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AVALIAÇÃO- História do Teatro Antigo e Moderno

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Exercícios de avaliação História do Teatro Antigo e Moderno
Questões de múltipla escolha
Questão 1: Sobre o teatro grego podemos afirmar que (marque com um X apenas DUAS questões):
a. Era um evento patrocinado pela aristocracia religiosa (basileus), do qual ficavam de fora das apresentações seus rivais, os chamados demos. ( )
b. A primeira manifestação teatral na Grécia Antiga foi a tragédia, apresentada por diversos poetas dramáticos nos festivais, chamados Grandes Dionisíacas, em Atenas. ( )
c. Eram apresentadas, por autor, três tragédias e uma peça satírica em cada edição do Festival Grandes Dionisíacas. ( )
d. O Festival tinha por objetivo entreter o público, sendo patrocinado pelo Estado grego, cujo mote era o famoso “pão e circo”. ( )
e. A tragédia gerava no público uma espécie de frenesi, um transe catártico, no qual os espectadores gritavam até desfalecerem de terror em decorrência do que estavam assistindo. ( )
Questão 2: Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações:
a. Para o teatro ia todo tipo de gente, a fim de poder ter prazer em assistir a acontecimentos tristes e dolorosos, que, ao fim e ao cabo, lhes ensinava muito sobre a vida em sociedade. ( )
b. Ao se identificarem com o herói, os espectadores acabavam sofrendo com a sua punição pelos deuses, ao experimentarem por analogia empática as emoções de terror e piedade, as quais eram fundamentais aos propósitos catárticos do espetáculo. ( )
c. Os ritos catárticos eram procedimentos muito comuns na Grécia Antiga, intimamente relacionados ao exercício das leis nascentes e à purificação de paixões violentas, desmesuras causadas pelo delírio frenético (mania), cujas consequências certamente seriam desordens na vida social. ( )
d. O homem grego vivia sob um regime muito rigoroso de conduta moral e, por isso, ia ao teatro para poder se libertar dessas regras, pelo menos uma vez por ano. ( )
e. No teatro, sacrifícios eram feitos aos deuses e, depois destes, as Festividades incluíam ritos permeados por danças e vinho, podendo o público, inebriado, ultrapassar o metrón e esquecer por alguns momentos a “justa medida”. ( )
Questão 3: Sobre o herói grego, podemos dizer que (marque com um X apenas UMA questão):
a. Deveria, na verdade, ser conhecido como vilão, pois cometia atos vis, relacionados a defeitos de caráter ou ambição desmedida e, por isso, era punido pelos deuses. ( )
b. Eram reis e deuses, que, por cometerem atos proibidos, eram punidos por leis do Estado grego. ( )
c. Eram nobres, nem bons, nem maus, que, por alguma falta cometida por seus antepassados, deveriam pagar as consequências dos atos de seus ancestrais. ( )
d. Eram homens comuns que, por inveja dos deuses, tentavam imitá-los, despertando nestes ciúmes (nêmesis) e, consequentemente, sendo alvo de maldições divinas. ( )
e. Eram nobres ou deuses, de caráter elevado, que, nem muito bons, nem muito maus, cometiam alguma falta (hamartía) contra os deuses, muitas vezes de maneira inconsciente, o que provocava a nêmesis divina e colocava o destino cego (moira) em ação. ( )
Questão 4: A estrutura dramatúrgica da tragédia pode ser resumida como (marque com um X apenas UMA questão): 
a. Hamartía – nêmesis – moira – metabolé. ( )
b. Moira – hamartía – nêmesis – metabolé. ( )
c. Nêmesis – hamartía – metabolé – moira. ( )
d. Hamartía – metabolé – moira – nêmesis. ( )
e. Metabolé – hamartía – nêmesis – moira. ( )
Para a realização de algumas questões relativas à aula 2, é necessária a leitura das peças indicadas na bibliografia da disciplina (a saber: Prometeu Acorrentado, de Ésquilo; Édipo Rei, de Sófocles; Medeia, de Erípedes.).
Questão 5: Marque a ÚNICA opção ERRADA
a. O Teatro de Epidauro foi reformado no século IV a.c. para substituição dos revestimentos de madeira das áreas de representação e recepção por pedra, e para ampliação do número de assentos. ( )
b. As máscaras da tragédia se diferenciavam pela expressão facial e tinham como propósito impressionar os espectadores pela riqueza de detalhes expressivos, que individualizavam as personagens da trama. ( )
c. As cores e os adereços tinham grande importância para situar os espectadores em relação às categorias de idade e função social das personagens. ( )
d. A acústica dos teatros gregos era perfeita devido ao declive de sua arquitetura e por estarem encrustados em terreno de pedra. Porém, ela se tornava ainda melhor pelo uso de máscaras cênicas e a partir da construção dos teatros de mármore. ( )
e. Nas primeiras tragédias, os atores atuavam no espaço da orkhêstra, junto ao coro/ corifeu, seu principal interlocutor. ( )
Trecho de Prometeu Acorrentado:
CORO
Senhores novos mandam lá no Olimpo; 
impondo novas leis Zeus já exerce 
poderes absolutos e destrói 
a majestade das antigas leis.
