Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO CONSTITUCIONAL I Professora Maria Del’ Consuelo A. F. S. Herek A SUPREMACIA JURÍDICA DA CONSTITUIÇÃO TÓPICO 1 DA EMENTA ■ Para falar da supremacia jurídica da Constituição, é preciso invocar as bases históricas que contemplam a sua formação... Constitucionalismo ■ É a teoria ou ideologia que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. (CANOTILHO, 1998, p. 78) ■ Consiste na divisão do poder, para que se evite o arbítrio e a prepotência, e representa o governo das leis e não dos homens, da racionalidade do Direito e não do mero poder. (CARVALHO, 2010, p. 99) ■ O Constitucionalismo significa que as condutas sociais devem ser determinadas por normas, e o ápice da escala normativa reside nas normas constitucionais. (AGRA, 2008, p. 41) Momento histórico ■ Ascensão da ideia de CONSTITUCIONALISMO – Enquanto movimento que impulsionava a ideia de retirada do direito consuetudinário (baseado em costumes) dando lugar à ideia de normatização escrita (estruturação) – Por volta de 1787, com a Constituição dos Estados Unidos ■ Movimento social, político, econômico, filosófico ■ Necessidade de minimizar o impacto da tirania dos ‘governantes’ ■ Unificação dos estados nacionais e limitação do exercício do poder do estado por meio de um documento escrito, formal, com bases racionais ■ Multiplicação das constituições – Com dois momentos marcantes... D oi s g ra nd es m om en to s d o C on st itu ci on al is m o Carta Americana de 1787 Institui o federalismo, a rígida separação dos poderes e o presidencialismo Constituição francesa de 1791 Primeira constituição escrita na Europa; limitava o poder e estabelecia a separação dos poderes Mas o que é, em sentido concreto, o constitucionalismo? ■ Movimento que deu origem e sentido à organização do Estado como conhecemos hoje; ■ Privilegia a organização das estruturas que compõem o Estado, pretendendo um sentido de limitação dos poderes assim como do governante; ■ Visa garantir sentido de igualdade entre os indivíduos, ainda que estabeleça em seu bojo algumas premissas de privilégios limitados; ■ Foi por meio do movimento de constitucionalismo que adveio a limitação do poder estatal – Que antes era tido como ilimitado e, por vezes, autoritário – Serve como mecanismo de ajuste da autoridade e extensão do poder do Estado Constitucionalismo histórico ■ Constitucionalismo antigo – Da antiguidade até fim do século XVIII (começo do liberalismo*) – Característica de inexistência de lei escrita, com constituição costumeira ■ Constitucionalismo moderno – Fim do século XVIII ao fim da segunda guerra (1945) – Caracterizado pelo surgimento das primeiras constituições formais e escritas ■ Constitucionalismo clássico americano – Em meio ao Estado Liberal – Caracterizada pela primeira constituição escrita, as primeiras formulações de supremacia (superioridade), rigidez (controle estatal) e formalismo (escrita) – Formula o controle judicial de constitucionalidade – Consagra a separação dos poderes, forma federativa de Estado e sistema presidencialista O que é Liberalismo? ■ Opõe-se ao sistema autoritário ■ Do ponto de vista político, o regime liberal é aquele em que se verifica a descentralização do poder político ■ Refere-se à liberdade-participação, em contraste com a concentração do poder político representada pelo monarca – Faculdade de qualquer um ter liberdades individuais Constitucionalismo histórico ■ Constitucionalismo clássico francês – Em 1789, em contraposição do absolutismo – Característica de adotar uma maior flexibilidade normativa, supremacia do parlamento ■ Constitucionalismo social – Fim da primeira guerra até a segunda guerra – Surge com a crise do Estado liberal – Caracterizado pela existência de direitos fundamentais, garantias institucionais e separação dos poderes ■ Neoconstitucionalismo – Depois da segunda guerra, ganha força na América Latina nos anos 80 – Coloca a Constituição no centro do sistema – Caracterizado pelo reconhecimento da força normativa, centralidade dos direitos fundamentais – Advento do Estado Democrático de Direito, soberania popular (poder emana do povo) – Poder do povo exercido por meio de representantes Conceitos (ou sentidos) da Constituição ■ Existem 3 conceitos mais adotados pelo Direito Constitucional – Conceito sociológico – Conceito político – Conceito jurídico Conceito sociológico ■ O expoente desse conceito é Ferdinand Lassalle ■ Para ele, a constituição era uma letra morta se não fosse correspondente com os valores da sociedade ■ Era preciso considerar os “fatores reais de poder” ■ A constituição era o resultado da relação entre os fatores reais de poder; – A partir daí, o Estado se movimentaria ■ Era o que efetivamente acontecia na sociedade e não apenas o que era escrito no papel ■ Assim, nossa atual CF pode ser vista como fora desse conceito sociológico – Pois não reflete a sociedade – Foi como um ensaio; ainda carece de ajustes. Força ativa e eficaz, capaz de influenciar as decisões do Estado. Conceito político ■ O expoente desse conceito é Carl Schimitt ■ Afirmava que a constituição é uma decisão política fundamental – Traz a estrutura do Estado e assegura os direitos fundamentais ■ Resultado de uma decisão voluntária do povo que, por meio de seus representantes, escolheriam as normas jurídicas que lhes serviriam de base para guiar a sociedade – Exemplo: artigo 18 da CF ■ Diferencia ‘constituição’ de ‘leis constitucionais’ – Constituição (material): decisão política fundamental (organização) – Leis constitucionais (formal): dispositivos inseridos que não representam as decisões que dão estrutura [mera formalidade] Conceito jurídico ■ O expoente desse conceito é Hans Kelsen ■ Para ele a constituição é a lei mais importante do ordenamento jurídico de um país, sendo pressuposto de validade das leis (hierarquia constitucional) ■ A clássica “pirâmide de Hans Kelsen” – Com a CF no topo – Pós emenda nº 45 de 2004, os TIDH passaram a integrar o topo junto com a CF ■ Todas as demais leis devem obedecer a Constituição ■ Isso é o ‘sentido jurídico positivo’ ■ Mas, se a Constituição é a lei que direciona todo o ordenamento jurídico e por isso é um pressuposto de validade, de onde decorre a própria Constituição? ■ Decorre de uma norma hipotética fundamental ■ Algo suposto com base em que algo deve ser superior ■ Isso é o ‘sentido lógico jurídico’. Esquema de palavras chaves de acordo com os três conceitos Conceitos de Constituição Sociológico Ferdinand Lassalle “letra morta se não há correspondência social” Político Carl Schimitt “decisão política fundamental” (organização) Jurídico Hans Kelsen “lei mais