seus neurorreceptores alfa- adrenérgicos aumentariam o tônus da musculatura lisa uretral, e isso se refletiria na prática com um aumento na resistência uretral; Estes fármacos podem ser utilizados no tratamento coadjuvante das incontinências urinárias, secundárias ao fator uretral; Temos: - Agonistas adrenérgicos: Estimulam diretamente os neurorreceptores alfa e beta-adrenérgicos, mas também liberam norepinefrina nas terminações nervosas. O efeito predominante é alfa-adrenérgico, resultando em aumento da resistência uretral. - Estrógenos: Melhoram a estimulação dos receptores alfa-adrenérgicos e a proliferação da mucosa uretral. Tratamento Medicamentoso na IU Substâncias que diminuem a resistência uretral: O emprego de bloqueadores alfa-adrenérgicos diminui a resistência uretral por relaxamento da musculatura lisa, permitindo micção mais efetiva. Do mesmo modo, o bloqueio da musculatura estriada, com o uso de relaxantes musculares, também diminuirá a resistência uretral. Temos: - Bloqueadores alfa-adrenérgicos; - Relaxantes musculares. Tratamento Medicamentoso na IU Substâncias que aumentam a atividade do detrusor: A contração vesical é mediada, sobretudo, pela acetilcolina, via estimulação dos receptores muscarínicos no detrusor, o que justificaria a utilização de substâncias com efeito colinérgico. Têm como principal indicação o tratamento clínico da hipocontratilidade do detrusor. Temos: - Agentes anticolinesterásicos; - Prostaglandinas; - Antagonistas narcóticos. Tratamento Medicamentoso na IU Substâncias que diminuem a atividade vesical: atuam diminuindo a contração detrusora. Temos: - Agentes anticolinérgicos (ex: detrusitol, vesicare); - Agentes de ação direta (ex: vertix); - Agentes com ação mista (oxubutinina – ex: retemic, incontinol); - Substâncias que inibem as prostaglanidinas; - Substâncias agonistas de receptores beta-adrenérgicos; - Antidepressivos tricíclicos; - Inibidores de canal de potássio; - Duloxetina; - Medicamentos intravesicais (oxibutinina, toxina botulínica); Tratamento Cirúrgico na IUE A COLPOSSUSPENSÃO mantém sucesso a longo prazo, embora a recorrência possa se dar como em qualquer procedimento. A modalidade aberta é considerada efetiva e duradoura no tratamento da IUE (grau de evidência A); Após o surgimento e a demonstração de sua eficácia semelhante, os SLINGS AUTÓLOGOS E SINTÉTICOS substituíram a colpossuspensão com menor morbidade. Nos últimos anos, segundo Ward e Hilton (2004), essa opção cirúrgica superou a colpossuspenção como o tratamento padrão-ouro, pois tem taxas de cura comparáveis, são menos invasivas e com retorno mais rápido à atividade normal; Com base na literatura e na evidência científica, o sling autólogo de fáscia de reto abdominal pode ser considerado padrão-ouro no tratamento da IUE, com nível 1 de evidência e grau de recomendação A. 09/10/2019 8 Tratamento Cirúrgico na IU Feminina Copossuspensão à Burch Tratamento Cirúrgico na IU Feminina Existe na prática clínica algumas técnicas de cirurgia com o Sling. Sling sintético de polipropileno Tratamento Cirúrgico na IU Feminina Sling sintético transobturatório com faixa de polipropileno (TOT) Tratamento Cirúrgico na IU Feminina O Sling de incisão única (SIS) ou Mini-Sling tem o objetivo de minimizar os riscos da passagem cega de agulhas presente no sling retropúbico e no TOT, o que pode causar lesões de órgãos, vasculares ou nervosas (dor nos slings TOT). Trata-se de uma faixa bem mais curta que é inserida, por meio de kits, na fáscia pubocervical bilateralmente. OBRIGADA Dra. Andreza Rabelo Especializada em Saúde da Mulher, Pós graduada em Acupuntura; Mestre em Ciências da Saúde; Doutora em Ciências da Saúde. e-mail: andrezinharabelo@yahoo.com.br
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