(...)
CORIFEU 
E por quem o destino é governado? Dize! 
PROMETEU 
Pelas três Parcas e também pelas três Fúrias,
cuja memória jamais esquece os erros.
CORIFEU 
Os poderes de Zeus, então, cedem aos delas? 
PROMETEU 
Nem ele mesmo pode fugir ao Destino.
(...)
IO 
Poderá Zeus um dia cair de seu trono?
PROMETEU 
Seria indizível a tua ventura 
se ainda visses esse evento – penso eu. 
IO 
Não tenhas dúvida, pois Zeus é responsável 
por todas estas aflições que estou sofrendo. 
PROMETEU 
Fica sabendo: sua queda ocorrerá.
IO 
E quem lhe tirará o cetro de tirano? 
PROMETEU 
O próprio Zeus o perderá por vaidade.
Questão 6: Marque a ÚNICA opção ERRADA:
a. O drama do teatro de Ésquilo é uma luta desesperada entre as trevas e a luz, entre a moira, o destino cego, e a dike, a justiça. ( )
b. Em suas tragédias, as personagens existem em função da fábula, e não o contrário. ( )
c. Prometeu, o onisciente, não tem a onipotência de Zeus; este, porém, não tem o alcance de visão de Prometeu, que sabe que um dia também Zeus cairá por não ter ele também respeitado a justa medida. ( )
d. Nas tragédias de Ésquilo, a importância do coro é reduzida, já que, por exemplo, heróis como o semideus Prometeu sabem de tudo o que ocorrerá e não precisam ser advertidos por ninguém. ( )
e. Prometeu e Io são testemunhas da crueldade de Zeus, que infringe leis antigas, como um tirano, o que o levará à queda, pois todos, inclusive os deuses olímpicos, devem obedecer às leis sagradas. ( )
Trecho de Édipo Rei
SACERDOTE (CORIFEU)
(...) E agora, Édipo, senhor onipotente, 
viemos todos implorar-te, suplicar-te: 
busca, descobre, indica-nos a salvação, 
seja por meio de mensagens de algum deus, 
seja mediante a ajuda de um simples mortal, 
pois vejo que os conselhos de homens mais vividos 
são muitas vezes oportunos e eficazes.
(...)
CREONTE (trazendo a mensagem do oráculo)
Teremos de banir daqui um ser impuro 
ou expiar morte com morte, pois há sangue 
causando enormes males à nossa cidade. 
(...)
Ele (Rei Laio) foi morto: o deus agora determina 
que os assassinos tenham o castigo justo, 
seja qual for a sua posição presente.
(...)
ÉDIPO
E se ele convive comigo sem que eu saiba, 
invoco para mim também os mesmos males 
que minhas maldições acabam de atrair 
inapelavelmente para o celerado!
(...) 
hei de lutar por ele como por meu pai 
e tomarei as providências necessárias
São suas os vaticínios que o levaram à punição:
E quanto aos desobedientes, peço aos deuses 
que a terra não lhes dê seus frutos e as mulheres 
não tenham filhos deles, e sem salvação 
pereçam sob o peso dos males presentes 
ou vítimas de mal muitas vezes maior.
(...)
TIRÉSIAS
Minha cegueira provocou injúrias tuas. 
Pois ouve: os olhos teus são bons e todavia 
não vês os males todos que te envolvem, 
nem onde moras, nem com que mulher te deitas. 
Sabes de quem nasceste? És odioso aos teus, 
aos mortos como aos vivos, e o açoite duplo 
da maldição de tua mãe e de teu pai 
há de expulsar-te um dia em vergonhosa fuga 
de nossa terra, a ti, que agora tudo vês 
mas brevemente enxergarás somente sombras!
(...)
Também ignoras muitas outras desventuras 
que te reduzirão a justas proporções 
e te farão igual aos filhos que geraste.(...)
CREONTE
Se crês que a intransigência cega é um bem, enganas-te.
(...)
Por que motivo, então, me tentaria o trono 
mais que essa onipotência livre de percalços? 
Não sou ainda cego, a ponto de almejar 
mais que a influência e o proveito consequente.
(...)