importante e pressuposto legal” Crítica quanto aos conceitos tradicionais ■ Tentam explicar a Constituição de forma unilateral ■ O ideal seria um conceito misto, que englobasse as três ideias – Ainda que o Brasil adote claramente o conceito jurídico (de Kelsen) ■ Os conceitos abordam aspectos individuais da Constituição, isso faz com que “perca-se de vista” outros importantes aspectos. O que é constituição? ■ Terminologia: – Do latim “constitutio”, significa precisamente forma, criação, dando a ideia de algo que é formado, criado pela vontade de alguém (ex.: constituir uma família) (FILOMENO, 2016, p. 212) – Quando se fala na Constituição de um determinado Estado, fala-se de sua própria criação como ente autônomo da vontade dos que o constituíram, bem como de sua estruturação, ou seja, definindo lhes os órgãos exercentes da atividade política e respectivas funções (FILOMENO, 2016, p. 212) ■ As modernas Constituições preocupam-se em reproduzir, de forma mais ou menos detalhada, a engenharia política de Montesquieu – A exata definição das funções exercidas pelos diversos órgãos estatais incumbidos da criação,execução e aplicação do ordenamento jurídico do Estado; Limitando-se mutuamente. ■ Teoria de freios e contrapesos Classificação das constituições ■ Quanto à forma – Escritas: quando sistematizadas em um texto único, de que é exemplo pioneiro a Constituição americana – Não escritas: quando contidas em textos esparsos e/ou em costumes e convenções sedimentados ao longo da história (BARROSO, 2017, p. 107) ■ Quanto à origem – Promulgada ou democrática: quando contam com a participação popular na sua elaboração, normalmente por meio da eleição de representantes – Outorgada: nos casos em que não há manifestação popular na sua feitura, sendo impostas pelo agente que detém o poder político de fato (BARROSO, 2017, p. 107) Carta de 1824 no Brasil Classificação das constituições ■ Quanto à estabilidade do texto – Rígida: quando o procedimento de modificação da Constituição é mais complexo do que aquele estipulado para a criação de legislação infraconstitucional – Flexível: hipótese em que a Constituição pode ser modificada pela atuação do legislador ordinário seguindo o procedimento adotado para a edição de legislação infraconstitucional – Semirrígida: quando parte da Constituição – geralmente as normas consideradas materialmente constitucionais – só pode ser alterada mediante um procedimento mais dificultoso, ao passo que o restante pode ser modificado pelo legislador (BARROSO, 2017, p. 108) Classificação das constituições ■ Quanto ao conteúdo – Sintéticas: quando se limita a traça diretrizes gerais da organização e funcionamento do Estado e de sua relação com os cidadãos, em geral com o uso de uma linguagem mais aberta, marcadamente principiológica. (Constituição norte-americana) – Analítica: quando desenvolvem em maior extensão o conteúdo dos princípios que adotam, resultando em um aumento do seu texto e em um redução do espaço de conformação dos Poderes constituídos. (CF brasileira) (BARROSO, 2017, p. 108 e 109) ■ No quadro... Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1824 – Independencia do Brasil em 7 de setembro de 1822 – Constituição Política do Império do Brasil, outorgada em 25 de março de 1824 – A mais duradoura – Forte centralismo administrativo e político; unitarismo e absolutismo – Governo monárquico, hereditário (forma unitária de Estado) – Religião oficial (Católica Apostólica Romana) mas permitia que demais religiões se concretizassem mas dentro das casas, não podiam ter manifestações fora dos templos – Ideia de divisão dos poderes (executivo, legislativo e judiciário, mas incluía um “poder moderador”, que interferia diretamente nos demais poderes) – Voto censitário (para ser eleitor era necessário ter uma determinada renda mínima) e descoberto, ou seja, não secreto; – Proibia voto de mulheres, escravos, qualquer pessoa com renda inferior a 100 mil-réis (mais ou menos R$ 12.300) Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1891 – Golpe da maioridade, com Dom Pedro II assumindo como Imperador com 14 anos – Proclamação da República em 1889 – Primeira Constituição da República do Brasil, tendo sido promulgada – Sistema de governo presidencialista – Forma de estado era a federação – Sem religião oficial – Extinção do poder moderador, adotando teoria clássica de Montesquieu (Executivo, Legislativo e Judiciário) – Declaração de direitos – Garantias constitucionais (como o habeas corpus) – Fim do voto censitário ou por renda (na teoria) ■ Mas ainda limitava, na prática, o voto das mulheres, analfabetos... ■ E sustentou o coronelismo (voto do cabresto) Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1934 – Era Vargas – Revolução de 1932 – ascensão de setores sociais e políticos; de país agrário-exportador para a de urbano-industrial – Federação, república presidencialista e divisão dos três poderes – tenta acalmar os ânimos dos anos anteriores, principalmente após a Revolução Constitucionalista de 1932 e a insatisfação das elites do Sudeste. – Há um grande avanço no sistema eleitoral (voto feminino), com a introdução do voto secreto, criação da Justiça Eleitoral, e no setor social, com garantias trabalhistas. Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1937 – Golpe de Getúlio Vargas para se manter no poder (Estado Novo – entre 1930 a 1945) – Constituição outorgada por Getúlio Vargas – Retrocesso na democracia e direitos humanos – Respaldo legal para um governo autoritário – Poderes praticamente ilimitados – Direitos individuais condicionados ao bem público – Fechamento do Poder Legislativo nos três níveis – Poder Judiciário subordinado ao Executivo – Fim do direito de greve – Volta da pena de morte Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1946 – Fim do Estado Novo – Queda de Vargas (com sua renúncia) – Início de uma redemocratização – Governo de Eurico Gaspar Dutra – Inspiração nas constituições de 1891 e 1934 – Reafirmação da divisão dos poderes – Avanços democráticos e uma estruturação de poderes um pouco parecida com a que temos hoje. Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1967 – Golpe militar em 1964, com a queda de Jango (João Goulart), que propunha uma política reformista no Brasil – Marechal Castelo Branco assume o poder – A CF de 1946 foi gradativamente sendo alterada pelos Atos Institucionais (AI’s), que foram 5 ■ O AI-4 determina a aprovação de uma nova constituição – Período da ditadura militar, até 1985 – Emenda constitucional nº 1 em 1969: praticamente refez a constituição Histórico das Constituições Federais do Brasil ■ Constituição de 1988 – Fim da ditadura e necessidade de redemocratização do país ■ Ditadura em 2 momentos: expansão do autoritarismo (1964-1974) e abertura política (1974-1985) – Sarney no poder em 1986 – Eleição do Congresso e formaram a Assembleia Constituinte, e fizeram a constituição entre 1987 e 1988 – Possui roupagem calcada na dignidade da pessoa (inspiração no ordenamento jurídico internacional – Declaração universal dos Direitos Humanos de 1948) – Conhecida como “Constituição Cidadã” por englobar um grande rol de direitos fundamentais – Retoma a manutenção de direitos principais – Direito ao voto – Assistência social – Sistema presidencialista, com eleição direta ■ Dentro dessa concepção constitucional e das inovações trazidas pela atual Constituição Federal do Brasil, advém a ideia do ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Estado Democrático de Direito ■ O que é Estado? ■ O que é Direito? ■ O que é Democrático? ■ O que é Estado de Direito? ■ O que é Estado Democrático de Direito? ■ O que é Estado? – Estrutura politica, social e juridicamente organizada; – Há um governo de um povo em um determinado território. ■ O que é Direito? – Sistema de normas que regem a sociedade; – Pretende ditar as regras que devem ser seguidas, limitando a atuação das pessoas. ■ O que é Democrático? – Decorre de democracia – Democracia é sistema político onde a soberania é exercida pelo povo de determinado Estado; – Controle político exercido pelo povo; livre escolha de governantes ■ O que é Estado de Direito? – Pautado por leis criadas e cumpridas pelo próprio Estado – Materialização da construção jurídica – Concretização da ideia de limitação do poder do Estado, separação de poderes, afirmação de direitos e garantias, – Sem estado de direito não há democracia ■ O que é Estado Democrático de Direito? – Leis são criadas pelo povo e para o povo, respeitando-se a dignidade da pessoa humana – Concepção formada a partir da construção conceitual dos elementos que compõem o termo – Prática de direitos sociais – Cidadania ■ Nossa Constituição estabelece os fundamentos básicos nos quais se alicerçam toda a estrutura social e estatal, sendo estes dispostos logo do início do documento, no artigo 1º ■ Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dosEstados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: ■ I - a soberania; ■ II - a cidadania; ■ III - a dignidade da pessoa humana; ■ IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) ■ V - o pluralismo político. ■ Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º) ■ Soberania (I) – a participação efetiva e operante do povo na coisa pública – Prerrogativa do Brasil autodeterminar-se perante os demais países – “país soberano, que se autorregula” ■ Cidadania (II) – Ponto de vista político: é a pessoa humana nacional à qual se conferem direitos políticos de votar e ser votado; – Em sentido amplo: cidadão é aquele que participa da vida do Estado, pessoa humana titular de direitos fundamentais, cuja dignidade da pessoa humana tem que ser respeitada ■ Dignidade da pessoa humana (III) – regra matriz dos direitos fundamentais e que pode ser bem definido como o núcleo essencial do constitucionalismo moderno. – Assim, diante de colisões, a dignidade servirá para orientar as necessárias soluções de conflitos ■ Valores sociais do trabalho e livre iniciativa (IV) – O constituinte, além de privilegiar o modelo capitalista, estabelece, como finalidade da ordem econômica, assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social, afastando-se, assim, de um Estado absenteísta nos moldes do liberalismo; ■ Pluralismo político (V) – A partir dessa ideia, enaltece-se uma sociedade plural, em que se consagra o respeito à pessoa humana e sua liberdade. ■ Representatividade (§ único) – Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Bibliografia ■ BARROSO, Luis Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo. 7ª ed. ■ LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 23ª ed. ATIVIDADE EM SALA ■ Ler o texto enviado – Constitucionalismo, de Marcelo Novelino ■ Diálogo sobre o atual Constitucionalismo – Percepções sobre a construção da ideia – Evolução dos conceitos – Perspectivas futuras INTERPRETAÇÃO, APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS TÓPICO 2 DA EMENTA Interpretação das normas constitucionais ■ O que significa interpretar? – É dar sentido; dar razão; dar fundamento – Determinar um significado para algo – Sinônimo de: esclarecer, elucidar, explicar... ■ A interpretação da norma (como um todo) – Buscar uma ligação entre o texto normativo inerte e o fato que se apresenta cru ■ A norma jurídica – São o objeto do direito, a forma pela qual ele se expressa. São prescrições, mandamentos, determinações que, idealmente, destinam-se a introduzir a ordem e a justiça na vida social. (BARROSO, 2017, p. 226) ■ A norma constitucional (BARROSO, 2017, p. 233-249) – Mesmas características das normas jurídicas em geral – Generalidade (aplica-se a todos) – Abstração (não se referem a casos isolados, mas sim a hipóteses) – Coercibilidade (exerce coerção sobre as pessoas) – Mas há peculiaridades, tais como: ■ Sua posição no sistema ■ Natureza da linguagem que utiliza ■ Conteúdo específico ■ Sua posição no sistema – Superioridade jurídica – Supremacia constitucional – É um parâmetro de validade de todas as normas do sistema ■ Natureza da linguagem – Linguagem aberta – Traçando normativas gerais – Como não especifica, permite o movimento de interpretação, isto é, a incorporação de novos valores, considerando a evolução social ■ Conteúdo específico – Limita-se a traçar normas de organização – Determinações taxativas – Institui órgãos públicos e estabelece competências ■ A interpretação jurídica consiste na atividade de revelar ou atribuir sentido a textos e outros elementos normativos, notadamente para o fim de solucionar problemas. (BARROSO, 2017, p. 307) ■ Trata-se de uma atividade intelectual informada por métodos, técnicas e parâmetros que procuram dar-lhe legitimidade, racionalidade e controlabilidade. (BARROSO, 2017, p. 307) – A atribuição de sentidos aos enunciados normativos faz-se em conexão com os fatos relevantes e a realidade. ■ Olha-se para a norma jurídica como um RESULTADO da interpretação Planos de análise da interpretação constitucional ■ Existe uma divisão de planos para fins didáticos, mas na prática eles se interpenetram e se sobrepõem – Plano jurídico ou dogmático – Plano teórico ou metodológico – Plano da justificação política ou da legitimação democrática ■ A identificação desses três planos distintos preenche, sobretudo, uma finalidade didática (...) na prática os três níveis se interpenetram