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18/11/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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DISCURSO E INTERTEXTUALIDADE
 
Todo texto traz um discurso, uma visão de mundo (ou ideologia). A ideologia é
inerente ao homem, todos nós a possuímos, são valores adquiridos ao longo de
nossa existência, passados de geração para geração. Esses valores são
transmitidos nos textos. Nas frases abaixo, por exemplo, observa-se o discurso de
determinados grupos pertencentes à classe dominante; estes procuram convencer
as classes menos favorecidas de que a condição de explorado é menos
desagradável que a condição de explorador:
“dinheiro não traz felicidade”
“rico tem de comer pouco por educação”
“rico morre de enfarte”
 
Grande parcela da população utiliza as frases acima sem saber que reproduz uma
visão de mundo pertencente a outros grupos sociais. O que se conclui é que não
há um discurso original (há, sim um estilo original), todo discurso reproduz um
discurso que já existe. O discurso de George W. Bush, por exemplo, reproduz o
discurso da direita, ao mesmo tempo em que se opõe ao discurso de Fidel Castro,
que reproduz o discurso da esquerda.
O discurso pode variar no tempo e no espaço; o discurso feito antes da revolução
russa, por exemplo, era muito diferente do discurso pós-revolução; da mesma
maneira que o discurso dos românticos e parnasianos (século XIX) em nosso país
era oposto ao discurso dos modernistas (século XX). O poema Os Sapos é um
bom exemplo de discursos que se opõem; nele, as figuras do sapo-boi e do sapo-
tanoeiro representam os parnasianos enquanto que o sapo cururu representa os
modernistas. Bandeira, modernista, satiriza no poema a preocupação formal dos
parnasianos. Por meio da manifestação dos sapos, o poeta indica que, enquanto
os parnasianos fazem estardalhaço, eles, os modernistas, trabalham em silêncio.
 
Os sapos
 
Enfunando os papos
Saem da penumbra
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
 
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- “Meu pai foi a Guerra!”
- “Não foi!” – “Foi” – “Não foi!”
 
O sapo-tanoeiro1, [aquele que fabrica tonéis, pipas, barris]
Parnasiano aguado,
Diz – “Meu cancioneiro
É bem martelado.
 
(...)
 
Lá, fugido ao mundo
Exercício 1:
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Canção do exílio
 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
 
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
 
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu cá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.
 
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Sem qu’ inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias, Coimbra, 1843)
 
 
Outra canção do exílio
 
Minha terra Palmeiras,
Corinthians e outros times
De copas exuberantes
Que ocultam muitos crimes.
As aves que aqui revoam
São corvos do nunca mais,
Pode-se afirmar do último texto que:
A)
foi escrito em Portugal.
B)
evidencia o estado de exílio físico e geográfico do autor.
C)
exalta a Pátria, enaltecendo o que tem de mais belo: os recursos naturais.
D)
sua visão da Pátria não é ufanista.
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E)
pertence ao Romantismo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
B) A função das expressões lá e cá localizam geograficamente o poema, lá
significando o Brasil a terra almejada e cá significando o exílio em Coimbra.
C) É ufanista e exalta a sua pátria, descrevendo aquilo que sua pátria possui de
mais bonito na natureza.
A) É ufanista e exalta a sua pátria, descrevendo aquilo que sua pátria possui de
mais bonito na natureza, ea função das expressões lá e cá localizam
geograficamente o poema, lá significando o Brasil a terra almejada e cá
significando o exílio em Coimbra, sente saudade de sua terra.
E) Pois possui nítidas características de Romantismo como: Nacionalismo,
valorização da natureza, valorização das emoções.
D) O ufanismo é visto como um exagero desmedido do “amor pela pátria”. Neste
caso, o ufanismo é comparado a ideias pejorativas, como de vaidade, jactância e
arrogância.
Exercício 2:
Pode-se afirmar dos dois poemas que:
Canção do exílio
 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
 
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
 
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu cá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.
 
Não permita Deus que eu morra
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Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Sem qu’ inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias, Coimbra, 1843)
 
 
Outra canção do exílio
 
Minha terra Palmeiras,
Corinthians e outros times
De copas exuberantes
Que ocultam muitos crimes.
As aves que aqui revoam
São corvos do nunca mais,
 
A)
um completa o outro.
B)
tratam -se de poemas contemporâneos.
C)
o segundo poema tem uma relação intertextual com o primeiro poema.
D)
expressam a falta de liberdade que os poetas sentem.
 
E)
há uma crítica, nos dois poemas, à situação social do país.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
C) Se complementam através de diálogos.
Exercício 3:
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Com muita frequência, um texto retoma passagens de outro. A essa citação de
um texto por outro dá-se o nome de:
A)
Intertextualidade.
B)
Paródia.
C)
Paráfrase.
D)
Eufemismo.
E)
Diálogo.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Comentários:
A) A intertextualidade se dá através do diálogo estabelecido entre dois textos,
com muita frequência um texto retoma passagens de outro, a essa citação de um
texto por outro, a esse diálogo entre textos dá-se o nome de intertextualidade.

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