ÉDIPO
Que homem poderia ser mais odiado 
pelos augustos deuses? Estrangeiro algum, 
concidadão algum teria o direito 
de receber-me em sua casa, de falar-me; 
todos deveriam repelir-me. 
E o que é pior, fui eu, não foi outro qualquer, 
quem pronunciou as maldições contra mim mesmo.
Questão 7: Marque a ÚNICA opção ERRADA:
a. Em Édipo Rei, de Sófocles, o herói decide desafiar o oráculo de Delfos para fugir ao destino proclamado pelos deuses, e é essa sua vontade consciente o motor da realização do destino que os deuses lhe tinham reservado. ( )
b. Édipo, ao contrário de Prometeu, é onipotente como Rei de Tebas, mas inconsciente de sua própria história de vida e, consequente, do destino que o aguarda. ( )
c. Seu caráter é o motor da fábula, traço marcadamente distinto em relação aos heróis das tragédias de Ésquilo. ( )
d. Édipo, no entanto, consegue burlar as leis divinas, ao fugir da casa de seus pais, ensinando-nos que a vontade consciente é o caminho para a felicidade. ( )
e. Ao introduzir o terceiro ator em cena, Sófocles diminui a presença do coro, marcando um caminho progressivo em direção à independência cada vez maior das decisões humanas em relação aos deuses. ( )
Trecho de Medeia
AMA (o destino é um acaso?)
Saindo da casa de MEDEIA.
Ah! Se jamais os céus tivessem consentido
que Argó singrasse o mar profundamente azul
entre as Simplégades, num voo em direção
à Cólquida, nem que o pinheiro das encostas
do Pélion desabasse aos golpes do machado
e armasse assim com os remos as mãos dos varões
valentes que, cumprindo ordens do rei Pelias,
foram buscar o raro velocino de ouro!
Não teria Medeia, minha dona, então,
realizado essa viagem rumo a Iolco
com o coração ardentemente apaixonado
por Jáson, nem, por haver convencido as filhas
de Pelias a matar o pai, viveria
com Jáson e com seus dois filhos nesta terra,
Corinto célebre.
(...)
MEDEIA
Do interior.
Pobre de mim! Que dor atroz! Sofro e soluço
demais! Filhos malditos de mãe odiosa,
por que não pereceis com vosso pai? Por que
não foi exterminada esta família toda?
(...)
MEDEIA (não é ciúmes, é honra)
Dirigindo-se ao CORO.
Não, por minha soberana,
pela deusa mais venerada e que escolhi
para ajudar-me – Hecate, que entronei no altar
de minha gente –: nenhum deles há de rir
por ter atormentado assim meu coração!
Quero que se arrependam de seu matrimônio
amargamente, e amargamente se arrependam
de sua aliança e de meu iminente exílio.
(...)
JÁSON (e a misoginia)
Se não te devorasse este ciúme enorme,
nem tu censurarias a minha conduta.
Mas as mulheres são assim; nada lhes falta
se o leito conjugal é respeitado; se ele
recebe um dia o menor golpe, então as coisas
melhores e mais belas vos parecem péssimas.
Se se pudesse ter de outra maneira os filhos
não mais seriam necessárias as mulheres
e os homens estariam livres dessa praga!
(...)
MEDEIA
Que ninguém me julgue 
covarde, débil, indecisa, mas perceba 
que pode haver diversidade no caráter: 
terrível para os inimigos e benévola 
para os amigos. Isso dá mais glória à vida.
MEDEIA 
Matando-os, firo mais o coração do pai. 
CORIFEU 
E tornas-te a mulher mais infeliz de todas.
MEDEIA (o Drama da vontade e da paixão)
Ai de mim! Ai de mim! Por que voltais os olhos 
tão expressivamente para mim, meus filhos? 
Por que estais sorrindo para mim agora 
com este derradeiro olhar? Ai! Que farei? 
Sinto faltar-me o ânimo, mulheres, vendo 
a face radiante deles… Não! Não posso! 
Adeus, meus desígnios de há pouco! Levarei 
meus filhos para fora do país comigo. 
Será que apenas para amargurar o pai 
vou desgraçá-los, duplicando a minha dor? 
Isso não vou fazer! Adeus, meus planos… Não! 
Mas, que sentimentos são estes? Vou tornar-me 
alvo de escárnio, deixando meus inimigos 
impunes? Não! Tenho de ousar! A covardia 
abre-me a alma a pensamentos vacilantes. 
Ide para dentro de casa, filhos meus!
(...)
Vai, minha mão detestável! 
Empunha a espada! Empunha-a! Vai pela porta 
que te encaminha a uma existência deplorável, 
e não fraquejes! Não lembres de todo o amor 
que lhes dedicas e de que lhes deste a vida! 