e se sobrepõem. (BARROSO, 2018, p. 166) ■ ATENÇÃO: Ler da página 310 a 324 do Livro: Curso de Direito Constitucional contemporâneo, de Luis Roberto Barroso (edição disponível na Biblioteca) ■ P. 166 da nova edição Plano jurídico ou dogmático ■ Plano que interpreta a norma constitucional sob 3 categorias – 1. As regras de hermenêutica: previstas basicamente nos artigos 3º, 4º e 5º da LINDB ■ Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. ■ Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. ■ Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. – 2. Os elementos de interpretação: ■ análise gramatical (o que exatamente está escrito), ■ o histórico (vê-se o projeto de lei, a sua justificativa, as exposições de motivos, pareceres, discussões, cultura e condições psicológicas no momento do nascimento da norma), ■ o sistemático (observa-se o todo constitucional), e ■ o teleológico ou sociológico (busca a finalidade da norma), – 3. Princípios específicos de interpretação constitucional: razoabilidade, efetividade, supremacia da Constituição, presunção de constitucionalidade ■ Possui critérios mais técnicos, mais precisos, alicerçados em coisas mais concretas ■ OBS: de maneira geral, este é o plano pelo qual interpreta-se as normas; havendo a negligência quanto aos demais. Plano teórico ou metodológico ■ Construção racional da decisão ■ O caminho lógico percorrido entre a apresentação do problema e a solução ■ Pensa em diferentes métodos para chegar a um fim ■ Procura demonstrar racionalidade ■ Dentro desse plano, destaca-se diferentes vertentes (escolas de pensamento jurídico): – (i) o formalismo, (ii) a reação antiformalista, (iii) o positivismo e (iv) a volta aos valores. ■ O formalismo – apego à literalidade do texto legal e à intenção do legislador – Desconfiança do Judiciário, que não seria capaz de interpretar, apenas “dizer as palavras da lei” ■ A reação antiformalista – a reação à crença de que o Direito poderia ser encontrado integralmente no texto da lei e nos precedentes judiciais – a rejeição da tese de que a função judicial seria meramente declaratória – compreensão da importância dos fatos sociais, das ciências sociais e da necessidade de interpretar o Direito de acordo com a evolução da sociedade ■ O positivismo jurídico – separação entre o Direito e a M oral, entre a lei humana e o direito natural, negando a existência de um direito natural que subordine a legislação ■ A volta aos valores – consequência da crise moral do positivismo jurídico e da supremacia da lei, após o holocausto e a barbárie totalitária do fascismo e do nazismo – Reconstrução da ideia de direito, com base em direitos fundamentais e priorização da dignidade da pessoa humana Plano de justificação política ou da legitimação democrática ■ Lida com a questão da separação dos Poderes e a legitimação democrática das decisões judiciais ■ Esse plano de interpretaçãoestá calcado no momento em que surgem “tensões” decorrentes de invalidações do Judiciário à decisões dos outros dois Poderes ■ Como a norma é abstrata, ela não prevê casos específicos – Isso faz com que o caso concreto possa ser uma questão que não possui previsão legal Elementos tradicionais de interpretação jurídica ■ São 4 elementos: – gramatical, histórica, sistemática e teleológica. ■ Nenhum desses elementos pode operar isoladamente, sendo a interpretação fruto da combinação e do controle recíproco entre eles. ■ A interpretação, portanto, deve levar em conta o texto da norma (interpretação gramatical), sua conexão com outras normas (interpretação sistemática), sua finalidade (interpretação teleológica) e aspectos do seu processo de criação (interpretação histórica) ■ Interpretação gramatical, literal ou semântica – Exatamente o que a lei ‘diz’ – Caput art. 5º CF ■ Por “residentes” interpreta-se todos aqueles que estão em solo brasileiro com animus de permanência ■ Interpretação histórica – Lida com todo contexto – A vontade da lei e/ou a vontade do legislador ao ato da edição da norma ■ Interpretação sistemática – Interpreta a norma aplicada ao sistema no momento de sua análise – Normas constitucionais com as infraconstitucionais ■ Interpretação teleológica – Busca a finalidade, a razão de ser da norma – Exemplo: o conceito de família mudou desde a edição da CF ■ ATENÇÃO: ler da página 328 a 334 do Livro: Curso de Direito Constitucional contemporâneo, de Luis Roberto Barroso ■ A interpretação constitucional pode envolver casos fáceis e casos difíceis. Os casos fáceis normalmente serão solucionáveis pelas regras e elementos tradicionais de hermenêutica e interpretação, envolvendo a aplicação de regras jurídicas, mediante subsunção. Nessas hipóteses, sua dimensão política é minimizada. Nos casos difíceis, todavia, a interpretação constitucional, sem deixar de ser uma atividade jurídica, sofrerá a influência da filosofia moral e da filosofia política (BARROSO, 2018, p. 174) ATIVIDADE PARA ENTREGAR NA PRÓXIMA AULA ■ Explique, com suas palavras, os elementos tradicionais de interpretação jurídica. ■ Requisitos da atividade – Manuscrita – Em grupo de até 5 (cinco) integrantes – Entrega IMPRETERIVELMENTE em nossa próxima aula (2º A: 16.03 / 2º B: 17.03 / 2º C: 11.03) Aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais ■ O que é aplicar uma norma? – Requer que a norma esteja em vigência – Se está em vigência, ela pode ser aplicada ao caso onde se encaixa ■ Para lidar com a aplicabilidade da norma é preciso também conhecer sua eficácia! ■ Podemos dividir em: – Eficácia social: quando a norma é vigente, isto é, com potencialidade para regular determinadas relações, ser aplicada em casos concretos – Eficácia jurídica: significa que a norma está apta a produzir efeitos ■ A aplicação de uma norma jurídica é o momento final do processo interpretativo, sua incidência sobre os fatos relevantes. ■ Na aplicação se dá a conversão da disposição abstrata em uma regra concreta, com a pretensão de conformar a realidade ao direito, o ser ao dever ser. ■ É nesse momento que a norma jurídica se transforma em norma de decisão. (BARROSO, 2017, p. 307) ■ Aplicabilidade: está em vigência; é passível de aplicação ao caso concreto; momento em que pode ser aplicada ■ Eficácia: que produz efeitos ■ Divide-se a eficácia em: – Plena – Contida – Limitada Normas constitucionais de eficácia PLENA ■ Aplicabilidade direta, imediata e integral ■ É autoaplicável, não necessita de regulamentação ■ Assim que entram em vigor, já estão prontas para produzir efeito ■ Não dependem de outra norma infraconstitucional para gerar efeitos ■ Em regra criam órgãos ou atribuem competência aos entes federativos ■ Por exemplo: o artigo 1º da CF (autoaplicável) – Normas que versam sobre direitos e garantias fundamentais são de aplicabilidade imediata Normas constitucionais de eficácia CONTIDA ■ Com aplicabilidade direta e imediata, mas não integral ■ É autoaplicável, ainda que necessite de regulamentação ■ Dependem de normas infraconstitucionais, que são capazes de diminuir sua aplicabilidade – Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; – A lei pode estabelecer limitação para a aplicação desse artigo – Exemplo: formar em direito não significa que pode advogar, porque a lei estabelece que deve ter o registro na OAB – A eficácia é contida, é diminuída, reduzida. – Se tem a imposição de algum requisito, mas até certo ponto surte efeitos, é eficácia contida! Normas constitucionais de eficácia LIMITADA ■ Aplicabilidade indireta, mediata e reduzida ■ Não é autoaplicável ■ Não surtem efeitos assim que entram em vigor ■ Dependem de outros instrumentos legislativos para que possam ser aplicadas – Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. – § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. ...eficácia LIMITADA se divide em: ■ Normas INSTITUTIVAS – Preceitos gerais de composição e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, que serão estruturadas depois por meio de lei específica ■ Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. – Precisa de uma lei para produzir efeitos ■ Normas PROGRAMÁTICAS – Se limitam a traçar princípios e diretrizes gerais, que deverão ser cumpridos pelos órgãos integrantes dos poderes (legislativo, executivo, judiciário) – Programas que devem ser executados pelo Poder Público ■ Combate ao analfabetismo, diminuição das desigualdades, combate à fome, proteção da família... ■ Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. – Dá um “rumo” a seguir, estabelece a obrigatoriedade mas não diz como realizar ATIVIDADE PARA SER FEITA EM SALA DE AULA ■ Pesquise na Constituição Federal de 1988 – 4 normas de eficácia plena – 4 normas de eficácia contida – 4 normas de eficácia limitada ■ Dessas sendo – 2 institutivas – 2 programáticas A CONSTITUIÇÃO DE 1988: ORIGEM, PRINCÍPIOS E OBJETIVOS FUNDAMENTAIS TÓPICO 3 DA EMENTA Princípios fundamentais ■ Estão elencados logo no início da CF/88 ■ Funcionam como elementos norteadores do funcionamento do Brasil ■ Artigos 1º ao 4º da Constituição Federal de 1988 Os fundamentos da República Federativa do Brasil ■ Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: ■ I - a soberania; ■ II - a cidadania; ■ III - a dignidade da pessoa humana; ■ IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.784, de 2019) ■ V - o pluralismo político. ■ Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art1 ANALISANDO... ■ Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: – INDISSOLÚVEL: proibição da secessão; um estado-membro não pode separar-se da Federação ■ Soberania (I) – a participação efetiva do povo na coisa pública – Garantia de que o Estado brasileiro não se submete a nenhum outro (mesmo que a nível internacional) – Independência (no plano externo) e supremacia(no plano interno) ■ Cidadania (II) – Ponto de vista político: é a pessoa humana nacional à qual se conferem direitos políticos de votar e ser votado; – Em sentido amplo: cidadão é aquele que participa da vida do Estado, pessoa humana titular de direitos fundamentais, cuja dignidade da pessoa humana tem que ser respeitada ■ Dignidade da pessoa humana (III) – regra matriz dos direitos fundamentais e que pode ser bem definido como o núcleo essencial do constitucionalismo moderno. – Assim, diante de colisões, a dignidade servirá para orientar as necessárias soluções de conflitos – Pessoa no centro da prioridade estatal ■ Valores sociais do trabalho e livre iniciativa (IV) – constituinte, além de privilegiar o modelo capitalista, estabelece, como finalidade da ordem econômica, assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social – Preocupa-se com o empregado e com o empregador ■ Pluralismo político (V) – a partir dessa ideia, enaltece-se uma sociedade plural, em que se consagra o respeito à pessoa humana e sua liberdade. – garante a inclusão dos diferentes grupos sociais no processo político nacional, outorgando aos cidadãos liberdade de convicção filosófica e política. – É uma proteção contra o autoritarismo de qualquer grupo que tente se valer da posição dominante para reprimir aqueles que com ele discordarem. ■ Representatividade (§ único) – Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. SO-CI-DI-VA-PLU Princípio da separação dos poderes ■ Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. – Tripartição dos poderes (Motesquieu) – Nem sempre foi assim. Na CF de 1824 eram 4 poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador) [Moderador: exercido pelo imperador, para fiscalizar os demais poderes] – Cada um com uma função ■ Função típica, que lhe dá o nome ■ Função atípica, exerce a função dos demais, de forma secundária ■ Legislativo pode exercer jurisdição quando julga o Presidente por crime de responsabilidade (art. 52, I); Judiciário pode legislar, com portarias e resoluções; Executivo pode legislar quando edita Medida Provisória (art. 60 §4º) – INDEPENDENTES: não há subordinação entre eles, não há hierarquia ■ Se organizam livremente e não podem interferir uns nos outros além dos limites constitucionais ■ Atuam com independência dentro de suas funções ■ Sistema de freios e contrapesos – HARMONIA: sentido de cooperação Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil ■ O que pretende a República Federativa do Brasil???? ■ Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: ■ I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; ■ II - garantir o desenvolvimento nacional; – Financeiro, econômico, social, educacional ■ III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; ■ IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Princípios da República Federativa do Brasil nas relações internacionais ■ Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: ■ I - independência nacional; – Soberania ■ II - prevalência dos direitos humanos; – Adota as diretrizes internacionais, havendo conflitos entre direitos fundamentais e (por exemplo) interesses econômicos, prioriza-se fundamentais ■ III - autodeterminação dos povos; – O Brasil não interfere na vontade de outro povo; cada um cuida de si – Também se referindo à população indígena (elemento adotado pela já revogada Convenção 107 da OIT, hoje em vigor a Convenção 169 da OIT) ■ IV - não-intervenção; – Contrário à intervenção de um país em outro. Por entender-se como independente, entende que todos demais devem ser ■ V - igualdade entre os Estados; – Independente da dimensão ou poder do Estado, haverá tratamento igualitário ■ VI - defesa da paz; – Contrário à guerra ■ VII - solução pacífica dos conflitos; – Decorrente do anterior, havendo conflito deve procurar solução pacífica. Em meio internacional há, por exemplo, os meios diplomáticos e a arbitragem internacional – Adotando mecanismos de resolução pacífica de conflitos, tanto em âmbito interno como externo (arbitragem internacional) [Exemplo: protocolo de Olivos, anexo ao Tratado de Assunção – MERCOSUL] ■ VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; ■ IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; – Adoção de mecanismos internacionais, como a Declaração dos Direitos Humanos ■ X - concessão de asilo político. – Para aqueles que são perseguidos em outros países por ideologia política ■ Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. – O MERCOSUL – Que ainda não pode ser visto como “um grande bloco” pois incluem apenas 5 países da América Latina (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela – esta última suspensa desde 2016) TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS TÓPICO 4 DA EMENTA ■ “... Constituem, na atualidade, conceito que engloba os direitos humanos universais e os direitos nacionais dos cidadãos garantidos pela Constituição, contra os abusos que possam ser cometidos pelo Estado ou pelos particulares.” ■ Direitos fundamentais “nascem” junto com a ideia de dignidade da pessoa humana – Esta possuindo um conceito abstrato e ‘aberto’ Posicionamentos quanto aos direitos fundamentais ■ Jusnaturalismo: os direitos fundamentais são direitos pré-positivos, isto é, direitos anteriores mesmo à própria Constituição; direitos que decorrem da própria natureza humana, e que existem antes do seu reconhecimento pelo Estado. ■ Positivismo Jurídico: considera que direitos fundamentais são aqueles considerados como básicos na norma positiva (=norma posta), isto é, na Constituição. Isso não impede que se reconheça a existência de direitos implícitos, em face do que dispõe, por exemplo, o art. 5º, § 2º, da CF11 . ■ Realismo Jurídico: considera que os direitos fundamentais são aqueles conquistados historicamente pela humanidade. ■ CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Teoria geral dos direitos fundamentais. Disponível em: https://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf https://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf O QUE SÃO OS DIREITOS FUNDAMENTAIS? ■ Direitos inerentes às pessoas, em sua condição humana, garantidos pelo Estado e positivados na CF ■ Principal finalidade a efetivação da dignidade da pessoa humana ■ Direitos basilares, sobre o qual se ergue todo o ordenamento jurídico de um país ■ São o “carro chefe” do direito interno – Ainda que possuam ligação com ordenamento jurídico internacional Onde estão? ■ Título II da CF/88 – Direitos e deveres individuais e coletivos; – Direitos sociais; – Direitos de nacionalidade; – Direitos políticos; – Partidos políticos. ■ Direitos Individuais: art. 5º e outros. Eficácia plena e aplicabilidade imediata (regra). ■ Direitos Coletivos: art. 5º e outros ■ Direitos Sociais: arts. 6º, 193 e seguintes. Pessoa enquanto na sociedade ■ Direito à nacionalidade: art. 12 ■ Direitos políticos: art. 14 e 17. Ligados à cidadania como o direito de votar e ser votado ■ Essenciais a uma vida digna ■ Fomentam a concretização da “dignidade da pessoa humana” – Conceito abstrato que deve ser construído com base em diversos elementos ■ Para ter a dignidade da pessoa humana eu preciso ter garantido os direitos fundamentais ■ Dão suporte à dignidade ■ Para a estruturação de tais direitos, a CF/88 além de elenca-los em seucorpo documental, estabelece elementos para que possam ser efetivados ■ Dando amplidão à sua aplicação ■ Como descrevem os parágrafos 2º, 3º e 4º do artigo 5º da CF/88 ■ Art. 5º (...) ■ § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. ■ § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (EC nº 45 de 2004) ■ § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (EC nº 45 de 2004 – adota o Tratado de Roma) Evolução dos direitos fundamentais (gerações ou dimensões de direitos) ■ Direitos fundamentais da 1ª geração ou dimensão (LENZA, p. 1156) – Passagem do Estado autoritário para o Estado de Direito – Liberdades individuais ■ Liberdades públicas e direitos políticos (direitos civis e políticos como valor de liberdade) – Tem como titular o indivíduo; faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico; Direitos individuais ■ Destinatários: são todos os indivíduos enquanto pessoa ■ Direitos individuais decorrentes de tratados: quando o Brasil assina e ratifica um tratado em que estejam previstos direitos aos indivíduos, tais disposições passam a fazer parte do nosso ordenamento jurídico. Direitos individuais ■ Direito à vida ■ Direito à liberdade ■ Direito à igualdade ■ Direito à segurança ■ Direito à justiça ■ Direito à propriedade ■ Inviolabilidade Pessoal Direitos coletivos ■ Direito à saúde, ■ Direito ao trabalho, ■ Direito à educação, ■ Direito ao lazer, ■ Direito ao repouso, ■ Direito à habitação, ■ Direito ao saneamento, ■ Direito de greve, ■ Direito de livre associação sindical. ■ Direitos fundamentais da 2º geração ou dimensão – Impulsionados pela Revolução industrial europeia (sec. XIX) – Momento de grande divergência quanto ao contexto de trabalho – Direitos sociais, culturais e econômicos – Direitos de igualdade: não adianta possuir direitos básicos se não há condições mínimas para exercê-los – Abrangem o direito à saúde, ao trabalho, à educação, ao lazer, ao repouso, à habitação, à greve, à livre associação sindical. – Requerem uma ação positiva do Estado (ou seja, o Estado tem que agir para garantir esses direitos) Direitos Sociais ■ São os direitos do indivíduo e da coletividade que estão relacionados às prestações positivas do poder público nas áreas econômica e social, que tenham por objetivo a melhoria das condições de vida e de trabalho da sociedade. ■ Título II, artigo 6º ■ Direitos dos trabalhadores: Arts 7º a 11 ■ Direitos da seguridade social (saúde, previdência e assistência social): arts 193 a 204 ■ Direitos à educação, cultura e desporto: arts. 205 a 217 ■ Direitos fundamentais de 3ª geração ou dimensão – De fraternidade ou solidariedade – Possuem condão nas mudanças internacionais – Direitos transindividuais (que vão além dos interesses do indivíduo) – Não pertencem a ninguém isoladamente ■ Coletivos: de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; ■ Difusos: de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato ■ Individuais homogêneos: assim entendidos os decorrentes de origem comum – Direitos ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à propriedade, à comunicação Direitos transindividuais FONTE: CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Teoria geral dos direitos fundamentais. Disponível em: https://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf Direitos difusos Direitos coletivos Direitos individuais homogêneos Titularidade Grupo indeterminado Grupo determinado Indivíduos Ligação entre as pessoas Fato Relação jurídica básica Origem comum Natureza do direito Indivisível (não pode ser exercido individualmente) Indivisível (não pode ser exercido individualmente) Divisível (pode ser exercido individualmente) Exemplos Meio ambiente, direito dos consumidores atingidos por propaganda enganosa Direito dos advogados, direito da classe dos trabalhadores (sempre o direito de uma classe) Direito dos consumidores lesados por defeito do produto ou serviço https://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf Direitos de solidariedade ■ Direito do meio ambiente: art. 225 ■ Direitos relativos à família, criança, adolescente, idoso e pessoas portadoras de deficiência: arts. 226 a 230 ■ Direitos dos índios: art. 231 e 232 ■ Direitos fundamentais de 4ª geração ou dimensão – Decorrentes dos avanços tecnológicos, avanços na engenharia genética – Ao colocarem em risco a existência humana, pela manipulação de material genético – Decorrem da globalização dos direitos fundamentais Quadro comparativo de 3 gerações (ou dimensões) FONTE: CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Teoria geral dos direitos fundamentais. Disponível em: https://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf 1ª geração 2ª geração 3ª geração Titularidade Indivíduo Grupos sociais Difusa Natureza Negativos Positivos Supraindividuais Contexto histórico Revoluções liberais Revolução industrial Revolução tecnológica Exemplos Vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei Saúde, educação, moradia, garantias trabalhistas Meio ambiente, criança, adolescente, idoso Valor-objetivo Liberdade Igualdade real Solidariedade e fraternidade https://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portaltvjustica/portaltvjusticanoticia/anexo/joao_trindadade__teoria_geral_dos_direitos_fundamentais.pdf Direito de nacionalidade (art. 12) ■ Vínculo jurídico de um indivíduo em relação a um Estado ■ O brasileiro pode ser nato ou naturalizado ■ Modalidades de Naturalização – Forma geral ■ Requisitos: capacidade civil, visto permanente, residência contínua no Brasil por 4 anos, ler e escrever em português, boa conduta e saúde, com profissão ou posse para se manter, não pode ter envolvimento com processo criminal cuja pena seja superior a 1 ano. – Naturalização especial: originários de países que falam a língua portuguesa. ■ Requisitos: apenas residência ininterrupta no Brasil, idoneidade moral e capacidade civil – Estrangeiros de qualquer nacionalidade: residam no Brasil há 15 anos ininterruptamente Direitos políticos (art. 14 a 16) ■ “Conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais” (José Afonso da Silva). ■ Abrangem as diversas formas de participação popular nos destinos da nação: – Direito de Votar e ser votado nas eleições, direito de voto nos plebiscitos e referendos, direitos de iniciativa popular de projetos de lei e o direito de organizar e participar de partidos políticos. Diferença entre direitos e garantias fundamentais ■ Direitos: vantagens prescritos na norma ■ Garantias: instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos direitos ■ VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos (direito) e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (garantia) ATIVIDADE ■ PESQUISA – Diferença entre: Direitos fundamentais e Direitos humanos Características dos direitos fundamentais ■ historicidade: possuem caráter histórico, nascendo com o cristianismo, passando pelas diversas revoluçõese chegando aos dias atuais; ■ universalidade: destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres Humanos ■ limitabilidade: os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de interesses. (própria CF resolve, ou aquele que interpreta) ■ concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, quando, por exemplo, o jornalista transmite uma notícia (direito de informação) e, ao mesmo tempo, emite uma opinião (direito de opinião); ■ irrenunciabilidade: o que pode ocorrer é o seu não exercício, mas nunca a sua renunciabilidade. ■ inalienabilidade: como são conferidos a todos, são indisponíveis; não se pode aliená-los por não terem conteúdo econômico-patrimonial; Aplicabilidade das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais ■ Art. 5º (...) – § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. ■ Aplicação imediata significa que as normas constitucionais são dotadas de todos os meios e elementos necessários à sua pronta incidência aos fatos, situações, condutas ou comportamentos que elas regulam ■ De 1ª geração (direitos e garantias individuais): aplicabilidade imediata ■ De 2ª geração (sociais, culturais e econômicos): nem sempre de aplicabilidade imediata, pois alguns precisam de outras providências OS DIREITOS DE DEFESA E OS DIREITOS PRESTACIONAIS TÓPICO 5 DA EMENTA ■ José Frederico Marques (1960): – “O direito de defesa, em sua significação mais ampla, está latente em todos os preceitos emanados do Estado, como substratum da ordem legal, por ser o fundamento primário da segurança jurídica da vida social organizada (...). É essencial à defesa plena que não se rebaixe o indiciado à condição inferior de simples material de investigações” ■ Ninguém poderá ser julgado sem que haja momento de defesa ■ Isso implica diretamente na ideia do Estado Democrático de Direito – E consequente afastamento de um Estado autoritário ■ É também a concretização do senso de justiça instalado em determinada sociedade ■ A caracterização dos direitos de defesa, se caracterizam, basicamente, por 3 institutos – Devido processo legal, contraditório e ampla defesa Os direitos de defesa ■ Art. 5º (...) ■ LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; ■ LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; ■ Devido processo legal ■ Ampla defesa ■ Contraditório Devido processo legal (LENZA, 2019, p. 1268) ■ Art. 5º (...) ■ LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; ■ É uma garantia muito ampla ■ Exercício de cidadania e democracia ■ Confere ao indivíduo um processo justo ■ Deve ser combinado com disposto no inciso LXXIV – LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; – Por meio da