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A violência sempre esteve presente na história da humanidade, se manifesta em todas as esferas do convívio social, e é uma realidade sentida em todo o mundo. Consequentemente, tem se tornado ponto de convergência das preocupações e temores de todos, independentemente da condição social, econômica e de etnia. Entre as diversas formas de violência, encontra-se a violência sexual, compreendida como toda ação na qual uma pessoa, numa relação de poder, por meio de força física, coerção, sedução ou intimidação psicológica, obriga a outra pessoa a praticar ou submeter-se à relação sexual. Tal prática é considerada crime, mesmo se exercida por um familiar, seja pai, padrasto, companheiro ou marido. Há que se ressaltar que as consequências da violência sexual podem afetar a multidimensionalidade das vítimas, ocasionando problemas de saúde física, reprodutiva e mental como lesões corporais, gestação indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, fobias, pânico, síndrome do estresse pós traumático, depressão e outras alterações psicológicas e, também, problemas familiares e sociais como abandono dos estudos, perda de empregos, separações conjugais, abandono de casa, entre outros. Dado o exposto, considere o seguinte caso: Uma criança de dez anos de idade dá entrada no pronto-socorro, com história de violência sexual, sendo o agressor um tio. A criança é acompanhada de sua mãe, que alega nunca ter notado comportamentos estranhos. A equipe fica muito mobilizada com a situação. LABRONICI, Liliana Maria; FEGADOLI, Débora; CORREA, Maria Eduarda Cavadinha. Significado da violência sexual na manifestação da corporeidade: um estudo fenomenológico. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 44, n. 2, p. 401-406, 2010. Descreva a postura a ser adotada pelo psicólogo solicitado para acompanhar o caso e suas implicações. Quando o psicólogo recebe um caso com suspeita de violência contra crianças e adolescentes, no seu consultório ou quando é solicitado em uma instituição, tanto numa situação quanto na outra, o psicólogo deve fazer a notificação do caso ao Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e Juventude. Ao fazer a denúncia, o psicólogo começa a atuar na equipe interdisciplinar que vai cuidar do caso, discutindo-o com o Conselheiro Tutelar, com o assistente social e o psicólogo da Vara da Infância e Juventude e com os profissionais que vão atender o caso no hospital. A postura do psicólogo é de acolhimento, acompanhamento e tratamento do caso. Ao psicólogo não cabe a função investigativa. Os profissionais da psicologia solicitados para acompanhamento de casos de abuso infantil devem acompanhar sistematicamente os trâmites legais específicos de cada caso, utilizando-se de estratégias de ação, para que as famílias sejam sensibilizadas e se comprometam a permanecer no processo de atendimento. O psicólogo deve garantir a confiabilidade e transmitir segurança à criança, de forma que a mesma possa se sentir à vontade de expor seus medos em relação ao trauma passado, para que as devidas providências possam ser tomadas, e o tratamento psicológico possa ser iniciado. REFERÊNCIA BRASIL. Questões Éticas. Conselho Regional de Psicologia. São Paulo. Disponível em: http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/150/frames/fr_questoes_eticas.aspx
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