Esquece por momentos de que são teus filhos, 
e depois chora, pois lhes queres tanto bem 
mas vais matá-los! Ah! Como sou infeliz!
MEDEIA (Apontando para as crianças mortas.)
Elas já não existem. Sofrerás por isso. 
JÁSON 
Existem para atormentar-te em teu remorso. 
MEDEIA 
Os deuses sabem a quem cabe toda a culpa.
(...)
Hoje lhes falas, queres afagá-los;
até há pouco nem os procuravas.
Questão 8: Marque a ÚNICA opção ERRADA:
a. Medeia, um dos personagens mais marcantes do teatro grego, é por muitos estudiosos considerada como uma mulher ferida pelo desprezo do marido e pelo ciúme, e, portanto, como um instrumento dos deuses para castigar o comportamento ímpio de Jasão. Por esse motivo, pode ser considerada mais uma figura trágica do que uma heroína trágica propriamente dita. ( )
b. Outros autores consideram-na heroína trágica, personalidade sobre humana, como denota a Medeia ex machina do final do texto, sobre o carro do Sol, dispondo sobre o destino das demais personagens e ocupando exatamente a função dos deuses em outras tragédias. ( )
c. Há, a meio caminho de ambas as afirmações acima, a tese de que Medeia é a estrangeira versada nas ciências mágicas, a feiticeira que domina as drogas e subjuga seus inimigos, sendo indiscutível seu pendor ao heroísmo, entendido como valorização da honra e busca de reconhecimento. ( )
d. Eurípedes foi um homem extremamente misógino, ao colocar em cena personagem feminina tão terrível, capaz de, por ciúmes, matar seus próprios filhos para vingar-se do ex-marido. ( )
e. A personagem da ama, serviçal de Medeia e impensável nas tragédias dos autores anteriores a Eurípedes, abre a peça colocando a responsabilidade sobre os acontecimentos narrados no colo de tiké, o acaso, aos poucos considerado um novo deus na cultura grega. ( )
Questão 9: Marque a ÚNICA opção CORRETA:
a. A comédia originou-se dos cantos de louvor ao deus Dionísio, deus do vinho e da fertilidade, os chamados ditirambos. ( )
b. A comédia nasce do mesmo rito do qual originou-se a tragédia, porém separa-se dela por seu caráter mais carnavalesco, zombador e orgiástico. ( )
c. A comédia nasce de um ritual distinto ao da tragédia, este, mais ligado a aspectos apolíneos do que dionisíacos. ( )
d. A comédia e a tragédia nascem nos palcos das Grandes Dionisíacas, festivais que aconteciam na cidade de Esparta, no mês de janeiro. ( )
e. A tragédia e a comédia ocorriam em festivais distintos. A primeira, nas chamadas Leneias, durante o mês de janeiro; a segunda, nas Grandes Dionisíacas, no mês de janeiro. ( )
Questão 10: Marque a ÚNICA opção CORRETA:
a. Na comédia, os atores utilizavam máscaras e coturnos, pois os teatros de pedras construídos no período helenístico demandavam uma ampliação das dimensões físicas do corpo do ator, por serem imensos, tendo capacidade para até 14 mil espectadores. ( )
b. Na comédia Antiga, não havia mais a presença do coro e os atores representavam em uma plataforma, que se projetava em direção ao público, o chamado logeion. ( )
c. Na comédia de Aristófanes, vemos muitos tipos caricatos, tais como: trapaceiros, ladrões, alcoviteiras, cortesãs, fanfarrões e aduladores, parasitas e bêbados e maridos enganados. ( )
d. A sátira presente nas comédias de Aristófanes foi a precursora da caricatura política e do cabaré. ( )
e. A Comédia Nova, de Menandro, assume características dos chamados komasts, apresentando elementos carnavalescos e humor grosseiro e licencioso em cena. ( )
Trecho de Lisístrata, de Aristófanes
(...)
LISÍSTRATA - Não com meu plano. Reuniremos todas as mulheres da Grécia, incluindo as beócias e as peloponesas. E acabaremos de vez com as lutas fratricidas, que nos deixamà mercê dos bárbaros que descem lá do Norte.
CLEONICE - Se não é impertinência da minha parte, me responde: como é que nós, mulheres, vamos derrotar os homens? Batendo neles com as nossas sandálias douradas, arranhando eles com as nossas unhas polidas, sujando eles com nossos cosméticos ou sufocando eles com nossas túnicas transparentes? 
LISÍSTRATA - Serão essas, exatamente, as nossas armas, mas usadas normalmente. As túnicas provocantes, os perfumes tentadores, os cosméticos enganadores, o corpo todo, assim tratado e entremostrado, o corpo todo assim tornado irresistível. 