Defensoria Pública ■ E combinado também com inciso LV – LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; ■ São garantias processuais ■ Destaca-se também outros dispositivos que permitem a concretização do devido processo legal – a publicidade do processo (art. 5º, LX, CF); a proibição da produção de provas ilícitas (art. 5º, LVI); a imparcialidade do julgador, bem como a garantia do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII); a motivação das decisões (art. 93, IX); a duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII). Contraditório ■ Contraria-se o que é posto na “acusação” ■ Uma oportunidade de resposta ■ Integra o devido processo legal ■ “...compreende para o autor a possibilidade de poder deduzir ação em juízo, alegar e provar fatos constitutivos de seu direito e, quando réu, ser informado sobre a existência e conteúdo do processo e poder reagir, isto é, fazer-se ouvir.” ■ As partes devem ter as mesmas oportunidades de manifestação e os mesmos instrumentos processuais Ampla defesa ■ Decorre do contraditório ■ Assegura a defesa em todas as partes do processo, em todos os momentos Contraditório e ampla defesa no inquérito policial ■ Sobre a aplicação do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial, importante esclarecer que, por se tratar de mero procedimento administrativo, o inquérito não caracteriza acusação. Sendo assim, não há que se falar em contraditório e ampla defesa no inquérito policial. ■ É fase de investigação ■ Junção de elementos para uma posterior acusação (se for o caso) Outros direitos de defesa que merecem atenção... Direito de petição ■ Art. 5º (...) ■ XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: ■ a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; ■ (...) ■ Pode ser exercido por qualquer um, pessoa física ou jurídica, para que se possa reclamar, junto aos poderes públicos, em defesa de direitos contra ilegalidade ou abuso de poder. ■ Peticionar perante a administração pública – Interesses pessoais ou de terceiros – Ou relativo a direitos sociais ■ Exemplo: informar ao MP, ou Conselho Tutelar que há a agressão ao direito de uma criança – É o direito de “provocar” uma ação do ente público Vedação do tribunal de exceção ■ XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; ■ Não admite-se no Estado Democrático de Direito o tribunal cujos julgadores sejam determinados de forma arbitrária ■ Com julgamento calcado na parcialidade e pessoalidade ■ Composto para julgar um caso específico ■ Em contraponto ao princípio do Juiz Natural – LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente ■ Deve haver a imparcialidade do juiz Provas ilícitas ■ LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; ■ Provas como aquelas obtidas por tortura, escutas clandestinas, gravações (diversas) não autorizadas ■ Tais provas revestem o processo de ilegalidade ■ Contaminam todo o processo ■ E atentam contra direitos fundamentais de todos Presunção de inocência ■ LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; ■ Não é permitido que haja o julgamento prévio ■ Sem o transcurso do devido processo legal e garantias do contraditório e ampla defesa ■ Por trânsito em julgado entendo a sentença da qual não admite-se mais recurso. Direito ao silêncio (não produzir provas contra si mesmo) ■ LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; ■ Ninguém será obrigado a falar, caso não queira ■ Não poderá haver nenhuma forma de coação para que o preso fale ■ Não será obrigado a produzir provas contra si mesmo Os direitos prestacionais ■ São, basicamente, os direitos sociais, do artigo 6º ao 11 – Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ■ Que carece da atuação estatal para que sejam efetivados Princípio da Reserva do possível ■ Ligado à realização dos direitos sociais ■ A efetividade dos direitos sociais a prestações materiais estaria sob a reserva das capacidades financeiras do Estado, uma vez que seriam direitos fundamentais dependentes de prestações financiadas pelos cofres públicos. (SARLET; FIGUEIREDO,2008) ■ Objetivo de limitar exigências em prol dos direitos fundamentais, levando em consideração a conformidade financeira do Estado ■ O Estado age dentro de suas possibilidades orçamentárias ■ A prestação de alguns direitos sociais está condicionada à existência de recursos ■ Porém hádireitos que devem, obrigatoriamente, serem garantidos – Entendidos como o “mínimo existencial” ■ Quase um limitador à efetividade dos direitos fundamentais e sociais. Garantia do Mínimo existencial ■ existem direitos e situações específicas em relação às quais não se concebe possa o Estado abster-se, alegando falta de recursos públicos ou outros interesses públicos. (MATTA, 2006) ■ quando se trata de direitos relacionados ao mínimo existencial, a reserva do possível não deve por si só ser fundamento para impedir a satisfação do direito. ■ O princípio da reserva do possível não pode servir de argumento para a não realização de determinados direitos mínimos à dignidade da pessoa humana ■ Exemplo: o Estado ser obrigado a fornecer ao indivíduo um medicamento de alto custo, mesmo que alegue não ter orçamento, a parte autora comprova que ser o medicamento ela morre... Assim, deixa-se de lado a reserva do possível para garantir o mínimo existencial (que a pessoa permaneça viva!) ATIVIDADE ■ Encontre casos em que pode-se alegar a Reserva do Possível ■ Encontre casos em que pode-se alegar o Mínimo Existencial – Para discussão na próxima aula, dia 22 de outubro de 2019. A EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS TÓPICO 6 DA EMENTA ATIVIDADE ■ Diálogo após pesquisa que será proposta à diante... DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988: OS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, OS DIREITOS SOCIAIS, OS DIREITOS À NACIONALIDADE E OS DIREITOS POLÍTICOS TÓPICO 7 DA EMENTA ATIVIDADE (tópicos 6 e 7) ■ Todos alunos devem pesquisar: “a efetividade dos direitos fundamentais” ■ Pesquisa em grupos diferentes: – Grupo 1: direitos e deveres individuais (grupo maior) – Grupo 2: direitos sociais – Grupo 3: direitos à nacionalidade – Grupo 4: direitos políticos ■ O que pesquisar... – Quais são esses direitos? – Onde/em que eles interferem na sua vida? – Quando e como eles são efetivados? – Qual a ‘contrapartida’ do Estado para a garantia/manutenção desses direitos? CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE (tópicos 6 e 7) ■ Feita a pesquisa, – Cada grupo irá expor o que lhe coube pesquisar ■ Responder as questões propostas ■ Entregar (manuscrito) apontamentos sobre a pesquisa – uma via por grupo incluindo nome de todos integrantes
Compartilhar