CLEONICE - Irresistível mesmo? Você acha? 
LISÍSTRATA - Se fizerem o que eu digo, e como eu digo, nenhum guerreiro mais levantará sua lança... 
CLEONICE - ... Ah, não! 
LISÍSTRATA - (Olhar de simpática censura.)... contra outro guerreiro. 
CLEONICE - Ah, sim! 
LISÍSTRATA - Todos imediatamente largarão os escudos... 
CLEONICE - Ah, é? Vou depressa ao tintureiro buscar minha túnica amarela. 
LISÍSTRATA -... abandonarão as espadas... 
CLEONICE - Nesse caso, então, talvez seja melhor a camisola transparente. 
LISÍSTRATA -... e voltarão correndo. 
CLEONICE - Correndo vou eu mudar o lençol da cama. 
LISÍSTRATA - Me diz agora, não era pra elas já estarem aqui reunidas? 
CLEONICE - Mas se! Deviam vir voando. 
LISÍSTRATA - Você vê, como verdadeiras atenienses, só irão agir quando for demasiado tarde. Não apareceu nem uma. Nem daqui, nem do porto, nem de Salamina. Ninguém. 
CLEONICE - As do porto, vai ser difícil. Vivem lá atracadas. Mas, ó, vêm umas aí. E atrás vêm mais. Estão chegando. De onde virão? 
LISÍSTRATA - De Anagiro. 
CLEONICE - Pelo jeito a cidade inteira veio verificar a extensão do negócio que você propôs. (Mirrina entra, seguida por outras mulheres.) 
MIRRINA - Chegamos muito tarde, Lisístrata? Que foi, perdeu a fala?
(...)
LAMPITO - Mas, afinal, quem foi que convocou esta assembleia de mulheres? 
LISÍSTRATA - Eu. 
LAMPITO - Pois bem, diz o motivo. Que deseja de nós? 
CLEONICE - Sim, cara lisinha, já é tempo de você revelar a todas a dimensão do negócio. Porque a gente não pode se enfiar nisso assim no escuro.
LISÍSTRATA - De acordo. Antes, porém, vou fazer uma pergunta. Uma perguntinha só. 
CLEONICE - Pergunta o que quiser. 
LISÍSTRATA - Vocês não sentem falta dos pais de seus filhos, que as guerras afastaram por tanto tempo do convívio familiar? Aposto que todas vocês estão temporariamente viúvas. Não há uma só que tenha o marido presente aqui em Atenas. 
CLEONICE - O meu eu não vejo há mais de cinco meses. Faz parte do grupo que vigia Eucrates. 
LAMPITO - Soldados vigiando o próprio general: eis uma novidade! 
CLEONICE - Eucrates é um general competente e o comando não pode prescindir dele. Mas se não o vigiam é capaz de vender ao inimigo até a própria farda. (Todas riem.) 
MIRRINA - Meu marido partiu para Dalos, sete meses atrás. 
LAMPITO - E o meu, a última vez que esteve em casa, só teve tempo de pegar um escudo e partir de novo. Nem vi a cor de sua masculinidade. 
LISÍSTRATA - É assim com todas. Há meses não recebem a paga natural do casamento. Eu, desde que a guerra começou, não encontro em casa nem mesmo a bainha de uma adaga, aquele palmo de couro curtido e envernizado que poderia me consolar nos dias mais intensos. Me digam pois, se eu explicar a vocês uma maneira perfeita de pôr fim à guerra, vocês me ajudam, se unem a mim, enfrentam as naturais dificuldades da luta? 
CLEONICE - Claro que sim, Lisís. Nós, de Atenas, todas nós concordamos, mesmo que tenhamos que passar uma semana inteira sem uma gota de vinho. 
MIRRINA - Por mim, também concordo, mesmo que tenha que cortar um braço pra me alimentar. 
LAMPITO - Eu também, é claro. Pra conseguir a paz subirei de joelhos ao pico do Taigeto. 
LISÍSTRATA - Bem, então vou revelar o meu grande segredo. Oh, irmãs de solidão e sofrimento, para obrigar nossos maridos a fazerem a paz, devemos todas nos abster... 
CLEONICE -Abster de quê? 
LAMPITO - Diz!
MIRRINA - Fala! 
LISÍSTRATA - Mas vocês cumprirão o prometido? Se absterão completamente do que eu disser? 
MIRRINA - Prometemos! Nem que essa abstenção nos cause a morte. 
LISÍSTRATA - Pois bem, vocês terão que se abster daquela pequena parte do homem que mais o classifica como tal. Ué, por que viram as costas? Onde é que vocês vão? Você aí, por que morde os lábios? E você, por que balança a cabeça desse jeito? Estão todas pálidas! Até há algumas amarelas. Mudaram todas de cor. Estão chorando? Respondam, ao menos! Vão ou não cumprir o que prometeram? Qual é a dificuldade? 
CLEONICE - Pra mim, total. Eu não resisto. Que a guerra continue. 
MIRRINA - Eu também. Que continue a guerra! 
LISÍSTRATA - (Para Mirrina.) Mas não era você que estava disposta a comer o próprio braço? 
MIRRINA - Estou disposta a sacrificar esse membro, mas não a me privar do outro. Tudo, tudo que você quiser, amada Lisístrata. Menos isso. 
CLEONICE - Lisinha, me pede para atravessar uma fogueira com os pés nus, eu o farei sem hesitação. Mas não nos prive da coisa que faz a vida, da coisa melhor da vida, da coisa que é a própria vida! 
Questão 11: Marque a ÚNICA opção CORRETA:
a. Em Lisístrata, Aristófanes discute de maneira bem-humorada a necessidade de pôr fim à Guerra do Peloponeso – entre Esparta e Atenas – a qual, para o autor, acabaria se as mulheres se juntassem e tomassem as rédeas da situação. ( )
b. A comicidade das comédias de Aristófanes não está no texto propriamente dito, mas necessita do corpo do ator para se efetivar, pois sua dramaturgia não privilegia o chiste verbal. ( )
c. As mulheres nessa época participavam da cena da comédia, nos chamados teatros de pedra, e eram o grande chamariz de público para tais eventos. ( )
d. A visão de Aristófanes, nessa peça, é conservadora e reacionária, colocando as mulheres em papeis subalternos e vergonhosos. ( )
e. Percebe-se claramente que a temática da peça é sentimental e não política. Afinal, as mulheres estão desesperadas por sexo e sofrem por seus maridos estarem longe de casa. ( )
Questão 12: Assinale as opções CORRETAS:
a. Nas comédias de Aristófanes, são utilizadas em cena máscaras grotescas, inspiradas em cabeças de animais (com bicos, cristas, garras e penachos, por exemplo) e com traços caricaturais. ( )
b. Aristófanes dirigia seu discurso contra tudo o que representasse uma ruptura com padrões antigos: da tragédia, dirigindo-se contra Eurípedes; da educação, dirigindo-se contra os filósofos; do direito, contra a hipertrofia dos tribunais nas cidades; e da política, contra os novos dirigentes, acusando-os de corrupção e destacando que a justiça se colocava ao lado do poder, ou seja, criticando o cerne da ideia da polis democrática, ao acusá-la de fraudulenta. ( )
c. A presença do komos, ou seja, do elemento carnavalesco, festivo, carregado de humor grosseiro e licencioso, além de elementos fálicos, nas peças de Aristófanes, é marca da Comédia Antiga. ( )
d. Na chamada Comédia Antiga, a estrutura dramatúrgica divide-se em: prólogo; ágon; parábase; e êxodo. ( )
e. A indisciplina formal das primeiras comédias gregas revela as origens múltiplas desse gênero, responsáveis por tornar sua aparência caótica e por marcar também seu dinamismo e riqueza de elementos, tais como: a sátira, a metáfora poética, insultos, a quebra de verossimilhança, a agressividade crua e passagens de grande beleza lírica, estrofes corais, escárnio e caricatura. ( )
Questão 13: Sobre as diferenças introduzidas no espaço de apresentação pela Comédia Nova, é possível afirmar que:
a. Não houve mudanças cenográficas. As paredes da skené, local de apresentação dos atores da comédia, eram feitas de madeira e cobertas por painéis pintados. ( )
b. Do teto da skené pendiam máquinas voadoras, dando ainda mais elementos de carnavalização à cena. ( )
c. A Comédia Nova introduz em sua estrutura dramatúrgica a parábase, que, junto com elementos grotescos, era a responsável pela quebra da verossimilhança em cena. ( )
d. A Comédia Nova aprofunda a sátira política e faz do teatro um verdadeiro fórum de debatessobre assuntos de interesse da polis. ( )
e. O individualismo decorrente do afastamento do homem grego da esfera das decisões públicas, com o declínio da democracia ateniense, aparece na Comédia Nova, que privilegia cenas da vida privada, questões relacionadas aos sentimentos individuais, afastando-se de temas públicos. ( )
Questão 14: Marque a ÚNICA opção CORRETA:
a. Com a democratização do Estado romano, a experiência teatral passou a pautar-se por objetivos pedagógicos, ensinando os cidadãos a como ganhar o pão e se divertir nas horas vagas. ( )
b. O teatro romano era idêntico ao grego, afinal, os romanos se espelhavam na cultura grega para fundar sua religião e criar suas artes. ( )
c. Feito inicialmente de madeira, o teatro romano foi, ainda na República, construído em pedra no formato circular, diferindo-se do modelo grego, entre outras coisas, pelo palco maior e pela semiarena. ( )
d. Construído por Pompeu, no final da República, o primeiro teatro fixo feito de pedra tinha como propósito abrigar espetáculos grandiosos, como as Naumaquias, ou as batalhas de gladiadores. ( )
e. Os atores eram reverenciados em todo território conquistado pelo Império Romano, tendo privilégios diplomáticos e podendo apresentar-se mesmo em situação de guerras, como meio de implementação da política do “pão e circo”. ( )
Questão 15: Assinale a ÚNICA opção CORRETA:
a. O teatro romano inaugura a cortina de boca de cena e a comédia sem o uso de máscaras. ( )
b. Nas comédias romanas, os cenários eram bastante reduzidos, assim como o coro. ( )
c. No Coliseu romano, Plauto e Sêneca apresentaram, respectivamente, suas comédias e tragédias, todas no estilo da Fabulae Palliatae. ( )
d. Nero, ao incendiar Roma, acabou com todos os teatros, deixando apenas ruínas, como mostram as imagens atuais. A partir disso, um decreto dos Generais proibiu a construção de teatros fixos. Os teatros passaram a ser desmontados após cada apresentação, como forma de evitar novos desastres. ( )
e. Os espectadores preferiam as batalhas de gladiadores, as Naumaquias e o circo, por isso, os teatros eram precários e sem assentos para o público. ( )
Questão 16: Marque F (falso) ou V (verdadeiro) para cada afirmação a seguir:
a. Plauto, comediógrafo romano, inspira-se em Aristófanes para a composição de suas comédias de situação. ( )
b. Em Aululária, vemos tipos caricatos nascidos da Comédia Nova grega. ( )
c. O espaço cênico romano era perfeito para o esquema dramatúrgico de Plauto e Terêncio, o qual previa uma série de entradas e saídas, para as quais havia sempre as portas cenográficas conhecidas como: porta regia, ao centro, e portae hospitaliae, que eram duas laterais dispostas em um nível mais baixo, permitindo aos atores entrar em cena, vindos de cinco “casas” diferentes. ( )
d. No Coliseu romano, o sangue dos cristãos e de prisioneiros de guerra jorrava em batalhas com animais, navios e gladiadores. ( )
e. Com a aceitação do Cristianismo e a abertura da primeira igreja católica, no Império romano, o teatro ganha ares religiosos e volta-se para rituais que invocavam Deus para a cura de pestes que assolavam Roma. ( )
Questões discursivas
Questão 17: Por que o teatro perdeu progressivamente a sua importância enquanto fonte de conhecimento, pedagogia social, local de discussão de ideias e reivindicação política, se compararmos o período que vai do surgimento da tragédia grega ao sucesso do espetáculo de variedades romano?
Questão 18: Compare os dois trechos a seguir. O primeiro é da comédia Lisístrata, de Aristófanes, que você já deve ter lido desde a semana passada. O segundo, de Aululária, de Plauto, conteúdo da aula de hoje. Compare ambas as peças e aponte diferenças marcantes entre uma dramaturgia e outra.
Trecho 1. Lisístrata
CORIFÉIA - E você, pé-na-cova, que é que você pretende fazer com esse teu fogo? Por que não o aproveita para o teu forno crematório, já que você não dura muito? Ou esse fogo é só pra dilatar o teu... (Gesto indecente, com o polegar e o indicador.) entusiasmo? 
CORIFEU-VELHO - Vou preparar uma pira pra assar no espeto as tuas amiguinhas. 
CORIFÉIA - A minha água vai apagar teu fogo. 
CORIFEU-VELHO - Vai apagar meu fogo? Ah! 
CORIFÉIA - O fogo não é muito. Uma caneca chega. 
CORIFEU-VELHO - Sabe que eu não sei o que me impede de queimar teu rabo com esta tocha? 
CORIFÉIA - Pra te limpar, nojento como és, é que não há água que baste. 
CORIFEU-VELHO - Você ouviu essa insolente? 
CORIFÉIA - Insolente por quê? Só porque digo o que penso? Só porque sou uma mulher livre? 
(...)
(As mulheres inundam os homens com os vasilhames cheios d'água.) 
CORIFEU-VELHO - Ai, desgraçadas! 
CORIFÉIA - Está muito quente? 
CORIFEU - Quente, suas pestes? Está gelada! Chega! Chega! 
CORIFÉIA - Deixa eu regar mais um pouco, quem sabe ainda te nasce um broto?
(...)
COMISSÁRIO - Ouvi dizer que havia aqui umas mulheres gritando, ameaçando, enfim, se desmandando, de toda forma. Ouvi dizer que agrediam os passantes com impropérios, versos maliciosos e cantos profanos acompanhados por uns tamborins. Como Comissário do Povo e da Comarca, vim imediatamente para restabelecer a ordem ou acabar com a desordem. Fala! 
CORIFEU-VELHO - Abusaram de nós, nos insultaram, Comissário. E, não se contentando com palavras, teimaram em nos dar um banho que não pretendíamos tomar mais nesta vida. E aqui estamos nós, torcendo as roupas, pra que o povo não pense que voltamos à infância e urinamos nas fraldas.
COMISSÁRIO - Por Poseidon, o marinheiro, bem feito pra nós todos. Quem permitiu que elas chegassem a tal ponto? Fizemo-las cúmplices das nossas perversidades. E com nossas libertinagens, muitas vezes sugerimos e até incrementamos as delas. A isso teríamos que chegar. Uma sociedade dissoluta. Um marido entra numa loja e diz ao joalheiro: "Parto hoje mesmo pra Tessália. Minha mulher quebrou o fecho. Se você tiver tempo vai lá em casa e vê se coloca uma cabecinha maior no fecho dela". Outro entra no sapateiro, jovem bem conhecido pela habilidade com que usa a sua ferramenta, e lhe diz: "A fivela da cinta dourada que minha mulher comprou de você está machucando a pele delicada de seu ventre. Passa lá ao entardecer e dá um jeito no furinho dela. Se for preciso, faz um furo novo pra que ela fique mais folgada". E é por tudo isso que eu estou aqui, Comissário do Povo, sem poder pagar meus comandados. As mulheres fecharam as portas do tesouro bem na minha cara. Vamos, que é que vocês fazem aí de braços cruzados? Tragam-me uma alavanca qualquer. Eu castigarei essa insolência. (A um dos citas.) Hei, hei, você aí, meu amiguinho, está surdo do ouvido? Ou nunca viu mulher? Vamos, todos juntos, arrombaremos essas portas para mostrar a elas que... 
LISÍSTRATA - (Abrindo a porta e aparecendo.) Não há necessidade de arrombar as portas. Larguem essas alavancas, essas barras, esses pés-de-cabras. Não precisamos disso. Nem de trancas, ferrolhos e cadeados. Precisamos apenas de um pouco de bom senso.
Trecho 2. Auluária
EUNÔMIA, MEGADORO (irmãos)
Eunômia: O que eu quero, meu irmão, é que tu fiques seguro de que eu digo isto porque zelo pelo teu interesse como é justo que o faça sendo tua irmã. Bem sei que nos consideram aborrecidas e que muito merecidamente nos têm por faladoras e que dizem que realmente nunca houve em tempo algum mulheres mudas. Mas pensa só nisto meu irmão: tu és o meu parente mais próximo e eu sou o mesmo para ti. É justo que ambos discutamos aquilo que diz respeito ao outro, que eu te aconselhe e te guie e tu a mim, que não tenhamos nada oculto e que não nos calemos por medo. É preciso que eu te faça participar das minhas coisas como se eu própria fosse; e tu, o mesmo. Pois eu trouxe-te cá para fora, assim às escondidas, para te falar duma coisa que te diz grande respeito.
Megadoro: Ó mulher admirável! Dá-me cá a tua mão!
Eunômia (olhando em volta): Onde está ela, essa mulher admirável?
Megadoro: És tu!
Eunômia: Que é que tu dizes, eu?!
Megadoro: Se disseres que não, eu digo também que não!
Eunômia: O que é decente é quedigas a verdade. Realmente não há nenhuma que se possa chamar de admirável: olha, meu irmão, cada uma é pior que as outras.
Megadoro: Eu acho o mesmo. E não é nisso, minha irmã, que eu te vou contrariar.
Eunômia: Então, farás favor de me escutar.
Megadoro: O que tu quiseres. Deixa-te estar à vontade e ordena o que te apetecer.
Eunômia: Eu vim para te dar um conselho que acho que será o melhor para os teus interesses.
Megadoro: Foi sempre esse o teu costume, minha irmã.
Eunômia: O que eu quero...
Megadoro: Então que é, minha irmã?
Eunômia: Uma coisa que assegure para sempre a tua vida, teres filhos, se os deuses quiserem... Quero arranjar-te um casamento.
Megadoro: Ai de mim! Estou perdido!
Eunômia: Então que é isso?
Megadoro: As tuas palavras, minha irmã, rebentam- me a cabeça: o que falas é como pedra.
Eunômia: Vamos, faz aquilo que te manda tua irmã.
Megadoro: Se me agradar, faço.

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